< 1 min leitura
2

Saboneteira com alarme incentiva lavagem das mãos

< 1 min leitura

Conseguir que as pessoas lavem as mãos após o uso dos banheiros é uma tarefa difícil em todas as partes do mundo. A prova disso é que uma empresa que produz e comercializa sabonetes antissépticos anunciou há poucos dias o lançamento de uma saboneteira com alarme.

Trata-se de um dispositivo que faz soar um alarme para obrigar as pessoas a lavar as mãos depois de usar o banheiro. 

Veja como funciona: as portas dos banheiros são equipadas com sensores de pressão que se conectam a um alarme ligado ao dispensador de sabão. Quando as portas dos banheiros são abertas para a saída dos usuários, o alarme soa. Ele só para de soar quando a saboneteira é pressionada. A saboneteira com alarme está sendo testada em restaurantes, escolas e escritórios nas Filipinas. 

Um vídeo de 32 segundos divulgado no Youtube detalha o mecanismo da saboneteira. Veja-o aqui.

Conheça também outras formas criativas de incentivar a lavagem das mãos, como o urinol-pia, que além de promover a lavagem das mãos, permite economizar água.  

Leia também:

Top 5 – Melhores posts sobre lavagem das mãos

Vinte anos de um surto de origem alimentar que ficou na história – Jack in the Box

“Nariz eletrônico” soa alarme para carne deteriorada

< 1 min leituraConseguir que as pessoas lavem as mãos após o uso dos banheiros é uma tarefa difícil em todas as partes do mundo. A prova disso é que uma empresa que produz […]

3 min leitura
5

A Segurança de Alimentos na Copa do Mundo – Os resultados

3 min leitura

Faltando praticamente 40 dias para o inicio da Copa do Mundo de Futebol, para nós do Blog as notícias relacionadas à segurança de alimentos são tão ou mais importantes que as notícias sobre futebol. E para juntar a paixão dos brasileiros com a nossa paixão seguem as últimas notícias sobre a categorização dos serviços de alimentos, assunto já comentado no post A segurança dos alimentos na Copa do Mundo  .

 Na última sexta-feira (02/05) a Anvisa anunciou as notas do primeiro ciclo da Categorização dos Estabelecimentos de Alimentação e os selos que serão afixados nos estabelecimentos participantes.

 O primeiro ciclo vai orientar as correções que os estabelecimentos devem adotar. Somente após o segundo ciclo de inspeções que os selos serão fixados, a previsão é que isso ocorra a partir do final de maio, as notas individuais dos bares, restaurantes e lanchonetes serão divulgadas na mesma época.

 Os estabelecimentos foram classificados em A, B, C e P (Pendentes). Qualquer estabelecimento com notas A, B ou C é seguro para o consumidor e apresenta condição sanitária satisfatória.

Nota A: estabelecimentos de melhor classificação. São aqueles serviços que cometem poucas falhas e estas, por sua vez, são de menor importância. Além disso, esses estabelecimentos cumprem itens classificatórios, ou seja, que melhor qualificam o serviço.

Nota B: estabelecimentos que cometem mais falhas do que grupo A. Essa falhas, em geral, são de baixo ou médio impacto. Caso haja falhas de alto impacto, a quantidade é muito pequena.

Nota C: estabelecimentos que apresentam maior quantidade de falhas, mas ainda no limite aceitável do ponto de vista sanitário.

Pendentes: estabelecimentos no qual a quantidade de falhas se coloca em um patamar inaceitável para a categorização. Nestes estabelecimentos, cada Vigilância Sanitária local adotou as medidas necessárias de acordo com o caso. Estas medidas vão desde correções no processo até o fechamento do estabelecimento. Casos sejam melhor avaliados no segundo ciclo poderão receber as notas.

 Lembrando que a falta do selo pode significar que o local não participou do programa ou não atingiu a nota necessária.

 O projeto piloto inclui 11 cidades sede da Copa 2014 e mais 13 municípios que aderiram ao projeto. Além disso, também inclui os aeroportos das cidades que receberão a Copa. A exceção é o aeroporto de Manaus, em reforma, e o município de Salvador que não aderiu.

 Ao todo são 2.172 estabelecimentos em 24 cidades e 11 aeroportos que aderiram ao projeto. Todos estabelecimentos foram escolhidos pela Vigilância Sanitária local de acordo com o perfil da cidade.

Destaques:

 – Melhores cidades: Gramado e Mata do São João com respectivamente 77,14% e 53,80% dos estabelecimentos classificados com nota A e nenhum estabelecimento com pendências.

 – Gramado só apresentou estabelecimentos com classificação A (77,14%) e B (22,80%).

 – Cidades que não apresentaram nenhum estabelecimento com pendências: Gramado, Barueri, Caruaru, Mata do São João.

 – Cidades que não apresentaram nenhum estabelecimento com nota A: Jabotão dos Guararapes, Parnamirim e São Miguel do Gostoso.

 – Os aeroportos apresentaram melhores resultados gerais, devido ao programa fiscal desenvolvido, no qual a cada 90 dias, os serviçoes de alimentação devem ser inspecionados.

 – Melhores serviços de alimentação estão nos aeroportos de Curitiba e Cuiabá com 100% dos estabelecimentos classificados com nota A. Seguido de Natal que obteve 33,3% dos estabelecimentos com nota A e 66,7% com nota B.

 – Só apresentaram estabelecimentos com pendências os aeroportos de: Brasilia (5,26%), Salvador (10,53%) e Jabotão dos Gurarapes (5,56%), este último com nenhum estabelecimento com nota A.

 – Aeroporto de Belo Horizonte com 100% dos estabelecimentos classificados com nota C.

  Mais informações estão disponíveis no endereço: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/hotsite_categorizacao/index.html

 

3 min leituraFaltando praticamente 40 dias para o inicio da Copa do Mundo de Futebol, para nós do Blog as notícias relacionadas à segurança de alimentos são tão ou mais importantes que […]

2 min leitura
1

Investigação da contaminação microbiana em indústrias de alimentos

2 min leitura

A última palestra do primeiro dia do Workshop de Food Safaty – Lições e Aprendizados, promovido pela 3M e nosso blog, foi ministrada pela Profª Dra Karen Signori Pereira, que interagiu bastante com o público.

 Karen iniciou perguntando aos profissionais presentes, quais são as principais causas e fontes de contaminação dentro da indústria de alimentos e alguns pontos levantados foram:

  • Microrganismos;
  • Desenho sanitário;
  • Processo;
  • Padronização e execução de procedimentos;
  • Manipuladores;
  • Matéria-prima

Dois pontos importantes para o processo de investigação foram destacados:

1º) Produto x Microrganismo

A falta de conhecimento das características do produto e dos microrganismos faz com que se perca tempo, dinheiro e muito trabalho investigando microrganismos que não se desenvolvem em determinados tipos de alimentos. Esta falta de conhecimento faz com que decisões erradas sejam tomadas durante a investigação.

É necessário que se conheça as características intrínsecas do alimento como: pH, umidade, Aw, nutrientes disponíveis. E também a característica dos microrganismos, em que tipo de alimento/ambiente consegue se desenvolver, se é formador de esporo, aeróbio ou anaeróbio, qual sua resistência ao calor, que alterações podem causar no alimento (caso de deteriorantes), entre outros.

Também deve ser considerado os parâmetros de processo e condições do ambiente.

 2º) Metodologia x resultado esperado

Este é outro fator determinante para obter sucesso na investigação, o método de análise utilizado deve ser condizente com o que se deseja encontrar. A utilização de metodologia errada pode acarretar em falsos resultados.

Um exemplo apresentado foi um caso onde ao analisar a matéria-prima na recepção, utilizava-se um método para contagem de células viáveis e não de esporos que era o que se buscava. A matéria-prima era considerada aprovada e liberada para uso, porém o produto final apresentava resultados fora da especificação.

 Após um processo de investigação concluiu-se que a metodologia utilizada não detectava os esporos presentes, estes por sua vez ao encontrarem condições favoráveis voltavam para forma vegetativa e se multiplicavam, desta forma eram encontrados no produto acabado.

 A lição que ficou ao final da palestra foi à importância de profissionais capacitados. Uma dica dada pela palestrante foi o livro: Higiene na Industria de Alimentos – Nélio José Andrade.

2 min leituraA última palestra do primeiro dia do Workshop de Food Safaty – Lições e Aprendizados, promovido pela 3M e nosso blog, foi ministrada pela Profª Dra Karen Signori Pereira, que […]

< 1 min leitura
0

Desenformam-se pastéis de Belém – sem luvas

< 1 min leitura

Nossa colunista Cristina Leonhardt nos enviou diretamente de Portugal,  este comunicado aos consumidores do patenteado e tradicionalíssimo “Pastel de Belém”. 

Nele se justificam o não uso de luvas para desenformá-los, com base em assepsia das mãos a cada lote/fornada, validado por  análises microbiológicas frequentes.

Gostaram?

< 1 min leituraNossa colunista Cristina Leonhardt nos enviou diretamente de Portugal,  este comunicado aos consumidores do patenteado e tradicionalíssimo “Pastel de Belém”.  Nele se justificam o não uso de luvas para desenformá-los, […]

2 min leitura
0

Como manter as BPF em empresas com muito turnover?

2 min leitura

Após muito refletir e observar durante trabalhos que venho realizando em diferentes tamanhos de empresa, minha resposta é uma só!

Cuidando da base da pirâmide e das pessoas.

Cuidar segundo o dicionário Web significa: “Aplicar a atenção”.

cultura organizacional

Uso sempre a analogia de educar um filho. A partir do momento que assumimos a responsabilidade de termos um filho, precisamos educá-los e muitas vezes, mesmo com o exemplo de escovar os dentes todos os dias, durante um período temos trabalho com o tema e insistimos com nosso filhos: escovou seus dentes? Essa pergunta, pelo menos eu, fiz muitas vezes. Por mais difícil que seja, implementar esse hábito em nosso filhos (cultura de higiene pessoal) não desistimos de nossos filhos persistimos continuamente no exemplo.

 Nas organizações não é diferente, porém o ator principal no processo da educação e criação de uma cultura propícia para Boas Práticas de Fabricação passa a ser a liderança. Fortalecendo a liderança, preparando-os para os desafios de realizar a gestão e educação de seus colaboradores, dando-lhes o adequado suporte de infraestrutura e técnico, formando líderes conscientes de que o melhor caminho para se trabalhar BPF seja através da cultura de liderança pelo exemplo, acredito que mesmo em situações de crise e alto turnover a base da pirâmide possa ser mantida. Esse tipo de líder muitas vezes coloca a mão na massa, caminha junto, une pessoas, não desiste de sua equipe, persiste, é resiliente, cuida de seus liderados e ama o que faz.

 Pelas andanças no mundo, percebi que a grande diferença de uma fábrica para a outra no que diz respeito a implantar e manter as Boas Práticas de Fabricação em qualquer que seja a situação, é a atitude da liderança e seus liderados, é a paixão pelo que estão fazendo, é compreender os por quês, enfim são as pessoas que aceitam ou não a proposta de implantar e seguir uma cultura. Já vi situações de que a infraestrutura não era das melhores, mas que o cuidado com a limpeza, hábitos higiênicos e condutas eram 100% adequados para a indústria de alimentos. Percebi que a grande diferença está no querer das pessoas e na internalização do conceito de necessidade de higiene ambiental, operacional e pessoal com todo suporte da liderança. Em uma liderança pelo exemplo, um ajuda o outro a se lembrar das regrinhas de ouro para BPF: uso de touca, lavagem de mãos, cortar unhas, fazer barba, etc. Cria-se disciplina e um ambiente saudável naturalmente.

É fácil implantar a cultura pelo exemplo? Não! Como fazer?

Vamos refletir juntos e trocar mais ideias sobre isso? Alguém tem alguma história para nos inspirar?

2 min leituraApós muito refletir e observar durante trabalhos que venho realizando em diferentes tamanhos de empresa, minha resposta é uma só! Cuidando da base da pirâmide e das pessoas. Cuidar segundo […]

2 min leitura
0

Consulta Pública sobre rotulagem de alergênicos está em construção

2 min leitura

Quem acompanha nosso blog, sabe dos movimentos que vem acontecendo para tornar realidade a rotulagem de alergênicos em alimentos no Brasil, levando a Diretoria Colegiada da ANVISA a abrir sua agenda regulatória para o tema fundamentada na relevância do tema para a saúde pública, nos números relacionados à alergia alimentar em franco crescimento e no impacto financeiro da alergia alimentar .

Nas reuniões dos dias 15 e 16 de abril, estavam presentes representantes da indústria (tais como ABIA, ABIQ, Sindcarnes, ABIR, ABIAM), de laboratórios de análises (além de representantes de laboratório da própria ANVISA, laboratórios externos como Adolfo Lutz), representantes do Governo (Ministérios da Justiça, Saúde, Agricultura e de Desenvolvimento Social), além de nossa colunista, Cecília Cury, que representava a Campanha Põe no Rótulo.

Os alimentos que devem receber destaque na rotulagem preventiva obrigatória, serão as do grupo dos oito itens da lista de alergênicos do Codex Alimentarius. Assim, pela proposta elaborada, se por exemplo um alimento contiver albumina, ao final da lista de ingredientes constará uma moldura preta de fundo branco com a informação “Alérgicos: contém ovo”. Também foi discutida a obrigatoriedade da rotulagem preventiva, no caso de risco de contaminação incidental, situação em que deverá ser incluída a frase “Alérgicos: pode conter…”.

No caso do glúten, cuja rotulagem já é estabelecida há 10 anos, as novidade é que empresas poderão utilizar o mesmo critério adotado pelo FDA: se a quantidade presente no alimento for igual ou superior a 20 ppm, deverá ser destacada, também na moldura preta de fundo branco, a informação “Contém glúten” e, se abaixo deste limiar, deve ser informado que “Não contém glúten”.

A previsão da publicação da consulta é o mês de maio de 2014.

Enquanto isso celebramos este importante passo dado em relação ao acesso à informação aos consumidores, contribuindo para o processo de gestão de alergênicos das empresas.

 

2 min leituraQuem acompanha nosso blog, sabe dos movimentos que vem acontecendo para tornar realidade a rotulagem de alergênicos em alimentos no Brasil, levando a Diretoria Colegiada da ANVISA a abrir sua […]

< 1 min leitura
1

Cartunista Armandinho apoia causa Põe no Rótulo

< 1 min leitura

Não é exatamente uma tira para dar risada, mas fica o registro de um movimento que pode influenciar a forma de se legislar no Brasil.

 

< 1 min leituraNão é exatamente uma tira para dar risada, mas fica o registro de um movimento que pode influenciar a forma de se legislar no Brasil.   Visualização da postagem 3.986

< 1 min leitura
5

Categorias profissionais que fazem a segurança de alimentos

< 1 min leitura

Qual é formação do profissional que atua na área de segurança de alimentos? Para esta pergunta temos uma série de respostas, uma vez que esta é uma área multidisciplinar.

            As formações mais comuns são engenheiros e tecnólogos de alimentos, nutricionistas, farmacêuticos, médicos veterinários; porém até advogados atuam nesta área, como é o caso da nossa colunista Cecília Cury.

            Veja as datas que comemoramos alguns destes profissionais:

  • Farmacêutico – 20/01
  • Químico – 18/06
  • Advogado – 11/08
  • Nutricionista – 31/08
  • Biólogo – 03/09
  • Médico veterinário – 09/09
  • Engenheiro químico – 20/09
  • Tecnólogo de alimentos – 06/10
  • Agrônomo – 12/10
  • Engenheiro de alimentos – 16/10
  • Biomédico – 20/11

 E você leitor, qual a sua formação?

 

< 1 min leituraQual é formação do profissional que atua na área de segurança de alimentos? Para esta pergunta temos uma série de respostas, uma vez que esta é uma área multidisciplinar.             […]

< 1 min leitura
0

Hoje estamos no Workshop de Food Safety!

< 1 min leitura

Hoje é um dia especial para o blog: estamos juntos com a 3M para disseminar a segurança de alimentos, na cidade de Sumaré, SP. 

Se você não pode ir, aguarde pelos posts como resumo das palestras!

Um abraço,

< 1 min leituraHoje é um dia especial para o blog: estamos juntos com a 3M para disseminar a segurança de alimentos, na cidade de Sumaré, SP.  Se você não pode ir, aguarde […]

3 min leitura
0

Alergênicos – Aprendendo com o FDA: análise de recalls e comunicações de 2009 a 2012

3 min leitura

Em uma excelente revisão feita por membros do FDA, a revista Food Safety Magazine trouxe este mês dados importantes sobre a situação atual do gerenciamento de alergênicos nos Estados Unidos, 7 anos após a implantação do Ato de Rotulagem de Alergênicos Alimentares e Proteção ao Consumidor (FALCPA). Através da análise de recalls e dos registros de alimentos reportados, uma série de insights perspicazes são elaborados. Vale a pena ler o texto na íntegra, aqui, porém abaixo trazemos alguns pontos-chave.

Alimentos que possuem um risco razoável de causar sério dano à saúde, ou morte, a humanos ou animais, devem ser comunicados ao FDA pelo responsável, ou oficial de saúde pública, através do programa Reportable Food Registry, desde 2009. Dos dados deste programa, percebe-se que alergênicos não declarados constituem cerca de 1/3 de todas as causas de comunicação.

Para comparação, já que não temos o sistema de comunicação no Brasil, usaremos as causas de recalls, que vimos neste post aqui. Ponto para os alergênicos (porém apenas glúten) e para os microbiologistas brasileiros, pois parece que estamos livres de Salmonellas e afins! Será?

 

Voltando aos Estados Unidos: o número de comunicações por alergênicos não declarados AUMENTOU de 2010 a 2012, ao invés de reduzir (de 30% para 40%), o que demonstra claramente que a indústria ainda luta para encontrar uma forma adequada de gerenciamento da comunicação com o consumidor.

Uma categoria aparenta ter maior dificuldade: panificação. Sozinha, apresentou um número maior de recalls do que a soma das quatro próximas categorias (na ordem, snacks, confeitos e lácteos). Dentro de panificação, biscoitos e bolos foram as principais causas.

Os alergênicos mais envolvidos foram leite, trigo e soja, e diversas vezes o erro de declaração envolvia dois ou mais destes. O próprio artigo aponta que uma das principais causas de erro está na variedade de ingredientes derivados destas fontes e seu amplo uso na indústria.

Causas

Para cerca de 67% dos recalls, a causa raiz é conhecida – e divide-se em apenas 13 categorias. Chama a atenção que a causa menos complexa de todas (uso de embalagem ou rótulo errado) é a responsável pelo maior número de recalls. Estamos todos preocupados com contaminação cruzada, mas onde estão os esforços para que a informação mapeada, gerenciada, rotulada chegue ao consumidor? Um sistema altamente complexo de gerenciamento de informação simplesmente destruído porque um funcionário escolheu o arquivo errado ao imprimir a etiqueta de um determinado lote. Embalagens muito parecidas entre si, pressão por produtividade, falta de conscientização… todos motivos plausíveis, porém inaceitáveis quando se pondera o risco.  Fazemos muito planos e planilhas e simplesmente esquecemos da execução: um simples sistema de conferência de rótulos.

Terminologia, causa que se esperava desaparecida com o passar dos anos, segue firme e forte na segunda posição. 7 anos de FALCPA, e nossos colegas técnicos de alimentos americanos seguem usando a terminologia incorreta: manteiga (e não leite), farinha (e não trigo). Panificação: alerta! Cerca de 50% dos erros de terminologia são seus!

E as causas emergentes, o que dizer delas? Tecnologia muda o mundo, principalmente quando ela permite ao operador selecionar o arquivo errado ao imprimir o rótulo no chão de fábrica. Ou quando este rótulo é desenvolvido por alguém sentado numa mesa a quilômetros de distância da fábrica e que não foi informado da presença real de certos ingredientes… Alimentos e ingredientes importados, então? Como confiar no seu fornecedor que fica do outro lado do mundo e produz enquanto você dorme? Você pode usar algumas dicas deste post aqui, porém tenha em mente: nos três anos de análise deste artigo, o índice de comunicação relacionado a importados cresceu 48%!

E pensar que o Brasil ainda engatinha neste assunto… Será possível que, quando efetivamente nos imbuirmos da nossa responsabilidade, poderemos já começar na frente, sentados em ombros de gigantes e aprendendo com suas experiências?

 


3 min leituraEm uma excelente revisão feita por membros do FDA, a revista Food Safety Magazine trouxe este mês dados importantes sobre a situação atual do gerenciamento de alergênicos nos Estados Unidos, […]

2 min leitura
4

Matérias macroscópicas e microscópicas em alimentos: Diferença entre as legislações RDC nº14/2014 e RDC nº175/2003

2 min leitura

A principal diferença nessas legislações está no objetivo. A RDC nº175/2003 estabelece a avaliação de matérias macro e microscópicas apenas relacionada aos riscos à saúde humana. Já na RDC nº14/2014 além de discutir os riscos à saúde humana ela também acrescenta que pode ser falha nas Boas Práticas. Mas o ponto crucial da diferença, é que essa legislação fixa os limites de tolerância para os perigos físicos.

No âmbito de aplicação a RDC nº14/2014 é mais abrangente e inclui que além dos alimentos e bebidas e águas envasadas estão: matérias primas, ingredientes, aditivos alimentares e os coadjuvantes de tecnologia de fabricação, embalados ou a granel, destinados ao consumo humano.

Enquanto a RDC nº175/2003 em seu item 4.2 afirma que “a presença de matéria prejudicial à saúde humana detectada macroscopicamente torna o produto/lote avaliado impróprio para o consumo e dispensa a determinação microscópica”.

A RDC nº14/2014 estabelece os limites de tolerância, portanto a legislação anterior determinava impróprio para consumo, já a nova legislação permite a presença e ainda estabelece a quantidade!

Para esses limites de tolerância foram observados os seguintes critérios:

I – risco à saúde, considerando a população exposta, o processamento, as condições de preparo e forma de consumo do produto;

II – dados nacionais disponíveis;

III – ocorrência de matérias estranhas mesmo com a adoção das melhores práticas disponíveis e;

IV – existência de referência internacional.

O inciso III deixa uma grande preocupação quando fala que mesmo tendo a melhor prática existente ainda é possível ocorrer esse perigo, portanto é uma matéria estranha inevitável. Podemos citar como exemplo artrópodes considerados próprio da cultura e do armazenamento.

Nessa legislação é também definido o que é matérias estranhas indicativas de riscos à saúde humana: que são aquelas detectadas macroscopicamente e microscopicamente, capazes de veicular agentes patogênicos para os alimentos e/ou de causar danos ao consumidor:

a) Baratas, formigas e moscas;

b) roedores: rato, ratazana e camundongo;

c) morcego e pombo;

d) excrementos de animais, exceto os de artrópodes considerados próprio da cultura e do armazenamento;

e) parasitos: helmintos e protozoários;

f) objetos rígidos, pontiagudos e ou cortantes, iguais ou maiores que 7mm (fragmento de osso e metal, lasca de madeira ou plástico);

g) objetos rígidos, com diâmetros iguais ou maiores que 2mm (pedra, metal, dentes, caroços);

h) fragmentos de vidros em qualquer tamanho ou formato.

Abaixo estão alguns exemplos de alimentos, matérias estranhas e seus limites de tolerância:

 

Limites de tolerância para ácaros mortos:

2 min leituraA principal diferença nessas legislações está no objetivo. A RDC nº175/2003 estabelece a avaliação de matérias macro e microscópicas apenas relacionada aos riscos à saúde humana. Já na RDC nº14/2014 […]

2 min leitura
0

Adulteração de Suplementos! Precisamos de um método mais eficiente de Inspeção pela Anvisa

2 min leitura

Há anos ouvimos reportagens sobre problemas de qualidade em alimentos tais como as notícias sobre leite achocolatado contaminado com produtos de limpeza, leites adulterados com amônia, produtos contaminados com glúten cujos rótulos não possuem a devida declaração, em sua maioria noticiada sem que haja má fé aparente das empresas em lesar os consumidores. Porém esse mesmo comportamento não é observado quando falamos de adulteração em suplementos nutricionais para atletas e pacientes de diversas doenças graves. Recentemente o comerciante de suplementos alimentares, Sr. Félix Bonfim, deu inicio a uma série de denúncias graves contra algumas marcas e empresas responsáveis pela fabricação de suplementos. Essas denúncias responsabilizam as indústrias por adulteração e até a inexistência dos produtos citados nos respectivos rótulos, trazendo assim uma grande preocupação para a saúde dos atletas e de doentes em recuperação de graves doenças como o câncer, hepatite dentre outras.

Suplementos alimentares como Whey Protein ou proteína do soro do leite são receitados para pacientes com doenças graves, como o câncer, com o intuito de melhorar na recuperação e fortalecimento dos mesmos. Porém o procedimento deixa de atingir o seu objetivo quando nos deparamos com graves adulterações propositadamente realizadas para uma maior lucratividade de algumas empresas fabricantes de suplementos. Esse quadro mostra a falta de ética, a má fé de alguns fabricantes e principalmente a grande falha no sistema de inspeção da Anvisa.

Após constantes denúncias realizadas e publicadas nas mídias sociais por consumidores, comerciantes e a ABENUTRI (Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais), os órgãos reguladores, como a Anvisa, foram indagados sobre o processo de inspeção no local do processamento desses produtos. Questionamentos sobre a baixa qualidade dos produtos de algumas marcas, o desrespeito da legislação vigente e indagações anteriores formaram uma base sólida para uma audiência pública no Senado em Brasília.
Com o término da audiência pública foi decidido sobre a proibição da venda e comercialização dos produtos publicados no dia 28 de Fevereiro de 2014 em uma lista pela Anvisa. A maioria dos produtos, 19 dos 20 proibidos, apresentaram valores de carboidratos superiores aos declarados. O site da ABENUTRI informa que No Whey NO2 Pro – Pro Corps, por exemplo, foram detectadas 1104% a mais de carboidratos do que o valor declarado na rotulagem. O Fisio Whey Concentrado NO2 apresentou 9,5g de carboidrato na porção, ou seja, 869% a mais do que o valor de 0,98g declarado na rotulagem; no 100% Ultra Whey – Ultratech Supplements foram detectadas 25,51g de carboidratos na porção, isto é, 750 % a mais do que o valor de 3g declarado na rotulagem do produto. Os lotes proibidos não podem ser expostos à venda e os fabricantes que não tirarem os produtos do mercado podem ser multados em até R$ 1,5 milhões. A Anvisa alerta que o consumidor deve denunciar o estabelecimento à vigilância sanitária de seu município, caso encontre algum desses produtos em pontos de venda.

2 min leituraHá anos ouvimos reportagens sobre problemas de qualidade em alimentos tais como as notícias sobre leite achocolatado contaminado com produtos de limpeza, leites adulterados com amônia, produtos contaminados com glúten […]

< 1 min leitura
0

Insulto às boas práticas de fabricação – como não filar um queijo

< 1 min leitura

Será um fenômeno BRICs flagrantes ataques às boas práticas de fabricação? Funcionários russos filam queijo sem nenhuma uniformização em um ambiente insalubre. 

Muito à vontade, gravaram parte da fabricação, ondem conversavam calorosamente em um ambiente aparentemente quente enquanto manipulavam diretamente uma massa láctea acomodada em uma caixa no chão. Para completar, no fim do expediente se banham em um tanque que aparenta ser de soro, tiram fotos e a imagem se torna viral, culminando na interdição do estabelecimento. 

Veja o link aqui para assistir o vídeo.

 


< 1 min leituraSerá um fenômeno BRICs flagrantes ataques às boas práticas de fabricação? Funcionários russos filam queijo sem nenhuma uniformização em um ambiente insalubre.  Muito à vontade, gravaram parte da fabricação, ondem […]

< 1 min leitura
0

Dica: Curso Online de Boas Práticas Agrícolas – Cornell University

< 1 min leitura

A Universidade de Cornell nos Estados Unidos tem um interessante programa de Boas Práticas Agrícolas bastante focado à diminuição da contaminação microbiológica no campo. A iniciativa inclui materiais para treinamento, árvores decisórias para diferentes temas em Boas Práticas Agrícolas e um curso online (em inglês) de Boas Práticas Agrícolas e com duração de 3 semanas, no valor de US$190,00, com emissão de certificado online. O interessante dessa visão mais “americana” direcionada prioritariamente à contaminação microbiológica no campo complementa bem a abordagem de outras iniciativas de Boas Práticas Agrícolas como o GLOBALGAP, de origem europeia, que tem um foco maior à contaminação química.

Saiba mais sobre o programa aqui, e o link direto para o curso, incluindo programa e inscrição, aqui. A próxima turma começa no dia 07 de maio de 2014

< 1 min leituraA Universidade de Cornell nos Estados Unidos tem um interessante programa de Boas Práticas Agrícolas bastante focado à diminuição da contaminação microbiológica no campo. A iniciativa inclui materiais para treinamento, […]

< 1 min leitura
0

FDA permite o uso de irradiação em crustáceos para controle de patógenos de origem alimentar

< 1 min leitura

A FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos permitirá irradiação em caranguejo, camarão, lagosta e lagostim no controle de microrganismos causadores de doenças transmitidas por alimentos a fim de estender a vida de prateleira desses produtos.

Este procedimento será aplicado em produtos crus, congelados, cozidos, parcialmente cozidos, descascados, secos ou cozidos, preparados com especiarias ou outros ingredientes.

O objetivo será reduzir o número de microrganismos patogênicos incluindo Listeria, Vibrio e E. coli.

Veja aqui a informação na íntegra!


< 1 min leituraA FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos permitirá irradiação em caranguejo, camarão, lagosta e lagostim no controle de microrganismos causadores de doenças transmitidas por alimentos a fim de […]

< 1 min leitura
0

Como as boas práticas agrícolas afetam os índices de E.coli em espinafre

< 1 min leitura

Foi realizada uma pesquisa em amostras de espinafre de 12 fazendas dos estados de Colorado e Texas (Estados Unidos) com o objetivo de avaliar os fatores que influenciam a contaminação por E. coli como um indicador de contaminação fecal.

O referido estudo foi publicado pela revista Applied and Environmental Microbiology.

No geral, o estudo descobriu que a gestão agrícola, localização e fatores climáticos devem ser considerados em conjunto no desenvolvimento de métodos e intervenções que reduzam o risco de contaminação por E. coli no nível pré-colheita. As chances de contaminação diminuíram para cerca de 1 em 17 com a implementação de boas práticas agrícolas para os trabalhadores rurais, mas aumentou para aproximadamente  4 em 1 para cada milímetro de aumento da quantidade média de chuva no mês antes da colheita.  Além disso, a aplicação de esterco bovino no campo aumentaram as chances de contaminação de cerca de 52 em 1.

“As práticas de higiene e fertilizantes utilizados são relativamente fáceis de mudar”, disse um dos estudiosos. “O desafio , no entanto, será o de utilizar as informações sobre como produzir chuva afeta à segurança.”

Clique aqui e e aqui leia mais sobre esse assunto.

 

 

 

< 1 min leituraFoi realizada uma pesquisa em amostras de espinafre de 12 fazendas dos estados de Colorado e Texas (Estados Unidos) com o objetivo de avaliar os fatores que influenciam a contaminação […]

< 1 min leitura
0

Extensão de escopo da FSSC 22000 para alimentação animal

< 1 min leitura

No último dia 09 de abril de 2014, a Foundation for Food Safety Certification, dona de um dos esquemas mais populares do mundo em certificação de sistemas de segurança de alimentos (FSSC 22000), publicou uma revisão dos documentos e guias do esquema, gerando a versão 3.1.

A razão da revisão foi uma extensão de escopo, para cobrir a categoria F (produção de alimentos destinados a animais – feed, rações, ingredientes e pré-mixes para a fabricação de alimentos para animais).

Sabemos que indústria de alimentação animal tem um importante papel na garantia da segurança de alimentos na cadeia como um todo, tanto para animais, quanto para humanos. A especificação PAS 222, específica para a categoria F, foi desenvolvida para auxiliar as organizações do setor na definição do programa de pré-requisitos, complementar ao capítulo 7.2 da ISO 22000, definindo os requisitos para a fabricação e fornecimento de alimentos para animais, rações e ingredientes para a categoria.

Relembramos que os alimentos para animais de estimação (pet food) já estavam cobertos pelo esquema FSSC, na categoria E (alimentos estáveis à temperatura ambiente).

Desta forma, a FSSC 22000 está cada vez mais abrangente, dando foco também em outras etapas na cadeia de fornecimento de alimentos, o que ajuda a criar uma cultura mundial em segurança de alimentos. A extensão de escopo muito provavelmente será submetida em breve ao GFSI (Global Food Safety Initiative), para aprovação. Continuaremos de olho nas novidades deste esquema.

Veja aqui a publicação da versão 3.1 dos requisitos para as organizações que buscam certificação: http://www.fssc22000.com/documents/pdf/certification-scheme/fssc22000_part1-v3.1_2014.pdf

< 1 min leituraNo último dia 09 de abril de 2014, a Foundation for Food Safety Certification, dona de um dos esquemas mais populares do mundo em certificação de sistemas de segurança de […]

2 min leitura
0

A mosca e outros insetos podem ser fontes seguras de proteína?

2 min leitura

Como profissionais de alimentos, muitas vezes somos questionados sobre assuntos cujos estudos ainda são recentes e incompletos. Um destes assuntos é o uso de insetos na alimentação humana, a respeito do qual surgem perguntas como:

1)   O consumo de insetos como fontes de proteínas é seguro?

2)  Podemos ingerir qualquer tipo de inseto, até mesmo a repulsiva mosca doméstica?

Para quem se interessa em conhecer o estado da arte de assuntos desta natureza, uma boa dica é a revista “Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety”, publicação do IFT – Institute of Food Technologists, disponível na web. A revista publicou, em seu último número, um artigo de revisão abrangente e esclarecedor sobre este tema, contendo dados de pesquisas recentes.

Com relação à primeira pergunta, seguem algumas considerações sobre o uso de insetos como fontes de proteínas:

a)  A longa história do consumo de insetos pelo homem em países não-europeus sugere, com pouca evidência em sentido contrário, que os insetos coletados para alimentação humana não causam nenhum dano significativo à saúde.

b)  O Codex Alimentarius considera que a segurança dos insetos comestíveis ainda não foi extensivamente estudada, provavelmente porque são tratados em geral como alimentos de populações indígenas e raramente reconhecidos como itens comerciais. O Codex lembra, no entanto, que eles são ricos em nutrientes, provendo um bom meio de cultura para o desenvolvimento de microrganismos desconhecidos, especialmente para o caso de insetos ingeridos crus. Além disso, algumas pessoas têm ou podem desenvolver alergias contra certas espécies de insetos.

Com relação à segunda pergunta, existem sete espécies de insetos consideradas para consumo humano ou para uso em ração animal (na Europa), incluindo, sim, larvas de mosca doméstica! Mas por enquanto é só para alimentação animal e existe uma forma específica pela qual deve ser feita a sua criação e o consumo.

Saiba mais sobre isso acessando diretamente o artigo aqui. O acesso é gratuito ao texto integral. Aproveite.

Leia também:

Adoçantes artificiais ajudam a engordar?

A cafeína no banco dos réus

Corantes artificiais causam hiperatividade em crianças?

2 min leituraComo profissionais de alimentos, muitas vezes somos questionados sobre assuntos cujos estudos ainda são recentes e incompletos. Um destes assuntos é o uso de insetos na alimentação humana, a respeito […]

4 min leitura
0

Ganhos e aprendizagem com a certificação em segurança de alimentos

4 min leitura

As crescentes notícias publicadas a respeito de segurança de alimentos apresentam à indústria e à cadeia produtiva de alimentos como um todo, uma nova realidade, que leva à exigência de sistemas de gestão cada vez mais robustos e consistentes. Um maior nível de exposição do consumidor a notícias relacionadas a perigos alimentares e a velocidade com que informações (embasadas ou não) circulam pelas redes sociais e outros veículos de comunicação levam à necessidade de uma velocidade de resposta cada vez maior por parte destas organizações. Um erro básico que muitas organizações cometem é assumir que já têm um “sistema à prova de falhas”, sem a necessidade de uma análise crítica constante sobre o mesmo.

Portanto o primeiro grande aprendizado de uma organização é o de escolher, entre as inúmeras certificações existentes, a que ofereça uma gestão mais adequada da segurança de alimentos, com base em alguns princípios ou elementos-chave que ofereçam ao mesmo tempo uma base técnica consistente, incluindo:

– a correta aplicação das condições básicas e atividades necessárias para um ambiente higiênico (os PPR)

– a implementação de uma ferramenta de avaliação dos perigos significativos e implementação de medidas de controle eficazes para esses perigos (o HACCP)

– o estabelecimento de ferramentas de comunicação que permitam uma interação cada vez mais rápida e eficaz com a cadeia produtiva e com os consumidores e outras partes interessadas e também uma pronta atualização e resposta do sistema estabelecido (comunicação interativa)

– a aplicação de princípios que permitam melhorar continuamente o sistema através da aplicação do ciclo PDCA (gestão dos sistemas).

Já se discutiu muito sobre a escolha da melhor Norma de referência e um pouco dessa discussão pode ser vista em nosso post a respeito de diferentes normas certificáveis reconhecidas internacionalmente. (Leia mais aqui). Uma conclusão a que muitas organizações têm chegado nesse processo de escolha é a definição de uma norma que possa ser integrada a outros sistemas de gestão e ao mesmo tempo reúna de maneira consistente todos os elementos citados acima, como a ISO 22000, utilizada como base para o sistema de certificação FSSC.

A partir da escolha da norma de referência mais adequada, o próximo grande aprendizado é o de que não adianta tentar estabelecer um sistema de gestão de segurança de alimentos sem que os fundamentos, a base, estejam estabelecidos de forma consistente. A prática nos diz que nenhum sistema de gestão se sustenta, mesmo que se consiga passar por uma certificação inicial, se condições básicas e atividades necessárias ligadas a infraestrutura e ao ambiente de trabalho não estejam implementadas adequadamente. Essas Boas Práticas, tradicionalmente formadas por requisitos ligados a temas como edificações, leiaute, higiene pessoal, adequação de equipamentos, controle de pragas, controle da contaminação cruzada, retrabalho, higienização, gestão de fornecimento, entre outros são a fonte potencial de uma boa parte dos perigos de segurança de alimentos, quando não atendidas. Se observarmos casos recentes de contaminação de alimentos que ganharam a mídia nos últimos tempos, chegaremos à conclusão que a quase totalidade desses casos está ligada a falhas nas Boas Práticas de Fabricação. A indústria deve continuamente aperfeiçoar seu nível de competência técnica em temas difíceis como projeto sanitário, zoneamento e controle de matérias-primas. Para isso, além dessa competência técnica, é necessário um bom direcionamento de investimentos na manutenção e melhoria da infraestrutura. Os processos de certificação, focados cada vez mais a uma avaliação detalhada do nível de aderência dos programas de pré-requisitos, como vem ocorrido recentemente com certificações como FSSC e BRC, pode auxiliar muito no sentido de promover, uma “vigilância” constante sobre esse PPR nas auditorias de acompanhamento.

O próximo grande aprendizado proporcionado pelos processos de certificação é de que o sistema HACCP deve ser dinâmico o suficiente para responder não só a mudanças internas de processos e produtos, quanto a evoluções na visão externa trazidas pelos diferentes processos de certificação. É preciso ter um sistema com uma sequência de etapas lógicas estabelecidas baseadas em referências como o Codex Aimentarius e que possa acomodar as diferenças normativas na aplicação da ferramenta, se perder a sequência básica de etapas preliminares (formação de equipe, descrição de produtos, uso pretendido, construção e verificação de fluxograma de processo) e princípios do HACCP (análise de perigos, determinação de PCC, limites críticos, monitoramento, ações corretivas, verificação e documentos e registros. (Leia mais aqui.)

Talvez o último, e muitas vezes não muito agradável aprendizado para muitas organizações, é o de que muito mais difícil do que obter uma certificação é o de manter um sistema de gestão de segurança de alimentos que possa salvaguardar de maneira efetiva a organização e seus consumidores. Alguns “sintomas” de sistemas gestão que falham em atingir esse objetivo são:

– equipes de segurança de alimentos multidisciplinares que aos poucos se convertem em “euquipes” de uma pessoa só, geralmente, da área de qualidade;

– o fato de ter que se fazer um intenso trabalho de preparação, consertos de última hora e “limpeza da casa” antes dos eventos de auditoria externa, pelo fato de a organização não praticar as boas práticas no seu dia-a-dia;

– ter que revisar estudos HACCP em semanas que antecedem a auditoria, por falta de atualização dos mesmos;

– ações corretivas recorrentes para não conformidades e reclamações de clientes ligadas à segurança de alimentos, em função de análises superficiais de causa-raiz para os problemas.

Esses e outros sintomas podem ser evitados a partir de práticas de gestão adequadas que incluam um gerenciamento de mudanças incorporado às rotinas diárias e uma boa gestão de recursos para segurança de alimentos, o que só ocorrerá se houver claros objetivos estratégicos estabelecidos pela gestão e focados à segurança de alimentos. Leia aqui, um pouco mais sobre o estabelecimento de objetivos em um sistema de gestão da segurança de alimentos.

No final das contas, seja qual for a Norma, o organismo certificador, ou a frequência de acompanhamento escolhidos, o mais importante é que a organização enxergue a certificação como mais uma atividade de verificação e suporte a seu sistema e não como um fim em si, para se chegar ao objetivo principal, que é a preservação da segurança de seus clientes e consumidores.

4 min leituraAs crescentes notícias publicadas a respeito de segurança de alimentos apresentam à indústria e à cadeia produtiva de alimentos como um todo, uma nova realidade, que leva à exigência de […]

< 1 min leitura
1

Um bolo de aniversário muito “contaminado”

< 1 min leitura

Como um professor de segurança de alimentos pode ser homenageado em seu aniversário? Na Cardiff Metropolitan University   um bolo foi decorado com  E.coli (à frente), Campylobacter (esquerda), Staphylococcus aureus (à direita), fungos verdes  e vermes no topo(abaixo) e em volta norovírus e Salmonella. Quem quer um pedacinho?

Fonte: 

Food Science at Cardiff Metropolitan University

< 1 min leituraComo um professor de segurança de alimentos pode ser homenageado em seu aniversário? Na Cardiff Metropolitan University   um bolo foi decorado com  E.coli (à frente), Campylobacter (esquerda), Staphylococcus aureus (à […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas