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Guia de controle de Listeria monocytogenes em alimentos prontos para consumo em consulta pública pelo FDA

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O FDA publicou este mês um guia de 85 páginas sobre controle de Listeria monocytogenes em alimentos prontos para consumo. O material encontra-se em consulta pública até 17/07/2017. Este é mais um de tantos frutos do FSMA, movimento de modernização da legislação americana de segurança dos alimentos, que valoriza controles preventivos baseados em risco.

Com ênfase na prevenção, o guia apresenta controles relacionados a pessoal, projeto, construção e operação da fábrica, projeto e manutenção de equipamentos, sanitização, armazenamento e transporte. Inclui também orientações para uma formulação que iniba o crescimento da bactéria durante a vida útil, como por exemplo: o uso de conservantes e acidificantes, bem como estratégias para realizar o monitoramento microbiológico do ambiente.

Vamos nos lembrar de algumas características e fatos sobre este patógeno?

  • Tem origem ambiental, ou seja, é um microrganismo “onipresente”;
  • É capaz de se multiplicar em ambientes refrigerados;
  • A população de risco são idosos, mulheres grávidas (por causa dos abortos causados) e imunocomprometidos;
  • A mortalidade é a mais alta entre os infectados quando comparada a qualquer outra bactéria (~20%, enquanto Salmonella é 1%);
  • Má competidora, é inibida pela presença de outros microrganismos, sejam os intencionalmente adicionados (como Lactobacillus em fermentação), seja por contaminantes (como coliformes) ou flora naturalmente presente;
  • Devido à má competição, os alimentos prontos para consumo, geralmente já cozidos, oferecem uma oportunidade particular para este patógeno se multiplicar, mesmo refrigerados;
  • Ela pode permanecer muitos anos viável num ambiente em locais como condensadores de câmaras frias, falhas no piso e paredes, ralos e partes de difícil acesso de equipamentos;
  • Alimentos com histórico de ocorrência são queijos frescos com alto teor de gordura e água, crustáceos cozidos, frutos do mar defumados, saladas, sanduíches, frutas e vegetais picados, sorvetes.

Para baixar o guia, acesse a página do FDA.

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Glossário de segurança dos alimentos inglês-português

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Procura um glossário inglês-português brasileiro em segurança dos alimentos? Bom uso! Aqui também tem algumas expressões de garantia da qualidade voltada para segurança dos alimentos.

  • Allergen management: gestão de alergênicos;
  • Claim: alegação (por exemplo que não contém GMO, alergênicos, conservantes);
  • Cleaning and desinfection (EUA): Limpeza e desinfeção;
  • Cleaning and Sanitation (Europa): Limpeza e desinfeção;
  • Chemical hazard: Perigo químico;
  • COA (Certificate of Analysis): Laudo;
  • Cross-contamination: Contaminação cruzada;
  • Certification Standard: Norma de certificação;
  • Certification Body: Organismo de certificação (ou certificadora);
  • Complaint Management/Handling: Gestão de reclamações (geralmente do SAC);
  • Contaminated Food: Alimento contaminado;
  • Control of Foreign Matter Contamination: Controle de matérias estranhas;
  • Coold storage: Armazenagem refrigerada;
  • Decision Tree: Árvore decisória;
  • Desinfecction of Produce: Desinfecção de hortifrutigranjeiros;
  • Detection of Foreign Objects: Detecção de objetos estranhos;
  • Effectiveness: Eficácia;
  • Efficiency: Eficiência;
  • Environmental monitoring procedure: Procedimento de monitoramento ambiental (geralmente microbiológico);
  • Filth: Sujidade;
  • Flow diagram: Fluxograma;
  • Protected light fixings: Luminárias protegidas (contra quebra de vidros);
  • Internal audit: Auditoria interna;
  • Food contact and surfaces: Superfícies em contato com os alimentos;
  • Food handler: Manipulador de alimentos;
  • Food handling: Manipulação de alimentos;
  • Food poisoning: Intoxicação alimentar;
  • Food Safety: Segurança dos Alimentos;
  • Food Security: Segurança Alimentar;
  • Foodborne outbreak: Surto de origem alimentar:
  • Foodborne disease: Doença Transmitida por Alimentos;
  • From farm to fork: Do campo à mesa (ou do campo ao garfo);
  • Genetically modified organism (GMO): Organismo Geneticamente Modificado (OGM);
  • Glue Board: Placa de cola (para roedores);
  • Good hygiene practice: Boas Práticas de Higiene;
  • Good manufacturing practices: Boas Práticas de Fabricação;
  • Hand washing facilities: Instalações para lavagem das mãos;
  • Hazard: Perigo;
  • Hazard Analysis and Critical Control Point: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle;
  • Health Inspector: Inspetor (usado para vigilante sanitário ou fiscal);
  • Health Permit: Alvará sanitário;
  • Health Surveillance: Vigilância sanitária;
  • High-risk área: Área de alto risco (microbiológico);
  • Holding: Estado de produto retido (por não-conformidade);
  • Holding areas: Área de produto retido;
  • Hygienic Design: Projeto sanitário;
  • Infrared Thermometers: Termômetro infravermelho;
  • Killing step: Etapa letal (do posto de vista microbiológico, tratamento térmico ou outro);
  • Light trap: Amadilha luminosa;
  • Law enforcement: Aplicação da lei;
  • Loading and unloading check-list: Check-list para carregamento e descarregamento;
  • Material Safety Data Sheet (MSDS): Ficha de Dados de Segurança de Material ou Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos  (FISPQ);
  • Magnets: Ímãs;
  • Master Sanitation Schedule (MSS): Plano mestre de limpeza;
  • Management Review: Análise crítica pela alta direção;
  • Maximum residue level for pesticides (MRL): Limite máximo de resíduo (LMR) para pesticidas
  • Monitoring: Monitoramento;
  • Mycotoxins: Micotoxinas;
  • Non-conformities: Não conformidades;
  • Pest control: Controle de pragas;
  • Pest harborage: Alojamento de pragas;
  • Screens/Sieves: Telas/Peneiras;
  • Packaging declaration of compliance: laudo de conformidade de embalagens
  • Perishable: Perecível;
  • Physical Hazard: Perigo físico;
  • Personal hygiene: Higiene pessoal;
  • Potable water: Água potável;
  • Premises and Equipment Maintenance: Manutenção de instalações e equipamentos;
  • Preventive controls: Controles preventivos;
  • Product Sampling, Inspection and Analysis: Amostragem, inspeção e análise de produto;
  • Product release: Liberação de produto;
  • Product Withdrawl: Recolhimento de produto;
  • Purchasing of ingredients: Aquisição de ingredientes;
  • Raw materials: Matérias-primas;
  • Receipt of Raw and Packaging Materials: Recebimento de matérias primas e embalagens;
  • Record keeping: Manutenção de registros;
  • Refreshing Training: Treinamento de reciclagem;
  • Regulation: Legislação;
  • Report of migration tests: relatório de ensaio de migração;
  • Rework: Retrabalho;
  • Sanitary Violation: Infração sanitária;
  • Senior/Top Management: Alta direção;
  • Shall: Deve (ver aqui);
  • Should: Pode (ver aqui);
  • Sanitary Facilities: Instalações sanitárias, como vestiário (lockers/changing rooms);
  • Single-use glove: Luva descartável;
  • Smooth surfaces: Superfícies lisas;
  • Spoiled/Tainted Food: Alimento contaminado;
  • Skip lot: Sem tradução, programa onde nem todos os lotes de matéria-prima são inspecionados (podem “pular” lotes);
  • Sanitation standard operating procedures (SSOP) (EUA): Procedimento Padrão de Higiene Operacional (PPHO);
  • Standard Operating Procedure (SOP): Procedimento Padrão Operacional (POP);
  • Supplier Verification Program: Programa de verificação de fornecedores;
  • Thawing methods: Métodos de descongelamento;
  • Time-temperature abuse: Abuso (extrapolação) de tempo e temperatura
  • Traceability: Rastreabilidade;
  • Trainning records: Registros de treinamento;
  • Waiver: Liberação sob concessão;
  • Waste disposal: Disposição (geralmente descarte) de resíduos.

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Dicas de presente de Natal para os loucos por segurança dos alimentos

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Quer uma dica de Natal para levar além de amor, paz e compreensão, segurança dos alimentos para o lar de seus queridos? Se a pessoa especial estiver no time dos loucos por segurança dos alimentos, fique de olho nesta listinha, pois ela vai adorar:

Termômetro culinário

Nos EUA, 38% dos americanos tem um em casa. Não temos dados a respeito do Brasil, mas que máximo será ter confiança que seus alimentos já cozinharam adequadamente! Aproveite para indicar esta tabela de temperaturas de segurança mínimas para cozimento de alimentos. Dá para ser clássico, com a versão espeto, ou mais high-tech com infravermelho, recordando que cada um possui diferentes aplicações como explicado neste post.

Man using meat thermometer while barbecuing

Tábuas de corte por cores

As tábuas de madeira são coisa do passado por causa da porosidade e possibilidade de acúmulo de resíduos. A escolha do vidro é controversa, pois embora seja mais fácil de limpar, em caso de acidentes pode trazer as lascas como perigos físicos. A solução mais usada hoje em dia são as plásticas, que devem ser trocadas sempre que apresentarem muitos riscos e desgaste. O uso de cores adequadas previne a contaminação cruzada.

tabuas_coloridas_alimentos

Sanitizante para as mãos

Nenhum sanitizante substitui a lavagem das mãos. Mas se a pessoa querida é do tipo “pague e leve”, come no carro e em situações improvisadas, convém andar com seu kit de sanitizante para as mãos. A opção mais fácil de encontrar é o álcool gel 70%, havendo também alternativas de antissépticos não alcoólicas, ou mesmo os lenços umedecidos.

Sacola térmica para alimentos

Nenhum fanático por segurança de alimentos que se preze vai se sentir bem saindo do supermercado com perecíveis num dia quente e chegar com eles “naquela” temperatura ambiente. Descongelar pelo caminho e recongelar em casa? Nem pensar!

Há modelos bem descolados por aí que podem até parecer uma bolsa fashion! Ela ainda pode ser usada como “cesta de Natal” para acomodar todos os itens sugeridos aqui! Já pensou que delírio?

bolsa

Porta-ovos higiênico

Já sabemos que a porta da geladeira não é o melhor local para acomodar os ovos, já que a oscilação de temperatura é maior. Além disso, embalagens de cartão não podem ser higienizadas, sendo potencial fonte de contaminação. Ah, pode ser que o refrigerador já tenha seu compartimento, mas nada como poder ter mobilidade para usar o espaço e limpar, não é mesmo?

bandeja

Tela mosquiteira para alimentos

Nem é preciso falar que as pragas devem estar muito distantes dos alimentos, certo? O ideal é que uma casa fosse inteira telada, mas não seria uma lembrança, digamos, portátil. Que tal esse singelo mosquiteiro para ajudar os churrascos e piqueniques a ficarem mais protegidos?

 download

Sanitizante para hortaliças

Talvez seja um item muito simples para um presente, mas quem sabe se colocado na sacola térmica e junto com outros elementos acima, não fique um ótimo complemento num kit? E recorde a forma correta de fazer a desinfeção de frutas, legumes e hortaliças aqui.

Obs: por políticas do Food Safety Brazil não indicamos marcas ou modelos. Contudo, inspirado nessas ideias você certamente encontrará o produto ou seu similar no mercado.

Gostou da lista? Agrade seu amigo louco por segurança dos alimentos no Natal! Ou então… peça para o Papai Noel!

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Código de cores para tábuas corte para alimentos

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Separar os alimentos na hora do preparo é uma medida simples e que reduz o risco de contaminação cruzada microbiológica.  Existe um código de cores para tábuas de corte de alimentos em cozinhas?

Não há legislação no Brasil que defina uma padronização de cores para tábuas de corte, havendo um consenso prático sobre o assunto internacionalmente. Em uma busca rápida, podem ser encontrados muitos sites sobre o assunto, inclusive a Wikipedia, mas todos sem a fonte de onde surgiu originalmente o código de cores para tábuas de corte de alimentos. Um órgão governamental que orienta cores de forma mais específica é o Ministério das Indústrias Primárias da Nova Zelândia, que endossa o código abaixo, largamente utilizado pelo mundo. Bônus: exercício associativo para memorizar: 

  • Azul: Pescados e frutos do mar crus. Lembre que os pescados vem do mar – azul!
  • Amarelo: Aves, como frangos, perus e patos crus. Lembre-se que os pintinhos são amarelos!
  • Vermelho: Carnes vermelhas. Essa ficou fácil, né?
  • Brancas: Pães e laticínios. Faça analogia com a cor do leite e o miolo da maioria dos pães!
  • Marrom: Carnes e alimentos cozidos. Qual a cor da carne depois de cozida?
  • Verde: Frutas e verduras. Recorde que todos os vegetais provêm vem de uma planta com folhas dessa cor.

Atenção: essa segregação não leva em conta perigos relacionados a alergênicos e visa somente prevenção de contaminação microbiológica.

No mercado há modelos clássicos, para os profissionais, e até os bem lúdicos, para usar em casa. Não ficaram com vontade de ter tábuas de corte assim em casa?

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Referência: Ômega Events.

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Palestras do II Workshop Food Safety Brazil em Londrina

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Não pôde ir no II Workshop do Food Safety Brazil em Londrina? Esteve lá e quer tem alguma palestra que gostaria de consultar? Clique abaixo e faça bom uso!

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Projeto sanitário e as certificações de segurança dos alimentos

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Foi dada a largada.  A cooperação entre EHEDG e GFSI já começou.

Para quem está chegando agora: estamos falando de duas organizações sem fins lucrativos muito importantes para a segurança dos alimentos. De um lado, uma ONG europeia de mais de 25 anos que concentra grande know how sobre projeto sanitário e que tem regional brasileira no ITAL. De outro, está a maior iniciativa para promover as certificações de segurança dos alimentos. Pessoas chave do board de ambas entidades já sentaram à mesa para conversar e estão se entendendo.

As normas de certificação como BRC, IFS e FSSC 22000 já preveem a necessidade que o projeto seja sanitário de equipamentos e instalações como já publicamos aqui. Contudo, tal qual a legislação brasileira, os requisitos técnicos não são detalhados de maneira pormenorizada de forma a orientar uma auditoria neste sentido.

No último congresso do mundial do EHEDG que aconteceu agora em novembro, a palestra de abertura foi de Peter Overbosh, um dos idealizadores do PAS 220, norma de pré-requisitos que complementou a ISO 22000 e foi atualizada para ISO TS 22002-1. O tema foi “Improving Food Safety Auditing of Food Companies”, ou seja, um apelo para que que finalmente se dê mais atenção àquelas áreas mortas por falhas de desenho que podem ser a causa raiz de muitos problemas de contaminação. O fato está sendo amplamente divulgado em portais internacionais pois conta com o apoio de grandes multinacionais.

E a conversa não vai parar por aí não: no próximo evento global do GFSI, no Texas, EHEDG estará lá como palestrante e expositora. Não perca a oportunidade de assistir se estiver lá.

Me atrevo a fazer previsões do futuro e a dar um conselho às empresas que buscam obter ou manter uma certificação: olhar atento e plano de ação para suas conexões, bombas, soldas, ralos, esteiras transportadoras, sistemas pneumáticos, canaletas elétricas, materiais de contato e estado de manutenção de seus equipamentos, pois em questão de poucos anos poderão ser fatores determinantes para o sonhado certificado conhecido pelo GFSI.

Linha parada será oportunidade de inspeção da conformidade sanitária do desenho de equipamentos. Antecipe-se pois sabemos que adequações são de alto custo e um processo lento que requer planejamento!

Créditos de imagem: Manitoba

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Histórico de fraudes em alimentos para avaliação de vulnerabilidades

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Prevenir as fraudes em alimentos é uma questão de saúde pública e atividade elementar para fabricantes de alimentos idôneos. Para aqueles que buscam a diferenciação e certificação em normas de segurança dos alimentos, como requisitado pelo GFSI, já divulgamos aqui no blog uma ferramenta gratuita que auxilia na identificação de vulnerabilidades de fraudes, similar ao APPCC, na forma de um questionário em Excel.

Uma das perguntas desta ferramenta é: há histórico de fraudes da matéria-prima ou produto acabado em questão?

Para ter acesso ao histórico de 4300 ingredientes continuamente atualizados, basta utilizar o USP Food Fraud Database. Lembrando: a criadora da ferramenta é a U.S. Pharmacopeial Convention, uma organização científica norte-americana sem fins lucrativos, a mesma autora das monografias do Food Chemical Codex.

Abaixo alguns tipos de filtros que podem ser aplicados para obtenção dos relatórios:

 historico_adulteracao_azeite_oliva

Histórico de adulteração de azeite de oliva ao longo dos tempos

distribuicao_adulteracao_mel

Distribuição geográfica de adulteração no mel

suco_laranja_fraudes

Descritivo das ocorrências de fraude em suco de laranja

É necessário fazer uma assinatura anual de US$ 1.200 para ter acesso ao produto. Na página de apresentação há muita informação gratuita e útil sobre o tema.

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Evento em 09/11: Fórum de Food Safety – temas do dia-a-dia

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Programe-se: o blog Food Safety Brazil em parceria com a 3M irá proporcionar mais um evento para seus leitores à custos reduzidos!

09/11 – Fórum de Food Safety no Dia a Dia – 9h às 17h

Programação:

09:00 – 09:15  – Abertura – Renato Germiniano – Gerente Nacional de MKT & Vendas de Food Safety – 3M

09:15  – 10:30  – Princípios gerais de validação de limpeza segundo a EHEDG – Palestrante:  Juliane Dias Gonçalves – Blog Food Safety Brazil

10:30 – 10:45   Intervalo

11:00 – 12:15    Elaboração de Cronograma de Análises – Sylnei Santos – 3M

12:15 – 13:30   Almoço no restaurante 3M

13:30 – 14:30   Visita à loja  e ao Centro Técnico para Clientes 3M

14:30 – 15:45  – O que considerar quando da aplicação de testes rápidos para controle de limpeza ou alergênicos? Aline Santana – Blog Food Safety Brazil

15:45 – 16:30  – Fórum de discussão ao vivo para que todos os participantes possam interagir e trocar experiências.

16:30 – 16:45  – Encerramento

Está na época de preparar seu budget para 2017? Então não perca essas dicas que vão lhe ajudar a fazer um planejamento inteligente!

Investimento: R$ 90,00.

Local: Centro Técnico de Clientes Sumaré, São Paulo.

Para fazer a inscrição, clique aqui.

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Alvará para alimentos de acordo com o risco sanitário? Conheça o caso da Colômbia

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Já imaginou como seria se as fiscalizações sanitárias e processos de obtenção de alvará e registro fossem baseado no risco que um determinado alimento pode oferecer à saúde?

A meu ver, esse tipo de processo tem muito a trazer de benefícios, tanto econômicos, como técnicos: as autoridades sanitárias poderiam priorizar recursos de inspeção onde se possa proteger de forma mais significativa a população, e as indústrias seriam cobradas a implementar controles proporcionais aos riscos que oferecem. Esse tipo de critério ainda não é operado formalmente no Brasil, mas além da experiência em países desenvolvidos, já temos “hermanos” implementando.

Na América Latina, a Colômbia saiu na frente estabelecendo uma classificação de produtos alimentícios com base em risco para a saúde pública. A INVIMA (“Anvisa” colombiana) publicou as definições na Resolução 719/2015:

  • Alimento de risco maior em saúde pública: alimentos que podem conter ou favorecer o crescimento de microrganismos patogênicos, e favorecer a formação de toxinas e alimentos que podem conter produtos químicos nocivos;
  • Alimentos de menor risco em saúde pública: alimentos que tem pouca probabilidade de conter microrganismos patogênicos, e normalmente não favorecem o crescimento devido as características dos alimentos e provavelmente não contém produtos químicos nocivos.

A Resolução traz uma tabela muito extensa, então deixo alguns exemplos dos alimentos listados:

  • Alimento de risco maior: sobremesas lácteas, queijos (frescos, não maturados, fundidos), manteiga, produtos a base de água (água mineral, picolés com menos de 2,5% de álcool, bebidas para esportistas), frutas frescas não descascadas ou picadas (congeladas, refrigeradas) sem aditivos químicos, hortaliças e vegetais frescos, nozes e sementes, derivados cárneos tratados ou não termicamente, produtos de pescado (fresco ou processado), sal para consumo humano, maionese, fórmulas infantis, alimentos para fins especiais;
  • Alimentos de risco médio: óleos, margarinas com mais de 80% de gordura, frutas enlatadas, farinhas e féculas, massas alimentícias, misturas para empanar, bebidas à base de soja, produtos de soja fermentada, mostarda;
  • Alimento de baixo risco: produtos em pó para o preparo de bebidas (refrescos), café, chá, erva mate em pó, frutas processadas (esterilizadas, em salmoura/calda, desidratadas, com aditivos químicos), geleias, vegetais desidratados, chocolate, cacau, balas, cereais matinais, pães, biscoitos, açúcar, mel, especiarias moídas, vinagre.

A lista completa você pode ver aqui.

E qual é o impacto dessa classificação para as empresas colombianas?

Bom, o pacote com a regulamentação completa ainda não foi publicado. Essa é uma das críticas do atual sistema, que está causando angústia para a indústria. Tudo começou com a Resolução no 2674 de 2013, que prometeu a publicação das definições de risco acima em seis meses, o que na prática foi acontecer só em 2015. Portanto, essa boa intenção ainda tem que amadurecer. Poderão, por exemplo, ser desenvolvidos check-lists de inspeção com critérios proporcionais para a autorização da fabricação (na minha imaginação, visualizo, por exemplo, uma empresa de produtos secos sendo dispensada de ter um lava-botas). O fato é que os formulários para regularização de cada realidade são diferentes, bem como os processos de “obtenção de alvará”:

  • Alimentos de risco maior requerem Registro Sanitário, renovado a cada 5 anos;
  • Alimentos de risco médio requerem “Permiso Sanitário”, renovado a cada 7 anos;
  • Alimentos de risco baixo requerem Notificação Sanitária, renovado a cada 10 anos.

E você leitor, concorda com essa política?

Tecnicamente algumas classificações me surpreenderam na posição em que foram posicionadas. Apesar das vantagens, essa classificação tem que ser muito precisa e ser atualizada de acordo com novas descobertas científicas e ocorrências de surtos alimentares. Há não muitos anos não se falava de Salmonella em produtos de baixa atividade de água, por exemplo, e alimentos para animais de companhia passavam longe das boas práticas de fabricação.

Referência: La Republica.

Créditos de imagem: Food Safety News.

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Entrevista com José Luiz Bariani

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José Bariani é colunista do blog Food Safty Brazil, expert da cadeia de amendoim, conhece a fundo normas de certificação como ISO 9001 e BRC, e é professor de qualidade e sustentabilidade do SENAC de Jaboticabal. Ele foi entrevistado pelos colegas colunistas para celebrar 52 primaveras no dia de hoje.

Segurança e sustentabilidade estão sempre de mãos dadas ou pode haver necessidade de priorização entre uma ou outra?  (Juliane Dias)

Bom, quando falamos em sustentabilidade temos que ver o assunto sob dois pontos de vista: o da Sustentabilidade Ambiental, fincado nos pilares Ambientais, Sociais e Econômicos; e o da Sustentabilidade do Negócio, que é fincado em outros três pilares: Rentabilidade, Produtividade e Qualidade (Podemos incluir nisso a Segurança de Alimentos).

Sobre a sustentabilidade ambiental todo mundo já está “meio careca” de saber que é muito importante ter conceitos dos 3 R, e também que todos devem fazer sua parte, ou seja, a sociedade como um todo deve estar comprometida com uma questão que afetará a vida de bilhões de pessoas em um futuro não tão distante.

Já a sustentabilidade do negócio está intimamente ligada a boa gestão dos processos internos. Quando falamos isso devemos ter em conta que cada organização deve conhecer muito bem a cadeia e olhar com muito carinho para as suas duas extremidades.

Os dois conceitos se encontram exatamente nesse ponto.

Quando olhamos para nossos fornecedores e fazemos uma seleção adequada, devemos considerar a relação com o meio ambiente como aspecto fundamental. Uma empresa que tem práticas agrícolas sustentáveis é um parceiro que nunca irá te deixar na mão ou envolver seu nome em algum escândalo ambiental.

Na outra ponta, quando olhamos para o nosso consumidor, devemos estar atentos àquilo que ele espera do nosso produto. Se produzimos bem, aproveitando ao máximo os recursos disponíveis e diminuindo desperdícios, o cliente se sentirá muito feliz pois estará ajudando, de maneira indireta, na preservação da natureza.

Certo, mas há momentos em que temos que fazer escolhas, certo? Por exemplo trocar luvas com mais frequência e gerar mais resíduo ou usar mais água para melhor higienização… (Juliane Dias)

Na verdade, estas questões que você levanta são questões objeto de discussões diárias nas empresas.

No caso das luvas, por exemplo, isso tá muito mais associado ao custo de manutenção do processo do que com o meio ambiente. O mesmo ocorre com jalecos e toucas descartáveis.

Quando falamos em sustentabilidade ambiental em sala de aula, há toda uma conceituação sobre impactos ambientais.

O homem, por natureza, causa impactos mesmo dormindo…

Então, o grande desafio das organizações é trabalhar com a gestão dos riscos sejam eles de segurança de alimentos, segurança do trabalho ou ao meio ambiente, gerando o menor impacto possível.

Anualmente, a cota de recursos naturais disponíveis para consumo (aquilo que o planeta produz pra gente) tem sido atingida cada vez mais cedo. Ou seja, entramos no cheque especial em agosto no ano passado e neste ano ainda não recebi a informação mas, como a data está sempre sendo antecipada, acho que devemos ter entrado no vermelho em julho.

Por isso os programas de Qualidade, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente têm sido fundidos em muitas organizações.

É preciso ter a noção do todo para fazer uma boa gestão interna, diminuindo os pontos de conflito que não são poucos, principalmente por conta da pressão de redução de custos, cada vez maior.

Bariani, você trabalha com 3 nichos que amo: Educação, Qualidade e Sustentabilidade. Quais são os valores que pautaram sua escolha, qual sua missão e seu sonho para com estas áreas? Como você conectaria estes temas no blog FSB?

Bariani é como me chamavam nos tempos de Oxiteno… Na verdade, as coisas meio que foram me conduzindo pra isso. Quando ainda fazia o colégio técnico dei algumas aulas voluntárias, por algum tempo, para adultos que estavam participando de um processo de alfabetização. Trabalhar na área da Qualidade veio com a opção profissional feita no Vestibulinho da ETI Lauro Gomes, em São Bernardo do Campo. Passei, e daí para trabalhar em laboratório foi um estalo.

Os anos no Polo Petroquímico em SP trouxeram o aprendizado em várias frentes.

Primeiro, a questão da Qualidade. A Oxiteno sempre foi referência no segmento. Fomos a primeira empresa do Polo a ter um Manual da Qualidade e a primeira a receber a certificação ISO 9001. O processo foi duro, mas o aprendizado foi melhor.

A questão da sustentabilidade também surgiu mais ou menos nesta época. Fomos os primeiros a implementar um programa de monitoramento ambiental com foco em substâncias orgânicas. Esse trabalho foi base para um curso de especialização que fiz na USP.

A empresa, por conta dos processos, tinha uma estação de tratamento de efluentes e isso tudo foi despertando a atenção para a questão da preservação. Mesmo porque a química sempre foi vista como a grande vilã do meio ambiente.

Quando mudei pro interior e vim trabalhar na COPLANA, o objetivo era estruturar a área de Qualidade. Aí, voltei pro banco da escola, pois Segurança de Alimentos era um assunto que ouvia falar mas que não tinha a menor ideia.

Melhor do que isso, trabalhar várias vertentes em uma Cooperativa… A questão da preservação de nascentes, programas de recuperação de áreas degradadas e uso correto de agrotóxicos. Muita coisa de uma vez só!!!

Daí, um amigo biólogo me convidou para aulas em um módulo de Gestão da Qualidade no SENAC. Aceitei, a princípio como convidado e depois como efetivo. As salas de aula são regeneradoras! E no SENAC tenho a possibilidade de ajudar na formação de mão de obra mais capacitada para o mercado. As deficiências que encontramos no momento das contratações aqui no interior são enormes!

Além disso, na minha opinião, conhecimento é uma coisa que deve ser compartilhada sempre, e eu me sinto um privilegiado porque trabalhei ao longo dos anos em empresas líderes dos seus segmentos e com profissionais que me ensinaram muita coisa.

Então, o que faço é dar prosseguimento a um processo que começou muito antes de mim e que nunca deve parar, se quisermos um país melhor e menos desigual para todos.

Como anda a cadeia de amendoim no Brasil? (Juliane Dias)

Com relação ao amendoim, posso dizer que a cultura atravessa um ano de muitos desafios, o que não é novidade para ninguém, mas a questão climática tem afetado as últimas safras de maneira significativa. Anos de estiagem como os três últimos, trouxeram o fantasma das micotoxinas de volta, e anos muito chuvosos, como este, trouxeram prejuízos financeiros enormes para os produtores. Para complicar, a União Europeia tem imposto maiores restrições para os produtos agrícolas brasileiros, em especial no que diz respeito à legislação sobre resíduos de pesticidas que está mais restritiva a cada ano que passa.

Como os conceitos de Boas Práticas Agropecuárias ainda não estão bem enraizados na cultura dos nossos agricultores, o desafio para as indústrias é cada vez maior, e os custos com controles laboratoriais no recebimento estão subindo bastante.

A boa notícia para o Brasil é que a Argentina, nosso maior concorrente para o Mercado Europeu, este ano também teve uma quebra significativa por conta das condições climáticas desfavoráveis causadas pelo fenômeno El Niño.

No Mercado Interno as coisas estão mais tranquilas para quem consome produtos derivados do amendoim das grandes marcas como Nestlé, Garoto, Mondelez, Mars entre outras, pois estas contam com programas bastante rígidos para a seleção de fornecedores, incluindo até questões sócio-ambientais nas suas auditorias. Infelizmente, empresas menores têm levado muito em conta a questão financeira em detrimento dos programas de Qualidade e Segurança de Alimentos no momento da aquisição de matéria-prima, o que coloca em risco a saúde dos consumidores de baixa renda e das regiões mais distantes dos grandes centros brasileiros.

Nos fale sobre o selo Abicab, suas garantias e desafios. Como a blanchagem contribui como medida de controle para a aflatoxina? Quais são as tendências de sustentabilidade no segmento de amendoins? (Cíntia)

O selo “Pró Amendoim” foi criado pela ABICAB com o objetivo de estabelecer um padrão mínimo de qualidade para a indústria de confeitos e salgados que utilizam o amendoim como principal matéria-prima.

O programa tem como base as BPF e o HACCP que são avaliados periodicamente através de auditorias nas empresas que fazem parte do programa (são nove atualmente) e, paralelamente através de monitoramento, nas prateleiras dos mercados, dos produtos que contêm amendoim inclusive de empresas que não fazem parte do programa.

Desde 2001 são muito visíveis os progressos nos controles e na diminuição de não conformidades tanto em auditorias como em inspeções nas prateleiras dos supermercados.

Nos últimos cinco anos, cerca de 9% dos produtos de empresas não participantes do programa, que foram avaliados, apresentaram resultados de Aflatoxinas acima do permitido pela legislação brasileira que é de 20 microgramas por quilo (ppb). Nesse mesmo período apenas duas não conformidades ocorreram com produtos de empresas participantes.

As análises são feitas pelo LAMIC (Laboratório de Micotoxinas) da Universidade Federal de Santa Maria (RS) que é credenciado pelo MAPA e certificado pelo INMETRO.

Uma coisa bem bacana no programa é a atuação da ABICAB em parceria com a ANVISA, pois quando há ocorrências de não conformidades a notificação ocorre rapidamente, o que ajuda muito para que a saúde do consumidor brasileiro seja protegida.

Com relação ao Blancheamento, ele é permitido pelo CODEX ALIMENTARIUS como processo redutor de Aflatoxinas. No entanto, no Brasil não há ainda estudos científicos validados para tal.

Sabemos que as micotoxinas tendem a se concentrar na película e na superfície dos grãos então, o processo de retirada da película e de lixamento do grão (Blancheamento) ajuda muito a diminuir a incidência das mesmas. Este é um assunto que as empresas exportadoras estão tratando de maneira muito responsável para apresentação de um protocolo ao MAPA com o objetivo de validação do processo e do seu fim.

Sobre o assunto sustentabilidade o que posso dizer é que há uma preocupação muito grande das empresas do setor com relação ao assunto. Já existem clientes multinacionais com atuação também no Brasil que têm em seus planejamentos estratégicos a aquisição apenas de matéria-prima produzida de maneira sustentável também no campo. Nesse sentido, temos feito um trabalho forte de conscientização dos nossos produtores para essas e outras questões que envolvem o meio ambiente, em especial sobre o uso correto e mínimo de agrotóxicos.

O reaproveitamento da casca do amendoim para a geração de energia (biomassa) também é um assunto que tem pautado as reuniões das empresas do setor.

6 min leituraJosé Bariani é colunista do blog Food Safty Brazil, expert da cadeia de amendoim, conhece a fundo normas de certificação como ISO 9001 e BRC, e é professor de qualidade e sustentabilidade do […]

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Publicada consulta pública sobre rotulagem de lactose

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CONTÉM LACTOSE: Caixa alta, negrita, mínimo 2 mm e em cor contrastante à cor da embalagem logo após a lista de ingredientes e nunca em tamanho menor do que as demais letras desta lista.

Assim deve ser rotulada a lactose em produtos que contiverem mais do que 10 mg/100 ml ou 10 mg/100 g de produto segundo o texto da consulta pública da Anvisa 255/15. Estes produtos poderão ser alimentos, incluindo as bebidas, os ingredientes, os aditivos alimentares e os coadjuvantes de tecnologia, embalados na ausência dos consumidores inclusive aqueles destinados exclusivamente ao processamento industrial e os destinados aos serviços de alimentação.

A regra muda para fórmulas infantis para lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e das fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância destinadas a necessidades dietoterápicas específicas, onde o valor para declaração deve acontecer em quantidade maior do que 10 (dez) miligramas por 100 (cem) quilocalorias. No caso das fórmulas para nutrição enteral, a declaração é obrigatória quando o produto contiver lactose em quantidade maior ou igual a 25 (vinte e cinco) miligramas por 100 (cem) quilocalorias.

Já a regulamentação para alimentos para fins especiais (dietas com restrição de lactose) está no texto da consulta pública 256/15:

  • Isentos de lactose: Alimentos para dietas com restrição de lactose que contêm quantidade de lactose igual ou menor a 10 (dez) miligramas por 100 (cem) gramas ou mililitros do alimento pronto para o consumo, de acordo com as instruções de preparo do fabricante deverão ser declarados como “isento de lactose”, “zero lactose”, “0% lactose”, “sem lactose” ou “não contém lactose”, próxima à denominação de venda do alimento. Nestes casos,  as quantidades de lactose e galactose presentes na porção do produto devem ser declaradas abaixo de carboidratos na tabela de informação nutricional.
  • Baixo teor de lactose: Alimentos para dietas com restrição de lactose que contêm quantidade de lactose maior que 10 (dez) miligramas por 100 (cem) gramas ou mililitros e igual ou menor do que 1 (um) grama por 100 (cem) gramas ou mililitros do alimento pronto para o consumo, de acordo com as instruções de preparo do fabricante deverão ser declarados como “baixo teor de lactose” ou “baixo em lactose”, próxima à denominação de venda do alimento.

Os teores de lactose e galactose devem ser declarados em miligramas e sem o percentual do valor diário (%VD).

Importante: segundo o texto deve ser assegurada a redução da lactose mediante análises de controle de qualidade do produto final e de estudos de validação do processo produtivo.

A partir da próxima segunda-feira até o dia 01 de novembro, as mesmas estarão abertas para participação popular.

Assim, se você tiver contribuições, corra! Clique aqui e aqui conheça o texto integral das consultas.

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Como classificar zonas de risco na produção de alimentos?

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Classificar adequadamente se uma zona é de risco na produção de alimentos é um procedimento que além de prevenir a contaminação cruzada, evita que sejam gastos recursos em áreas da indústria onde não é necessário, como tratamos em “Zoneamento – por onde começar?”. Uma zona de risco demanda separação física, segregação por cores, além de custos permanentes como trocas diferenciadas de uniformes e sapatos, uso de ar filtrado, intensificação nos procedimentos de lavagem das mãos  e limpeza do ambiente e necessidade de monitoramento ambiental microbiológico.

Um raciocínio lógico deve servir como base para se fazer esta classificação. Que raciocínio pode ser este? Uma referência bem embasada são as árvores decisórias que constam nos anexos da norma BRC Food 7ª Edição. Uma delas é aplicável a produtos refrigerados e congelados, e a outra para produtos à temperatura ambiente.

Um produto de alto risco, segundo esta norma, é a aquele “produto ou alimento frio pronto para consumo e aquecimento em que há elevado risco de proliferação de microrganismos patogênicos”.

Assim, para atender este critério, os alimentos devem:

  • Requerer refrigeração ou congelamento durante o armazenamento para preservação da segurança;
  • Ter passado por tratamento térmico de 70ºC por 2 minutos (ou equivalente) antes de entrar na área considerada de risco;
  • Ser vulnerável ao crescimento de microrganismos;
  • Ser pronto para consumo ou pronto para ser aquecido, que com base ao uso esperado, podem vir a ser consumidos sem o devido aquecimento ou cozimento.

Já o ambiente deve seguir o raciocínio desta árvore:

arvore_BRC

Existe uma outra árvore na mesma norma, aplicável à alimentos armazenados à temperatura ambiente. No caso, aparecem com o produtos de risco alimentos como pasta de amendoim, que pelo alto teor de gordura possibilita a manutenção da vida de bactérias como a Salmonella.

Para ilustrar, apliquei a árvore de produtos refrigerados a dois casos: a área de envase de salsicha a vácuo para hot dog e para frango em cortes. Vejam se faz sentido como a zona foi classificada:

Aplicação da árvore decisória BRC para produtos ou áreas de alto risco

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Está com artrite reativa? Pode ter sido algo que você comeu

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Muitos pensam que as consequências de uma doença de origem alimentar são um passageiro “piriri”, ou então, outro extremo, a morte. O que pouco se comenta é que no “meio do caminho” há muitas possibilidades de danos temporários ou permanentes à qualidade de vida de quem ingeriu alimentos contaminados com bactérias ou toxinas.

Aqui no blog já falamos de doenças de origem alimentar que deixaram sequelas por toda a vida, e também compilamos depoimentos de brasileiros ou extrangeiros com síndrome de Gillian Barré.

Artrite reativa é o nome usado para descrever um grupo incomum, mas potencialmente debilitante de sintomas que se sucedem a uma infecção gastrointestinal, geniturinário, ou infecção viral. As bactérias gastrointestinais mais comumente envolvidas são Salmonella, Campylobacter, Yersinia, Shigella, E. coli, e Vibrio

A tríade específica, artrite, conjuntivite, e uretrite é conhecida como síndrome de Reiter. Em muitos pacientes, no entanto, apenas um ou dois destes sintomas se apresentam, tais como artrite e uretrite, ou artrite e conjuntivite. A artrite reativa pode se desenvolver após uma pessoa comer alimentos que foram contaminados com as bactérias patogênicas. Muitos pacientes podem ter inchaço grave, dor abdominal e diarreia aquosa. No entanto, em alguns pacientes, a infecção inicial pode ser mais leve e não é facilmente reconhecida, mas a artrite reativa ainda pode ocorrer. A inflamação envolve, tipicamente, uma várias articulações que afetam preferencialmente as extremidades inferiores. As articulações mais comumente atingidas são os joelhos e tornozelos.  A inflamação pode também ser comum nos entese (onde ligamentos e tendões se anexam ao osso), especialmente na parte frontal do joelho ou da parte de trás do tornozelo, causando dor local com caminhadas ou exercícios.

Salmonella foi a bactéria mais frequentemente estudada associada com artrite reativa nos EUA. Os achados encontram associação entre 6 e 30% dos casos. A frequência de síndrome pós-infecciosa de Reiter, especificamente, é menos frequente. Em um surto de gastroenterite de origem alimentar por Salmonella, 29% dos pacientes desenvolveram artrite, mas apenas 3% desenvolveram a síndrome de Reiter. Caucasianos parecem ser mais propensos do que os de ascendência asiática para desenvolver artrite reativa, e as crianças podem ser menos suscetíveis que os adultos após a infecção com Salmonella

A frequência de artrite reativa aguda de outras bactérias varia muito. A ocorrência de nova dor nas articulações após a infecção entérica é como 1 e 4% em adultos com Campylobacter ou infecções Shigella.  Em outro estudo, relatou-se ocorrência de 0,6 a 24% dos pacientes gastroenterite por Campylobacter. Após a infecção por Shigella a percentagem de pacientes que exibem subsequentes intervalos de artrite reativa é de 1,5 a 7%. 

Um levantamento feito na Espanha a partir de pacientes que foram vítimas de Salmonelose mostrou que a incidência de artrite reativa de Salmonella pós surtos alimentares varia entre 7 e 30%  A duração média da doença é de 3 a 6 meses, no entanto, 20% desenvolveram um problema crônico que ser confirma em 6 meses.

As bactérias conhecidas por causar artrite reativa são sensíveis ao calor e outros processos de desinfecção comum, incluindo a pasteurização do leite, cozimento adequado de carne e aves  e cloração ou ozonização da água. O método mais confiável para assegurar que essas bactérias como Salmonella, Campylobacter e S, Campylobacter e Shigella são eliminados durante o processo de cozimento é usar um termômetro de alimentos digital. Técnicas sanitárias básicas como lavar as mãos e  usar água potável tem diminuído a incidência destas infecções nos países industrializados, mas eles ainda são muito prevalentes em países menos desenvolvidos e do terceiro mundo.

 Referências

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Projeto Sanitário de equipamentos para processamento de cárneos

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Temos uma seção no blog inteiramente dedicada à projeto sanitário. Ainda não havíamos publicado uma referência específica por segmento, como, por exemplo, um guia de projeto santiário de equipamentos para processamento de cárneos. No caso de processamento de carnes, independente se de aves, suínos ou bovinos, uma referência atualizada é a lista de verificação do Sanitary Equipment Design Principles – CHECKLIST & GLOSSARY, disponibilizado pela  Foundation for meat and Poultry Research and Education.

Segundo esta a fundação, para o processamento sanitário de carnes, devem ser seguidos dez princípios fundamentais que são detalhados em vinte páginas de um check-list, complementados com fotos de exemplos práticos.

Os princípios são:

  1. Facilidade de limpeza a um nível microbiológico;
  2. Construção à partir de materiais compatíveis;
  3. Acessível para inspeção, manutenção, limpeza e saneamento;
  4. Não permitir acúmulo de líquidos ou produtos;
  5. Áreas ocas devem ser hermeticamente fechadas;
  6. Ausência de nichos;
  7. Performance operacional sanitária;
  8. Sanitariedade dos itens de Manutenção;
  9. Compatibilidade sanitária com os outros sistemas de plantas;
  10. Protocolos de limpeza e desinfecção validados.

Para acessar gratuitamente o guia, acesse aqui.

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Pesquisadora explica qual é o problema com molhos de tomate que têm apresentado pelos de roedores

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Devido aos recentes acontecimentos nos quais foram constatados pelos de roedores em alimentos, o Food Safety Brazil consultou a especialista sobre o assunto, Gina Cardozo, para saber melhor o por quê desses acontecimentos.

1. Por que estão acontecendo tantos recolhimentos em molhos de tomate?

Temos percebido ao longo dos anos um aumento na ocorrência de fragmentos de roedores em derivados de tomate. Esse fato acompanha a mecanização da colheita, que no passado era exclusivamente manual e gradualmente tem sido substituída por máquinas de maior velocidade, e que eventualmente poderão capturar animais que estão no campo, se misturando ao produto.

2. Mas não há etapas posteriores da fabricação para eliminar estes pelos?

Existem etapas de lavagem, na qual cada vez mais se reusa a água, por questões de custos e meio ambiente. Esse procedimento tem um limite e as empresas devem investir para se melhorar as boas práticas e a separação dos contaminantes.

3. A população está sob risco real de saúde?

Na prática, não. Claro que é um indicador de falha de fabricação e algo muito indesejado encontrar fragmentos de pelos de roedores acima dos limites estabelecidos. Mas existe um conjunto de fatores que eliminarão microrganismos que causam dano à saúde, como o tratamento térmico (aquecimento do molho), o seu pH (relacionado com ácidos presentes) e outros ingredientes da formulação.

Especialistas em pragas urbanas deixam claro que os ratos do campo não representam a mesma ameaça sanitária que os ratos urbanos, uma vez que o ambiente rural não concentra as mesmas doenças que ambientes como esgoto público, por exemplo.

Gina Cardozo é bióloga do Instituto de tecnologia de Alimentos e coordenadora da Unidade Laboratorial de Referência de Análises Físicas, Sensoriais e Estatísticas. Atua na identificação histológica, análise de imagens e identificação de matérias estranhas em alimentos.

Leia mais sobre o assunto no post Sujidades nos alimentos legalmente aprovadas.

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Por que a solda TIG é a mais indicada para a indústria de alimentos?

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Sabemos que um dos princípios básicos de projeto para a indústria de alimentos é que a solda seja sanitária. A técnica que melhor atende este requisito é a solda TIG.

A sigla corresponde a Tungsten Inert Gas (ou em português, Tungstênio Gás Inerte). Este nome se dá pois se utiliza sempre um eletrodo de tungstênio, elemento robusto que possui o mais alto ponto de fusão entre os metais, não sendo consumido na soldagem, e um gás inerte de proteção. Além disso, esse método de soldagem é realizado a arco elétrico, que nada mais é que um curto-circuito controlado (a energia elétrica se converte em energia térmica). Um gás inerte  injetado de forma controlada no entorno do ponto a ser soldado serve para proteger a liga metálica (geralmente aço inox) e a peça do ambiente de contaminantes atmosféricos, prevenindo reações químicas indesejadas (como oxidação, por exemplo). No caso da solda TIG, é utilizado mais comumente o gás argônio, que tem características técnicas ideais e é economicamente viável.

Com a soldagem TIG, o soldador tem ótima visibilidade e segurança no trabalho. Ela deixa poucos resíduos e não requer limpeza. O acabamento é superior, bem como as propriedades mecânicas e estanqueidade.  Do ponto de vista sanitário, por ser mais regular, previne-se um foco possível de acúmulo de resíduos de alimentos e a possibilidade de formação de biofilmes, o que é essencial para a indústria de alimentos, cosmética e farmacêutica.

Existe a possibilidade de se realizar esta técnica de forma manual, e nesse caso, se requer um soldador bastante caprichoso, pois o trabalho pode ser comparado a um “bordado”, tanto que o nome da área soldada é chamada de “costura de solda” ou “cordão de solda”. Em trabalhos mais complexos, de maior escala e que demandem mecanização, se necessita a solda orbital, na qual o eletrodo, através de um equipamento programável, gira ou “orbita” em torno do material a ser soldado, como em tubulações ou superfícies tidas como difíceis. O domínio da técnica de programação dos parâmetros de trabalho é essencial, incluindo amperagem, vazão do gás, diâmetro do eletrodo e da vareta de adição, comprimento do arco e velocidade da soldagem para que a solda ao final tenha as características sanitárias. Na imagem abaixo pode ser observada a carcaça de uma válvula soldada a uma tubulação pela técnica TIG com solda orbital.

solda_orbital

O que restringe a aplicação de uma técnica tão boa é o custo alto e maior tempo de linha parada em manutenções corretivas, pois a execução é mais lenta e mais difícil. Fora isso, pode ser realizada somente em ambiente controlado (coberto), pois caso sofra influência de uma corrente de ar, a proteção do gás inerte é comprometida.

Em outro post abordaremos sobre defeitos em soldas para a indústria de alimentos e como realizar uma soldagem de boa qualidade.

Referências:

  • DOC 35 da EHEDG  Hygienic welding of stainless steel tubing in the food processing industry (2006);
  • DOC 9 da EHEDG    Welding stainless steel to meet hygienic requirements (1993).

Crédito da Imagem: De máquinas y Herramientas.

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Dia do Engenheiro Sanitarista: entrevistamos a Fernanda Spinassi

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Hoje é 13 de julho, dia do Engenheiro Sanitarista. Entrevistamos Fernanda Spinassi, nossa colunista e tesoureira da Associação Food Safety Brazil, em reconhecimento a estes profissionais que também contribuem muito com a segurança dos alimentos.

Quando você escolheu esta profissão imaginava atuar na área de alimentos? Como foi que você iniciou na mesma e chegou a atuar em outras?

Sim. Minha carreira começou quando fiz o curso técnico em alimentos no colégio. Então meu primeiro emprego foi como técnica de laboratório em uma indústria de bebidas. Daí por diante, grande parte da minha história profissional foi conduzida em empresas de alimentos ou em empresas de embalagens para alimentos. Porém, como atuo na área de sistema de gestão integrado a quase 10 anos, tive a oportunidade de trabalhar em uma indústria química entre 2014 e 2015. O que também foi um grande aprendizado, que me agregou muito conhecimento, principalmente no que se refere a segurança ocupacional e segurança de processos.

Que bagagem curricular o engenheiro sanitarista traz quando atua em segurança dos alimentos?

Pensando exclusivamente na experiência acadêmica a principal bagagem que o engenheiro sanitarista traz são os conhecimentos em biologia e microbiologia, e também as disciplinas relacionadas a construções sanitárias.

Como poderíamos diferenciar a formação e atuação profissional do Engenheiro Sanitarista, Engenheiro de Produção e Engenheiro de Alimentos dentro do universo de ALIMENTOS?

Vamos separar por profissão dentro do universo de alimentos:

  • Engenheiro Sanitarista: pode atuar principalmente na área de qualidade, meio ambiente ou sistemas de gestão;
  • Engenheiro de Produção: na maioria das vezes atua na área de produção (com foco em aumentar a produtividade), engenharia e algumas vezes na área de qualidade (muitos profissionais acabam se especializando em gestão da qualidade);
  • Engenheiro de Alimentos: na grande maioria das vezes atuam na área de qualidade ou pesquisa e desenvolvimento.

Qual é o seu maior desafio como Engenheira Sanitarista em nosso país, com sua visão de atuar em multinacionais?

Avaliando de uma forma macro, creio que o grande desafio do engenheiro sanitarista no Brasil está relacionado a dois assuntos: saneamento básico e meio ambiente.

No mercado de empresas multinacionais acredito que os grandes desafios estão relacionados a adequações sanitárias em empresas alimentícias que já estão instaladas a muitos anos. É comum empresas que têm mais de 20 anos terem instalações inadequadas. Tanto no que se refere a condições sanitárias para fabricação de alimentos quanto a adequações de segurança ocupacional da infraestrutura e equipamentos.

Outra questão de suma importância é a consciência relativa aos impactos ambientais. A legislação brasileira sobre meio ambiente é muito rica, mas também difícil de ser atendida. Este é um desafio para as grandes multinacionais.

Quais são as maiores dificuldades e conflitos ao se implementar sistemas de gestão integrados?

São muitos os desafios… Na maioria das vezes eles estão mais relacionados a segurança de alimentos versus segurança ocupacional ou meio ambiente. Um exemplo: higienização úmida X recursos hídricos.

Neste contexto, alguns assuntos que já tratamos aqui sobre conflitos entre as frentes de trabalho:

Como escolher ou priorizar medidas quando há “conflito” entre um requisito ambiental ou de segurança ocupacional, frente a um de segurança dos alimentos?

Algumas vezes não se trata simplesmente de escolher ou priorizar. Muitas vezes os conflitos são decididos avaliando as formas de minimizar os riscos ou então encontrar medidas compensatórias para o risco que não pode ser solucionado. Isto porque todas as frentes são imprescindíveis. A responsabilidade da organização é tão grande com seus consumidores quanto é com o meio ambiente ou com os próprios colaboradores.

Qual norma (ou lei) você criaria para melhorar a segurança de alimentos no Brasil?

Creio que uma das grandes oportunidades que temos no legislativo brasileiro está relacionada às condições de saneamento básico. Um desafio muito grande das organizações, principalmente daquelas que estão instaladas fora dos grandes centros, é implantar a cultura de segurança de alimentos nos colaboradores que não têm a mínima noção do que é higiene. Mas grande parte da responsabilidade, no meu ponto de vista, é também do governo. Deveria ser obrigatório que todos os municípios tratem 100% dos efluentes gerados pela população, que todos os resíduos sejam tratados (recicláveis e não recicláveis), e que as residências tenham acesso a água tratada e rede de esgotos domésticos. Mas sei que para que o Brasil chegue nesta condição precisamos de muitas mudanças severas.

Pela sua experiência em auditorias, quais as principais vantagens que você observa quando uma empresa se certifica pela primeira vez em uma norma de Qualidade ou Segurança de alimentos?

Acredito que a principal vantagem de uma certificação é a padronização. Este é um conceito da ISO 9001 desde o início, e que mesmo com a mudança da norma na versão 2015 (que reforça a visão por processos) este princípio se mantém. Contudo, há um desafio entre manter a padronização e saber o que deve ser estritamente procedimentado, e o que deve ser trabalhado com treinamento ou sistemas informatizados.

Por outro lado, a certificação em segurança de alimentos como primeira certificação é um desafio mais complexo, exige que o corpo técnico da organização seja mais qualificado, pois além dos desafios de padronização, existem as exigências de entendimento de processo, de conhecimento dos ingredientes e materiais para que o estudo APPCC e os pré requisitos sejam adequadamente implantados.

Qual o segredo para manter o equilíbrio pessoal e profissional, tendo que ser o ponto de conexão de tantas áreas de uma empresa?

Bem… aqui é uma questão muito particular de cada profissional…. Sou engenheira sanitarista de formação e trabalho com sistemas de gestão por paixão. Fascina-me o desafio de administrar os conflitos… encontrar soluções para as situações onde temos demandas diferentes entre várias vertentes. Então valorizo muito o meu profissional, mas meu objetivo de vida não depende somente disso. Então ponderar minha vida pessoal com o lado profissional é uma das coisas que não abro mão.

Atualmente, com o avanço da tecnologia acredito que esta tarefa acabe ficando um pouco mais fácil de ser conduzida.

Com estas considerações iniciais colocadas… kkkk Tenho dois hobbies que não abro mão: correr e cozinhar.

Amo correr! Comecei a correr em 2010, de forma modesta…. fiz minha primeira prova em 2011, e em 2013 acabei me afastando do asfalto. Voltei em 2014 e hoje divido a minha agenda semanal com o trabalho, o voluntariado no blog e os quilômetros do meu treino. Desde o ano passado que faço provas entre 10k e 21k, o que me exige um plano de treino semanal bem disciplinado. E enquanto estou “devorando” os quilômetros acabo fazendo muitas análises críticas das situações do dia a dia… Mas as vezes também abstraio de tudo e só penso na paisagem, na satisfação de cumprir uma prova, de melhorar meu tempo, e de me desafiar.

Na cozinha eu adoro inventar… posso passar horas preparando um prato, cozinhando com a família ou com os amigos.

Entrevistadores, colegas e colunistas: Juliana Levorato, Juliane Dias, Humberto Soares, Humberto Cunha e Silvana Chaves.

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Eles mereceram a RDC 26/15

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Estamos próximos do prazo-limite de adequação dos rótulos que protegem a saúde dos consumidores alérgicos. São eles os que mereceram a RDC 26/15, e ilustraram posts do Food Safety Brazil, que desde o início da sua trajetória, apoia esta causa.

Sempre que parecer difícil entender o motivo para adoção desta legislação, ou ser necessário convencer alguém a adotá-la, reveja e conte estas histórias que compartilhamos aqui.

Em fevereiro de 2013 revelamos neste post que foi a gota d’água para Cecília Cury, protagonista do movimento Põe no Rótulo, perceber que seu filho que somente se alimentava de leite materno, teve uma reação alérgica mesmo com restrições à sua dieta, tais como preparar em casa seu próprio pão para não ter nenhum contato com o alergênico. A causa da reação, descobriu posteriormente, foram traços de leite no fermento que usou para elaborar o pão, que não continha informações sobre possibilidade de contaminação cruzada no rótulo. A indignação frente a falta de informação se tornou uma tese de doutorado, e foi a semente para o movimento Põe no Rótulo.

Em abril de 2013, contamos a história da paulista Carol, que está há seis anos presa à uma cama, com total comprometimento motor, porém lúcida após ter sofrido choque anafilático e não receber socorro adequado em tempo. O motivo da reação foi possivelmente ter consumido lula frita no mesmo óleo usado para preparar camarão. Na época tinha 27 anos.

Adriana Sanches contou como se desdobra para que o filho não corra riscos, e ao mesmo tempo não sofra de privações sociais por causa das limitações alimentares. Uma rotina de cuidados e restrições continuará sendo parte da vida de mães e alérgicos mesmo com a RDC 26/15, contudo, espera-se que vivam com um pouco mais de segurança e confiança em relação aos rótulos de produtos industrializados.

Um triste obituário que publicamos em abril de 2015 ilustrou rostos de três jovens britânicos, a partir de um site de mães com filhos alérgicos. Eles foram somente alguns exemplos selecionados. Depois da publicação, 2015 fechou a triste estatística de 14 vítimas fatais. Em 2016 já há cinco nomes e suas histórias, em sua maioria, relacionada à amendoim.

A alergia ao látex parecia algo muito intangível de se reconhecer, até que publicamos o depoimento da Daisy Fortes, que perdeu a visão por complicações de sucessivas reações alérgicas e seus tratamentos. Hoje ela vive uma vida bastante reclusa, pode consumir somente nove alimentos e leite somente ordenhado à mão para ter certeza que as teteiras não tem contato com o látex.

Perdeu a vida Paul Wilson, de 38 anos, do Reino Unido, que consumiu um prato de deveria ser à base de amêndoas e continha o proibido amendoim, deixando o precedente de uma condenação de seis anos de prisão por homicídio culposo para o proprietário do local.

Estima-se que possivelmente há muito mais histórias como estas para se contar, mas a maioria delas não é captada pela mídia ou não autorizadas pelas famílias, que em sua dor ou dificuldade, preferem permanecer em silêncio.

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Harmonização de legislação de Food Safety no mundo é meta do GHI

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Já falamos do GHI, Global Harmonization Iniciative, aqui no blog. Chegamos a entrevistar seu fundador, Huub Lelieveld, que não aceita o fato de termos no mundo tantas pessoas passando fome e ao mesmo tempo, tantos alimentos sendo destruídos por não atenderem critérios de segurança de alimentos, enquanto são tranquilamente aceitos em outros.

Essa entidade sem fins lucrativos tem como meta harmonizar o trabalho de cientistas, isenta da influência de empresas, para que a segurança de alimentos seja prioridade, porém sem impedir o desenvolvimento tecnológico, sem criar barreiras comerciais e principalmente, garantindo a disponibilidade de alimentos.

Os principais grupos de trabalho do GHI são:

O site, recentemente reformulado, é: www.globalharmonization.net.

O GHI também está nas mídias sociais:

Leia também:

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EHEDG publica manual sobre validação de limpeza para a indústria de alimentos

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A European Hygienic Engineering and Design Group acaba de publicar o manual “Cleaning Validation in the Food Industry. General Principles – Part 1”.

A indústria de alimentos, ainda nos dias de hoje, tem dificuldades para estabelecer sistemáticas tecnicamente embasadas para validar seus processos de higienização. A fim de preencher esta lacuna, o manual de número 45 da EHEDG traz luz sobre como aplicar um protocolo que desafia as situações mais extremas, e se tome decisões com base em critérios de aceitação fundamentados. Uma sugestão de corpo de relatório de validação é apresentada.

A higienização, um ponto crucial para a sanitização da indústria alimentícia, desta forma a ONG europeia entendeu que esta metodologia desenvolvida por experts mundiais no assunto deve estar na lista de manuais gratuitos de sua página.

Você irá encontrar nesta obra:

  • Introduction;
  • Glossary;
  • General Considerations;
  • Prerequisites (Step 1);
  • Equipment qualification (Step 11);
  • Hazard evaluation (Step 12);
  • Acceptance criteria (Step 13);
  • Sampling techniques (Step 14);
  • Analytical methods (Step 15);
  • Soiling procedure (Step 16);
  • Cleaning procedure (Step 17);
  • Establishing the cleaning validation protocol (Step 2);
  • Undertaking the cleaning validation process (Step 3);
  • Establishing the cleaning validation report (Step 4);
  • Maintaining the validated state (Step 5).

Para acessar o manual, você deve acessar www.ehedg.org >> Guidelines >> Free Documents.

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