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Chumbo em água potável e no sangue da população americana

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 CDC lança Estudo de chumbo na água potável

CDC lançou um estudo chamado ” Chumbo em água potável e os níveis sanguíneos de chumbo em Humanos nos Estados Unidos“em seu Morbidity and Mortality Weekly Report. O relatório, de 10 de agosto de 2012, faz uma revisão sobre intoxicação por chumbo, as fontes de exposição ao chumbo para adultos e crianças, e a “Lei de segurança da água potável, para chumbo e cobre” de 1991. A água da torneira como uma fonte de exposição ao chumbo foi o foco do relatório.

O chumbo é um metal comum que se acumula no corpo com resultados desastrosos. Na década de 1970, o governo dos Estados Unidos começaram a reduzir as concentrações de chumbo no ar, na água da torneira, alimentos, poeira e solo. Como resultado, os níveis de chumbo no sangue (NCS) em crianças foram substancialmente reduzidos. Mas as crianças ainda estão sendo expostos ao chumbo, já que muitos vivem em casas construídas antes da proibição de 1978, relativa à base de chumbo na pintura residencial. Linhas de água potável costumavam ser feitas de chumbo, e solda de chumbo era usada no encanamento. A maioria dos serviços de água públicos do país estão agora em conformidade com a lei.

Os efeitos da exposição ao chumbo em crianças reduz o QI e aumenta o risco de câncer. NCS de crianças neste país aumentou drasticamente durante o período de 1900 a 1975. Legislações para reduzir a exposição ao chumbo foi aplicada à gasolina, alimentos, embalagens de alimentos, pinturas residenciais, tubulações de água, encanamentos, e solda usado no encanamento e recipientes de bebidas.

Desde que as restrições foram implementadas, de 1970 e 1980, os NCS diminuíram em média de cerca de 16,0 mg/dL para menos de 2,0 mg/dL. Como ponto de referência, o NCS para os americanos nativos antes da colonização européia foi de 0,016 microgramas por decalitro. Isso significa chumbo no sangue das crianças em 2012 é cerca de 100 vezes superiores aos dos antepassados, indicando que as fontes substanciais de exposição ao chumbo vem do ambiente.

A exposição ao chumbo também afeta adultos, através da supressão do sistema imunológico, atuando como um agente cancerígeno, e causando a neuropatia periférica e disfunção do nervo motor. A exposição ao chumbo pode também causar insuficiência renal, gota e hipertensão, assim como afetar a capacidade reprodutiva. 

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) tem a responsabilidade primordial de garantir a segurança da água potável, mas os programas estaduais e municipais devem ajudar a garantir que o público esteja protegido da exposição ao chumbo. A atual rotina avalia a eficácia de tratamento de água, não o teor de chumbo. O relatório concluiu que substituir apenas  parcialmente as tubulações aumentou os níveis de chumbo na água potável. A substituição total de linhas de chumbo devem ser consideradas. E o estudo sugere que informações sobre ocorrência de chumbo no encanamento deva ser rotineiramente dada aos compradores de residências antigas e inquilinos.

Como estará nossa situação aqui? Vale um novo post? Na Europa já relatamos o mesmo problema neste blog.

Lead in Drinking Water and  Human Blood Lead Levels in the United States

Fonte: Food Poisoning Bulletin

 

 

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Orientação de avaliação de risco para patógenos com foco em alimentos e água

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O Serviço de Inspeção Americano (FSIS) publicou  a Orientação de Avaliação de Risco para Microorganismos Patogênicos com Foco em Alimentos e Água .

Em julho deste ano foi publicado pelo FSIS/USDA documento de orientação para avaliação de risco de microorganismos patogênicos com foco em alimentos e água. Esta diretriz foi escrita por assessores do FSIS em conjunto com a Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) e servirá de referência para essas agências, seus agentes, contratados e outras partes interessadas. Outras agências federais americanas também colaboraram na elaboração do documento.

Esta diretriz enfatiza a necessidade de um quadro de pessoas flexível para a realização de avaliação de risco microbiano e estabelece genericamente os grande princípios fundamentais de avaliação de risco microbiano.

O público-alvo para esse documento são os indivíduos com algum conhecimento de microbiologia e um entendimento básico dos princípios de avaliação de risco. Esta diretriz pode ser atualizada periodicamente, especialmente quando houver mais informações disponíveis sobre as doenças e sua epidemiologia.

A gravidade e duração da doença causada pela exposição a patógenos variam consideravelmente. Muitos patógenos humanos encontrados em alimentos, água e meio ambiente causam doenças agudas que têm períodos de incubação curtos, sintomas típicos com duração de vários dias a uma semana e geralmente não letais. No entanto, alguns agentes patogênicos associados com o trato gastrointestinal podem causar doenças mais graves e duradouras. Algumas doenças podem até ser fatais.

Aplicando a avaliação de risco de acordo com os procedimentos discutidos nesta diretriz, os avaliadores de risco poderão caracterizar de forma mais fácil as fontes de exposição comuns, os agentes causadores, sintomas associados, informações sobre imunidade e outros fatores que contribuem para a disseminção de doenças crônicas.

O documento completo pode ser acessado no site: 

http://www.fsis.usda.gov/PDF/Microbial_Risk_Assessment_Guideline_2012-001.pdf


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Uma década de importação de alimentos chineses (EUA)

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A Food and Water Watch, publicou um relatório sobre os impactos de uma década de importação de alimentos chineses nos EUA.

Na imagem abaixo, se pode ter uma idéia do volume de alimentos que ingressam neste país. Por exemplo, ao se comer tilápia nos EUA, há 75% de chances que ela seja chinesa.

As maiores  preocupações do relatório, que são embasadas por referência bibliográfica, transcrevi aqui.

“A proliferação do uso de agroquímicos e drogas veterinárias introduz perigos adicionais aos alimentos importados da china. Pescado, suínos e aves usam antibióticos e drogas veterinárias para incrementar a produtividade. De 2007 a 2008, 14% de toda a rejeição de importados chineses foi devido a níveis elevados de resíduos de drogas veterinárias em pescado e frutos do mar, segundo o FDA. O uso ilegal de antibiótico para produzir crescimento de gado é descontrolado. Mesmo drogas veterinárias que o governo chinês baniu, como clembuterol, administrado para os animais apresentarem carne mais macia e pele mais rosada, ainda são usados, mesmo com anos de registros de consumidores afetados por estes resíduos. Por exemplo, antibióticos são facilmente encontrados  em mel chinês. A china domina o mercado internacional de mel e se tornou o principal fornecedor dos EUA, suprindo mais de 70 milhões de libras em 2006. Em 2010 o FDA bloqueou enorme quantidade de mel chinês após detecção de antibióticos. Drogas veterinária e fungicidas são amplamente usados em aquicultura para combater doenças nos criadouros superlotados. A China é de longe o maior criador de peixes do mundo, correspondendo a mais de 60% da produção mundial. Muitos criadouros são salobros e fétidos, sendo necessárias quantidades de drogas veterinárias como antibióticos, levando à resistência microbiana e causando um problema de saúde pública. Em 2007 o FDA baniu a importação de camarão, enguias, bagre e carpa após detecções repetidas de antibióticos não autorizados, drogas veterinárias e químicos em frutos do mar”.

 

Acesse o relatório completo:

A Decade of Dangerous Food Imports from China

 

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EUA não atingem seus objetivos de segurança de alimentos

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O relatório anual do Center of Desease Control and Prevention (Food Net) mostra que as metas americanas de ocorrência de L. monocytogenes, Salmonella e Campylobacter não foram atingidas. O número total de casos de Doenças Transmitidas por Alimentos documentados em 2011 foi dr 19 mil. A título de comparação, no Brasil foram registrados 8 mil casos no mesmo período.

Já para E.coli O:157:H7 as ocorrências aconteceram abaixo do Objetivo Nacional de Segurança, que é 1 a cada 100 mil habitantes (mas ainda assim, houve um aumento, já que foi de 0.98 em 2011 e 0.95 em 2010).

Resultados mais mais distantes das metas (ocorrência a cada 100 mil habitantes 2011/objetivo)
Campylobacter 14,3 /12,3
Salmonella 16,4/ 6,8
Listeria 0,28 / 0,24

Os americanos estão preocupados por não terem todos os indicadores dentro de suas metas. Estes resultados tem a força de pressionar ainda mais o governo a implementar o Food Modernization Act, que anda engavetado.

E nós, quanto vamos ter ferramentas para apurar de forma confiável nossas ocorrências, conhecer a causa de nossos problemas e então passar a medir, monitorar e gerenciar resultados? Não atingir metas pode ser ruim, mas não estabelecê-las é estar a muitos passos para trás.

 

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O pesticida carbendazim no suco de laranja

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O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo e cerca de 15% de seus embarques destinam-se aos Estados Unidos. Na verdade, destinavam-se, pois desde que foram detectados resíduos do pesticida carbendazim no suco de laranja brasileiro, a situação mudou.

O evento carbendazim na indústria brasileira de citros foi o tema da apresentação de Antonio Carlos Gonçalves, da Louis Dreyfuss Commodities, durante a 4ª Conferência Internacional da Eurofins, realizada em Indaiatuba, SP, nos dias 19 e 20 de julho de 2012.

Antonio Carlos fez uma abordagem bastante didática do assunto e faço aqui a transcrição de sua apresentação.

O Evento Carbendazim

Em 28 de dezembro de 2011, uma engarrafadora americana realizou testes de rotina para resíduos de pesticidas no suco de laranja. Por encontrar traços de carbendazim, a empresa informou a Agência de Controle (FDA). Como não havia uma tolerância prevista em regulamento, o FDA passou a analisar os sucos importados e a recusar lotes cuja amostra apresentasse residual acima de 10 ppb (micrograma por kg). Desde então, lotes de suco de laranja brasileiro e de outras origens tem sido rejeitados, não podendo entrar no país. Segundo a Agência Ambiental Americana (EPA), o carbendazim em baixos níveis não oferece risco à saúde, tanto que há limites de resíduos de carbendazim para outras culturas nos EUA, tais como uva e maçã. Além disso, o FDA não considerou necessário fazer nenhum recall do produto em comercialização, atitude que seria tomada imediatamente caso houvesse comprometimento da segurança do alimento.

Os limites permitidos de resíduo de carbendazim em suco de laranja diferem para cada mercado internacional. A recomendação do Codex Alimentarius é de 1 mg/kg, sendo que no Brasil o limite é 5 mg/kg e há outros valores para outros mercados: 0,2 mg/kg (União Européia), 10 mg/kg (Canadá), 3 mg/kg (Japão). Os limites de pesticidas em diferentes mercados podem ser consultados aqui.

A ação do FDA provocou reações imediatas dos produtores brasileiros que, por meio de reuniões envolvendo o Ministério das Relações Exteriores, o MAPA, o Ministério do Desenvolvimento, a Embaixada Brasileira nos EUA, FDA, EPA, USDA, entre outros, apresentaram duas propostas para o FDA:
1) Um phase out de 18 meses, ou seja, um intervalo de tempo com tolerância da presença de carbendazim até a chegada da próxima safra na qual não fosse aplicado este pesticida na cultura da laranja (6 meses entre janeiro e junho de 2012 mais 12 meses contados da safra de 2012);
2) Considerar o residual de carbendazim para o suco reconstituído, visto que não se consome suco concentrado puro. Como o fator de diluição para a reconstituição do suco é próximo de 5, os limites seriam: máximo de 10 ppb no suco reconstituído e máximo de 50 ppb no suco concentrado.
As duas propostas foram recusadas.

Ações da Fundecitrus

A associação dos citricultores (Fundecitrus) decidiu então pela remoção do carbendazim e do tiofanato metílico da Lista PIC/Fundecitrus, que é uma relação de ingredientes ativos de pesticidas que estão autorizados para uso na Produção Integrada de Citros (a lista pode ser acessada aqui). Esta decisão foi tomada em fevereiro de 2012. Adicionalmente, foi removeram este ativo nos contratos de compra da fruta pela indústria. Os produtores foram informados sobre o ocorrido e sobre a necessidade de parada do uso. Para lotes destinados aos EUA, são feitas análises das frutas e do produto acabado.

O Fundecitrus dispõe de um Comitê de Defensivos Agrícolas formado por técnicos de órgãos públicos e de empresas produtoras de sucos que faz o acompanhamento da atualização da legislação e dos limites internacionais dos ingredientes ativos dos pesticidas. Este grupo elaborou nova lista resultante do cruzamento da lista PIC Brasil com as dos EUA e União Europeia. Quando se sabe que algum ativo será eliminado da lista de algum destes mercados, pretende-se que os produtores brasileiros os retirem de uso antecipadamente. Isso que evitaria a repetição de problemas semelhantes ao do carbendazim.

No entanto, esta não é uma tarefa fácil. Muitos ativos ainda precisarão permanecer na lista, pois seus substitutos não estão regulamentados no Brasil e os processos são demorados. A simples retirada de um ativo da lista não é simples. É preciso haver opções para sua substituição, pois a redução de ativos para o controle de uma doença pode resultar em sua resistência frente aos outros ativos. Neste sentido, ações integradas com os órgãos reguladores no Brasil para agilizar os processos de lançamento e registro de novos ingredientes ativos são fundamentais.

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Aviso ao consumidor – quando é dever? Case em latas

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A leitora Heloísa Batista nos enviou uma foto muito interessante de sua viagem de férias a Argentina. Ela reparou que em todas as embalagens de latas de seu frigobar havia a mensagem “No consumir directamente del envase”.

Fui pesquisar então a origem desta mensagem e caí no “Guía de rotulado para alimentos envasados“.  Nele ficou claro que para nossos hermanos argentinos, trata-se de um requisito legal:

En el rótulo de las bebidas enlatadas con o sin alcohol, gasificadas o no, deberá consignarse con caracteres de buen realce y visibilidad y en un lugar destacado de la cara principal, la siguiente leyenda: “NO CONSUMIR DIRECTAMENTE DEL ENVASE” (15. Resolución Conjunta 83/2008 SPRRS y 312/2008 SAGPyA: Art. 235 tris capítulo V. CAA). 

O objetivo do aviso na embalagem é que todos os estabelecimentos tenham consciência da importância da lavagem das latas antes da venda e consumo, assim como criar no consumidor o hábito de cobrar essa medida, para que todos consumam produtos sem o risco de contrair alguma doença.

Comparando com a realidade brasileira, o que temos aqui é a transferência da responsabilidade para quem revende as bebidas, através da Portaria CVS6/99, válida para o Estado de São Paulo e que estabelece que se deve lavar em água potável as embalagens impermeáveis, antes de abrí-las (item 19.8). Já a Resolução 216/04, de abrangência nacional apresenta texto ainda mais indireto: “Quando aplicável, antes de iniciar a preparação dos alimentos, deve-se proceder à adequada limpeza das embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes, minimizando o risco de contaminação”. ( item 4.8.7)

De acordo com um estudo feito pelo CETEA em 2003, verifica-se que o maior nível de contaminação encontra-se nas embalagens de bebidas comercializadas por quiosques e ambulantes devido às más condições de armazenagem e manuseio no ponto de venda. Este estudo comprovou que as latas quando acondicionadas em embalagem secundária apresentaram um grau de contaminação muito pequeno (94,4% das amostras analisadas apresentaram contaminação inferior a 50 UFC/cm2) demonstrando que o problema não era proveniente do local de fabricação.

Ainda de acordo com o estudo realizado, a lavagem das latas com água corrente reduziu, em média, a contaminação microbiológica em 98,4% e 31,2% de aeróbios mesófilos e de bolores e leveduras, respectivamente; enquanto que a lavagem com detergente doméstico e água corrente reduziu, em média, tal contaminação em 99,8% e 72,0%, respectivamente.

Diante destes dados, a Procuradoria Pública do Rio de Janeiro notificou a ANVISA que reconheceu a necessidade de inclusão da advertência nas embalagens de bebidas orientando a sua lavagem antes do consumo, merecendo destaque o trecho em que esta Agência “aprova a divulgação da mensagem nas embalagens de latas de bebidas alertando o consumidor sobre a necessidade de lavar a lata antes do consumo ou não beber diretamente da lata obtida para consumo imediato”.

Anvisa reconheceu o fato, mas não houve ação concreta. O procurador fez o pedido e ANVISA respondeu  que era o MAPA que regulava sobre bebidas, e este por sua vez replicou que a contaminação se dá no ponto de venda e não na fabricação de bebidas e que esta era uma medida para promoção da saúde de responsabilidade da Anvisa. Como nenhuma ação de fato foi tomada, a Procuradoria Pública do Rio de Janeiro abriu uma ação pública contra a ANVISA em 2009

Ainda em 2009, ciente de que muitos consumidores acreditam que os lacres protetores que algumas marcas de bebida trazem em suas embalagens são suficientes para eliminar o perigo de contaminação devido à sensação de higiene que eles conferem aos produtos, a PRO TESTE avaliou se esses lacres realmente protegem as embalagens. O teste que simulou o resfriamento das bebidas com gelo proveniente de água contaminada demonstrou que a contaminação foi transferida da mesma forma para todas as latas, seja com ou sem lacre, demonstrando a ineficácia desta medida.

Em artigo publicado denominado O lacre não protege as latinhas, a PRO TESTE apoiou o Ministério Público e solicitou à Anvisa que todas as latas de cerveja tragam a advertência: “Esta embalagem deve ser lavada antes de aberta.”

A preocupação não é novidade em Taubaté, SP, uma vez que desde 2006  existe a LEI Nº 3.926, DE 11 DE ABRIL DE 2006, na qual se define que os estabelecimentos comerciais que vendem bebidas em latas para consumo de imediato ficam obrigados a afixar cartazes com os seguintes dizeres: “Lavar a lata antes de consumir a bebida”. Baixar aqui:  [wpdm_file id=30]

E você, é a favor ou contra ao aviso na embalagem de bebidas? Será que esta é uma medida eficaz para a preservação da saúde?

 

Autoria: Ana Cláudia Frota. Colaboração Heloísa Batista, Luis Fernando Mattos e Humberto Soares.

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EFSA questiona eficácia da inspeção visual de carcaças

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“As práticas atuais de inspeção sanitária de aves não são suficientes para combater alguns patógenos, diz a European Food Safety Authority (EFSA).”

Notícia publicada por Mark Astley em 02/07/2012, no site FoodQualityNews.com, descreve que os métodos europeus de inspecção de carnes de aves não são suficientes para controlar os riscos biológicos mais relevantes, tais como Campylobacter e Salmonella.

Em um relatório da EFSA – Supporting Publications 2012:EN-298 – que trata das práticas atuais de abate de aves e de inspeção de carnes de aves, é descrito que os métodos de inspeção atuais, que são visuais, não permitem que estes patógenos sejam detectados de forma adequada.

Foi relatado ainda que há uma falta de harmonização regulatória entre Estados Membros da União Europeia. “Este relatório mostra que a legislação atual não cobre os requisitos específicos de inspeção de carne de aves de uma forma ideal”, disse o relatório. “Não há harmonização suficiente, entre os diferentes Estados Membros, para a implementação do Reg. N º 854/04”. Adicional a isso, o relatório diz que “a legislação carece de um catálogo claro das causas de condenação e também não são especificadas as circunstâncias em que toda a carcaça deve ser rejeitada, ou se apenas as vísceras ou conjunto de vísceras afetados devem ser condenados “.

O estudo vem sendo realizado desde maio de 2010, com o objetivo de recomendar métodos que levam em conta os riscos não abordados por práticas de inspeção atuais. Este é o segundo de seis trabalhos que serão publicados, pois em 2011 foi publicada uma pesquisa semelhante relacionada à inspeção de carne suína. A EFSA vai publicar mais quatro pareceres, que abrange a inspeção de bovinos, ovinos e caprinos domésticos, caça de criação, e solípedes domésticos.

Logo após a publicação do relatório, a Food Standards Agency (FSA) do Reino Unido, elogiou o trabalho realizado ressaltando que o mesmo vem para melhorar a saúde pública e para fornecer base científica para a modernização da inspeção da carne de aves. Disse também que a EFSA tem argumentado há algum tempo que o sistema atual de controles oficiais de carnes não aborda os patógenos mais relevantes das carnes, que são microbiológicos e não podem ser detectados a olho nu.

O FSIS/USDA vem questionando os métodos clássicos de inspeção de aves desde 2008. Em novembro de 2011, o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar Americano publicou uma Avaliação de Risco detalhada sobre a Inspeção Sanitária no abate de aves. O link do relatório segue abaixo.

http://www.fsis.usda.gov/PDF/Poultry_Slaughter_Risk_Assess_Nov2011.pdf
Nesse documento, o FSIS propõe um novo sistema de controle, mudando de local a atuação do pessoal de inspeção em estabelecimentos de abate de aves. Segundo as diretrizes do novo sistema de inspeção, os estabelecimentos de abate de aves poderão decidir se vão operar com uma versão ligeiramente modificada do actual sistema de controle ou se vão adotar o novo sistema proposto.

A intenção do novo sistema é permitir que os recursos do FSIS sejam aplicados de forma mais eficiente. “Se essa eficiência não reduz (ou não muda) a ocorrência de patógenos de origem alimentar, tais como Salmonella e Campylobacter em produtos avícolas acabados, um benefício de saúde na rede pública pode ser projetado. Melhorias de eficiência devem ocorrer, permitindo que mais tempo e flexibilidade seja dado para o pessoal do FSIS para realizar atividades de verificação com base em fatores de risco para a saúde humana. O novo sistema proposto também pode impulsionar a inovação tecnológica da indústria, porque eles vão ter maior controle sobre a classificação de carcaça e estabelecer velocidades máximas de linha”, diz o documento.

Os inspetores do FSIS nas linhas de abate, como acontece na Europa, atualmente realizam inspeções de cada carcaça de aves para avaliar se aquela é própria para o consumo, enquanto que os inspetores do FSIS que não estão nas linhas de abate verificam se os estabelecimentos matêm operações sanitárias adequadas e promovem outros requisitos de saúde e segurança alimentar. “Na maioria das vezes, os inspetores de linha estão mais associados ao controle de qualidade dos produtos do que à segurança alimentar propriamente dita”, relata o FSIS.

No Brasil a norma de Inspeção Sanitária para estabelecimentos de abate de aves foi regulamentada pela Portaria SDA nº 210/1998. A referida Portaria é detalhada, define requisitos higiênico-sanitários das instalações e equipamentos, procedimentos de higiene do pessoal, procedimentos de inspeção ante e post mortem, critérios de julgamento de carcaças e até estabelece padrões para absorção de água pelas aves. Existe um número mínimo de inspetores de linha, de acordo com a velocidade do abate, e estes são contratados pelas empresas e cedidos ao Serviço de Inspeção. Essa equipe deve ser coordenada pelo Médico Veterinário Oficial, podendo ser auxiliado por Agentes de Inspeção também Oficiais.

É certo que a legislação de Inspeção de carne de aves aplicada hoje no mundo necessita ser revisada. Os americanos tendem a passar as atribuições da inspeção de linha para as empresas, como um autocontrole, e direcionar o seu contingente para atividades que sejam mais relacionadas à segurança alimentar, como verificações dos procedimentos sanitários. Por sua vez, a Europa não indica uma redução do pessoal nas linhas de inspeção, indica que regulamentos de inspeção sanitára para cada espécie de ave devem ser elaborados e enfatiza a importancia da inspeção sanitária para o controle das doenças dos animais.

A nossa Portaria 210, apesar de ainda ser bastante aplicável, é uma norma antiga e necessita de uma boa revisão. A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura publicou no dia 05/07/2012 a Portaria nº 79, que cria junto ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA uma Comissão Científica Consultiva em Patologia Animal. Este grupo terá como objetivo principal subsidiar tecnicamente o DIPOA na definição de critérios de julgamento de carcaças e vísceras, propondo revisões das normas atuais de inspeção ante e post mortem dos animais de abate. Esta notícia certamente vem a calhar com as recentes discussões sobre revisão das normas de inspeção, mas resta-nos saber como nossos regulamentos serão modernizados. Seguiremos os estudos americanos ou adotaremos os pareceres europeus?

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Europa publica relatório sobre resíduos de dioxina em alimentos

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A Autoridade Européia de Segurança de Alimentos publicou o relatório científico
Atualizações sobre o monitoramento dos níveis de dioxina em alimentos e rações
(EFSA Journal 2012;10(7):2832)

Para os recém-chegados, as dioxinas são substâncias persistentes no meio ambiente, bio-acumulativas nos organismos vivos, tendo afinidade pela gordura. Seus danos à saúde são vastos, de depressão do sistema imunológico, ataque ao sistema nervoso, danos ao sistema endócrino e reprodutivo a até câncer.

Destaquei algumas conclusões que me chamaram a atenção:

• Alimentos e rações de origem animal apresentaram níveis maiores de dioxinas e PCBs que outras de origem vegetal. Carne de enguia e fígado de peixe e derivados apresentaram maior média de contaminação tanto para dioxinas como PCBs.

Os níveis de dioxinas e DL-PCBs excederam o nível máximo permitido em 9,7% das amostras de alimentos e em 2,3% das rações.

• Uma queda nos níveis de contaminação por dioxina e PCD foram observadas durantes os entre 1995 e 2010 em três grupos selecionados para análise de tendências: leite cru e derivados do leite, ovos de galinha e derivados e carne de pescados (exceto enguia).

Carne de ovelha apresentou em média menos dioxinas e PCBs que a carne bovina.

Ovos de granja apresentaram quantidade significativamente menor de dioxina e PCBs do que as criadas livremente, em produção orgânica aberta. Salmão de cativeiro e truta apresentaram em média menos dioxinas e PCBs do que os de pesca selvagem.

Resumo:

Dioxins and polychlorinated biphenyls (PCBs) are environmentally persistent substances that have been associated with human health effects. Their presence in food and feed available on the European market is monitored. A total of 13,797 samples were assessed for dioxins and dioxin-like PCBs (DLPCBs) and 19,181 samples for non dioxin-like PCBs (NDL-PCBs). These samples were submitted between 1995 and 2010 by 26 European countries. At least one quantified congener of dioxins and DL-PCBs was found in almost all samples, whereas at least one NDL-PCB indicator was quantified in 68.4 % of the feed and 82.6 % of the food samples. “Meat from eels” and “Fish liver and derived products” contained the highest average contamination levels of both dioxins and PCBs. Levels of dioxins and DL-PCBs, and of NDL-PCBs were above the permitted maximum levels in respectively 10 % and 3 % of the food samples. Depending on the population group, defined as the combination of age class and the respective survey, average exposure to dioxins and DL-PCBs was estimated to be between 0.57 and 2.54 pg TEQWHO05/kg b.w. per day and the 95th percentile between 1.2 and 9.9 pg TEQWHO05/kg b.w. per day. Average exposure to NDL-PCB indicators was estimated to be between 4.3 and 25.7 ng/kg b.w. per day and the 95th percentile between 7.8 and 53.7 ng/kg b.w. per day. Fish, meat and dairy products appeared to be the highest contributing food groups to dietary exposure. Their relative importance depended on age and country of the consumer. A general decrease in dietary exposure of dioxins and DL-PCBs was observed between 2002-2004 and 2008-2010, estimated to be between 16.6 % and 79.3 % for the different population groups. A smaller decrease was observed for NDL-PCBs. Full compliance with legislative requirements for analysis and reporting would facilitate future Europe-wide risk assessments.

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União Européia x Ato de Modernização da Segurança de Alimentos

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Na implementação de seu Ato de Modernização da Segurança de Alimentos (FSMA), os EUA querem chegar  onde nenhum governo chegou antes com relação à proteção na importações de alimentos, mas a União Européia (UE) não está gostando muito do formato de gestão.

Auditorias de Terceira parte, inspeções, e procedimentos de verificação de fornecedores externos lideram a lista das preocupações da União Européia com a nova lei dos Estados Unidos. Considerando a influência da representatividade de 500 milhões de pessoas que falam 28 línguas, a UE também está em uma posição de dar seus limites.

FDA elaborou os legislações para implementação, mas a Secretaria Executiva de Gerenciamento e Orçamento da Casa Branca (OMB) parece estar segurando esses documentos.

A UE está preocupada que com o FSMA, os EUA estarão alcançando empresas individualmente em seus países membros ao invés de manter uma abordagem “governo a governo” para garantir a segurança de alimentos.

Ele sugeriu que os planos dos EUA de envolver auditorias de terceira parte vão contra algumas limitações imediatas envolvendo tanto o ambiente físico como o institucional. Ele disse que o sistema da União Européia é baseado nas autoridades nacionais e controles oficiais.

A abordagem da União Européia baseia-se em auditor autoridades nacionais de nações membro, não empresas individuais. Se acredita que a relação fique assimétrica: de um lado UE – o maior Mercado de alimentos no mundo – fazendo apenas 3 ou 4 auditorias por ano nos EUA, e o FDA auditando centenas de empresas européias.

Também não está sendo bem vista a questão do FDA cobrar o serviço de auditoria das empresas.

A expectativa é de consenso, já que as raízes legais das duas partes são as mesmas.

As discussões sobre o Ato surgiram no segundo dia da reunião anual da Associação Internacional para Proteção de Alimentos (IAFP), em Providence.

Fonte: http://www.foodsafetynews.com/2012/07/eu-doesnt-like-much-of-food-safety-modernization-act/

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Higiene de restaurantes acessível ao público

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Ás vésperas dos jogos olímpicos, a Food Standards Agency (FSA) e as autoridades sanitárias locais de saúde do Reino Unido  (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) finalizaram um mutirão de inspeções de higiene alimentar no mês passado. O objetivo foi proporcionar ao público um ranking de desempenho de serviços de alimentação.

Os proprietários de cafés, restaurantes e delicatessem estão sendo incentivados a publicarem em seus estabelecimentos a nota obtida, que vai de 1 a 5. A prática não é mandatória, mas mais da metade dos estabelecimentos já aderiu e as notas estão disponíveis online.

Em nova York, a secretaria municipal de saúde obriga a publicação da nota  obtida na inspeção desde 2010 a 24000 estabelecimento, e em 2012 o prefeito creditou a notável redução de surtos de Salmonella à esta conduta. Nos EUA há iniciativas isoladas em alguns estados, inclusive aplicados à ambulantes.

E no Brasil?

A ANVISA este ano disponibilizou pela primeira vez o Ranking de segurança sanitária de navios de cruzeiros. A pontuação vai de A a D, e as notas variaram ao longo de  toda a escala.

Algumas iniciativas municipais, compulsórias ou voluntárias de adesão a um selo da qualidade:

Capitão Leônidas Marques, PR.

São Sebastião do Caí, RS.

Nova Mutum, MT

Votuporanga, SP

Teixeira de Freitas, BA

Tenho conhecimento de outros municípios que criaram Selo de Qualidade no passado, mas morreram na praia por não terem fôlego de atender a demanda de inspeções, como foi o caso de Campinas e Santo André. Para cidades grandes, a complexidade da operação parece tornar utópica a implementação destas ações. Que nossos colegas nova-iorquinos contem o segredo…

 

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