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MAPA divulga informações sobre o monitoramento de pesticidas e contaminantes em vegetais

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou no dia 27 de junho, a relação das 21 culturas agrícolas que serão monitoradas em relação aos resíduos de praguicidas e contaminantes na safra 2013-2014. A medida faz parte de um programa anual, instituído em 2008, com objetivo de monitorar a frequência e os níveis de resíduos e contaminantes em vegetais, além de investigar e controlar os produtos agropecuários provenientes de propriedades suspeitas de violações (PNCRC/Vegetal). A cada ano, uma Instrução Normativa é publicada contendo as culturas e os parâmetros monitorados no ano-safra correspondente. Este ano, as culturas serão as seguintes: abacaxi, alho, amêndoa de cacau, amendoim, arroz, banana, batata, café, castanha do Brasil, cebola, feijão, kiwi, maçã, mamão, manga,  milho, pimenta, soja, tomate, trigo e uva.

Ao todo, o plano prevê análise de 1875 amostras. Os produtos serão coletados nos estabelecimentos produtores, beneficiadores e nas centrais de abastecimento. No último levantamento, divulgado em janeiro de 2013, as culturas que apresentaram os menores índices de conformidades foram: pêssego (14%), pimentão (38%), trigo (47%) e morango (50%).

Conforme a percepção de representantes do MAPA, nem sempre as não conformidades registradas no monitoramento de pesticidas comprometem a segurança dos produtos, pois em alguns casos, referem-se a resíduos de pesticidas ainda não aprovados para aquela cultura, mas em processo de aprovação e presentes em nível baixo, portanto podem não configurar um risco à saúde.

No caso do pêssego, os frutos importados da Argentina e Chile tiveram índice zero de conformidade, pois os ativos encontrados não são previstos nas normas brasileiras para uso no pêssego, mas são autorizados para outras culturas (com uma única exceção). Houve, porém, amostras da fruta coletadas no RS e SC que continham ometoato, um ativo proibido no Brasil. Em relação ao trigo, o baixo índice geral deveu-se ao produto importado da Argentina, que continha três ativos proibidos em nosso país, sendo que um deles também foi detectado no trigo produzido em MG. Já o trigo produzido no PR e DF teve 100% de aprovação. Para mais detalhes, consulte a tabela completa, com dados por região e princípio ativo, clicando aqui

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Uso de aspartame completa 30 anos e Agência Europeia faz sua reavaliação

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Em julho de 1983, portanto há 30 anos, a FDA, agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA, aprovou o uso do aspartame em refrigerantes. Dois anos antes, em 1981, a Agência já havia liberado o aspartame como adoçante de mesa e para uso em cereais, café solúvel, chás, pudins, recheios e coberturas. Desde então, o aspartame tornou-se um dos mais consumidos – e mais controversos – aditivos alimentares em todo o mundo. De um lado, há o desejo do consumidor por um substituto do açúcar seguro e com menor potencial calórico e do outro, o medo deste mesmo consumidor de ser enganado por uma conspiração entre a indústria e os órgãos reguladores.

Exemplos desta tensão não faltam. Tempos atrás, circulou na internet uma mensagem falsa, supostamente escrita por uma médica e que relacionava o aspartame à ocorrência de quase todas as doenças imagináveis, como esclerose múltipla, mal de Parkinson, câncer, fibromialgia, tontura, dor de cabeça, zumbido no ouvido, dores articulares, depressão, ataques de ansiedade, fala atrapalhada, visão borrada e muitas outras, até perda de memória. A mensagem motivou, inclusive, a divulgação de um Informe Técnico da Anvisa, atualizado em janeiro de 2012, cuja leitura recomendo aos interessados.

Em 2005, houve um estudo realizado na Itália sobre a possível associação entre o consumo de aspartame e a indução de câncer em ratos. A Câmara Técnica de Alimentos da Anvisa considerou que os dados apresentados neste estudo são insuficientes para estabelecer uma relação direta entre o desenvolvimento destas doenças e o consumo de aspartame. A Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) também avaliou este estudo em três oportunidades diferentesinclusive com acesso direto aos dados, e chegou à mesma conclusão.

Por que o aspartame seria tóxico?

O aspartame, também conhecido por um de seus nomes comerciais, Nutrasweet®, é um edulcorante (“substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento”) com poder adoçante 200 vezes maior do que o açúcar. A preocupação com sua possível toxicidade deve-se à possibilidade da dissociação da molécula de aspartame no alimento com liberação de metanol, composto reconhecidamente tóxico.

No entanto, frutas cítricas, tomate e outras frutas também contêm altos teores de metanol, que é metabolizado naturalmente pelo organismo. A quantidade de metanol proveniente do aspartame necessário para adoçar uma lata de refrigerante equivale à quantidade liberada pelo mesmo volume de suco de laranja ou de maçã, sendo muito inferior à do suco de tomate e de uva.

O aspartame foi objeto de extensa investigação nestes 30 anos, incluindo pesquisas clínicas, estudos epidemiológicos e de exposição. Existe um consenso entre os diversos comitês internacionais considerando o aspartame seguro, quando consumido dentro da Ingestão Diária Aceitável* (40 mg/kg p.c).

A Autoridade Europeia para Segurança de Alimentos tem um programa de reavaliação sistemática de todos os aditivos alimentares aprovados antes de janeiro de 2009. A reavaliação do aspartame, programada para 2020, foi antecipada para 2013 e já está em andamento. O relatório final desta reavaliação deverá estar pronto até novembro deste ano.

No Brasil, os limites de uso dos edulcorantes em alimentos constam da Resolução RDC n° 18 de 2008, da Anvisa.

– *IDA (Ingestão Diária Aceitável): estimativa da quantidade da substância no alimento ou bebida, expressa em base de peso corpóreo, que pode ser ingerida diariamente por toda vida sem risco apreciável; é estabelecida em unidades de miligrama por kg de peso corpóreo (mg/Kg p.c.).

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Fraudadores de leite pegando cada vez mais pesado

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Fiz uma comparação sobre os dois mais emblemáticos casos de fraude no leite da história: O caso Parmalat, ou Ouro Branco, de 2007, e o recente caso do  Leite compensado.

No primeiro, o objetivo era mascarar a má qualidade de um leite em vias de deterioração e evitar reprovação ao chegar na fábrica: a fórmula foi adicionar um antimicrobiano já comumente usado na indústria de alimentos para desinfecção de embalagens e a soda cáustica para neutralizar a acidez que se desenvolve no leite por ação das bactérias lácticas. Assim:

Água oxigenada + soda cáustica = leite com processo de deterioração bloqueado

Veja o informe técnico da Anvisa, que conclui que não há grandes preocupações com a saúde, dado que ambos “ingredientes” acabam sendo neutralizados/consumidos no produto. Ficou a preocupação pela pureza destes “aditivos” e possíveis resíduos, como por exemplo metais pesados.

No segundo, o foco era usar uma fórmula vendida por 10 mil Reais, na qual o leite “rendia” 10% a mais.

Leite + água + uréia + formol = leite mais lucrativo

A “fundamentação técnica”  da receita foi a adição de um componente que tem semelhança química com a proteína (a uréia), e que poderia disfarçar um teste rotineiro de controle de qualidade. Assim, mesmo diluído, o leite passava nas análises. O formol era usado como um “conservante”, este sendo confirmadamente cancerígeno ao ser humano. A qualidade de água… bem… isso era um detalhe sem a menor importância para os fraudadores.  

Dessa vez, o parecer da Anvisa é claro sobre os riscos à saúde fruto deste esquema que tem rendido várias detenções.

Os impactos à saúde deste esquema não serão percebidos de forma imediata como foi escândalo da melamina na China, onde mais uma vez, o leite diluído foi adicionado de uma substância que simula ser proteína, mas no caso, era um plastificante que obstruiu os rins de milhares de bebês.

Até onde poderá chegar a ambição humana e sofisticação das fraudes?

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A cafeína no banco dos réus

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O uso indiscriminado de cafeína em bebidas e alimentos para obter efeitos estimulantes pode estar com os dias contados nos EUA. O cerco começou em outubro de 2012 quando a FDA, agência que controla alimentos e medicamentos, anunciou a investigação de cinco mortes no país relacionadas ao consumo de bebida energética. O órgão decidiu abrir o inquérito após receber a denúncia da mãe de uma jovem de 14 anos que morreu após sofrer arritmia cardíaca depois de ingerir duas latas grandes (750 mL) de bebida energética.

Em novembro, uma notícia do New York Times informava que uma bebida energética altamente cafeinada (5-Hour Energy) poderia estar envolvida em outras 13 mortes.

Em dezembro foi a vez da organização de consumidores Consumer Reports publicar um relatório em que analisou os teores de cafeína de 27 bebidas energéticas, constatando uma grande variação entre as diferentes marcas.

O cerco ganhou aliados fortes em 2013. Em março, uma carta aberta sobre o uso de cafeína em bebidas energéticas foi encaminhada à FDA, assinada por médicos das mais conceituadas universidades e centros de pesquisa do país, solicitando ação imediata para proteger crianças e jovens dos energéticos altamente cafeinados.

Em abril, a empresa de confeitos Wrigley (subsidiária da Mars) lançou um pacote de chicles cafeinados, com cada peça contendo tanta cafeína quanto metade de um copo de café. Foi a gota d’água para a o FDA anunciar que, em resposta à tendência de adicionar cafeína em um número crescente de produtos, a agência irá investigar a segurança da cafeína em alimentos, particularmente os seus efeitos sobre as crianças e adolescentes. Michael R. Taylor, vice-comissário para alimentos e medicina veterinária na FDA, considera que o chicle cafeinado é apenas mais um exemplo infeliz desta tendência. Além das bebidas energéticas com publicidade agressiva dirigida ao público jovem, as indústrias estão adicionando cafeína às balas de goma, marshmallows, sementes de girassol, waffles, etc.

Por meio de Taylor, a FDA informou que pretende entender melhor o consumo de cafeína e seus padrões de uso e determinar um nível seguro para seu consumo, considerando o potencial de consumo por crianças e adolescentes.

Para os adultos saudáveis, a FDA considera aceitável até 400 miligramas de cafeína por dia, que é cerca de quatro ou cinco xícaras de café. Esta quantidade não é geralmente associada com efeitos negativos. A FDA não estabeleceu um nível especifico para as crianças, mas a Academia Americana de Pediatria não recomenda o consumo de cafeína e outros estimulantes por crianças e adolescentes.

É possível que a FDA imponha limites sobre a quantidade de cafeína em alguns produtos. Em 2010, a Agência retirou do mercado as bebidas alcoólicas com cafeína, principalmente as de malte, por causa de estudos que indicam que a ingestão combinada de cafeína e álcool pode levar a situações de perigo e risco de vida. A cafeína tende a mascarar os estímulos sensoriais de que as pessoas normalmente dependem para determinar seu nível de embriaguez.

Taylor acena, no entanto, para a possibilidade de uma restrição do teor de cafeína feita de forma voluntária pela indústria. É esperar para ver.

Legislação EUA X Brasil 

Nos EUA, por ser considerada substância segura (GRAS = Generally Recognized As Safe), a declaração da quantidade de cafeína presente em bebidas energéticas não é obrigatória. Já no Brasil, a Resolução 273/2005, da Anvisa, estipula um teor máximo de  cafeína de 35 mg/100 mL e torna obrigatório declarar a quantidade de cafeína presente na porção do produto. Como as latinhas de energético, em sua maioria, contêm 250 mL ou quantidade próxima, o total de cafeína em cada uma delas costuma ser declarado como 80 mg.

Além disso, devem constar, obrigatoriamente, na embalagem, as seguintes advertências, em destaque e em negrito:

a)”Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto”.

b) “Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica”.

Não são permitidas expressões tais como “energético”, “estimulante”, “potencializador”, “melhora de desempenho” ou frase(s) equivalente(s), inclusive em outros idiomas.

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Ciguatoxina, o perigo de consumir peixes de coral

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Quem gosta de peixes de coral, como garoupas e pargos, deve ficar atento. Recentemente a Alemanha confirmou seu primeiro surto de intoxicação por ciguatoxina proveniente de peixes. O surto ocorreu no final de 2012 e foi causado por filés de pargo, que um importador alemão trouxe de uma distribuidora indiana. As autoridades alemãs notificaram um total de 14 pessoas envolvidas, sem vítimas fatais.

A demora na confirmação da causa do surto deveu-se à dificuldade em identificar a ciguatoxina, pela inexistência de um método oficial padronizado e porque a intoxicação se dá em concentrações extremamente baixas. Além disso, são conhecidas diferentes estruturas químicas das ciguatoxinas, que variam com o local de origem.

Segundo os cientistas alemães, até recentemente este tipo de intoxicação estava restrito a certas regiões do mundo, próximas aos grandes recifes de corais. Com o aumento do comércio mundial de peixes exóticos tropicais e subtropicais, espera-se um aumento na incidência deste tipo de intoxicação.

Origem e Sintomas

A ciguatoxina é produzida por várias espécies de dinoflagelados, pequenos organismos do plâncton marinho, presentes nos recifes de coral do Caribe e dos Oceanos Índico e Pacífico. A fonte mais comum de ciguatoxina é a espécie Gambierdiscus toxicus. Estas algas são consumidas por muitas espécies de peixes e, ao longo da cadeia alimentar, a ciguatoxina vai se acumulando nos tecidos dos animais marinhos. Os animais mais próximos do topo da cadeia, como as garoupas e os chamados peixes de coral, tendem a acumular maiores quantidades da toxina, em razão dos processos de bioacumulação e biomagnificação.

Os sintomas iniciais da intoxicação por ciguatoxina incluem náuseas, vômitos e diarreia. A maioria das vítimas também relata outras sensações desagradáveis, como queimação, formigamento e dor em contato com o frio. Perda de sensibilidade nas mãos e nos pés, fraqueza e dor muscular, ondas de calor e de frio também podem ocorrer. As perturbações raramente são fatais, mas podem persistir por meses.

É possível identificar, pelo aspecto, os peixes com ciguatoxina?

A ciguatoxina, em regra, acumula-se na cabeça, pele, vísceras e nos órgãos reprodutores dos peixes, sem, porém, causar quaisquer sintomas ou tornar os peixes doentes. Por isso um peixe tóxico não pode ser identificado pelo seu aspecto, odor ou textura da sua carne.

A ciguatoxina não é degradada pelo calor, de forma que os métodos tradicionais para o preparo de peixes e frutos do mar não são capazes de inativá-la. Por precaução, evite consumir grandes quantidades de peixes de coral de uma só vez (como garoupas, meros, dentões, ciobas, pargos), e não coma a cabeça, pele, vísceras e ovas destes peixes, partes em que a toxina se concentra. Ao consumir peixes de coral, evite o consumo de bebidas alcoólicas, nozes ou feijão, pois estes alimentos tendem a agravar os sintomas de intoxicação alimentar.

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Alimentos “politicamente seguros”: arsênio, agrotóxicos e mais

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Imagem: CEAGESP

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Organização de consumidores pressiona FDA a se posicionar sobre arsênio em arroz

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Nos EUA, a organização de consumidores Consumer Reports divulgou, em sua publicação de novembro de 2012, dados preocupantes sobre a contaminação por arsênio em arroz e produtos à base de arroz.

A organização testou mais de 200 produtos, incluindo itens tradicionais de marcas famosas, alimentos orgânicos e outros da categoria “sem glúten”.  Em praticamente todos os produtos testados foram encontradas quantidades mensuráveis de arsênio total em suas duas formas: orgânica e inorgânica. 

O arsênio inorgânico tem efeitos carcinogênicos a longo prazo. O arsênio orgânico é menos tóxico, mas ainda nocivo. Além disso, a organização expressa sua preocupação por se tratar de alimentos populares, consumidos por adultos e crianças em grandes quantidades. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) assume que não há, na verdade, um nível “seguro” de exposição ao arsênio inorgânico. Não existe nos EUA um limite federal para o arsênio na maioria dos alimentos, mas o padrão aceitável para água potável é de 10 partes por bilhão (ppb). Usando este padrão, uma única porção de alguns tipos de arroz analisados poderia dar, a um adulto médio, quase uma vez e meia o arsênico inorgânico que ele obteria pelo consumo de um dia inteiro de água (cerca de 1 litro).  Alguns cereais infantis de arroz, que são muitas vezes o primeiro alimento sólido do bebê, tinham níveis de arsênio inorgânico pelo menos cinco vezes maior do que foi encontrado em outras alternativas como a aveia. Com base nestes resultados, a organização sugere a seus associados e aos consumidores em geral, limitar o consumo de produtos de arroz. Recomenda ainda que os bebês não comam mais do que uma porção de cereal infantil de arroz por dia, em média. Eles reconhecem que sua amostragem foi apenas uma fotografia do mercado, com muitos produtos comprados apenas na área metropolitana de Nova York e arredores, mas cobram do FDA (Food and Drug Administration) que defina os limites de arsênio em arroz e sucos de frutas como um ponto de partida.

O arroz absorve arsênio do solo ou de água muito mais eficazmente do que a maioria das plantas. Por ser cultivado em grandes áreas inundadas, o arsênio pode ser facilmente absorvido pelas raízes e armazenado nos grãos.  

Até o momento, o FDA divulgou um resultado parcial de suas próprias análises de arsênio em produtos de arroz. Embora admita que seus resultados sejam semelhantes aos da Consumer Reports, a Agência não fez nenhuma recomendação sobre o consumo destes produtos, preferindo aguardar a conclusão de suas análises para avaliar o assunto. Esta posição do FDA já foi assunto de um post publicado no blog Food Safety Brazil.

Para saber mais, consulte o relatório original da Consumer Reports.

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Arsênio em arroz preocupa os americanos

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Nos Estados Unidos, a Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos (FDA) vem testando a presença de arsênio em arroz por cerca de 20 anos. Em 19 de setembro de 2012, foram divulgados os primeiros resultados destas análises, compreendendo cerca de 200 amostras de arroz e produtos derivados. Mais de mil amostras ainda estão sendo analisadas e o FDA publicará os resultados assim que estiverem disponíveis.
As amostras incluíram várias marcas de arroz e produtos contendo arroz, tais como cereais matinais, bolos e bebidas e foram testadas para arsênio total e arsênio inorgânico.
O arsênio ou arsênico é um elemento químico presente no meio ambiente, originário tanto de fontes naturais, como erosão rochosa e erupções vulcânicas, como da atividade humana (principalmente mineração, fundição de minérios e pesticidas agrícolas). Pode se apresentar em duas formas: orgânico e inorgânico, sendo que o conjunto é referido como “arsênio total”. As formas inorgânicas de arsênio têm sido associadas com efeitos nocivos à saúde a longo prazo, como taxas mais altas de câncer de pele, bexiga e pulmão, assim como doenças cardíacas. O arsênio pode estar presente em muitos alimentos, incluindo grãos, frutas e vegetais. O arroz pode absorver arsênio do solo e da água mais facilmente que outros grãos.
Com base nos dados apresentados e na literatura científica, a FDA não está recomendando aos consumidores mudanças no consumo de arroz ou seus derivados. Ela os aconselha a comer uma dieta equilibrada, incluindo uma grande variedade de grãos, não só para uma boa nutrição, mas também para minimizar quaisquer potenciais consequências de consumir grande quantidade de um alimento em particular.
O FDA tem o objetivo de completar a coleta adicional e a análise de amostras até o final de 2012. Após a conclusão, a FDA vai realizar uma avaliação completa dos riscos e atualizar as recomendações, se necessário.
No Brasil, a Portaria 685, de 1998, estabelece valor máximo de 1,0 mg/kg de arsênio em cereais e produtos à base de cereais. Contudo, o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, do MAPA, não inclui a análise de arsênio em seu escopo analítico.
Para mais  informações, clique aqui

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5º Seminário Anual sobre Contaminantes em Alimentos – CONALI

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O blog Food Safety Brazil teve sua participação facilitada no 5º Seminário Anual sobre Contaminantes em Alimentos – CONALI no ITAL, em Campinas – SP, de 08 e 09/10/12.

Os destaques foram:

Boas Notícias

 1 – LEITE apresenta níveis de endectocidas dentro de níveis aceitáveis.

Endectocidas são as drogas usadas contra parasitas externos e internos em bovinos e suínos.

 Foram analisadas 104 amostras de yogurte e 205 de leite e os resultados demonstraram que o consumo de produtos lácteos não representa risco à população de Campinas para as drogas Eprinomectina, Moxidectina, Abamectina, Doramectina e Ivermectina.

 2 – BENZENO E CLOROPROPANÓIS

Estudos inéditos de margem de exposição (MOE) demonstraram que não a exposição da população brasileira a estes compostos não é preocupante, não necessitando de ações da saúde pública

Entretanto deve-se evitar consumo excessivo de guaraná e suco de pêssego que apresentaram os maiores níveis de benzeno.

3 – Desenvolvido método de detecção de adulteração em bebidas

Andressa Nogueira da UNESP de Botucatu apresentou trabalho em que comprova a possibilidade de detecção de adulteração de bebidas com o uso de isótopos estáveis ambientais.

As fraudes mais comuns em bebidas são:
– Sucos de frutas com uso excessivo de açúcar ao invés da póla da fruta;
– refrigerantes com o suco da fruta abaixo do limite legal;
– vinhos e fermentados com adição de álcool ou açúcar em excesso
– vinagres que usam álcool como matéria prima
– cervejas com uso abusivo de adjuntos (milho e arroz)

 Notícias Preocupantes

1 – A população brasileira vem consumido furano em níveis muito preocupantes. Café e papinhas para bebês são os principais vilões

Trabalho apresentado pelo Dr. Eduardo Vicente – ITAL

 Molécula de furano

O furano, considerado provável ou possível carcinógeno humano, é formado durante processos térmicos nos alimentos, como, por exemplo, durante a torrefação do café, associado à degradação térmica de carbohidratos dentre outras rotas.

O cálculo da exposição da população para o furano revelou que este contaminante é uma preocupação potencial de saúde pública, tanto para a população infantil quanto para a população geral. O consumo de papinhas industrializadas à base de carnes e legumes foi responsável por aproximadamente 90% da exposição da população infantil ao furano por este tipo de alimento e o consumo de café foi responsável por 78% da exposição total ao furano considerando a população adulta. A Margem de Exposição (MOE) ao furano foi de 507 a 2004 sendo que valores abaixo de 10000 são preocupantes à saúde pública.

A situação torna-se ainda mais grave pois não existe comprovação de medidas eficazes para a redução do furano.

2 – Região de Santo Amaro da Purificação – BA contaminada por chumbo

Trabalho apresentado por Daniela Arquete – ANVISA

O problema é antigo mas até hoje persistem concentrações ambientais elevadas e na população exposta.

O chumbo é neurotóxico, leva a uma diminuição do QI e aumento da pressão arterial. Em 2010 morreram 163 nigerianos por contaminação com chumbo, a maioria crianças menores de 5 anos.

3 – Encontrado níveis de alumínio acima do permitido em mistura para bolos, bolos prontos e alguns produtos à base de soja                                    

Trabalho apresentado por Daniela Arquete – ANVISA

Foram pesquisados 1081 produtos disponíveis no mercado na região de Campinas – SP.

De todos os alimentos investigados o BOLO foi identificado como a principal fonte potencial de exposição ao alumínio, onde segundo cálculo de perfil de consumo as crianças estão consumindo até 15 mg Alumínio por kg de peso corpóreo proveniente de bolos, sendo que a recomendação do JECFA (europeia) é de no máximo 2.

 O fermentos químicos 541i e 541ii e o antiumectantes INS 554 presentes em diversos produtos são os grandes vilões. Perigo também aumentado especificamente para bebês que se alimentam com grande parte da dieta à base de soja.

O Alumínio apresenta toxicidade ligada ao sistema neurológico e reprodutivo.

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Corantes artificiais causam hiperatividade em crianças?

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Há estudos sugerindo que pode haver uma relação entre a ingestão de aditivos alimentares e efeitos comportamentais em crianças, mas sua validade é controversa.

Quando se trata de corantes artificiais, a questão fica ainda mais complexa por envolver o antagonismo “natural x artificial”, assunto já discutido aqui.

Em geral, as pesquisas que fazem este tipo de associação utilizam metodologias discutíveis, quando não incorretas. Vamos analisar um caso que teve certa repercussão, sobretudo na Europa.

Um estudo de pesquisadores ingleses publicado em 2007 na revista The Lancet concluiu que a ingestão de uma mistura de corantes artificiais associada ao conservante benzoato de sódio poderia causar um aumento da hiperatividade em certos grupos de crianças. No estudo, a maneira de “medir” a hiperatividade foi um indicador denominado de Global Hiperactivity Aggreggate (GHA). Este índice numérico não tem validade clínica e foi criado apenas para este estudo. Ele foi calculado por meio de uma pontuação dada ao comportamento das crianças por seus professores, por observadores situados nas salas de aula e por seus pais. Para as crianças de 8-9 anos, o índice também incluiu um teste computadorizado de atenção.

Na pesquisa, duas misturas de bebidas foram dadas às crianças na forma de suco de frutas:
– Mistura A, contendo quatro tipos de corantes artificiais e mais o conservador benzoato de sódio;
– Mistura B, contendo outros quatro tipos de corantes artificiais e também o conservador benzoato de sódio.
A escolha da mistura A foi baseada num polêmico estudo anterior sobre o mesmo assunto e a mistura B representava os corantes mais utilizados em produtos alimentícios no Reino Unido. O benzoato é um conservante usado geralmente em refrigerantes e outras bebidas.

Como controle, um terceiro grupo de crianças recebeu apenas placebo, ou seja, sucos de frutas sem corantes e sem conservante.

O experimento durou 6 semanas e apresentou os seguintes resultados:
– Nas crianças de 3 anos, houve aumento significativo do indicador GHA para o grupo que recebeu a mistura A em comparação com o grupo de controle. 
– Para o grupo de 8-9 anos, houve efeito significativo no índice GHA das crianças que receberam as misturas A e B quando comparadas às que receberam placebo.

Erros e lacunas

Por solicitação da Autoridade Europeia de Controle de Alimentos (EFSA), um grupo de 19 cientistas avaliou a pesquisa e emitiu um detalhado parecer científico, publicado no EFSA Journal, em 2008.

Primeiramente, utilizando os dados originais, este painel de cientistas constatou erro na análise estatística dos resultados apresentados e recalculou o valor GHA. Pelo cálculo correto, concluiu-se que:
– Nas crianças de 3 anos, não houve aumento significativo do indicador GHA nem para o grupo que recebeu a mistura A nem para o que recebeu a mistura B, em comparação com o grupo que recebeu placebo. 
– Somente para o grupo de 8-9 anos, houve efeito significativo no índice GHA das crianças que receberam apenas a mistura A, quando comparadas às que receberam placebo.

Além disso, o Painel também fez os cálculos utilizando um índice GHA no qual as pontuações dadas pelos pais foram excluídas, ou seja, considerando apenas as pontuações de observadores independentes e dos professores. Os resultados desta nova análise indicaram que os efeitos significativos registrados inicialmente nas crianças de 3 anos foram largamente direcionados pela observação dos pais. Em pesquisas deste tipo, não se recomenda a utilização de pais como observadores do comportamento dos filhos. 

O Painel concluiu que o estudo provê uma evidência limitada de que uma mistura de corantes sintéticos mais benzoato de sódio tem um pequeno efeito na atividade e atenção de algumas crianças selecionadas na população em geral, embora os efeitos não sejam observados para as crianças de todas as faixas etárias e não sejam consistentes para as duas misturas testadas.

A descoberta pode ser relevante apenas para indivíduos específicos numa população, que sejam sensíveis aos aditivos alimentares ou aos corantes sintéticos em particular. Contudo, não é possível avaliar a prevalência desta sensibilidade na população em geral e dados confiáveis sobre sensibilidade aos aditivos isoladamente não são disponíveis.

O significado clínico dos efeitos observados permanece obscuro, uma vez que não se sabe se estas pequenas alterações na atenção e atividade poderiam interferir no trabalho escolar ou em outras funções intelectuais.

O parecer dos especialistas ainda enumerou outras lacunas e falhas metodológicas do estudo, como a impossibilidade de avaliar os resultados com respeito aos efeitos unitários dos aditivos testados e o fato de o indicador GHA não ter significado clínico. Também não se conhece nenhum mecanismo biológico capaz de induzir efeitos comportamentais pelo consumo de corantes artificiais.

Analisando as evidências e as consideráveis incorreções, o Painel dos cientistas da Autoridade Europeia decidiu que os dados do estudo não podem ser usados para promover alterações da Ingestão Diária Aceitável (IDA) dos corantes analisados nem do benzoato de sódio.

Fontes:

McCann, D., Barrett, A., Cooper, C., Crumpler, D., Dalen, L., Grimshaw, K., Kitchin, E., Lok, K., Porteous, L., Prince, E., Sonuga-Barke, E., O’Warner, J., Stevenson, J., 2007. Food additives and hyperactive behaviour in 3-year-old and 8/9-year-old children in the community a randomized, double-blinded, placebo-controlled trial. The Lancet, Vol. 370, Issue 9598, 1560-1567.

Scientific Opinion of the Panel on Food Additives, Flavourings, Processing Aids and Food Contact Materials (AFC) on a request from the Commission on the results of the study by McCann et al. (2007) on the effect of some colours and sodium benzoate on children’s behaviour. The EFSA Journal (2008) 660, 1-53.

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O monitoramento ambiental e a segurança de alimentos: DDT e biomagnificação

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Durante a IV Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos organizada pela Eurofins (Indaiatuba, SP, 19 e 20/07/12), a apresentadora Maria Yumiko Tominaga, gerente da Divisão de Análises Físico-Quimicas da Cetesb, destacou a importância do monitoramento ambiental para a gestão da segurança do alimento.

Uma das figuras apresentadas em sua palestra me chamou particularmente a atenção:

 DDT_ambiente

Trata-se de uma  figura retirada do  livro “Living in the environment” (Scott Spoolman and G. Miller, 2011) e ilustra um estudo clássico sobre a biomagnificação do pesticida DDT.

Biomagnificação é o aumento da concentração de contaminantes nos tecidos vivos à medida que se avança nos níveis tróficos da cadeia alimentar. Este aumento é resultante principalmente da dieta alimentar.

Observem a figura. No estudo apresentado, as águas da região próxima de Long Island, no estado de Nova York, nos anos 1960, estavam contaminadas com 0,000003 ppm do pesticida DDT. Já os peixes pequenos chegavam a apresentar 0,5 ppm de DDT e nos pássaros que se alimentavam exclusivamente de peixes, como as águias marinhas (ospreys), a concentração de DDT chegou a 25 ppm. Fazendo as contas, o aumento na concentração de DDT ou sua biomagnificação foi de 8.300.000 vezes! Como consequência, as cascas dos ovos destas aves tornavam-se tão frágeis que elas não conseguiam mais se reproduzir, o que quase causou a extinção da espécie.

Estudos como este levaram ao banimento do uso do DDT nos Estados Unidos, o que ocorreu em 1972 e possibilitou a recuperação gradual da população desta e de outras aves marinhas.

Pensando que somos o último nível da cadeia alimentar e em tudo que pode estar contido no meio ambiente, mesmo na água ou no alimento que não ingerimos diretamente, mas que é ingerido pelos animais que consumimos, é fácil entender por que o monitoramento ambiental é considerado mais um pilar da Segurança dos Alimentos.

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