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Exposição de crianças aos corantes artificiais continua preocupando

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Os pesquisadores e a comunidade científica têm debatido, nos últimos 40 anos, se há uma ligação entre o consumo de corantes artificiais e a hiperatividade em crianças.

Em 2011, o FDA concluiu que, com base em todos os dados disponíveis, não foi possível estabelecer relação de causalidade entre o consumo infantil de corantes sintéticos e efeitos adversos comportamentais, incluindo hiperatividade. Uma conclusão idêntica já tinha sido divulgada pela Autoridade Europeia em Segurança de Alimentos em 2008, tendo sido inclusive o assunto de um post bem detalhado publicado aqui. Mesmo assim, o comitê do FDA recomendou recentemente uma pesquisa adicional, incluindo a avaliação da exposição de crianças e adolescentes aos corantes artificiais.

Em 13 de agosto último, durante o Encontro Nacional da American Chemical Society, parte do estudo foi divulgada em um pôster que pode ser acessado aqui. As principais informações deste levantamento dão conta de que, pelo menos 96% das crianças de 2-5 anos nos EUA estão expostas aos corantes vermelho 40, amarelo 5, amarelo 6 e azul 1.

A avaliação foi baseada na quantidade de corantes presentes em mais de 580 produtos alimentares e considerando dois dias de consumo, conforme dados de consumo de um trabalho da National Health and Nutrition. Segundo o estudo, todas as estimativas de exposição para esses corantes sintéticos estão muito abaixo dos níveis máximos de ingestão aceitáveis estabelecidos pelo FDA. Agora, o FDA recomendou um novo trabalho que inclua a estimativa da exposição aos corantes considerando o consumo alimentar de 14 dias. Lisa Lefferts, cientista sênior do Centro para a Ciência no Interesse Público, disse que “tal exposição generalizada aos alimentos coloridos artificialmente é uma má notícia para todas as crianças, uma vez que os alimentos coloridos artificialmente não são considerados, em princípio, alimentos saudáveis”.

Leia também:

Corantes artificiais causam hiperatividade em crianças?

Adoçantes artificiais ajudam a engordar??

Batata geneticamente modificada, que não escurece e produz menos acrilamida, é liberada nos EUA

Fontes:

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Níveis elevados de chumbo levam a recall na China

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Não é novidade noticias sobre intoxicações alimentares causadas por microrganismos como fungos e bactérias, esses problemas alimentares são causados por diversos motivos dentre eles falta de boas práticas de fabricação, falta de controle nos pontos críticos do processamento, entre outros. Porém as ultimas noticias tem preocupado muito os consumidores, foram identificados níveis acima do máximo permitido de contaminantes inorgânicos como chumbo e outros metais.
Segundo pesquisas relacionadas aos efeitos da intoxicação por chumbo, apesar de não levar diretamente a morte, é responsável por déficits cognitivos irreversíveis, especialmente em crianças, cujo sistema nervoso encontra-se em desenvolvimento, sendo uma importante causa de morbidade atribuída a exposições ambientais. Quando os níveis de chumbo no sangue são muito elevados, excedendo 50 ?g/dl, pode ocorrer uma intoxicação aguda, levando a encefalopatia e morte, sendo este um problema menos frequente nos dias atuais. Os efeitos neurotóxicos do chumbo em níveis mais baixos que aqueles que causam intoxicação aguda, tais como menor Quociente de Inteligência (QI) e deficiência cognitiva, vem sendo descritos pela literatura há vários anos.
A noticia mais recente foi a contaminação do cereal matinal infantil da marca Heinz na China por elevados níveis de chumbo. Esse metal é altamente tóxico e em altos níveis no sangue pode causar problemas neurológicos, como os descritos anteriormente, causando assim disfunções e até a morte de crianças e pessoas. Essa contaminação demonstra a falta de cuidados com a qualidade do produto e com o processo, manchando assim a imagem da empresa.
Outro fato relacionado com a contaminação de alimentos por chumbo foi noticiado em 12 de junho de 2014, aonde foram encontrados níveis do metal acima do permitido em erva mate brasileira. O ministério de Saúde Publica do Uruguai detectou o problema após diversas analises pelo LATU(Laboratório Tecnológico do Uruguai) e estuda medidas e prazos para retirar do mercado os fabricantes que não se adequarem ao regulamento técnico do Mercosul – RDC nº42 de 29 de Agosto de 2013.
Pelos fatos apresentados em relação à saúde pública e pela recorrência de problemas com contaminação por chumbo nos alimentos que são necessárias medidas mais enérgicas dos países para evitar uma produção de produtos impróprios para consumo local e ou para exportação. Contribuindo para uma produção mais segura dos seus alimentos.

 

Leia também Exposição ao chumbo na Europa

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Resumo da Palestra: “Migração de substancias químicas da embalagem para o alimento.”

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O blog Food Safety Brazil esteve na Food Ingredients, onde tivemos a oportunidade de participar da palestra da Dra. Marisa Padula, do CETEA, que abordou o tema migração de substâncias químicas da embalagem para o alimento.

As embalagens são utilizadas para acondicionar e preservar os alimentos. Para avaliar qual a melhor embalagem para cada tipo de alimento, a especificação técnica correta é imprescindível para garantir a proteção adequada.

O princípio fundamental é que os materiais não podem ser tóxicos, e deve haver a compatibilidade da embalagem com o processo de conservação, também não podendo ser fonte de contaminação microbiológica, evitando também contaminantes acidentais.

É importante controlar o potencial de migração da embalagem para o produto (tóxico e/ou sensorial), pois pode além de influenciar na segurança do alimento, podem prejudicar a aceitação do produto no mercado.

A legislação brasileira é bem definida para os limites relacionados a contaminação química (Resolução RDC nº 91, de 11 de maio de 2001), e esta avaliação deve considerar a migração total e migração especifica.

Migração Total: é a soma de todos os componentes da embalagem que são transferidos para o alimento.

Migração Especifica: migração de componentes individuais e identificáveis que apresentam interesse particular.

Para a definição da quantidade permitida de migração deve-se considerar o tipo de material, temperatura, tempo de contato, razão da área de contato/volume do produto e tipo de alimento.

São exemplos de contaminação química: Bisfenol A, Ftalatos, Benzofenona e metais.

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Resumo de Palestra – contaminantes formados no processamento de alimentos

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O blog Food Safety Brazil esteve na Food Ingredients, onde tivemos a oportunidade de participar da palestra da Dra. Adriana Pavesi, do ITAL, que abordou o tema contaminantes formados durante o processamento de alimentos.

Ao longo dos anos a humanidade evoluiu imensamente nas formas de produzir e consumir os alimentos. E com isso, muitas técnicas de preservação ou de transformação foram sendo elaboradas.

Alguns processos podem transformar compostos potencialmente tóxicos que não ocorrem na matéria prima, estas substancias começaram a ser identificadas por volta da década de 50 e 60. Dentre estes processos podemos citar:

Estas substâncias potencialmente tóxicas formadas durante o processamento de alimentos podem ter sua formação minimizada, mas dificilmente pode ser evitada. Elas podem proporcionar riscos como potencial carcinogênico (avaliados em estudos com animais) e potencial genotóxico.

A acrilamida esta presente em diversos alimentos ricos em carboidratos submetidos a tratamento térmico. Sua toxicidade esta relacionada a ser um provável carcinógeno humano, carcinógeno genotóxico (glicidamida) e potencial neurotóxico em seres humanos. Os principais grupos de alimentos que durante o processamento formam acrilamida são: batatas, pães e café.

O furano esta presente em diversos alimentos processados termicamente. Sua toxicidade esta relacionada a ser um possível carcinógeno humano e suas maiores concentrações podem ser encontradas em café expresso devido ao furano ser extremamente volátil.

O 3MCPDC e uma proteína vegetal hidrolisada (PVH) por HCl. É um possível carcinógeno humano, que produz efeitos tóxicos nos rins e reprodução e não possui potencial genotóxico. Está presente em caldos e sopas prontas, molho shoyo e o maior contribuinte desta substância são os derivados de pães.

O Brasil tem um grande potencial de crescimento no que se refere a legislações que definem limites e boas práticas para os contaminantes formados durante o processamento de alimentos, mas é possível utilizar referências internacionais a fim de minimizar os riscos aos consumidores.

 

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Resumo da palestra “Metais pesados em alimentos”

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O blog Food Safety Brazil esteve na Food Ingredients, onde tivemos a oportunidade de participar da palestra da prof. Dra. Elisabete Nascimento, da USP, que abordou o tema metais pesados em alimentos.

Os metais são elementos essenciais e nutricionalmente relevantes, contudo alguns metais tóxicos estão presentes em alimentos, como por exemplo: arsênio, chumbo, cádmio, mercúrio (inorgânico e orgânico), cobalto, alumínio, níquel e cromo.

Estes metais tem características peculiares, pois não podem ser destruídos pelo organismo, são altamente reativos do ponto de vista químico, podem ser absorvidos pelos tecidos, possuem alta toxicidade e longa persistência e tem bioacumulação e biomagnificação.

Estes metais podem ser introduzidos no organismo por diferentes vias de exposição: inalação, água potável ou alimentos consumidos (in natura ou industrializados).

A presença destes metais em alimentos pode ser influenciada pela localização próxima a industrias, locais de mineração ou descarte de lixo urbano, natureza do solo, uso de fertilizantes e/ou praguicidas, variações sazonais, propriedades físico químicas dos compostos e a sua absorção pelo organismo pode variar de acordo com a idade, sexo e estado nutricional.

A toxicidade dos metais em alimentos está relacionada principalmente com o ataque ao sistema nervoso, contudo alguns metais possuem toxicidades crônicas especificas:

Para calcular o risco da presença de contaminantes, utilizamos a equação: (IDA X LMR)/LT

Atualmente podemos considerar que os efeitos agudos causados por metais pesados são cada vez mais raros (acidentes tóxicos) comparando com os efeitos crônicos que possui grande preocupação com agentes carcinogênicos.

A toxicidade deve ser avaliada considerando:

  • IDA / LMP / LT
  • Legislação
  • Organismos Internacionais
  • JEFCA / JMPR

Quando utilizamos a análise do perigo metais dentro de um sistema de gestão de segurança de alimentos, o APPCC deve considerar a origem do alimento.

A regulamentação para este tipo de contaminante é relativamente extensa, considerando desde o CODEX até a RDC 42/2013 que inclusive aumenta a abrangência de limites de tolerância para um número maior de comodities com LMP.

Por isso, é muito importante a especiação do tipo de metal para relacionar a uma contaminação crônica ou aguda.

 

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Entrevista sobre fármacos em produtos de origem animal

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O prof Jonas Augusto Paschoal, que concedeu esta entrevista, vai palestrar no Simpósio ILSI Brasil sobre avanços científicos e regulatórios sobre Contaminantes Químicos em Alimentos, que acontecerá no dia 05/08 na Food Ingredients, e abordará o tema de fármacos em produtos de origem animal. Desde já ele compartilha informações valiosas sobre o tema.

 É comprovada cientificamente a correlação entre resistência microbiana em terapêutica humana x uso de antibióticos como promotores de crescimento?

Não conheço dados da literatura científica que comprovem de forma direta a relação entre causa e efeito relacionando o uso de antibióticos como promotores de crescimento como a causa do desenvolvimento de resistência microbiana em terapêutica humana. O que muitos estudos científicos demonstram é o surgimento da resistência microbiana decorrente do uso de antibióticos.

A eficácia e consequente importância do uso dos antibióticos na medicina veterinária também estão cientificamente demonstradas. Os antibióticos podem ser utilizados com diferentes propostas, com fins terapêuticos, profiláticos, metafiláticos e/ou como aditivos zootécnicos (promotores de crescimento).

Os prós e contras do uso dos antibióticos na medicina veterinária compõem, respectivamente, os ingredientes da relação benefícios versus custos, cujo balanço, à luz do que se conhece hoje, não permite a exclusão dessa prática como forma de se amenizar o risco à saúde humana e animal decorrente do potencial desenvolvimento da resistência microbiana.

O emprego de antibióticos como promotores de crescimento em relação às outras finalidades mencionadas implica no tratamento de animais com menores dosagens por um maior período de tempo. Cientificamente, sabe-se que estas características na forma de uso dos antibióticos favorece o desenvolvimento da resistência microbiana. Tem-se, portanto, que o uso de antibióticos como promotores de crescimento é considerado uma prática de risco ao desenvolvimento da resistência microbiana, constituindo-se numa prática zootécnica muito discutida no mundo todo há muito tempo, sendo, inclusive, proibida em muitos países, principalmente naqueles do continente europeu.

Qual é o cenário no Brasil em relação à prevalência de resíduos de fármacos em produtos de origem animal?

Um dos aspectos envolvidos na segurança de uso de antibióticos veterinários consiste no fato de que os fármacos de uso em humanos não podem ser regulamentados para uso em animais destinados à produção de alimentos (ainda que o possam para animais domésticos – pets).

Todo medicamento veterinário precisa ser administrado conforme as boas práticas de uso, que visam garantir a eficácia do mesmo, bem como, prevenir que, em caso de animais destinados à produção de alimentos, os produtos a serem destinados ao consumo humano não contenham resíduos dos fármacos empregados em níveis acima dos considerados toxicologicamente seguros. Nesses casos, são prescritos os chamados períodos de carência (período de tempo que deve ser aguardado entre a última administração do medicamento e o abate do animal ou coleta dos ovos, leite ou mel).

O Brasil dispõe do Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Produtos de Origem Animal (PNCRC), instituído e dirigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que, através dos laboratórios credenciados, promove amostragens e análises dos mais diferentes tipos de alimentos de origem animal com fins de fiscalização de uso de uma grande variedade de medicamentos veterinários, tanto para aqueles de uso autorizado como de outros considerados de uso proibido.

Em 2013, o MAPA publicou os resultados (Instrução Normativa nº 7, de 27 de março de 2013) obtidos das análises pertinentes à ação do PNCRC em carnes (bovina, suína, de aves, de avestruz e equina), em leite, ovos, mel e pescado, referentes ao exercício do ano de 2012. Das 14.956 análises laboratoriais, 99,54% estavam conforme o padrão do programa, isto é, com resultados para resíduos de contaminantes em níveis acima dos limites estabelecidos como sendo toxicologicamente seguros.

Num país de expressiva produção pecuária como o Brasil, o número de amostras colhidas para as análises de fiscalização ainda parece baixo quando se pensa na extrapolação da representatividade desses resultados em termos de uma avaliação nacional adequada.

 Que linha de pesquisa tem interessado os pesquisadores atualmente?

Sem dúvida alguma, estudos que visem o desenvolvimento de alternativas à prática do uso de antibióticos na medicina veterinária correspondem ao anseio da ciência e da opinião pública em geral.

No entanto, até o presente momento não se comprovou a viabilidade do uso de qualquer outro recurso que pudesse substituir essas substâncias com a mesma eficiência no combate a doenças infecciosas, garantindo simultaneamente o mesmo nível de produtividade pecuária.

Sabe-se que a existência de uma maior variabilidade de fármacos para o combate de doenças infecciosas é de grande importância, de modo que cada vez mais, novos fármacos estão sendo estudados.

Incessante esforço científico vem sendo feito também ao longo dos anos na busca do estabelecimento de métodos analíticos sensíveis, seletivos, rápidos e de menor custo, que possam facilitar as análises de rotina para fiscalização dos alimentos de origem animal quanto à presença de resíduos de medicamentos veterinários em níveis de concentração que poderiam comprometer a segurança alimentar.

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Perguntas mais frequentes sobre acrilamida

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Completando nossa semana especial sobre a acrilamida, segue o link das perguntas mais frequentes sobre acrilamida, respondidas pela Organização mundial da saúde.

http://www.who.int/foodsafety/publications/chem/acrylamide_faqs/en/

 

Colaborou o leitor Daniel Rios

< 1 min leituraCompletando nossa semana especial sobre a acrilamida, segue o link das perguntas mais frequentes sobre acrilamida, respondidas pela Organização mundial da saúde. http://www.who.int/foodsafety/publications/chem/acrylamide_faqs/en/   Colaborou o leitor Daniel Rios

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Redução da acrilamida em biscoitos, pães e torradas

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Temos relatado no blog o crescente reconhecimento da acrilamida como um perigo químico em alimentos, inclusive com pesquisas da Proteste em batatas fritas  e biscoitos . Tive a oportunidade de assistir a palestra de Fabrício Leal Rocha, representante de uma empresa que comercializa enzimas, que esteve no Workshop de Atualidades em Alimentos da Abima e fez uma revisão importante sobre o tema que sintetizo aqui.

 Recordando, a acrilamida é classificada pela como provável carcinógeno grupo 2A em animais (o segundo nível mais alto. Por exemplo a aflatoxina é 1A), segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC).

É gerada quando alimentos ricos em carboidratos e com fonte de proteína são assados, fritos ou torrados. A formação de reação é paralela à adorada reação de Maillard, que forma a cor escura e sabor e odor agradáveis.

 E como diminuir a formação de acrilamida nos alimentos?

 Sabendo que para ser formada, é preciso:

Açúcar redutor + aminoácido asparagina    —>          Acrilamida

                                                        (T >120oC)

Ou se diminui os precursores ou a temperatura.

Diminuir a temperatura de forneamento implica em aumento no tempo total de fabricação (um problema) e possíveis mudanças indesejadas de textura e volume dos produtos, pois há valores ótimos para equacionar expansão e gelatinização do amido.

Diminuir açúcar redutor é um desafio em produtos ricos em carboidratos, pois estamos justamente falando de pães, biscoitos e torradas.

Sobrou reduzir a quantidade de asparagina com a enzima asparaginase, o que não causa os inconvenientes acima. A conversão da asparagina em ácido aspártico leva à redução de até 85% de acrilamida segundo um estudo da AIB. A enzima é desnaturada com o calor depois que já fez o seu trabalho.

Mas esta não é a única forma de se reduzir esse contaminante formado no processamento de alimentos. No guia da Food and Drink Europe, há muitas dicas, e os interessados devem avaliar os prós e contras. Algumas delas são relacionadas a matérias primas, formulação e processo:

– Trabalhar a MP desde o campo, para redução de açúcares redutores e asparagina

-Substituição do bicarbonato de amônia 

-Diminuição do uso de farinha integral

-Diminuição da quantidade de cacau

– Ajuste de pH

– Aumento do tempo de fermentação

– Adição de sais de cálcio

– Controle da cor final do produto (menos escura)

 Uma outra fonte recomendada pelo palestrante  é a Acrilamide Toolbox de novembro  2013 da Food and Drink Europe, orientando modificações em MP, formulações e processo. Trata capítulos individualmente para batatas, café, cereais.

A Abima, Simabesp e Abitrigo publicaram dois materiais muito valiosos que foram disponibilizados para download, confira: Perguntas e Respostas sobre acrilamida e Guia para redução de acrilamida em biscoitos

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Estimativa de ingestão de cloropropanóis pelos brasileiros

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Molho shoyo, proteína hidrolisada de soja (usada como potencializador de sabor em produtos industrializados), defumados, cereais, produto com malte são todos potenciais fontes de cloropropanóis, contaminantes químicos formado no processamento com potencial de causar câncer. Os pesquisadores se basearam nos dados de consumo médio dos brasileiros para estimar a ingestão e avaliar o risco de nossa população. Num cenário médio, não há motivo para se preocupar. Mas atenção: indivíduos que consomem grandes quantidades diárias destes alimentos podem apresentar um risco diferente.

 

Resumo:

Os cloropropanóis, entre eles o 3-monocloropropano-1,2-diol (3-MCPD) e o 1,3-dicloropropan-2-ol (1,3-DCP), compreendem um grupo de contaminantes químicos com propriedades carcinogênicas e genotóxicas, encontrados em diversos alimentos processados e ingredientes alimentícios, como proteína vegetal hidrolisada, molho de soja, produtos à base de cereais, ingredientes derivados de malte e alimentos defumados. Este trabalho teve como objetivo avaliar a exposição ao 3-MCPD e 1,3-DCP pela dieta no Brasil e verificar se a presença destes compostos em alimentos pode representar um risco à saúde da população. A ingestão foi calculada combinando-se dados sobre o consumo alimentar, fornecidos pela Pesquisa de Orçamento Familiares 2008-2009, com os níveis de ocorrência dos contaminantes, determinados por cromatografia gasosa – espectrometria de massas. A exposição ao 3-MCPD variou de 0,06 a 0,51 µg.kg pc-1.dia-1 considerando médios e grandes consumidores, enquanto que a ingestão de 1,3-DCP foi estimada em 0,0036 µg.kg pc-1.dia-1 no pior cenário avaliado. Com base nesses resultados, verificou-se que a exposição aos cloropropanóis não representa um risco significativo à saúde da população brasileira. Entretanto, o consumo de determinados alimentos contendo altos níveis de 3-MCPD poderia ultrapassar a ingestão diária máxima tolerável provisória de 2 µg.kg pc-1 estabelecida para este composto e, assim, representar uma preocupação potencial.

 

Autores:

ARISSETO, Adriana PavesiVICENTE, EduardoFURLANI, Regina Prado Zanes e  TOLEDO, Maria Cecília de Figueiredo

Veja o trabalho na íntegra aqui, na revista Food Science and Technology, da sbCTA.

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Bisfenol A: Agência Canadense atesta que enlatados são seguros

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A CFIA, Agência canadense de inspeção de alimentos analisou 403 amostras de enlatados diversos, como vegetais, sopas, massas, frutas e bebidas, principalmente do seu país, mas também de 15 outras nacionalidades em busca de Bisfenol A (BPA).

Como resultado, 98,5% das amostras não apresentaram quantidades detectáveis de BPA, e seis apresentaram somente traços deste tipo de epóxi que reveste o interior das latas.

De acordo com o estudo, para um adulto ter exposição preocupante, teria que consumir 14 Kg de alimentos dessas latas que apresentaram alguma migração, o que tranquiliza a agência em relação à segurança da população de qualquer faixa etária.

 O bisfenol A é considerado um desregulador endócrino e no Brasil foi banido para o uso em mamadeiras conforme a RDC 56/12, sendo contudo material da lista positiva para outras aplicações em contato com alimentos segundo a RDC 105/99.

Para ter acesso ao estudo completo você deve fazer uma solicitação no site do CFIA 

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