< 1 min leitura
0

Publicado o Relatório Anual do RASFF 2012

< 1 min leitura

Você conhece o Rapid Alert System for Food and Feed (RASFF)? Trata-se de um sistema que permite às autoridades na comunidade europeia compartilharem informações sobre medidas tomadas em resposta à sérios riscos na cadeia produtiva de alimentos.  Clique aqui e consulte. A ferramenta permite utilizar critérios diversos de pesquisa. Trata-se de um modelo interessante em tempos em que o recall de alimentos vem passando por discussões interessantes no Brasil.

Esse mês foi publicado o relatório anual RASFF 2012 com informações completas sobre as ocorrências notificadas no último ano. Acesse o relatório completo aqui e aproveite para conhecer o interessante site Food Law Latest.

< 1 min leituraVocê conhece o Rapid Alert System for Food and Feed (RASFF)? Trata-se de um sistema que permite às autoridades na comunidade europeia compartilharem informações sobre medidas tomadas em resposta à […]

2 min leitura
0

Salmonella apresenta cada vez mais resistência a antibióticos

2 min leitura

A crescente resistência das bactérias ao tratamento com antibióticos tem chamado a atenção das autoridades públicas em diversas partes do mundo.

No Reino Unido, autoridades médicas compararam a resistência aos antibióticos ao terrorismo e ao aquecimento global. No Brasil, a Anvisa lançou neste mês de junho um plano para o enfrentamento de microrganismos multirresistentes que tem início no Rio Grande do Sul.

É sabido que o aumento do consumo de antibióticos em geral tende a eliminar as bactérias mais fracas e selecionar as mais fortes, ou seja, leva ao aparecimento de superbactérias, resistentes a muitos antibióticos. A isto, soma-se o fato de que o desenvolvimento de novos antibióticos diminuiu nas últimas décadas. A última classe foi descoberta em 1987 e desde 2009 são lançados no máximo dois antibióticos por ano. A indústria farmacêutica prioriza a busca de remédios mais lucrativos, como os de uso prolongado para os tratamentos de diabetes e câncer.

As bactérias patogênicas que contaminam alimentos não escaparam deste contexto. No Canadá, foi divulgado recentemente um estudo que demonstra a resistência crescente da Salmonella enterica ao tratamento com antibióticos. A S. enterica é a forma mais comum de Salmonella responsável por intoxicação alimentar e infecta humanos e animais.

O estudo se concentrou na S. enterica sorovar Kentucky, demonstrando sua maior resistência ao tratamento com o medicamento ciprofloxacina. A pesquisa é baseada na observação de 76 isolados de S. enterica Kentucky submetidos ao Programa de Vigilância da Resistência Antimicrobiana no período 2003-2009. Dos 76 casos, 35 foram sensíveis a todos os antimicrobianos testados, porém 23 destes isolados (30%) apresentaram resistência à ciprofloxacina.  Além disso, a proporção de isolados de S. enterica Kentucky com resistência à ciprofloxacina saltou de 22% em 2003 para 57% em 2009. Resistências semelhantes têm sido observadas na Europa, como demonstra outro estudo do Instituto Pasteur.

Na luta contra as superbactérias, os especialistas indicam várias medidas simultâneas, como o uso racional de antibióticos, a busca por novas drogas e o uso combinado das já existentes, e sobretudo ações preventivas, como o  controle das infecções hospitalares e o fortalecimento da vigilância epidemiológica como um todo. Mesmo assim, persiste a preocupação de que este problema seja uma bomba-relógio prestes a explodir.

Leia também:

Bactéria super-resistente a antibióticos é encontrada em alimentos pela primeira vez

Pesquisadores encontram bactérias resistentes a antibióticos em carne de sol na Bahia

Top 5: Sorotipos de Salmonella relacionados a surtos alimentares

2 min leituraA crescente resistência das bactérias ao tratamento com antibióticos tem chamado a atenção das autoridades públicas em diversas partes do mundo. No Reino Unido, autoridades médicas compararam a resistência aos […]

3 min leitura
0

Protesto nas ruas pela segurança de alimentos

3 min leitura

Qual a motivação para um protesto?

Nosso povo se incomoda com ameaças e acidentes de segurança de alimentos?

Fiz uma pesquisa pela web para usando palavras como strikes, demonstrations, protestas, passeatas e afins para verificar o que fez o povo sair às ruas em protesto no que diz respeito à segurança de alimentos. O resultado exploratório foi:

Organismos Geneticamente Modificados de longe em primeiro lugar. As reivindicações são pela rotulagem transparente, ou eliminação do uso em alimentação infantil, ou alimentação em geral.  Vemos abaixo manifestações populares no Brasil (cuja organização foi do IDEC e Greenpeace), Espanha, França, vários estados dos EUA, do Alaska à Flórida, incluindo a ilha Havaí, e Japão. Alguns são bem direcionados à Monsanto.

    



Pesticidas: aqui a manifestação não foi popular, mas de ativistas do Greenpeace. Lá fora, europeus e americanos se indignam.

 

  

 – Bisfenol A: O disruptor endócrino hoje não é mais permitido em mamadeiras, mas em Maine tirou as pessoas de casa.

 

 




 – Melamina no leite: A fraude mais cruel da história que matou seis bebês e  deixou milhares com problemas renais levou à revolta os chineses e  Bangladesh.
Antibióticos na criação de animais: a causa deste americano da Flórida é pelo não uso de antibióticos em frangos e bovinos, o que pode vir a causar a inexistência de cura para certas salmoneloses. A Pew organiza anualmente uma passeata em Washington com as mães que perderam seus filhos por infecções incuráveis pela mesma causa.
 
Teríamos outras causas para levar o povo para as ruas?
Ministro da Agricultura que leva suas cabeças de gado para serem abatidas em estabelecimento  clandestino?
Falta de iniciativa das indústrias a realizarem recall no Brasil mesmo percebendo que falharam no processo?
E você leitor, tem alguma causa para relacionar aqui?

3 min leituraQual a motivação para um protesto? Nosso povo se incomoda com ameaças e acidentes de segurança de alimentos? Fiz uma pesquisa pela web para usando palavras como strikes, demonstrations, protestas, […]

< 1 min leitura
0

FDA expõe sérias infrações sanitárias das empresas inspecionadas

< 1 min leitura

É sempre importante fazer “benchmarking” e entender como operam agências reguladoras em países desenvolvidos.

Outro dia estava procurando os formulários de inspeção norte-americanos e me deparei com relatórios bastante constrangedores (me colocando na posição daquelas empresas).

Tomei como case a já devassada Kasel Associates Industry, inspecionada em setembro de 2012. Dá para ler detalhes das constatações, como por exemplo:

“Pelo menos 40 pallets de madeira de produto acabado apresentavam acúmulo de resíduos e gordura”

 E a parte emocionante:

“Baratas vivas foram observadas incluindo:

– 1 Adulta próxima a parede onde há pallets na embalagem

– 12 adultos e 3 ovos no canto da parede da SE

– Duas adultas mortas em um líquido em um buraco entre a embalagem e a estocagem…”

Parabéns para o fiscal, que foi bastante descritivo e não se limitou a marcar “X” em um check-list. 

Agora, imaginem o impacto de um relatório assim no site da ANVISA! Estaríamos preparados?

Para quem tiver curiosidade, a lista dos últimos inspecionados está aqui, no site do FDA.

 

< 1 min leituraÉ sempre importante fazer “benchmarking” e entender como operam agências reguladoras em países desenvolvidos. Outro dia estava procurando os formulários de inspeção norte-americanos e me deparei com relatórios bastante constrangedores […]

2 min leitura
1

FDA desenvolve nova ferramenta para auxiliar no plano de Food Defense

2 min leitura

 O assunto de food defense (defesa dos alimentos), ainda pouco explorado no Brasil (mas começando a se popularizar em função de certificações como FSSC e BRC), é bastante relevante em países e regiões que são alvos tradicionais de terroristas e atos maliciosos. O FDA (Food and Drug Administration – equivalente à nossa ANVISA), nos Estados Unidos, demonstra grande preocupação com o tema. Afinal de contas, o país é o mais visado no mundo. Por este motivo, publicou algumas ferramentas para auxiliar as empresas na aplicação de práticas para garantir a defesa dos alimentos. Antes de comentarmos sobre estas ferramentas, vamos recordar que o conceito de food defense está relacionado à proteção e defesa dos alimentos e bebidas na cadeia de suprimentos, com o intuito de barrar toda e qualquer forma de ataque malicioso, sabotagem, contaminação proposital e bioterrorismo, incluindo atos que possam levar a uma falha no suprimento de alimentos. De acordo com o FDA, uma das ferramentas desenvolvidas – o Construtor de Plano de Defesa de Alimentos (Food Defense Plan Builder), é um software abrangente, fácil de usar, desenvolvido para ajudar os proprietários e operadores da cadeia de alimentos – desde a produção primária e fabricação até transporte e varejo – a elaborar planos personalizados para minimizar os riscos de contaminação intencional em suas instalações. O FDA não possui uma legislação que obrigue a elaboração de um “plano” de food defense, mas muitas empresas voluntariamente fazem os seus próprios planos e implementam em suas instalações. Michael Taylor, da Comissão de Alimentos e Medicina Veterinária do FDA, disse que o FDA está comprometido com o fornecimento das melhores práticas e recursos para apoiar as indústrias, no atingimento do objetivo comum de proteção da cadeia de alimentos. As empresas estão sendo estimuladas a utilizar a ferramenta do Food Defense Plan Builder e tirar todas as vantagens dela. Casos de contaminação intencional não são comuns, mas podem ocasionar sérias consequências à saúde pública. Por exemplo, em 2009 num restaurante do Kansas, mais de 40 pessoas ficaram doentes após funcionários descontentes contaminarem intencionalmente os molhos com um pesticida. Em 1996, 12 funcionários de um laboratório numa fábrica de produtos médicos do Texas ficaram doentes após consumir produtos de pastelaria que foram propositalmente contaminados com uma cepa virulenta da bactéria Shigella. O Food Defense Plan Builder é o mais recente esforço do FDA no auxílio às instalações produtoras de alimentos na tomada de ações apropriadas para defender a cadeia de alimentos. Nos anos posteriores ao ataque do 11 de setembro de 2001, o FDA publicou várias ferramentas de food defense e recursos para contribuir com a indústria norte-americana, parceiros federais, agências regulatórias estaduais e locais e a comunidade internacional, no que se refere à proteção da cadeia de alimentos contra ataques biológicos, químicos e radioativos. A ferramenta guia os usuários através de várias questões aprofundadas sobre suas instalações e o alimento produzido, processado, embalado ou armazenado nestas instalações, para o desenvolvimento de um plano de food defense abrangente, que inclua a avaliação da vulnerabilidade, estratégias de mitigação amplas e focadas, contatos de emergência, documentação de apoio e elaboração de planos de ação. O conteúdo desta ferramenta é baseado nos guias de food defense do FDA, e portanto, o Food Defense Plan Builder é consistente com o atual posicionamento do FDA em relação ao preparo das empresas em food defense. Além de fornecer nova funcionalidade ao planejamento e implementação das estratégias de food defense, o Food Defense Plan Builder aproveita os recursos e reúne ferramentas já existentes do FDA num único aplicativo. A ferramenta está disponível através do site do FDA:

 

Fonte: http://www.foodsafetynews.com/2013/05/fda-unveils-new-tool-to-help-industry-craft-food-defense-plans/

2 min leitura O assunto de food defense (defesa dos alimentos), ainda pouco explorado no Brasil (mas começando a se popularizar em função de certificações como FSSC e BRC), é bastante relevante em […]

3 min leitura
0

Surtos alimentares na Europa – 2011, o ano horribiles

3 min leitura

A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar e o Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças analisaram as informações apresentadas por 27 países da União Europeia sobre a ocorrência de zoonoses e surtos de origem alimentar em 2011.

A campilobacteriose foi a zoonose mais comumente relatada com 220209 casos humanos confirmados. Em 2011, a taxa de notificação e o número confirmado de casos de campilobacteriose humana na União Europeia aumentou em relação a 2010. O número de casos confirmados de campilobacteriose na União Europeia tem seguido uma tendência de aumento significativo nos últimos quatro anos, juntamente com uma tendência sazonal clara. A ocorrência de Campylobacter continuou a ser mais elevada em frangos de aviário.

No período 2008-2011 observa-se uma tendência estatisticamente significativa de diminuição de salmonelose na União Europeia. A tendência de queda (5,4% por comparação com 2010 e 38% por comparação com 2007), nos casos confirmados em humanos continuou com um total de 95548 casos em 2011. Supõe-se que esta redução é principalmente uma consequência dos programas bem-sucedidos de controlo de Salmonella em aviários, uma vez que é na carne de aves fresca que se detecta mais frequentemente este microrganismo. A maioria dos Estados-Membros cumpriu as suas metas de redução de Salmonella em aves, continuando a verificar-se um declínio desta bactéria nessas populações. As categorias de alimentos com maior proporção de produtos não conforme com os critérios de Salmonella da União Europeia foram a carne picada e os preparados de carne, bem como moluscos bivalves vivos.

O número de casos de listeriose confirmados diminuiu para 1476 por comparação com 2010. Como em anos anteriores, uma elevada taxa de mortalidade (13%) foi relatada entre os casos. A Listeria monocytogenes foi raramente detectada acima do limite de segurança legal em alimentos prontos-a-comer. Amostras com valores superiores a esse limite foram mais frequentemente encontradas em produtos da pesca, queijos e enchidos fermentados.

Mas o problema mais noticiado, em 2011 foram as 9485 infecções confirmadas de Escherichia coli (VTEC), o que representou um aumento de 160% por comparação com 2010, como resultado do grande surto que ocorreu em 2011 na UE, principalmente na Alemanha. O número de casos notificados de Escherichia coli (VTEC) em humanos tem vindo a aumentar na UE desde 2008. A VTEC também foi reportada em alimentos e animais, nomeadamente em gado e carne de bovino, mas estas bactérias também foram detectadas em algumas outras espécies de animais e de géneros alimentícios.

O número de casos humanos de yersiniose aumentou para 7017, correspondendo a um aumento de 3,5% face a 2010. Verifica-se, no entanto, uma tendência decrescente estatisticamente significativa na União Europeia no período 2007-2011. Nos animais e alimentos, a Yersinia enterocolitica foi isolada principalmente na carne de porco e em porcos.

Foram também notificados 132 casos de Mycobacterium bovis e 330 casos de brucelose em humanos (em ambos, uma redução face a 2010). A prevalência da tuberculose bovina em bovinos aumentou, embora se mantenha ainda a um nível muito reduzido e a prevalência da brucelose diminuiu nas populações de bovinos e de ovinos e caprinos.

Em 2011, a triquinose e a equinococose causaram, respectivamente, 268 e 781 casos em humanos. Embora o número de casos seja ligeiramente superior ao observado em 2010, os casos de triquinose mantêm-se ainda a um nível muito reduzido na União Europeia por comparação com 2009 e anos anteriores. Em 2011, a Trichinella foi encontrada com mais frequência em suínos do que em 2010. O parasita foi mais prevalente na vida selvagem do que em animais de criação. O número de casos de equinococose humanos confirmados em 2011 aumentou 3,3% em comparação com 2010, principalmente como resultado do aumento do número de casos de Echinococcus multilocularis, maioritariamente reportados em raposas, causando equinococose alveolar. Observa-se um padrão de aumento de equinococose alveolar nos últimos cinco anos, mas de redução da equinococose cística.

Foi relatado um caso importado de raiva humana. O número de casos de raiva em animais continuou a diminuir. A raiva foi observada principalmente em espécies de animais selvagens.

Em 2011 foram notificados 5648 surtos de origem alimentar que resultaram em 69553 casos humanos, 7125 hospitalizações e 93 mortes. A maioria dos surtos foram causados por Salmonella, toxinas bacterianas, Campylobacter e vírus; no entanto, os surtos com maior número de casos humanos foi causado pela Escherichia coli (VTEC) estando associado com a contaminação de sementes germinadas. Os surtos tiveram a sua principal origem em ovos, alimentos mistos e peixe e produtos derivados. Foram relatados em 2011, 11 surtos de veiculação hídrica, causados por Campylobacter, calicivírus, Cryptosporidium hominis e Escherichia coli (VTEC).

Retirado de EFSA Journal 2013, 11 (4):3129, www.efsa.europa.eu

 

3 min leituraA Autoridade Europeia de Segurança Alimentar e o Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças analisaram as informações apresentadas por 27 países da União Europeia sobre a ocorrência […]

3 min leitura
1

A cafeína no banco dos réus

3 min leitura

O uso indiscriminado de cafeína em bebidas e alimentos para obter efeitos estimulantes pode estar com os dias contados nos EUA. O cerco começou em outubro de 2012 quando a FDA, agência que controla alimentos e medicamentos, anunciou a investigação de cinco mortes no país relacionadas ao consumo de bebida energética. O órgão decidiu abrir o inquérito após receber a denúncia da mãe de uma jovem de 14 anos que morreu após sofrer arritmia cardíaca depois de ingerir duas latas grandes (750 mL) de bebida energética.

Em novembro, uma notícia do New York Times informava que uma bebida energética altamente cafeinada (5-Hour Energy) poderia estar envolvida em outras 13 mortes.

Em dezembro foi a vez da organização de consumidores Consumer Reports publicar um relatório em que analisou os teores de cafeína de 27 bebidas energéticas, constatando uma grande variação entre as diferentes marcas.

O cerco ganhou aliados fortes em 2013. Em março, uma carta aberta sobre o uso de cafeína em bebidas energéticas foi encaminhada à FDA, assinada por médicos das mais conceituadas universidades e centros de pesquisa do país, solicitando ação imediata para proteger crianças e jovens dos energéticos altamente cafeinados.

Em abril, a empresa de confeitos Wrigley (subsidiária da Mars) lançou um pacote de chicles cafeinados, com cada peça contendo tanta cafeína quanto metade de um copo de café. Foi a gota d’água para a o FDA anunciar que, em resposta à tendência de adicionar cafeína em um número crescente de produtos, a agência irá investigar a segurança da cafeína em alimentos, particularmente os seus efeitos sobre as crianças e adolescentes. Michael R. Taylor, vice-comissário para alimentos e medicina veterinária na FDA, considera que o chicle cafeinado é apenas mais um exemplo infeliz desta tendência. Além das bebidas energéticas com publicidade agressiva dirigida ao público jovem, as indústrias estão adicionando cafeína às balas de goma, marshmallows, sementes de girassol, waffles, etc.

Por meio de Taylor, a FDA informou que pretende entender melhor o consumo de cafeína e seus padrões de uso e determinar um nível seguro para seu consumo, considerando o potencial de consumo por crianças e adolescentes.

Para os adultos saudáveis, a FDA considera aceitável até 400 miligramas de cafeína por dia, que é cerca de quatro ou cinco xícaras de café. Esta quantidade não é geralmente associada com efeitos negativos. A FDA não estabeleceu um nível especifico para as crianças, mas a Academia Americana de Pediatria não recomenda o consumo de cafeína e outros estimulantes por crianças e adolescentes.

É possível que a FDA imponha limites sobre a quantidade de cafeína em alguns produtos. Em 2010, a Agência retirou do mercado as bebidas alcoólicas com cafeína, principalmente as de malte, por causa de estudos que indicam que a ingestão combinada de cafeína e álcool pode levar a situações de perigo e risco de vida. A cafeína tende a mascarar os estímulos sensoriais de que as pessoas normalmente dependem para determinar seu nível de embriaguez.

Taylor acena, no entanto, para a possibilidade de uma restrição do teor de cafeína feita de forma voluntária pela indústria. É esperar para ver.

Legislação EUA X Brasil 

Nos EUA, por ser considerada substância segura (GRAS = Generally Recognized As Safe), a declaração da quantidade de cafeína presente em bebidas energéticas não é obrigatória. Já no Brasil, a Resolução 273/2005, da Anvisa, estipula um teor máximo de  cafeína de 35 mg/100 mL e torna obrigatório declarar a quantidade de cafeína presente na porção do produto. Como as latinhas de energético, em sua maioria, contêm 250 mL ou quantidade próxima, o total de cafeína em cada uma delas costuma ser declarado como 80 mg.

Além disso, devem constar, obrigatoriamente, na embalagem, as seguintes advertências, em destaque e em negrito:

a)”Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto”.

b) “Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica”.

Não são permitidas expressões tais como “energético”, “estimulante”, “potencializador”, “melhora de desempenho” ou frase(s) equivalente(s), inclusive em outros idiomas.

Leia também:

Corantes artificiais causam hiperatividade em crianças?

Adoçantes artificiais ajudam a engordar??

A gordura trans volta à discussão: quais os problemas?

3 min leituraO uso indiscriminado de cafeína em bebidas e alimentos para obter efeitos estimulantes pode estar com os dias contados nos EUA. O cerco começou em outubro de 2012 quando a […]

2 min leitura
0

Ciguatoxina, o perigo de consumir peixes de coral

2 min leitura

Quem gosta de peixes de coral, como garoupas e pargos, deve ficar atento. Recentemente a Alemanha confirmou seu primeiro surto de intoxicação por ciguatoxina proveniente de peixes. O surto ocorreu no final de 2012 e foi causado por filés de pargo, que um importador alemão trouxe de uma distribuidora indiana. As autoridades alemãs notificaram um total de 14 pessoas envolvidas, sem vítimas fatais.

A demora na confirmação da causa do surto deveu-se à dificuldade em identificar a ciguatoxina, pela inexistência de um método oficial padronizado e porque a intoxicação se dá em concentrações extremamente baixas. Além disso, são conhecidas diferentes estruturas químicas das ciguatoxinas, que variam com o local de origem.

Segundo os cientistas alemães, até recentemente este tipo de intoxicação estava restrito a certas regiões do mundo, próximas aos grandes recifes de corais. Com o aumento do comércio mundial de peixes exóticos tropicais e subtropicais, espera-se um aumento na incidência deste tipo de intoxicação.

Origem e Sintomas

A ciguatoxina é produzida por várias espécies de dinoflagelados, pequenos organismos do plâncton marinho, presentes nos recifes de coral do Caribe e dos Oceanos Índico e Pacífico. A fonte mais comum de ciguatoxina é a espécie Gambierdiscus toxicus. Estas algas são consumidas por muitas espécies de peixes e, ao longo da cadeia alimentar, a ciguatoxina vai se acumulando nos tecidos dos animais marinhos. Os animais mais próximos do topo da cadeia, como as garoupas e os chamados peixes de coral, tendem a acumular maiores quantidades da toxina, em razão dos processos de bioacumulação e biomagnificação.

Os sintomas iniciais da intoxicação por ciguatoxina incluem náuseas, vômitos e diarreia. A maioria das vítimas também relata outras sensações desagradáveis, como queimação, formigamento e dor em contato com o frio. Perda de sensibilidade nas mãos e nos pés, fraqueza e dor muscular, ondas de calor e de frio também podem ocorrer. As perturbações raramente são fatais, mas podem persistir por meses.

É possível identificar, pelo aspecto, os peixes com ciguatoxina?

A ciguatoxina, em regra, acumula-se na cabeça, pele, vísceras e nos órgãos reprodutores dos peixes, sem, porém, causar quaisquer sintomas ou tornar os peixes doentes. Por isso um peixe tóxico não pode ser identificado pelo seu aspecto, odor ou textura da sua carne.

A ciguatoxina não é degradada pelo calor, de forma que os métodos tradicionais para o preparo de peixes e frutos do mar não são capazes de inativá-la. Por precaução, evite consumir grandes quantidades de peixes de coral de uma só vez (como garoupas, meros, dentões, ciobas, pargos), e não coma a cabeça, pele, vísceras e ovas destes peixes, partes em que a toxina se concentra. Ao consumir peixes de coral, evite o consumo de bebidas alcoólicas, nozes ou feijão, pois estes alimentos tendem a agravar os sintomas de intoxicação alimentar.

Leia também:

Top 5: Sorotipos de Salmonella relacionados a surtos alimentares

Alimentos “politicamente seguros”: arsênio, agrotóxicos e mais

A cafeína no banco dos réus

Imagem: CEAGESP

2 min leituraQuem gosta de peixes de coral, como garoupas e pargos, deve ficar atento. Recentemente a Alemanha confirmou seu primeiro surto de intoxicação por ciguatoxina proveniente de peixes. O surto ocorreu […]

2 min leitura
0

Teste mostra que a maioria do mel comercializado nos EUA não pode ser classificado como mel

2 min leitura

 Fraude alimentar: Teste mostra que a maioria do mel comercializado nos EUA não pode ser classificado como mel

Mais de três quartos do mel vendido em supermercados norte-americanos não são exatamente o que as abelhas produzem, de acordo com o teste realizado para o site www.foodsafetynews.com em 2011.

 O site Food Safety News decidiu testar o mel comercializado nos EUA após encontrar no mercado americano mel indiano anteriormente proibido de ser comercializado na Europa por ter sido considerado inseguro devido a presença de antibióticos, metais pesados e pela ausência de pólen que impediu rastreamento de sua origem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, sem a presença do pólen não há maneira de determinar se o mel veio de fonte legítima e segura.

 Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) estabelece que qualquer produto que tem sido ultrafiltrado e não contém pólen não pode ser considerado mel.  Já a diretiva da União Europeia sobre mel estabelece que a remoção de pólen vai tornar impossível a determinação da origem botânica e geográfica do mel, impossibilitando a capacidade de rastrear e identificar a origem real do mel.

  Os testes realizados no estudo citado mostram que o pólen tem sido frequentemente filtrado de produtos rotulados como “mel”. A ultrafiltração é um procedimento de alta tecnologia, onde o mel é aquecido, por vezes diluído e, em seguida, filtrado a alta pressão. Esta técnica foi refinada pelos chineses, que têm despejado ilegalmente toneladas de mel no mercado dos EUA durante anos.

O mel chinês tem uma má reputação nos EUA e em 2001 a Comissão Federal de Comércio impôs tarifas de importação ou impostos para impedir a entrada maciça no mercado americano de um mel baratíssimo e de qualidade questionável.

Para evitar as tarifas de dumping, os chineses começaram a utilizar países intermediários para comercializar o mel.

 Análises de amostras de mel importado pelos EUA, sem origem real conhecida,  indicaram a presença de diluição do mel com xarope de milho, adoçantes e presença de antibióticos não aprovados, podendo representar além de uma fraude alimentar, um risco à saúde dos consumidores.

No estudo, foram analisados 60 amostras de 10 estados americanos, além do Distrito de Columbia encontrando os seguintes resultados:

• 76 por cento das amostras compradas em supermercados tinham todo o pólen retirado.
• 100 por cento das amostras do mel compradas em farmácias não continham pólen.
• 77 por cento das amostras compradas em grandes lojas de varejo tiveram o pólen filtrado.
• 100 por cento das amostras embaladas em porções individuais (blisters) não continham pólen.

 Fabricantes de mel quando questionados relataram que a filtração ocorre devido a fatores como:

  • Maior aceitação do produto pelos consumidores
  • Maior vida de prateleira do produto processado.

 Apicultores, no entanto, afirmam que o processo de filtração tradicional é suficiente para reter partes de abelha, cera, detritos das colméias e outros contaminantes visíveis, sem retirar o pólen.

 O padrão da comissão do Codex alimentarius para Mel recomenda que o tamanho de malha do elemento filtrante não seja menor do que 0,2 milímetro ou 200 micra, tamanho considerado suficiente para filtrar detritos indesejados, mas que mantêm  cerca de 95 % do total do pólen.

 Os produtores de mel afirmam ainda que o único objetivo da ultrafiltração ocorrer é a remoção do pólen e com isso impedir a identificação da sua origem.

No Brasil, a IN 11/2000 e o regulamento MERCOSUL/GMC/RES. Nº 56/99, não há definição de mel ultrafiltrado, somente escorrido, prensado e filtrado.

2 min leitura Fraude alimentar: Teste mostra que a maioria do mel comercializado nos EUA não pode ser classificado como mel Mais de três quartos do mel vendido em supermercados norte-americanos não são […]

2 min leitura
0

Ainda se morre na Europa devido a doenças de origem alimentar?

2 min leitura

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças de origem alimentar causam diarreia, dores abdominais, vómitos e desidratação, o que dificulta ou impossibilita o seu diagnóstico exclusivamente através destes sintomas comuns, uma vez que estes se confundem com os sintomas de doenças de origem não alimentar, podendo conduzir a diagnósticos incorretos (WHO, 2002). Nos países mais industrializados estima-se que cerca de uma em cada três pessoas sofra, por ano, de uma doença de origem alimentar (WHO, 2010), podendo este número ser ainda maior devido ao número de casos não notificados ser muito elevado. Apesar da comprovada relação entre a ingestão de alimentos contaminados e o aparecimento de várias doenças, pouco se conhece sobre a real magnitude do problema na Europa, devido à escassez de informação disponível, existindo a necessidade de criar um sistema estruturado e harmonizado de comunicação/informação de doenças transmitidas por alimentos. Com efeito, de acordo com os dados da EFSA, em 2010 o panorama conhecido sobre doenças de origem alimentar nos diversos países da Europa, era muito desiquilibrado. Na maioria dos países, há um desconhecimento total sobre o número de hospitalizações e mortes devidas a doenças de origem alimentar, devido sobretudo ao diagnóstico difícil. É o caso de países como a Espanha, a Itália, Portugal, Grécia e outros. Em alguns países, os casos reportados são em número tão elevado que parece indicar que nesse País são comuns as doenças de origem alimentar. É o caso de países como a Áustria, França, Alemanha, Lituânia, Roménia, Eslováquia e Polónia em que foram reportados um número significativamente elevado de hospitalizações devido sobretudo a Salmonella, Campylobacter, Bacillus cereus, enterotoxinas estafilocócicas e a outros agentes não identificados. Resta saber se o número é elevado porque a vigilância é mais “apertada” ou simplesmenet porque há efetivamente mais “descuido” na prevenção e manipulação dos alimentos. E ainda se morre na Europa devido a doenças de origem alimentar. De acordo com a EFSA, em 2010, há a informação de 1 morte na Áustria devido a Salmonella Typhymurium, 2 mortes na Hungria por agentes não identificados, 1 morte na Holanda devido a Salmonella Enteritidis, e a 1 morte na Suiça devido a Norovírus… É caso para afirmar…que a segurança alimentar é atualmente um tema pertinente face à ocorrência e emergência de diversos casos de doença de origem alimentar, mesmo nos países mais desenvolvidos. Basta lembrar o que aconteceu em 2011, na Europa, devido à Escherichia coli enterohemorrágica. Mais informações: http://www.efsa.europa.eu

2 min leituraDe acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças de origem alimentar causam diarreia, dores abdominais, vómitos e desidratação, o que dificulta ou impossibilita o seu diagnóstico exclusivamente […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas