4 min leitura
0

Alimentos orgânicos: mais seguros e saudáveis que os convencionais?

4 min leitura

De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford, o mercado de orgânicos nos Estados Unidos, de 1997 até 2010, cresceu de 3,7 bilhões de dólares para a marca de 26,7 bilhões de dólares. Mas a pesquisa questiona se pagar mais por um produto orgânico certificado – um alimento produzido e processado sem pesticidas sintéticos, fertilizantes, antibióticos, hormônios ou ingredientes geneticamente modificados – realmente vale a pena.

 A pesquisa, publicada na semana passada, reuniu dados de 17 estudos em humanos e 223 estudos em densidade nutricional e níveis de contaminação e concluiu que, até o momento, a literatura publicada “não fornece evidências suficientes” de que alimentos orgânicos sejam significantemente mais nutritivos, mas a escolha pelo consumo destes alimentos pode reduzir a exposição a pesticidas e bactérias resistentes a antibióticos.

 O estudo concluiu também que, em geral, produtos orgânicos são 30% menos prováveis de conter pesticidas detectáveis, quando comparados com produtos convencionais, mas a grande maioria de todos os produtos testados ficaram abaixo dos níveis de tolerância do governo americano. O estudo também avaliou outra pesquisa que verificou que crianças que trocaram produtos convencionais por uma dieta com orgânicos durante cinco dias tiveram níveis menores de resíduos de pesticidas na urina, mas se estes níveis têm um impacto direto na saúde humana ainda não está “claro”.

 Em relação à contaminação bacteriana, as pesquisas demonstraram que não houve diferença significativa na taxa de contaminação por E. coli – 7% para orgânicos, 6% para os convencionais – mas também notaram que apenas cinco dos estudos que foram pesquisados compararam diretamente este tipo de contaminação. Quando desconsideraram o estudo que só avaliou alface, a análise demonstrou que produtos orgânicos tinham 5% mais risco de contaminação que os convencionais.

 Em contrapartida, no caso de produtos orgânicos e convencionais de origem animal, as pesquisas evidenciaram que ambos estavam amplamente contaminados por patógenos. Os pesquisadores verificaram que diferenças entre contaminação bacteriana entre orgânicos e convencionais de origem animal eram estatisticamente insignificantes.

 Em carne de frango, 67% das amostras orgânicas e 64% das amostras convencionais estavam contaminadas com Campylobacter, enquanto que 35% das amostras orgânicas e 34% das convencionais estavam contaminadas com Salmonella. Carne de porco, no geral, estava contaminada com E. coli – 65% das amostras orgânicas e 49% das convencionais – e a pesquisa não encontrou nenhum estudo que tenha comparado carne de boi orgânica e convencional.

Uma grande diferença que o estudo encontrou foi que produtos de origem animal, convencionais, tinham maior probabilidade de estarem contaminados por patógenos resistentes a três ou mais antibióticos – para frango e porco, as amostras convencionais tinham um risco 33% maior. As diferenças eram ainda maiores quando foi comparada a resistência à ampicilina – orgânicos e frango tinham 35% menos risco de resistência – mas no estudo com os demais antibióticos, produtos convencionais tinham um maior risco. No entanto, a pesquisa concluiu que as diferenças eram estatisticamente insignificantes neste último caso. Os pesquisadores também verificaram que poucos dos estudos avaliados analisaram os mesmos antibióticos nos mesmos produtos de origem animal.

 “Esta prevalência aumentada na resistência aos antibióticos pode estar relacionada ao uso rotineiro de antibióticos na criação dos animais, no método convencional” – disseram os autores. “No entanto, a extensão na qual o uso dos antibióticos na criação dos animais realmente contribui para a resistência dos patógenos aos antibióticos, em humanos, ainda continua em debate porque o uso inadequado e indiscriminado de antibióticos pelas pessoas é a maior causa das infecções resistentes a antibióticos em humanos”.

 Outros artigos publicados no New York Times, no Chicago Sun-Times e no National Public Radio também colocam em cheque a questão da real segurança dos alimentos orgânicos. Os pesquisadores de Stanford alertaram que os resultados de seus estudos devem ser “interpretados com cautela”.

 Não existem estudos de longo prazo sobre os efeitos na saúde de pessoas que se alimentam principalmente de produtos orgânicos versus aqueles que se alimentam basicamente dos convencionais. Tais pesquisas seriam muito caras e difíceis de serem conduzidas, e os estudos atualmente disponíveis variam bastante na metodologia, tamanho das amostragens e extensão, e por este motivo, tirar qualquer conclusão generalizada é muito difícil.

 Ainda assim, os dados desta pesquisa demonstraram que produtos orgânicos podem não valer a pena os dólares extras a serem gastos por consumidores que procuram um benefício para a saúde.

 Michael Pollan, uma das figuras mais influentes nas causas relacionadas a alimentos, afirmou que “apenas encorajaria o público a se educar e não tirar conclusões apenas com valores nominais. Esta questão é complicada, e ainda precisamos de muito mais ciência e estudo. A ausência de provas tanto pode significar que ainda não estudamos o assunto suficientemente ou que ainda não encontramos uma resposta, e não significa que não chegaremos a alguma conclusão. E por enquanto, um princípio precautório: Apesar de que o assunto dos níveis baixos de pesticidas influenciarem ou não na nossa saúde ainda não ter terminado, existem ótimas razões para minimizar o seu consumo”.

 E você, caro leitor? Costuma consumir produtos orgânicos ou convencionais? Você acredita que os alimentos orgânicos sejam realmente mais seguros que os convencionais?

 Este artigo é um resumo (tradução livre) do texto original citado no site:

http://www.foodsafetynews.com/2012/09/organic-food-not-proven-healthier-or-safer-study-finds/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=120905&goback=%2Egde_3225931_member_160182173#%2EUEfJ88W70fg

4 min leituraDe acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford, o mercado de orgânicos nos Estados Unidos, de 1997 até 2010, cresceu de 3,7 bilhões de dólares para […]

< 1 min leitura
0

Auditorias de Food Safety – Inspeção técnica para reais oportunidades de melhoria

< 1 min leitura

 

Auditoria de Sistemas Foos Safety – Inspeção Técnica para reais oportunidades de melhoria

Publicado na revista Controle de Contaminação. Julho 2010 Ano 12 no 135

Autoras: Juliane Dias e Karine Nunes Mafra

Uma indústria de alimentos pode receber auditorias de segurança de alimentos, qualidade e legalidade muitas vezes ao longo do ano. São auditorias realizadas por clientes, órgãos fiscalizadores e organismos de certificação, com objetivo de atestar a qualidade ou segurança do produto e até mesmo a legalidade. Diante  de tantas auditorias, como manter meu sistema de qualidade ou segurança de alimentos sempre preparado?
Quais são os processos que demandam mais treinamentos?
Como atender as solicitações de clientes, fornecedores e requisitos legais de maneira integrada, atendendo aos mais diversos gostos e de maneira funcional à minha realidade?

Clique aqui para baixar o artigo completo.

< 1 min leitura  Auditoria de Sistemas Foos Safety – Inspeção Técnica para reais oportunidades de melhoria Publicado na revista Controle de Contaminação. Julho 2010 Ano 12 no 135 Autoras: Juliane Dias e Karine […]

< 1 min leitura
0

Gestão de Segurança de Alimentos em Restaurante Comercial

< 1 min leitura

Gestão de Segurança de Alimentos em Restaurante Comercial

 RESUMO

Atualmente o quadro de segurança de alimentos nos serviços de alimentação está distante do considerado ideal. Isto requer que a segurança de alimentos seja vista como algo macroscópico e que se entenda que a introdução dos perigos pode ocorrer em todas as etapas do processo. A fim de contribuir com estas empresas, este artigo apresenta o quadro das práticas adotadas na cadeia de produção e fornecimento de alimentos e identifica os pontos críticos de controle dos seus processos. Para sua realização a estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de caso em um restaurante comercial. A coleta de evidencias se deu por meio da observação e da documentação. Usaram-se como instrumental de pesquisa o formulário e entrevistas. Os dados obtidos na aplicação do formulário foram tratados qualitativamente e os obtidos nas entrevistas foram processados estatisticamente. Os resultados mostraram a falta de acompanhamento do estado de saúde dos manipuladores e de padronização como as praticas que mais impactam na segurança dos alimentos. Foram identificados como pontos críticos o controle das temperaturas e sobras e a maneira como é conduzida a gestão de pessoal.
Palavras-chave: Serviços de alimentação. Pontos críticos de controle. Boas práticas.

Autores: Gisele Lara de Almeida, Stella Regina Reis da Costa, Arlene Gaspar
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica, RJ

Resumo gentilmente cedido pela Revista Higiene Alimentar,para o Blog Food Safety Brazil

Referência: vol. 26, n. 208/209 maio/junho 2012.

www.higienealimentar.com.br

< 1 min leituraGestão de Segurança de Alimentos em Restaurante Comercial  RESUMO Atualmente o quadro de segurança de alimentos nos serviços de alimentação está distante do considerado ideal. Isto requer que a segurança […]

3 min leitura
0

Desafios da avicultura brasileira

3 min leitura

 

Brasil é o terceiro maior produtor de carne de frango e o primeiro exportador.  Podemos perceber assim quão relevante foi a palestra da Dsc. Zootecnista Sulivan Alves, Coordenadora Técnica da UBABEF (União Brasileira de Avicultura), que aconteceu  no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

O clima brasileiro, a disponibilidade de grãos e o sistema integrado de produção fazem com que o ambiente no Brasil seja tão favorável para avicultura. Estas vantagens conferem ao país a versatilidade de conseguir atender a diferentes mercados, como, por exemplo, o Japão, onde a carne de pescoço é especialmente requisitada, ou aos povos muçulmanos, para os quais é necessário um procedimento de abate específico.

A avicultura possui uma cadeira integrada bastante complexa, que contempla desde assistência técnica aos produtores, gestão de cadeia produtiva, garantia da qualidade e biossegurança. Esta evolução sofrida até os dias de hoje possibilitou ao frango fazer parte do cotidiano do brasileiro devido ao preço e as características da carne – que é mais saudável que a carne vermelha. Atualmente, a média de consumo no Brasil está em torno de 47 kg de carne de frango/ habitante/ ano.

               O principal paradigma existente nos dias de hoje é: Como a ave é produzida em tão pouco tempo? São hormônios que fazem com que o frango cresça?  A Sra Sulivan apontou que o motivo pelo qual o frango fica pronto para abate em aproximadamente 42 dias não é a utilização de hormônios, mas sim uma combinação de forte trabalho genético e alimentação balanceada.

Estudos atuais mostram que crianças de 0 a 5 anos consomem menos carne de frango, justamente porque os pais acreditam que o crescimento forçado do animal se dá basicamente devido à utilização de hormônios.

Segundo apontamentos da Dsc Sulivan, juntamente com os trabalhos de seleção genética e evolução da nutrição para os animais, há ainda a utilização de drogas veterinárias, que são os antimicrobianas.  Estas substâncias têm uso preventivo e terapêutico e são melhoradores de desempenho, uma vez que atuam na flora intestinal – favorecendo crescimento de bactérias benéficas. Ela relata ainda que estas substâncias também têm uso racional e controlado, de modo que podem somente ser utilizadas antes do animal ser levado para o abate.

Existe hoje um movimento em prol do banimento dos melhoradores de desempenho, pois questiona-se a possibilidade de a resistência passar para os humanos. Até o presente momento não há comprovação desta hipótese, mas muitos países banem por precaução. Com isto há muita queda do desempenho na produção de aves, e, como resposta atualmente há muitos estudos para utilização de alternativas como probioticos/ prebióticos.

               Foi apontado ainda que a cadeia produção de aves no Brasil possui controles para garantia da saúde e do bem estar dos animais, bem como controle de resíduos e contaminantes, além de garantia de padrões e rígido monitoramento de patógenos.

A cada demanda que o Brasil recebe de um país diferente para qual exporta é realizada uma avaliação e discussão sobre o tema. Todavia, normalmente o país precisa atender às solicitações para continuar exportando.  A Sra Sulivan traz como exemplos o case recente de Fluoroquinolonas do Canadá, ou o requerimento de análises de liberação por container pela Arábia Saudita, ou ainda monitoramento de dioxinas por container na Africa do Sul.

Cada uma destas demandas, uma vez requisitada e validada, é incorporada no PNCRC (Plano de Controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem Animal), e esta adição encarece a exportação da carne de frango brasileira.

Fonte da imagem: material do palestrante

3 min leitura  Brasil é o terceiro maior produtor de carne de frango e o primeiro exportador.  Podemos perceber assim quão relevante foi a palestra da Dsc. Zootecnista Sulivan Alves, Coordenadora Técnica […]

< 1 min leitura
2

BPF em Serviços de Alimentação

< 1 min leitura

 

Critérios de Boas Práticas em Serviços de Alimentação – do papel à prática

 Publicado na revista Controle de Contaminação em Janeiro 2012  pg 37-39 Ano 12 n 129

Autoria Juliane Dias e Vanessa Maccari

Só em 2009, as consultoras Juliane Dias e Vanessa Maccari, da Flavor Food Consulting, contabilizaram mais de 900 auditorias de conformidade à RDC 216/2004, em 10 centros comerciais na grande São Paulo e interior, tanto em grandes redes de praças de alimentação como em lojas individuais.

 O que têm em comum os estabelecimentos que apresentam elevado grau de conformidade? Quais são os fatores de resistência e dificuldades daquelas lojas que apresentam notas sofríveis e não conseguem executar o que está nos procedimentos documentados (quando existentes)? 

Clique aqui para baixar o artigo completo.

< 1 min leitura  Critérios de Boas Práticas em Serviços de Alimentação – do papel à prática  Publicado na revista Controle de Contaminação em Janeiro 2012  pg 37-39 Ano 12 n 129 Autoria […]

3 min leitura
2

Caixas de madeira ou caixas de plástico?

3 min leitura

Caixas de madeira ou caixas de plástico? Quais serão as mais higiênicas no transporte e acondicionamento de produtos hortifrutigranjeiros?

No transporte e acondicionamento de produtos hortofrutícolas, as tradicionais caixas de madeira têm vindo a ser substituídas por caixas de plástico, sobretudo por se considerar que o plástico é um material mais higiênico e de mais fácil limpeza do que a madeira.

Em um estudo efetuado na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, comparou-se a contaminação microbiana de embalagens de madeira com as de plástico, tendo-se concluído que não existem diferenças significativas entre os dois materiais. Do estudo pode concluir-se que a contaminação microbiana elevada, verificada em algumas caixas de madeira e de plástico, é resultado da falta de limpeza das caixas antes da sua reutilização.

 

Por: Ana Luísa Fernando, DCTB/UBiA, FCT/UNL

No transporte e acondicionamento de produtos hortofrutícolas, as tradicionais caixas de madeira têm vindo a ser substituídas por caixas de plástico, sobretudo por se considerar que o plástico é um material mais higiénico e de mais fácil limpeza do que a madeira. Mas será que as caixas de madeira são menos higiénicas do que as de plástico?

Num estudo efectuado na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, comparou-se a contaminação microbiana de embalagens de madeira utilizadas no transporte e comercialização de produtos hortofrutícolas com as de plástico. As amostras foram recolhidas no MARL (Mercado Abastecedor da Região de Lisboa), local escolhido por apresentar um elevado número de trocas comerciais e também de variedade de produtos, onde estes dois tipos de embalagens são comummente utilizados. Para controlar a contaminação das embalagens utilizadas no transporte de produtos hortofrutícolas quantificou-se a flora microbiana existente na sua superfície. Escolheram-se os microrganismos que são habitualmente identificados com mais frequência em produtos hortofrutícolas, e que podem como tal contaminar as embalagens, bem como os que podem resultar do manuseamento das embalagens pelos operadores e pelas suas condições de utilização e de armazenamento.

Os resultados obtidos neste ensaio mostraram o seguinte:

a)      a contaminação das embalagens é sobretudo devida a microrganismos mesófilos, ou então psicrófilos. Os bolores e leveduras são os microrganismos predominantes, seguindo-se as bactérias coliformes e o B. cereus.

b)     A contaminação de embalagens de hortícolas foi superior à das embalagens de frutos.

c)      em termos de contaminação microbiana, não se verificaram diferenças significativas entre as caixas de madeira e as caixas de plástico.

De acordo com os resultados obtidos neste ensaio e de acordo com as observações efectuadas no local da amostragem, verificou-se que as embalagens que apresentaram valores mais elevados de contaminação microbiológica (madeira ou plástico), eram também aquelas que apresentavam uma maior falta de higiene e de limpeza. Os resultados obtidos neste estudo apontam para a possibilidade de contaminação e desenvolvimento microbiano nos materiais usados nas embalagens de produtos hortofrutícolas, sobretudo devido à ausência de boas práticas de higiene. É, portanto, fundamental que se realize a higienização, a limpeza e a desinfecção das caixas destinadas a acondicionar produtos hortofrutícolas para evitar a proliferação de microrganismos, antes da sua utilização/reutilização. Estes requisitos são válidos para os dois tipos de material estudados, ou seja, é necessário ter estes cuidados quer os materiais sejam de madeira, quer sejam de plástico.

 E você leitor, qual é a sua opinião?

Mais informações em:

Higiene de embalagens de produtos horofrutículas, comparação entre embalagens de madeira e de plástico

 

3 min leituraCaixas de madeira ou caixas de plástico? Quais serão as mais higiênicas no transporte e acondicionamento de produtos hortifrutigranjeiros? No transporte e acondicionamento de produtos hortofrutícolas, as tradicionais caixas de […]

2 min leitura
0

Bioacumulação em peixes e moluscos bivalves

2 min leitura

A principal mensagem da palestra do Professor João P.M. Torres, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi que contaminantes são substâncias tóxicas persistentes, que resistem a transformação física, química e biológica. Estas substâncias transportam-se para longas distâncias e, o principal é: elas bioacumulam, ou seja, permanecem estáveis dentro dos organismos vivos.

Esta palestra aconteceu no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

Quando falamos de contaminantes, referimo-nos a pesticidas, bifenilas, dioxinas, HPAs, PBDEs entre outros. As dioxinas estão freqüentemente presentes em carnes, leites, e seus respectivos derivados. Sua incidência vem decrescido com o tempo. Os polibromados são substâncias adicionadas a plásticos, e, devido a bioacumulação, estão sendo encontradas em peixes e também no leite materno.

O estudo conduzido pelo professor Torres e sua equipe aponta que os predadores normalmente possuem mais acúmulo de contaminantes que suas presas. Este fenômeno pode ser observado quando é identificado leite contaminado de mães de regiões brasileiras onde a alimentação é feita basicamente de peixe – animal este que habita os rios poluídos da região estudada.

As informações apresentadas são provenientes de estudos conduzidos para peixes e moluscos bivalves, e conclui-se que ainda que a bioacumulação seja um fenômeno importante para ser considerado e estudado. É seguro, por exemplo, comer Tillápia no Brasil – uma vez que os índices de contaminantes são pequenos. E para que houvesse um risco toxicológico na alimentação de bivalves, esta deveria ser a única fonte de consumo de uma pessoa.

A pergunta final é: e quando considerar a composição de alimentação como um todo? E quando consideramos a bioacumulação proveniente de todos os alimentos que ingerimos no nosso dia-a-dia? O Professor Torres aponta esta como a real questão a ser ainda estudada.

2 min leituraA principal mensagem da palestra do Professor João P.M. Torres, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi que contaminantes são substâncias tóxicas persistentes, que resistem a transformação física, […]

< 1 min leitura
8

“Segurança de Alimentos” ou “Segurança Alimentar”?

< 1 min leitura

Muitos pensam que estas duas expressões tem o mesmo significado, chegando a ser confundidas até em trabalhos acadêmicos, mas, no Brasil, possuem significados claramente diferentes.

 Veja o quadro abaixo:

seguranca_alimentar_de_alimentos

Já em Portugal as duas expressões tem o mesmo significado, sendo a expressão “Segurança Alimentar” mais usada. Segundo a D.G.F.C.Q.A. – Direcção Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar – do governo Português, Segurança Alimentar é “Produção, transformação, distribuição e fornecimento de alimentos que não prejudicam a saúde do consumidor”.

 

< 1 min leituraMuitos pensam que estas duas expressões tem o mesmo significado, chegando a ser confundidas até em trabalhos acadêmicos, mas, no Brasil, possuem significados claramente diferentes.  Veja o quadro abaixo: Já […]

2 min leitura
11

Um método simples de definir critérios metrológicos

2 min leitura

O ocorrido em uma das últimas auditorias na qual participei veio confirmar o que escrevi no artigo Calibrado, mas nem tanto. E exemplifica como um detalhe que passa despercebido pode afetar os resultados de uma medição e, consequentemente, a tomada de decisão do tipo que pode liberar um lote potencialmente inseguro ou reprovar um lote que apresenta-se conforme.

Durante a visita, constatei que vários termômetros traziam um ajuste na forma de uma etiqueta, indicando que o resultado lido deveria ser adicionado ou subtraído de um valor, que girava em torno de 0,4oC. Alto, considerando-se que uma das medições feitas tinha uma tolerância de processo de 1,0oC. Pedi para olhar o histórico de verificação dos termômetros e constatei que para um mesmo instrumento, ora a verificação requeria ajuste para mais, ora para menos. Minha desconfiança se confirmou quando me foi apresentado o certificado de calibração do termômetro de referência, com uma incerteza de 0,7oC. Ou seja, a falta de análise crítica do certificado levou a adotar como referencial um termômetro com péssimo desempenho.

Como evitar situações como essa? Definindo critérios de aceitação para seleção e calibração de instrumentos de medição, tomando como parâmetro a tolerância do processo. Segue alguns passos simples para isso, sendo que o valores adotados como critérios são meras sugestões, mas que não fogem muito do recomendável. Considere que a escolha dos valores dependerá do nível de precisão desejada, contra-balanceada com o investimento possível.

1. Seja T, a tolerância de processo, R a resolução do instrumento de medição e U a incerteza do mesmo. Por exemplo, se um método analítico orienta incubar a placa a uma temperatura de 34 a 36oC, a tolerância é T=1oC.

2. Um instrumento é adequado para monitorar esse processo se apresentar resolução R<T/3. No exemplo acima, o termômetro deve apresentar resolução menor que 0,33oC.

3. Quando calibrado, o certificado de calibração deve apresentar uma incerteza U<T/6. No nosso caso, U<0,16oC.

Existem outras maneiras de estabelecer critérios para seleção e aprovação da calibração de instrumentos de medição. Mas fica aí uma sugestão relativamente simples e eficaz para assegurar medições mais confiáveis.

2 min leituraO ocorrido em uma das últimas auditorias na qual participei veio confirmar o que escrevi no artigo Calibrado, mas nem tanto. E exemplifica como um detalhe que passa despercebido pode […]

2 min leitura
2

Quais de vocês consomem alimentos radioativos?

2 min leitura

Esta foi a pergunta que o Sr. Bert Popping – Diretor Científico de Desenvolvimento da Eurofins da Alemanha, nos fez no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

Repito a pergunta do Sr. Bert Popping: Quais de vocês consomem produtos radioativos?

Quase todo alimento é radioativo. O Potássio 40 é um elemento radioativo e apresenta uma radioatividade natural. Este elemento é freqüentemente encontrado na composição de alimentos. São outros exemplos de elementos que apresentam radioatividade natural o Urânio 235 e 238, bem como o Carbono 14, entre outros.

O Sr Bert Popping explica que alimento radioativo é aquele que contem em sua composição elementos radioativos, que emitem pulsos de energia. Um alimento radioativo (alta energia) não é considerado seguro. Já um alimento irradiado é o que sofreu exposição à radiação, para, por exemplo, eliminar microrganismos. Esta tecnologia é considerada segura. Vamos, em seguida, explicar a diferença entre os dois: alimentos radioativos e alimentos irradiados.

A cada 1 kg de frutas que ingerimos, consumimos também em média 50 Bq*. (*bq = Bequerel –  é a quantidade de material radiativo em que um átomo se transforma por segundo; unidade de desintegração). Para cada 1 litro de leite: 50 Bq. E para cada quilo de carne, 100 Bq.

A radioatividade passa para os alimentos da incorporação de radionuclídeos do solo pelas raízes das plantas e também pelo ar. Assim, uma pessoa absorve aproximadamente 4mSv por ano (mSv: dose de radiação). Aproximadamente 4% deste valor é proveniente dos alimentos.

De acordo com o Sr Popping, existem até hoje algumas alguns vestígios de Chernobil no que se refere a radioatividade: uma vez que ainda há radioatividade presente no mar nos arredores do Japão, peixes desta área podem, por ventura, ser provenientes de uma área ainda infectada. Não somente peixes do Japão podem apresentar radiação, mas de outros países nos arredores. Outros exemplos são containers que são contaminados por radiação no Japão e são usados em todo mundo, ou ainda brinquedos da China. Tudo que é proveniente desta região tem potencial de contaminação por radiação.

O Sr Bopping menciona ainda que a irradiação de alimentos, no entanto, é muito usada para redução de carga microbiana. É freqüentemente aplicada em carnes, por exemplo. É uma tecnologia considerada segura, pois o alimento que passa neste sistema não é, necessariamente, radioativo. A carga utilizada á muito pequena, e não entra em contato direto com o produto.

Os raios alfa e beta não possuem grande penetração. Se o alimento estiver exposto (sem embalagens), o próprio raio beta é efetivo para o tratamento. No entanto, se houver uma caixa de papelão envolvendo o alimento, por exemplo, é necessário utilizar raio gama para o tratamento para conseguir certa efetividade.

Na Europa, os produtos que sofreram tratamento pro irradiação devem trazer um selo de identificação, uma vez que muitos consumidores europeus ainda estão relutantes com a tecnologia. Na China, no entanto, é muito freqüente a utilização de irradiação para tratamento de alimentos.

 

Fonte da imagem: Material Palestra B Popping

2 min leituraEsta foi a pergunta que o Sr. Bert Popping – Diretor Científico de Desenvolvimento da Eurofins da Alemanha, nos fez no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas