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Armadilha fora do lugar vai funcionar? Controle de roedores nas empresas de alimentos

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Armadilha fora do lugar vai funcionar? Dedico o post de hoje a um fato que embora pareça tão óbvio, é muito comum nas indústrias, não diria que seja crônico. Você em algum momento já deve ter se deparado com situação semelhante.

Armadilha

Contextualizando: as armadilhas de roedores são pequenas caixas posicionadas tanto internamente como externamente nas empresas de alimentos. Sua principal função é evitar o acesso de roedores à planta produtiva.

O time de qualidade e a empresa de controle de pragas são responsáveis por definir os locais estratégicos para se colocar tais armadilhas. Cada local é criteriosamente avaliado e normalmente uma placa com sua posição é fixada na parede combinando o número entre armadilhas e placas. Desta forma fica fácil identificar visualmente se determinada armadilha pertence realmente àquele local.

Além das placas, um recurso de apoio é o mapa de iscas. Este mapa muitas vezes é representando pelo desenho da planta baixa da empresa acompanhado por símbolos numerados indicando todas as posições e quantidades de armadilhas existentes atualmente.

Até aqui veja que foram feitos estudos, análises de local, mapeamento pensando sempre na melhor proteção e controle possíveis da empresa.

Roedores

Mas…. durante o trabalho uma paleteira em um corredor estreito, uma empilhadeira transportando um alto volume de materiais ou a pressa fazem com que uma ou outra armadilha saia do local determinado. Nesta hora a empresa fica vulnerável em seu controle de pragas. Mesmo que a armadilha esteja somente afastada da parede, aquele acesso está comprometido.

Uma característica dos roedores é a sua locomoção pelos cantos do ambiente procurando proteção e abrigo de modo a passarem despercebidos enquanto andam pelo local. Roedores evitam trafegar no centro do ambiente, logo adotam uma das laterais da parede para seguir o trajeto. Veja que quando a armadilha para roedores está fora do lugar ou retirada do canto da parede, ela perderá sua função e o roedor continuará com seu acesso livre, não “passando” por dentro da armadilha.

O formato da armadilha também pode prejudicar, sobre isso veja a matéria Controle de pragas: importância do formato da armadilha para roedores

Conscientização

Diante do exposto, é estratégico que os colaboradores sejam conscientizados sobre as armadilhas de roedores e a importância de elas estarem em seus devidos lugares. Desta forma, todos podem contribuir (e não só o responsável por controle de pragas) para manter a armadilha em sua posição correta, lembrando que qualquer avaria percebida nos dispositivos deve ser notificada ao responsável para que se faça o reparo ou substituição.

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O custo da não qualidade de um alimento

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Quanto custa para um produtor ou comerciante de alimentos manter a satisfação do cliente? A resposta corresponde ao preço da qualidade. Mas qual é o custo da não qualidade? Essa é uma pergunta que os responsáveis pela alta direção de uma empresa devem se fazer na elaboração do orçamento da área de Qualidade.

Nós que trabalhamos na área de Qualidade de uma empresa alimentar, seja como staff ou externamente como consultores, vivemos brigando com a área financeira e mesmo com a alta direção com alguma regularidade, devido aos recursos financeiros necessários. Questionamentos sobre os custos associados à realização de análises químicas e ou microbiológicas; aquisição e desenvolvimento de equipamentos para o próprio laboratório ou contratação de serviços laboratoriais externos ou outros tipos de testes necessários à preservação da segurança dos alimentos costumam ser ouvidos com alguma assiduidade. Às vezes acham necessário reduzir a quantidade de análises, colocando em risco a qualidade e a segurança dos produtos. Quando o custo da qualidade é considerado excessivo pela alta administração, começam os cortes no orçamento. É neste contexto que se abre a porta ao custo da não qualidade, ou seja, ao custo da má qualidade.

Às vezes, esse custo não é percebido até o início dos problemas, que podem ser de vários tipos. Estes são mais altos do que o custo de manutenção e melhoria da qualidade e segurança do produto.

Quais podem ser alguns dos custos associados à não qualidade?

– Queda nas vendas. Quando o consumidor percebe que a qualidade do produto é inferior e não atende às suas necessidades ou expectativas.

– Aumento dos riscos à segurança de alimentos e das possibilidades de gerar doenças nos consumidores (DTA)

– Aumento das possibilidades de infração perante a autoridade sanitária, incluindo advertências e multas.

– No caso de ter obtido uma ou mais certificações por empresas certificadoras, existe o risco de não cumprimento das normas e perda do benefício.

– Possibilidade de recall. Qual é o custo de fazer um recall? É sempre muito alto.

– Desprezo da marca. Pode levar anos para uma marca se tornar prestigiada e apenas algumas horas para ser desacreditada.

– Maior possibilidade de enfrentar ações judiciais de consumidores afetados em sua saúde.

– No caso de empresa exportadora, reclamações e devoluções podem ser geradas por clientes estrangeiros e até mesmo pode haver perda de mercado.

Entre vários outros aspectos negativos, a falta de qualidade para economizar no orçamento, com cortes mal avaliados e tendo em conta as desvantagens que podem causar, ficam mais caros a médio e longo prazo. O custo da não qualidade é maior do que o departamento financeiro avaliou inicialmente, com a desvantagem ainda maior de ter que recuperar o mercado perdido, o que também tem um custo consideravelmente mais alto.

Cuidar da qualidade e segurança dos alimentos não é uma despesa, é o melhor investimento.

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Inspire-se nas tendências para alimentos em 2022

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Tendências de comportamento de consumo mais colaborativo, comunitário, consciente, com alimentos de sabores únicos (experiências multissensoriais, passando por projeções 3D), frescos, saudáveis, sustentáveis; soluções inovadoras, conectadas com a tecnologia otimizando processos (comidas do futuro a nossa porta já), auxiliando na criação de experiências para o consumidor de modo democratizado e digitalizado, como os pagamentos contactless, cardápio digital, totens e apps integrados para realizar pedidos, entre outras…são algumas confirmações que vieram para ficar, mas ainda assim, está sempre em voga a segurança de alimentos!

Vamos ver algumas destas tendências:

1)      Evitar desperdícios

Atualmente, cerca de um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado mundialmente. No Brasil, mais de 100 milhões de pessoas não sabem ao certo se farão 3 refeições no dia e mais de 20 milhões passam fome. Ações que visam combater o desperdício de alimentos a partir da redistribuição de alimentos excedentes ou shelf life próximo ao vencimento, abrir discussões sobre como ampliar o marco regulatório e potencializar iniciativas de doação de alimentos e convidar cada vez mais empresas e pessoas a se engajarem na luta contra a fome (abordado em outro post).

2)      Sabores únicos

Se nos últimos meses você sentiu mais vontade de procurar conforto em sabores clássicos e nostálgicos essa é uma das principais tendências de sabor que surgiu ao longo dos últimos dois anos, muito por conta da pandemia de covid-19. Para lidar com estes momentos de incerteza, as pessoas buscaram alimentos que trazem sensação de conforto e acolhimento, despertando a relação afetiva da infância a cada garfada…”eu me lembro do sabor de arroz, feijão, carne de panela com batatas, tudo amassadinho que a minha vó fazia”.

3)      A inteligência artificial (IA)

De timers ativados pela voz até máquinas que servem porções personalizadas, conta-se com a tecnologia para ajudar a difundir programas de assinaturas e fidelização, tais como recomendar vinhos de forma mais assertiva e com menos esforço humano, criando no consumidor seu próprio enoperfil.

4)      Alimentos vegetais estão em alta (os produtos plant-based)

Seja por restrições ou intolerâncias alimentares, busca por uma alimentação mais saudável ou pela preocupação com a proteção do meio ambiente e redução da pegada de carbono, vem crescendo o reducitarianismo. O Brasil é um dos cinco maiores produtores de carne do mundo, mas pela sua biodiversidade, ciência e capacidade de produção, tem potencial para ser protagonista no desenvolvimento de novas fontes vegetais, certamente.

5)      Embalagens ecológicas

Estudos recentes apontam que a maioria das pessoas está disposta a pagar mais por fast-food que adotam práticas e materiais mais ecológicos. Os grandes players de comida rápida do mundo já entenderam o recado e estão liderando a indústria em seus esforços de sustentabilidade, começando a testar embalagens reutilizáveis como parte de seu projeto para reduzir o desperdício. Clientes podem optar por utilizar embalagens reutilizáveis nos itens do cardápio e, ao final da refeição, podem devolver os recipientes para serem limpos, na certeza de que 100% das embalagens venham de fontes renováveis, recicladas e/ou certificadas.

6)      Movimentos sustentáveis e regionais

Existe uma real conexão entre marcas, restaurantes e clientes com o movimento de ter a cozinha propriamente aberta, mas abrange toda a experiência do serviço, com transparência. Clientes buscam uma interação diferenciada, segura e acolhedora, proporcionando uma conexão com a comunidade e produtos locais, ilustrando todo o potencial da relação entre estabelecimentos e fornecedores/produtores locais, como, por exemplo, o protagonismo do indígena e a floresta amazônica em pratos regionais.

7)      Menos álcool

Caminho etílico nas taças reduzido nos drinks. Afinal, nunca se falou tanto sobre bem-estar e saúde, aspectos que estão na contramão do consumo de álcool. Essa mudança de comportamento se revelou como uma tendência num segundo momento de pandemia, onde as pessoas já estavam longe de seus bares favoritos há um tempo e passaram a reduzir a quantidade de álcool consumida em casa.

8)      O consumo consciente

Existe uma tendência que aponta para uma maior visibilidade desta questão. Consumir conscientemente não só evita o desperdício como também traz economia para o bolso. Devemos transformar tudo em outra coisa, aproveitando-a integralmente, conectando-se com as necessidades do ambiente, usando recipientes recarregáveis grandes, lidando diretamente com os produtores e fazendo compostagens.

9)      Imunidade

Após um longo período de pandemia, muitas pessoas se conscientizaram sobre o impacto da alimentação na saúde e imunidade. Com a saúde em foco, superfoods, suplementos e probióticos tornaram-se uma forte tendência, uma vez que possuem nutrientes e efeitos não só imunizantes mas também benéficos para a saúde.

10)     Movimento body positive

Por estarmos inseridos em uma sociedade que é muito pautada pela estética e padrões de beleza que desconsideram a maravilhosa diferença entre corpos, surgiu o food shaming, comportamento social que julga o hábito alimentar de alguém por meio de comentários negativos. Cada vez mais pessoas e marcas têm se conscientizado sobre essa questão e se posicionado. A liberdade também está na comunicação do posicionamento das marcas.

Fonte da imagem: vendasexternas.com.br

Referências:

https://www.nrn.com/webinars/trend-forecast-2022-chefs-discuss-next-big-trends https://financesonline.com/restaurant-trends/https://kadence.com/food-and-beverage-trends-to-watch-in-2022-and-beyond/ https://answerthepublic.com/reports/9b67cd92-5203-4e3f-8449-f4f724de2d1f https://www.thekitchn.com/top-food-trends-2022-whole-foods-23228897 https://www.ktchnrebel.com/food-report-future-trends/ https://spoonshot.com/blog/food-trend-predictions-for-2022/ https://www.dinecompany.com/trends-in-foodservice/ https://www.synergytaste.com/inspiring-food-and-drink-trends-2021-2022 https://servircomrequinte.francobachot.com.br/tendencias-gastronomicas-2/ https://www.linx.com.br/blog/crescimento-do-delivery-pos-pandemia/ https://www.foodforum.co/

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Entrevista com a colunista Jacqueline Navarro

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O time de colunistas do Food Safety Brazil é formado por profissionais de referência na área de segurança de alimentos. Para que os leitores conheçam um pouco da  história de cada um deles, fizemos uma série de posts dedicados a entrevistá-los. Hoje vamos conhecer um pouco sobre Jacqueline Navarro, que se dedica compartilhando conhecimentos e experiências no blog desde 2017. Jacqueline é pós-graduanda no programa de Ciência dos Alimentos da USP, onde trabalha com compostos fenólicos e capacidade antioxidante de frutas nativas da mata atlântica. Ela é bacharel em Química de Alimentos pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e já atuou na indústria de alimentos em inovação e gestão da qualidade. É professora voluntária na ONG Cidadão Pró Mundo.

Food Safety Brazil: Como as pessoas leigas percebem a segurança dos alimentos?

Jacqueline Navarro: As pessoas que não conhecem a importância da segurança de alimentos acreditam que isso é uma grande bobagem, que ao fazer algo não haverá consequências. Mas a segurança de alimentos é importante porque ajuda a proteger o consumidor do risco de doenças transmitidas por alimentos. Também ajuda a prevenir os consumidores de riscos de doenças relacionadas à saúde, como alergia e até morte.

Food Safety Brazil: Como membro da diretoria do blog, o que pretende fazer?

JN: O blog possui uma aderência muito grande à comunidade que o cerca, por exemplo, pessoas de consultorias e indústrias. Agora o próximo passo é encontrar um canal com a dona de casa, com o pequeno empresário que faz comida em casa para vender por delivery.

Food Safety Brazil: O que você espera do futuro do blog Food Safety Brazil?

JN: No futuro, espero que qualquer leitor acredite que possa ser colunista e um divulgador da nossa causa.

Quer conhecer mais sobre as experiências da colunista Jacqueline? Veja aqui os posts que ela já publicou no blog.

Leia também outras entrevistas:

Entrevista com o colunista André Pontes

Da indústria ao mundo acadêmico – entrevista com Juliana Barbosa

Desafios atuais em serviços de alimentação – entrevista com Luiza Dutra

Cultura positiva – entrevista com Cristian Roque

Entrevista com a colunista Heloísa Ciconato

Entrevista com a colunista Cíntia Malagutti

Entrevista com o colunista Marco Túlio Bertolino

Entrevista com colunista Danielle Parra

Em entrevista, colunista Vanessa Cantanhede revela as duas características essenciais de um auditor

Entrevista com colunista João Paulo Ferreira: “Novos desafios vão exigir novas habilidades”

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Perguntas (frequentes) e respostas da Anvisa

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Quando falamos de Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estamos falando do órgão que coordena, supervisiona e controla as atividades de registro, inspeção, fiscalização e controle de riscos em alimentos e medicamentos, sendo responsável por estabelecer normas e padrões de qualidade e identidade a serem cumpridos.
Aqui no blog já falamos sobre a Biblioteca de Temas, que nada mais é do que um compilado de documentos que reúne todas as normas vigentes sobre determinado macrotema, dividido em seus subtemas. O objetivo é facilitar o acesso e a compreensão do Estoque Regulatório ao público, bem como aprimorar o processo de elaboração e revisão das normativas. Para consultar a última atualização (2021), clique aqui. Agora (dezembro de 2021), a ANVISA lançou um painel com as perguntas mais frequentes e suas respectivas respostas. Esse FAQ foi idealizado pela Gerência-Geral de Alimentos (GGALI) e contém um total de 1.237 respostas e perguntas sobre 20 diferentes temas regulatórios de alimentos. Alguns deles são:

  • 1ª edição do documento sobre alteração taxonômica das espécies de microrganismos do gênero lactobacilos 
  • 7ª edição do documento sobre suplementos alimentares
  • 1ª edição do documento sobre as novas regras de rotulagem nutricional
  • 6ª edição do documento sobre informação nutricional complementar
  • 4ª edição do documento sobre padrões microbiológicos
  • 1ª edição do documento sobre resíduos de medicamentos veterinários
  • 3ª edição do documento sobre o uso de gorduras trans industriais em alimentos
  • 3ª edição do documento sobre enriquecimento de farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico
  • 1ª edição do documento sobre contaminantes em alimentos; e 
  • 3ª edição do documento sobre aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia

Se você está interessado em conhecer a ferramenta, clique aqui.

Observação: o painel tem um local que permite a consulta rápida dos documentos de perguntas e respostas publicados pela área de alimentos, através do uso de palavras-chaves.

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Armazenamento de alimentos: a importância de fazer da forma correta

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Guardar coisas nem sempre é uma atividade que muitas pessoas gostam de fazer e de fato não parece ser algo muito interessante. É muito mais fácil largar tudo de qualquer jeito sem muito trabalho. O problema é o depois.

Eu sempre fui uma pessoa organizada, pelo menos tento ser. E uma curiosidade para quem não me conhece diz respeito do uso das minhas roupas. Eu as organizo pela ordem em que entram nas gavetas e cabides do guarda-roupa e as uso seguindo o modelo PEPS (Primeira que Entra, Primeira que Sai).

Curiosamente, anos depois descobri que esse é o modelo usado na rotação de estoque nas indústrias de alimentos, juntamente com o PVPS (Primeiro que Vence e Primeiro que Sai).

As vantagens de utilizar esses modelos de armazenamento são muitas, principalmente quando se trata da segurança de alimentos. Não é à toa que as normas de certificação têm esse como um dos requisitos a serem cumpridos. Como exemplo, cito o  esquema FSSC 22000:

2.5.10 Estocagem e armazenagem – Todas as Categorias

  1. a) A organização deve estabelecer, implementar e manter um procedimento e sistema de rotação de estoque especificado que inclua os princípios da PVPS em conjunto com os requisitos do PEPS.”

Esse tema já foi tratado algumas vezes aqui no blog Food Safety Brazil.

Quando se tem apenas um tipo de produto, a dificuldade é menor, se comparada a lugares onde existem incontáveis materiais. O PEPS e PVPS servem exatamente para facilitar a organização e uso desses materiais armazenados. Talvez o trabalho de armazenamento seja mais simples do que parece quando utilizamos esses modelos e a percepção de que são eficientes é notada quando não há reclamações de clientes relacionados à estocagem.  Organização é o ponto-chave para se conseguir um armazenamento e a rotação de estoque conforme o que é exigido. Isso leva tempo e necessita de espaço e muitas vezes estes recursos são limitados. Mas vale a pena por em prática, principalmente em locais onde ainda não é feito. Torna-se desafiador e os ganhos são enormes.

Todos nós que trabalhamos nas indústrias de alimentos já estamos carecas de saber que é necessário ter o mínimo de organização nos nossos armazéns, almoxarifados e depósitos de produtos acabados, pois de outra forma poderemos ter sérios problemas. Porém, até que ponto de fato isso é cumprido na prática?

Faço esse questionamento porque durante uma auditoria, foi questionado aos colaboradores de uma empresa na qual trabalhei, como eles faziam a rotação de estoque. Todos eles tinham a resposta na ponta da língua, mas não conseguiram provar e mesmo com todas as explicações não conseguiram convencer a auditora.

Fato é que na rotina diária de um serviço de alimentação ou nas indústrias de alimentos, o sistema PEPS e PVPS pode vir a falhar caso não haja uma real compreensão da importância que isso tem no Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, afinal de contas ninguém quer que um produto vencido chegue ao cliente por falhas de organização nos estoques. E infelizmente esse tipo de coisa ainda acontece atualmente exatamente por esse motivo: falhas no controle de armazenamento.

Existem formas para que o PEPS e o PVPS funcionem como o uso de etiquetas de identificação, controle em planilhas, marcações no piso, uso de empilhadeiras para movimentação de produtos, controle manual etc. Um ponto importante e que vale destacar é a responsabilidade e comprometimento das pessoas que estão envolvidas para que executem de forma que não haja falhas e, se caso houver, tenham possibilidade de corrigir.

Convido todos que estão lendo a fazer uma rápida reflexão sobre como andam os locais de armazenamento de produtos onde trabalham. Vocês já pensaram em tirar uns dias para acompanhar in loco como é feito, como é registrado, como é recebido e como é liberado cada material? Se ainda não fizeram isso, lanço esse desafio! Certamente a experiência de acompanhar presencialmente pode trazer ideias de como melhorar e pode se tornar futuramente uma prática que muitos não têm por falta de interesse ou de conhecimento.

José Gonçalves de Miranda Junior é tecnólogo agroindustrial de alimentos (Universidade do Estado do Pará) e auditor líder em FSSC 22000

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Saco plástico que pode ir ao forno é um risco à saúde?

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Em busca da praticidade dos consumidores, a indústria de alimentos e de embalagem investe no desenvolvimento de produtos que visam facilitar a rotina e alimentação no dia a dia. Dentro deste contexto, temos o saco plástico para assar que pode ir ao forno.

Alguns alimentos já vêm com este plástico, como por exemplo, aquele frango para assar e a proposta é justamente ir ao forno assim, embalado.

Recebemos uma dúvida de um leitor que pode ser a dúvida ou curiosidade de muitos: “Tenho uma grande dúvida sobre a utilização de sacos para assar (100% polyester): são saudáveis para utilização ou causam câncer?”.

Estes sacos plásticos são compostos por um material com tecnologia resistente a alta temperatura, chamado de plástico PET, que é um polímero formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol.

Consultando a RDC 56/2012 que apresenta a lista positiva (e restrições) das substâncias para elaboração de materiais plásticos em contato com alimentos, verificamos que ambas as substâncias possuem um limite de migração específica. Isso significa que são substâncias de interesse toxicológico particular e relevante e, portanto, não pode haver migração destes componentes para os alimentos acima dos valores estabelecidos:

Ácido tereftálico LME(T) = 7,5 mg/kg (expresso como ácido tereftálico)

Etilenoglicol LME(T) = 30 mg/kg (expresso como etilenoglicol)

Além disso, a regulamentação brasileira (RDC 105/99) também estabelece a avaliação da migração total, com limite máximo de 60 mg/kg (este valor foi alterado após a publicação da RDC 589/21 que passou a vigorar em 03/01/22).

São muitas as variáveis que podem influenciar no potencial de migração: tempo de contato, temperatura do processo, composição do material de embalagem e até as características do alimento (gorduroso, ácido, etc). Por isso temos regulamentos da Anvisa que estabelecem a necessidade de ensaios de migração, justamente para avaliar se nas condições de uso a migração não vai ultrapassar os limites considerados seguros para saúde humana.

Mas tomem cuidado. Existem práticas de consumidores que são muito arriscadas para a saúde. Um exemplo é o cozimento de arroz na garrafa PET. Outro exemplo é o pote de sorvete usado para guardar alimentos na geladeira ou freezer e que muitas vezes são colocados no forno de micro-ondas para aquecer ou descongelar alimentos. É muito importante seguir a instrução de uso recomendada na embalagem do produto! Não inventem moda, hein? Rs. 

Respondendo então ao nosso leitor: partindo do princípio de que o fabricante deste saco plástico segue a regulamentação da Anvisa e realiza os testes e ensaios de migração considerando a forma como a embalagem será usada e os grupos de alimentos que poderão ter contato com o material, e que os resultados são satisfatórios… Sim, é seguro utilizar este saco plástico para o preparo do alimento. Daí, existe também a responsabilidade das indústrias que fabricam este material em cumprir o que a lei estabelece como obrigatoriedade para proteger a saúde dos consumidores.

Imagem: foto de Karolina Grabowska no Pexels

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O que cada um de nós deseja para 2022 em relação à Segurança dos Alimentos?

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O ano de 2021 terminou e agora nasce em nós a esperança de um mundo melhor para a segurança de alimentos. Nessa vibe, falamos com vários colegas da área sobre o que eles desejam para 2022:

1 – “Desejo uma legislação unificada referente à rotulagem de alimentos, encontrar em uma única norma todos os requisitos estabelecidos por MAPA, Anvisa, Inmetro e Código de Defesa do Consumidor; uma legislação de alimentos unificada, tipo um Código de Alimentos do Brasil que contemplaria todas as categorias de alimentos e seus requisitos técnicos e os respectivos procedimentos de regularização.” Talita Andrade, colunista do blog Food Safety Brazil

2 – “Que a Segurança de Alimentos não seja entendida na organização como responsabilidade exclusiva do departamento de Qualidade, mas como responsabilidade de todos” Leonardo Markovic,colunista do blog Food Safety Brazil

3 – “Desejo que um dia os produtores de alimentos artesanais que não têm nenhuma consciência dos riscos que podem causar se não tiverem permanente controle dos seus processos acordem pela manhã e resolvam vender bonés e camisetas ao invés de queijo fresco e kombuchá.”  Juliane dias, colunista do blog Food Safety Brazil

4 – “Desejo que a área de segurança de alimentos receba investimentos públicos para a pesquisa científica nas universidades, para a formação e contratação de profissionais e para a  fiscalização de alimentos” Humberto Soares, revisor do blog Food Safety Brazil

5 – “Desejo treinamentos e palestras para pessoas leigas, consumidores comuns, sobre Segurança de Alimentos, para eles entenderem os conceitos básicos, os perigos, o que devem observar ao adquirir um alimento”  Regina Vannuci, auditora e consultora em Qualidade de alimentos, tradutora voluntária do blog Food Safety Brasil

6 –Desejo menos indignação e mais colaboração, que os profissionais de Segurança dos Alimentos sejam capazes de compreender, orientar e gerar propósito, antes de julgar pessoas e organizações pelo seu conjunto de regras” Cristian Roque, colunista do blog Food Safety Brazil

7 – “Desejo que as pessoas se preocupem em lavar as mãos para produzir um alimento, como se preocuparam por causa da covid-19.” Luiza Dutra, colunista do blog Food Safety

8 – “Desejo que setores relacionados e interligados nas empresas de forma geral –  porque muitas têm conseguido isso – desenvolvam uma visão de segurança de alimentos, implantando melhorias com essa mentalidade, avaliando riscos, gerindo pessoas” Aline Rezende, colunista do blog Food Safety Brazil

9 – “Desejo que as equipes de alta direção tenham mais consciência de segurança de alimentos nas definições de estratégias.” Fernanda Spinassi, colunista do blog Food Safety Brazil

10 – “Que os times operacionais estejam sempre de mente aberta para os controles que tanto nos ajudam a garantir os melhores produtos para os nossos consumidores” Fernanda Spinassi, colunista do blog Food Safety

11 – “Desejo que as equipes de Marketing e P&D também sintam este amor que sentimos pela Segurança dos alimentos” Fernanda Spinassi, colunista do blog Food Safety Brazil

12 – “Desejo uma norma SGSA unificada de verdade e aceita por todos stakeholders” Marco Tulio, colunista do blog Food Safety Brazil

13 – Espero ver que cada vez menos surjam organizações apresentando iniciativas para desenvolver uma Cultura de Segurança de Alimentos sem, entretanto, ter a consciência que o processo é longo e exige um profundo investimento em autoconhecimento” Cristian Roque, colunista do blog Food Safety Brazil

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As Novas Mudanças do GMP+FSA em 01/01/2022

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Ano novo, vida nova, mudanças… e para o GMP+ International, uma oportunidade de realizar uma nova atualização nas suas normas.

Quem acompanha o GMP+ FSA sabe que no dia 01/03/2021 houve uma grande mudança, que trouxemos com detalhes aqui. Nesta data o GMP+ passou a ter duas versões: a versão 2010 (esquema documental anterior a esta data) e versão 2020 (esquema documental novo). As empresas terão um período de 3 anos para passar a adotar a versão 2020. Mas neste ínterim, as duas versões estarão valendo.

 Nota:

O GMP+ FSA é um esquema de certificação que inclui diferentes normas, assim como o FSSC 22000. Há uma falha comum entre empresas certificadas GMP+ que apenas o documento base deve ser atendido.

Resumindo, esta nova versão do GMP+ altera não só o conteúdo da norma de forma significativa, como também altera a estrutura da documentação. Por exemplo: não existe mais um documento de referência para cada escopo, como o B2 para Production of Feed Materials ou B3 para Trade e Storage & Transshipment.

Segue abaixo a comparação dos esquemas de certificação GMP+ 2010 (como passou a ser chamado o grupo de todos os documentos anteriores) e o GMP+ 2020 (os novos documentos lançados em 01/03/2021).

 

Nota:

Neste post não tratarei sobre os documentos para laboratórios e os demais documentos do GMP+ (documentos A, C e D da versão 2010; documentos ‘Framework’, ‘Requirements Certification Bodies’ e ‘Support’ da versão 2020). Houve mudanças, porém, não cabem neste post. Posso falar à respeito no futuro caso interesse aos leitores.

Como comentei aqui, a transição para este novo esquema documental será gradual, sendo definido como prazo final 01/09/2024. Leia naquele post os detalhes sobre o período de implementação da nova norma. Até esta data, ambas as versões dos documentos estarão válidas e mais do que isso, poderão ser atualizadas. Ou seja, quem ainda será auditado na versão 2010 deve continuar alerta às constantes mudanças que o GMP+ International realiza em suas normas.

E foi justamente o que ocorreu em 01/01/2022. O GMP+ realizou alterações em ambas as versões da norma. Houve mudanças pontuais em alguns documentos e mudanças significativas em outros. E é sobre isso que este post irá tratar.

Segue resumo abaixo:

GMP+ 2010

Não sofreram alterações: BA 5, BA 6 e BA 13
Sofreram alterações pontuais: B2, B3, B4, BA 1, BA 3, BA 7, BA 10 e BA 13
Sofreram alterações significativas: B1, BA 2 e BA 4

 

GMP+ 2020

Não sofreram alterações: TS 1.3, TS 1.6 e TS 1.8
Sofreram alterações pontuais: R 1.0, TS 1.1, TS 1.2, TS 1.4, TS 1.5, TS 1.9 e TS 1.10
Sofreram alterações significativas: TS 1.7, TS 1.10 e TS 1.11
 

Nota:

Neste post não falarei sobre as alterações nos documentos da versão 2010, por 2 motivos:

         I.    O post ficaria muito extenso

        II.    O post ficaria muito repetitivo. As alterações foram as mesmas, seguindo a lógica deste novo modelo de documentos do GMP+ (ex.: se o TS 1.5 sofreu uma alteração pontual em um tópico, o BA 1 (documento equivalente na versão 2010) sofreu a mesma alteração).

Mais uma vez, peço para trazerem no comentário o ponto de vista de vocês, para que eu possa eventualmente criar um novo conteúdo para os leitores que se interessam em GMP+ FSA.

A) DOCUMENTOS COM ALTERAÇÕES PONTUAIS

–  R 1.0

Capítulo 4.3 – Determining the scope of the Feed Safety Management System
Aqui houve uma mudança muito interessante e solicitada há muito tempo pelo Brasil. Agora as empresas sob escopo Production of Feed Materials podem fazer a exclusão, conforme declarado: “it is possible to exclude activities, processes, products or services related to the Production, Trade, Storage and Transport of feed from the scope of GMP+ certification”. Em tradução livre para o nosso português: “é possível excluir atividades, processos, produtos ou serviços relacionados com a Produção, Trade, Armazenamento e Transporte de produtos para alimentação animal do âmbito da certificação GMP+”. Ou seja, uma empresa que produz farelo de soja dentro do GMP+, a partir de agora pode excluir do seu escopo a produção de casca de soja e óleo degomado, ou ainda a linha de embalamento de farelo, caso lhe convenha.

 

 –  TS 1.1

Capítulo 8 – Cross Contamination

Foram removidos 2 parágrafos com detalhes relacionados a carry-over. O sentido destas mudanças é tornar a norma mais limpa, já que estes requisitos já estão no documento TS 1.11 (BA 2 na versão anterior)

 

Capítulo 9 – Verification of Products and/or Services
Agora, ao inspecionar o compartimento de carga para recebimento / expedição de feeds*, o inspetor de carga deve avaliar se o transportador tem a correta certificação GMP+ (ou equivalente). Anteriormente, não era citada a possibilidade de incluir certificações equivalentes de transporte. Esta mudança ainda vem com um certo estranhamento deste que escreve. No meu entendimento, aqui o requisito deveria incluir não só a avaliação de que o transportador é certificado sobre norma GMP+ ou norma equivalente, mas também deveria incluir a opção de estar incluído no protocolo gatekeeper, o que já é previsto no documento TS 1.2 (BA 10 na versão anterior). É um dos inúmeros casos em que um documento GMP+ contradiz o que o outro documento diz.

* Importante: a soja para produção de farelo de soja não é um feed, mas sim um raw material (matéria-prima) dentro do GMP+. Porém, se essa soja é comercializada como feed, caso por exemplo de comercializar via trade para mercado internacional, aí sim ela adquire o status de feed, e requer por exemplo uma inspeção de compartimento de carga no recebimento em um terminal logístico certificado GMP+ FSA (Storage & Transshipment).

 –  TS 1.2

Capítulo 3 – Overview of GMP+ and Accepted Certificates

Alterações nas certificações equivalentes (parte do Mutual Recognition, um grupo de normas de Feed Safety reconhecidas entre elas, que inclui FAMI-QS, FCA, Ovocom, QS, Pastus +, entre outras). Um nova norma foi incluída nesta nova versão: CSA-GTP. É relevante apenas para quem adquire produto (feed) e serviço de companhias que possuem estas certificações equivalentes, o que é bastante incomum no mercado brasileiro.

 

Capítulo 3.7 – Purchase of Laboratory Service

Aqui temos mudanças relevantes para o mercado brasileiro. Nas versões anteriores, análise de Aflatoxina B1, Dioxina, Dioxin-like PCBs, Non-Dioxin-like PCBs, Metais Pesados (Cadmio, Arsênio, Chumbo e Mercúrio) e Flúor  devem ser realizadas em laboratório registrado GMP+ (Registered Laboratory). Nesta nova alteração entram neste rol de contaminantes os pesticidas.

 

Capítulo 4.3.2 – Purchase of unprocessed Grains, (Oil) Seeds and Legumes out of a collect chain

Removida a menção “(=exportador)” no campo condições específicas (Protocolo Gatekeeper Aquisição de grãos, sementes (oleaginosas), e leguminosas fora da cadeia de coleta).

Capítulo 4.4.2 – Purchase of inland waterway transport
Para qualificação de inspetores / auditores que realizam avaliações de barcaças adquiridas sob protocolo gatekeeper, permite-se certificação equivalente, além da certificação GMP+ prevista anteriormente.

–  TS 1.4

Capítulo 1 – Products not allowed to be used in feed
Remoção do produto “colágeno e gelatina oriundos de animais ruminantes” da lista de produtos proibidos (anexo IV, Cap. I, item b)

–  TS 1.5

C113 – Soma de toxinas T-2 e HT-2
Alteração de unidade de medida para mg/kg.

–  TS 1.9

Anexo III- Procedure for the release of Loading compartments after the transport of Forbidden Loads
Na ‘Opção B: Liberação por um inspetor de carga de uma Companhia Certificada GMP+’ houve mudanças no 2º tópico. Agora existem tópicos obrigatórios para o relatório de liberação de compartimento de carga pós carga proibida, inclui: identificação do comportamento de carga, data e horário da operação de limpeza, última carga proibida, etapas de limpeza, identificação do que foi limpo com sucesso: tanques (compartimentos), acessórios e componentes em contato com o produto, agentes de limpeza / desinfecção usados, temperatura da água, duração do processo de limpeza, testes realizados.

 

B) DOCUMENTOS COM ALTERAÇÕES SIGNIFICATIVAS

– TS 1.7

Capítulo 8 – Monitoring protocol of Oils and Fats as regards dioxin and dioxin like PCB’s

O protocolo voltado a análises de dioxinas em óleos e gorduras foi inteiramente modificado.

 

–  TS 1.10

Capítulo 1.4 – Mixing [agora ‘Mixing and Homogeneity’]
Além da mudança no título do capítulo, há algumas mudanças no conteúdo. Foi incluída a sentença “the certified company must ensure that feed ingredients are mixed uniformly into a feed and that homogeneity remains after mixing”, em português: “a companhia certificada deve garantir que os feed ingredients sejam misturados uniformemente no feed e que a homogeneidade permaneça após a mistura”. É um requisito aplicável para produtores de premixtures e compound feed. O conteúdo em sí não chega a ser novidade dentro do contexto do capítulo.
Além disso, para realização de teste de homogeneidade, é incluído o adendo “(= no primeiro uso)”. O que indica que este teste possui um caráter de validação dentro da norma.

 Capítulo 1.10 – Separation
Capítulo totalmente novo, porém seu conteúdo não é novidade dentro do contexto do GMP+. O novo capítulo diz: “The certified company must ensure that the non-GMP+ assured activities, processes, products or services do not have a negative impact on safety of the GMP+ assured feed. This must be supported by a HACCP analysis (…) and ensured by the FSMS”. Em tradução livre: “A companhia certificada deve garantir que as atividades, processos, produtos e serviços não assegurados GMP+ não tenham um impacto negativo nos feeds assegurados GMP+. Isto deve ser amparado pelo APPCC e garantido pelo Sistema de Gestão”. A norma aqui deixa claro que a exclusão de escopo — como comentei nas alterações do R 1.0 não pode causar contaminação do produto assegurado. Contextualizando, caso você seja uma empresa certificada “Production of Feed Material” e produz farelo de soja, e optou por excluir casca de soja do escopo, caso agregue esta casca no farelo de soja, deve garantir que esta seja segura, não levando contaminação ao produto assegurado GMP+ (o farelo). Outro exemplo: caso você seja um terminal logístico que armazene — em regime de poolfeeds assegurados (ex.: milho em grãos), pode receber produtos não assegurados, porém deve garantir que estes produtos não sejam armazenados junto ao milho assegurado.

 – TS 1.11

Com certeza essa foi a maior modificação de todas, começando pelo nome: “Control of Residue” mudou para “Control of residues & homogeneity of critical feed additives and veterinary medicinal products” (em português “Controle de residual & homogeneidade de feed additives e produtos médico-veterinários”).

O documento — aplicável para produtores de compound feed e premixture que utilizam certos feed additives e produtos médico-veterinários em sua formulação — foi basicamente refeito. Era até então o documento mais extenso, pois continha não apenas requisitos, mas um guia para realização de teste de homogeneidade e medição de carry-over. Agora, a promessa do GMP+ é levar este “guia” para um documento de suporte S 9.14 (“Methods for measuring carry-over & homogeneity of critical feed additives and veterinary medicinal products”), ainda não lançado.

  O GMP+ estabeleceu o prazo de 01/01/2023 para o atendimento a estes novos requisitos (seja na versão 2010 ou na versão 2020).

Se quiserem saber mais sobre GMP+ FSA, comentem abaixo. Perguntas também são bem-vindas!

7 min leituraAno novo, vida nova, mudanças… e para o GMP+ International, uma oportunidade de realizar uma nova atualização nas suas normas. Quem acompanha o GMP+ FSA sabe que no dia 01/03/2021 […]

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Retrospectiva 2021 do Food Safety Brazil: Os 10 posts mais lidos do ano!

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Está chegando o fim de mais um ano! Em 2021 compartilhamos muitos conhecimentos com nossos leitores sobre diversos temas relacionados à segurança de alimentos. Esperamos que tenha sido um ano de muito aprendizado para todos vocês. Esse clima de fim de ano pede uma bela retrospectiva, não é mesmo? Então trouxemos a retrospectiva 2021 do Food Safety Brazil com os 10 posts mais lidos do ano!

De acordo com os dados de acesso, os top 10 posts mais visitados em 2021, em ordem crescente, foram:

10. Gema cozida esverdeada faz mal à saúde?

9. As boas práticas no controle de temperatura dos alimentos em restaurantes

8. Sistema APPCC sem mistérios – Dicas para a elaboração e implementação

7. Como saber se o termômetro está funcionando corretamente?

6. Quem pode ser responsável técnico na área de alimentos? 

5. Produção e comercialização de alimentos artesanais – saiba por onde começar para regularizar seu negócio 

4. Coliformes Totais e Coliformes Termotolerantes: qual a diferença?

3. Afinal, por que o álcool 70% é mais eficaz como bactericida que o álcool absoluto?

2. A diferença entre Atividade de Água (Aw) e o Teor de Umidade nos alimentos

1. Bactérias Gram positivas e Gram negativas: o que isso quer dizer?

Agradecemos sua participação com comentários, curtidas e sugestões!

Conte para nós, nos comentários, qual é o seu post favorito. Tem algum que foi especial e lhe ajudou muito? O que você vai querer ler no blog em 2022?

Imagem: foto de Andrea Piacquadio no Pexels

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Feliz Natal e Próspero 2022

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Este foi um ano de novos desafios…. De permanecermos em adaptação às mudanças no cenário global.

Gostaríamos de deixar nossos sinceros agradecimentos ao time de colunistas, que inovam e se dedicam compartilhando suas experiências e conhecimentos para contribuir com a melhoria em segurança de alimentos, fortalecendo a cultura e preservação da saúde.

E também agradecer aos nossos leitores e patrocinadores que nos desafiam a sermos cada vez melhores e ter um olhar detalhista em cada etapa da cadeia produtiva de alimentos. Agradecemos também aos nossos parceiros por nos ajudarem a realizar a nossa missão.

Nesta época de festas, vamos renovar nossas energias para começar o ano com força total!

Nossa equipe estará em recesso de 27/12/2021 a 09/01/2022.

Somos privilegiados porque contamos com o seu voto de confiança.

A Família Food Safety Brazil deseja a todos um Feliz Natal e Próspero 2022.

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Você se sente seguro alimentando-se em restaurantes e outros locais?

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A preocupação não é só com as comidas japonesas cruas, ou com saladas que podem não ter sido higienizadas corretamente. A carne, as especiarias, o cachorro-quente da esquina e a própria água utilizada para preparar os alimentos causam preocupação, principalmente em relação a surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA).

Doenças Transmitidas por Alimentos são doenças causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus, fungos e parasitas. As DTA são causa de morbidades e mortalidades em todo mundo, podendo começar com uma simples diarreia  e se agravar, levando à desidratação e morte do indivíduo. Além disso, pode aumentar significativamente o custo público e privado com a saúde.

Os cuidados higiênicos sanitários não devem se restringir apenas ao alimento pronto para o consumo. Também é essencial manter a higiene em todo processo de produção dos alimentos, desde o recebimento do produto. Um dos primeiros passos é a escolha correta do fornecedor, conferindo no ato do recebimento se as embalagens estão íntegras, ou seja, não contém furos, não estão estufadas, amassadas, se estão dentro da validade e da temperatura ideal de cada tipo de alimento. O segundo passo é observar a higiene das superfícies, água, equipamentos, manipuladores e utensílios que possam ter contato com os alimentos durante o processamento, preparo e distribuição, pois qualquer falha no processo pode contaminar o alimento.

Então, você pode sim se sentir seguro comendo fora de casa. Lembre-se sempre de seguir as dicas acima.

A segurança de alimento engloba o fato de que eles não devem conter quantidade de microrganismos acima do permitido pela legislação em vigor, para que não coloquem a saúde do indivíduo em risco, principalmente os imunossuprimidos. Estratégias que garantam a segurança do alimento em razão de todo fluxo de processamento devem envolver medidas de higiene, treinamentos adequados e interativos, além da implantação de boas práticas de fabricação em ambientes como Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN). Em uma UAN, a alimentação e a nutrição têm como principal finalidade restaurar a saúde dos pacientes, servindo como um importante fator para assessorar o tratamento médico  e oferecer o aporte necessário de nutrientes, mesmo durante as festas, pois eles podem ainda estar internados.

Os alimentos são considerados um poderoso remédio, como dizia Aristóteles há mais de 2400 anos, porém quando estão mal armazenados, com embalagens danificadas, em temperaturas inadequadas, eles poderão estar contaminados e passam a oferecer sérios riscos à saúde.

Surtos de doenças transmitidas por alimentos muitas vezes ocorrem em consequência de técnicas inadequadas de processamento, estando relacionados à deficiência de higiene ambiental, de utensílios e/ou do próprio manipulador de alimento.

Por isso, concluímos que comer fora de casa aumenta o risco de contrair uma DTA. Então, fique atento, todo cuidado é pouco.

As análises microbiológicas são essenciais para orientar o responsável da unidade sobre quais estratégias serão necessárias para eliminar ou controlar a existência de microrganismo, caso haja contaminação nos alimentos. Também se deve buscar ou aprimorar novas tecnologias com a intenção de oferecer produtos de qualidade e seguros aos consumidores finais, no caso de UAN.

Elaine de Oliveira Pinto é nutricionista especialista em Alimentação Coletiva, mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos pelo IFRJ.

Aline Garcia-Gomes é mestre em Microbiologia e doutora em Biologia Celular Molecular. Atua no IFRJ.

Fontes:

  1. http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-transmitidas-por-alimentos
  2. MARTINELLI, C. Avaliação microbiológica de produtos cárneos distribuídos aos pacientes em um hospital particular de Volta Redonda – RJ. 2007. 91 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  3. Portaria nº 1.428/MS, de 26 de novembro de 1993. DOU [da República Federativa do Brasil], Brasília, n.242, 02 dez. 1993.
  4. SALLES RK, GOULART R. Diagnóstico das condições higiênico-sanitárias e microbiológicas de lactários hospitalares. Rev Saúde Pública (São Paulo). 1997; abr 31(2).

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O que a RDC 589/21 trouxe de mudança para as embalagens e materiais em contato com alimentos?

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No dia 22 de dezembro foi publicada a resolução RDC 589/21. Ela entrará em vigor no dia 3 de janeiro de 2022, mas as empresas terão 12 meses como prazo de adequação. Vamos entender o que essa mudança representa e quais as ações que devemos tomar diante desta novidade.

O motivo principal desta mudança é manter a harmonização com os regulamentos do Mercosul incorporando as Resoluções GMC nº 19/2021, 20/2021 e 21/2021.

 

A quem esta nova resolução pode impactar?

– Embalagens e equipamentos de material plástico (incluindo tampas, rolhas e outros sistemas de vedação) ou que possuem revestimento polimérico com contato direto com alimento (RDC 105/99 e RDC 56/12); e

– Embalagens e materiais celulósicos em contato direto com alimento (RDC 88/16)

 

Quais principais mudanças que esta Resolução apresenta?

 

1- Alteração na RDC 105/99 para materiais plásticos: Novo limite de migração total de substâncias não voláteis LMT=10mg/dm² ou LMT = 60 mg/kg (resultado expresso em mg/kg quando o volume do material é definido).

 

a) Elementos como tampas, juntas, rolhas e outros sistemas de vedação:

– valor de migração total é expresso em mg/Kg usando o volume real do recipiente (= massa do alimento contido) a que se destina o sistema de vedação, com LMT = 60 mg/kg.

– valor de migração total é expresso em mg/objeto, se não for conhecido o uso previsto do elemento. Neste caso, a conformidade ao limite de migração total somente poderá ser estabelecida caso a caso, considerando o uso final do objeto.

 

b) Revestimentos poliméricos

– aplicados a recipientes com volume menor que 25 litros, LMT = 60 mg/kg ou LMT=10mg/dm².

– aplicados a recipientes com volumes maiores ou iguais a 25 litros e menores ou iguais a 10.000 litros, deverá ser aplicado para o cálculo, um fator de relação área da superfície de contato/massa de alimento S/V = 2 dm²/kg, com LMT = 60 mg/kg.

– aplicados a recipientes com volumes maiores que 10.000 litros, deverá ser aplicado para o cálculo um fator de relação área da superfície de contato/massa de alimento S/V = 0,3 dm²/kg, com LMT = 60 mg/kg.

– aplicados a canos ou mangueiras utilizados para transporte contínuo de líquidos, deverá ser aplicado para o cálculo um fator de relação área da superfície de contato/massa de alimento S/V= 0,1 dm²/kg, com LMT = 60 mg/kg.

 

2 – Alteração na RDC 56/12 que dispõe da Lista positiva de monômeros e outras substâncias iniciadoras

a)    Novo item sobre migração de aminas aromáticas primárias em materiais plásticos coloridos, impressos ou com adesivo poliuretano, para manter alinhamento (mesma redação mantida) com o requisito da RDC 326/19 (item 5.3) 

b)  Novas substâncias incluídas na Lista positiva (ver no Anexo 1 da RDC 589/21) 

c)   Alterações diversas nas restrições e especificações de substâncias que constam na Lista de Monômeros e Outras Substâncias Iniciadoras Autorizadas da RDC nº 56, de 2012. 

d)   Revoga a Nota 5 da Tabela da Parte IV do Anexo RDC nº 56/2012.

 

3 – Alteração na RDC 88/16 que dispõe sobre materiais celulósicos em contato com alimento

a)        Inclusão de novo item na Parte II da RDC 88/16 que estabelece critérios para o emprego do Polímero de ácido 2-propenóico com etanodial e 2-propenamida [CAS 65505-03-5] contendo acrilamida e ácido acrílico.

b)    Alteração na redação do item 4.5.2.30 da Parte II

c)     Inclusão de novo item na RDC 88/16 na Parte II que estabelece critérios para o composto de carbamato de amônio [CAS 1111-78-0] / hipoclorito de sódio, para uso como antimicrobiano na produção de material celulósico em contato com alimento, sendo máximo de 0,02% na formulação em relação à massa de fibra seca (substância ativa expressa como cloro)

 

Quais ações imediatas minimamente devo tomar para estar em conformidade com estas mudanças e atender à RDC 589/21?

1) Atualização de documentos do SGSA (especificações de materiais, APPCC e outros) em relação ao nível aceitável do perigo químico migração total para materiais poliméricos que passa a ser 60mg/kg ou 10mg/dm².

Ressalta-se que para materiais elastoméricos e vidros (esmaltado ou vitrificado) o LMT se mantém 50mg/Kg ou 8 mg/dm², para celulósicos 8 mg/dm², e metálico com revestimento (seguir o regulamente do revestimento).

Vale lembrar que não se aplica a realização de ensaio de migração total para: material metálico sem revestimento, vidro não esmaltado ou não vitrificado, celulósico e plástico em contato com alimento seco e não gorduroso.

 2) Avaliação criteriosa dos artigos da RDC 589/21e seus Anexos (Anexo 1 ao 5) que alteram especificações de monômeros e outras substâncias iniciadoras de materiais poliméricos e celulósicos.

 3) A partir desta avaliação, determinar ações necessárias, que podem incluir mudança de especificação, realização de novo ensaio de migração, alteração na composição de material de embalagem e material de contato e outros ajustes.

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PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais são alimentos seguros? Conheça alguns cuidados a tomar

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O EAT- Lancet Commission on Food, Planet, Health – em consonância com os 17 objetivos da Agenda 2030 sobre o desenvolvimento sustentável dos países, apresenta caminhos para melhoria da alimentação e para a redução do impacto sobre o meio ambiente. Entre elas, está o aumento do consumo de alimentos de origem vegetal e a diminuição do consumo de carne vermelha.  No Brasil, a categoria de alimentos de origem vegetal tem se destacado com um grupo de plantas comestíveis silvestres ou plantas alimentícias não convencionais conhecidas pela sigla “PANC”, que vem a ser uma opção para os consumidores de alimentos saudáveis e sustentáveis. Embora tradicionais, seu consumo ainda é escasso em áreas urbanas.

O pesquisador Valdely Ferreira Kinupp conceituou as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) como sendo não usuais na alimentação de rotina e que possuem uma ou mais partes comestíveis, tais como raízes tuberosas, tubérculos, bulbos, rizomas, cormos, talos, folhas, brotos, flores, frutos e sementes.

O consumo de PANC traz consigo o resgate da cultura alimentar tradicional, através da valorização e incentivo do uso de espécies nativas da biodiversidade brasileira. Seus valores nutricionais, cada vez mais disseminados para o grande público, tornam-se um ponto chave na mudança para um uso mais vasto da nossa biodiversidade.

Sob o ponto de vista socioeconômico, as PANC são promissoras na indústria de alimentos, química e farmacêutica, além de poder gerar renda em toda a cadeia produtiva de hortaliças. No aspecto da segurança alimentar, preenchem os quesitos para uma alimentação saudável e sustentável, de valorização da agricultura familiar. Suas condições de cultivo, como a redução do consumo de água, crescimento espontâneo de ciclos curtos e disponibilidade em diversas regiões, reforçam o seu potencial sustentável.

No contexto atual, de acordo com nova rotina imposta pela pandemia, observou-se um aumento expressivo de vendas das hortaliças nas redes de supermercados, incluindo a oferta de PANC em grandes redes populares, aumentando o acesso a esse alimento. Com isso, alguns cuidados estão sendo mais requisitados pelos consumidores com foco no consumo seguro. A origem e a higiene das hortaliças, a rastreabilidade e a segurança do alimento são aspectos cada vez mais observados visando a melhor qualidade para o consumo.

Contudo, as PANC, muitas vezes são disponibilizadas nos supermercados sem a devida descrição, o que inviabiliza ao consumidor ter acesso às informações necessárias, considerando principalmente que algumas PANC possuem formas diferenciadas de preparo devido à sua toxicidade. O consumo de PANC in natura ou em produtos derivados, inteiras ou em partes, sem o conhecimento adequado de suas características botânicas, químicas e tóxicas,  pode trazer resultados indesejáveis.

As PANC em geral possuem um grau de toxicidade baixo, contudo é possível destacar em algumas espécies aspectos toxicológicos que merecem atenção. A espécie S. paniculatum, popularmente conhecida comojurubeba”, requer mais cuidado com suas folhas, por conter glicoalcalóides e saponinas esteroidais que podem causar intoxicação alimentar. A P. oleracea, conhecida como “beldoegra comum”, contém flavonoides envolvidos em riscos para a fertilidade (em mulheres). Além disso, contém grandes quantidades de ácido oxálico, o que requer atenção no consumo durante a gravidez, pois pode impedir a absorção de cálcio e causar problemas gastrointestinais, hipocalcemia e toxicidade renal. A M. flexuosa, conhecida como “buriti”, possui um óleo que deve ser usado com cautela por mulheres grávidas, devido às consequências potencialmente negativas para o desenvolvimento de recém-nascidos. A P. aculeata, conhecida como “ora-pro-nobis” tem sido uma das PANC mais populares por suas propriedades nutricionais, entretanto contém ácido oxálico, saponinas e alcalóides indólicos, recomendando-se o consumo moderado para indivíduos que estejam fazendo uso de analgésicos, pois a associação destas substâncias pode ser prejudicial. A Xanthosoma sagittifolium taioba, conhecida como “taioba”, possui alto teor de oxalato, alcalóides e látex, sendo necessário o tratamento térmico antes do consumo.  A P. cattleianum, vulgo “araçá-rosa”, não é recomendável para quem apresenta problemas de estômago, pois pode causar azia, recomendando-se seu uso moderado. A Acmella oleracea, ou folhas de jambu”, possui o composto bioativo spilantol, que causa dormência na língua e nos lábios.

Com essas informações, é possível ressaltar a necessidade de uma descrição adequada das PANC nos mercados para seu consumo mais seguro e para uma alimentação saudável e sustentável.

Autoras: Juliana Alves Meckelburg, Bárbara Cristina Euzébio Pereira Dias de Oliveira e Hilana Ceotto Vigoder

Referências:

BARBOSA, D. M.; SANTOS, G. M. C.; GOMES, D. L.; SANTOS, E. M. C. S.; SILVA, R. R. V.; MEDEIROS, P. M.  Does the label ‘unconventional food plant’ influence food acceptance by potential consumers? A first approach. Heliyon, v. 7, Issue 4, 2021. Disponível em: < https://www.cell.com/heliyon/fulltext/S2405-8440(21)00834-3?_returnURL=https%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS2405844021008343%3Fshowall%3Dtrue>. Acesso em: 02 nov. 2021.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste / Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade; Roberto Fontes Vieira (Ed.). Julcéia Camillo (Ed.). Lidio Coradin (Ed.). – Brasília, DF: MMA, 2016.

EAT. (2019). The EAT-Lancet Commission on Food, Planet, Health. Retrieved 22nd July, 2021, Disponível em:< https://eatforum.org/eat-lancet-commission/eat-lancet-commission-s ummary-report/>. Acesso em: 10 out. 2021.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de Segurança e Qualidade na Produção de Alface Minimamente Processada. Projeto PAS Campo. Convênio. CNI/SENAI/SEBRAE/EMBRAPA. Brasília: Embrapa/Sede, 2004.

FAO. (2019). Food and Agriculture Organization of the United Nations, May, 27, 2019. Disponível em: < https://brasil.un.org/pt-br/83243-fao-alerta-para-necessidade-de-valorizar-culturas-alimentares-esquecidas>. Acesso em: 10 out. 2021.

KINUPP, V.F; LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. 1 ed. Nova Odessa: Plantarum, 2014.

KINUPP, V.F.; BARROS, I.B.I. Teores de proteína e minerais de espécies nativas, potenciais hortaliças e frutas. Ciênc Tecnol Aliment 2008; 28(4):846-857.

PEREIRA, O.F; MEDEIROS, D.F; ARAÚJO, L.P. (2021) Toxinas Naturais em Plantas Alimentares Não Convencionais: Usos e Segurança. In: Jacob MCM, Albuquerque UP (eds) Local Food Plants of Brazil. Etnobiologia. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-030-69139-4_6.

MARIUTTI, L. R. B.; REBELO, K. S. A. B.; MORAIS, J. S. D.; MAGNANI, M.; MALDONADE, I. R.; MADEIRA, N. R.; TIENGO, A.; MARÓSTICA, M. R.; CAZARIN, C. B. B. The use of alternative food sources to improve health and guarantee access and food intake. Food Research International. v. 149, 2021, 110709, ISSN 0963-9969, Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2021.110709>. Acesso em: 15 out. 2021.

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A desinsetização está em dia, mas por que baratas continuam aparecendo no meu restaurante?

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Se você é dono de um serviço de alimentação, pode ter se deparado com esta dúvida em algum momento e, até mesmo, pode ter trocado de empresa responsável pela desinsetização no seu estabelecimento achando que o trabalho não estava sendo eficaz. Todavia, o controle químico não é a única maneira de evitar a presença de pragas no seu estabelecimento! Então, se a desinsetização está em dia, por que baratas e outras pragas continuam aparecendo no restaurante?

Muitas vezes, precisamos prestar atenção em alguns detalhes que vão além do controle químico para evitar a presença de pragas nos serviços de alimentação.

O controle de pragas é definido pela RDC 0216/2004 como “sistema que incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento.” Ou seja, para o controle de pragas ser eficaz, precisamos eliminar o que as atraem:

– Alimento e água

A higienização deficiente pode ser uma das atrações principais para pragas urbanas. Restos de alimentos e água disponível formam um prato cheio para elas!

As instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem sempre ser mantidos em condições higiênico-sanitárias apropriadas. As operações de higienização devem ser realizadas por equipe comprovadamente capacitada e com frequência que garanta a manutenção dessas condições.

Os coletores utilizados para deposição dos resíduos das áreas de preparação e armazenamento de alimentos devem ser dotados de tampas (lixeiras abertas também podem ser sinais de problemas!). Além disso, os resíduos devem ser frequentemente coletados e estocados em local fechado e isolado da área de preparação e armazenamento dos alimentos, de forma a evitar a atração de vetores e pragas urbanas.

– Abrigo

As instalações físicas como piso, parede e teto devem possuir revestimento liso, impermeável e lavável. Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, entre outros. As áreas internas e externas do estabelecimento devem estar livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente. Tudo isso pode servir de moradia para pragas.

– Acesso

As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser armazenados sobre paletes, estrados e ou prateleiras, respeitando-se o espaçamento mínimo necessário para garantir adequada ventilação, limpeza e desinfecção do local. Os paletes, estrados e ou prateleiras devem ser de material liso, resistente, impermeável e lavável. Além de garantir a limpeza, essas medidas também dificultam o acesso aos alimentos.

Outro cuidado necessário é com as portas e as janelas da área de preparação e armazenamento de alimentos. Elas devem ser mantidas ajustadas aos batentes e ser dotadas de fechamento automático. Além disso, as aberturas externas, inclusive o sistema de exaustão, devem ser providas de telas.

– Proliferação

Se eliminarmos o abrigo, a água, o alimento e o acesso, a proliferação de pragas urbanas torna-se mais difícil no estabelecimento. Assim, a desinsetização por controle químico será muito mais eficaz!

– POP

É importante lembrar que os POPs (Procedimentos Operacionais Padronizados) e registros relacionados ao controle integrado de vetores e pragas urbanas são essenciais para colocar as medidas preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas urbanas em prática.

Você costuma ter problemas com desinsetização, vetores e pragas urbanas? Escreva sua experiência nos comentários!

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Alimentos fora da validade podem ser consumidos em meio à fome que assola o país?

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Este tema não é novo nos noticiários, publicações e nem aqui, mas ressurge com um novo olhar para se evitar o desperdício de alimentos em épocas tão difíceis economicamente. Daí, nós técnicos nos perguntamos se esta nova abordagem sobre o conceito da rotulagem com a indicação de consumo deve ocorrer preferencialmente e não obrigatoriamente até aquele dia, para alimentos não perecíveis (somente para alimentos que permanecem estáveis em temperatura ambiente, como macarrão, conservas, grãos, sucos de frutas, leite UHT, ou aqueles que passam por processo de esterilização ou são embalados a vácuo), obedecendo a armazenagem conforme as determinações do fabricante e com a embalagem fechada. Estes alimentos estariam seguros para o consumo?

A reflexão é válida na adoção do “best before” (consumir preferencialmente antes de) que deve estar vinculada a rígidos programas de qualidade, entre eles o controle e boas práticas de fabricação em relação a aspectos microbiológicos, culminando com a revisão da legislação da validade dos produtos alimentícios no país.

Produtos com a data de validade vencida são as principais perdas nos supermercados, 42,5% do descarte é de não perecíveis e têm como causa a data de validade vencida. “Apenas em 2020, as perdas de perecíveis e não perecíveis por conta da data de validade expirada representaram R$ 2,18 bilhões”, diz a ABIA.

Lembrem-se de que as datas de fabricação e vencimento do produto indicam apenas quando o alimento pode estragar e não a garantia de segurança total microbiana, ou seja, se durante esse período de validade crescerão ou não microrganismos patogênicos, pois isso depende de diversos fatores, principalmente do elo da cadeia produtiva de armazenamento/distribuição e forma intenção de uso do alimento pelo elo seguinte. O alimento pode perder frescor ou nutrientes após certa data, mas ainda pode ser seguro para uso. 

Atualmente, 14,5 milhões de famílias brasileiras passam fome, na miséria. Hoje, 58 milhões de brasileiros correm o risco de deixar de comer por não terem dinheiro. Isso significa que 27,7% da população vive uma situação de insegurança alimentar (e não de alimentos) grave ou moderada, de acordo com um estudo feito pelo grupo Food For Justice. 

Entre as ações de governança corporativa, social e ambiental, a questão da fome é destaque com foco na redução do desperdício de alimentos. A prática “best before” entra nas discussões para ser avaliada mediante a flexibilização da regra que trata da validade de alimentos no país, discutindo governamentalmente a hipótese de permitir vendas de baixo custo e doações de alimentos que não estiverem mais dentro do prazo de consumo indicado pelo fabricante, se bem fiscalizadas e monitoradas, visam à redução do desperdício de alimentos no Brasil, um problema de cunho social que coloca o nosso país no ranking dos que mais desperdiçam alimentos no mundo, possibilitando diminuir a fome de quem está nesta condição social. 

A abordagem deve ser sistêmica, incluindo práticas agrícolas, processos de fabricação, transportes, tamanhos de porções das embalagens, hábitos de consumos responsáveis para não jogarmos comida fora, por ser recurso essencial à vida.

Qual a sua opinião a respeito? Conte-nos.

Referência: Uol

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Posso lavar chão de restaurante com sabão em pó?

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Muitas pessoas têm o hábito de lavar o chão com sabão em pó em casa, mas será que essa prática é adequada para a rotina de higiene de serviços de alimentação? Posso lavar o chão do meu restaurante com sabão em pó?

Segundo a RDC 216/04, a qual dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, alguns cuidados devem ser tomados com os saneantes que utilizamos para as etapas de higiene. Podemos citar alguns detalhes da norma que podem nos ajudar a responder à pergunta acima.

– “Devem ser tomadas precauções para impedir a contaminação dos alimentos causada por produtos saneantes, pela suspensão de partículas e pela formação de aerossóis. Substâncias odorizantes e ou desodorizantes em quaisquer das suas formas não devem ser utilizadas nas áreas de preparação e armazenamento de alimentos.”

– “Os produtos saneantes utilizados devem estar regularizados pelo Ministério da Saúde. A diluição, o tempo de contato e modo de uso/aplicação dos produtos saneantes devem obedecer às instruções recomendadas pelo fabricante.”

Sendo assim, NÃO podemos lavar o chão dos serviços de alimentação com sabão em pó! O produto não é recomendado por vários motivos, como:

– O sabão em pó é indicado para lavagem de roupas, não do piso.

– Gasta mais água para o enxague.

– O produto tem cheiro (muitas vezes bem forte, inclusive).

– É recomendável utilizar saneantes de uso profissional, especialmente elaborados para ambientes de produção de alimentos. Os produtos profissionais apresentam fichas técnicas, com todas as especificações necessárias, como tempo de ação do produto, EPI necessário, diluições, dentre outras. Ou seja, todo o processo de higienização será seguro, eficiente e com melhor relação custo e benefício.

A limpeza e a desinfecção das instalações, equipamentos, móveis e utensílios são procedimentos que influenciam diretamente a segurança dos alimentos produzidos. Assim, essas etapas merecem uma atenção especial em um serviço de alimentação!

Imagem: foto de Anthony Shkraba no Pexels

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Manual de Boas Práticas para Auditados – Parte 1

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Há algum tempo, inspirado na minha experiência como auditor de 3ª parte, venho refletindo sobre a relação auditor e auditados, sobretudo em relação ao comportamento de ambas as partes em uma auditoria (tema este já brilhantemente tratado por este blog aqui).

Pois bem, quanto ao comportamento de auditores, a ISO 19011:2018 já traz diretrizes bastante claras em seu capítulo 7.2.2 (Comportamento pessoal). Talvez este tema mereça um post à parte, mas este não é objetivo no momento.

O objetivo aqui — perdoem-me pela presunção do título do post — é trazer algumas dicas de comportamento e práticas para empresas que recebem auditorias, de forma que esta seja uma experiência o mais harmoniosa e produtiva possível.

 1. Manter a organização

Quem recebe auditorias (sobretudo as de 3ª parte) sabe a diversidade de atividades que as normas de gestão exigem: verificações, monitoramentos, auditorias internas, simulados, reuniões, análises, etc. Falhar na organização pode fazer com que tudo seja feito de última hora e — sobretudo — de forma inadequada. Uma dica importante é estabelecer cronograma para as atividades (preferencialmente com a aprovação da alta direção).

Outro ponto é a organização dos documentos gerados. Mantenha os principais documentos solicitados durante a auditoria organizados, seja em pastas virtuais ou físicas, de modo que sejam rapidamente encontrados.

2. Possuir domínio da norma

Este tópico parece bastante óbvio, porém se há algo que vejo com certa frequência é auditados com pouco conhecimento quanto aos requisitos da norma.

Todos nós sabemos que a interpretação de normas de gestão em Segurança de Alimentos não é algo simples, tanto que suscita discussões diárias em grupos de aplicativos e gerou inspiração para diferentes posts neste blog. O ponto aqui é que conceitos simples envolvendo Segurança de Alimentos não são compreendidos, o que gera conflitos e desentendimentos durante a auditoria, além de fazer com que a gestão da empresa esteja muitas vezes vinculada a resultados de auditoria. Diálogos assim são frequentes: “Por que vocês fazem isso?”, “Porque o auditor pediu”.

Quando os auditados têm conhecimento da norma, conduzem seu Sistema de Gestão de forma ativa, estabelecendo diretrizes e procedimentos corretos com base nos requisitos. Quando os auditados não possuem conhecimento adequado, agem como uma folha ao vento, conduzindo seu Sistema de Gestão conforme direcionamentos alheios.

A dica aqui é: invistam em treinamento e qualificação. E desconfiem de treinamentos curtos demais.

3. Ser transparente

Não há pior sensação em uma auditoria do que sentir que o auditado está escondendo evidências, omitindo informações ou enrolando para ganhar tempo. Se essa mentalidade existe na sua empresa, é a hora de refletir sobre ética e responsabilidade profissional. Os auditados devem ser transparentes durante a auditoria. Se algo está em desacordo com os requisitos da norma, tudo bem, chegou agora a oportunidade de realizar ajustes. Não conformidades devem ser tratadas de forma natural (logo mais falaremos de novo sobre isso).

Resumindo. A “malandragem” não é bem vinda em uma auditoria, e cabe aos envolvidos na gestão da empresa eliminar este tipo de comportamento e, lógico, atuar preventivamente no atendimento da norma.

 

Tem alguma história de auditoria para compartilhar? Envie nos comentários.

Aguardem. Em breve teremos a continuação deste post.

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Os cuidados com os alimentos nas festas de fim de ano

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As festas de fim de ano se aproximam e, apesar da alegria de poder confraternizar, é preciso cuidado para evitar surpresas desagradáveis como uma intoxicação alimentar. Ela é causada por bactérias, vírus e substâncias químicas, ocasionando dores abdominais, vômitos, diarreia e até febre.

Surtos alimentares não são muito incomuns. O Brasil registra por volta de 700 ocorrências por ano, com envolvimento de 13 mil doentes e 10 óbitos, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os causadores mais comuns são Salmonella, E. coli, coliformes e rotavírus.

Desde grandes festas comerciais até as pequenas confraternizações em família apresentam esse perigo. Os cuidados começam na escolha dos alimentos. A dica é priorizar os mais frescos e de fonte confiável, garantindo a manipulação e armazenamento adequados. Durante as compras no mercado, orienta-se pegar por último os itens refrigerados, evitando sua exposição à temperatura ambiente por um longo período.

Frutas e hortaliças, que são consumidos crus, devem passar por uma higienização cuidadosa. Após remover folhas/partes danificadas, é importante lavá-los em água corrente um a um. Caso consumidos crus e com a casca, deixar em solução clorada por 15 minutos. Para o preparo dessa solução, indica-se a diluição de uma colher de sopa de água sanitária para 1L de água.

  • Só se pode aplicar água sanitária comercial para sanitização de alimentos quando constar essa aplicação na embalagem do produto. A solução não deve conter nenhum aditivo ou corante cujo uso não seja permitido em alimentos. Essa e outras dicas estão descritas no site da Embrapa. Consulte o material na íntegra clicando aqui.

Após esses cuidados, os alimentos precisam ser enxaguados. Neste momento deve-se levar em conta a qualidade da água utilizada. Quando não for possível utilizar água da rede pública de abastecimento, a fonte alternativa deve ser segura. Se possível, indica-se que tal fonte seja analisada periodicamente. Além disso, caixas d’água devem ser limpas e desinfetadas semestralmente, como indicado pela Prefeitura da Cidade de São Paulo.

Além disso, o preparo do alimento também merece atenção, evitando a contaminação cruzada no uso de utensílios. Como exemplo, não utilizar faca e tábua para cortar saladas após ter cortado carnes cruas.

Outro cuidado importante acontece ao descongelar alimentos. Sugere-se a utilização do forno de micro-ondas ou deixá-lo na geladeira no dia anterior. Não é recomendado o descongelamento à temperatura ambiente. Lembrando: um alimento descongelado não deve retornar para o freezer.

Chegamos então à etapa mais importante para a segurança do alimento: o cozimento. Este é o processo no qual a maior parte dos microrganismos causadores de doenças são eliminados. Isso se deve à sua sensibilidade ao calor. Por isso, é importante garantir o cozimento integral do alimento, de modo que cada parte tenha sido exposta a temperatura superior a 70°C.

A fartura de alimento, normalmente disponível por horas sobre mesas e aparadores, acaba gerando sobras. Além da exposição ao ambiente e todos os seus perigos, os dias quentes do fim do ano agravam a situação. Devido a isso, alimentos frios, como é o caso da maionese, devem ser totalmente consumidos ou retornar para o armazenamento refrigerado após o consumo. Esses cuidados são imprescindíveis para garantir a segurança daquela “sobrinha” de comida, que muitas vezes é consumida no dia seguinte.

  • Um dica para estes casos é colocar o recipiente sobre bacia com gelo, conforme já comentado pela Karin aqui no blog.

De modo similar, é ideal que os pratos aquecidos sejam consumidos de imediato ou conservados sob calor. O uso de réchauds pode auxiliar na manutenção da temperatura enquanto o alimento está disponível para servir.

Os buffets também precisam tomar essas medidas, como manter os alimentos frios entre 6 e 10°C por no máximo 4 horas, enquanto os aquecidos devem ser mantidos entre 65 e 70°C por até 12 horas. Nesses buffets, muitas vezes o alimento é reposto ao longo da noite. Porém, negligencia-se a substituição do seu recipiente que está exposto e acumula o restante do alimento das rodadas anteriores. Portanto, a sua substituição também é recomendada.

Tais cuidados demonstram o carinho e preocupação com aqueles que estarão reunidos com você. Portanto, cuide da segurança dos alimentos e tenha um excelente fim de ano! Boas festas!

Veja mais dicas sobre este tema:

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Tradução: Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação – Parte 6: As etapas de limpeza e desinfecção

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O Food Safety Brazil sempre traz traduções de materiais excelentes para estudo na área de segurança de alimentos. Selecionamos temas relevantes do capítulo “Hygiene Requirements in Food Service” (Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação) do livro “Handbook of Hygiene Control in the Food Industry, Second edition” (Manual de Controle de Higiene na Indústria de Alimentos, segunda edição), editado por H. L. M. Lelieveld, John Holah. Dividimos a série de posts de acordo com os temas do capítulo. Este post, parte 6 da série, fala sobre as etapas de limpeza e desinfecção para food service e o que está por trás dessas tarefas aparentemente tão básicas e rotineiras.

Para ler outras partes já publicadas da tradução deste capítulo, consulte:

“Tradução: Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação – Parte 1: Riscos de Contaminação”

“Tradução: Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação – Parte 2: Plano de controle de perigos”

“ Tradução: Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação – Parte 3: Barreiras”

“Tradução: Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação – Parte 4: Locais propícios para contaminação de alimentos durante o preparo”

“Tradução: Requisitos de Higiene para Serviços de Alimentação – Parte 5: Os vetores de contaminação cruzada”

Parte 6: Etapas de limpeza e desinfecção

A limpeza e a desinfecção são etapas essenciais e fazem parte de um serviço de alimentação lucrativo. Além de atender aos requisitos legais, essas etapas trazem outros benefícios:

– Impedem o crescimento de microrganismos. Assim, é possível reduzir o risco de intoxicação alimentar e deterioração dos alimentos produzidos no estabelecimento.

– Removem todos os vestígios de alérgenos para prevenir a contaminação cruzada de um produto para outro.

– Reduzem o risco de contaminação por material estranho e, assim, evitam reclamações de clientes.

– Removem resíduos que possam fornecer alimento ou abrigo para pragas e prevenir infestações.

– Garantem um ambiente de trabalho agradável, seguro e atraente, que incentiva o trabalho eficaz e reduz o risco de acidentes para funcionários e clientes.

– Promovem uma imagem favorável para o cliente e auxiliam até mesmo o marketing do negócio, criando uma boa reputação no mercado, especialmente se as áreas de preparação de alimentos forem visíveis para o cliente.

– Evitam danos ou redução na eficiência de equipamentos e serviços, o que ajuda na redução de custos de manutenção.

A limpeza é essencialmente uma função de gerenciamento e o processo físico de remoção de sujeira é apenas o estágio final. A principal responsabilidade nessa atividade é garantir que as instalações sejam higienizadas de forma eficaz. Isso não só faz sentido do ponto de vista econômico, mas também é uma exigência legal. Fingir os padrões da boca para fora não é suficiente. Todos os envolvidos em uma empresa de alimentos devem estar pessoalmente comprometidos em garantir que padrões satisfatórios sejam alcançados.

Produtos de limpeza adequados e metodologias de aplicação devem ser fornecidos e os padrões necessários devem ser claramente definidos, comunicados de forma eficaz e reforçados pela gerência. A equipe deve ser motivada, instruída, supervisionada e controlada.

O processe de limpeza é definido como “aplicação sistemática de energia a uma superfície ou substância, com a intenção de remover a sujeira”. Para a definição apresentada, quatro fatores são reconhecidos sobre energia:

  1. Energia mecânica ou cinética, incluindo remoção manual, limpeza e escovação, limpeza automática (abrasão física) e lavagem com jato de pressão (abrasão por fluido).
  2. Energia química usada para decompor sujidades para torná-las mais fáceis de remover e para suspendê-las em solução para facilitar o enxágue.
  3. Temperatura ou energia térmica para aumentar a velocidade de limpeza e ajudar a remover óleos e gorduras acima do ponto de fusão.
  4. Tempo – quanto maior o tempo de limpeza, mais eficiente é o processo.

A eficácia de toda a operação de limpeza depende de escolher o produto correto, aplicá-lo na temperatura, tempo e concentração ideais e usá-lo com o equipamento correto.

Produtos de limpeza adequados

O meio de limpeza usual é a água, a qual dissolve certos resíduos e forma uma solução que pode ser enxaguada. Porém, a água pura não é eficiente na dissolução de muitas das sujidades comumente produzidas nos serviços de alimentação. Assim, para melhorar a eficiência da água e para neutralizar o efeito de impurezas na água, outros produtos, como por exemplo, os detergentes, são adicionados. Detergentes são produtos químicos (ou misturas de produtos químicos) feitos de sabão ou substitutos sintéticos, com ou sem aditivos, que são usados para remover gordura ou outras sujeiras. Os detergentes podem apresentar dois tipos de ação, dependendo da composição e do tipo de substância ou sujeira sobre a qual estão agindo. Durante o processo, acontecem reações químicas, nas quais um constituinte do detergente reage com a sujeira, e transformações físicas, onde um constituinte do detergente ajuda a penetrar, remover e dispersar a sujeira de uma superfície (como, por exemplo, a remoção e emulsificação de gorduras de uma superfície por meio do uso de um detergente neutro). Os detergentes manuais usados no setor alimentício devem ser atóxicos, não contaminantes, não corrosivos, de enxágue livre, solúveis em água e não devem formar espuma em água dura. Além dos detergentes neutros, os detergentes alcalinos quebram as proteínas por meio da ação de íons hidroxila, gorduras saponificáveis e, em concentrações mais elevadas, podem apresentar ação bactericida. Bases fortes, geralmente hidróxido de sódio (soda cáustica) apresentam alto grau de saponificação e ruptura de proteínas, embora sejam corrosivas e perigosas para os colaboradores. Analogamente, bases fracas são menos perigosas, mas também menos eficazes. Os detergentes alcalinos podem ser clorados para auxiliar na remoção de depósitos proteicos, mas o cloro em pH alcalino não é um biocida eficaz. Os ácidos têm baixa detergência, embora sejam muito úteis na solubilização de carbonatos e minerais, incluindo sais de água dura e depósitos proteicos. Tal como acontece com as bases, quanto mais forte for o ácido, mais eficaz ele será, embora, além disso, os ácidos mais fortes sejam mais corrosivos para equipamentos e colaboradores. A escolha primária de um produto químico depende da sujeira que queremos eliminar. No entanto, outros fatores devem ser considerados, como a compatibilidade da superfície a ser limpa com o tipo de detergente (detergentes altamente alcalinos podem causar corrosão em metais moles), o método de aplicação e questões de segurança no trabalho, adequação para uso com o abastecimento de água do local, tempo disponível para a operação e compatibilidade com outros produtos químicos utilizados. Ou seja, a seleção pode ser simplificada pela seguinte lista de verificação: tipo de sujidade, superfície onde o produto será aplicado, circunstâncias de uso e segurança.

Temperatura

A temperatura pode ser crítica para o desempenho químico dos produtos. Geralmente, quanto mais alta, melhor. No entanto, o calor pode desnaturar o produto químico ou fixar proteínas. Nesse caso, aplicações mornas ou frias devem ser usadas inicialmente. Com a introdução de produtos de biotecnologia, temperaturas mais baixas são recomendadas e é sempre aconselhável ler as instruções de uso do fabricante antes do uso.

Armazenamento, dosadores e aplicadores

Os produtos químicos de limpeza e desinfetantes devem ser armazenados separadamente dos alimentos. Os produtos químicos devem ser armazenados nas embalagens originais e usados antes do prazo de validade, que geralmente está escrito no rótulo ou no recipiente. Produtos incompatíveis devem ser mantidos separados. Se disponíveis, dosagens controladas são mais indicadas. Quando disponível, a preferência deve ser por equipamentos automáticos. Os produtos não devem ser misturados porque podem se neutralizar, formar produtos químicos muito corrosivos, produzir gases tóxicos ou aquecer rapidamente, causando ebulição ou explosão. Dosadores e aplicadores são usados para fornecer ou controlar produtos químicos.

Tempo de ação

Os produtos químicos devem ter tempo suficiente para agir. Esse período normalmente é conhecido como tempo de contato. Superfícies verticais podem não permitir tempo de contato suficiente devido ao escoamento. Métodos alternativos de limpeza, como aplicações repetidas ou imersão, podem ser usados para estender o tempo de contato. As tentativas de remover a sujeira antes que a reação química seja concluída resultam em quantidade considerável de trabalho extra.

Equipamentos

Padrões consistentes e elevados de limpeza só serão alcançados se as ferramentas de limpeza forem especificamente fabricadas para uso no setor alimentício. A escolha correta é essencial para evitar a recontaminação de uma superfície limpa (com sujeira ou bactérias) ou, no caso de uso de escovas, contaminação por meio das cerdas. A qualidade e limpeza das ferramentas que entram em contato com superfícies de contato direto com alimentos são particularmente importantes. As ferramentas devem ser feitas de materiais seguros para alimentos, como polipropileno de alta densidade, poliéster e rilsan, que são resistentes a agentes de limpeza ácidos e alcalinos e resistirão à esterilização por calor repetidamente até 130°C. Madeira e cerdas naturais devem ser evitadas e escovas gastas devem ser substituídas sempre. As cerdas de cor azul são frequentemente indicadas, pois são mais facilmente detectadas se ficarem soltas. O estabelecimento deve garantir que as ferramentas sejam limpas com eficácia e que não haja esconderijos para o acúmulo de resíduos ou bactérias.

O uso de ergonomia no projeto de limpeza de serviços de alimentação minimiza a fadiga dos operadores responsáveis, melhora a segurança e resulta consistentemente em padrões mais elevados.

As cores diferentes permitem o uso setorizado de acordo com a categoria de alimentos para evitar contaminação cruzada, como superfícies de contato com alimentos e superfícies sem contato com alimentos, alimentos crus e alimentos prontos para o consumo ou alimentos contendo diferentes alérgenos e tipos de alimentos, por exemplo: carne, peixe e produtos frescos.

Os panos variam desde têxteis duráveis de alta resistência até tecidos com alta absorção e relativamente baixa resistência mecânica. O papel descartável é comumente utilizado em vez de panos. O esfregão comum ou de soquete não deve ser utilizado em áreas de produção de alimentos. Os esfregões torcidos e o esfregão com cabeça destacável, que podem ser lavados e fervidos, são muito mais apropriados. Os esfregões devem ser bem limpos após o uso e depois deixados para secar. Baldes podem ser de náilon de alta densidade ou polipropileno com alças de aço. Baldes de uso doméstico devem ser evitados.

Desinfecção

A desinfecção é o estágio final de um programa de limpeza e desinfecção de dois estágios e reduz a viabilidade de microrganismos que permanecem nas superfícies após a fase de limpeza a um nível que é seguro para a produção de alimentos. A desinfecção é realizada por calor ou produtos químicos. No entanto, é importante lembrar que, no geral, as etapas mais importantes são a limpeza e o enxágue. A etapa de desinfecção por si só ou após uma limpeza inadequada fornecerá resultados microbiológicos insatisfatórios.

A aplicação de calor é o meio mais confiável e eficaz de destruir microrganismos, embora possa não ser o mais praticável, especialmente para superfícies. O método costuma ser usado em máquinas, como máquinas de lavar louça, onde, após um procedimento de lavagem a aproximadamente 60°C, é realizado um enxágue final com temperatura da água maior que 82°C e um tempo de contato variável de 1 a 15 segundos. Os desinfetantes químicos adequados para uso em serviços de alimentação são limitados àqueles que, quando usados corretamente, não serão fontes de contaminação química na comida, equipamento ou equipe. Os tipos de desinfetantes químicos incluem oxidantes e não oxidantes desinfetantes.

Agentes de liberação de cloro, predominantemente hipoclorito de sódio, são os desinfetantes oxidativos mais comuns, que destroem bactérias pela oxidação de proteínas e outras partes essenciais da estrutura de bactérias, vírus, leveduras e fungos. Eles são normalmente fornecidos em soluções contendo 6–14% de cloro disponível e devem ser diluídos entre 100 e 500 ppm para desinfecção de superfície típica. No entanto, dependendo da quantidade e tipo de sujidade, pH, tempo de contato, temperatura e organismos ou esporos presentes, uma concentração de até 10.000 ppm de cloro disponível pode ser necessária para garantir a desinfecção, como por exemplo, para a descontaminação de derramamentos corporais do cliente (sangue e vômito). Depois de um tempo de contato de 5 min, resíduos de hipoclorito devem ser enxaguados das superfícies. Além disso, eles nunca devem ser usados em conjunto com produtos de limpeza ácidos devido à produção de cloro gasoso. Ocasionalmente, compostos peróxidos, como ácido peracético, podem ser usados.

Os compostos de quaternário de amônio são os desinfetantes não oxidativos mais comuns. Com características catiônicas, eles são seguros, não corrosivos, estáveis, têm pouco odor e são bactericidas. Isolados, eles têm uma faixa estreita de atividade e não são tão eficazes quanto os hipocloritos contra bactérias, vírus e fungos Gram negativos. A eficácia pode ser significativamente melhorada pela incorporação de um sequestrante como parte de uma formulação bem construída com detergente não iônico e ingredientes alcalinos. Os desinfetantes anfotéricos exibem propriedades bactericidas, são de baixa toxicidade, relativamente não corrosivos, insípidos e inodoros. Eles são, entretanto, relativamente caros, de alta formação de espuma e inadequados para uso com máquinas e sprays de alta velocidade.

Em locais com necessidade de limpeza e desinfecção leves em áreas essencialmente “secas”, o uso de um spray / toalete à base de álcool é particularmente útil. Esta é normalmente uma mistura de álcool, compostos de quaternário de amônio ou anfotéricos, e possivelmente aditivos detergentes suaves, formulada para fornecer uma boa desinfecção em ambientes pouco sujos, sem o uso de água. Para o uso, é necessário ter cuidado devido à inflamabilidade dos álcoois.

 

Esta tradução é mais um trabalho colaborativo e totalmente voluntário realizado por colegas e leitores aqui do blog, que unidos fazem o tema da segurança dos alimentos mais descomplicado. Você também pode participar do grupo de tradutores voluntários. Entre em contato com redacao@foodsafetybrazil.org.

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