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Novo recall de fórmula infantil por risco de Cronobacter: 20 países envolvidos

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Um novo recall de fórmula infantil por risco de contaminação por Cronobacter sakazakii está em andamento, envolvendo mais de 20 países.

Em 28/12/23 o FDA recebeu do Ministério da Saúde de Israel informações sobre ter encontrado, em inspeção de rotina de importações, amostras positivas para C. sakazakii em fórmulas infantis hipoalergênicas, produzidas nos EUA. Este microrganismo pode ser causador de meningite, necrose ou sepse em bebês, podendo levar à morte. Com estes dados, a empresa fabricante iniciou um recall voluntário dos lotes produzidos entre os dias 6 a 29/06/23.

As autoridades regulatórias dos países importadores já foram informadas e seguem com os trâmites de recolhimento. Você pode acompanhar o desenrolar do caso no site do FDA: Status Update on FDA’s Infant Formula Response Activities | FDA.

No Brasil, a ANVISA proibiu a comercialização destes lotes: Anvisa proíbe lotes da fórmula infantil Nutramigen — Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa (www.gov.br)

Sempre compre fórmula infantil de fornecedores idôneos e evite comprar em sites que fazem importação, pois é mais difícil rastrear a procedência e estabilidade destes produtos.

Lembre-se: é muito importante ter boas práticas de higiene na manipulação de colheres, medidores e mamadeiras, bem como manter as latas e potes de transporte sempre secos e bem fechados, sem permitir contato com umidade.

A preparação da fórmula deve ser realizada no momento do consumo, diluindo o pó na proporção indicada pelo fabricante, usando água em temperatura segura (70ºC), que garante o menor risco de contaminação por patógenos – mas não se esqueça de esperar esfriar para consumir e teste a temperatura antes de oferecer para a criança, para evitar queimaduras.

Cronobacter sakazakii ainda é considerado um patógeno emergente, ou seja, recentemente tem sido mais estudado e mais recalls têm ocorrido para evitar infecções. Saiba mais sobre os riscos aqui: Infecções por Cronobacter sakazakii terão notificação recomendada nos Estados Unidos.

Para fabricantes de fórmulas infantis: é muito importante manter uma avaliação de riscos que inclua a análise crítica dos fornecedores, com laudos de ensaios para C. sakazakii de insumos como vitaminas, lecitina e óleos – além do plano de monitoramento ambiental e plano amostral de produtos finais – atualizados e condizentes com o tamanho real dos lotes, para não ter surpresas indesejadas e não colocar em risco a saúde pública.

Deixo aqui alguns links para aguçar a curiosidade:

Probabilidade para avaliação de risco – um assunto não tão simples assim!

Avaliação de riscos microbiológicos em alimentos – Guia para Implantação da PAHO

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Favoritos do ano: revisitando os artigos mais lidos de 2023

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A missão do blog Food Safety, criado em 2012, é a de disseminar conhecimento e experiências na área da segurança de alimentos. Este blog conta com a colaboração de diversos voluntários, que são especialistas reconhecidos na área. Eles colaboram com discussões pertinentes e informativas, visando contribuir para o entendimento dos leitores sobre temas importantes relacionados à segurança de alimentos, promovendo assim uma ampla disseminação de informações. Ao longo do ano de 2023 foram publicadas 218 artigos, distribuídos ao longo dos meses.

As principais palavras-chave relacionadas aos títulos dos artigos publicados estão representadas abaixo, e mostram a diversidade dos assuntos frente à temática principal deste blog, “segurança dos alimentos”.

O propósito deste post é apresentar os seis artigos que se destacaram em 2023 por sua relevância e popularidade entre nossos leitores. Estes textos, não só capturaram a atenção dos leitores ao longo do ano, mas também conquistaram um lugar de prestígio no ‘TOP 20’ dos artigos mais lidos de toda a história do blog. Abaixo apresentamos um breve resumo a respeito dos artigos. Clique no título para realizar a leitura completa.

1° Molho pesto artesanal causou tetraplegia por botulismo, em Brasília

O artigo de Juliane Dias, que alcançou 90.139 leituras em 2023, relata a experiência de Doralice Goes, de 46 anos. Ela sofreu tetraplegia flácida devido ao consumo de um molho pesto artesanal contaminado com a toxina botulínica tipo A, produzida pelo Clostridium botulinum. O molho, armazenado em um frasco de vidro fechado a vácuo, foi consumido por Doralice em um domingo, junto com torradas e vinho. Inicialmente sem sintomas, ela começou a sentir fraqueza e outros sinais de botulismo na terça-feira, após a ginástica. Após ir ao hospital com dificuldades para andar, ela sofreu parada respiratória e foi intubada.

O diagnóstico de botulismo foi feito no segundo dia de internação. A Vigilância Sanitária investigou sua casa e o laboratório Adolfo Lutz confirmou a presença da toxina no molho. Doralice, fã de alimentos artesanais, havia adquirido o molho em uma feira em Brasília, sem informações de rastreabilidade ou validade. O fabricante do molho, impactado pelo incidente, encerrou suas operações após o caso.

Este incidente ressalta a necessidade de controles rigorosos de segurança em alimentos artesanais, especialmente aqueles não refrigerados e armazenados em embalagens hermeticamente fechadas. Conhecimento e cumprimento das leis, normas e práticas adequadas de manipulação são cruciais para prevenir riscos como o botulismo.

2° Dicas para prevenir a compra de azeite de oliva fraudado

O artigo de Marco Túlio Bertolino, que alcançou 45.926 leituras em 2023, destaca o azeite de oliva, extraído das azeitonas da oliveira (Olea europaea) como um óleo rico em ácidos graxos insaturados e com antioxidantes como tocoferóis (vitamina E) e polifenóis. Estes componentes são benéficos para a saúde, aumentando os níveis de HDL, o chamado “bom colesterol”. O azeite representa cerca de 3% do consumo humano de óleos vegetais, com um valor econômico significativo no comércio mundial.

Este óleo é apreciado na gastronomia mundial, especialmente em pratos mediterrâneos, e suas características sensoriais variam conforme a região de produção. A cor do azeite varia do amarelo claro ao verde profundo, com os mais verdes geralmente apresentando mais antioxidantes e um sabor mais apimentado.

No Brasil, o consumo per capita de azeite é inferior a 0,5 litro por ano, indicando um grande potencial de crescimento no mercado. As oliveiras requerem condições específicas para crescimento, e a produção de azeite é mais cara comparada à de outros óleos vegetais. A olivicultura faz parte da história humana desde o período neolítico, e as oliveiras podem viver por milênios, com produtividade máxima entre 8 e 50 anos.

O cultivo de oliveiras no Brasil tem aumentado, com a produção de azeite ganhando reconhecimento, apesar de ainda depender de importações. Contudo, o azeite de oliva é um dos alimentos mais fraudados, com adulterações incluindo a diluição em óleos mais baratos. Dicas para evitar comprar azeite fraudado incluem verificar a origem, desconfiar de preços muito baixos, ler rótulos cuidadosamente e preferir produtos nacionais de alta qualidade.

Quais os possíveis riscos microbiológicos do consumo de queijos artesanais feitos de leite cru?

Escrito por um grupo de autores convidados, o artigo alcançou 33.477 leituras, abordando a complexidade e os desafios associados à comercialização de queijos artesanais feitos de leite cru (QALC), particularmente no Brasil. A produção e o consumo de QALC, embora cultural e economicamente significativos, enfrentam preocupações importantes relacionadas à sua inocuidade devido aos riscos microbiológicos.

No Brasil, há esforços dos órgãos fiscais para garantir a segurança desses produtos, mas ainda existem muitos desafios. Questões como a identificação dos patógenos prevalentes, a distribuição espacial desses patógenos, o tempo de maturação seguro e os pontos críticos de controle para uma produção segura são importantes. Além disso, o texto menciona o registro de Indicações Geográficas (IG) em Minas Gerais para QALC, que tem desencadeado debates sobre a redução dos tempos de maturação para facilitar a comercialização.

O artigo também ressalta a incidência de surtos causados pelo consumo de leite e produtos não pasteurizados, citando estudos dos EUA e da Europa que relatam a prevalência de patógenos como Campylobacter spp., E. coli, Salmonella spp., e Listeria monocytogenes em produtos lácteos elaborados a partir de leite cru.

No Brasil, foram relatados diversos surtos humanos associados ao consumo de QALC, envolvendo patógenos como Streptococcus, enterotoxinas estafilocócicas e Brucella spp. Além disso, o texto aborda a presença de outros patógenos como C. burnetii e M. bovis em QALC, que não são rotineiramente verificados no Brasil.

O artigo conclui enfatizando a necessidade de estabelecer requisitos sanitários para a produção de QALC, com o objetivo de proteger a saúde pública. Destaca-se a importância de revisar continuamente as práticas e protocolos de produção de QALC, com um enfoque de Saúde Única, que inclui o controle de agentes zoonóticos, boas práticas agropecuárias e de fabricação, além de educação continuada para produtores e consumidores.

4° “Também errei como consumidora”, diz Doralice Goes, vítima de botulismo

O Top 2 da autora Juliane Dias, com 17.865 leituras, é este artigo, complementar ao primeiro aqui descrito.  Neste artigo Doralice Goes compartilhou sua jornada de recuperação após ficar internada por todo o ano de 2022.

Apesar de seguir um cuidado de fervura de conservas, Doralice não fez o mesmo com o molho. A doença resultou em paralisia total, deixando-a consciente, mas incapaz de se mover, preocupada com suas responsabilidades diárias, como gatos e finanças.

O ponto mais crítico da internação foi quando ela sofreu de acidose e delírios severos após ser desentubada, revelando um diagnóstico negligenciado de baixa oxigenação. Após a confirmação da acidose, ela foi reintubada. Durante a internação, ela não recebeu visitas do trabalho, adicionando ao desafio o lado emocional.

Sobreviver ao botulismo trouxe mudanças significativas na vida de Doralice. Ela ainda enfrenta dores diárias, mudanças corporais drásticas e desafios de mobilidade. Apesar de ter mantido o peso, seu corpo sofreu uma transformação de músculos em gordura. Ela agora está focada na reabilitação e na conscientização sobre o botulismo, transformando sua experiência em uma missão pessoal.

A relação de Doralice com comida permanece a mesma, mas ela agora é mais cautelosa com a procedência e validade dos alimentos, especialmente os artesanais. Ela aprendeu sobre os riscos associados a alimentos não industriais e a importância da rastreabilidade. Ela tem se conectado com outros sobreviventes de botulismo, tentando entender e compartilhar suas experiências. Doralice também planeja escrever um livro sobre sua história, já iniciado em julho.

Uso de barba na indústria e em serviços de alimentação: pode ou não pode?

Elaborado por Angela Klesta, nosso Top 5 apresentou 7.832 visualizações. O artigo discute a falta de clareza nas regulamentações brasileiras sobre o uso de barba por manipuladores de alimentos na indústria e em serviços de alimentação. A principal legislação da ANVISA para os serviços de alimentação, a RDC 216/2004, proíbe o uso de barba por manipuladores, enquanto a RDC 275/2002 e a Portaria 78/2009 do Rio Grande do Sul reforçam a necessidade de asseio pessoal e cabelos protegidos, mas sem mencionar especificamente o uso de barba. O MAPA não especifica regras sobre uso de barba em suas normas, levando a interpretações divergentes por parte das empresas.

A autora comenta que um estudo europeu mostrou que barbas podem conter mais bactérias patogênicas do que a pele dos cães, o que suscita preocupações sobre a higiene em ambientes de manipulação de alimentos. Apesar da reputação anti-higiênica das barbas e do risco de contaminação alimentar por pelos faciais, não há uma proibição clara no setor, e chefs com barbas estilosas ainda são comuns.

No âmbito jurídico, a CLT permite o uso de barba a menos que haja justificativa plausível para proibir, como no caso de trabalhadores da saúde. No entanto, considerando a importância da higiene alimentar, o artigo sugere que a proibição de barbas seria justificável.

O texto conclui ressaltando a responsabilidade dos profissionais de garantir a segurança e higiene dos alimentos produzidos, apesar da falta de regulamentação específica sobre o uso de barba.

6° Principais mudanças no novo Codex Alimentarius 2023

O artigo foi escrito por Franklin Guarisma e alcançou 5.950 visualizações. O autor analisa as atualizações de 2023 no Codex Alimentarius, destacando a importância da segurança dos alimentos e as responsabilidades dos fabricantes de evitar a deterioração dos alimentos, que pode ter implicações econômicas e de saúde.

Em 2023, o Codex Alimentarius atualizou os Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos (CXC 1-1969), introduzindo uma nova abordagem de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), com diretrizes revisadas para sua aplicação. Essas práticas de higiene são essenciais para o controle de perigos alimentares e, para muitas empresas, sua implementação efetiva é suficiente para garantir a segurança dos alimentos. No entanto, nem todas têm a expertise necessária, e uma análise de perigos eficaz é requerida por normas legais.

A principal atualização foi a inclusão de um novo anexo (anexo IV) no documento, que oferece uma ferramenta – uma árvore decisória – para identificar pontos críticos de controle no sistema APPCC, revisada pelo Comitê do Codex sobre Higiene dos Alimentos. A árvore decisória é uma sequência de perguntas que ajuda a determinar os Pontos Críticos de Controle (PCC) em um processo, sendo uma ferramenta útil tanto para autoridades regulatórias quanto para fabricantes, especialmente os de pequeno porte.

A árvore decisória não é obrigatória, mas recomendada para o Princípio 2 do APPCC, envolvendo quatro perguntas a serem respondidas logicamente com “Sim” ou “Não”. Essas perguntas ajudam a identificar se um perigo pode ser controlado por Boas Práticas de Higiene ou se medidas de controle específicas são necessárias.

Em 2024 continuamos comprometidos em promover a disseminação de conhecimento e experiências que possam contribuir significativamente para a segurança dos alimentos e para a saúde dos consumidores em todo o mundo.

Convidamos vocês, nossos leitores, a sugerirem quais tópicos gostariam de ver abordados ao longo deste ano, garantindo que o blog continue sendo uma fonte relevante e atualizada de informações na área da segurança de alimentos.

Imagem: Fauxels

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Tem formol no leite? A resposta é: Não

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Vários amigos me fazem a seguinte pergunta: “tem formol no leite de caixinha ou de garrafa?” Muitas pessoas não entendem por que o leite nessas embalagens não estraga por vários meses e associam isso a colocação de formol. Vou explicar que isso não tem nada a ver com formol.

O leite ordenhado (retirado) das vacas é enviado aos laticínios para produção de vários produtos, sendo um deles o leite ultrapasteurizado, que também tem outras denominações, como UAT, UHT ou longa vida.

Para que o leite ultrapasteurizado permaneça sem estragar por 4 a 6 meses é necessário que o processamento e envase (colocação do leite na embalagem) sejam feitos de forma asséptica, seguindo 4 princípios:

  •       1)      Leite deve passar por um tratamento a altas temperaturas, ou seja, entre 142 e 146ºC, e de forma rápida, por 4 a 6 segundos. Esse tratamento preserva os nutrientes do leite e elimina os microrganismos viáveis que podem ser bactérias, vírus, bolores e leveduras;
  • 2)      A embalagem precisa ser esterilizada dentro da máquina de envase para também eliminar possíveis microrganismos que estejam aderidos;
  • 3)      O enchimento da embalagem com produto precisa ser feito em um ambiente estéril, ou seja, sem microrganismos. O equipamento que faz o envase tem esta condição;
  • 4)      A embalagem precisa ter barreiras de proteção para evitar a entrada de oxigênio e de microrganismos, tornando o produto seguro durante o prazo de validade.

Esse processo é muito bem controlado nos laticínios para que o leite chegue à sua casa de forma segura e saudável, desde que dentro do prazo de validade.

Além disso, a ANVISA exige que qualquer aditivo deve estar listado na embalagem do produto e não há nenhuma embalagem com a mensagem sobre a presença de formol.

Há outro órgão do governo, o MAPA, que também garante que não haja formol no leite.

Outras perguntas e crenças comuns são:

  • “O leite da caixinha é diferente do leite da vaca na fazenda?”

Um pouco, considerando que o cheiro pode mudar devido ao processo de vácuo aplicado ao leite, que retira os odores conhecidos como “cheiro de curral”.

  • “O leite de caixinha não tem gordura/nata? Por que não separa a nata?”

O leite integral mantém o teor médio de gordura do leite da vaca que é de aproximadamente 3%, mas não há separação porque o leite passa por um processo chamado homogeneização. Esse processo quebra as partículas grandes de gordura em partículas tão pequenas que elas ficam dispersas ou diluídas no leite, sem separação de fases.

Os leites desnatados e semidesnatados são reduzidos no teor de gordura para atender demandas dos consumidores.

  • “Nenhum animal precisa de leite depois que deixa de ser filhote. Por isso não precisamos tomar leite.”

O ser humano não pode ser comparado a outros animais em relação a sua dieta, pois tem uma dieta mais rica e temos o poder de transformação dos alimentos. Exemplo é que nenhum animal faz churrasco ou cozinha qualquer alimento para comer. O leite é um alimento muito completo por conter diversos nutrientes.

  • “Eu tenho intolerância à lactose, por isso não posso tomar leite”.

Primeiramente é necessário realizar testes de laboratório para comprovação desta intolerância. Se for confirmada, é possível ingerir leite sem lactose, no qual a molécula de lactose (um tipo de açúcar) foi quebrada em unidades menores e de mais fácil digestão.

É necessário fazer um alerta: alguns “leites”, que dizem substituir o leite de vaca, não contêm os mesmos nutrientes e principalmente o mesmo teor de proteínas que o leite de vaca.

Infelizmente alguns “influencers”, querendo chamar a atenção e ganhar visualizações, estão falando mentiras como se fossem verdades. Cuidado, não acredite em tudo que falam e nem em modismos. É preciso avaliar a qualificação profissional de quem fala.

Um dia minha tia Maria Emília contou-me que tinha ido a uma nutricionista. A profissional falou para ela tirar imediatamente o leite de vaca de sua alimentação porque faz mal. Minha tia, super saudável, respondeu-lhe: “Minha filha, sou saudável aos 85 anos porque tomei leite de vaca a vida toda.”

Espero ter esclarecido alguns pontos sobre o tema, por ser uma profissional com mais de 30 anos de experiência em diversos tipos de indústrias de alimentos e ter grande respeito e admiração pelos produtos lácteos.

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Alimento artesanal X alimento industrializado

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Recentemente aqui no blog li um artigo  sobre os riscos microbiológicos em queijos artesanais, no qual se faz uso de uma boa pesquisa e de sólidas referências científicas, porém o que mais me surpreendeu foram alguns comentários atacando o “mensageiro” (os autores do artigo) pelo texto, por alertar que no alimento artesanal podem existir riscos potenciais.

Nos comentários alguns insistiam ingenuamente que se é “artesanal” é bom, enquanto ao mesmo tempo, baseados num senso conspiracionista, insinuavam que se é alimento industrializado é ruim, como se a indústria de alimentos fosse uma vilã perversa.

Entre os argumentos favorecendo os produtos artesanais havia os clássicos, como “meu avô viveu mais de 90 anos porque não comia produtos industrializados”. Este argumento é facilmente refutado, pois no geral, nos últimos 50 anos a idade média da população brasileira subiu de 57 para 75,5 anos, ao mesmo tempo em que o consumo de alimentos industrializados cresceu vertiginosamente.

Não é a primeira vez que me deparo com tal visão distorcida. Um exemplo é a “verdade” na cabeça de muitos que frango de granja cresce e engorda rapidamente porque recebe hormônios, uma falácia difícil de desmentir devido ao quanto essa crença já se solidificou na crendice popular, coisa que tentei fazer no artigo “Quanto de hormônio há no frango que você come?“. Repito, frango não é tratado com hormônio!

Outro caso é quando se fala de alimentos transgênicos. Muitos sequer entendem exatamente o que sejam alimentos transgênicos, mas os condenam veementemente, sendo que já se consomem alimentos transgênicos há quase 3 décadas e todos os medos que eram alardeados na ocasião do desenvolvimento e liberação desta tecnologia para o consumo nunca se concretizaram, como tratado no artigo “Devo considerar transgênicos como perigo?”

A tecnologia de plantas transgênicas já é utilizada desde a década de 1990, permitindo ganhos de produtividade no campo e redução de custos, devido, por exemplo, a permitir um uso menor de herbicidas. Ao mesmo tempo, não existem evidências de que seu consumo cause algum malefício à saúde humana.

Outro caso emblemático refere-se à questão da produção agrícola convencional versus orgânica. O uso de defensivos agrícolas, como os chamados “agrotóxicos”, pode ser um problema, sobretudo quando usados fora da técnica, sem receituário de agrônomos competentes, portanto usando produtos não permitidos para a cultura, em sobredosagens ou sem respeitar prazos de carência entre aplicação e colheita, porém, se usados corretamente, são seguros como visto no artigo “Alimentos não orgânicos são seguros?“.

Fonte: Sindiveg – Importância e reflexos da proteção de cultivos no Brasil.

Justamente o uso correto de defensivos agrícolas aliados à tecnologia é o que nos permite a produção em alta escala da chamada agricultura de precisão, fundamental para alimentar a humanidade, sem contar que faz do Brazil um player estratégico para a segurança alimentar mundial, pois ocupando apenas  apenas 7,6% de nosso território com lavouras, nos posicionamos como líder na produção e exportação de soja e de milho, o maior produtor de cana-de-açúcar e de café, o 4° maior produtor de feijão e 3° maior de frutas, além de outros exemplos. Portanto, o Brasil ajuda a alimentar boa parte dos 8 bilhões de habitantes do planeta.

Quem menos quer utilizar defensivos agrícolas, ou agrotóxicos se preferir, são os próprios agricultores, e por um simples motivo: são caros e encarecem os custos de produção. Por isso, a agricultura de precisão faz seu uso somente quando realmente necessário, usando moléculas seguras e aprovadas, na dosagem mínima que permita sua efetividade e respeitando os prazos de carência entre aplicação e colheita, portanto, fazendo seu uso seguro.

Já sobre os alimentos orgânicos, claro que é interessante termos alimentos com técnicas de produção que dispensam o uso de defensivos agrícolas, por outro lado também há riscos, especialmente casos de contaminações com patógenos que já levaram consumidores à morte, como o surto com espinafre na Califórnia e brotos de soja na Alemanha, exemplos citados no artigo “Uma estrela do “Hall da Fama” dos patógenos: Escherichia coli O157:H7“, ou seja, tal qual a produção convencional, a orgânica também tem seus riscos, e em ambos os casos, o que se requer é conhecimento e a prática correta de técnicas para prevenir estes riscos.

Adubação orgânica com esterco, se não estiver devidamente estabilizado, pode ser um potencial foco de contaminação por patógenos.

Citando um caso grave com alimentos artesanais, há o relato comovente de Doralice Goes que fala de sua maratona para sobreviver ao botulismo após comer um molho pesto artesanal, tema que foi tratado no artigo “Também errei como consumidora” e no artigo “Molho pesto artesanal causou tetraplegia por botulismo em Brasília“.

O fato é que seja artesanal ou industrializado, a responsabilidade dos produtores de alimentos é a mesma: garantir que aquilo que chega ao consumidor é seguro, portanto livre de contaminantes químicos, físicos e microbiológicos.

Garantir alimentos seguros requer esforços de toda a cadeia produtiva, incluindo adquirir conhecimento sobre riscos potenciais nos produtos, aplicar técnicas apropriadas, controlar e monitorar processos.

A higiene pessoal, procedimentos de limpeza e higienização, práticas para controle de pragas, boas práticas agrícolas e de manufatura, rastreabilidade e mapeamento e controle de pontos críticos, entre outros requisitos de gestão devem fazer parte das rotinas diárias dos produtores de alimentos, sejam estes pequenos, médios ou grandes.

Sempre vale a pena ressaltar que insumos como os conservantes, aditivos, estabilizantes e os coadjuvantes de fabricação utilizados pela indústria passam por testes diversos antes de sua aprovação como ingredientes pelos órgãos competentes como o FDA (Food and Drug Administration) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilência Sanitária), e claro, como já dizia Paracelso no século XVI com muita sabedoria: “A diferença entre o veneno e o remédio é a dose”.

Quando bem usadas, as tecnologias de insumos alimentícios permitem estabilidade e prolongam a shelf-life dos alimentos e assim facilitam os trâmites da cadeia logística que abastece milhões de bocas em todos os recantos do país e do mundo.

Também vale a pena ressaltar que por trás das grandes corporações produtoras de alimentos há diversos stakeholders, entre eles acionistas que prezam por seus investimentos. Eles desejam que as indústrias sejam perenes e vendam cada vez mais, e para isso, é conditio sine qua non que seus produtos sejam seguros, para se manterem longe de escândalos e indenizações, e justamente por isso, organizam-se em iniciativas como o GFSI  (Global Food Safety Initiative) para propor regras de segurança dos alimentos a serem seguidas em toda a cadeia produtiva.

A indústria de alimentos, para defesa de suas marcas, portanto também por motivos econômicos, é a maior interessada na produção segura de alimentos. Em razão disto, investe milhões em estudos, análises, tecnologias, auditorias e certificações em food safety e incentiva e influencia fornecedores a fazerem o mesmo.

Logicamente alimentos artesanais são bem-vindos. Eles têm importância nos hábitos alimentares regionais, por fazer parte da cultura de determinados grupos sociais e étnicos, sem se esquecer de sua real importância por movimentar toda a economia das regiões onde são produzidos, desde a produção primária, processamento, distribuição e comercialização. Portanto, ninguém é inimigo dos produtos artesanais, mas assim como se cobra corretamente da indústria, também se deve cobrar regras na produção artesanal, por um simples motivo: garantir a saúde pública.

Ao leigo até é permitido ter o vício de tomar partido apaixonadamente entre o alimento industrializado e o artesanal, pois ele não detém todo o conhecimento para um bom julgamento. Já o profissional de segurança dos alimentos precisa se informar, ter uma visão limpa e sem deturpações e abandonar esta dicotomia.

A discussão precisa amadurecer e deixar de lado as paixões, fugir do maniqueísmo, pois não se trata de uma questão de alimento artesanal X industrial, afinal, existem riscos em ambos os casos. Portanto, devem ser identificados e controlados. Em segurança de alimentos, discutir os problemas de forma aberta e clara permite que todos ganhem, produtores, comerciantes e consumidores.

A produção artesanal de alimentos não pode ser tratada como um tema intocável, imune a críticas, pois isso inibe seu avanço em prol da segurança dos alimentos, e só assim o setor poderá se desenvolver, crescer, se fortalecer e se solidificar como uma opção viável e sem riscos aos consumidores.

Deixe sua opinião, o importante neste tema é termos um debate aberto!

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Atividades criativas para envolver os colaboradores: novos exemplos

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A nova versão da FSSC 22000 possui um item que aborda a Cultura de Qualidade e Segurança de Alimentos (veja aqui). E como andam as atividades realizadas com seus colaboradores a respeito deste tema? Pensando nisso, damos continuidade ao artigo Segurança de Alimentos: Atividades Criativas para Envolver os Colaboradores com mais exemplos de atividades criativas que estimulam e engajam os colaboradores. Vamos sair da mesmice?

Sua empresa possui um “mural do reconhecimento?” Não estamos falando daqueles murais de avisos, recados, metas ou simplesmente com uma foto do funcionário do mês (aliás, vamos trocar a palavra funcionário por colaborador). Um mural pode ser utilizado para engajar e reconhecer os colaboradores que adotam segurança e qualidade de alimentos como um hábito e não como uma obrigação ou regra. Colaboradores engajados vão querer ser destaques no mural!!!

E o monitoramento de swabs de mãos que as indústrias de alimentos fazem das mãos dos colaboradores? O que acontece quando o resultado microbiológico está conforme? Antes de arquivar o laudo, o colaborador recebe o feedback positivo? E quando recebe, de qual forma isso é feito? Vamos deixar essa atividade mais interessante. Que tal criar um certificado para esta atividade? Aqui na empresa criamos o certificado “Eu Lavo as Mãos Corretamente” e entregamos todos os meses para os colaboradores que têm os resultados microbiológicos das mãos conformes.

 

Após a entrega do certificado, feedback e fotos, disponibilizamos as fotos no mural do reconhecimento para engajar os demais colaboradores. O índice de não conformidade microbiológico das mãos está em 0,013% este ano. O engajamento é um sucesso.

Outro recurso didático e simples é a utilização de plaquinhas de mesas. Podemos criar frases provocativas e reflexivas sobre qualidade e segurança de alimentos e distribuir, por exemplo, nas mesas do refeitório. As plaquinhas coloridas chamam mais atenção. E não se esqueça de estimular os colaboradores a criar as suas próprias frases.

Algo bastante importante é avaliar criticamente se as atividades estão atingindo o propósito. Treinar, engajar, comunicar e reconhecer são alguns dos passos para uma implantação de Cultura de Qualidade e Segurança de Alimentos com sucesso.

Phaollo Rocha é engenheiro de alimentos, pós-graduado em secagem / liofilização de abacate, própolis e mel, e tem experiência em diversas áreas da indústria de alimentos.

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Feliz Natal e Próspero 2024

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Queridos colunistas, leitores, parceiros e amigos,

Mais 365 dias já se passaram. Neste período tivemos a grande alegria de tê-los aqui em nossa página.

O ano está acabando e chega a hora de refletir sobre nossos aprendizados, nossas conquistas e sentir o espírito do Natal alegrar nossos corações.

Mais do que nunca, esta é uma época para agradecer àqueles que nos permitiram crescer.

É tempo de renovar o sentimento que nos traz forças, inspiração e criatividade, e aproveitar para se conectar com as pessoas que amamos. Por isso, nossa equipe de colunistas estará em recesso no período de 26/12/2023 a 14/01/2024.

Desejamos a vocês, um Natal de amor e esperança! Que 2024 seja um ano incrível e de muitas realizações.

Agradecemos por fazerem parte da nossa família!

Diretoria Food Safety Brazil

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Dicas de segurança de alimentos para as festas de final de ano

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Sim, já chegou o final de ano. E com ele também vêm as tão esperadas celebrações de Natal e Ano Novo, que sempre envolvem muita comida e confraternização.

Para deixar sua alimentação mais segura, é claro que o blog preparou uma série de dicas para ajudar a ter somente boas memórias desses momentos.

Seguem nossas dicas:

Antes da ceia!

  • Armazene seus alimentos corretamente

Guarde corretamente os produtos de acordo com seu gênero: congelado ou refrigerado. Evite encher muito a geladeira ou congelador para garantir uma boa circulação do frio. Se necessário, não se esqueça de regular a temperatura dos equipamentos.

  • Evite misturas

Não é raro a geladeira ficar uma bagunça. Organize as prateleiras por tipo de alimento: nas superiores os que estão prontos para consumo, nas intermediárias os que serão reaquecidos, e nas inferiores os crus.

  • Controle corretamente a temperatura de cozimento

Os alimentos devem ser cozidos adequadamente. Em geral, a forma de preparo já está apresentada na embalagem (alguns minutos lendo podem evitar grandes arrependimentos e algum mal-estar posterior). Se você possuir um termômetro, é hora de usá-lo. O ideal é que os produtos quentes atinjam, no mínimo, uma temperatura de 74°C no seu centro geométrico.

  • Resfriamento após cozimento

Depois de prontos, evite que os alimentos cozidos fiquem por longos períodos sobre o fogão ou pia. Coloque os alimentos em recipientes plásticos menores e leve-os rapidamente para a geladeira. Mantenha-os refrigerados até a hora de servir.

Durante a ceia

  • Sirva os alimentos na hora certa

Evite colocar os produtos sobre a mesa muito tempo antes do consumo. Os talheres e toalhas podem ser organizados antes, mas só retire os alimentos da geladeira e aqueça-os no momento de servir.

  • Guarde as sobras o mais rápido possível

É bastante comum, após uma refeição, deixar os alimentos nas panelas sobre o fogão ou no forno. Essa prática é extremamente perigosa por favorecer a multiplicação de microrganismos. Coloque os alimentos em potes limpos e guarde-os na geladeira. Lembre-se de organizar a geladeira corretamente, como já falamos.

Se a ceia for na casa de outra pessoa

  • Transporte os alimentos corretamente

Retire os alimentos da geladeira somente na hora que for sair de casa. Se a distância for longa, prefira o uso de sacolas ou caixas térmicas.

Após a ceia

  • Reaqueça bem os alimentos

É normal reaquecer as sobras do dia anterior e consumi-las no dia seguinte. Não mantenha os alimentos na geladeira por longos períodos, considere no máximo 3 dias. Antes do consumo, reaqueça o alimento totalmente.

Dica especial: ALERGÊNICOS

Alguém com alergia ou intolerância alimentar irá participar da sua ceia?

No blog temos uma matéria especial que orienta sobre os cuidados a tomar. Você pode consultá-la aqui.

Desejamos um final de ano maravilhoso para você e para aqueles que ama. Que seu Natal e Ano Novo sejam incríveis e que 2024 seja repleto de realizações e bons momentos!

2 min leituraSim, já chegou o final de ano. E com ele também vêm as tão esperadas celebrações de Natal e Ano Novo, que sempre envolvem muita comida e confraternização. Para deixar […]

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Como transferir conhecimento dentro de uma empresa?

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É provável que você já tenha participado de algum treinamento pago pela empresa onde trabalha, e durante alguma palestra tenha pensado: nossa, essa informação parece muito importante para a pessoa X. Finalizado o treinamento, você voltou às suas atividades corriqueiras e a pessoa X nunca se inteirou do que foi aprendido naquele treinamento.

Estamos falando de Gestão de Conhecimento, que vem do inglês knowledge management.

Para que a gestão de conhecimento aconteça, é necessário um agente que dissemine as informações e que se preocupe com esse processo de disseminação. Aí entra o líder, uma vez que seu papel dentro de uma empresa é fazer a ligação entre a organização e os colaboradores. Então é importante que a disseminação da informação seja algo presente, como parte da cultura da empresa.

Dessa forma a gestão de informação pode ser considerada parte do planejamento estratégico da organização.

E por que isso? Porque é comum que todo o conhecimento adquirido em um treinamento fique restrito à pessoa que o fez. Às vezes, o colaborador treinado o repassa só aos membros da sua própria equipe.

Esse texto vem com a proposta de que essa informação, esse conhecimento circule na empresa.

Já vi relatos em que o colaborador, quando retornava do curso ou treinamento, deveria preparar um relatório sobre os assuntos tratados e repassar ao seu superior. Em outra oportunidade, soube do processo em que uma palestra sobre o tema abordado era marcada para os demais colaboradores e o colaborador treinado a ministrava. Esse procedimento pode não ser confortável para algumas pessoas, aquelas que não se sentem à vontade em fazer apresentações orais.

Pensando a respeito e conversando com uma colega que atua em segurança de alimentos, uma possibilidade de transferência do conhecimento adquirido seria a partir de núcleos.

O que seriam os núcleos?

O colaborador que participou do treinamento faz um meeting com o seu superior e pares e passa os dados, informações e conhecimento adquiridos. Previamente ao meeting, ele faz uma busca sobre o palestrante em redes sociais, busca possíveis artigos, textos ou outro material que quem ministrou o curso já possa ter publicado sobre o assunto.

O superior compila essas informações e os dados adicionais, reflete sobre quem mais na empresa poderia ter interesse nesse conhecimento, passa inicialmente o material didático sobre o curso e pergunta sobre o interesse de um novo meeting a esse novo departamento interessado e ao colaborador treinado. Assim, novos núcleos podem ser atualizados. Esse ciclo pode acontecer mais de uma vez, passando para o superior do próximo departamento que entenda que um terceiro departamento pode se beneficiar com as informações do treinamento.

Em algumas situações, apenas o material didático pode ser suficiente, o que diminui o tempo de novos meetings, mas em outras ocasiões novos departamentos podem ficar interessados em mais detalhes e um novo encontro pode enriquecer.

Essa seria uma forma de disseminar a informação dentro da empresa, de forma interdepartamental.

Sabemos que algumas áreas têm atividades correlatas em relação à segurança de alimentos, como qualidade, P&D, compras, produção, então um treinamento pode ser feito pelo colaborador de um desses setores e o conhecimento de interesse dos outros setores pode ser propagado.

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Tradução – Artigo de Interpretação do Esquema: Controle de Qualidade (FSSC 22000)

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Mais um documento orientativo foi lançado no FSSC 22000 e, como não poderia deixar de ser, o Food Safety Brazil lança em primeira mão a nossa tradução deste documento. Trata-se do Artigo de Interpretação do Esquema: Controle de Qualidade. Aproveite!

Neste link você acessa o documento original. Para acessar a nossa tradução, clique aqui.

Leia  mais:

– Tradução: Requisitos Adicionais da FSSC 22000 versão 6.0 [link]

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A revolução da fruticultura sustentável: tendências e inovações

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O setor de fruticultura no Brasil está em expansão, destacando-se por promover a sustentabilidade, preservar a biodiversidade, gerar empregos e impulsionar o desenvolvimento regional.

A fruticultura brasileira produz cerca de 45 milhões de toneladas ao ano. Devido às boas condições climáticas e de solo, o país possui uma grande diversidade de frutas, produzidas o ano todo, de acordo com as características dos biomas.

A prática de cultivo de frutas baseia-se nos princípios da sustentabilidade econômica, social e ambiental. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), só em 2021 o país exportou mais de 40 espécies, batendo um recorde de 1 bilhão de dólares. O principal destino foi a União Europeia, que rendeu ao Brasil 52,6% das  vendas.

Apesar do notável crescimento na produção, a fruticultura brasileira, que emprega cerca de 5 milhões de pessoas, representa apenas uma pequena fatia do mercado global. Isso abre oportunidades de investimento para agricultores visando expandir o setor e aumentar os lucros nacionais.

A agricultura orgânica, elemento essencial da sustentabilidade, tem espaço para crescer no Brasil em comparação com outros países, como República Dominicana, Equador, Peru e Colômbia. Isso aponta para oportunidades de desvendar novos mercados e atividades ainda não totalmente exploradas.

Fonte: https://agriculture.ec.europa.eu

Expansão de mercado

Embora o Brasil seja o terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás apenas da China e da Índia, suas exportações ainda estão em estágio inicial. Cerca de 95% da produção atende ao mercado interno, havendo potencial para aumentar as exportações. 

 De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o país possui um grande potencial para expandir a produção, o período de oferta e a participação no cenário global. A fruticultura ocupa apenas 0,3% do território, em comparação com os 7,8% ocupados por lavouras. Mesmo assim, gerou um aumento de 9% nos empregos formais ligados à agropecuária. Portanto, este é um momento propício para aqueles que desejam ingressar no setor de fruticultura e contribuir para o aumento do número de exportações.

O histórico de produção das principais frutas, entre elas manga, melão, uva, limão, maçã, melancia e mamão, evidencia um crescimento da produtividade, conforme aponta a Abrafrutas. Num período de 10 anos, de 2010 a 2020, a produção de mangas cresceu 32%, enquanto a área cultivada foi reduzida em 6%; isso representa alta de 40,3% na produtividade.

Fruticultura consciente: produzindo com responsabilidade e sustentabilidade

O mercado internacional de fruticultura é altamente competitivo, exigindo elevados padrões de qualidade na produção e comércio para se destacar. O Brasil está se consolidando como fornecedor de frutas sustentáveis, exigindo certificações independentes e de terceiros para demonstrar compromisso com atributos ambientais, sociais e de gestão.

A divisão de alimentos da QIMA, representada pela QIMA/WQS, QIMA/IBD e QIMA Produce, é uma referência sólida e abrangente para o setor alimentício, oferecendo certificações amplamente reconhecidas pela GFSI (Global Food Safety Initiative) e Inspeções, garantindo os mais elevados padrões de qualidade e conformidade.

Maximizando oportunidades e credibilidade

A adoção dessas práticas eleva a qualidade e competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional, posicionando o país como um dos principais fornecedores de frutas e elevando a visibilidade e prestígio das companhias no mercado internacional.

A obtenção das certificações exige o cumprimento rigoroso das normas de controle de defensivos. Para Alexandre Harkaly, Diretor de Integração Estratégica da QIMA IBD, “os padrões orgânicos podem eventualmente ser implementados para todas as práticas agrícolas. Ir além para preservar a saúde do solo, construir sistemas biodiversos, economizar água e atuar positivamente no social, além de atender às demandas prioritárias dos colaboradores, deve ser o objetivo de todos os agricultores”, afirma.

A QIMA destaca-se na vanguarda dessas certificações, reforçando o compromisso com padrões elevados de produção sustentável. Esta abordagem não apenas beneficia os clientes, mas também posiciona a empresa como líder na promoção de práticas agrícolas éticas e ecológicas.

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