Blog FSB

< 1 min leitura
2

Código de Prática de Gestão de Alergênicos do Codex está disponível em português

< 1 min leitura

Não é mais novidade que os alergênicos são uma preocupação constante de segurança de alimentos para consumidores que sofrem de alergias alimentares e também para aqueles que têm pessoas com alergias alimentares sob seus cuidados, empresas de alimentos e autoridades competentes. No blog já falamos muito sobre este tema! Se quiser ler os posts principais sobre alergênicos, clique aqui.

Recentemente foi publicado pelo Codex o documento “Code of Practice on Food Allergen Management for Food Business Operators” que abrange a gestão de alergênicos em toda a cadeia de fornecimento, inclusive na produção primária, durante a fabricação e nos pontos finais do varejo e dos serviços de alimentação.

A boa notícia é que um time de voluntários realizou a tradução deste documento e estamos disponibilizando-o aos nossos leitores!

Você pode fazer o download aqui.

O que você vai encontrar neste documento?

Ele fornece orientações para que as empresas de alimentos, incluindo os produtores primários, desenvolvam políticas e procedimentos para identificar os alergênicos em todas as áreas de produção, preparação e serviço de alimentos, e implementem práticas de gestão de alergênicos, incluindo controles para:

  • prevenir ou minimizar o potencial de contato cruzado com alergênicos, que é de risco para o consumidor com uma alergia alimentar;
  • prevenir ou minimizar o potencial da presença de alergênicos não declarados em um alimento devido a erros que possam surgir na cadeia de fornecimento;
  • garantir que a rotulagem correta do alergênico seja aplicada aos alimentos pré-embalados; e
  • garantir que informações precisas possam ser fornecidas aos consumidores no ponto de venda, quando o alimento não estiver pré-embalado.

Aproveitem!

A versão original “Code of Practice on Food Allergen Management for Food Business Operators” referência  CXC 80-2020, está disponibilizada no site do Codex e você pode acessar diretamente aqui.

< 1 min leituraNão é mais novidade que os alergênicos são uma preocupação constante de segurança de alimentos para consumidores que sofrem de alergias alimentares e também para aqueles que têm pessoas com […]

2 min leitura
0

Controle de pragas em supermercados: orientações básicas

2 min leitura

Quando falamos em controle de pragas, geralmente lembramos de empresas grandes, com altos níveis de produção de alimentos, seja de origem vegetal ou animal, porém devemos sempre lembrar do setor que comercializa esta produção, e que SIM, precisa ter controle de pragas!

Os supermercados recebem a maior parte dos produtos já embalados, incluindo os não perecíveis, com um prazo de validade maior, mas cabe lembrarmos que nem todo produto recebido fica na prateleira do supermercado, e é no estoque que devemos ter maior atenção em relação ao controle de pragas.

Portas de acesso para descarga dos produtos devem ser mantidas sempre fechadas e bem vedadas, e em locais onde o fluxo é intenso, aconselha-se instalação de portas de tela, do tipo vai-e-vem para facilitar a circulação, mantendo a barreira de entrada de pragas.

  •     Manter os produtos em prateleiras, distante do piso, com espaçamento para monitoria da presença de pragas, além de facilitar a limpeza do local.
  •     Ralos devem ser do tipo escamoteável, independentemente do local de instalação, a fim de evitar a entrada de pragas pelo mesmo.
  •     E por que ter iscas? Qual a importância de termos iscas na área de estoque e área externa?

 As iscas nos informam os locais onde as pragas estão presentes e em que incidência para que possamos tomar a ação corretiva eficaz, pois sabemos que somente a desinsetização não é eficaz para o controle de pragas, mas sim, a associação da intervenção com as barreiras de acesso de pragas ao supermercado.

E se o supermercado trabalha com padaria, quais os principais cuidados?

  • Portas e janelas teladas são itens obrigatórios em padarias, a fim de evitar principalmente a entrada de moscas, pragas de difícil controle, principalmente em locais de clima quente.
  • Manter todos os ingredientes em recipientes fechados, bem como os produtos em preparo ou prontos, seja em gôndolas fechadas, embalados, ou com telas de proteção sobre eles.
  • Em padarias que trabalham com forno a lenha, deve-se observar o momento de levar a lenha para o forno, porque ela pode ser veículo de pragas.
  • Manter pias, mesas e utensílios sempre limpos, bem como as lixeiras sempre fechadas.

E por último, mas de suma importância: MANTER SUA EQUIPE TREINADA! Os funcionários devem estar cientes da importância de cada medida ser seguida para evitar a entrada ou presença de pragas no local. Por isso as   Boas Praticas de Fabricação  são primordiais nos supermercados.

2 min leituraQuando falamos em controle de pragas, geralmente lembramos de empresas grandes, com altos níveis de produção de alimentos, seja de origem vegetal ou animal, porém devemos sempre lembrar do setor […]

4 min leitura
7

Uso de filmes e revestimentos comestíveis em frutas e hortaliças

4 min leitura

A conservação de alimentos é o conjunto de métodos que possuem como objetivo prolongar a vida de prateleira dos alimentos. Entre os métodos, temos a aplicação de filmes e revestimentos comestíveis na etapa de pós-colheita de frutas e hortaliças, as quais devem ser acondicionadas em temperaturas e ambientes adequados.

Frutas e hortaliças são componentes importantes e essenciais para uma dieta balanceada. Elas são muito perecíveis, tendo uma curta vida pós-colheita. Quando as frutas amadurecem, ocorrem profundas variações nas mudanças bioquímicas e fisiológicas, como produção de etileno, aumento na taxa de respiração, variação no teor de açúcar, desencadeamento de enzimas degradantes da parede celular, perda da estabilidade da clorofila e aumento da síntese de compostos aromáticos. Com isso, as espécies reativas de oxigênio (ROS), as quais são geradas pelo transporte durante o amadurecimento, podem causar danos celulares e degradar a qualidade e aceitabilidade de frutas e vegetais.

O mercado de alimentos é um dos que mais cresce e as embalagens passam pela mesma transformação. Com o avanço da tecnologia, o principal diferencial das embalagens está nos materiais que atuam como barreiras ao oxigênio, retardando a senescência de frutas e hortaliças.

Atualmente, existem novas embalagens no mercado denominadas de embalagens “ativas”, embalagens “inteligentes” e embalagens biodegradáveis. As embalagens biodegradáveis têm a capacidade de, além de conservar e proteger o alimento, possuir maior facilidade de deterioração pela ação de elementos vivos, facilitando sua biodegradação.

O estudo de filmes e revestimentos comestíveis vem ganhando força nos últimos anos, como alternativa devido a sua biodegradabilidade, reduzindo danos ambientais causados por embalagens comuns. Essa demanda está cada vez mais crescente, tornando-se um desafio para as indústrias de alimentos e para os cientistas. Existem diversas abordagens para aumentar a manutenção do frescor e da vida de prateleira de um alimento pelo uso de polímeros naturais, comestíveis e biodegradáveis.

Vários biopolímeros, como amido, pectina, carragena, alginato, quitosana, goma xantana, têm sido amplamente usados para criar filmes comestíveis e revestimentos de alimentos.  A aplicação de revestimentos e coberturas, comestíveis ou não, em produtos naturais, particularmente sobre frutas e hortaliças com o objetivo de aumentar o seu período de conservação não consiste em prática recente. Segundo Hardenburg, emulsões derivadas de óleos minerais têm sido empregadas desde o século 13 na China para elevar a conservação de frutos cítricos e demais produtos perecíveis que eram transportados por longas distâncias. Na década de 1950, a cera de carnaúba tornou-se o principal produto introduzido para preservar frutos. A tabela 1 apresenta os principais materiais usualmente empregados para o revestimento de frutas e hortaliças e suas principais ações.

Tabela 1. Materiais usualmente empregados como revestimento e suas principais ações

Recobrimento principal  Ação
Alginato Redução das perdas de água
Caseína /Monoglicérido acetilado Monoglicérido de ácido graxo Barreira a gases, manutenção da cor
Amilose/ amilopectina Barreira a gases; melhora da cor e da firmeza; ação antifúngica
Zeínas Barreira a gases; redução de perdas de água, ação antimicrobiana e manutenção da firmeza
Pectina Barreira a gases; ação antifúngica, manutenção da firmeza
Lipídios Barreira a gases; redução de perdas de água
Carboximetilcelulose (CMC) Barreira a gases, manutenção da cor
Albúmen do ovo Manutenção da cor e redução do escurecimento
Proteína do soro do leite Barreira a gases; redução de perdas de água; manutenção da cor
Proteínas de soja Barreira a gases; redução de perdas de água; manutenção da firmeza
Cera de carnaúba Barreira a gases; redução de perdas de água; diminuição da desidratação superficial
Cera de abelhas Barreira a gases; redução de perdas de água; diminuição da desidratação superficial
Quitosana Ação antimicrobiana; manutenção da cor e redução do escurecimento
Goma xantana Redução de perdas de água, diminuição da desidratação superficial
Carragenato Redução de perdas de água

Fonte: Embrapa, 2009.

O revestimento comestível é uma fina camada (imagem 1) constituída por um material comestível que protege frutas e vegetais da decomposição físico-química e microbiológica, com diversas vantagens como comestibilidade, biocompatibilidade, atoxicidade, degradabilidade, etc. O filme é uma embalagem flexível e extensível de superfícies homogêneas e lisas (imagem 2). Quando aplicados em frutas e hortaliças, eles vão atuar efetivamente para preservação dos alimentos devido à sua versatilidade, não toxicidade, atividade antimicrobiana, atividade antioxidante, biocompatibilidade e biodegradabilidade.

Figura 1- Manga com e sem revestimento obtido de mesocarpo do pequi (Caryocar brasiliense).

Figura 2 – Filme obtido do mesocarpo do pequi (Caryocar brasiliense).

Recentemente, na Universidade Zhenjiang, na China, o departamento de Engenharia Biológica e de Alimentos desenvolveu filmes colorimétricos incorporados com nanopartículas de ZnO, embalagens inteligentes para sinalizar e rastrear a qualidade dos alimentos em tempo real. Esses filmes colorimétricos são sensíveis ao pH, pois quando aplicados podem apresentar alterações de cor quando expostos a gases voláteis, presentes em alimentos deteriorados.

Referências:

CHINMA, CE; ARIAHU, CC; ALAKALI, JS Efeito da temperatura e umidade relativa sobre a permeabilidade ao vapor de água e propriedades mecânicas de filmes comestíveis à base de amido de mandioca e concentrado de proteína de soja. Journal of Food Science and Technology v. 52, n. 4, pág. 2380-2386, 2015.

Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Embrapa Instrumentação Agropecuária.  O Uso de Biopolímeros como Revestimentos Comestíveis Protetores Para Conservação de Frutas in natura e Minimamente Processadas. 2009.

FLORES-LÓPEZ, María L. et al. Perspectivas sobre a utilização de revestimentos comestíveis e revestimentos nanolaminados para extensão do armazenamento pós-colheita de frutas e vegetais. Revisões de engenharia de alimentos, v. 8, n. 3, pág. 292-305, 2016.

HAN, Jung H. Filmes e revestimentos comestíveis: uma revisão. Inovações em embalagens de alimentos, p. 213-255, 2014.

HARDENBURG, R. E. Wax and Related Coatings for Horticultural Products: a bibliography. Agriculture Research Service Bulletin, 51-15, Washington, DC, 1967.

Huang, T.-W., Lu, H.-T., Ho, Y.-C., Lu, K.-Y., Wang, P., Mi, F.-L.Hide details. A smart and active film with tunable drug release and color change abilities for detection and inhibition of bacterial growth. Materials Science and Engineering C, Volume 118, January 2021.

Autoras: Itatiane Catarina Guerra, Geovana Rocha Plácido, Juliana Aparecida Célia e Glaydson Brasileiro Lopes de Jesus, todas do Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde.

4 min leituraA conservação de alimentos é o conjunto de métodos que possuem como objetivo prolongar a vida de prateleira dos alimentos. Entre os métodos, temos a aplicação de filmes e revestimentos comestíveis […]

2 min leitura
0

Resumo do IV Food Safety Brazil Meeting

2 min leitura

No dia 24 de novembro de 2020 ocorreu virtualmente o IV Food Safety Brazil Meeting.

O evento on-line, e não por isso menos rico, teve como foco o segmento de food service e trouxe à tona assuntos extremamente importantes para a rotina dos serviços de alimentação: a potabilidade da água e a higienização de instalações, equipamentos e utensílios.

O evento foi apresentado pelo também colunista do Blog Food Safety Brazil, João Paulo Ferreira e teve como primeira palestra a minha apresentação sobre o Procedimento Operacional Padronizado para Potabilidade da Água. Abordei como um POP digno de elogios deve ser construído, além de exemplificar o que o POP de Potabilidade da Água deve conter para ser implementado e para desse modo garantir a segurança da água dentro do estabelecimento. Quer conferir como elaborar um POP para Potabilidade da Água digno de elogios? Confira aqui a apresentação dessa palestra: IV Food Safety Brazil Meeting Daniele Parra – ÁGUA

Ainda com foco na água, a ilustre Engenheira de Aplicação da 3M, Thuany Melo, abordou o tema de sistemas de filtração da água ilustrando nosso encontro com diferentes tipos de sistemas de filtração, onde cada tipo de filtro deve ser utilizado e, sobretudo, a  importância extrema do uso de sistemas de filtração em serviços de alimentação, afinal, a água é um dos principais ingredientes, além de ser utilizada para a higiene pessoal e higiene do ambiente.

Você sabia que filtros com carvão ativado não devem ser instalados antes das entradas dos reservatórios de água? E que em filtros com carvão granular podem se formar caminhos preferenciais para a água, de modo que a água não passa pela barreira? Todas as questões e muitas outras foram apresentadas pela Thuany. Confira essa palestra super rica em conteúdo aqui: Apresentação_Webinar Water com FSB.

Para o assunto de higiene do ambiente, equipamentos e utensílios, mais uma vez explanei sobre POP: como construir um Procedimento Operacional Padronizado para Higiene das Instalações, Equipamentos e Utensílios, quais os principais erros cometidos na elaboração desse POP, a importância desse POP para esse momento que estamos vivendo com a Covid-19 e as práticas não autorizadas para serviços de alimentação. Você sabia que POP para Higiene das Instalações, Equipamentos e Utensílios pode ser monitorado pelo Registro de Higienização Não Rotineira e que esse registro não é um cronograma de limpeza? Então venha conferir essa palestra em IV Food Safety Brazil Meeting Daniele Parra – HIGIENE.

E para fechar com chave de ouro o assunto de higienização e o nosso encontro, o Especialista em Desenvolvimento e Aplicação da 3M, Cleiton Cintra, abordou um exemplo prático de sucesso para um problema de contaminação em uma planta de carnes, além de soluções incríveis e inovadoras para higienização, como um lenço umedecido para limpeza de coifas que substitui o uso de produtos químicos corrosivos e fibras abrasivas com maior durabilidade e potência de limpeza. Aliás, você sabe a diferença entre uma esponja e uma fibra e em quais situações utilizar cada uma delas? Confira essa apresentação sobre soluções de higienização cheia de inovações e tecnologia de ponta em Surface_Care_3M_FoodSafety.

E até o próximo encontro!

2 min leituraNo dia 24 de novembro de 2020 ocorreu virtualmente o IV Food Safety Brazil Meeting. O evento on-line, e não por isso menos rico, teve como foco o segmento de […]

3 min leitura
0

Importância do uso do termógrafo no transporte de alimentos

3 min leitura

Neste novo post quero refletir com vocês sobre a importância de se usar uma ferramenta necessária para o transporte de alimentos refrigerados ou congelados, que é o termógrafo. A manutenção da cadeia de frio dos alimentos nas diferentes etapas de seu processamento, desde a colheita até a mesa do consumidor, é de fundamental importância para conseguir a segurança dos alimentos. Manter as condições adequadas de temperatura é essencial para evitar a deterioração das características organolépticas e o desenvolvimento de microrganismos prejudiciais à saúde. Para defender as condições de segurança dos produtos, é necessário recorrer a certos procedimentos para mitigar ou eliminar perigos biológicos, químicos e físicos. O sistema HACCP e seus pré-requisitos são recomendados para estabelecer procedimentos, que incluem controles, monitoramento e registros durante as diferentes etapas ou fases do processo.

O objetivo do resfriamento é reduzir a temperatura o suficiente para minimizar a possibilidade de proliferação de microrganismos, principalmente patógenos capazes de causar prejuízos à saúde do consumidor, com todas as consequências negativas que isso acarreta. Isso significa reduzir a temperatura abaixo de 10°C durante o processamento e, de preferência, abaixo de 5°C quando se armazenam produtos refrigerados. Quando se trata de produtos congelados, a temperatura deve estar abaixo de -18°C.

Desta vez quero me referir a um dos elos da cadeia de frio, que é o transporte de alimentos, onde se precisa manter a temperatura de refrigeração ou de congelamento, conforme o caso; seja transporte interestadual ou internacional, rodoviário, marítimo ou aéreo. Surge então em alguns casos a necessidade de se contar com uma equipe capaz de medir e registrar a temperatura da mercadoria ou do ambiente onde a mercadoria é transportada, durante a duração do transporte. Esses dados são de fundamental importância para o cumprimento do Plano HACCP da organização. O equipamento de transporte utilizado para controlar o perigo biológico (neste caso) deve possuir um ou mais instrumentos de vigilância da temperatura durante o transporte da mercadoria. Para garantir os cuidados com a segurança e qualidade do produto (prazo de validade, condições organolépticas, etc.), deve-se observar a manutenção das condições previstas para a cadeia de frio.

O que é um termógrafo de uso único? O termógrafo é um dispositivo eletrônico capaz de medir e ao mesmo tempo registrar a temperatura, oferecendo grande utilidade durante o transporte de mercadorias que devem atender a uma determinada cadeia de frio. É muito utilizado em contêineres em navios, bem como em conjunto com o carregamento rodoviário em caminhões ou veículos de pequeno porte, pois é utilizado tanto no transporte de alimentos quanto no transporte de medicamentos que necessitam de rede de frio. Existem diversos modelos adaptáveis à duração da viagem e à frequência com que se pretende medir e registrar a temperatura, podendo-se registrar em papel num gráfico de fácil leitura ou com dados digitais que ficam armazenados em dispositivos informáticos. Em geral, são baratos e garantem um registro adequado da constância das condições de temperatura durante o transporte. Constituem também uma garantia para as partes envolvidas, sejam elas o produtor, o transportador ou o cliente. Na minha experiência, durante a exportação por transporte rodoviário de queijo prato de uma fábrica de processamento localizada na cidade de Paysandú (Uruguai), para a cidade de São Paulo no Brasil, a mercadoria chegava ao seu destino com um problema de alta temperatura, que afetava sua qualidade e prazo de validade. Nesse caso aconteceu que o caminhão teve problemas com seu equipamento de refrigeração e isso ficou evidenciado no registro dos 2 termógrafos localizados junto à carga. Esse registro foi um teste consistente para fazer a reclamação correspondente à seguradora e manteve a confiança entre o produtor e o comprador.

3 min leituraNeste novo post quero refletir com vocês sobre a importância de se usar uma ferramenta necessária para o transporte de alimentos refrigerados ou congelados, que é o termógrafo. A manutenção […]

5 min leitura
1

FSB Talks: Quais os desafios do Guia de Cultura de Segurança de Alimentos

5 min leitura

A Iniciativa Global da Segurança de Alimentos (GFSI, Global Food Safety Initiative) produziu um valioso guia de Cultura de Segurança de Alimentos, com orientações que refletem seu posicionamento sobre o tema e que agora está disponível para sua consulta clicando aqui.

Cheio de novos desafios e muita coisa nova para o universo Food Safety!

E para discutir sobre esse tema convidamos alguns dos nossos colunistas para um bate papo descontraído, onde pudemos ouvir a opinião deles com um olhar apreciativo sobre o futuro das organizações quanto ao lançamento do Guia Food Safety Culture.

Perguntamos:

Em que grau o Guia do GFSI realmente contribuiu para os avanços da Cultura de Segurança de Alimentos até aqui e como ele foi absorvido pela FSSC 22000?

Cintia Malaguti: Como um guia, sem ser requisito, contribui muito por permear todo o esquema de SGSA. As recomendações do GFSI foram mais absorvidas nesta versão, com um certo “delay“, mas incluindo o que é básico para a definição de um planejamento de transformação de cultura.

Virgínia Mendonça: Em um “baixo” grau.  Guia não tem força de requisito e vai depender muito da maturidade e do SGSA das empresas participantes.

Cristian Roque:  Entendo que, desde seu lançamento, o posicionamento do GFSI elevou o interesse das organizações pelos programas de Cultura, tendo sido isto bastante positivo. A FSSC 22000 apresenta agora suas orientações, bem alinhadas com o documento original.

 

Os requisitos parecem muito genéricos. Isso é bom ou ruim?

Cintia Malaguti:  Bem, cada empresa coloca a sua realidade, percepção, sem regras auditáveis, afinal é percepção. A descrição mais genérica pode ser uma abordagem melhor, desde que a empresa já tenha uma certa maturidade no sistema de gestão. Caso contrário, se a empresa está iniciando a implementação do Sistema Integrado de Gestão de Segurança dos Alimentos, requisitos muito abertos podem dificultar, visto que não norteiam o que fazer.

Virgínia Mendonça: Nem bom, nem ruim. A FSSC/ISO 22000 nunca foram normas prescritivas. Creio que as empresas já estão acostumadas a isso.

Cristian Roque: É importante lembrar que as novas orientações da FSSC 22000 ainda não são requisitos formais. Elas são gerais, justamente para abrigar toda a sorte de abordagens à Cultura que podem estar presentes nas organizações. E isto é ótimo!

Marco Túlio: Bom! É o que se espera de um requisito de normativo! O “como fazer” cabe às empresas. Eu não gosto de normas que explicam “como fazer”. Porque aquele “como fazer” pode ter outras formas tão eficazes quanto e que sejam mais adequadas e sob medida para determinados segmentos de empresa. Uma norma que diga como fazer pode tornar-se extremamente restritiva e impedir que as empresas usem soluções que sejam as melhores para cada um dos segmentos.

 

As auditorias de FSSC 22000 serão diferentes a partir de agora?

Cintia Malaguti: Sim, acho que com caráter exploratório, para entender o desenho que a empresa faz para a jornada. Acredito que a partir de agora as auditorias de FSSC 22000 se equiparam às de outros guias que já vêm trazendo incrementos ao compromisso da Alta direção e o tema Cultura de Segurança de Alimentos.

Virgínia Mendonça: Já existe uma tendência para isso em sentidos, mas dependerá muito do auditor, do organismo certificador e da receptividade das empresas (empresas reativas x empresas proativas).

Cristian Roque: Não estou certo de que as organizações certificadas e os organismos certificadores estejam prontos para construir/avaliar algo tão subjetivo. Prevejo muitas dificuldades no início, dado que a Cultura não é um objeto concreto e nem deve ser avaliado como tal!

 

O compromisso da liderança sênior poderá, finalmente, ser mensurado?

Cintia Malaguti: De todos os níveis, mas da alta direção sempre vê “cor de rosa” e a operação vê “cinza”. É difícil encontrar um indicador de Compromisso da Liderança que seja comum e aplicável a qualquer negócio. O compromisso da liderança deve ser demonstrado nos detalhes, e a observação da conformidade desse ponto dependerá muito da visão e experiência do auditor.

Virgínia Mendonça: Ainda acho que estamos um pouco distantes disso.

Cristian Roque: De forma indireta, sim, através dos próprios resultados gerais do avanço da Cultura. Lembro apenas, que não será simples para o organismo certificador conduzir esta avaliação. A Cultura é melhor medida de dentro. Não de fora.

 

Conseguiremos finalmente medir a Cultura de Segurança de Alimentos?

Cintia Malaguti:  Sim, com diagnósticos quali e quantitativos. Assim como para o compromisso da Liderança sênior, a medição da Cultura é muito própria de cada negócio, o que vemos é que quanto mais o tema ganha espaço, maiores são as possibilidades de benchmarking, o que facilita da observação e definição de meios de monitoramento e medição da Cultura.

Virgínia Mendonça:  Na minha opinião, não. Não com o Guia do FSSC 22000. O Guia do FSSC 22000 parece mais uma resposta para quem andava questionando quando Cultura de SA iria aparecer na norma, comparando FSSC 22000 com outras normas GFSI. Na minha opinião parece mais uma resposta/justificativa do FSCC do que qualquer outra coisa.

Cristian Roque: Já é possível! Neste sentido, a publicação nada muda. Acompanho organizações que se prepararam para esta jornada de autoconhecimento com resultados bastante interessantes. Mas, de novo: as melhores medições não virão de uma auditoria de certificação.

 

Outras contribuições adicionais por Cintia Malaguti:

“Como desenvolver percepções pelos colaboradores sobre treinamentos e reconhecimentos que os dois tópicos com menores notas nós diagnósticos?”

“Os atributos a serem “avaliados” sai: objetivo, visão e valores? Engajamento de pessoas? Percepção de riscos? Consistente e adaptabilidade? Por áreas, turnos, funções, por idade?”

“Porque não seguiram neste guia o mesmo do posicionamento de 2018 do GFSI?”

“Quando a quantidade é direcionada e não bate com a qualidade, como comprovar esta não aderência para casos de auditorias C ou NC? Como medir “cultura”, se é o jeito que a gente faz as coisas por aqui, quali e/ou quantitativamente? Devemos cobrar “a jornada” em um tempo com as fases (pulsos)?”

“Como será a experiência de empresas que já “vivem” a cultura AS, seja na BRCGS desde 2018 ou na IFS v.7 que estão se mexendo antes mesmo da FSSC 22000?”

“Acredito que não se pode impor nada à cultura e sim desenvolver conceitos e os presidentes dos sites terem as responsabilidades de adotarem ou não a jornada (decidem se é o momento ou não) como uma ação-chave de qualidade de produtos, das ações, de compliance e excelência operacional, gerando orgulho nas entregas. Tem que existir um programa estruturado para desenvolver a cultura. Não pode ser ao acaso!”

“Uma vez, ouvi de uma especialista: “ler e se inspirar no position paper do GFSI; criar embaixadores empáticos, comunicativos, é preciso medir o progresso sem auditar (quantificar esse momento de celebração) e finalmente, divirtam-se: “o indicador é o tamanho do sorriso!”.”

A Segurança de Alimentos está inserida nos “Corações e Mentes” de todos os colaboradores das empresas e é um modo de vida que permite manter os consumidores seguros, proteger o valor da marca e permitir o crescimento global da empresa, sendo suas responsabilidades desde o início de projetos até a entrega ao consumidor, por isto deve integrar o Comportamento Humano, a Cultura da Organização e o Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos. Difícil ser C ou NC, como bem disse o Cristian.

Auditores podem compreender como as promoções de Segurança de Alimentos, através das ferramentas de Food Safety, poderão ajudar a acelerar a Mudança de Comportamento na Organização.

É DIFERENTE DE UMA AUDITORIA/INSPEÇÃO! Nem melhor, nem pior – apenas o jeito que as coisas acontecem! Cultura é sobre comportamentos, mas também sobre valores e crenças!

5 min leituraA Iniciativa Global da Segurança de Alimentos (GFSI, Global Food Safety Initiative) produziu um valioso guia de Cultura de Segurança de Alimentos, com orientações que refletem seu posicionamento sobre o […]

4 min leitura
2

Design Thinking na Indústria e Segurança de Alimentos

4 min leitura

Design Thinking na Indústria e Segurança de Alimentos? Hoje existe uma grande gama de ferramentas, metodologias, filosofias centradas em processos, nos alimentos, prevenções, entre outros. Mas quero compartilhar com você um novo ponto de vista, algo centrado no usuário, algo em que a empatia prevaleça. Como assim?

No post de hoje dedico algumas observações ao Design Thinking e como ele pode auxiliar na indústria de alimentos.

O DT (Design Thinking) é uma abordagem de pensamento criativo, pensamento este dos designers, mas fique tranquilo, você não precisa ser designer ou da área de marketing para aplicá-lo. O Design Thinking é um conjunto de ideias, insights, muito diferente de rigorosos métodos tradicionais, é mais livre e humanizado. O objetivo dessa abordagem é mapear as experiências do usuário, identificar pontos de vista, colocar-se no lugar do outro, “vestir seus calçados” e com isto obter uma visão mais completa para a resolução de problemas.

Os fundamentos do DT são: colaboração, empatia e experimentação.

Em outras palavras, não há uma fórmula específica, mas aplicar o Design Thinking lhe dará condições de maximizar ideias na resolução de seu problema, entendendo o “outro”, ouvindo ideias sem julgamento, criando experiências com foco em uma de suas maiores razões: a satisfação do cliente, seja ele interno ou externo.

Perceba que ao executar planos de ações muitas vezes eles são “frios” e apenas executáveis e esquecemos que existem “humanos” que irão executá-los. Então, por que não pensar em como transformar essas ações em experiências agradáveis? Será que os resultados não seriam maximizados?  Veremos alguns exemplos de como isto é possível ao final do post!

Sobre Design Thinking

Na figura acima, podemos ver o que chamamos de um exemplo de “duplo diamante”. Este conceito representa o processo de Divergência e Convergência constantes no Design Thinking, ou seja, quando temos um problema, inicialmente teremos diversas opiniões sobre sua origem. Temos aqui a fase de divergências “no bom sentido e sem brigas”, pessoas divergindo e argumentando sobre o que, como, por que, quando. Uma vez que começamos a ter clara uma linha de ação, começamos a convergir ideias sobre o problema, encontrar uma relação entre os diferentes pontos de vista apresentados. Passamos então a construir ações, desenvolver na prática nossas ideias, construir a solução para o “tal” problema e agora entramos na fase de convergência.

Ao apresentamos a “proposta de solução”, realizaremos testes com protótipos (isso é bem positivo em DT, a realização de protótipos e simulados antes da solução final) e será natural que apareçam pontos a serem melhorados, novas opiniões e sugestões. Veja que aqui entramos na fase de divergência novamente, sendo que essa divergência de forma saudável irá inspirar uma nova convergência de ideias mais assertivas.

Indústria e Segurança de Alimentos

Bem, e como isto pode ser aplicado na indústria de alimentos e também refletir em Segurança dos Alimentos?

Como vimos acima, o DT é centrado no usuário, portanto na indústria de alimentos estes usuários podem ser:

O consumidor – Inovações

O que se espera de um novo lançamento de produto? A tendência agora é “abacaxi com hortelã”? Não só isto, mas diferente do modo tradicional de pesquisas, o que realmente o consumidor espera e muito mais do que isso, o que ele “sente”, quais seus desejos, anseios. O Design Thinking auxiliará no desenvolvimento de produtos se colocando no lugar do cliente, fornecendo ferramentas que não analisem apenas o racional, mas o emocional também.

O cliente ou fornecedor

Como está sua prestação de serviço? Se preciso agora executar um exercício de rastreabilidade, as informações estão acessíveis, claras, os sistemas são de fácil operação e entendimento?  Sua ficha MIP ( Manejo integrado de pragas ) é de fácil entendimento? O check-list de homologação tem controles suficientes ou em excesso?

O colaborador

Como andam suas integrações, seus treinamentos de BPF ou APPCC? Há uma absorção de conhecimento por parte de todos, será que aquele ruído do lado de fora da sala não atrapalha? Será que as cadeiras “duras” não se tornam “torturantes” após 30 minutos, será que o “foco de imagem” de seu projetor ou inúmeros slides “brancos” não estão sendo entediantes, como saber de tudo isso? Colocando-se no lugar do usuário, como ouvinte de seu próprio treinamento.

Os registros de resultados de PCC no sistema estão confusos?  Como está a navegabilidade de seu sistema? Sua planilha de Excel é clara o suficiente? Os campos da ficha de resultados estão claros ou confusos, talvez técnicos demais? Novamente aqui, somente se colocando no lugar do colaborador será possível perceber tais pontos.

Veja que realizar este exercício de Design Thinking permitirá a você entender o próximo. Quando falamos principalmente de cultura de segurança de alimentos, inegavelmente falamos de pessoas e consequentemente empatia é fundamental nesta hora.

O que achou deste conteúdo? Comente caso queira aprofundamento no tema ou mais assuntos do segmento.

4 min leituraDesign Thinking na Indústria e Segurança de Alimentos? Hoje existe uma grande gama de ferramentas, metodologias, filosofias centradas em processos, nos alimentos, prevenções, entre outros. Mas quero compartilhar com você […]

3 min leitura
0

Como a segurança de alimentos está relacionada à qualidade de um alimento?

3 min leitura

Várias vezes tive a oportunidade de participar de uma troca de ideias a respeito da relação entre segurança de alimentos ou inocuidade alimentar e sua qualidade.  A segurança de alimentos faz parte da qualidade ou a precede? E se não for assim, podemos dizer que a segurança é um atributo de qualidade dos alimentos? Isso pode parecer uma abordagem filosófica, mas é que a filosofia abrange tudo e este tópico não pode ser estranho a ela.

Para discutir essa questão, proponho três perguntas básicas que teríamos que responder, como forma de chegar a uma conclusão, que como toda conclusão sempre será possível de ser aprimorada e por isso mesmo nunca será definitiva.

A primeira pergunta seria: O que se entende por alimento? O conceito de alimento pode ter sua origem no início da árvore da vida, partindo dos organismos unicelulares procarióticos dos domínios das Bactérias e Archaea, e mesmo antes de seu aparecimento bilhões de anos atrás, e chegando aos organismos complexos e evoluídos de nossos dias. Se procurarmos a palavra alimento no dicionário, ela é definida como: “substância nutritiva que um organismo ou ser vivo toma para manter suas funções vitais.” A definição do Codex Alimentarius, criado em 1962 pela FAO / OMS, é  “alimento é qualquer substância processada, semi-processada ou natural que se destina ao consumo humano e qualquer outra substância que seja utilizada na sua fabricação, preparação ou tratamento”. Também estabeleceu um conceito básico de que “um alimento deve ser nutritivo e seguro”. Nos termos do Código Alimentar Argentino (lei 18.284), é qualquer substância ou mistura de substâncias naturais ou manufaturadas que, quando ingerida pelo homem, fornece ao corpo os materiais e a energia necessários ao desenvolvimento de seus processos biológicos”, incluindo os coadjuvantes que tenham valor nutricional ou não. Como podemos ver, embora haja várias coincidências de conceitos, algumas diferenças também podem ser percebidas.

A segunda questão seria: O que se entende por segurança de alimentos ou inocuidade alimentar? O dicionário define inócuo como “seguro e livre de perigos, confiável, que não causa dano”, é sinônimo de seguro. Voltemos ao Codex Alimentarius, órgão executivo do programa conjunto FAO / OMS que desenvolve e faz publicações de normas, guias e outras recomendações para a produção, composição, rotulagem e manuseio de alimentos. Segundo o Codex,  “é a garantia de que um alimento não causará dano ao consumidor, quando for preparado ou ingerido de acordo com o uso a que se destina”. (…) As normas da comissão do Codex devem se basear em um revisão meticulosa das evidências e análises científicas a fim de garantir a qualidade e segurança dos alimentos”. Como pode ser visto nesta última frase, a qualidade e a segurança dos alimentos são consideradas separadamente, entendendo-se que não sejam a mesma coisa, mas conceitos diferentes.

O termo alimento seguro não indica necessariamente que se trata de um alimento saudável, uma vez que este último requer uma consideração separada. Um alimento pode ser seguro, mesmo que não seja saudável, embora este assunto esteja atualmente em discussão. Segurança de alimentos também deve ser diferenciada da segurança alimentar (veja aqui), pois são dois conceitos diferentes.

E a terceira pergunta a fazer é: O que é qualidade? Ao longo do século XX e até agora neste século, houve várias definições do termo Qualidade. Um conceito discutível, mas de enorme importância econômica a nível nacional e internacional. Vem do latim “qualitas” ou “qualitatis”. Pode ser definido como “um conjunto de propriedades e características de um bem ou serviço que satisfaz as necessidades declaradas implícitas e explícitas de usuários ou consumidores”.

O principal padrão alimentar à disposição da comunidade mundial de nações é o Codex Alimentarius. Segundo o Codex, “todos os consumidores têm direito a uma alimentação segura e a serem protegidos de práticas comerciais desonestas” e sua atenção se concentra na segurança, genuinidade e nutrição dos alimentos.

De acordo com a interpretação de Valls: “Para alcançar a qualidade, é necessário cumprir uma série de requisitos que são exigidos pelo cliente ou consumidor”. Outro ícone do pensamento de qualidade, Juran, definiu-o “como adequação para uso, satisfazendo as necessidades do cliente”. Outra definição: “a qualidade de um produto é determinada apenas pelas características definidas pelo cliente.”

Do exposto, pode-se concluir, em primeira instância, que o Codex Alimentarius foca sua visão nos aspectos mais básicos da qualidade, no que se refere à segurança, genuinidade e nutrição dos alimentos, enquanto outras normas de cumprimento voluntário se destacam por incluir aspectos complementares, como organolépticos, tamanho, cor, entre outros. No entanto, também é importante ressaltar que nos aspectos relacionados à segurança, genuinidade e nutrição, a autoridade sanitária de cada país tem papel fundamental e não delegável. Ao mesmo tempo, as normas privadas e voluntárias enfatizam o cumprimento da legislação de cada país, pelo que se pode concluir que a segurança de alimentos faz parte dessas normas de qualidade.

3 min leituraVárias vezes tive a oportunidade de participar de uma troca de ideias a respeito da relação entre segurança de alimentos ou inocuidade alimentar e sua qualidade.  A segurança de alimentos […]

2 min leitura
6

Como são higienizadas as embalagens cartonadas para alimentos?

2 min leitura

Você sabe como são higienizadas as embalagens cartonadas?

Uma das preocupações quando buscamos alimentos industrializados é a higienização das matérias primas, equipamentos e utensílios, mas outro fator importante relacionado à higienização são as embalagens que acondicionam os produtos.

Cada vez mais buscamos praticidade e tecnologia em todos os segmentos e não poderia ser diferente em alimentos, porque não abrimos mão de alimentos seguros.

São inúmeros os materiais e embalagens especialmente desenvolvidos para alimentos e entre eles as embalagens cartonadas vêm ganhando espaço nas gôndolas pois permitem que os alimentos estejam em qualquer lugar, dispensados de refrigeração e com maior vida útil.

Mas você já se perguntou como são higienizadas as caixinhas “longa vida” antes de receber o alimento?

Apesar de mais de 70% da sua composição ser papel, a embalagem cartonada tem também uma camada de alumínio e algumas camadas de polietileno, material que entra em contato com o alimento, e também está na camada externa protegendo a embalagem.

Antes de serem colocadas nas máquinas de envase, as embalagens cartonadas são manipuladas, tornando-se vulneráveis às contaminações pelos operadores e pelo ambiente.

Para garantir que os alimentos continuem estéreis após o envase é necessário que as embalagens cartonadas também apresentem a mesma condição asséptica. Para que isso ocorra, há na máquina de envase um compartimento com uma solução sanitizante chamado banheira de peróxido de hidrogênio, que faz a esterilização completa do material.

O peróxido de hidrogênio é diluído a uma concentração de 30 a 50% para que seja eficiente e não deixe resíduos na embalagem, é aquecido a aproximadamente 85°C através de resistências elétricas pelo lado de fora da banheira. O material de embalagem entra nesse compartimento, passa pela solução quente com a finalidade de retirar possíveis sujidades, impurezas e a carga microbiana presente no material.

Para retirar a solução, o material passa por rolos revestidos por borrachas que espremem a embalagem retirando o peróxido de hidrogênio e, em seguida, entra em uma câmara de secagem onde uma faca sopra ar superaquecido sobre as embalagens, secando-as e finalizando a esterilização. Depois desse processo, a embalagem está pronta para receber o produto asséptico e garantir a segurança do alimento mesmo sem o uso de conservantes.

Os órgãos regulamentadores do Brasil não especificam limite máximo para resíduo de peróxido de hidrogênio em alimentos, portanto é utilizada a referência de 0,5 ppm recomendada pelo 21CFR178.1005 da agência reguladora norte americana FDA (Food and Drug Administration) e é realizada periodicamente análise em água estéril para verificar esse residual.

2 min leituraVocê sabe como são higienizadas as embalagens cartonadas? Uma das preocupações quando buscamos alimentos industrializados é a higienização das matérias primas, equipamentos e utensílios, mas outro fator importante relacionado à […]

2 min leitura
0

A embalagem a vácuo para alimentos pode nos proteger do novo coronavírus?

2 min leitura

Nós que trabalhamos na promoção de uma cultura de segurança de alimentos sabemos que o máximo esforço na prevenção é um dos nossos principais objetivos, mas também, assim como evitamos a contaminação, podemos trabalhar para descontaminar.

O processo de embalagem a vácuo para alimentos é uma prática amplamente utilizada por décadas, sendo que novas fórmulas são cada vez mais encontradas para fabricar o material de barreira ao oxigênio e ao vapor d’água, essenciais neste tipo de embalagem. Também surgem novos usos que melhoram a apresentação dos alimentos e ainda prolongam sua vida útil, acompanhada de tecnologias de refrigeração ou congelamento. Este tema já foi abordado neste prestigioso blog (veja aqui).

Atualmente novas vantagens desse método de embalagem podem ser encontradas e ter relação para controlar o novo coronavírus que causa a doença covid-19. Uma vez que o alimento é embalado a vácuo, com sua vedação hermética e posterior encolhimento por calor, ele não pode mais ser contaminado por manipuladores (possíveis portadores assintomáticos), nem por superfícies de contato com alimentos. A contaminação com o novo coronavírus das embalagens que contêm alimentos e que é atribuída à contaminação provocada pela manipulação tem sido notificada nos últimos meses e é de conhecimento público. As empresas produtoras dizem que não são responsáveis por tal contaminação e é bem possível que tenham razão, mas a incerteza permanece com as autoridades sanitárias do país importador (isso foi expresso pelas autoridades sanitárias chinesas). Na fase de embalagem primária, a possibilidade de contaminação da superfície externa da embalagem primária merece ser objeto de uma análise de risco, para compreender os riscos envolvidos, avaliá-los, geri-los e comunicá-los. Foi descrito que o vírus pode permanecer infeccioso por horas e até dias na superfície de uma embalagem,  que poderia eventualmente servir como um “vetor”. Não é o objetivo deste post analisar o risco, mas podemos tomar alguns cuidados adicionais ao embalar os alimentos. Além de tomar as medidas de higiene próprias convencionais das Boas Práticas de Fabricação de Alimentos, pode-se pensar em realizar uma desinfecção complementar da superfície externa da embalagem primária. A embalagem a vácuo permite essa desinfecção adicional, por exemplo, com a aplicação de álcool etílico 70%, que se mostra eficaz no controle do novo coronavírus e tem secagem rápida, na forma de spray, antes de colocar na embalagem secundária. Isso pode ajudar a prevenir a propagação do vírus? Caso se confirme a transmissão do vírus pela embalagem, conforme proposto pela autoridade de saúde chinesa, pessoalmente penso que sim, mas seria necessário estudar esta possibilidade e o seu impacto como forma de prevenção.

Leia mais em:

https://foodsafetybrazil.org/transmissao-de-coronavirus-por-alimentos-possivel/

https://foodsafetybrazil.org/publicacao-do-icmsf-sobre-sars-cov-2-coronavirus-e-sua-relacao-com-seguranca-dos-alimentos/

https://foodsafetybrazil.org/carne-embalada-a-vacuo/

Este é um texto autoral e não reflete necessariamente a opinião da Associação Food Safety Brazil.

2 min leituraNós que trabalhamos na promoção de uma cultura de segurança de alimentos sabemos que o máximo esforço na prevenção é um dos nossos principais objetivos, mas também, assim como evitamos […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas