< 1 min leitura
0

Carga microbiana de uma barata

< 1 min leitura

Antes e depois: placa de meio de cultura geral “inoculado” com uma Periplaneta americana.

 

Imagem cedida pela Desinsecta, que realizou este experimento.

 

< 1 min leituraAntes e depois: placa de meio de cultura geral “inoculado” com uma Periplaneta americana.   Imagem cedida pela Desinsecta, que realizou este experimento.  

3 min leitura

Aviso ao consumidor – quando é dever? Case em latas

3 min leitura

 

A leitora Heloísa Batista nos enviou uma foto muito interessante de sua viagem de férias a Argentina. Ela reparou que em todas as embalagens de latas de seu frigobar havia a mensagem “No consumir directamente del envase”.

Fui pesquisar então a origem desta mensagem e caí no “Guía de rotulado para alimentos envasados“.  Nele ficou claro que para nossos hermanos argentinos, trata-se de um requisito legal:

En el rótulo de las bebidas enlatadas con o sin alcohol, gasificadas o no, deberá consignarse con caracteres de buen realce y visibilidad y en un lugar destacado de la cara principal, la siguiente leyenda: “NO CONSUMIR DIRECTAMENTE DEL ENVASE” (15. Resolución Conjunta 83/2008 SPRRS y 312/2008 SAGPyA: Art. 235 tris capítulo V. CAA). 

O objetivo do aviso na embalagem é que todos os estabelecimentos tenham consciência da importância da lavagem das latas antes da venda e consumo, assim como criar no consumidor o hábito de cobrar essa medida, para que todos consumam produtos sem o risco de contrair alguma doença.

Comparando com a realidade brasileira, o que temos aqui é a transferência da responsabilidade para quem revende as bebidas, através da Portaria CVS6/99, válida para o Estado de São Paulo e que estabelece que se deve lavar em água potável as embalagens impermeáveis, antes de abrí-las (item 19.8). Já a Resolução 216/04, de abrangência nacional apresenta texto ainda mais indireto: “Quando aplicável, antes de iniciar a preparação dos alimentos, deve-se proceder à adequada limpeza das embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes, minimizando o risco de contaminação”. ( item 4.8.7)

De acordo com um estudo feito pelo CETEA em 2003, verifica-se que o maior nível de contaminação encontra-se nas embalagens de bebidas comercializadas por quiosques e ambulantes devido às más condições de armazenagem e manuseio no ponto de venda. Este estudo comprovou que as latas quando acondicionadas em embalagem secundária apresentaram um grau de contaminação muito pequeno (94,4% das amostras analisadas apresentaram contaminação inferior a 50 UFC/cm2) demonstrando que o problema não era proveniente do local de fabricação.

Ainda de acordo com o estudo realizado, a lavagem das latas com água corrente reduziu, em média, a contaminação microbiológica em 98,4% e 31,2% de aeróbios mesófilos e de bolores e leveduras, respectivamente; enquanto que a lavagem com detergente doméstico e água corrente reduziu, em média, tal contaminação em 99,8% e 72,0%, respectivamente.

Diante destes dados, a Procuradoria Pública do Rio de Janeiro notificou a ANVISA que reconheceu a necessidade de inclusão da advertência nas embalagens de bebidas orientando a sua lavagem antes do consumo, merecendo destaque o trecho em que esta Agência “aprova a divulgação da mensagem nas embalagens de latas de bebidas alertando o consumidor sobre a necessidade de lavar a lata antes do consumo ou não beber diretamente da lata obtida para consumo imediato”.

Anvisa reconheceu o fato, mas não houve ação concreta. O procurador fez o pedido e ANVISA respondeu  que era o MAPA que regulava sobre bebidas, e este por sua vez replicou que a contaminação se dá no ponto de venda e não na fabricação de bebidas e que esta era uma medida para promoção da saúde de responsabilidade da Anvisa. Como nenhuma ação de fato foi tomada, a Procuradoria Pública do Rio de Janeiro abriu uma ação pública contra a ANVISA em 2009

Ainda em 2009, ciente de que muitos consumidores acreditam que os lacres protetores que algumas marcas de bebida trazem em suas embalagens são suficientes para eliminar o perigo de contaminação devido à sensação de higiene que eles conferem aos produtos, a PRO TESTE avaliou se esses lacres realmente protegem as embalagens. O teste que simulou o resfriamento das bebidas com gelo proveniente de água contaminada demonstrou que a contaminação foi transferida da mesma forma para todas as latas, seja com ou sem lacre, demonstrando a ineficácia desta medida.

Em artigo publicado denominado O lacre não protege as latinhas, a PRO TESTE apoiou o Ministério Público e solicitou à Anvisa que todas as latas de cerveja tragam a advertência: “Esta embalagem deve ser lavada antes de aberta.”

A preocupação não é novidade em Taubaté, SP, uma vez que desde 2006  existe a LEI Nº 3.926, DE 11 DE ABRIL DE 2006, na qual se define que os estabelecimentos comerciais que vendem bebidas em latas para consumo de imediato ficam obrigados a afixar cartazes com os seguintes dizeres: “Lavar a lata antes de consumir a bebida”. Baixar aqui:  [wpdm_file id=30]

E você, é a favor ou contra ao aviso na embalagem de bebidas? Será que esta é uma medida eficaz para a preservação da saúde?

 

Autoria: Ana Cláudia Frota. Colaboração Heloísa Batista, Luis Fernando Mattos e Humberto Soares.

3 min leitura  A leitora Heloísa Batista nos enviou uma foto muito interessante de sua viagem de férias a Argentina. Ela reparou que em todas as embalagens de latas de seu frigobar […]

2 min leitura
0

Índice geral de post – Consumidores

2 min leitura

Para se iniciar:

Top 10 Surtos de origem alimentar no Brasil Lavagem de mãos: nossas mães tinham razão 10 Fatos sobre seg de alimentos parte 1 10 Fatos sobre seg de alimentos parte 2 10 Fatos sobre seg de alimentos parte 3 A ameaça do alimento inseguro pode estar na embalagem plástica E.coli enterotoxigenicas Monitoramento de Contaminantes em Produtos Vegetais Plano de Controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem Animal Bioterrorismo – estamos preparados? A regra das duas horas 
Como evitar a contaminação dos alimentos em nossas casas…

 

Para consumidores:

Consumidor bem informado, alimentação segura Higiene dos restaurantes disponível para o público Tábua certa para o alimento certo Será que carne de frango tem hormônio? Quando devemos lavar ovos? Alimentos com corantes, demanda do consumidor Resfriamento de Ovos x Salmonella Mito ou verdade I Congelamento Mito ou verdade II Vegetarianos Mito ou Verdade III orgânicos Frutas devem ser lavadas antes de se colocar na geladeira? Dicas de limpeza na cozinha Tábua certa para o alimento certo Não cozinhe alimentos em garrafas plásticas Contaminação Cruzada na Cozinha Lavar carnes e frangos melhora a segurança dos alimentos? Alimentos com açúcar – demanda do consumidor Qual é a validade de um alimento cuja embalagem foi aberta? Eduque sua criança para a segurança de alimentos Guia para consumidores – Segurança de Alimentos no Lar Como consumir ovos em casa  Como limpar panelas de alumínio Como descongelar alimentos em casa 
Como preparar álcool 70% em casa
Como refrigerar comida pronta
Como guardar alimentos para o dia seguinte
Alerta sobre consumo de gema crua
O que uma salada pode esconder?
Como resfriar alimentos – com fotos
Festas de Final de Ano: cuidados na preparação de alimentos
Assando o Peru de Natal com segurança
Ceia de Natal: cuidados com o bacalhau

Fotos com flagrantes:

Mortadela embolorada Latões de leite com Durepox Banheiros com abertura direta Falhas na manutenção de temperatura Avental de múltiplas funções Jogo dos sete erros Freezer de açougue em condições precárias A broca do pepino Contaminação cruzada I Contaminação em uma câmara de resfriamento Cena no mercado Ver-O-Peso em Belém 
Rato na Vitrine

 

Histórias, datas, curiosidades:

Sabedoria milenar, peixes predadores e de águas salobras Uma década da descoberta da acrilamida Alergia a chocolate pode ser culpa das baratas Ninho de Andorinha certificado em HACCP Case de ingestão de metal que não causou dano ao consumidor Pegue do chão em até 3 segundos e tudo bem Sete mil anos de frituras A cerimônia da salva – rudimentos de Food Defense Eles também tiveram Piriri Carga microbiana de uma barata
Dia Internacional do Não Uso de Agrotóxicos
Desenho sanitário contra a contaminação cruzada 

Humor (charges e fotos):

Hambúrguer sem Salada Honest Labels Situações de Risco à Seg de Alimentos na China Leite loiro oxigenado Cartoon – Mercúrio Cartoon Metais Pesados Roleta da Salmonella O verdadeiro conceito de Confort Food Cartaz de Sanitário Duas Paixões Brasileiras: churrasco e gambiarra Mosca na sopa? Só mais uma Humor – comunicando um ingrediente alergênico Você compra comida na rua

2 min leituraPara se iniciar: Top 10 Surtos de origem alimentar no Brasil Lavagem de mãos: nossas mães tinham razão 10 Fatos sobre seg de alimentos parte 1 10 Fatos sobre seg […]

< 1 min leitura
3

ISO 9001 x ISO 22000

< 1 min leitura

Impacto da Implementação da ISO 9001 x ISO 22000 em empresas de alimentos

Ana Cláudia Frota e Juliane Dias

Revista Controle de Contaminação Janeiro 2011 pg 26-28. Ano 13 n 141

Muitas empresas de alimentos se vêem indecisas diante da decisão a tomar: o que é melhor para minha reputação no mercado: Obter certificação em ISO 22000 ou em ISO 9001? Qual norma exigirá mais tempo e recursos para implementação? Que requisitos estas normas têm em comum? A norma ISO 22000 foi criada para substituir a ISO 9001 em empresas da cadeia produtiva de alimentos? Leia o artigo completo aqui.

< 1 min leituraImpacto da Implementação da ISO 9001 x ISO 22000 em empresas de alimentos Ana Cláudia Frota e Juliane Dias Revista Controle de Contaminação Janeiro 2011 pg 26-28. Ano 13 n 141 […]

2 min leitura
0

Europa publica relatório sobre resíduos de dioxina em alimentos

2 min leitura

A Autoridade Européia de Segurança de Alimentos publicou o relatório científico
Atualizações sobre o monitoramento dos níveis de dioxina em alimentos e rações
(EFSA Journal 2012;10(7):2832)

Para os recém-chegados, as dioxinas são substâncias persistentes no meio ambiente, bio-acumulativas nos organismos vivos, tendo afinidade pela gordura. Seus danos à saúde são vastos, de depressão do sistema imunológico, ataque ao sistema nervoso, danos ao sistema endócrino e reprodutivo a até câncer.

Destaquei algumas conclusões que me chamaram a atenção:

• Alimentos e rações de origem animal apresentaram níveis maiores de dioxinas e PCBs que outras de origem vegetal. Carne de enguia e fígado de peixe e derivados apresentaram maior média de contaminação tanto para dioxinas como PCBs.

Os níveis de dioxinas e DL-PCBs excederam o nível máximo permitido em 9,7% das amostras de alimentos e em 2,3% das rações.

• Uma queda nos níveis de contaminação por dioxina e PCD foram observadas durantes os entre 1995 e 2010 em três grupos selecionados para análise de tendências: leite cru e derivados do leite, ovos de galinha e derivados e carne de pescados (exceto enguia).

Carne de ovelha apresentou em média menos dioxinas e PCBs que a carne bovina.

Ovos de granja apresentaram quantidade significativamente menor de dioxina e PCBs do que as criadas livremente, em produção orgânica aberta. Salmão de cativeiro e truta apresentaram em média menos dioxinas e PCBs do que os de pesca selvagem.

Resumo:

Dioxins and polychlorinated biphenyls (PCBs) are environmentally persistent substances that have been associated with human health effects. Their presence in food and feed available on the European market is monitored. A total of 13,797 samples were assessed for dioxins and dioxin-like PCBs (DLPCBs) and 19,181 samples for non dioxin-like PCBs (NDL-PCBs). These samples were submitted between 1995 and 2010 by 26 European countries. At least one quantified congener of dioxins and DL-PCBs was found in almost all samples, whereas at least one NDL-PCB indicator was quantified in 68.4 % of the feed and 82.6 % of the food samples. “Meat from eels” and “Fish liver and derived products” contained the highest average contamination levels of both dioxins and PCBs. Levels of dioxins and DL-PCBs, and of NDL-PCBs were above the permitted maximum levels in respectively 10 % and 3 % of the food samples. Depending on the population group, defined as the combination of age class and the respective survey, average exposure to dioxins and DL-PCBs was estimated to be between 0.57 and 2.54 pg TEQWHO05/kg b.w. per day and the 95th percentile between 1.2 and 9.9 pg TEQWHO05/kg b.w. per day. Average exposure to NDL-PCB indicators was estimated to be between 4.3 and 25.7 ng/kg b.w. per day and the 95th percentile between 7.8 and 53.7 ng/kg b.w. per day. Fish, meat and dairy products appeared to be the highest contributing food groups to dietary exposure. Their relative importance depended on age and country of the consumer. A general decrease in dietary exposure of dioxins and DL-PCBs was observed between 2002-2004 and 2008-2010, estimated to be between 16.6 % and 79.3 % for the different population groups. A smaller decrease was observed for NDL-PCBs. Full compliance with legislative requirements for analysis and reporting would facilitate future Europe-wide risk assessments.

2 min leituraA Autoridade Européia de Segurança de Alimentos publicou o relatório científico Atualizações sobre o monitoramento dos níveis de dioxina em alimentos e rações (EFSA Journal 2012;10(7):2832) Para os recém-chegados, as […]

< 1 min leitura
0

Normas SQF e IFS em consulta pública

< 1 min leitura

Aqui no Brasil muito pouco se fala nas normas IFS (International Featured Standard) e SQF (Safe Quality Food Institute), que pelo GFSI são consideradas equivalentes no processo de benchmarking, tais como são a FSSC 22000 e o BRC Food Safety.

 Muitos se queixam da dificuldade de acessar as normas, ou mesmo os critérios estabelecidos. É nestes momentos em que as partes interessadas (stakeholders) devem fazer uso de sua influência e participar com comentários.

A SQF estará aberta para consulta por 4 semanas,  com início em 17 jul, 2012. 

http://mygfsi.com/gfsi-benchmarking-general/consultation/sqf-benchmarking-consultation.html

Já a IFS estará aberta para um período de consulta de 4 semanas com início em 13 de julho de 2012

http://www.mygfsi.com/gfsi-benchmarking-general/consultation/ifs-benchmarking-consultation.html

 

< 1 min leituraAqui no Brasil muito pouco se fala nas normas IFS (International Featured Standard) e SQF (Safe Quality Food Institute), que pelo GFSI são consideradas equivalentes no processo de benchmarking, tais como são a […]

< 1 min leitura
0

Fungos toxigênicos e aflatoxinas em cacau

< 1 min leitura

 Aflatoxigenic fungi and aflatoxin in cocoa

International Journal of Food Microbiology 148 (2011) 141–144

Marina V. Copetti, Beatriz T. Iamanaka, José Luís Pereira, Maria H. Fungaro d, Marta H. Taniwaki

This paper reports the occurrence of aflatoxigenic fungi and the presence of aflatoxins in 226 cocoa samples collected on Brazilian farms. The samples were taken at various stages of fermentation, drying and storage.
A total of 819 potentially aflatoxigenic fungi were isolated using Dichloran 18% Glycerol agar after surface disinfection, and identified by standard techniques. The ability of the fungi to produce aflatoxins was determined using the agar plug technique and TLC. The presence of aflatoxins in cocoa samples was determined by HPLC using post-column derivatization with bromide after immunoaffinity column clean up.
The aflatoxigenic fungi isolated were Aspergillus flavus, A. parasiticus and A. nomius. A considerable increase in numbers of these species was observed during drying and storage. In spite of the high prevalence of aflatoxigenic fungi, only low levels of aflatoxin were found in the cocoa samples, suggesting the existence of limiting factors to the accumulation of aflatoxins in the beans.

Clique aqui para baixar.

Conteúdo gentilmente cedido pela autora e pesquisadora do ITAL Marta Taniwaki ao Blog Food Safety Brazil.

< 1 min leitura Aflatoxigenic fungi and aflatoxin in cocoa International Journal of Food Microbiology 148 (2011) 141–144 Marina V. Copetti, Beatriz T. Iamanaka, José Luís Pereira, Maria H. Fungaro d, Marta H. Taniwaki […]

3 min leitura
0

Entrevista – Gerenciamento de Crises

3 min leitura

 

Nos dias 08 e 09 de outubro teremos o curso de Gerenciando Crises na Cadeia Produtiva de Alimentos.

O tema parece novo, mas quem já teve ou está implementando a ISO 22000 ou a FSSC 22000, já se deparou com o requisito “Prontidão e respostas a emergências” no qual o gerenciamento da crise é um dos pilares. Convidamos o Engenheiro João Souza a Conceder uma entrevista para o blog Food Safety Brazil:

 

1. Que tipo de empresas estão suscetíveis a crises?

Todas as empresas, de qualquer tipo, porte, segmento e fins, como por exemplo bens e serviço, produtos industrializados, prestadores de serviços, terceirizados, enfim, não consigo definir quais tipos e segmentos estariam fora deste risco . Veja você mesmo, como pessoa física, pode passar por situações que venham a  virar uma crise, e de mesma forma, se mau gerenciada, perde-se  a credibilidade, a imagem e suas perspectivas de desenvolvimento, culminando com o fim de uma marca.

 2. Se as crises são tão imprevisíveis, adianta fazer treinamento sobre isso?

Com certeza, pois uma boa capacitação pode evitar que um Incidente se transforme em uma crise e caso esta venha ser, de forma imprevisível, a capacitação pode lhe propiciar métodos com ferramentas que podem contribuir na solução da crise de forma menos onerosa para não dizer “dolorosa”. A resposta para isso tudo é muito simples, basta se ter pessoas e estas saberem extamente seus papéis e responsabilidades, evitando desta forma a desorganização na procura de um “culpado” e sim focando na obtenção de resultado e minimizações de ruídos. Depois de gerenciada a crise, podemos buscar as causas, compartilhar aprendizados e porque não punir responsáveis.

 3. Fale um pouco sobre crises bem ou mal gerenciadas

Acredito mais em Incidentes bem gerenciados, os quais ficam dentro de casa e com menor ruído possível. Toda crise é precedida de um Incidente ou uma ocorrência de desvios de forma inesperada. Se esta for bem gerenciada, na grande maioria das vezes, acaba por ser eliminada e a crise não aparece. Caso a crise venha como consequência, no minimo todos os dados estão organizados para que possamos torna-la com menor impacto possível.

Se considerarmos que a crise já aconteceu, ou seja, quando esta fica fora do nosso controle (midia, redes sociais, jornais ou comunicados oficiais ou mesmo aqueles meios informais), tenho alguns exemplos como :

– Bem gerenciado : um recall de veículos para substituição de peças ou reparos importantes – embora cause espanto, ninguém deixa de vender ou comprar.

– Mal gerenciado – para mim o mlehor exemplo de um incidente que não teve gerenciamento e se tornou uma grande crise, foi o Toddynho. Eles tinham tudo na mão. Quando em crise, os acessores de imprensa falharam com informações ou omitiram, deixando dúvidas.

 4. O que caracteriza uma crise bem administrada?

 Uma crise bem gerenciada é caracterizada pela transparência, honestidade e sem medo de dizer “ Não sei….” . As informações e a velocidade devem ser verdadeiras e no menor tempo possível, para que as pessoas possam formar sua própria opinião. Acreditar que uma crise sozinha se auto gerencia e que o tempo faz as pessoas esquecerem é o mesmo que acreditar que seu negócio vai bem…..bem mal !

 5. Quem deve aprender a gerenciar uma crise?

 Em uma corporação, as pessoas chaves devem liderar e saber gerenciar uma crise. Quais as pessoas chaves de modelos de sucesso :

– Alta direção,

– Lideranças de RH, Industrial, Técnico, como  P&D, Qualidade, Segurança e meio Ambiente , Suplly chain ( incluso logistica ) , Vendas e SAC

É fundamental a empresa possuir interna ou externamente um Acessor de Imprensa.

É importante também que todos os colaboradores da empesa saibam da existência de um grupo e que gerencia questões de crise – deve existir um canal interno de divugação.

 

 João Eduardo Souza é Engenheiro de alimentos, pós graduado em gestão de qualidade e produtividade e especialização em gestão de segurança dos alimentos pela MARS University, responsável pela implantação da gestão de segurança dos alimentos nas unidades da Mars na américa latina ( Brasil, México, Argentina e Colombia ), membro da comunidade global de quality and food safety daMARS, especialização em controle microbiológico em indústrias de PET food e métodos rápidos em análises micro em produtos e sub-produtos destinados a alimentação animal de pequeno porte. Sólida experiência em gestão de qualidade e segurança dos alimentos em indústria de pet food com 15 anos de experiencia adquirida, sendo responsável, entre outros, pela implementaçao do manual de crise e gereciamento de incidentes na MARS na América Latina. Atualmente trabalhando em inovação e desenvolvimento de matérias-primas ecologicamente sustentáveis e competitivas para a indústria pet.

 

Se interessou? Você pode fazer um curso de gestão de crises inscrevendo-se no site da sbCTA.

3 min leitura  Nos dias 08 e 09 de outubro teremos o curso de Gerenciando Crises na Cadeia Produtiva de Alimentos. O tema parece novo, mas quem já teve ou está implementando […]

2 min leitura
0

União Européia x Ato de Modernização da Segurança de Alimentos

2 min leitura

 

Na implementação de seu Ato de Modernização da Segurança de Alimentos (FSMA), os EUA querem chegar  onde nenhum governo chegou antes com relação à proteção na importações de alimentos, mas a União Européia (UE) não está gostando muito do formato de gestão.

Auditorias de Terceira parte, inspeções, e procedimentos de verificação de fornecedores externos lideram a lista das preocupações da União Européia com a nova lei dos Estados Unidos. Considerando a influência da representatividade de 500 milhões de pessoas que falam 28 línguas, a UE também está em uma posição de dar seus limites.

FDA elaborou os legislações para implementação, mas a Secretaria Executiva de Gerenciamento e Orçamento da Casa Branca (OMB) parece estar segurando esses documentos.

A UE está preocupada que com o FSMA, os EUA estarão alcançando empresas individualmente em seus países membros ao invés de manter uma abordagem “governo a governo” para garantir a segurança de alimentos.

Ele sugeriu que os planos dos EUA de envolver auditorias de terceira parte vão contra algumas limitações imediatas envolvendo tanto o ambiente físico como o institucional. Ele disse que o sistema da União Européia é baseado nas autoridades nacionais e controles oficiais.

A abordagem da União Européia baseia-se em auditor autoridades nacionais de nações membro, não empresas individuais. Se acredita que a relação fique assimétrica: de um lado UE – o maior Mercado de alimentos no mundo – fazendo apenas 3 ou 4 auditorias por ano nos EUA, e o FDA auditando centenas de empresas européias.

Também não está sendo bem vista a questão do FDA cobrar o serviço de auditoria das empresas.

A expectativa é de consenso, já que as raízes legais das duas partes são as mesmas.

As discussões sobre o Ato surgiram no segundo dia da reunião anual da Associação Internacional para Proteção de Alimentos (IAFP), em Providence.

Fonte: http://www.foodsafetynews.com/2012/07/eu-doesnt-like-much-of-food-safety-modernization-act/

2 min leitura  Na implementação de seu Ato de Modernização da Segurança de Alimentos (FSMA), os EUA querem chegar  onde nenhum governo chegou antes com relação à proteção na importações de alimentos, […]

< 1 min leitura
3

Food Defense – Proteção contra a contaminação intencional

< 1 min leitura

 

Considerado um complemento dos programas de segurança de alimentos (do inglês, food safety), que têm o foco na contaminação incidental de produtos, observamos na cadeia produtiva de alimentos uma preocupação cada vez maior com o chamado food defense.

Artigo Publicado na revista Controle de Contaminação n 147 de julho de 2011.

Autores: Fernando Ubarana e Juliane Dias

Clique aqui para baixar:

 

[wpdm_file id=29]

 

 

< 1 min leitura  Considerado um complemento dos programas de segurança de alimentos (do inglês, food safety), que têm o foco na contaminação incidental de produtos, observamos na cadeia produtiva de alimentos uma preocupação cada vez maior com o chamado […]

2 min leitura
0

Higiene de restaurantes acessível ao público

2 min leitura

Ás vésperas dos jogos olímpicos, a Food Standards Agency (FSA) e as autoridades sanitárias locais de saúde do Reino Unido  (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) finalizaram um mutirão de inspeções de higiene alimentar no mês passado. O objetivo foi proporcionar ao público um ranking de desempenho de serviços de alimentação.

Os proprietários de cafés, restaurantes e delicatessem estão sendo incentivados a publicarem em seus estabelecimentos a nota obtida, que vai de 1 a 5. A prática não é mandatória, mas mais da metade dos estabelecimentos já aderiu e as notas estão disponíveis online.

Em nova York, a secretaria municipal de saúde obriga a publicação da nota  obtida na inspeção desde 2010 a 24000 estabelecimento, e em 2012 o prefeito creditou a notável redução de surtos de Salmonella à esta conduta. Nos EUA há iniciativas isoladas em alguns estados, inclusive aplicados à ambulantes.

E no Brasil?

A ANVISA este ano disponibilizou pela primeira vez o Ranking de segurança sanitária de navios de cruzeiros. A pontuação vai de A a D, e as notas variaram ao longo de  toda a escala.

Algumas iniciativas municipais, compulsórias ou voluntárias de adesão a um selo da qualidade:

Capitão Leônidas Marques, PR.

São Sebastião do Caí, RS.

Nova Mutum, MT

Votuporanga, SP

Teixeira de Freitas, BA

Tenho conhecimento de outros municípios que criaram Selo de Qualidade no passado, mas morreram na praia por não terem fôlego de atender a demanda de inspeções, como foi o caso de Campinas e Santo André. Para cidades grandes, a complexidade da operação parece tornar utópica a implementação destas ações. Que nossos colegas nova-iorquinos contem o segredo…

 

2 min leituraÁs vésperas dos jogos olímpicos, a Food Standards Agency (FSA) e as autoridades sanitárias locais de saúde do Reino Unido  (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) finalizaram um mutirão de […]

< 1 min leitura
0

Frutas devem ser lavadas antes de se colocar na geladeira?

< 1 min leitura

 

O Globo repórter desenvolveu um episódio destinado ao micromundo. O destaque desta parte é a manipulação de frutas, no qual se ressalta que não devem ser lavadas antes do armazenamento em geladeira.

Já sei que vocês irão reclamar das unhas pintadas e do relógio da nutricionista!

 

 

< 1 min leitura  O Globo repórter desenvolveu um episódio destinado ao micromundo. O destaque desta parte é a manipulação de frutas, no qual se ressalta que não devem ser lavadas antes do […]

2 min leitura
1

Exposição ao chumbo na Europa

2 min leitura

 

Acaba de ser publicado o relatório científico da EFSA “Exposição dietética ao chumbo na população  Européia”.

De forma geral, o estudo da European Food Safety  Authority concluiu que a quantidade de chumbo presente nos alimentos amostrados de 2003-2010 diminuiu 31% na população adulta.

Há contudo revelações que destaco. Por exemplo, dentre as cinco principais fontes de exposição de chumbo na dieta infantil, estão a água de torneira, iogurtes, puré de frutas, chás e pães.

Em geral, não houve um alimento com alto índice de chumbo, mas alimentos consumidos em maiores quantidades  e que tem maior impacto na exposição dietética. Isso é típico em substâncias que tem onipresença na dieta.  Neste último estudo,  em nível 1 de exposição estão os cereais e alimentos que tem como base os mesmos (16.1 %), Leite e derivados (10.4 %), bebidas não alcoólicas (10.2 %) vegetais e seus produtos  (8.4 %) como os maiores contribuintes à exposição. 

Resumo:

Lead is a natural environmental contaminant, but its use in the past in water pipes, paint and petrol increased its general presence. Food is the major source of human exposure to lead. Lead accumulates in the body and most seriously affects the developing central nervous system in young children. There is no recommended tolerable intake level as there is no evidence of thresholds for a number of critical health effects. Legislative measures have been gradually introduced to reduce exposure by removing lead from paint, food cans, water pipes and petrol. The current study examined 144,206 analytical results for lead in food collected during a nine-year period. More than half of the foods tested had levels of lead at less than detection or quantification limits. The mean lead levels varied between 0.3 µg/kg for infant follow-on formulae to 4,300 µg/kg for dietetic products with an overall median across all categories of 21.4 µg/kg. Food lead levels decreased by about 23 % between 2003 and 2010, although this should be interpreted cautiously. Mean lifetime dietary exposure was estimated at 0.68 µg/kg b.w. per day in the European population based on middle bound mean lead occurrence. Exposure was highest for toddlers and other children with 1.32 and 1.03 µg/kg b.w. per day, respectively, while the two infant surveys ranged between 0.83 and 0.91 µg/kg b.w. per day. Adult exposure was estimated at 0.50 µg/kg b.w. per day. The elderly and very elderly population groups had similar profiles to the adult age group, while adolescents had slightly higher estimated dietary exposure. Important food category contributors include bread and rolls (8.5 %), tea (6.2 %), tap water (6.1 %), potatoes and potato products (4.9 %), fermented milk products (4.2%) and beer and beer-like beverages (4.1 %), although this will vary between age groups and surveys

 

2 min leitura  Acaba de ser publicado o relatório científico da EFSA “Exposição dietética ao chumbo na população  Européia”. De forma geral, o estudo da European Food Safety  Authority concluiu que a […]

2 min leitura
0

Perfluoclorados são retirados do mercado americano

2 min leitura

Está no site do FDA o posicionamento que espontaneamente os fabricantes não irão mais utilizar o agente repelente de gorduras do interior das embalagens usado em sacos de pipoca, embalagens de fast food e animais de companhia.

O  ácido perfluro-octanoico, também conhecido nos EUA como C8  já havia sido testado e aprovado, fazendo parte da lista positiva do FDA para materiais de contato em alimentos, porém achados científicos relacionados a exposição crônica levaram  a indústria a tomar esta medida, ainda que estudos conclusivos para efeitos em humanos não tenham sido finalizados.

Traduzo trecho do posicionamento do FDA:

” Estudos científicos recentes levantaram preocupações de seguran~ca para um tipo de químico perfluorinado, conhecido como C8. Estes compostos tem cadeia longa de 8 carbonos ou mais. Os estudos indicam que estes  compostos C8 persistem no ambiente e podem ter efeitos tóxicos em humanos e animais.

Em resposta a estes estudos, o FDA iniciou uma abrangente revisão dos dados disponíveis sobre os componentes do C8 e trabalhou com diversos fornecedores para remover os agentes repelentes do mercado.  Como resultado desta iniciativa, estes fabricantes voluntariamente pararam de distribuir produtos contendo o composto C8 para propósito de servir de contato com alimentos em  01 de Outubro de 2011.   Estoques remanescentes destes produtos podem ser utilizados até o fim.

Isso significa que os produtos permanecerão no mercado por um período de tempo relativamente curto. Como os danos do compostos C8 perfluorinados são resultado de exposição crônica, o FDA determinou que este período de venda não impacta na saúde pública. A agência também fará uma pesquisa de mercado para determinar se algum fabricante ainda estará usando os compostos C8.”

No link abaixo estão as cartas de compromisso, datadas do segundo semestre de 2011, em que a DuPont, Basf e Clariant, uma vez esgotados seus estoques, não mais utilizarão as substâncias.

Update on Greaseproofing Agents

O blog Ecodebate cita prejuízo do desenvolvimento da glândula mamária e potencial carcinogênico dos perfluoclorados

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia menciona estudos que revelam que principalmente mulheres com doses elevadas de PFOA no sangue podem apresentar disfunções na tireoide quando compara-se com  indivíduos com uma quantidade pequena da substância no organismo.

Não está clara em nossa legislação se é permitido o uso destas substâncias nas listas positivas.

 

 

2 min leituraEstá no site do FDA o posicionamento que espontaneamente os fabricantes não irão mais utilizar o agente repelente de gorduras do interior das embalagens usado em sacos de pipoca, embalagens […]

2 min leitura
2

Iscas raticidas granulares ou blocadas?

2 min leitura

Nos últimos tempos pode-se observar uma polêmica no LinkedIn. Muitos especialistas no controle de pragas reclamam que cada vez mais auditores de Sistema de Gestão da Segurança dos Alimentos têm colocado restrições para o uso de iscas raticidas tóxicas no formato granular, mesmo estando estas situadas em ambientes externos. Estes alegam que as iscas devem ser blocadas para se garantir a segurança dos produtos. Não raro são apontadas não conformidades sob argumentação de que a isca granulada permite que fragmentos do rodenticida sejam facilmente transportados para interiores de áreas produtivas gerando risco de contaminação dos produtos em processo e/ou armazenados. 

O seguinte questionamento é então feito: Será que os auditores têm a autoridade para questionar uma recomendação / decisão de uma empresa especialista em controle de pragas devidamente licenciada para tal?

Para apimentar este questionamento, lembramos que as empresas de controle de pragas regularizadas com o Ministério da Saúde têm um responsável técnico legalmente habilitado e que estas devem seguir legislações especificas.

Ao buscar o preconizado pela legislação brasileira  (Port. 321- 07/97): encontramos que a mesma permite as seguintes formas de apresentação dos rodenticidas:

a) Pós de contato.

b) Iscas simples, parafinadas ou resinadas, na forma de grânulos, pellets ou blocos.

As restrições previstas em lei são restritas as formulações líquidas, premidas ou não, pós-solúveis, pós molháveis ou iscas em pó (item F.5 – Port. 321- 07/97). Tampouco é permitida a utilização de substâncias aromatizantes ou outros atrativos associados às iscas rodenticidas que possibilite que o produto seja confundido com alimento. As iscas granuladas rodenticidas devem ainda estar acondicionadas em unidades de aplicação por foco e também devidamente identificadas. 

Os defensores do uso de iscas granulares ainda alegam que:

1-      O risco de contaminação de um produto por arraste dos granulos é significativamente menor do que o risco de se permitir que uma infestação se desenvolva.

2-     O uso de iscas tóxicas, independente da forma de apresentação, deve ser frequentemente monitorado e atender a um cronograma rígido.  A isca tóxica deve ser usada para controlar uma infestação existente.

3-     a eficácia da isca granular é significativamente maior quando comparada com a isca em blocos, pois existe uma melhor aceitação (maior chance de que as mesas sejam ingeridas pelas espécies-alvo), principalmente quando o alvo é o camundongo Mus musculus.

4-     é possível realizar uma avaliação de risco e implementar medidas de controle para evitar que a isca granulada entre  em contato com os géneros alimentícios.

Diante do acima exposto, nos diga: Qual é a sua opinião sobre o assunto? 

 

Autoria Ana Cláudia Frota, contribuição Luciano Ribeiro.

2 min leituraNos últimos tempos pode-se observar uma polêmica no LinkedIn. Muitos especialistas no controle de pragas reclamam que cada vez mais auditores de Sistema de Gestão da Segurança dos Alimentos têm […]

4 min leitura
2

Entrevista ASBAI – alergias alimentares

4 min leitura

Não há dúvidas que a gestão de alergênicos é uma das preocupações crescentes da indústria de alimentos. Por esta razão, o blog Food Safety Brazil conversou com a Dr. Ariana Yang, diretora da ASBAI, para nos aprofundarmos na ótica médica da questão.

 Há dados epidemiológicos sobre alergia no Brasil? Somos mais alérgicos que outros povos?

Não há dados epidemiológicos no Brasil. Sabemos por experiência clínica que os alergênicos mais comuns na população são leite, ovos, trigo, soja e frutos do mar. Nos EUA estima-se que 8% das crianças e 2% dos adultos sejam alérgicos a leite. Já a intolerância a lactose afeta 25% da população.

 Qual a diferença entre intolerância e alergia?

A intolerância é uma reação por incapacidade metabólica, sendo o quadro mais clássico o leite. Já a alergia ocorre com desencadeamento de resposta imunológica a uma proteína. Alguns exemplos: 

A reação a e amarelo tartrazina a sulfito é uma intolerância. O trigo pode desencadear a doença celíaca metabólica pelo componente glúten. Já a alergia ao trigo é pela proteína gliadina.

 Por que tão difícil ter dados epidemiológicos?

Mesmo os estudos internacionais não são totalmente confiáveis por causa da metodologia para diagnosticar a alergia. Na maioria das vezes ninguém come um alimento sozinho, é então pode haver alergias cruzadas e interferências nas conclusões.  Há doenças multifatoriais e crônicas que também podem simular alergia. Muitos consideram confiáveis os testes sanguíneos para resposta imunológica a uma proteína, porém o diagnóstico definitivo envolve risco. É o chamado teste de desencadeamento oral, no qual o paciente é exposto ao alimento. 70% dos desencadeamentos nos EUA acabam descartando a suspeita alergia.

 Ao longo da vida, uma pessoa pode se tornar alérgica ou deixar de ser? É verdade que as reações se tornam gradualmente mais intensas?

Imprevisibilidade é a melhor resposta. Uma pessoa pode ter consumido centenas de vezes um alimento tendo apenas reações suaves e de repente tem um choque fatal. Por experiência, para o leite, ovo, trigo e soja há expectativa de tolerância ao longo da vida. Já a alergia a frutos do mar tende a ser persistente. Uma vez alérgico, para sempre alérgico.

 Que tipos de reações podem ter pessoas alérgicas?

Há vários tipos de reação adversa que uma pessoa pode ter a um alimento. Quanto há uma resposta imune à proteína alimentar chamada tipo I envolvendo o anticorpo Ige,  podem ser desencadeados sintomas em qualquer órgão sendo os sintomas mais comuns  a urticária e angiodema. Sintomas cutâneos podem vir acompanhado de sintomas respiratórios como rinite, tosse, falta de ar, cólica, diarréia, vomito e eventualmente implicações cardiovasculares, com queda de pressão arterial. 

 Quando pode ocorrer o óbito?

Quando ocorre o choque anafilático, que é o sintoma mais agudo. A morte geralmente ocorre por duas vias: cardiovascular ou respiratória, ou seja, choque (diminuição da pressão arterial, taquicardia e distúrbios gerais da circulação sanguínea ou broncoespasmo grave (consequência da contração da musculatura dos brônquios).

Edema de glote pode ou não ocorrer (inchaço da garganta), mas nem sempre chega ao extremo de fazer as pessoas pararem de respirar por bloqueio das vias superiores. Antes de parar de respirar, a pessoa fica rouca e esse é um alerta para buscar socorro.

  Há novos alimentos sendo vistos como alergênicos?

Sim, há os alergênicos emergentes, principalmente as frutas. As mais implicadas são o kiwi, abacate, mamão e banana, que tem reação cruzada com o látex. Gergelim é emergente também, mas está longe de afetar uma grande parcela da população.

  A literatura médica estabeleceu um limiar que defina qual é a quantidade mínima da proteína que pode desencadear uma alergia?

Não, pois as respostas são individuais. Em teoria e de forma idealizada, se poderia quantificar o limiar de cada pessoa e ela policiaria o que pode ingerir. Se os fabricantes informassem qual é essa quantidade, em nanogramas e picogramas, a pessoal poderia fazer escolhas, mas a priori isso é inviável. Tenho um paciente que não pode passar pelo corredor de lácteos que manifesta reações.

 O que a senhora pensa da posição das indústrias que indicam nos rótulos “pode conter traços de” determinados alimentos, mesmo que eles não façam parte da lista de ingredientes?

É ruim, pois o alérgico vive uma vida de privações e em geral sai perdendo nestes casos. Há pacientes que sem problemas que podem consumir um alimento no qual se declaram os traços, somente devem restringir quantidades mais significativas.  Mas se pensarmos no outro extremo, o risco de morte, é uma medida prudente. É uma superproteção.

 A ASBAI acompanha a evolução da legislação brasileira na ANVISA? O que podemos esperar?

Há uma representante que participou de algumas reuniões, mas não há mudanças concretas em andamento. Nós temos insistido para que se use linguagem simples destaque direto, como se usa por exemplo para “contém glúten”.

 Que recomendação você dá aos profissionais que trabalham na área?

Que sejam muito claros na rotulagem. O público leigo não costuma saber o que é “caseinato” ou “albumina”. Nós médicos passamos um glossário para os pacientes, mas outro dia me deparei com o ingrediente “creme inglês” que escondia leite.  Nós não acompanhamos inovações e lançamentos de ingredientes de nomes diferentes e precisamos de clareza.

 

Adriana Yang é médica alergologista, doutora em Imunologia Clínica e Alergia da FMUSP e diretora da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia) e concedeu esta entrevista especialmente para o blog Food Safety Brazil.

4 min leituraNão há dúvidas que a gestão de alergênicos é uma das preocupações crescentes da indústria de alimentos. Por esta razão, o blog Food Safety Brazil conversou com a Dr. Ariana […]

2 min leitura
0

APPCC base para sucos processados assepticamente

2 min leitura

APPCC Base Para Sucos Processados Assepticamente

Izael Gressoni Júnior

Tese apresentada à FEA-Unicamp para obtenção de título de Mestre em Ciência de Alimentos.

Este trabalho de pesquisa visou o estabelecimento de plano APPCC base para sucos processados assepticamente, indicando medidas preventivas e pontos críticos de controle com quadros-modelo de monitoramento e de registros, de forma a possibilitar a implantação de planos APPCC nas empresas de sucos processados assepticamente existentes no Brasil. 

Formulários foram elaborados para aquisição de informações durante visitas a empresas processadoras de suco de laranja integral pasteurizado e esterilizado e de suco de maçã esterilizado. Foram realizados também experimentos para determinação da resistência térmica de Escherichia coli e Byssocchlamys nivea em suco de laranja para a verificação  da segurança estudado. Os principais pontos críticos de controle determinados pelo plano APPCC base foram as etapas de recepção, de processamento térmico (pasteurização ou esterilização), de envase e de estocagem (refrigerada ou a temperatura ambiente). A etapa de recepção controla a segurança da matéria-prima como um ponto de prevenção, o processamento térmico é o principal ponto de redução e eliminação dos perigos biológicos e as etapas de envase e estocagem são os principais pontos que garantem a segurança do produto final. As resistências térmicas encontradas para Escherichia coli e Byssochlamys nivea permitem dizer que os processos típicos para suco de laranja no Brasil (90-95oC/10-30 s) são eficazes na eliminação de Escherichia coli mas podem permitir a sobrevivência do fungo. Este estudo verificou também que a aplicação de procedimentos de Boas Práticas Agrícolas e Boas Práticas de Fabricação  de forma efetiva é primordial para a implementação eficaz de planos APPCC nas empresas processadoras de suco no Brasil.

Este trabalho fez parte do Projeto “Segurança Microbiológica de Sucos e Drinques Envasados Assepticamente” que envolveu a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a EMBRAPA através do Prodetab, e empresas processadoras de sucos e de  embalagens para sucos.

Faça o download clicando abaixo: [wpdm_file id=21]

2 min leituraAPPCC Base Para Sucos Processados Assepticamente Izael Gressoni Júnior Tese apresentada à FEA-Unicamp para obtenção de título de Mestre em Ciência de Alimentos. Este trabalho de pesquisa visou o estabelecimento […]

2 min leitura
0

Ocratoxina em café brasileiro x método de processamento

2 min leitura

 

The source of ochratoxin A in Brazilian coffee and its formation in relation to

processing methods

M.H. Taniwaki, J.I. Pitt, A.A. Teixeira, B.T. Iamanaka

International Journal of Food Microbiology 82 (2003) 173– 179

A total of 408 Brazilian coffee samples was examined during the 1999 and 2000 coffee harvest seasons for the presence of ochratoxin A (OA) and fungi with the potential to produce it. Samples came from four regions: Alta Paulista (western area of São Paulo State), Sorocabana (southwest Sa˜o Paulo State), Alta Mogiana (northeast Sa˜o Paulo State) and Cerrado Mineiro (western area of Minas Gerais State). Cherries and beans were examined at different stages: immature, mature and overripe cherries from trees, overripe cherries from the ground and beans during drying and storage on the farm. For mycological studies, the cherries and beans were surface disinfected with chlorine, plated on Dichloran 18% Glycerol Agar at 25 jC for 5–7 days and analysed for the presence of Aspergillus ochraceus and closely related species, A. carbonarius and A. niger. More than 800 isolates of fungi belonging to these species were identified and studied for the ability to produce OA using the agar plug technique and thin layer chromatography (TLC). A. niger was the species found most commonly (63% of isolates of these three species), but only 3% of them produced OA. A. ochraceus also occurred commonly (31% of isolates), and 75% of those studied were capable of OA production, a much higher percentage than reported elsewhere. A. carbonarius was found (6% of isolates) only in Alta Paulista, the hottest region studied, and only from beans in the drying yard or in storage. However, 77% of the A.carbonarius isolates were capable of producing OA. Average infection rates for cherries taken from trees were very low, but were higher in fruit taken from the ground, from the drying yard and from storage, indicating infection by toxigenic species after harvest. The average OA content in 135 samples of mature cherries from trees, overripe from trees, overripe from the ground, drying yard and storage was 0.1, < 0.2, 1.6, 2.1 and 3.3 Ag/kg, respectively. Although individual OA levels varied widely, only 9 of the 135 samples analysed exceeded 5 Ag/kg OA, with one sample of poor quality dried coffee in excess of 100 Ag/kg OA.
The causes of high contamination were investigated on the farms concerned and several critical points were found, relating both to local climatic conditions and the drying processes used.

Clique aqui para baixar.

Paper gentilmente cedido pela pesquisadora do ITAL e autora, Marta Taniwaki ao Blog Food Safety Brazil.

2 min leitura  The source of ochratoxin A in Brazilian coffee and its formation in relation to processing methods M.H. Taniwaki, J.I. Pitt, A.A. Teixeira, B.T. Iamanaka International Journal of Food Microbiology 82 […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas