2 min leitura
0

Como administrar conflitos entre SGSA X ISO 14001 X OHSAS 18001

2 min leitura

Uma parte considerável das empresas que decide implementar um sistema de gestão de segurança de alimentos tem a intenção de possuir (se não já possui) outros sistemas de gestão implementados ou uma valorização quanto à conformidade de requisitos legais devido à preocupação com a sustentabilidade do negocio.

Para estas organizações o sistema de gestão da qualidade, ambiental e/ou sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional pode(m) estar desenhado(s) de forma integrada ou independente.

Se formos considerar alguns requisitos normativos do sistema, muitos deles são similares. Um exemplo são os requisitos de gestão de documentos e registros, auditoria interna, ações corretivas e preventivas ou analise critica pela alta direção. Contudo, também existem requisitos (normativos ou legais) que se não forem bem avaliados se tornam conflitantes.

Considerando este cenário, qual a melhor forma de equalizar todas as demandas?

Em primeiro lugar, independente de ter um sistema de gestão implementado ou certificado, a organização tem a obrigação de cumprir com as leis, decretos, portarias e afins que são cabíveis ao seu negocio. A partir desta premissa, quando a alta administração decide implementar e/ou certificar um sistema de gestão deve somar o compromisso que os requisitos legais aplicáveis e outros subscritos pela organização sejam considerados no estabelecimento, implementação e manutenção de seu sistema de gestão (SGSA / SGQ / SGA / SGSSO).

Este é o momento em que se torna necessário ponderar a melhor forma de atender aos requisitos simultaneamente.

Não basta incluir no budget a substituição o piso da área sensível sem avaliar se o piso proposto é escorregadio e pode aumentar o numero de acidentes de trabalho. Ou avaliar um produto que possa inibir a presença de aves no estoque de produto acabado, sem considerar se este produto e aprovado pelos órgãos ambientais competentes, e indo mais a fundo, se a espécie de ave é preservada pelo IBAMA.

Estes são poucos exemplos de situações em que a demanda de um pre requisito pode implicar em uma avaliação mais abrangente para definir a solução mais adequada para o problema. Em geral estes assuntos podem envolver o risco de multas, exposição da imagem da organização e outras penalidades legais dependendo do desvio proporcionado.

Devemos ter sempre no radar que um dos pilares de sustentação de um sistema de gestão é o atendimento a legislação pertinente quer seja ela relacionada à segurança das pessoas, ao impacto ambiental, a qualidade do produto ou serviço fornecido ou a segurança do alimento que oferecemos aos consumidores. Esta não é a única fonte de busca ou consulta, mas certamente é um inicio solido e consistente. 

2 min leituraUma parte considerável das empresas que decide implementar um sistema de gestão de segurança de alimentos tem a intenção de possuir (se não já possui) outros sistemas de gestão implementados […]

3 min leitura
0

Hoje é dia do cientista de alimentos!

3 min leitura

Muitos são os profissionais que contribuem para a segurança dos alimentos em nosso país. Como já citado aqui no blog (http://artywebdesigner.com.br/categorias-profissionais-que-fazem-a-seguranca-de-alimentos/) pela colega Juliana, são várias as categorias profissionais que trabalham, se dedicam e têm paixão por esta área. Aqui no blog mesmo, entre os colunistas, temos engenheiros de alimentos, tecnólogos de alimentos, químicos, economistas domésticos, e até advogados, como a nossa colega Cecília que é bastante ativa na questão da rotulagem de alergênicos.

 Mas hoje farei o meu post sobre a minha profissão, CIENTISTA DE ALIMENTOS, categoria essa que está cada vez mais se difundindo e tomando seu espaço nas universidades e nos centros de pesquisa e que também, claro, fazem sua diferença quando o assunto é segurança dos alimentos.

Segundo o site da APCAL (Associação dos Profissionais Cientistas de Alimentos), o cientista de alimentos é o profissional formado em Ciência dos Alimentos/Ciência e Tecnologia de Alimentos/Ciência e Tecnologia Agroalimentar e focado no conhecimento do alimento em todos os seus aspectos físico-químicos, microbiológicos, bioquímicos e tecnológicos, incluindo nutrição, características sensoriais, marketing, logística e gestão da qualidadeAcompanha o alimento em todas as suas etapas desde o campo até a mesa do consumidor. O curso também foca as interações Alimento – Homem – Meio Ambiente. Este profissional estuda Química de alimentos, Microbiologia de alimentos, Cálculo, Análise de alimentos, Higiene e Legislação, Tecnologias (em carnes e ovos, leite, pescado, frutas e hortaliças, etc), Gestão da qualidade, Antropologia da Alimentação, Gestão do Agronegócio, Gastronomia Molecular, Economia, entre outros. 

O cientista de alimentos é regido pelo CRQ – Conselho Regional de Química de cada região e entre as suas atribuições, compete a este profissional:

I – gerenciamento e responsabilidade técnica no âmbito da produção, controle e análise de matérias primas, insumos e alimentos;

II – assistência, assessoria, consultoria, elaboração de orçamento, divulgação e comercialização, no âmbito do controle, produção e análise de matérias primas, insumos e alimentos;

III – vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos; elaboração e análise de pareceres, laudos e atestados no âmbito do controle, produção e análise de matérias primas, insumos e alimentos;

IV – exercício do magistério, respeitada a legislação específica;

V – desempenho de cargos e funções técnicas no âmbito do desenvolvimento de produtos e processos no sistema alimentar;

VI – pesquisa e desenvolvimento de métodos analíticos, processos e produtos;

VII – análise química, físico-química, bioquímica, toxicológica, microbiológica, microscópica, sensorial, padronização e controle de qualidade de matérias primas, insumos, alimentos, águas e resíduos;

VIII – garantia e controle da qualidade de matérias primas, insumos, processos, alimentos e serviços alimentares;

IX – processamento de produtos alimentícios e insumos;

X – aproveitamento, controle e tratamento de resíduos;

XI – gerenciamento de operações e manutenção de equipamentos e instalação;

XII – estudo de viabilidade legal, técnica e econômica, elaboração e execução de projetos no âmbito do controle, produção e análise de matérias primas, insumos e alimentos;

XIII – estudo, proposição e aplicação de legislação no âmbito de matérias primas, insumos e alimentos;

XIV – integração em equipes de marketing, operações de abastecimento, logística de distribuição e comercialização.

As universidades que oferecem o curso são listadas a seguir:

USP – Esalq / Curso: Ciência de Alimentos / Campus: Piracicaba – SP / Ano de início: 2001;

IFSEMG – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais / Curso: Ciência e Tecnologia de Alimentos / Campus: Rio Pomba – MG / Ano de início: 2007;

UFV – Universidade Federal de Viçosa / Curso: Ciência de Alimentos / Campus: Rio Paranaíba – MG / Ano de início: 2008;

UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso / Curso: Ciência e Tecnologia de Alimentos / Campus: Cuiabá – MT / Ano de início: 2009;

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina / Curso: Ciência e Tecnologia Agroalimentar / Campus: Florianópolis – SC / Ano de início: 2009;

UNIPAMPA – Universidade Federal do Pampa / Curso: Ciência e Tecnologia de Alimentos / Campus: Itaqui – RS / Ano de início: 2009;

UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto / Curso: Ciência e Tecnologia dos Alimentos / Campus: Ouro Preto – MG / Ano de início: 2009;

IFF – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense / Curso: Ciência e Tecnologia de Alimentos / Campus: Bom Jesus do Itabapoana – RJ / Ano de início: 2010.

Quem quiser saber mais sobre o profissional cientista de alimentos é só acessar o site da APCAL (http://www.apcal.com.br/).

Temos leitores cientistas de alimentos que trabalham com qualidade e segurança dos alimentos?

 

3 min leituraMuitos são os profissionais que contribuem para a segurança dos alimentos em nosso país. Como já citado aqui no blog (http://artywebdesigner.com.br/categorias-profissionais-que-fazem-a-seguranca-de-alimentos/) pela colega Juliana, são várias as categorias profissionais que […]

2 min leitura
1

Pare de lavar o frango!

2 min leitura

Na Inglaterra 44% dos consumidores lava o frango antes de prepará-lo e a Food Standards Agency está fazendo uma campanha desesperada para conscientizar o consumidor a mudar este hábito arriscado.

Aqui no blog Food Safety Brazil em 2012 já alertamos sobre a importância de se fazer o adequado cozimento das aves ao invés de uma lavagem com água, no post “Lavar carnes e frango melhora a segurança de alimentos?”

Não trazer um alimento contaminado é muito importante para uma cozinha, e uma vez presente, a contaminação contida nele não pode espalhar-se, o que pode ser visualizado didaticamente neste vídeo do Youtube. A lavagem distribuiu gotículas contaminadas pelas mãos, utensílios, avental, superfícies e outros alimentos que não serão cozidos, como por exemplo uma salada de maionese.

Mas a bactéria alvo da campanha nem é a Salmonella, é Campylobacter ssp, que afeta 280 mil pessoas por ano no Reino Unido e que pode levar à síndrome do intestino irritável, artrite reativa e síndrome de Guillain-Barré, doenças de origem alimentar que deixam sequelas por toda a vida. No link da Agência, é possível assistir a um vídeo com o depoimento de uma senhora que chegou a ficar paralisada sete semanas há 17 anos e hoje tem dificuldades de locomoção por causa da paralisia permanente nos dedos dos pés.

Já mostramos aqui no blog um estudo realizado no Brasil, onde 56% das carcaças de frango estavam contaminadas com Campylobacter. Na UFRGS o dado de prevalência foi de 70,2%, que pode ser visto neste trabalho. Dados sobre Campilobacteriose e pacientes afetados são escassos, assim como de outras tantas doenças transmitidas por alimentos.

 

2 min leituraNa Inglaterra 44% dos consumidores lava o frango antes de prepará-lo e a Food Standards Agency está fazendo uma campanha desesperada para conscientizar o consumidor a mudar este hábito arriscado. Aqui no […]

< 1 min leitura
8

Anvisa oferece curso online para manipuladores de alimentos

< 1 min leitura

 A Anvisa disponibilizou uma página dedicada ao curso de boas práticas de manipulação em serviços de alimentação. O curso tem como objetivo capacitar, apoiar e auxiliar os manipuladores de alimentos a aperfeiçoarem o controle sobre requisitos na categorização dos alimentos, reduzindo assim as doenças associados ao consumo.

O curso tem carga horária de 12 horas, possui oito módulos, é gratuito e pode ser realizado pelos funcionários de restaurantes, cantinas, bares e lanchonetes ou por responsáveis desses estabelecimentos para capacitação dos funcionários. Donas de casa, empregados domésticos, cuidadores também podem melhorar suas práticas domésticas de preparo e armazenamento de alimentos realizando esse treinamento.

Os inscritos terão a oportunidade de conhecer as formas seguras de preparar os alimentos e as principais regras da Vigilância Sanitária. Ao final do curso, os participantes que concluírem satisfatoriamente a avaliação (70%) irão obter um certificado e estarão aptos a realizar tarefas com mais qualidade e segurança.

Confira aqui o material completo, que pode ser baixado e assistido mediante inscrição.

Os tópicos abarcam:

Módulo 1: Entendendo a contaminação dos alimentos

Módulo 2: Ambiente de Manipulação e Cuidados com Água

Módulo 3: Manuseio do Lixo e Controle de Vetores e Pragas

Módulo 4 : Higienização

Módulo 5: Manipuladores e Visitantes

Módulo 6: Etapas da Manipulação dos Alimentos

Módulo 7 – Documentação e Função do Responsável pelo Serviço

Módulo 8 : Encerramento do Curso

 Dica vencedora enviada pela leitora Isabela Paião

< 1 min leitura A Anvisa disponibilizou uma página dedicada ao curso de boas práticas de manipulação em serviços de alimentação. O curso tem como objetivo capacitar, apoiar e auxiliar os manipuladores de alimentos a […]

3 min leitura
0

Estamos consumindo quantidades seguras de edulcorantes?

3 min leitura

Produtos diet vêm sendo consumidos largamente não apenas por diabéticos, mas também por pessoas com dietas para controle de peso.

A variedade de produtos é grande, tais como biscoitos, pudins, geleias, bolos, chocolates, refrigerantes, iogurtes e muitos outros, além de  adoçantes de mesa onde são usados edulcorantes como ciclamato de sódio, sacarina, acessulfame, aspartame, sucralose, esteviosídeo. 

Grande parte da população acredita que os produtos diet são 100% seguros e portanto  podem ser consumidos de forma indiscriminada, por não conterem açúcar.

Segundo Paracelso (1443 – 1541) “todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que não seja. A dose correta diferencia um remédio de um veneno”. Portanto, embora estudos científicos tenham comprovado que sejam seguros à saúde, foram estabelecidos limites de cada edulcorante nos alimentos, pois acima desses podem causar algum efeito adverso à saúde.

 Os limites máximos permitidos de cada edulcorante para alimentos e bebidas com restrição controlada de açúcar ou com ingestão controlada de açúcar pronto para consumo foram definidos na RDC nº 18 de 24 de março de 2008-ANVISA. (clique para ver a tabela)

 

 (*) Dosagem livre

Para cada edulcorante, também foi determinada a IDA- Ingestão Diária Aceitável (mg/kg)  que está definida na norma do JEFCA ou a quantidade máxima diária que podemos consumir da substância edulcorante por peso (kg).

 Organização Mundial da Saúde.

Para uma pessoa pesando 60 kg, de a planilha abaixo representa o limite máximo de consumo diário de cada edulcorante. 

 

Entretanto, são inexistentes as informações na rotulagem dos produtos diet para tornar o consumo seguro, tais como a quantidade do edulcorante presente por porção do produto alimentício ou a porção máxima de consumo diário correspondente a IDA.

 

Portanto, como saber quantas gotas do adoçante de mesa (composto por ciclamato e sacarina) ou quantos sachês de adoçante em pó (sucralose) ou quantos copos de refrigerante diet ou quantas porções de chocolate diet podemos consumir por dia?

Sem uma comunicação eficaz ao consumidor facilmente poderemos ultrapassar os limites diários aceitáveis de edulcorantes.

 

Por exemplo, se uma pessoa de 60 kg ingerir  2 cafés por dia usando 2  sachês de 800 mg composto por sucralose e acessulfame (se a formulação for de 50% de cada edulcorante- não obtivemos a confirmação desta informação através do fabricante)  estará consumindo  800 mg de sucralose e 800 mg de acessulfame ou seja 1600 mg dos 2 edulcorantes/dia  ou 48000 mg por mês.

Ao ingerir apenas 2 cafés por dia  estará consumindo 88,88% da dose diária recomendada para cada edulcorante que é de 900mg/dia. Com o consumo de vários outros alimentos que contenham estes edulcorantes facilmente poderá ultrapassar a dose diária. 

 Como o acesso a legislação, sua leitura e compreensão é privilégio de poucos, considero oportuno que as autoridades sanitárias estabeleçam melhorias na rotulagem de produtos diet, tornando obrigatória a comunicação clara quanto ao consumo diário máximo do produto que contenha edulcorantes, composição no painel principal e não apenas na lista de ingredientes e restrições de uso para aqueles que ainda não foram divulgados como a sacarina, ciclamato e acessulfame, que contêm sódio e por isso não são recomendáveis para hipertensos.

Autora: Ana Oliveira, engenheira de alimentos.

A autora é leitora do blog e generosamente dividiu sua visão conosco! Participe você também!

 

3 min leituraProdutos diet vêm sendo consumidos largamente não apenas por diabéticos, mas também por pessoas com dietas para controle de peso. A variedade de produtos é grande, tais como biscoitos, pudins, geleias, […]

4 min leitura
0

Fraudes em alimentos: até onde pode ir a falsificação?

4 min leitura

Aumento de preços, instabilidade econômica, escassez…  Estas são as condições que fazem os preços dos alimentos subirem e é nessas horas que a probabilidade de fraude cresce. Falsificação é o ato de copiar ou reproduzir ou adulterar, sem autorização, documentos, produtos ou serviços, de forma a obter vantagem, geralmente econômica. 

O objetivo da fraude em um alimento é aumentar o ganho financeiro dos envolvidos na cadeia de produção ou venda do produto. O problema é que a adição de compostos alheios à formulação é realizada sem controle e pode causar danos à saúde do consumidor, conforme o blog Food Safety Brazil já notificou em “Proteste descobre fraude em 4 marcas de azeite de oliva”.

Os escândalos de fraudes em alimentos estão cada vez mais frequentes aos nossos ouvidos. É considerada fraude quando o produto é comercializado fora das especificações estabelecidas por lei.

“A maioria das pessoas se surpreenderia com o volume de produtos de uso diário falsificados. Estamos diante de um problema sério e mundial” diz Michael Ellis, diretor da divisão de tráfico e falsificação de bens da Interpol. A Folha de São Paulo divulgou números de 484 toneladas de peixes e frutos do mar, 430 mil litros de bebidas, 131 mil litros de azeite e vinagre, 80 mil biscoitos e barras de chocolate, 20 toneladas de especiarias, 186 toneladas de cereais, 45 toneladas de laticínios e 42 litros de mel confiscados em 2013 por uma operação que a Interpol conduziu em 33 países.

A adulteração de alimentos pode acontecer por diversas maneiras: venda de um produto em qualidade inferior à divulgada para o consumidor, adulteração com adição de produtos químicos, venda de misturas de produtos mais baratos e de qualidade inferior ao divulgado… As possibilidades são inúmeras!

No Brasil, temos como cases mais conhecidos de fraudes em alimentos:

Azeite de Oliva

O blog já notificou este caso em “Proteste descobre fraude em 4 marcas de azeite de oliva”. Em resumo, a PROTESTE testou 19 marcas de azeite extravirgem e constatou que apenas oito delas apresentam qualidade de extravirgem. Quatro delas, inclusive foram desclassificados do teste, pois não podem sequer ser considerados azeites. São, na verdade, uma mistura de óleos refinados, com adição de outros óleos e gorduras. As fraudes do azeite, além de serem um abuso contra o consumidor, podem reduzir ou até eliminar as qualidades benéficas para a saúde.

Esta fraude é altamente lucrativa: um tipo produzido com resíduo de azeitonas extraído com produtos químicos custa na Europa £3,23 por litro, enquanto o extravirgem £15, de acordo com a Folha de São Paulo.

Leite Compensado

A Operação Leite Compensado foi iniciada pelo Ministério Público em 2013. As investigações apontaram para um esquema que adulterou cerca de 100 milhões de litros do produto no estado. Na ocasião, o MP revelou que transportadores estavam adicionando água e ureia (que contém formol) ao leite crú para aumentar o volume e disfarçar a perda nutricional no caminho entre a propriedade rural e a indústria. O esquema era realizado em postos de resfriamento.  Recentemente ficou comprovado que a cooperativa envolvida adquiria leite fraudado ou em deterioração com conhecimento de um supervisor de captação de leite.

Fraudes em Pescados

Ainda em 2014, a Polícia Federal conduziu a Operação Poseidon em Itajaí para combater fraudes na venda de pescados. Foram executados mandados de busca e apreensão em sete empresas nas quais foi detectada a substituição de peixes nobres por espécies mais baratas ou cuja captura é proibida no Brasil.

Sidney Liberati, chefe da Divisão de Inspeção de Pescado explica que, entre as substituições constatadas, estava a do linguado pelo alabote, peixe cuja carne tem valor 300 vezes menor. Outras trocas comuns que foram identificadas foram a da merluza pela polaca do Alasca; e da garoupa pelo mero, sendo que a captura último é proibida no Brasil.

Além de enfrentar inquérito policial, as empresas entraram em regime especial de fiscalização por parte do Ministério da Agricultura, com análise de todos os lotes que saírem desses estabelecimentos.

Falsificação de bebidas

Também no início de 2014, uma equipe de investigadores do Paraná localizou e abordou o veículo de um suspeito, constatando que ele transportava 19 caixas contendo um total de 228 garrafas de vodca falsificadas. Elas seriam distribuídas em bares e restaurantes da região (a dúvida que resta é: os donos de restaurantes e bares estavam envolvidos?) . Foi identificado o local onde a vodca era engarrafada, numa residência em Santa Felicidade, em Curitiba, onde foram apreendidas diversas garrafas de vodca vazias e cheias, funis e outros apetrechos utilizados na fraude.

“A fraude consistia em inserir bebidas de qualidade inferior em garrafas de bebidas de qualidade superior”.

Há outros produtos que também são altamente vulneráveis a fraudes, como por exemplo diluição de mel com xarope de açúcar ou até venda de metanol como vodca. As possibilidades são infinitas, bem como o risco para o consumidor.

Qual é o risco para um consumidor que busca consumir um azeite extravirgem para controlar colesterol ruim ao consumir um produto adulterado? Ou de uma criança que consome diariamente leite com formol?

Os riscos podem ser fatais, como no caso da morte de 40 pessoas pelo consumo de vodca e rum contaminados com metanol na Republica Tcheca em 2012.

A dificuldade de resolução deste problema se dá pelo fato da ausência de inspetores altamente treinados para os diversos tipos de fraude.  Também podemos questionar sobre a eficiência da fiscalização para casos já mapeados, uma vez que  nos anos de 2007 e 2009 foram encontradas fraudes em algumas marcas de azeites e esse fato voltou a se repetir em 2013.

Na nossa mão está sempre a possibilidade de questionar, se informar e procurar sempre por fornecedores idôneos.

Para ter acesso aos cases a acima elencados, com maior detalhe, disponibilizamos abaixo link para informação completa.

http://www1.folha.uol.com.br/comida/2014/05/1453955-crime-organizado-e-carteis-miram-mercado-de-comida-falsificada.shtml

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-04/pf-faz-operacao-em-empresas-que-fraudavam-especies-de-peixe-para?fb_action_ids=608055709285713&fb_action_types=og.likes&fb_ref=.U0cK4pNoWw4.like

http://artywebdesigner.com.br/proteste-descobre-fraude-em-4-marcas-de-azeite-de-oliva/

http://www.bemparana.com.br/noticia/306739/policia-descobre-esquema-de-falsificacao-de-bebidas-no-litoral

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-e-lavoura/noticia/2014/06/mp-prende-quarto-suspeito-de-esquema-de-fraude-do-leite-no-rs.html

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/economia/noticia/2014/06/operacao-leite-compen-ado-descobre-ramificacao-da-fraude-no-parana-4523785.html

 

4 min leituraAumento de preços, instabilidade econômica, escassez…  Estas são as condições que fazem os preços dos alimentos subirem e é nessas horas que a probabilidade de fraude cresce. Falsificação é o ato de […]

2 min leitura
2

Salmonella até nos super grãos do café da manhã

2 min leitura

A tendência de se consumir super alimentos veio para ficar. Chia, linhaça, gergelim estão compondo vitaminas que atendem por apelidos de “Detox”, muitas vezes acompanhado de algo que tenha a cor verde que possa ser batido no liquidificador e consumido no café da manhã.

Quem busca benefícios nutricionais e funcionais, como por exemplo, antioxidantes, não imagina contudo que possa eventualmente ingerir bactérias patogênicas, dentre elas a famosa Salmonella. Isso mesmo. Estes grãos são consumidos crus e não há uma medida como o cozimento para eliminar eventual carga de contaminação. Você talvez esteja pensando que trate-se de um produto de baixa umidade e atividade de água e portanto de baixo risco, porém o alto teor de gordura das sementes funciona como fator de proteção e sobrevivência aos microrganismos.

Neste mês o FDA anunciou o recall de sementes de chia por contaminação por Salmonella, associada a surtos.  Segundo o Food Safety News, no total foram 73 sendo dois americanos entre 1 e 81 anos hospitalizados e nenhuma morte relatada. O produto fez 6 vítimas no Canadá serem hospitalizadas.

Mas o assunto não é propriamente uma novidade. Em 2009, a Saúde Pública da Inglaterra publicou um relatório com uma pesquisa com sementes de gergelim, girassol, papoula e abóbora, identificando que 1,5% delas apresentava-se positiva para E.coli e 0,6% para Salmonella. O estudo foi motivado porque pelo menos sete surtos de Salmonelal associados a sementes aconteceram na Alemanha, Noruega, Suécia e Austrália desde o ano 2000.

A agência inglesa recorda que quando as sementes são cultivadas, podem ser expostas a uma larga gama de bactérias a partir de muitas fontes, incluindo solo, esterco, água de irrigação, aves selvagens e animais. Também as sementes podem ser contaminados durante o processo de secagem. O risco de doença em seres humanos pode ser reduzida para as sementes prontas para o consumo com práticas de fabricação de boas práticas no campo, durante a colheita e processamento.

Em 2012, a Autoridade Australiana de Segurança de Alimentos encontrou somente uma amostra de macadâmia contaminada  em sua varredura. Já a Irlanda teve um índice de  0,3% de insatisfatório, com 3 amostras contaminadas com Salmonella (duas de gergelim e uma de semente de melão).

Aqui no Brasil ainda precisamos de mais informações à respeito sobre a prevalência destes patógenos em sementes e nozes e fica a sugestão para nossas universidades, institutos de pesquisa e Anvisa para levantamentos para sabermos se podemos tomar nossos café da manhã saudável com tranquilidade.

 

 

2 min leituraA tendência de se consumir super alimentos veio para ficar. Chia, linhaça, gergelim estão compondo vitaminas que atendem por apelidos de “Detox”, muitas vezes acompanhado de algo que tenha a […]

4 min leitura
4

Links internacionais com muuuito sobre segurança de alimentos

4 min leitura

Manter a inspiração para escrever sobre segurança de alimentos às vezes não é fácil. Sou assinante e frequentadora de algumas revistas, blogs e portais de notícias que ajudam a toda a equipe de colunistas do blog Food Safety Brazil a garimpar temas que possam ser de interesse de nossos leitores. Todo conteúdo é gratuito!

Hoje concentro o mapa da mina de meus favoritos e o respectivo “About us”. Desculpe por não traduzir, mas entendo que se você tem interesse por conteúdos em língua inglesa, não irá se importar!

http://www.foodsafetynews.com/

Food Safety News was founded in 2009 to fill a void.  At the time, both print and broadcast media were facing consolidation and budget cuts. Dedicated reporters on the food, health and safety beats were being reassigned or seeing their positions disappear altogether.

 Food Safety News will enter its 6th year of publication in September 2014.  Our reporters will continue to bring you outstanding coverage of topics ranging from policy and politics to foodborne illness outbreaks to sustainability, science and research. Your suggestions and comments help inspire us to dig deeper into food issues as we continue to expand our scope, audience, and impact on the dialogue around food in the world today.

http://www.foodquality.com/

Food Quality & Safety is a publication of Wiley. As one of the world’s foremost academic and professional publishers and the largest society publisher, Wiley publishes more than 1,400 scholarly peer-reviewed journals and an extensive collection of books, major reference works, databases, and laboratory manuals in print and electronically. Both Wiley and Food Quality & Safety have strong track records of leadership in editorial excellence. By introducing synergies with its sister publications within Wiley, Food Quality & Safetyhas strengthened its editorial content with unique access to peer-reviewed scientific content.

http://www.qualityassurancemag.com/

QA Magazine, a bi-monthly publication from GIE Media, is written for managers and professionals in the food and beverage processing industry with a specific focus on food safety, quality, and defense. Filled with practical insights and analysis of plant processes, practices, and current issues, the QA media family – including our print and digital publication, website, and e-newsletters – addresses the growing market need for targeted, information in these key areas.

http://foodpoisoningbulletin.com/

Food Poisoning Bulletin is a Google news source for consumers to alert them to food recalls, food poisoning outbreaks and food safety news. Our goals are to empower consumers and make the United States food supply the safest it can be.

Food Poisoning Bulletin is sponsored by PritzkerOlsen, P.A., a leading food safety law firm. The firm represents food poisoning victims throughout the United States.  Our publisher is Fred Pritzker, senior partner at PritzkerOlsen, P.A.

http://foodfraud.msu.edu/

MSU’s Food Fraud Initiative is an interdisciplinary research, education, and outreach organization. We focus on all types of fraud that can contribute to public health and economic vulnerabilities and threats. These include adulteration, misbranding, tampering, overruns or licensee fraud, theft, diversion, simulation, and counterfeiting.

This initiative is based on a wide range of research, education, and outreach activities led by Dr. John Spink. This site showcases his work as well as that of a wide range of co-authors and co-researchers who have contributed greatly to different aspects of Food Fraud.

http://www.ifsqn.com/

The IFSQN was founded in 2003 to provide food safety practitioners with an online platform for sharing knowledge and information and to enable collaboration on the effective implementation, operation and continual improvement of food safety management systems. Ten years on this remains our primary goal.

Our discussion forums are unique and unrivaled anywhere in the world; with over 26,000 members creating an archive of over 60,000 posts as well as 1’000’s of files and documents to assist members old and new.

http://fightbac.org/

We are a one-of-a-kind nonprofit that brings together public and private sectors to support health and food safety educators by making their work more visible, collaborative, and effective. The Partnership works with an active network of 14,000 health and food safety educators, providing them with tools they can use to educate people about protecting their health through safe food handling and hygiene.  Sign up here to join this network of BAC Fighters!

http://www.foodqualitynews.com/

FoodQualityNews.com is a daily online news service available as a free-access website and provides daily and weekly newsletters to subscribers.

 The service seeks out news stories and data of value to decision-makers in food and beverage development in Europe.

The FoodQualityNews.com team is led by award-winning journalists. They scan all available scientific, technical and industry sources and search out previously unpublished material, primary data and expert opinions in all areas of significance to the target audience.

http://www.foodsafetymagazine.com/

Food Safety Magazine is the source for science-based solutions for food safety and quality professionals worldwide.

http://barfblog.com/

barfblog.com is where Drs. Powell, Chapman, Hubbell and assorted food safety friends offer evidence-based opinions on current food safety issues. Opinions must be evidence-based – with references – reliable and relevant. The barfblog authors edit each other, often viciously.

National Food Protection Collaboratory (Linkedin)

On this blog we share food safety and food defense information. Recently, we added a subgroup to the National Food Protection Collaboratory blog that deals with food fraud. That blog is called Food Fraudster. The information that is posted at both of these blogs are diligently selected from hundreds of pieces of information and we blog on a daily basis. If you have just joined the National Food Protection Collaboratory blog please consider joining the Food Fraudster blog as well. The information posted on both these blogs will provide a food professional with all the information necessary to keep informed on food protection issues.

 

http://www.foodproductiondaily.com/

FoodProductionDaily.com is a daily online news service available as a free-access website and provides daily and weekly newsletters to subscribers.

The service seeks out news stories and data of value to decision-makers in food and beverage development in Europe.

The FoodProductionDaily.com team is led by award-winning journalists. They scan all available scientific, technical and industry sources and search out previously unpublished material, primary data and expert opinions in all areas of significance to the target audience.

http://www.foodbusinessnews.net/

 

4 min leituraManter a inspiração para escrever sobre segurança de alimentos às vezes não é fácil. Sou assinante e frequentadora de algumas revistas, blogs e portais de notícias que ajudam a toda […]

2 min leitura
0

Bactéria super-resistente a antibióticos é encontrada em alimentos pela primeira vez

2 min leitura

Pesquisadores canadenses encontraram, pela primeira vez em um produto alimentar, um tipo de bactéria com elevada resistência aos antibióticos. Isto significa que, agora, o risco de exposição a este perigo atingiu mais um estágio. A bactéria é resistente aos carbapenens, um dos últimos antibióticos no arsenal da medicina, agente de largo espectro de ação usado justamente contra bactérias multirresistentes. A pesquisa foi publicada na revista Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle de Doenças do Canadá.

De acordo com o artigo, em janeiro de 2014, testes de rotina encontraram um microrganismo produtor de carbapenemase em lulas que estavam à venda em um supermercado de produtos chineses em Saskatoon, Canadá. Carbapenemases são enzimas que destroem os carbapenenos. As bactérias encontradas nas lulas têm um gene que as faz produzir a enzima e este gene pode ser transmitido para outras bactérias.  Embora a bactéria possa não ser patogênica (o estudo informa que ela não foi completamente identificada, parece ser Pseudomonas fluorescens), a preocupação reside na disseminação do fator de resistência ao antibiótico.

Os cientistas já tinham encontrado este tipo de bactérias no meio ambiente e em animais, mas nunca no próprio alimento. A lula foi provavelmente importada da Coréia do Sul. Até esta descoberta, os cientistas e os médicos pensavam que a maioria das bactérias resistentes aos antibióticos que causavam infecções potencialmente fatais só eram encontradas em contextos hospitalares e se espalhavam através de pessoas infectadas.

Esta descoberta indica que um segmento muito mais amplo da população está potencialmente em risco. Mas há formas de luta: no caso em questão, se a lula for cozida a uma temperatura interna final segura, as bactérias serão destruídas. O problema fica sendo a contaminação cruzada na cozinha.  Se os alimentos consumidos crus, como saladas, entrarem em contacto com a lula crua ou utensílios e superfícies contaminados por ela, a bactéria pode facilmente contaminar alguém e se espalhar.  

Os cientistas canadenses não sabem como a lula adquiriu as bactérias. Ela pode ter sido contaminada durante o processamento, transporte, manuseio ou a partir do ambiente. Segundo eles, esta descoberta cria uma “necessidade urgente de expandir o acompanhamento e monitoramento desses microrganismos”. 

Leia também:

Salmonella apresenta cada vez mais resistência a antibióticos

Pesquisadores encontram bactérias resistentes a antibióticos em carne de sol na Bahia

Top 5: Sorotipos de Salmonella relacionados a surtos alimentares

2 min leituraPesquisadores canadenses encontraram, pela primeira vez em um produto alimentar, um tipo de bactéria com elevada resistência aos antibióticos. Isto significa que, agora, o risco de exposição a este perigo […]

2 min leitura
2

Estimativa de ingestão de cloropropanóis pelos brasileiros

2 min leitura

Molho shoyo, proteína hidrolisada de soja (usada como potencializador de sabor em produtos industrializados), defumados, cereais, produto com malte são todos potenciais fontes de cloropropanóis, contaminantes químicos formado no processamento com potencial de causar câncer. Os pesquisadores se basearam nos dados de consumo médio dos brasileiros para estimar a ingestão e avaliar o risco de nossa população. Num cenário médio, não há motivo para se preocupar. Mas atenção: indivíduos que consomem grandes quantidades diárias destes alimentos podem apresentar um risco diferente.

 

Resumo:

Os cloropropanóis, entre eles o 3-monocloropropano-1,2-diol (3-MCPD) e o 1,3-dicloropropan-2-ol (1,3-DCP), compreendem um grupo de contaminantes químicos com propriedades carcinogênicas e genotóxicas, encontrados em diversos alimentos processados e ingredientes alimentícios, como proteína vegetal hidrolisada, molho de soja, produtos à base de cereais, ingredientes derivados de malte e alimentos defumados. Este trabalho teve como objetivo avaliar a exposição ao 3-MCPD e 1,3-DCP pela dieta no Brasil e verificar se a presença destes compostos em alimentos pode representar um risco à saúde da população. A ingestão foi calculada combinando-se dados sobre o consumo alimentar, fornecidos pela Pesquisa de Orçamento Familiares 2008-2009, com os níveis de ocorrência dos contaminantes, determinados por cromatografia gasosa – espectrometria de massas. A exposição ao 3-MCPD variou de 0,06 a 0,51 µg.kg pc-1.dia-1 considerando médios e grandes consumidores, enquanto que a ingestão de 1,3-DCP foi estimada em 0,0036 µg.kg pc-1.dia-1 no pior cenário avaliado. Com base nesses resultados, verificou-se que a exposição aos cloropropanóis não representa um risco significativo à saúde da população brasileira. Entretanto, o consumo de determinados alimentos contendo altos níveis de 3-MCPD poderia ultrapassar a ingestão diária máxima tolerável provisória de 2 µg.kg pc-1 estabelecida para este composto e, assim, representar uma preocupação potencial.

 

Autores:

ARISSETO, Adriana PavesiVICENTE, EduardoFURLANI, Regina Prado Zanes e  TOLEDO, Maria Cecília de Figueiredo

Veja o trabalho na íntegra aqui, na revista Food Science and Technology, da sbCTA.

2 min leituraMolho shoyo, proteína hidrolisada de soja (usada como potencializador de sabor em produtos industrializados), defumados, cereais, produto com malte são todos potenciais fontes de cloropropanóis, contaminantes químicos formado no processamento […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas