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Entrevista com Johan Den Hartog – GMP+ International: Ontem, hoje e amanhã

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O GMP+ FSA completa 30 anos em 2022 (sobre a norma, leia este post), e o Blog Food Safety Brazil traz com exclusividade uma entrevista concedida por Johan Den Hartog, um dos idealizadores do GMP+ International, tendo atuado desde a criação do GMP Code em 1992 até hoje.

Johan trabalha no setor feed há mais de 40 anos, na Holanda, seu país natal, e em diversos países do mundo. No GMP+ International foi Managing Director entre 2010 (data da criação do GMP+ International) e 2021, quando se licenciou do cargo para assumir o posto de Business Development Director, atuando no desenvolvimento de novos mercados para a norma.

Nesta conversa, ele nos dá diversas informações e conta curiosidades sobre o início da norma, sobre o importante papel do Brasil no mercado feed e sobre o que esperar do GMP+ para os próximos anos.

Leonardo: A norma GMP+ começou em 1992 como um código de prática, sob o nome de GMP Code. Como foi o início das atividades?

Johan: A razão para início de tudo foram alguns incidentes relacionados à Segurança de Produtos para Alimentação Animal [Feed Safety] com ampla divulgação na mídia ocorridos na Holanda no final dos anos 1980. Houve o escândalo da Salmonela no setor avícola no Reino Unido em 1988, que resultou na exigência de exportadores holandeses de carne de aves para que houvesse um controle de Salmonela na alimentação animal [feed]. Em 1988/89, o nível de Aflatoxina B1 em ração à base de glúten de milho dos EUA foi altíssimo e resultou em um aumento do nível de Aflatoxina M1 no leite holandês, que também causou problemas para a exportação de produtos lácteos. Em 1989, tivemos um incidente na Holanda com inúmeros bovinos mortos devido a um lote de feed contaminado com alto nível de chumbo devido à mistura com minério no transporte marítimo. Isso resultou em atenção da mídia e pressão do Ministério da Agricultura holandês para tomar medidas.

Devido à redução dos níveis de detecção dos métodos de teste de laboratório, em ovos exportados para a Alemanha foram encontrados traços de anticoccidiostáticos. Foi resultado de contaminação na fábrica de ração.

Esses incidentes causaram problemas para a exportação de ovos, carnes e laticínios. Você precisa perceber que cerca de 60% dos produtos de origem animal holandeses são exportados, o que resultou em problemas de exportação e pressão de preços. Portanto, o Ministério da Agricultura holandês e a indústria de laticínios, carnes e ovos pressionaram fortemente a indústria de ração para tomar as medidas adequadas para evitar estes incidentes de feed safety. Além disso, a atenção negativa da mídia resultou em uma má imagem da indústria de rações. Tudo isso foi um forte gatilho para desenvolver e introduzir um código de Boas Práticas de Fabricação para a indústria de ração holandesa em 1992, o GMP Code. Ao mesmo tempo, estabelecemos um serviço privado de inspeção de ração para avaliação de conformidade. Tudo foi administrado por uma organização “semi-governamental” para a cadeia feed holandesa, chamada Product Board Animal Feed (PDV). Na época, eu era secretário geral do PDV, bastante envolvido em todas as questões.

 Leonardo: Em 1999, o GMP Code tornou-se GMP+. Como ocorreu essa migração do código de práticas para a certificação?

Johan: O GMP Code de 1992 estava focado apenas na produção de premixtures e compound feed. Ele era mais ou menos o que chamamos hoje de programa de pré-requisitos (PRPs). Em 1994 integramos os requisitos de gestão da qualidade baseados na ISO 9001. Em 1996, integramos um código para laboratórios. Mas não foi suficiente para facilitar às empresas o controle total dos riscos de feed safety de forma adequada. Tivemos sérios incidentes de feed safety com questões como BSE relacionadas à farinha de carne e ossos (1980), casos incidentais como cádmio em fosfatos minerais (1986), dioxina na polpa cítrica brasileira (1988) e dioxina em gordura reciclada da indústria alimentícia (1999). Todos esses incidentes e lições aprendidas foram a entrada para uma profunda melhoria do GMP Code e, portanto, mudamos o nome GMP para GMP+ em 1999. Integramos o seguinte ao esquema GMP+:

1.      Abordagem em cadeia: As emergências deixaram claro que a origem de muitos riscos de Feed Safety está na cadeia de abastecimento de produtos para alimentação animal (feed). Portanto, a extensão do esquema de certificação para toda a cadeia de abastecimento em 2000 teve como objetivo realizar o controle dos riscos o mais rapidamenteo possível na cadeia de abastecimento de alimentos onde ocorrem perigos/riscos. Também introduzimos o slogan ‘Feed for Food’ para conscientizar que os subprodutos da indústria de alimentos [food] não são resíduos, mas usados como ração para animais produtores de alimentos.

2.      APPCC: O código GMP era reativo. Para nos tornarmos mais pró-ativos, também integramos o APPCC ao esquema. Isso foi apenas alguns anos antes de ser introduzido na indústria de alimentos [food].

3.      Rastreabilidade, comunicação de crise e EWS: Todas as ferramentas anteriores são úteis para evitar a contaminação, mas também aprendemos que a cadeia de suprimentos é complicada e nem todos os perigos / riscos podem ser identificados com antecedência. Por isso, introduzimos algumas ferramentas para permitir que as empresas atuem de forma correta e rápida em caso de uma contaminação inesperada. Introduzimos requisitos para gerenciamento e comunicação de crises às empresas e rastreabilidade. Para fortalecer o controle de danos ao nível do setor, também introduzimos o Early Warning System [Sistema de Alerta Prévio].

Veja a figura abaixo. Estes são os principais blocos de construção do sistema GMP+ desde 2000. Demorou cerca de 5 anos (2000 – 2005) para implementá-lo em toda a cadeia de abastecimento. Foi eficaz para evitar emergências de Feed Safety e, caso ocorra, ter ferramentas adequadas de controle de danos. Além disso, introduzimos a certificação completa de terceiros em 2003.

Leonardo: O GMP+ deixou de ser administrado pelo PDV em 2010, com a fundação do GMP+ Internacional. Como foi essa transição? Como isso influenciou em relação ao esquema GMP+ que conhecemos hoje?

Johan: O PDV era uma típica organização semi-governamental holandesa. Devido à extensão a toda a cadeia de abastecimento, conseguimos a participação de empresas certificadas em todo o mundo, mais fora da Holanda do que dentro. Em 2008 já mais de 10.000 em todo o mundo. Por isso, decidimos criar uma organização independente, GMP+ International, apta para operação internacional e envolvimento de stakeholders de todo o mundo. Essa mudança da organização gestora não impactou o esquema de certificação GMP+. Atualizamos apenas o logotipo GMP+ FSA que é usado até hoje.

Leonardo: O GMP+ FSA é um esquema de certificação que inclui vários documentos (além dos documentos principais, especificações técnicas). O que o motivou a adotar esse modelo?

Johan: O esquema abrange todas as etapas da cadeia de fornecimento de ração, portanto, vários e diferentes processos e tipos de empresa. Por um lado, temos documentos com requisitos que as empresas devem cumprir para se tornarem certificadas. Por outro lado, temos documentos com requisitos que os organismos de certificação têm de cumprir. Tentamos torná-lo o mais claro e acessível possível.

Leonardo: Qual foi o maior desafio que você enfrentou como uma das lideranças desta iniciativa desde 1992?

Johan: O maior desafio no início foi convencer as pessoas da indústria a estabelecer os requisitos por conta própria. Uma mudança fundamental do mindset era necessária. O autocontrole via certificação privada foi considerado como aumento de custo sem valor agregado e limitação de graus de liberdade. Em segundo lugar, um desafio foi estender o escopo da certificação a toda a cadeia de suprimentos antes de 1999. Para ser honesto, os escândalos com grande atenção da mídia ajudaram a mudar, porque pressionaram a imagem da indústria e tiveram enormes consequências financeiras (prejuízos, problemas de exportação, pressão de preços e aumento dramático do prêmio do seguro de responsabilidade do produto). A experiência de que os instrumentos GMP+ (desde 2000) foram eficazes e agregaram valor, que as empresas apreciaram, foi a melhor recompensa pela luta que tivemos durante os primeiros dez anos. Hoje em dia, a parte desafiadora é como garantir que esse sistema esteja vivo por muitos anos. Por isso, temos a atenção para fomentar a Cultura de Feed Safety em todo o mundo.

 Leonardo: Qual você acredita ser a maior diferença entre o esquema GMP+ e outras normas Feed?

Johan: A grande diferença do GMP+ em comparação a outros padrões voltados ao segmento feed é que ele cobre toda a cadeia de fornecimento e é aplicada em todo o mundo. Isso significa que é aplicável em todas as diferentes regiões e situações. O esquema é focado no mercado, estabelecemos os padrões de acordo com o que é necessário e aplicável à indústria e continuamos a ouvir. Além disso, oferecemos às empresas serviços adicionais como nossos Feed Support Products, Transport Database [IDTF] e GMP+ Academy.

 Leonardo: Como você vê os paralelos entre padrões food (como FSSC 22000) e feed (como o GMP+ FSA)?

Johan: Assim como o GMP+ FSA, o FSSC 22000 também é baseado no ISO 22000. Seu núcleo é o setor de alimentos [food], mas também possui uma norma feed para indústrias produtoras de alimentos e geram coprodutos utilizados na alimentação animal. A GMP+ International possui um protocolo de auditoria combinado para empresas de processamento de alimentos que desejam um certificado FSSC22000 para o mercado food e um certificado GMP+ FSA para o mercado feed. O valor agregado do GMP+ FSA é que é mais feito sob medida para o setor feed por meio de suas especificações técnicas e nossos suportes (Feed Support Product, GMP+ Academy, etc.).

 Leonardo: Como você vê o Brasil dentro do esquema GMP+? Como você vê o potencial para o futuro da norma no país?

Johan: A partir de 2000, quando introduzimos a abordagem em cadeia, as unidades brasileiras de esmagamento de oleaginosas, processadores de frutas cítricas, empresas de trade e terminais de armazenamento são certificados GMP+ FSA. O principal motivo é a exportação de farelo de oleaginosas e polpa cítrica para a Europa. Na última década, observamos um crescimento constante do número de produtores certificados de matérias-primas para alimentação animal [feed materials], bem como comerciantes de feed materials processados, soja e milho, devido à crescente exportação. Uma oportunidade adicional para as empresas brasileiras é que a demanda pela certificação GMP+ FSA está crescendo tanto na Europa quanto na Ásia e no Oriente Médio. O GMP+ é o certificado internacional de garantia de Feed Safety mais conhecido no mundo, com mais de 19.000 empresas certificadas em 88 países em todo o mundo. Espero também mais oportunidades para outras categorias de feeds, como farinha de carne e osso da indústria brasileira exportada para o mercado asiático. Um certificado GMP+ FSA dará preferência no mercado. Um certificado GMP+ FSA é um passaporte para o mercado internacional.

Para o mercado doméstico, um certificado GMP+ FSA agregará valor às empresas brasileiras devido às novas regulamentações do governo brasileiro para garantia de Feed Safety. Esquemas de certificação privada como GMP + FSA são aceitos e fornecem conformidade com os regulamentos feed nacionais.

Além das oportunidades de vendas, um certificado GMP+ FSA oferece mais benefícios: (i) processo de produção mais suave e eficiente, (ii) menor custo de falhas e riscos de mercado, (iii) funcionários mais motivados e envolvidos.

 Leonardo: O cenário Covid-19 deixará marcas nos padrões GMP+?

Johan: A Covid-19 não é um tópico de Feed Safety, embora tenha impacto na indústria feed por outros motivos. A única marca é uma implementação acelerada de auditoria remota. Já estávamos buscando possibilidades antes da pandemia, mas as restrições devido à pandemia para viagens estimularam a implementação da auditoria remota e a obtenção de experiências com ela.

 Leonardo: O que podemos esperar sobre o futuro do esquema GMP+?

Johan: As lições que aprendemos nos últimos 30 anos permitirão que o GMP+ International continue de forma sustentável, com forte comprometimento de muitas empresas e grupos de partes interessadas. Em agosto de 2021, recuei como diretor administrativo; e estou feliz por poder continuar apoiando a organização até minha aposentadoria completa no próximo ano. Tenho toda a confiança de que a nova gestão GMP+ e a equipe continuarão buscando valor agregado do esquema de certificação GMP+ e serviços (como FSP e GMP+ Academy) para feed. A unidade é e será: Feed Safety Worldwide. O comércio e a indústria brasileira de feed poderão continuar a colher os benefícios disso. A melhor garantia é a continuidade do envolvimento das partes interessadas brasileiras por meio da GMP+ Task Force Brasil. Este envolvimento será reforçado se os grupos de partes interessadas se tornarem parceiros da GMP+ International: ANEC já é um parceiro GMP+ feed, Sindirações um GMP+ Registered Training Institute e temos um GMP+ Registered Consultant / GMP+ Registered Trainer ativo, a Markovic Food Management. Torcemos para que novas parcerias surjam em um futuro breve.

Se quiser ler a entrevista em inglês, clique aqui.

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Nova Resolução de recall RDC 655/2022 da ANVISA – mudanças e peticionamento

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O objetivo da nova resolução RDC 655/2022 é:

Estabelecer os critérios e procedimentos para o recolhimento de alimentos, inclusive in natura, bebidas e águas envasadas, ingredientes alimentares, matérias-primas alimentares, aditivos alimentares, coadjuvantes de tecnologia de fabricação, embalagens e outros materiais em contato com alimentos e para a comunicação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e aos consumidores.

 As mudanças em relação à RDC n° 24/2015 já são conhecidas, mas não custa relembrá-las:

1) O capítulo III transformou-se em um único parágrafo, o artigo 21. Este capítulo diz que a empresa deve estar cadastrada junto à ANVISA, assim ela pode comunicar caso necessite realizar o recolhimento. Neste mesmo capítulo, consta que os relatórios de comunicação de recolhimento deverão ser protocolados junto à ANVISA pelo SISTEMA DE PETICIONAMENTO ELETRÔNICO pelo site https://www.gov.br/anvisa/pt-br. O passo a passo para peticionar está no link: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/sistemas/peticionamento/arquivos/passo-a-passo-peticionamento. Já para o peticionamento, é preciso acessar o link: http://antigo.anvisa.gov.br/en_US/peticionamento.

2) O capítulo IV no artigo 32 da antiga RDC 24 de 2015 passa a ser o artigo 30 da RDC 655/2022. O mais importante é facilitar muito a decisão das empresas no momento de recall a necessidade de comunicar aos consumidores ou não. Como isto é realizado? Pelo peticionamento eletrônico será decidido pela anuência prévia do conteúdo informativo da mensagem de alerta ao consumidor.

Comentando o artigo 1 do texto: o sistema de peticionamento não é tão fácil de realizar. É necessário instalar o programa internet explorer versão 6.0 ou superior como as versões 9,10 e 11. Como fazer esta instalação?  Acessar o botão modo exibição de compatibilidade exibido na barra de endereços e ele deverá ser ativado. Clicar no botão modo de exibição de compatibilidade, a fim de que o ícone mude de um contorno para uma cor sólida. Se houver dúvidas quanto ao procedimento, o site da Microsoft disponibiliza um vídeo explicativo a respeito (nota explicativa da Anvisa- BI chamado da ANVISA).

A dificuldade de conseguir acessar este sistema é que nem todos os modelos de computadores conseguem acessar o programa. Na maioria das vezes é necessário utilizar um modelo mais antigo.

As novidades estão aí e você deve lembrar de atualizar sua documentação da garantia de qualidade e utilizar as novas ferramentas disponibilizadas com as novidades e dificuldades comentadas neste texto. Experimente realizar o sistema de peticionamento, assim é possível evitar surpresas em momentos de crises.

Links relacionados:

https://foodsafetybrazil.org/rdc-2415-quem-deve-iniciar-o-recolhimento/

https://foodsafetybrazil.org/recolhimento-de-alimentos-principais-requisitos-da-resolucao-rdc-2415/

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Sinergia entre Segurança de alimentos e Segurança do trabalho na panificação

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Na indústria de panificação, devido às características das atividades envolvidas, muitos fatores podem afetar de forma negativa o cenário de produção. Neste contexto é possível associar os aspectos relacionados à Qualidade e Segurança dos Alimentos e de forma intrínseca ou não, a segurança do trabalho e a integridade do trabalhador.

A limpeza dos equipamentos e das instalações físicas é um desses fatores que gera discussões polêmicas no segmento da panificação. Em algumas etapas do processo produtivo é necessário realizar uma limpeza a seco, na qual o aspirador de pó é um dos equipamentos que contribuem para a remoção de todo o resíduo. O uso de água nesta circunstância eleva a umidade do ambiente,  favorecendo a contaminação microbiológica, especialmente por microrganismos da classe deterioradora.

No aspecto da Segurança do Trabalho, as panificadoras estão no grupo das indústrias que apresentam os seis principais tipos de acidentes de trabalho, que são: queda de altura, cortes, choques elétricos, contusões, fraturas e amputação. As masseiras, os fornos, as fatiadoras e os resfriadores são equipamentos que fazem parte de uma linha de produção de pães de forma, por exemplo, e podem oferecer esses riscos quando operados de maneira inadequada e irresponsável. É extremamente necessária a elaboração de Procedimentos Operacionais Padrão (POP) e uma política sólida de treinamentos dos funcionários na função com intuito de educá-los e mitigar os acidentes.

Esta abordagem evidencia a Qualidade e a Segurança do Trabalho como pilares robustos que sustentam a missão, visão e os valores de qualquer companhia, garantindo assim notoriedade e destaque no mercado de trabalho mediante seus resultados.

Você já se questionou o quanto essas áreas são extremamente consonantes e atuam em sinergia para o sucesso do negócio? Pois é, observei isso perfeitamente durante as minhas atividades quando Analista da Qualidade e representante dos trabalhadores na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Ao longo do mapeamento dos riscos ambientais, a qualidade pode ser prejudicada em casos de falhas na construção dos mapas de risco. Na indústria de panificação, o calor peculiar demonstra ser um dos principais riscos. A falha durante o mapeamento traz consequências negativas, pois o cenário de sudorese excessiva, frente à temperatura elevada no ambiente e ao uso de EPI inadequado dos funcionários, impactam as regras de BPF, permitindo o surgimento de possíveis Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). 

O mesmo acontece com a adequação dos maquinários mediante o cumprimento da NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), a norma que visa à proteção das máquinas e equipamentos com o objetivo de mitigar os acidentes de trabalho. No dia a dia da indústria é importante a participação da Qualidade devido aos resíduos gerados (massa e farelo de pão) ao longo da produção. Nesta ocasião, na confecção das proteções dos equipamentos, os materiais utilizados devem seguir os requisitos sanitários. Na Segurança de Alimentos, o impacto é com relação ao programa de limpeza e higienização, uma vez que são formados locais de difícil acesso, com surgimento de novas fontes de contaminação, principalmente de origem biológica.

Outra frente de atuação conjunta da Segurança do Trabalho e Qualidade é o combate à utilização indevida de ar comprimido. No que tange à limpeza dos equipamentos, o uso de jatos de ar para remoção do farelo no setor de embalagens contribui para o processo de contaminação dos pães por bolores devido ao aumento da carga microbiana do ar ambiente. No aspecto da segurança, o risco é de acidente grave em caso de manipulação inadequada, pois o direcionamento do ar contra a pele pode provocar uma embolia por ar nos vasos sanguíneos e, se for direcionado aos olhos, pode ocorrer um deslocamento da órbita ocular.

O fato é que, diante de toda esta abordagem, não restam dúvidas de que a Qualidade e a Segurança do Trabalho são setores que por si só carregam a responsabilidade de cuidar e preservar os dois grandes ativos de toda e qualquer organização, as pessoas e a marca. Neste contexto, os fatores extrínsecos, que são as características do ambiente em que o alimento se encontra, e as medidas de Segurança e Saúde Ocupacional devem ser percebidas como um agente colaborativo. Todavia é preciso entender que produzir com qualidade e praticar a segurança são responsabilidade de todos, independentemente da hierarquia. Caso contrário, a trajetória da empresa poderá ser estigmatizada por sucessivos erros e extremo fracasso.

Autores: Carlos Renato Cortes Aquino, Elaine Pinto, Gisela da Silva Costa, Larissa Dias Campos, Yoly Gerpe Rodrigues e Sérgio Thode Filho, todos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PCTA/IFRJ).

Imagem: foto de Anamul Rezwan no Pexels

Referências:

Guia trabalhista. Norma regulamentadora n.º 01 – disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. 09 mar. 2020. Disponível em http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr1.htm Acesso em 12 fev. 2022.

Guia trabalhista. Norma regulamentadora nº 5 comissão  interna  de  prevenção de acidentes. 07 out. 2021. Disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm.  Acesso em 12 fev. 2022.

Guia trabalhista. Norma regulamentadora nº 12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. 30 jul. 2019. Disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr12.htm. Acesso em 16 fev. 2022.

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Assuntos regulatórios nas indústrias de alimentos: entrevista com a colunista Talita Andrade

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O time de colunistas do Food Safety Brazil é formado por profissionais voluntários e de referência na área de segurança de alimentos. Para que os leitores conheçam um pouco da  história de cada um deles, fizemos uma série de posts dedicados a entrevistá-los. Hoje vamos conhecer Talita Andrade, engenheira de alimentos e MBA em Marketing pela UNICAMP. Atualmente é aluna de mestrado do Departamento de Ciência de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP. Desde 2005 atua na indústria de alimentos, tendo trabalhado em grandes empresas nacionais e multinacionais. Atua há quase 15 anos na área de Assuntos Regulatórios, e desde 2019 está na FrieslandCampina Ingredients como responsável pela área de Regulatórios na América Latina.

  • Talita, qual é o maior desafio para quem atua em Assuntos Regulatórios?

Resposta: Um dos maiores desafios é se manter atualizado, não somente em relação a novas legislações publicadas, mas principalmente em relação ao que está em discussão nas agendas dos órgãos e na pauta das associações de indústria. A área de Regulatórios deve ser os olhos e os ouvidos da empresa, com foco em mitigar riscos, trazer oportunidades de inovação e melhoria contínua, além de manter a empresa em conformidade com a legislação sanitária vigente.

Outro grande desafio é consolidar o papel de Regulatórios na companhia e construir uma relação permanente com todas as áreas da empresa, especialmente com os times de Marketing, Inovação, Jurídico, Comunicação, Qualidade e P&D, de modo que todos os fóruns e projetos tenham um representante de Regulatórios. É fundamental que todo projeto tenha um parecer sob a ótica das normas sanitárias e com a antecedência necessária para realização de ajustes quando couber.

  • Você está há quase 15 anos atuando em Assuntos Regulatórios. Que discussões são coisa do passado e quais ainda estão presentes?

Resposta: No passado, havia discussões com foco essencialmente técnico. Com o passar do tempo, a ótica do consumidor ganhou força, e hoje a presença dos órgãos de defesa do consumidor e ONGs nas discussões regulatórias é muito grande. Alguns bons exemplos são a publicação da norma de rotulagem de alergênicos em 2015 e da norma de declaração da presença de lactose em 2017, a publicação da nova legislação de rotulagem nutricional em 2020 e a publicação da norma de cereais integrais em 2021. Isso é algo que veio para ficar e influencia bastante a agenda dos órgãos.

A ótica da saúde também sempre foi considerada nas discussões, mas isso tem se intensificado nos últimos anos. Temos vivido recentemente relevantes movimentos regulatórios gerados por novos conhecimentos científicos, tais como restrições do uso de bisfenol nas embalagens plásticas, proibição do emprego de gorduras trans na produção de alimentos e o mais recente banimento do corante dióxido de titânio. Com a tendência crescente da busca por alimentação saudável, é fato que novas discussões regulatórias como estas surgirão.

Além disso, no passado havia menor divulgação das pautas em discussão pelas autoridades sanitárias no Brasil. No entanto, nos últimos anos, algumas ações de âmbito federal visando dar maior transparência às ações das autoridades reguladoras tem proporcionado ao setor regulado maior visibilidade das Agendas Regulatórias, o que é excelente. Também é algo que veio para ficar. E ainda, nota-se que, apesar de não termos no Brasil processos de regulamentação rápidos, esse mecanismo de publicização e organização das agendas já tem dado maior celeridade ao rito de publicações de novas normas alimentares.

  • E você considera que essa divulgação das agendas do processo regulatório, além de evitar que as empresas sejam “pegas de surpresa”, também diminuirá os impactos para o setor produtivo?

Resposta: Algo que também é relativamente novo e deve se perpetuar é a organização do processo regulatório no Brasil, com destaque para a obrigatoriedade da realização da Análise de Impacto Regulatório (AIR). Essa inovação é sem dúvida uma ferramenta crucial para a construção de novas legislações, de modo a avaliar e ponderar os impactos do futuro regulamento para todos os stakeholders envolvidos, ou seja, órgão regulador, setor produtivo e consumidor. Tal organização regulatória garante ainda a realização de etapas de participação social, como Consulta Pública e Audiência Pública, algo muito importante no processo regulatório, para contemplar o ponto de vista de todos os atores impactados pela norma. Outro destaque nessa organização regulatória é a previsão de realização da Análise do Resultado Regulatório (ARR), que visa avaliar os resultados obtidos após a publicação da norma e verificar se a mesma resolveu o problema regulatório e atendeu a necessidade pela qual foi criada, de modo a dar visibilidade ao órgão da necessidade de revisão e até mesmo de revogação. Sem dúvida, a AIR e a ARR geram um sistema regulatório mais equilibrado, construído com base em evidências científicas e em fatos reais do cotidiano da indústria. Isso não só resulta num impacto adequado das regulamentações, como também colabora para a solução do problema regulatório.

  • E o que parece ser o futuro das discussões regulatórias?

Resposta: Em relação ao futuro, não muito distante, está na pauta das autoridades sanitárias no Brasil a questão das novas tecnologias e inovação, por exemplo, carne de laboratório, produtos plant based, novos alimentos e novos ingredientes etc. Em outubro do ano passado, a ANVISA realizou oficinas técnicas sobre plant based para obter elementos para a identificação e a análise do problema regulatório, suas causas e consequências, e mapeamento dos agentes por ele afetados. O MAPA também está trabalhando neste tema, e em 2021 realizou a Tomada Pública de Subsídios sobre a regulação dos produtos plant based. A discussão de novos alimentos também está sendo trabalhada pela Agência na revisão das Resoluções 16, 17, 18 e 19/1999, prevista na Agenda Regulatória 2021-2023. Um dos tópicos em debate é o conceito de novo alimento e a definição de histórico de consumo, além dos requisitos para avaliação de segurança e comprovação da eficácia de claims. É inevitável pensar que as discussões do futuro estarão focadas no avanço tecnológico e inovação.

Algo bastante recente e que provavelmente vai se tornar pilar constante do processo regulatório no Brasil é o aproveitamento de análise realizada por Autoridade Reguladora Estrangeira Equivalente para regularização de produtos sujeitos à ANVISA. O tema foi tratado na Consulta Pública 1039/21 e tem forte relação com as discussões regulatórias das aprovações das vacinas no cenário da pandemia do novo coronavírus. Tendo em vista esse racional da CP, em novembro de 2021, a Gerência Geral de Alimentos da ANVISA disponibilizou quatro novos processos de avaliação de segurança e eficácia de novos ingredientes de alimentos, que permitem uma análise simplificada para alguns casos específicos, entre eles a avaliação de novos alimentos a partir do aproveitamento de análise realizada por autoridades regulatórias estrangeiras. Esse é um grande avanço que proporciona celeridade às inovações da indústria de alimentos. Vivemos recentemente essa experiência na empresa, e conseguimos aprovação da ANVISA em tempo recorde!

  • Está ficando mais simples ou mais complexo atuar em Assuntos Regulatórios?

Resposta: Na minha opinião, se por um lado o processo regulatório no Brasil está cada vez mais organizado com os órgãos provendo ao setor regulado ferramentas que facilitam o acesso aos regulamentos, o entendimento das normas, o acompanhamento e a participações nas agendas, por outro lado é crescente nas empresas a demanda para a área de Regulatórios frente ao avanço da tecnologia e da inovação, o que torna mais complexo atuar na área.

A modernização da indústria de alimentos em termos de matérias-primas, novos ingredientes e processos, somada às tendências de consumo que requerem saudabilidade, praticidade e conveniência, exigem do profissional da área maior domínio das normas, atualização diária, relacionamento contínuo com órgãos e associações e forte atuação na Agenda Regulatória. Tudo isso visando manter a operação da empresa em conformidade com a legislação vigente e garantir a continuidade do negócio, bem como viabilizar as oportunidades em lançamentos disruptivos e novos.

  • Talita, pensando no seu tempo, há uma programação prévia para atualizações (por exemplo uma hora por dia, 1x na semana)? Considerando que temos várias novas publicações, normas revogadas, qual a sua ferramenta preferida para se atualizar?

Resposta: Em relação à legislação nacional, diariamente leio os informativos do Diário Oficial da União (DOU) compilados pelas associações das quais a empresa é membro e pela consultoria que nos dá suporte. Essa é minha ferramenta favorita, porque é prática e rápida, além da publicação já vir acompanhada de análises e comentários.

Além disso, uma vez ao mês reviso as publicações por meio de um compilado mensal com todas as novas normas alimentares no Brasil. Em relação ao cenário internacional, recebo mensalmente um compilado de um banco de legislação contratado pelo global na Holanda. A movimentação no MERCOSUL e no Codex Alimentarius eu acompanho via associação com a frequência de acordo com a agenda dessas discussões. Além disso, visito constantemente os sites do MAPA e da ANVISA, e também acompanho estes órgãos e stakeholders pelo Linkedin. Por último, também fico atenta aos eventos e feiras que geralmente incluem workshops e palestras sobre temas regulatórios, além de webinars, que aumentaram grandemente durante a pandemia.

  • Talita, o que você sugere para pequenas empresas se manterem atualizadas e cumpridoras dos seus deveres, já que por tudo que citou há uma complexidade para gerenciar?

Resposta: Geralmente as pequenas empresas não têm um departamento de Assuntos Regulatórios, mas algumas áreas como Pesquisa e Desenvolvimento, Qualidade e Jurídico, são responsáveis por atividades como a avaliação de fórmulas, análise de viabilidade de projetos, registro de produtos, elaboração de rotulagem, análise da comunicação de produtos, defesa de notificações etc. Ou seja, a área funciona de forma desmembrada. Esse não é o modelo ideal. Nestes casos, para um adequado gerenciamento, é muito relevante investir em treinamentos para ter ao menos um profissional especialista em legislação com domínio do tema e visão do todo. Há também a possibilidade de contratação de consultoria, que pode ser responsável por todas as atividades ou para dar suporte pontualmente em casos mais complexos.

Também, por não ter uma área dedicada somente a Assuntos Regulatórios, é mais desafiador organizar um sistema de acompanhamento das novas publicações. Existe a opção, por exemplo, da aquisição de acesso a bancos de legislação que são providos de ferramentas de busca por categorias de produtos e temas, além de alertas de monitoramento do Diário Oficial personalizados. Outra opção novamente são as consultorias, que oferecem serviços como envio de e-mail mensalmente com o compilado das legislações publicadas e acompanhadas da análise dos impactos.

Para a saúde da empresa é muito importante ter um processo de follow-up das publicações. Em caso de não ter essa possibilidade de investir em ferramentas ou consultoria, como já citei, a empresa precisa de um especialista. Ao longo dos últimos anos, os sites dos órgãos como MAPA, ANVISA e INMETRO receberam grandes melhorias, como organização das bibliotecas de normas por categorias de produtos, publicação de documentos de “Perguntas e Respostas” e ferramentas de busca. Um profissional treinado pode conseguir um bom resultado usando esses recursos gratuitos. No site da ANVISA, por exemplo, todos os documentos de Perguntas e Respostas estão reunidos em uma única ferramenta, e todas as normas da Agência estão reunidas na Biblioteca de Alimentos. Já na Biblioteca do MAPA, as normas estão organizadas por categorias e temas.

  • E como uma empresa pequena pode participar das Agendas Regulatórias que você comentou?

Resposta: Sem uma área de Assuntos Regulatórios estruturada, também é mais difícil desenvolver estrategicamente as relações externas, tal como a filiação em associações de classe, que além de canal para atualização sobre novos regulamentos, é a principal porta para atuação nas discussões das Agendas Regulatórias e para maior proximidade com os órgãos. Tal acompanhamento e participação nos movimentos e fóruns regulatórios é de extrema relevância para mitigar riscos, reduzir impactos e aproveitar oportunidades de inovação ou até mesmo de redução de custos. As associações de maior porte podem ter um custo maior de anuidade, no entanto existem associações específicas que representam as pequenas indústrias e até mesmo os produtores artesanais. Eu recomendo fortemente que as empresas avaliem essa estratégia e dentro do possível ingressem nas associações de suas respectivas categorias.

Caso seja inviável investir na filiação em associações, como mencionei, os sites dos órgãos hoje em dia estão bastante organizados, e um profissional treinado consegue navegar e obter informações sobre status de cada tema das Agendas Regulatórias e também consegue enviar posicionamento da empresa nas Consultas Públicas. Por exemplo: as Consultas Públicas do MAPA estão organizadas no SISMAN – Sistema de Monitoramento de Atos Normativos. Já as Consultas Públicas da ANVISA estão disponíveis na página da Agência.

De novo, esse não é o modelo completo e ideal, mas já é uma forma mínima para estar ciente das discussões em andamento.

  • Para encerrar, quais os posts que você mais gostou de escrever e quais tiveram maior repercussão?

Resposta: Meus temas favoritos são rotulagem e aditivos alimentares. Então tenho um “carinho especial” pelos seguintes textos: “Rotulagem de alimentos para fins industriais: como elaborar?”, “Adoçantes são seguros? Uma abordagem sob a ótica de Food Safety e Regulatory Affairs”, “Alegações na rotulagem de alimentos: o que pode e o que não pode?” e “Dúvida de leitor: quais as normas do INMETRO para rótulos de alimentos?”.

Entre os de maior repercussão, escrevi o texto “Produção e Comercialização de alimentos artesanais – saiba por onde começar para regularizar seu negócio”, que foi o quinto post mais lido em 2021 no Food Safety Brazil.

Se você deseja conhecer outros textos da Talita Andrade sobre legislação de alimentos, clique aqui.

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A nova árvore decisória do Codex Alimentarius

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O relatório da 52ª seção do Codex Alimentarius trouxe uma novidade que está causando um frenesi nos amantes do HACCP, um modelo de árvore decisória!

Árvores decisórias são ferramentas de análise lógica na forma de representações gráficas que ajudam na tomada de decisão sobre considerar uma etapa de processo um PCC (Ponto Crítico de Controle) ou não.

Assim, árvores decisórias ajudam especialmente no Princípio 2 do HACCP, que trata da identificação de PCCs.

Segue uma tradução livre desta árvore decisória:

Figura 1: Tradução livre da árvore decisória do Codex Alimentaius. Como as saídas dos passos 2 e 3 são muito similares levando à mesma lógica na árvore original, nesta tradução foi considerada como sendo a mesma saída. 

Importante informar que esta árvore decisória é um EXEMPLO, portanto uma sugestão que você pode usar ou não. Outros modelos de árvores ou ferramentas lógicas continuam sendo utilizadas.

Note que esta árvore decisória, justamente por seguir o HACCP clássico do Codex Alimentarius, não apresenta em sua linha de raciocínio um caminho que diferencie conceitualmente PCCs e PPROs (Programa de Pré-Requisitos Operacionais), o que a torna menos útil para quem tem, por exemplo, um SGSA com base na FSSC 22000.

Neste caso, sugiro que deem uma olhada no artigo HACCP na produção de alimentos: minha árvore decisória favorita que apresenta um modelo que contempla caminhos lógicos distintos para identificação de PCCs ou PPROs.

Acesse o Codex Alimentarius pelo link https://www.fao.org/fao-who-codexalimentarius/en/.

Você gostou deste modelo de árvore decisória? Não gostou? Deixe sua opinião nos comentários!

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Food Safety Brazil comemora 10 anos de existência!

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O tempo voa! Este ano o Food Safety Brazil completa 10 anos de existência!Esta é uma história que tem muito a comemorar. Por aqui tivemos a honra de conviver com profissionais das diversas áreas da cadeia produtiva de alimentos: engenheiros, veterinários, biólogos, químicos, e muitas outras profissões que contribuíram para fazer com que o Food Safety Brazil fosse uma referência em conteúdo de segurança de alimentos. Somos muito gratos a todos que fizeram e fazem parte da nossa história

 

Parece que foi ontem mesmo que preparamos o vídeo comemorativo de 5 anos. E foi emocionante…. Quer conhecer a primeira metade da nossa história?  Clique aqui para relembrar este momento.

 

Nestes 10 anos podemos dizer que fomos maleáveis a todas essas mudanças pelas quais passamos, sejam elas no âmbito regulatório, no cenário global, e no direcionamento da nossa organização. E também fomos receptivos aos talentos que vieram fazer parte da nossa equipe.

Para comemorar os 10 anos do Food Safety Brazil, estamos preparando pílulas de alegria, conhecimento e reconhecimento. Teremos depoimentos, entrevistas e muito conteúdo rico para renovar os nossos votos com vocês, leitores. 

Vamos fortalecer nosso compromisso de compartilhar conhecimento e experiências em segurança de alimentos.

 

Venha com a gente!

 

Fernanda Spinassi, Presidente da Associação Food Safety Brazil

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Manual de Boas Práticas para auditados – Parte 2

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Continuamos aqui com novas dicas de comportamento e práticas para auditados, os profissionais que recebem auditorias. Caso não tenha lido a parte 1, clique aqui.

 4. Saber delegar responsabilidades

“Isso aí é coisa da Qualidade!” Isso é familiar pra você?

Essa é uma falha enorme em qualquer Sistema de Gestão, além de (infelizmente) ser bastante comum. Direcionar toda a responsabilidade de assuntos relacionados à Segurança de Alimentos ao departamento de Qualidade simplesmente impossibilita o estabelecimento de qualquer Sistema de Gestão minimamente operacional (sim, você pode eventualmente conseguir um certificado, mas ele será apenas um papel na parede). Isso ocorre geralmente por um erro na concepção da Alta Direção e diversas vezes também dos responsáveis pelo depto. de Qualidade.

Fica a reflexão: Substituindo Segurança de Alimentos por Segurança do Trabalho… Quem é responsável por garantir que o trabalho seja realizado de forma segura? É o Técnico de Segurança do Trabalho ou são todos os funcionários?

Bem… a solução é muito simples. Delegar responsabilidades dentro da companhia, desde responsabilidades gerenciais até operacionais. Todos devem se sentir responsáveis pela segurança do produto. Em resumo, deve-se criar uma Cultura de Segurança de Alimentos (tema bastante tratado neste blog, por exemplo: aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

 

5. Ser aberto a melhorias

“Ao evitar os erros estamos evitando também a nossa evolução”.  Creio que ninguém aqui goste de errar, porém precisamos admitir que somos falíveis. E, como na frase acima, precisamos saber aprender com as falhas que cometemos, e utilizar para o nosso crescimento (usando outro aforismo, “fazer do limão uma limonada”). Este é o antigo, mas sempre atual conceito da melhoria contínua.

Bem… tudo isso é lugar comum, ok? Sim, mas infelizmente é bastante frequente empresas e auditados adotarem uma postura refratária durante a auditoria. Este comportamento advém de diversos fatores, e reflete na maioria das vezes, não apenas a visão de um profissional, mas a cultura organizacional. Este outro post fala muito bem sobre este tema, mas adicionando um relato particular. Vejo bastante este tipo de visão (atuando há anos como auditor) em indústria de grande porte com estrutura corporativa.

Para saber mais sobre mudanças em cultura organizacional, recomendo a leitura do livro “Você é o que você faz: Como criar a cultura da sua empresa”, lançado em 2021.

O recado que gostaria de deixar para os auditados é: não tenham medo de não conformidades. Elas não são coisa de outro mundo. E também, o auditor não é um vilão. Elas devem ser vistas como oportunidade de reflexão e de melhorar o Sistema de Gestão de vocês.

 

6. Saber questionar

O auditor não é dono da verdade, assim como os auditados também não são.

Independentemente do nível de qualificação do auditor, o processo de auditoria possui dificuldades inerentes, que passam por exemplo, pelo fato de diversos requisitos normativos serem subjetivos. Isso pode trazer uma infinidade de possíveis interpretações em uma mesma sentença, o que leva a questionamentos de ambas as partes.

Quando estes embates técnicos ocorrem, é importante que o auditado saiba como agir. Se você não concorda com o ponto do auditor, questione a ele, de forma educada sempre (recomendo a leitura deste post), em que ponto da norma ele está se baseando. Caso o auditor esteja atuando fora destas linhas, utilize seus argumentos.

Ressalto aqui um argumento que deve ser proibido “isso nunca foi solicitado / apontado em outra auditoria”.  Cada auditoria é uma auditoria, e cada auditor é um auditor. Estando dentro do escopo de aplicação da norma, está tudo certo.

Procurem ao máximo resolver a questão durante a auditoria, mas caso o auditor se mostre inflexível e você tenha convicção quanto ao seu ponto, solicite reversão à certificadora. A Revisão Técnica irá avaliar esse pedido e poderá acatar ou não.

 Espero que tenham gostado das dicas!

Quero ouvir a opinião de vocês. Exemplos são bem-vindos, assim como sugestão de novos tópicos. Quem sabe vem por aí uma Parte 3. Até logo!

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Segurança de Alimentos nas empresas: nossas dificuldades são as mesmas?

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Ao assistir a uma palestra no final de semana com a presença de profissionais da área de Segurança de Alimentos de diferentes empresas e nacionalidades, questionei-me por que nossas dificuldades são sempre as mesmas. Qual o grande desafio, por que ainda não acertamos?

No dia a dia, atuando diretamente na qualidade, deparo-me com reclamações alegando que os procedimentos são chatos, complexos, difíceis, e que os colaboradores não realizam suas tarefas e não querem aprender. Isto nos faz refletir que promover a Cultura de Segurança de Alimentos torna-se cada vez mais distante e inatingível. Como engajar os colaboradores?

Em contrapartida, temos muitas normas, legislações, padrões internos do cliente, procedimentos internos da empresa e precisamos nos adequar e cumprir todos. Qual é a mágica?

Precisamos sim e me incluo na necessidade de obter melhoria contínua. Devemos lembrar que os responsáveis são pessoas, que assim como eu e você, possuem emoções e comportamentos que se refletem nos resultados.

Entre erros, acertos e experiências, compreendi que não mudo os conceitos, “regras” e pessoas instantaneamente. Não é fácil, mas posso confidenciar que uma das melhores sensações que vivenciei como Nutricionista de Qualidade foi receber a ligação de um cozinheiro relatando que está cursando Nutrição. Nesse momento, você entende o quanto é valioso o que faz e o quanto o exemplo muda a vida das pessoas ao seu redor.

As normas, legislações, padrões internos dos clientes, procedimentos da empresa sempre existirão e fazem parte do jogo, o que definirá o resultado será sempre como você conduzirá. Trabalhar com Segurança de Alimentos é sobretudo trabalhar com pessoas e talvez seja essa a grande mágica. O líder que educa é capaz de formar um time com uma base sólida de conhecimento, muito mais capaz de entregar resultados, mas jamais através de cobranças puras e simples. Assim, “faça porque o auditor vem aí” ou “faça porque está no procedimento” não vai alavancar nenhum resultado. Quando o gestor que fomenta este discurso volta para o ar condicionado da sua sala, as pessoas que estão no calor e/ou na umidade de uma sala de processos farão apenas aquilo que for mais confortável para elas, o que me parece razoável de compreender. Ninguém, nem você, gosta de fazer coisas sem saber o porquê.

Já decorou a política, os procedimentos, colocou o EPI, identificou os alimentos? A chata da qualidade está vindo! Sempre acreditei na liderança pelo exemplo. Os melhores treinamentos foram os realizados juntamente com os colaboradores. Demonstrar na prática qual o motivo da higienização, iniciar no sentido de cima para baixo e dentro para fora, não realizar a varredura a seco e sim varredura úmida, a importância da utilização correta do EPI para sua única e exclusiva segurança, como identificar os alimentos, nunca fizeram tanto sentido quando exemplificados. A percepção é que a equipe compreende que o procedimento que está escrito no papel é mais simples do que pensavam e que pode ser realizado.

Seguimos em frente capacitando nosso time, aprendendo diariamente com erros e acertos, estreitando relações, escutando o próximo e com a certeza de que estamos promovendo verdadeiramente a Cultura de Segurança de Alimentos e não aquela cultura de gaveta, do manual bonito, mas que quando acaba a auditoria de certificação de Segurança de Alimentos, traz de volta a vida “normal” da empresa.

Larissa Dias Campos é do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ).

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Pérolas da internet: veja as publicações mais engraçadas sobre segurança de alimentos

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Nem só de assuntos sérios vivem os especialistas em segurança de alimentos. Sempre trocamos “memes” pelas redes sociais e gostaríamos de compartilhar as melhores pérolas com vocês, nossos leitores!

Seguem abaixo as tais pérolas, ou as publicações mais engraçados sobre segurança de alimentos.

Divirtam-se!

Ninguém mandou fazer o descongelamento fora da refrigeração!

 

Contaminação física daquelas bem visíveis!

 

E a revisão desse rótulo? Zero açúcar, zero gordura, zero lactose… zero gosto?

 

Que tenha sido registrado, né?

 

Este tipo de sal eu não conhecia!

 

E quem viveu não esquece a dor de barriga!

 

Será que o utensílio utilizado está adequado? A vigilância sanitária viu isso?

 

Isso que é alimentação fitness!

 

Muita gente quando adoece ainda duvida que a causa pode ter sido a comida de dentro de casa!

 

Será que o desconto é válido para despesas com hospital? O mais triste é que este não é meme!

 

 

A intoxicação vem!

 

Não, formigas não fazem bem para a vista!

Os “memes” são ótimos para distrair e rir um pouco, mas precisamos lembrar que o conhecimento salva vidas! Assim, separamos alguns dos nossos posts sobre a segurança de alimentos no dia a dia para você mandar para todos os amigos e familiares. Boa leitura!

Tenho comida congelada há meses. Posso consumir com segurança? “Causos” sobre segurança de alimentos em casa

Acabou a luz! E agora? Como garantir a segurança dos alimentos sem energia elétrica

Segurança de alimentos x boas maneiras: será que a culpa é sempre do estabelecimento onde comemos?

15 hábitos que oferecem riscos à saúde e que antes eram considerados aceitáveis, mas com a pandemia de coronavírus, não são mais

Manual da geladeira segura e organizada – Dicas para manter sua comida bem refrigerada e sem riscos

Os 10 grandes erros de food safety no churrascão de domingo – sua saúde pode estar em perigo

A televisão pode gerar maus exemplos de Boas Práticas na cozinha?

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Aplicação de APPCC na prevenção de Legionella

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Se você nunca ouviu falar de Legionella, nunca mais vai olhar uma fonte de praça da mesma forma… Prepare-se!

O blog Food Safety Brazil já mencionou um livro muito completo sobre Legionella nesse post, mas vamos a um breve resumo.

As bactérias do gênero Legionella são pleomórficas, Gram negativas, catalase positivas, aeróbias, não esporuladas e se desenvolvem especialmente em água contendo protozoários e amebas ou superfícies com biofilmes. Podem estar presentes em qualquer fonte natural de água, porém somente irão proliferar em sistemas de água se encontrarem condições favoráveis. Existem mais de 52 espécies e 71 sorogrupos descritos, sendo a mais letal a Legionella pneumophila SGI sorogrupo 1. Vamos entender melhor isso?

Os primeiros casos de legioneloses foram reportados em agosto de 1976, na Filadélfia, em uma convenção de legionários norte-americanos no hotel Bellevue Stratford. Os doentes apresentaram sintomas como cansaço, dores no peito e febre três dias após a convenção, e o surto teve mais de trezentas pessoas internadas e vinte e nove óbitos.

Após uma operação até então sem precedentes do CDC (Center of Desease Control and Prevention, o centro de prevenção e controle de doenças dos Estados Unidos) a bactéria Legionella pneumophila  foi finalmente isolada e identificada como presente no pulmão dos doentes, tendo sido também encontrada na torre de resfriamento que ficava no telhado do hotel e que espalhava gotículas de água contaminada pela calçada e lobby do hotel. As gotas podiam então ser aspiradas por quem passasse.

Essa descoberta levou a uma grande revisão das normas de manutenção e limpeza de sistemas de ar condicionado, além da revisão de casos similares anteriores que não haviam sido esclarecidos até o momento.

Desde então, diversos surtos de legioneloses têm sido reportados em todo o mundo, não só relacionados a sistemas de refrigeração, mas a muitos outros sistemas de água. E quando esse sistema possui chuveiros, fontes decorativas ou uma inofensiva piscina com hidromassagem, as gotículas de água contaminadas podem ser aspiradas e causar as legioneloses.

Enquanto estudos indicam que cerca de 15% das águas analisadas no Brasil apresentam Legionella, como não existe a obrigatoriedade de notificar as legioneloses, essas são enquadradas nos dados de óbitos do país dentro de um grupo genérico de pneumopatias e doenças do trato respiratório. Pesquisas estimam que 6% desses óbitos estejam relacionados à Legionella.

É importante salientar que a Legionella não é transmissível entre pessoas ou através dos alimentos, somente pela inalação de água contaminada. Os casos mais críticos são observados principalmente em idosos, fumantes e pessoas imunodeprimidas, por isso atenção especial deve ser dada a sistemas de água em hospitais.

As principais condições favoráveis ao desenvolvimento de Legionella são:

  • Temperatura abaixo de 50°C (com crescimento ideal entre 35 e 46°C)
  • Estagnação (ausência de circulação da água)
  • Falta de tratamento de água (baixa concentração de cloro, por exemplo)

Mesmo que se aplique cloro ou outro biocida na concentração adequada, se a água ficar parada por longos períodos, a concentração irá baixar e existe o potencial para desenvolvimento de Legionella.

Já viu, né? Agora toda vez que você ver aquela fonte jorrando água com uma pessoa se refrescando ao lado vai pensar se a água daquela fonte não fica estagnada em algum ponto ou se a concentração de cloro está adequada!!

Com base nas principais formas de prevenir o desenvolvimento de Legionella, a norma ABNT NBR 16824 foi publicada em 2 de junho de 2020 propondo a aplicação da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle para prevenção de legioneloses associadas a sistemas hidráulicos.

A norma apresenta orientações detalhadas desde a fase de projeto até a manutenção e operação para:

  • Sistemas de água fria e quente
  • Torres de resfriamento e condensadores evaporativos
  • Piscinas e banheiras de uso coletivo
  • Fontes decorativas e outros dispositivos
  • Resfriadores de ar diretos e indiretos, pulverizadores, umidificadores e lavadores de ar
  • Sistemas prediais de água para serviços de saúde

Essa abordagem é baseada na norma ANSI/ASHRAE Standard 188 de 2018, dos Estados Unidos, que também sugere a análise de risco como forma de prevenir o desenvolvimento de Legionella em sistemas de água.

Embora a norma norte-americana tenha uma abordagem muito similar, ela não menciona explicitamente o método APPCC, ao contrário da norma brasileira.

A Análise de Perigos e Pontros Críticos de Controle é reconhecidamente uma ferramenta muito completa e assertiva para prevenção de riscos (no blog Food Safety Brazil existem diversos artigos sobre APPCC, como aqui e aqui) e a aplicação proposta pela norma da ABNT é muito acertada.

Os profissionais com experiência na utilização de APPCC em alimentos não encontrarão dificuldades em utilizá-la também para prevenção de Legionella nos estabelecimentos em que trabalhem. Sua presença na equipe multidisciplinar responsável pela elaboração do plano, juntamente com especialistas na operação, manutenção e projeto de sistemas de água, é positiva.

Dado que sistemas de resfriamento estão presentes em grande parte das indústrias alimentícias, o conhecimento dessa norma pelas equipes de Gestão de Qualidade e Segurança bem como das equipes que realizam manutenção nesses sistemas pode evitar ocorrências de surtos que podem comprometer os funcionários dessas empresas, bem como os habitantes da região em que essas instalações se encontram.

Ana Scachetti é engenheira de alimentos com vasta experiência em suporte técnico de linhas de processamento e envase asséptico. Atualmente é consultora e instrutora de treinamentos.

Imagem: CDC (USA)

Referências

  • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16824: Sistemas de distribuição de água em edificações – Prevenção de legionelose – Princípios gerais e orientações. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
  • BSR/ASHRAE Standard 188, Prevention of Legionellosis Associated with Building Water Systems
  • FERREIRA, A.P.; CUNHA, C.L.N. Pesquisa de Legionella pneumophila nas redes de abastecimento hospitalar. RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde, Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.208-214, Jul.-Dez. 2007. Disponível em https://homologacao-reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/904. Acesso em 24 fev. 2022.
  • PELLIZARI, H.P.; MARTINS, M.T. Occurrence of legionella sp in water samples from man-made systems of Säo Paulo – Brazil. Revista de Microbiologia, São Paulo, v.26, n.3, p.186-191, Jul.-Set. 1995. Disponível em https://www.scielo.br/j/rimtsp/a/rj433bgsNrY5nSZvJmqKFFB/abstract/?lang=pt. Acesso em: 24 fev. 2022.

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