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O que o BoS 6.0 do FSSC 22000 fala sobre Food Fraud?

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A revisão das decisões publicadas do BoSBoard of Stakeholders (Conselho de Grupos de Interesse) do Esquema FSSC 22000  foi publicada agora em abril de 2023 e encontra-se na versão 6.0. Em sua seção 2.5 – REQUISITOS ADICIONAIS DO FSSC 22000, o tema food fraud não mudou significativamente. Quem já tinha um bom plano implantado sobre este assunto, possivelmente terá de modificá-lo muito pouco ou nada.

A tradução de todos os requisitos adicionais do BoS da FSSC 22000 V 6.0 você encontrará clicando em  Tradução: Requisitos Adicionais da FSSC 22000 versão 6.0.

Primeiro vamos recordar que food fraud refere-se a prevenir atos desonestos, ou seja, transgressões de motivação econômica com a finalidade de ganho financeiro através de modificações intencionais nos produtos, tais como substituição de matérias-primas, diluição ou adição intencional de insumos não autorizados, levando à adulteração.

Ações típicas que configuram fraude podem ser exemplificadas por:

  1. Adição de água para aumento do volume em bebidas;
  2. Adição de reconstituintes como formol ou melamina para mascarar a adição da água e agir como um conservante no leite;
  3. Adição de conservantes, como a água oxigenada, para destruir microrganismos ou impedir sua multiplicação, aumentando a durabilidade do leite, assim como adição de neutralizantes, como a soda cáustica, para mascarar a acidez da fermentação microbiana;
  4. Adição de calda de açúcar, xarope de glicose, melado ou dextrina no mel de abelha;
  5. Adição de óleos como de soja ou milho no azeite de oliva;
  6. Carne moída com carne de segunda vendida como se fosse de primeira ou com excesso de sebo;
  7. Água de coco diluída, tendo o brix corrigido com uso balanceado de sacarose e glicose;
  8. Arroz fora do tipo indicado na embalagem;
  9. Carne de cavalo vendida como carne de vaca;
  10. Farinha diluindo a cúrcuma ou o urucum;
  11. Cássia vendida como canela;
  12. Pescada cambucu comercializada como robalo congelado, bagre como surubim, albaote dente curvo como filé de linguado ou cavalinha como sardinha;
  13. Produto produzido convencionalmente comercializado como se fosse orgânico;
  14. Café com excesso de defeitos vendido como extra forte, tendo como artifício mais tempo de torra para disfarçar os defeitos;
  15. Café misturado com milho, cevada, centeio ou outros grãos;
  16. Venda de produto vencido com data manipulada;
  17. Vinho, uísque ou cerveja com embalagem e rótulo trocados por outros de produtos mais caros.

Voltando ao esquema FSSC V 6.0, o assunto Food Fraud encontra-se no requisito 2.5.4, que se subdivide em dois requisitos como segue:

2.5.4.1 – Avaliação de vulnerabilidades, aplicável a todas as categorias:

A organização deve:

a) Conduzir e documentar a avaliação de vulnerabilidades de food fraud, com base em uma metodologia definida, para identificar e avaliar vulnerabilidades potenciais; e

b) Desenvolver e implementar medidas de mitigação apropriadas para vulnerabilidades significativas. A avaliação deve abranger os processos e produtos dentro do escopo da organização.

Grifado em letra amarela o que foi modificado na versão 6.0 do BoS.

Ou seja, a revisão enfatiza a necessidade de documentar a avaliação de fraude, usando uma metodologia definida, onde cabe bem alguma associada à gestão de riscos, e que deve, por motivos óbvios, abranger os processos e produtos dentro do escopo da organização.

2.5.4.2 – Plano, aplicável a todas as categorias:

a) A organização deve ter um plano de mitigação de food fraud documentado, com base nas saídas da avaliação de vulnerabilidade, especificando as medidas de mitigação e os procedimentos de verificação;

b) O plano de mitigação de food fraud deve ser implementado e apoiado pelo SGSA da organização.

c) O plano deve atender à legislação aplicável, abranger os processos e produtos no âmbito da organização e ser mantido atualizado.

Grifado em letra amarela o que foi modificado na versão 6.0 do BoS.

O requisito 2.5.4.2 complementa o 2.5.4.1, lembrando que documentar uma avaliação de vulnerabilidades com apropriadas medidas mitigadoras para prevenir riscos de fraude é justamente o que configura um Plano de Food Fraud.

Portanto, deve-se identificar e avaliar as potenciais fraquezas do processo através de um plano documentado com uma avaliação de vulnerabilidade que englobe toda a cadeia desde o monitoramento dos fornecedores até análises de seu próprio produto, garantindo que segue os ingredientes declarados, nas dosagens previstas e sem diluições indevidas.

Sobre Food Fraud, leia também:

Como obter informações sobre fraudes em alimentos

A fraude alimentar é assunto criminológico

Desenvolvimento da estratégia de mitigação de fraude, segundo o programa Food Fraud da U.S. Pharmacopeia

Mel: relato sobre fraudes no Brasil

Fraudes no leite: riscos para a segurança dos alimentos e para a Saúde Pública

Fraudes alimentares ainda são “hot topics”: abordagem para arroz

Alertas de fraudes em alimentos noticiados pela CE em 2020

Continue acompanhando o Food Safety Brazil e a série de posts aprofundando detalhes sobre os requisitos exigidos na versão 6.0 da FSSC 22000. 

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O que o BoS 6.0 do FSSC 22000 fala sobre Food Defense?

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A revisão das decisões publicadas do BoSBoard of Stakeholders (Conselho de Grupos de Interesse) do Esquema FSSC 22000  foi publicada agora em abril de 2023 e encontra-se na versão 6.0. Em sua seção 2.5 – REQUISITOS ADICIONAIS DO FSSC 22000, o tema food defense não mudou significativamente. Por isso, quem já tinha um bom plano implantado sobre este assunto possivelmente terá de modificá-lo muito pouco ou nada.

A tradução de todos os requisitos adicionais do BoS da FSSC 22000 v6.0 você encontrará clicando em  Tradução: Requisitos Adicionais da FSSC 22000 versão 6.0.

A Global Food Safety Initiativa (GFSI) define food defense como o processo que busca garantir a segurança de alimentos, ingredientes ou suas embalagens contra todas as formas de ataques maliciosos intencionais, incluindo ataques motivados ideologicamente, bioterrorismo ou por desafetos que queiram prejudicar a organização, levando à contaminação ou a produtos inseguros com o potencial de prejudicar os consumidores e a imagem das marcas.

Portanto, food defense tem como foco prevenir a intenção de causar danos aos consumidores ou às marcas e empresas por ataques propositais aos seus produtos.

Planos capazes de antecipar as ameaças de contaminação intencional são um desafio corrente nas rotinas de trabalho da cadeia produtiva de alimentos, requerendo esforços e recursos para sua correta implantação.

Para tratar o tema food defense, cabe iniciar com a condução de uma avaliação e identificação lógica das ameaças tentando responder a questões inerentes a esta questão, como:

  1. Quem poderia querer prejudicar a organização e por quais motivações?
  2. Como poderia fazer isso, por quais acessos e meios?
  3. Qual seria o potencial risco de impacto na saúde pública, imagem da empresa ou de suas marcas caso conseguisse?
  4. Como seria possível evitar que um ataque deste tipo acontecesse?

Voltando ao esquema FSSC V 6.0, o assunto Food Defense encontra-se no requisito 2.5.3 que se subdivide em dois requisitos como segue:

2.5.3.1 – Avaliação de ameaças, aplicável a toda as categorias:

A organização deve:

a) conduzir e documentar a avaliação de ameaças de food defense, com base em uma metodologia definida, para identificar e avaliar ameaças potenciais ligadas ao processo e produtos no escopo da organização; e

b) desenvolver e implementar medidas de mitigação apropriadas para ameaças significativas.

Grifado em letra amarela o que foi modificado na versão 6.0 do BoS.

Ou seja, a revisão enfatiza a necessidade de documentar a avaliação de ameaças usando uma metodologia definida, onde cabe, por exemplo, o uso de ferramentas apropriadas para a condução de gestão de riscos.

2.5.3.2 – Plano aplicável a todas as categorias:

a) A organização deve ter um plano de food defense documentado, com base na avaliação de ameaças, especificando as medidas de mitigação e os procedimentos de verificação;

b) O plano de food defense deve ser implementado e apoiado pelo SGSA da organização;

c) O plano deve atender à legislação aplicável, abranger os processos e produtos no âmbito da organização e ser mantido atualizado.

Apenas Categoria FII (Brokering / Trading / E-Commerce):

d) A organização deve garantir que seus fornecedores tenham um plano de food defense em vigor.

Grifado em letra amarela o que foi modificado na versão 6.0 do BoS.

O item “d” do requisito 5.4.3.2 trata de empresas cuja atuação se restringe a realizar negociações de compra e venda, chamando-as para a responsabilidade em relação aos fornecedores com quem escolhe negociar, o que pode significar ter um bom processo de qualificação que considere uma abordagem voltada para o tema food defense.

Para atender integralmente o que é requisitado no 2.5.3 do Esquema FSSC 22000 V.6, deve-se então,  após identificadas e avaliadas as vulnerabilidades, estruturar ações de proteção na cadeia produtiva, incluindo os fornecedores, sistema logístico, recebimento, utilidades usadas, processos industriais, de armazenamento e de distribuição.

Medidas típicas de food defense incluem, mas não se limitam à:

  1. Restrição de acesso às imediações, equipamentos e operações apenas às pessoas autorizadas;
  2. Monitoramento dos perímetros onde as plantas industriais estão instaladas;
  3. Proibição do uso de itens pessoais nas áreas de processo, armazenamento e demais áreas restritas;
  4. Uso de sistemas de controle eletrônico de acesso ou de alarme para áreas específicas, assim como monitoramento por câmeras, ou por pessoas para observação visual de áreas específicas;
  5. Uso da identificação pessoal por uniformes e crachás para sinalização clara de pessoas autorizadas em locais, equipamentos, áreas de controles e com operações restritas;
  6. Condução periódica de checagem da integridade de embalagens de insumos e produtos acabados;
  7. Avaliação crítica de fornecedores, parceiros e prestadores de serviço;
  8. Aplicação de selos, embalagens secundárias e terciárias, além de vedações para restringir o acesso ao produto;
  9. Manter fechadas as áreas mais vulneráveis;
  10. Uso de sistemáticas para o acompanhamento da carga após expedição e lacração de caminhões.

Importante considerar também que, por envolver questões de cunho pessoal e comportamental, a chave para manutenção de um bom plano food defense requer o conhecimento profundo não apenas dos processos, mas principalmente dos indivíduos envolvidos neles.

Sobre Food Defense, leia também:

Food Defense: conceitos e aplicação na garantia de qualidade de leite e derivados

Food Defense | Os 10 Mandamentos na Defesa dos Alimentos

Dicas para elaborar um procedimento de Food Defense

Food defense: protecting the global food system from intentional adulteration – Neal Fredrickson

Como implementar Food Defense?

Food defense em embalagens suscetíveis de alterações

Continue acompanhando o Food Safety Brazil e a série de posts aprofundando detalhes sobre os requisitos exigidos na versão 6.0 da FSSC 22000. 

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Gestão de equipamentos e projeto sanitário na FSSC 22000 6.0

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Em 31/03/2023 a FSSC 22000 publicou a nova versão 6.0 do seu esquema de certificação. Aqui no Food Safety Brazil você pode fazer o download (link) de uma tradução dos requisitos adicionais.

A nova versão da FSSC 22000 está dando o que falar. Os temas gestão de equipamentos e projeto sanitário chegaram com força total, com direito a requisito novinho só para eles. Não deveria ser uma surpresa, já que sempre influenciaram a segurança dos alimentos, mas pouco a pouco o assunto vem crescendo dentro do GFSI, que criou um escopo de certificação só para projeto sanitário (JI e JII).

Quais são as novidades?

Bem, nos requisitos adicionais recém-publicados pela Foundation, encontramos:

2.5.15 GESTÃO DE EQUIPAMENTOS

Além da cláusula 8.2.4 da ISO 22000:2018, a organização deve: a) Ter uma especificação de compra documentada, que aborde o projeto sanitário, os requisitos legais e do cliente aplicáveis e o uso pretendido do equipamento, incluindo o produto manuseado. O fornecedor deve fornecer evidências de atendimento às especificações de compra antes da instalação.

Bem, para que as especificações abordem projeto sanitário, é urgente a capacitação do time que toma decisão sobre a compra de equipamentos, como projetos e engenharia.  Estes “especificadores” têm que estar muito bem alinhados com as necessidades dos usuários, como manutenção, produção, higienização, com o devido feedback da qualidade, que conta se as superfícies e os produtos vêm mantendo seus padrões. O equipamento tem que ser de fácil limpeza, cumprindo determinadas características técnicas que nem sempre são amplamente conhecidas.

Aqui no blog já tem bastante informação que vai ajudar a esboçar as especificações:

https://foodsafetybrazil.org/requisitos-projeto-sanitario-do-fabricante-alimentos-para-fornecedor-equipamentos/

https://foodsafetybrazil.org/10-principios-de-projeto-sanitario/

https://foodsafetybrazil.org/manual-gratuito-de-conceitos-basicos-em-projeto-sanitario-ehedg-ja-esta-disponivel-em-portugues/

https://foodsafetybrazil.org/criterios-para-projeto-sanitario-de-equipamentos/

https://foodsafetybrazil.org/dicas-rapidas-para-desenvolver-um-olhar-critico-em-projeto-sanitario-2/

Outra parte do requisito fala sobre algo não tão novo, que é gestão de mudanças. Já deveria ser comum e corrente na cultura das empresas que alterações em equipamentos sejam feitas com uma avaliação crítica, pois isso muda o uso intencional e pode impactar os riscos.

b) Estabelecer e implementar um processo de gerenciamento de mudança baseado em risco para novos equipamentos e/ou quaisquer mudanças em equipamentos existentes, que devem ser adequadamente documentados, incluindo evidências de comissionamento bem-sucedido. Os possíveis efeitos nos sistemas existentes devem ser avaliados e as medidas de controle adequadas determinadas e implementadas.

Ficou abstrato que efeitos podem ser? Dica: podem ser os causados tanto por itens pequenos ou grandes…

Introdução ou remoção de componentes, ou alterações como:

Spray Balls: https://foodsafetybrazil.org/spray/

Mudança geral na fábrica: https://foodsafetybrazil.org/falha-no-projeto-sanitario-quando-a-fabrica-nasceu-errada/

Soldas: https://foodsafetybrazil.org/por-que-solda-tig-e-mais-indicada-para-industria-de-alimentos/

Acabamento de superfícies: https://foodsafetybrazil.org/passivacao-instalacoes-industria-de-alimentos/

Materiais de contato: https://foodsafetybrazil.org/elastomeros-e-sua-adequacao-a-aplicacao-nao-basta-ser-proprio-para-contato-com-alimentos/

Válvulas: https://foodsafetybrazil.org/valvulas-borboletas-projeto-sanitario/

Sensores: https://foodsafetybrazil.org/controle-de-nivel-tanques-seguranca-de-alimentos/

As empresas que já haviam capacitado suas equipes em projeto sanitário e já possuíam um fluxo de aprovação de novos equipamentos ou modificações não devem sentir tanto estas novidades. Para aquelas que estão tendo contato mais próximo pela primeira vez, passos importantes precisam ser dados para que que em abril de 2024 consigam demonstrar consistências nestes processos.

Continue acompanhando o Food Safety Brazil e a série de posts aprofundando detalhes sobre os requisitos exigidos na versão 6.0 da FSSC 22000.

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FSSC 22000 versão 6.0: overview sobre as principais mudanças

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Como já foi amplamente publicado nas redes sociais e nos grupos de mensagens, no último dia 31/03/2023 a FSSC 22000 publicou no seu site a nova versão 6.0 do esquema de certificação. Aqui no Food Safety Brazil você já pode fazer o download (link) de uma tradução dos requisitos adicionais. A NOVA versão trouxe muitas novidades e o aumento da abrangência de alguns requisitos já cobrados na versão anterior (5.1) do esquema.

Fazendo um balanço das mudanças, tivemos:

  • 5 NOVOS requisitos, sendo eles: Cultura de Segurança Alimentos e Qualidade, Controle de qualidade, Gestão de equipamentos, Perda e Desperdício de Alimentos e Requisitos de Comunicação.
  • 11 requisitos REVISADOS/INCLUÍDOS novos tópicos: Gestão de Fornecedores, Rotulagem de Produtos, Food Defense, Food Fraud, Uso do Logotipo, Gestão de Alergênicos, Monitoramento Ambiental, Transporte e Entrega, Design e Desenvolvimento de Produtos, Requisitos para organização multisite e Controle de perigos e medidas para prevenir a contaminação cruzada.
  • 2 requisitos que NÃO SOFRERAM ALTERAÇÕES foram: Verificação de PPRs e Status de Saúde.

Para auxiliar nossos leitores no entendimento desta NOVA versão do esquema, faremos um overview sobre as principais mudanças da FSSC 22000 versão 6.0. Lembramos que o processo de adequação para a versão 6.0 da FSSC 22000 é de 12 meses, ou seja, até 01/04/2024.

Gestão de Fornecedores

  • Este requisito sofreu aumento da abrangência.  A versão 5.1 especifica que as organizações estabeleçam e mantenham um processo de revisão de especificações de produtos acabados. Para a versão 6.0 da FSSC 22000, agora as organizações devem estabelecer e manter um processo de revisão de especificações. Não apenas dos produtos acabados, mas também das matérias-primas – (todas as categorias)
  • Os fabricantes de embalagem precisam estabelecer critérios relacionados ao uso de embalagens recicladas como matéria-prima na produção de material de embalagem – (aplicável apenas na categoria I)

Rotulagem de produtos

  • Em caso de alegações na rotulagem do produto referentes a: alergênicos, nutricional, método de produção, cadeia de custódia, status da matéria-prima, etc. A organização deve manter evidências de validação para garantir que a integridade do produto seja mantida – (todas categorias)
  • Estabelecer e implementar procedimentos sobre gerenciamento de arte e controle de impressão para atendimento dos requisitos legais e do cliente. Este procedimento deve conter no mínimo: Aprovação de padrão de arte; Processo para gerenciar mudanças nas especificações de arte e impressão; Aprovação de cada tiragem de impressão contra o padrão acordado; Processo de detecção e identificação de erros de impressão e por último e não menos importante: processo para contabilizar qualquer produto impresso não utilizado – (aplicável apenas na categoria I)

Food Defense

  • Através de uma metodologia definida, a organização deve conduzir e documentar a avaliação de ameaças de food defense – (todas categorias)
  • Obter um plano de food defense documentado, com base na avaliação de ameaças identificadas – (todas categorias)

Food Fraud

  • Através de uma metodologia definida, a organização deve conduzir e documentar a avaliação de vulnerabilidades a food fraud – (todas categorias)
  • Obter um plano de food fraud documentado, com base na avaliação de vulnerabilidades identificadas –  (todas categorias)

Uso do logotipo

  • Uma novidade caso a organização faça uso do logotipo é que a organização não pode utilizar o logotipo nos certificados de análise. Caso desejar usar nos meios permitidos, deverá solicitar uma cópia do logo atualizado do FSSC ao seu organismo certificador. Na versão 5.1 já não era permitido o uso no produto, rótulo e embalagens – (todas categorias)

Gerenciamento de alergênicos

  • A organização deve obter uma lista dos alérgenos manipulados no local, inclusive em matérias-primas e produtos acabados – (todas categorias)
  • Com base na avaliação de risco, a organização deve identificar e implementar medidas de controle para reduzir ou eliminar o risco de contaminação cruzada – (todas categorias)
  • A organização deverá conduzir testes de verificação com uma frequência baseada no risco – (todas categorias)
  • Os rótulos de precaução ou advertência só devem ser utilizados quando o resultado da avaliação de risco identificar a contaminação cruzada de alérgenos como um risco para o consumidor – (todas categorias)
  • A nova versão especifica que a aplicação de rótulos de advertência não isenta a organização de implementar as medidas necessárias de controle de alergênicos ou realizar testes de verificação periodicamente – (todas categorias)
  • Revisão no mínimo anual do plano Gerenciamento de Alergênicos – (todas categorias)
  • Todo o pessoal deve receber treinamento em conscientização sobre alérgenos – (todas categorias)

Monitoramento ambiental

  • A organização deverá obter um programa de monitoramento ambiental baseado em risco para os patógenos relevantes, organismos deteriorantes e indicadores – (apenas categorias BIII, C, I e K)
  • O programa de monitoramento ambiental deve ser revisado para eficácia e adequação contínuas – (apenas categorias BIII, C, I e K)

Cultura de Segurança Alimentos e Qualidade

Um dos requisitos que estava sendo aguardado, para uma melhor definição sobre a abordagem a ser cobrada no esquema de certificação, é sobre a Cultura de Segurança de Alimentos.

  • Como parte do sistema de gestão, a organização deverá implementar e cultivar uma cultura positiva de segurança de alimentos e qualidade. No mínimo devem ser abordados os seguintes elementos: Comunicação, Treinamento, Feedback e engajamento dos funcionários, além de Medição do desempenho das atividades – (todas categorias)
  • Estes objetivos devem ser suportados por um plano de ação documentado (com metas, cronogramas e revisados pela gestão) para desenvolvimento da Cultura de segurança de alimentos e de qualidade – (todas categorias)

 Controle de qualidade

Uma das grandes surpresas nesta versão 6.0 da FSSC 22000 foi a inclusão dos requisitos de Controle de Qualidade.  No entanto, outras normas acreditadas pelo GFSI, como a BRCGS e IFS, já cobram em seus escopos o requisito sobre controle de qualidade – (todas categorias)

  • A organização deve estabelecer, implementar e manter uma política e objetivos de qualidade, além de parâmetros de qualidade de acordo com a especificação do produto;
  • Inserir na auditoria interna elementos de qualidade conforme definido no item 9.2 (Auditoria Interna) da ISO 22000 – (todas categorias)
  • Realizar análise e avaliação dos resultados dos parâmetros de qualidade e considerar como entrada para a análise crítica pela alta gestão – (todas categorias)

Transporte, Armazenagem

  • As organizações que usam tanque para o transporte de seu produto acabado devem ter um plano documentado baseado em riscos para tratar da limpeza dos tanques – (todas categorias)
  • As organizações que recebem matéria-prima em tanques devem adotar medidas para prevenção da contaminação cruzada, validação da limpeza do tanque, restrições relacionadas ao uso anterior – (todas categorias)

Controle de perigos e medidas para prevenir a contaminação cruzada

  • Como medidas para prevenção de corpos estranhos, a organização deve ter uma avaliação de risco para determinar a necessidade e o tipo de equipamento de detecção de corpo estranho – (todas categorias, exceto FII)
  • O gerenciamento de materiais estranhos inclui todas as quebras relacionadas à potencial contaminação física (ex.: metal, cerâmica, plástico rígido) – (todas categorias, exceto FII)

Verificação PPR (Programa Pré-Requisitos)

  • Sem novidades

Design e Desenvolvimento de Produto

  • Estabelecer verificações contínuas sobre o prazo de validade do seu produto – (Categorias BIII , C , D , F , I e K)
  • Para os produtos prontos para cozinhar, a instrução de cozimento fornecida no rótulo ou na embalagem do produto deve ser validada para garantir a segurança do alimento – (Categorias BIII , C , D , F , I e K)

Estado de saúde

  • Sem novidades

Gestão de equipamentos

  • A organização deve obter uma especificação de compra documentada, que aborde o design higiênico, os requisitos legais e do cliente aplicáveis e o uso pretendido do equipamento, incluindo o produto manuseado. O fornecedor deve fornecer evidências de atendimento à especificação de compra antes da instalação – (todas categorias, exceto FII)
  • Estabelecer um processo de gerenciamento de mudança baseado em risco para novos equipamentos e/ou quaisquer mudanças em equipamentos existentes – (todas categorias, exceto FII)

Perda e Desperdício de Alimentos

Algumas destas novidades estão associadas com a responsabilidade socioambiental e estão inteiramente conectadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 definidos pela ONU – Organizações da Nações Unidas. Um exemplo é o requisito Perda e Desperdícios de Alimentos, que está relacionado ao objetivo número 2 – Erradicação da Fome.

  • Um dos requisitos exigidos é determinação de uma política documentada e objetivos detalhados estrategicamente pela organização para redução da perda e desperdícios de alimentos – (todas categorias, exceto I)
  • Gerenciamento sobre os produtos doados a organizações sem fins lucrativos, empregados e outras organizações – (todas categorias, exceto I)
  • As organizações devem ter um gerenciamento de produtos excedentes ou de subprodutos destinados a ração animal para prevenir a contaminação destes produtos – (todas categorias, exceto I)

Requisitos de comunicação

  • A organização deve informar a certificadora dentro de 3 dias úteis do início dos eventos ou situações de resposta a emergências: – (todas categorias)
  1. Eventos graves que afetam o SGSA, a legalidade/integridade da certificação, ou que tragam danos à Segurança do alimento, desastres naturais por ação ou não do homem;
  2. Eventos públicos (recalls, retiradas, calamidades), ações impostas por órgãos reguladores, processos legais, parada forçada da produção, imperícia, negligência e atividades fraudulentas e corrupção;

Requisitos para organização multisite

  • Requisitos de eficácia da ação corretiva relacionadas a auditoria interna em organizações multisite – (Categorias E,F e G)

Continue acompanhando o Food Safety Brazil, pois em breve teremos uma série de posts aprofundando detalhes sobre os requisitos exigidos na versão 6.0 da FSSC 22000.

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BRCGS – Notícias do Fórum de Segurança de Alimentos

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A BRCGS, em parceria com a QIMA WQS, promoveu um fórum de segurança de alimentos presencial no dia 30 de março de 2023, em São Paulo, com a participação de mais de 200 pessoas, com o intuito de melhorar a gestão de segurança de alimentos em toda a cadeia de fornecimento e trazer atualizações sobre a norma BRCGS. Na agenda de palestras tivemos conferencistas nacionais e internacionais.

Os participantes queriam saber quais seriam as mudanças de requisitos na versão 9. Elas foram apresentadas por Juliane Silva e são:

  • Cultura de segurança de produto: consideração das mudanças de comportamento necessárias para melhorar a cultura;
  • APPCC – Plano de Segurança de Alimentos: a última publicação dos princípios APPCC do Codex Alimentarius influenciou a atualização de várias cláusulas;
  • Processamento terceirizado: novos requisitos adicionados para garantir que os processos terceirizados sejam incorporados ao plano APPCC do local e aos requisitos acordados em uma especificação;
  • Análise de causa raiz: cláusulas revisadas para garantir uma abordagem consistente, melhor ligação a outras seções para melhoria contínua;
  • Defesa do Alimento: seção agora específica para requisitos de defesa de alimentos, seção espelho de fraude alimentar da cláusula, para que o site (fábrica) possa optar por considerar os dois tópicos (defesa de alimentos e fraude de alimentos) juntos.
  • Equipamentos: várias normas e diretrizes do setor foram atualizadas, com recomendações detalhadas para equipamentos higiênicos. Seção atualizada para se alinhar com as melhores práticas atuais do setor;
  • Conversão primária animal: nova seção, controles específicos são necessários para garantir que os alimentos permaneçam seguros, autênticos e legais durante a conversão primária animal.

Esclarecimentos foram dados em relação às mudanças nas auditorias combinadas e às não-anunciadas.

As palestras foram:

  • Liderando o caminho na garantia da cadeia de suprimentos global – Jessica Burkey – BRCGS
  • Fraude em alimentos e produtos – impactos e controles – Valeska Vieira – Certifee
  • As análises laboratoriais aliadas à segurança de alimentos – Prevenção e Controle: Rubiana Enz – SGS
  • BRCGS Segurança de Alimentos versão 9 – o que mudou? – Juliane Silva – BRCGS
  • BRCGS: Além dos requisitos de auditorias – Deise Tanaka – QIMA WQS
  • Desafios para manutenção da segurança de alimentos na indústria de bebidas – Albanira Lima – AMBEV
  • Projeto Sanitário e programas de higienização sob ótica da BRCGS – Juliane Dias – Flavor Food
  • Cibersegurança e possível impacto de um ataque cibernético na segurança de alimentos/produtos – Vanessa Vieira (Claudio Ilorio) – CJI Solutions
  • Sustentabilidade e Segurança de Alimentos – Juliani Arimura – DNV
  • Formação da cultura de segurança de produto em indústria de embalagens – Andrea Damian – Bureau Veritas
  • Segurança de alimentos na produção de produtos “Gluten Free” – Camila Braune – Celivita

Todas as apresentações foram importantes para aquisição de novos conhecimentos, atualização de informações, com exemplos práticos e encontro com profissionais. Provavelmente uma das frases de maior impacto foi:

As pessoas da indústria precisam entender que suas ações podem matar.

Selecionei alguns tópicos abordados, referentes à manutenção de programas:

  1. Para evitar contaminação deve-se levar em conta:
    1. Pessoas
    2. Ambiente
    3. Processos
  2. A manutenção do programa de segurança de alimentos e qualidade baseia-se em:
    1. Atendimento a requisitos legais
    2. Verificações de processo
    3. Revisão de registros (análise)
    4. Sistemas integralizados
  3. A automação pode ajudar na segurança de alimentos
    1. A coleta automática de dados auxilia a abertura automática de Não Conformidades;
    2. O monitoramento online de parâmetros com condutividade permite intertravamentos e efetividade nos limites de processo;
    3. Os bancos de dados que oferecem soluções de análise podem ajudar muito na tomada de decisão.
  4. No aspecto de pessoas ouvimos que:
    1. A padronização de processos depende muito de treinamentos, que além de conceitos escritos, tem evoluído para ferramentas de vídeo e áudio;
    2. A segurança psicológica é importante para a resolução de problemas. Ter programa de escuta ativa muda a cultura de segurança de alimentos, mas precisa ser incentivada pela alta direção.
    3. É preciso definição clara de papéis e responsabilidades;
    4. Ajuda ter uma definição clara do propósito do produto, principalmente quando falamos de embalagem.

Resumindo: o evento foi ótimo para quem tem o propósito de produzir alimentos seguros e considera a norma BRCGS uma norma e ferramenta importante para ajudar nesse processo.

Fórum de Segurança dos Alimentos BRCGS tem QIMA/WQS como co-organizadora

Em que momentos a avaliação de riscos é crucial na norma BRCGS Food

Entrevista com Juliane Silva sobre a versão 9 da BRCGS

 

3 min leituraA BRCGS, em parceria com a QIMA WQS, promoveu um fórum de segurança de alimentos presencial no dia 30 de março de 2023, em São Paulo, com a participação de […]

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Correção X Prevenção, eis a questão

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Há basicamente duas formas de lidar com a segurança dos alimentos: pela via da correção e pela via da prevenção. Na prevenção, deve-se agir antes e evitar que um problema ocorra; já na correção, espera-se o problema acontecer para só depois agir.

O grupo de prevenção está constantemente melhorando suas práticas de segurança dos alimentos, aprimorando seu planos de HACCP, o treinamento de suas equipes, incluindo o fortalecimento de uma cultura de segurança de alimentos, garantindo a compra de matérias-primas, ingredientes e insumos seguros de fornecedores qualificados, fortalecendo seus programas de pré-requisitos, investimento em seus processos, projetos sanitários, melhorias nas plantas industriais e rotinas para minimizar riscos nos produtos. O grupo de correção espera até que haja uma não conformidade, uma reclamação ou um surto para agir.

Ambas as formas de lidar com a segurança dos alimentos requerem recursos financeiros, sendo que as empresas que têm uma cultura de correção são as famosas apagadoras de incêndio, correndo atrás dos problemas e arcando com os custos de mitigação de danos. Aquelas que agem dentro de uma cultura preventiva investem antes para evitar a ocorrência de problemas posteriores.

Em termos de gerenciamento de gastos, investir para prevenir problemas permite estimar, provisionar e gerenciar os recursos, mas no caso das organizações que esperam para agir depois, nem se trata de um investimento, e sim, de disponibilizar os recursos que forem necessários para mitigar os problemas. Isso pode se tornar bem dramático se houver danos aos consumidores, como em decorrência de processos judiciais ou indenizações, como nos exemplos a seguir:

  1. Chipotle, empresa com sede em Newport Beach na Califórnia, pagou a maior multa da história, de US$ 25 milhões, por ter sido responsabilizada por vários surtos (Salmonella em 2015, E. coli O157 em 2015, Norovírus em 2015/2017 e Clostridium perfringens em 2018) nos quais adoeceram mais de 1100 pessoas, felizmente, sem óbitos;Chipotle Mexican Grill - Wikipedia
  2. Peanut Corporation of America, devido a um surto de Salmonella que levou 714 pessoas a ficarem doentes, cerca de metade crianças. Nove pessoas morreram, 3 executivos foram presos e houve um prejuízo econômico gigantesco, pois a receita anual era de cerca de US$ 25 milhões, mas o custo do surto ultrapassou US$ 1 bilhão. Amendoim é um ingrediente usado em muitos outros produtos: só a Kellogg’s, um dos clientes da Peanut, estima que perdeu de US$ 65 – 70 milhões em produtos que precisaram recolher;Peanut Corporation of America - Wikipedia
  3. Jensen Farms teve problemas com um surto com Listeria, no qual adoeceram 147 pessoas e dessas 33 morreram. Seus donos, os irmãos Eric e Ryan Jenson, tiveram de pagar uma multa de US$ 150.000 cada um, faliram e foram condenados a cinco anos de liberdade condicional e seis meses de prisão domiciliar. Mas não para por aí, pois forneciam para vários players, e com isso, os processos se multiplicaram. Só com o Walmart, tiveram de fazer um acordo por um valor não revelado em 23 ações judiciais envolvendo o surto de Listeria ligado aos melões.

A mentalidade das empresas que se baseiam na lógica de só agir após a ocorrência do problema via uma correção obviamente não é proativa. Isso pode ocorrer por diversos motivos, seja por ignorância dos riscos, por desconhecimento de metodologias preventivas como o HACCP, por mera irresponsabilidade na gestão ou por apostar na probabilidade de que o problema não vai acontecer, literalmente contando com a sorte.

Já aquelas que direcionam suas ações por uma mentalidade em que se usa uma lógica preventiva são bem diferentes, são proativas, pois fazem um investimento inicial, o que a princípio pode parecer um fator oneroso, porém isso tem ROI (Return on Investment) uma vez que previne a geração de produtos não conformes, retrabalho, reclamações pagas, indenizações, recall e perda de imagem, como tratado no artigo “Gestão Estratégica em Food Safety“.

A prevenção em segurança dos alimentos é uma jornada contínua sobre a compreensão de seus muitos riscos e a implementação de procedimentos e processos para minimizar esses riscos.

As empresas que assumem essa responsabilidade implementam procedimentos que previnem riscos, o que inclui implantar, manter  e melhorar programas de GMP, MIP, PCAL, HACCP, e podem ir além, com um bom sistema de gestão em segurança de alimentos como previstos nos protocolos da FSSC 22000, IFS, BRCGS ou SQF, e para validar estas ações, passam por auditorias realizadas por organismos independentes e acreditados.

“A prevenção não é um trabalho de uma pessoa, mas toda a empresa precisa se unir à causa comum de proteger a marca e, mais importante, a vida dos clientes”.

Matt Regusci

Há ainda um outro tipo de empresa: aquela que finge ter uma mentalidade preventiva, inclusive aparentemente investindo em programas de gestão em segurança de alimentos, mas que efetivamente mascaram informações organizando as linhas industriais e registros somente quando vão receber clientes ou auditorias. Neste caso, os investimentos realizados nunca trarão o retorno esperado, e claro, a efetiva proteção dos produtos será bem capenga.

O papel das lideranças é obviamente fundamental para a construção de uma postura proativa de prevenção, tema que foi tratado no artigo “O perfil de líderes que favorecem a Cultura Food Safety “.

No dia a dia das organizações, como se sabe, a busca incessante pela redução de custos e despesas pode se tornar um impedimento para os investimentos iniciais voltados para ações de cunho preventivo, o que requer sempre uma consideração significativa sobre os riscos associados à segurança dos alimentos para incentivar a tomada de decisão. Porém, como visto no artigo “Food Safety agregando valor aos negócios“, ações preventivas são sempre um bom negócio.

A prevenção é a forma eficaz de se evitar os prejuízos decorrentes da correção.

É certo dizer que agir pela mentalidade da prevenção custa dinheiro, porém também é certo afirmar que agir pela mentalidade corretiva custa normalmente mais, pois há que se mitigar os danos causados, sem contar a irresponsabilidade que isto implica sobre a saúde pública.

Sobre este tema e para fortalecer os conceitos, leia também “Correção, ação corretiva e ação preventiva em empresas de alimentos.

E na empresa onde você atua, agem pela mentalidade da prevenção ou da correção? Conte-nos. 

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Tradução: Requisitos Adicionais da FSSC 22000 versão 6.0

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A comunidade Food Safety foi pega de surpresa na última sexta-feira com a publicação da FSSC 22000 (versão 6.0), disponível até o momento apenas em inglês (clique aqui).

O Food Safety Brazil não poderia ficar para trás e disponibiliza aqui a tradução do capítulo 2.5. Para baixar, clique aqui. Há uma versão com o destaque dos pontos alterados e outra sem.

Acompanhe o blog nos próximos dias, pois diversos posts serão publicados sobre esta nova versão, que vem cheia de novidades. Não perca!

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Encontro de profissionais da Garantia da Qualidade com muita Segurança dos Alimentos!

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Tecnologia a serviço da qualidade e segurança dos alimentos. Questões humanas e humanitárias. Avaliação de risco para tomada de decisão. Desafios de agora e do futuro. Estes são temas que permearão o VIII Encontro de Profissionais da Garantia da Qualidade, evento organizado pela Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos e a consultoria Flavor Food.

Após as privações da pandemia e as crises que a sucederam, a vontade de viver momentos de significado, de novo e ao vivo, é enorme. E a organização não poupou esforços para trazer num só lugar, promotores de discussões tão relevantes para o momento que que estamos vivendo.

Programação

17/05

Qualidade 4.0 na nova era da indústria de alimentos – Maria Carolina Andrade Gavioli, Neoprospecta.

Como o Blockchain pode ajudar a segurança dos alimentos – Carlos Rischiotto, IBM

Métodos avançados para avaliação da autenticidade de alimentos e bebidas – José Belarmino Neto, Eurofins.

Painel remoto

Segurança de alimentos e qualidade em emergências humanitárias – Fernando Ubarana, WFP (Egito)

Desafios e perspectivas da produção de alimentos com qualidade e sustentabilidade – Ellen Lopes, IFD RS (Portugal)

Perspectivas do uso do ozônio na indústria de alimentos – Vivaldo Mason Filho, Abrazônio

18/05

Contribuições da inovação para a qualidade – Cristina Leonhardt, Sra. Inovadeira

Novos patógenos significativos, mitos e verdades – Daiane Martini, Neogen

One Health: uso da inovação para gerenciamento de riscos em food Safety – Leonardo Premaor Teixeira, Hygiena do Brasil

Influenciar pessoas para atingir resultados: qual o papel do sistema de gestão nesse processo? – Giovanny Echer, O Boticário

Novos alimentos, novos perigos? Como garantir a qualidade e segurança de novos alimentos –

Cristiana Ambiel –Plant-Based.  The Good Food Institute

Amanda Leitolis – Carne Cultivada. The Good Food Institute

Os caminhos do varejo por alimentos mais seguros do campo à mesa – Julia Carlini, Carrefour.

(Parte da programação do Encontro está em construção).

Para se inscrever no evento, clique aqui.

Exposição

Além da programação tão especial, haverá uma exposição com empresas que trarão soluções muito práticas para as necessidades do dia a dia dos profissionais.

O local

Conheça a infraestrutura do local, que tem uma beleza à parte!

Você sabia que o Instituto Agronômico de Campinas foi fundado em 1887 pelo Imperador D. Pedro II e em 1892 passou para a administração do Governo do Estado de São Paulo?

Sua atuação garante a oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria, cooperando para a segurança alimentar e para a competitividade dos produtos nos mercados interno e externo.

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Como transformar dados em informações no monitoramento ambiental da indústria de alimentos?

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Quando falamos em monitoramento ambiental, sabemos que isso engloba desde o monitoramento de higienização  – passando por microrganismos indicadores – até o monitoramento ambiental de patógenos, incluindo a tão temida Listeria monocytogenes. Dependendo da indústria, pode haver parâmetros adicionais nessa lista, por exemplo, os alergênicos. Um artigo anterior do blog descreve muito bem a importância do monitoramento de higienização por ATP, assim como o impacto dele na indústria.  

Porém, muitas vezes todos os monitoramentos citados acima são realizados dentro da indústria por diferentes equipes, em diferentes turnos e com diferentes tecnologias, e aqui mora um ponto crítico: como transformar todos esses dados do processo em informações? Como traçar um plano de ação efetivo que possa correlacionar todos esses dados e mostrar os pontos críticos do processo? Como usar todos esses dados em favor da segurança dos alimentos?

Pois bem, o mundo evoluiu e com isso já não faz mais sentido usar uma planilha de Excel com centenas de linhas e fórmulas, quase como um quebra-cabeças, quando o assunto é garantir a segurança dos alimentos, muito menos que os dados estejam armazenados em um único computador correndo risco de perdê-los a qualquer momento.

A informação precisa ser de fácil acesso e acessada de qualquer lugar, principalmente do lugar mais importante do mundo: o chão de fábrica.

 A revolução das nuvens

O conceito de banco de dados em nuvem é utilizado por nós todos os dias. A nuvem mais conhecida atualmente é o Icloud, que armazena as fotos e vídeos do seu Iphone dentro de uma nuvem e, quando precisar, basta acessá-las com um login e senha e tudo estará lá.

E se eu disser que já é possível fazer o mesmo com os seus dados de monitoramento ambiental? Ter acesso aos dados em tempo real, de qualquer lugar do mundo e principalmente de dentro da sua fábrica?

Com o SureTrend Cloud da Hygiena, você pode gerenciar todos os dados importantes para o seu processo de fabricação de alimentos em um único lugar, gerando relatórios, gráficos e filtrando as informações da forma que você precisar. Utilizando o SureTrend Cloud, os seus dados estarão protegidos em uma plataforma extremamente segura que pode ser acessada onde e quando quiser, mas o melhor ainda está por vir.

Na SureTrend Cloud você poderá gerenciar os dados de todos os monitoramentos realizados durante o processo, podendo correlacionar esses resultados para ações mais assertivas. Através dos filtros e gráficos que a plataforma possui, você poderá visualizar, por exemplo, a correlação entre os resultados reprovados do monitoramento de higiene por ATP para um determinado ponto, com o aumento da contagem de microrganismos no mesmo período. Quando esses dados estão dispersos em diferentes lugares, acaba sendo muito difícil agrupá-los para entender a correlação entre esses resultados e desenvolver um plano de ação focado na mitigação dos desvios.

Sobre o Ensure Touch

A Hygiena trouxe para o mercado a possibilidade de realizar as análises de monitoramento ambiental com apenas 1 equipamento. Com o Ensure Touch, você pode realizar diversas análises, como: ATP, alergênicos, fosfatase alcalina, patógenos, e microrganismos indicadores em um único equipamento e gerenciar todos esses dados em um único lugar: a SureTrend Cloud.

A inovação faz parte do DNA da Hygiena e isso é refletido através dos produtos da marca. Eu sei e todo mundo sabe que um método rápido para análise de microrganismos indicadores tem um tempo de resultado de aproximadamente 24 horas, certo? Errado! Usando a tecnologia a seu favor, a Hygiena desenvolveu a linha MicroSnap, com resultados a partir de 6 horas e sim, você não leu errado, apenas 6 horas. A linha MicroSnap conta com análises para contagem total de microrganismos, E.coli, Coliformes e Enterobacterias e pode ser utilizada tanto para amostras de superfície quanto para amostras de produto, sejam elas líquidas ou sólidas. Utilizando o MicroSnap e toda linha de Snaps da Hygiena, você garantirá resultados rápidos e confiáveis, validados internacionalmente pela AOAC.


Se você ainda não conhece a Hygiena, convido-o a clicar nesse link e conhecer a empresa que tem revolucionado Food Safety no Brasil e no mundo. Para dúvidas ou informações entre em contato conosco: atendimentobrasil@hygiena.com.

Por Ana Claudia Bernardoni, Territory Sales Manager da Hygiena do Brasil

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Aprovação de novos fornecedores na indústria de alimentos: diagrama prático

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Atravessamos momentos críticos pela escassez de alguns de insumos ao longo da pandemia. As indústrias de alimentos não podiam parar sua produção, pelo risco eminente de um desabastecimento.

A aprovação de novos fornecedores (às vezes havia um único disponível!),  embora precisasse ser rápida, não poderia ser feita com irresponsabilidade pelo risco de trazer algo para dentro da fábrica que comprometesse a segurança dos alimentos ou aumentasse as perdas no processo fabril.

Nos últimos três anos, vivi uma rotina esgotante juntamente com meus colegas dos setores de Compras e Garantia da Qualidade. Buscamos novos fornecedores, e para isso, tivemos de analisar, testar, aprovar, trazer às pressas para fábrica e finalmente produzir os alimentos.

Foi um gerenciamento vivido na prática, e embora eu tenha, mesmo sendo de P&D, trabalhado como homologação de fornecedores na Garantia da Qualidade, não encontrei um procedimento de crise para as aprovações com segurança.

Segue um descritivo abaixo simplificado de como aprovar matérias primas, seja para novos projetos (novos produtos), que foi o que mais aconteceu, seja para contratipagem de insumos.

Aprovação de nova matéria prima

Quando desenvolvemos um novo alimento, normalmente são necessárias aprovações de matérias primas que ainda não são utilizadas na fábrica.

Essas matérias primas devem ter boa performance no processo fabril para garantir que o novo produto saia conforme o padrão estabelecido. Ou seja, o padrão desta nova matéria prima também deve ser estabelecido pelo P&D, já que todo o conhecimento e o primeiro contato foi com este departamento.

No entanto, a preocupação não está somente nos parâmetros de performance e sensoriais desta nova matéria prima. Algo novo está entrando na fábrica e com ele novos riscos também, que podem impactar a segurança dos alimentos. Postergar esses riscos para o lançamento do produto acabado pode ser tarde demais.

Sendo assim, estabeleci um fluxo que era realizado por mim como Desenvolvimento:

Aprovação de matéria-prima “contratipo”

No caso de matéria prima contratipo, ou seja, correspondente à outra já utilizada, a preocupação vai além da legislação e segurança dos alimentos, pois essas já são premissas básicas.

A performance do insumo deve ser a mesma que a aprovada primeiramente. Sendo matéria-prima, deve-se considerar os seguintes entraves:

– Parâmetros físico-químicos devem estar dentro da faixa estabelecida na primeira especificação. Caso contrário, após análise e teste, em aprovação positiva, a especificação deverá ser atualizada;

– Mesma performance em linha produtiva: embora haja variáveis entre fornecedores e até mesmo lotes da matéria-prima, de maneira geral, o processo produtivo deve continuar seguindo os critérios produtivos;

– Garantir as mesmas características organolépticas: não deve haver mudanças significativas sensoriais (odor, sabor, cor e textura), bem como na composição nutricional do alimento acabado.

Após constatar que todos esses pré-requisitos foram considerados, o fluxo de aprovação seguirá basicamente o mesmo que o de uma nova matéria-prima:

Na busca de fornecedores desconhecidos, é de extrema importância a responsabilidade e competência do profissional da área de P&D. Além de garantir a mesma característica do alimento final, é preciso fazer com que a entrada de um novo fornecedor e ou de uma nova matéria prima não traga riscos extras para o processo fabril e para a segurança dos alimentos.

*Legislações: Caso o não constem na ficha técnica do ingrediente as legislações pertinentes obrigatórias para a classificação da matéria prima, recomenda-se consultar ao menos as normas básicas listadas abaixo e exigir do fornecedor que ele as atenda para o caso de aprovação:

RDC 623/2022 – Micro e Macroscopia

IN 160/2022 – Microbiologia

IN 161/2022 – Contaminantes inorgânicos

Autora convidada: Graciele Padoin, engenheira de alimentos e especialista em P&D e Regulatórios

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