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Vídeos para treinamentos em Segurança de Alimentos

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Implantar a Cultura de Segurança de Alimentos em uma empresa não é uma jornada simples. Inclusive por isso, o Food Safety Brazil já abordou este tema algumas vezes:

Na verdade, há muitos artigos aqui no FSB sobre o tema porque sabemos da dificuldade que é conseguir tocar os diferentes colaboradores com temas que são às vezes bastante técnicos.

O objetivo final é que cada líder e cada manipulador esteja atento a como suas ações podem impactar a segurança de alimentos, e como consequência, o consumidor final.

Para isso, além de conhecimento sobre os temas críticos, é preciso gerar engajamento por meio de conteúdo também. E é nesta frente que comunicações lúdicas, jogos, gamificação e vídeos podem fazer a diferença.

Eles não eliminam a necessidade de treinamento, mas podem ser uma ferramenta que, com uso combinado, pode aumentar as chances de sucesso.

Veja o exemplo deste vídeo de menos de 4 minutos, que combinando um contexto familiar e imagens divertidas, compartilha informações bastante relevantes sobre os 5 principais pontos para um alimento seguro:

Biblioteca de Vídeos de Segurança de Alimentos

Pensando nisso, compartilhamos por aqui uma Biblioteca de Vídeos para te ajudar nos seus treinamentos!

É uma Biblioteca consolidada pela PAHO/ OPAS – Organização Panamericana da Saúde.

Ela pode ser consultada aqui.

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1º Simpósio Internacional Neogen Food Safety

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No dia 01 de março de 2023, acontecerá o 1º Simpósio Internacional Neogen Food Safety, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.

Para quem estava acostumado aos Simpósios da 3M Food Safety, este será um evento ainda melhor, agora organizado pelo time da Neogen, que após a aquisição, engloba ambas as empresas. Serão tratados temas extremamente relevantes para o mercado, sempre em busca da construção do conhecimento e garantia de segurança de alimentos no Brasil.

Alguns tópicos quentes que serão discutidos por lá: como usar BioMapas para monitoramento de patógenos, apresentado pelo Prof. Dr. Marcos Sanchez-Plata da Texas Tech University, um especialista internacional no tema, superacessível e renomado.

A Dra. Abgail Snider, da Universidade de Cornell, vai falar sobre como obter mais informações do plano de Monitoramento Ambiental usando Gestão de Dados. Este tema para mim tem extrema relevância, pois muita gente faz análises, mas não faz, ou não tem tempo de fazer uma avaliação crítica dos resultados e perde a chance de aprender e melhorar continuamente!

O Prof. Dr. Eduardo Tondo, da UFRGS, abordará a importância da microbiologia preditiva e avaliação de risco no controle de Salmonella, uma palestra imperdível para quem quer entender este tema tão complexo de uma maneira mais leve.

Os participantes terão acesso às palestras do evento presencial e momentos paranoo 1º Simpósio Internacional Neogen Food Safety, fazer network – uma das partes mais importantes, onde você pode aproveitar para tirar dúvidas pessoalmente com os palestrantes, conhecer novas tecnologias, reencontrar amigos e fazer novos! A palestra de encerramento sempre tem um viés menos técnico e mais humanizado, quem será que trarão desta vez?

As refeições (que costumam ser divinas!) e resumos do evento também estão inclusas na inscrição. O time do Blog Food Safety Brazil estará por lá também! Não perca!  Nos vemos dia 1° de março no 1º Simpósio Internacional Neogen Food Safety!  Para se inscrever, clique aqui.

 

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Higienização de frutas e hortaliças: o cloro é um problema?

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Uma leitora nos enviou a seguinte dúvida sobre o uso de cloro:

“Gostaria de saber se a água sanitária ainda é uma forma eficaz e segura para higienizar as hortaliças. Vi um estudo que fala que a Europa já não está mais indicando, pois o hipoclorito de sódio pode se juntar com a matéria orgânica e reagir, formando subprodutos organoclorados, considerados carcinogênicos, mutagênicos, teratogênicos ou tóxicos como trihalometanos (THMs) e haloacéticos. Procede, é correto? E se sim, o que substituiria o hipoclorito de sódio?“

O blog já trouxe informações sobre a higienização e desinfecção de frutas e hortaliças, como podemos verificar aqui.

Com esta nova dúvida, iniciei uma busca sobre o assunto e deparei-me com um cenário interessante, não apenas pensando em higienização de frutas e hortaliças, mas também com relação ao tratamento de águas de abastecimento realizado nas cidades. E sim, existem estudos sobre substituição do hipoclorito na etapa de desinfecção da água, como alternativa para evitar a formação dos subprodutos tóxicos derivados do cloro, que seriam os trihalometanos.

O que são trihalometanos?

Existem muitos agentes desinfetantes, mas em geral o cloro é um dos principais produtos utilizados na desinfecção de águas de abastecimento, equipamentos industriais e, inclusive, na sanitização de alimentos em restaurantes, além de uso doméstico. Quando a água ou alimento a ser desinfetado possui precursores, que geralmente são compostos orgânicos, e eles passam por um processo de cloração (e se a concentração de cloro livre for acima de 30 ppm), pode acontecer a formação de subprodutos tóxicos. Um exemplo desses compostos são os trihalometanos, que são formados por um átomo de carbono, um de hidrogênio e três de halogênio (cloro, bromo, iodo). Os trihalometanos são considerados compostos carcinogênicos. Há associações com casos de teratogênese e mutações genéticas.

A recomendação do Ministério da Saúde para uso de hipoclorito de sódio é que sua concentração seja de 1% para higienização de frutas e verduras, o que tende a gerar uma menor concentração de cloro livre. A recomendação do CDC (EUA) é que não sejam utilizados desinfetantes, sabões nem detergentes na higienização desses vegetais.

Alguns estudos analisam a possibilidade de não realizar a sanitização dos vegetais e analisam os possíveis riscos de contaminação por agentes microbiológicos patogênicos em alimentos que podem ser consumidos sem nenhum tratamento térmico ou outro tipo de tratamento que neutralize estes contaminantes.

Existem relatos sobre utilização de outros produtos químicos e outras tecnologias para sanitização da água e hortaliças, como ácidos orgânicos, ácido peracético, peróxido de hidrogênio e inclusive a descontaminação física com o ultrassom. A premissa para a escolha destes outros agentes é que gerarão resíduos de fácil decomposição e sem perfil carcinogênico conhecido.

O ácido peracético, por exemplo, vem sendo utilizado na indústria de alimentos na higienização de superfícies e equipamentos que tenham contato com alimentos e é indicado com uma concentração um pouco menor para desinfecção de frutas e hortaliças.

O uso do ozônio também tem sido difundido, já na fase de pós-colheita, para evitar contaminação microbiológica e aumentar a vida útil de frutas e hortaliças.

Conclusão: o uso do cloro, desde que na concentração correta, ainda é a indicação do Ministério da Saúde quando pensamos na higienização de frutas e hortaliças. Porém, pode-se perceber que existe um movimento de mudança e estudos sobre utilização de outros sanitizantes em diversos países, portanto, vale mantermos nossa atenção sobre novas publicações desse assunto aqui no Brasil.

Referências:

São Jose, J. F. B. Estratégias alternativas na higienização de frutas e hortaliças. Revista de Ciencias Agrarias, 2017. 40(3), 630-640.

Coelho, C. de S.C; Freitas-Silva, O.; Campos, R.S.; Bezerra, V.S.; Lourdes, M.C.C. Ozonização como tecnologia pós-colheita na conservação de frutas e hortaliças: Uma revisão; Revista Brasileira Engenharia Agrícola Ambiental, v.19, n.4, p.369–375, 2015.

Nota do Autor: o texto foi alterado, com a inclusão de uma conclusão no último parágrafo.

Imagem: foto de Ron Lach

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Treinamentos em Segurança de Alimentos: inove com a gamificação

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O ano está só começando, muitas indústrias preparam-se e planejam executar e revisar os treinamentos de Qualidade e Segurança de Alimentos. Um programa de treinamentos e desenvolvimento de competência é requisito nas normas de certificação em segurança de alimentos e treinamentos em BPF para manipuladores são uma exigência legal para as indústrias de alimentos no Brasil. Mas como deixar o treinamento mais interessante? Como torná-lo um momento de aprendizado e diversão? Como realizar de forma mais dinâmica e interativa?

Você já ouviu o termo “gamificação”? Já pensou em criar jogos para avaliar aderência do conhecimento após um treinamento? Gamificação é um termo adaptado do inglês e pode ser definido como utilização de técnicas de jogos em situações de não jogo. Os jogos podem ser utilizados e adaptados para um contexto específico, com objetivo de motivar ou tornar a tarefa mais prazerosa.

Então, vamos sugerir jogos e outras ferramentas on-line para deixar os treinamentos de Segurança de Alimentos mais dinâmicos:

1.  Jogo da Memória: O clássico jogo da memória tem como objetivo que os colaboradores encontrem uma medida de controle equivalente ao perigo identificado. Veja abaixo o manual de instruções e faça o download dos cards para o jogo clicando AQUI.

  • Inicialmente, escolha dois colaboradores que serão os líderes dos grupos a serem formados. De forma intercalada, peça que eles escolham mais dois colaboradores em cada grupo, formando assim dois times de três colaboradores.
  • Peça aos colaboradores que embaralhem os cards dos perigos e das medidas de controle separadamente, sem misturar.
  • Em uma mesa posicione os cards com as imagens virada para baixo. Do lado esquerdo os cards dos perigos e separadamente do lado direito coloque as medidas de controle.
  • O time que for iniciar o jogo deve: virar 1 card dos perigos e em seguida 1 card das medidas de controle. Caso a medida de controle for equivalente ao perigo identificado, exemplo: perigo cabelo e medida de controle uso correto da touca, o time soma 1 ponto e joga novamente. Caso contrário virar os cards com as figuras para baixo deixando na mesma posição.
  • Atribua 1 ponto a cada acerto (acerto do perigo e da medida de controle equivalente). O instrutor pode aproveitar o momento para explicar o porquê da medida e explorar o tema para todos os participantes.
  • Vence o time que fizer mais pontos.

2. Palavra Cruzada: Tem como objetivo que os colaboradores saibam responder a cada pergunta aprendendo a classificar o tipo de perigo e outros requisitos de boas práticas de fabricação ou de armazenamento. Faça o download do jogo e do gabarito clicando AQUI.

Existem outras ferramentas digitais que você e sua empresa podem utilizar para gerar maior interação dos colaboradores:

3. Existem alguns sites que podem criar seu game sem custo. Como fazer: crie perguntas sobre boas práticas de fabricação e de armazenamento, perigos e medidas de controle, monte grupos ou jogue individualmente. Você pode criar perguntas do tipo verdadeiro ou falso, com opções de respostas ou que somam em pontos em dobro.

4. Nuvem de palavras: Você pode desenvolver engajamento, participação, criando perguntas, capturando a opinião dos colaborares. Existem sites que fazem essa atividade sem custo. Como fazer: faça pesquisa de opinião, crie “nuvens de palavras” sobre os temas relevantes na sua organização. Exemplos: O que podemos melhorar em boas práticas de fabricação? O que você acha importante fazer para fabricar alimentos seguros?

Veja abaixo outro artigo sobre o tema no blog:

Dicas para otimizar treinamentos em Cultura de Segurança de Alimentos

Conte para a gente nos comentários se você utiliza outros recursos nos seus treinamentos.

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Como escolher a armadilha luminosa mais adequada para indústrias de alimentos e bebidas

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No início dos anos 90, quando desenvolvi a primeira armadilha luminosa do Brasil com captura de insetos voadores em placa adesiva, a escolha do modelo mais adequado levava em consideração apenas dois fatores: o tamanho da área de instalação e se o ambiente era industrial ou comercial.

Assim como eu, os fabricantes de armadilhas definiam o modelo e quantidade de armadilhas a serem instaladas de acordo com o tamanho da área, utilizando como referência a seguinte fórmula:                

Área de atuação da armadilha (m²) = Potência luminosa da armadilha (W) x 1,5

A fórmula determinava que a área de atuação da armadilha (em metros quadrados) é igual à potência total de suas lâmpadas UV-A (em Watts) multiplicada por 1,5. Por exemplo: uma armadilha luminosa com 2 lâmpadas UV-A de 15 Watts (como o modelo Ultralight LX-30), com potência total de 30 Watts, possui área de atuação de 30 x 1,5= 45 m².

Contudo, com o passar dos anos e a evolução dos fabricantes, surgiu outra metodologia baseada na análise do ambiente, que visa atingir a máxima eficiência na captura de insetos voadores sem a necessidade de aquisição do modelo mais potente ou da utilização de muitos equipamentos. Hoje, podemos fazer mais com menos, reduzindo o impacto nos custos de aquisição das armadilhas sem perder a eficiência.

Não é necessário adquirir um número elevado de armadilhas, basta escolher o modelo certo e instalar nos locais estratégicos. 

Esta afirmação nos compele a gerir o ambiente em sua totalidade, utilizando de uma estratégia bem definida para capturar mais insetos com menor quantidade de equipamentos e no menor tempo possível.

Recomendo a  leitura do artigo Os Dez Mandamentos para utilização de Armadilhas Luminosas.

Na criteriosa análise do ambiente, devemos considerar o ramo de atividade da empresa, o tipo de produto que ela manipula, fabrica ou comercializa, a claridade e a quantidade de iluminação artificial presente no ambiente, o layout das instalações e o entorno da área fabril. 

Todos esses fatores podem influenciar direta ou indiretamente na quantidade, espécie e comportamento de insetos voadores presentes no ambiente, como também na altura de voo, hábitos de pouso das pragas voadoras, e, consequentemente, o comportamento delas perante as armadilhas luminosas.

O comportamento dos insetos voadores diante das armadilhas luminosas depende da espécie de inseto, do tipo de produto que a empresa fabrica ou comercializa, da intensidade luminosa do ambiente e do layout das instalações. 

Insetos voadores de espécies diferentes apresentam comportamentos diferentes. Entretanto, insetos de uma mesma espécie também podem ter comportamentos diferentes se estiverem em ambientes diferentes.

Diferentes tipos de armadilhas luminosas adesivas

Você já observou que algumas armadilhas luminosas possuem a luz direcionada para cima e/ou para a parede? Também existem armadilhas com a luz direcionada para baixo e outras para frente. Essas diferenças não são apenas questão de design e podem influenciar diretamente o desempenho da armadilha de acordo com o comportamento dos insetos. Para que você possa compreender melhor, vou apresentar aqui alguns dos principais modelos disponíveis no mercado:

1)  Armadilhas adesivas arandelas com luz indireta para cima / parede

 As armadilhas arandelas possuem luz UV-A indireta, direcionada para cima / parede, com capacidade de atrair insetos voadores até a distância de 5 metros. Como a entrada de insetos é pela parte de cima, apresentam melhor desempenho na captura de insetos com o hábito de voo mais alto, tais como mariposas, besouros, cupins alados (aleluias) e insetos voadores noturnos. Devido ao design mais discreto, são mais utilizadas em ambientes de pequeno porte, áreas de atendimento ao público, hotéis, praças de alimentação, restaurantes, padarias e fast-foods.

Como exemplo temos a Arandela Pestline Maxi-30, um dos modelos preferidos das empresas de controle de pragas urbanas, devido à praticidade de instalação. Como emite a luz UV-A para cima, é ideal para captura de insetos com hábitos de voo mais alto, muito comuns em indústrias que trabalham durante à noite (insetos noturnos) e empresas localizadas em áreas de preservação ambiental ou próximas a matas (cupins alados, besouros etc.).

Para capturar insetos voadores com hábitos de voo mais alto, como insetos noturnos, dê preferência para armadilhas luminosas adesivas arandelas com a luz UV-A direcionada para cima.

Fonte imagem: www.pestline.com.br

2) Armadilhas adesivas arandelas com luz indireta para baixo e para cima

Para ambientes onde os insetos voadores possuem o hábito de pousar no chão em busca de resíduos de alimentos e, consequentemente, possuem hábito de voo mais baixo, como por exemplo em fábricas de suco, polpa de frutas, pequenos frigoríficos, açougues etc., recomenda-se o uso de armadilhas que possuem a luz UV-A direcionada para baixo.

Para esse tipo de ambiente, temos a armadilha Flex-45 produzida pela Ultralight. Ela é ideal, pois quando utilizada na posição horizontal, direciona a luz para cima e também para o chão, permitindo a entrada de moscas também pela parte de baixo do equipamento, realizando a captura mais rapidamente. E mesmo que os insetos voem mais alto, essa armadilha cumprirá bem o seu papel porque também emite luz para cima, e por isso é muito utilizada sob portas de entradas para capturar as moscas assim que elas entram no ambiente.

Para capturar insetos voadores com hábitos de voo mais baixo, que ficam no chão em busca de resíduos de alimentos, dê preferência para armadilhas com a luz UV-A direcionada para baixo. 

Fonte imagem: www.ultralight.com.br

3) Armadilhas adesivas laterais com a luz direta para frente

Para obter boa eficiência na captura de insetos voadores em grandes áreas, indústrias de alimentos, bebidas, frigoríficos ou laticínios, recomenda-se o uso de armadilhas luminosas adesivas laterais, que possuem emissão de luz UV-A direta, direcionada para frente, possibilitando atração de moscas por até 8 metros de distância.

Para essas situações temos o modelo Ultralight LX-45 que é equipado com 3 lâmpadas fluorescentes UV-A de 15W e está entre os mais utilizados pelas indústrias de alimentos e bebidas no Brasil. Possui proteção de lâmpadas, ampla abertura frontal para entrada de insetos, que são capturados em uma placa adesiva descartável e quadriculada (para facilitar a contagem).

 Para capturar insetos voadores em grandes ambientes, como indústrias de alimentos e bebidas, dê preferência para armadilhas com a luz UV-A direcionada para frente.

Fonte imagem: www.ultralight.com.br

4) Armadilhas adesivas laterais com luz direta para frente e tampa de proteção contra pó

Pó em suspensão e poeira podem comprometer a vida útil e capacidade de aderência da placa adesiva. Por isso, para áreas de fabricação de biscoitos, farinhas ou envase de cereais, recomenda-se a utilização de armadilhas luminosas com a frente um pouco mais fechada.

Diferentemente das armadilhas adesivas tradicionais, que deixam as placas adesivas expostas, a armadilha Pestline Soft-30 possui a frente mais fechada e permite a atração de moscas por até 8 metros de distância.

Em indústrias de alimentos com pó em suspensão, dê preferência às armadilhas luminosas mais fechadas para não comprometer a aderência e eficiência da placa adesiva. 

Fonte imagem: www.pestline.com.br

5) Armadilhas de uso central com luz direta para frente e para trás

Você também pode obter boa eficiência na captura de insetos voadores em grandes áreas de fabricação de alimentos e bebidas utilizando armadilhas luminosas adesivas centrais, penduradas em vigas ou presas ao teto através de cabos. Esse tipo de armadilha possui emissão de luz UV-A direta para frente e também para trás, permitindo a entrada de insetos por ambos os lados e a atração de moscas em até 8 metros de distância. Entretanto, deve-se tomar o devido cuidado para não instalar os equipamentos na passagem de empilhadeiras ou pessoas, e respeitar a altura máxima de 2 metros.

Como exemplo temos a Armadilha Adesiva Central TC-45, produzida pela Tecnofly. Ela é equipada com 3 lâmpadas fluorescentes UV-A de 15W, possui proteção de lâmpadas e permite a entrada de insetos voadores tanto pela parte da frente quanto pela parte traseira da armadilha.

Você também pode utilizar armadilhas luminosas de uso central, penduradas ao teto por cabos, para capturar insetos voadores em grandes ambientes, como galpões de indústrias de alimentos e bebidas,

Fonte imagem: www.tecnofly.com.br

Conclusão

Para obter sucesso no uso de armadilha luminosa, não use um modelo genérico de armadilhas para todos os tipos de ambientes e não compre equipamentos com base no tamanho da área da empresa. Procure fazer a análise criteriosa do ambiente, verifique quais as espécies de insetos predominantes no local, os motivos pelos quais eles estão ali e, se possível, investigue o comportamento de voo.

Após a escolha do melhor modelo para cada ambiente da indústria, identifique os pontos mais estratégicos para a instalação, lembrando que é melhor capturar os insetos no momento em que eles entram no ambiente, e por isso foque as portas de entrada.

Se você tiver dúvidas na hora de comprar ou escolher o modelo mais adequado de armadilha luminosa para sua indústria, solicite ajuda de uma empresa de Controle de Pragas Urbanas – que comprovadamente conheça o assunto – ou fale com um Consultor da Ultralight especializado no segmento da sua indústria.

Fone: (14) 3662-8580 / WhatsApp: (14) 99854-8580.

 

E também não deixe de sempre observar Os Dez Mandamentos para utilização de Armadilhas Luminosas.

 

 

 

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Suporte do FDA para construção de planos em Segurança dos Alimentos

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O FDA (Food and Drug Administration) criou uma solução gratuita, o “Food Safety Plan Builder“, que pode ser acessado aqui, com o propósito de orientar passo a passo o processo de construção de planos em Segurança dos Alimentos.

O Food Safety Plan Builder (FSPB) é, portanto, uma ferramenta de acesso gratuito projetada para ajudar organizações que atuam em toda a cadeia produtiva de alimentos no desenvolvimento de um plano de segurança dos alimentos consistente com as diretrizes do FDA. Ele contém as seguintes seções:

  1. Informações das instalações;
  2. Etapas preliminares;
  3. Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Programas de Pré-requisitos;
  4. Análise de Perigos e Determinação de Controles Preventivos;
  5. Controles preventivos de processo;
  6. Controles preventivos de alergênicos;
  7. Controles preventivos de saneamento;
  8. Controles preventivos da cadeia de suprimentos;
  9. Plano de recall;
  10. Reanálise do plano de segurança dos alimentos;
  11. Relatório do plano de segurança dos alimentos;
  12. Responsabilidades;
  13. Procedimentos de manutenção de registros;
  14. Contatos importantes;
  15. Documentos de suporte.

Resumidamente, o formato deste plano proposto pelo FDA baseia-se em uma abordagem sistemática para identificar os perigos que requerem controles preventivos para evitar doenças veiculadas por alimentos. Os componentes estão em conformidade com a regra de Boas Práticas de Fabricação e com uma Análise de Perigos e Controles Preventivos baseados em risco.

O FDA esclarece que FSPB é uma ferramenta instalada apenas no computador do usuário, deixando claro que não rastreia ou monitora seu uso e não tem acesso a nenhum conteúdo ou documento salvo por meio dessa ferramenta.

Porém, o FDA faz algumas ressalvas para se resguardar, declarando que tomou todas as precauções razoáveis ao criar o FSPB e a documentação que o acompanha, mas que não é responsável por erros, omissões ou deficiências relacionadas ao uso da ferramenta. Além disso, não se compromete em atualizar regularmente a ferramenta ou a documentação que a acompanha, ou seja:

A responsabilidade pela interpretação e uso do FSPB e da documentação que o acompanha é exclusiva dos usuários.

Importante salientar que mesmo nos EUA o uso desta ferramenta é facultativo, sendo proposto como mais uma opção em relação a outros modelos de planos de segurança dos alimentos, como é o caso, por exemplo, dos protocolos reconhecidos pelo GFSI como a FSSC 22000, IFS, SQF e BRCGS.

Apesar do FDA não exigir estritamente o uso dessa ferramenta, ele é inteiramente compatível com as diretrizes e regulamentações existentes do FDA, e claro, pode ser usado como modelo não só nos EUA, mas em qualquer lugar do mundo, sendo uma boa opção, bastante sólida e robusta.

Outra ferramenta muito interessante, complementar ao FSPB é o FDPB (Food Defense Plan Builder). Neste caso, foi projetada para o desenvolvimento de um plano de Food Defense, ou seja, com estratégias para prevenção e mitigação de adulterações intencionais. Pode ser acessado aqui.

O Food Defense Plan Builder orienta o usuário por meio das seguintes seções:

  1. Informações da instalação;
  2. Descrições do produto/ processo;
  3. Avaliações de vulnerabilidade;
  4. Estratégias de mitigação;
  5. Procedimentos de monitoramento de fefesa alimentar;
  6. Procedimentos de ações corretivas de Food Defense;
  7. Procedimentos de verificação de Food Defense;
  8. Documentos de suporte;
  9. Responsabilidades.

Ambas as ferramentas disponibilizadas pelo FDA, o FSPB e o FDPB, podem ser bem apropriadas para a construção de planos de segurança dos alimentos e Food Defense, em especial para quem ainda não adotou outros modelos de protocolos, considerando a credibilidade do próprio FDA.

Posteriormente, se necessário, os planos podem ser complementados ou adaptados para se ajustarem aos requisitos dos protocolos aceitos pelo GFSI, para que se tornem auditáveis.

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As novas mudanças do GMP+ FSA em 01/01/2023

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Quem conhece o GMP+ FSA sabe que mudanças não são algo tão raro assim (contém ironia). Aliás, as últimas mudanças do GMP+ FSA já foram tratadas em um post aqui.

Quem acompanha o GMP+ FSA sabe que no dia 01/03/2021 houve uma grande mudança, que trouxemos com detalhes aqui. Nesta data o GMP+ passou a ter duas versões: a versão 2010 (esquema documental anterior a esta data) e versão 2020 (esquema documental novo). As empresas terão um período de 3 anos para passar a adotar a versão 2020. Mas neste ínterim, as duas versões estarão valendo.

Resumindo, esta nova versão do GMP+ altera não só o conteúdo da norma de forma significativa, como também altera a estrutura da documentação. Por exemplo: não existe mais um documento de referência para cada escopo, como o B2 para Production of Feed Materials ou B3 para Trade e Storage & Transshipment.

Segue abaixo a comparação dos esquemas de certificação GMP+ 2010 (como passou a ser chamado o grupo de todos os documentos anteriores) e o GMP+ 2020 (os novos documentos lançados em 01/03/2021).

Como comentei aqui, a transição para este novo esquema documental será gradual, sendo definido como prazo final 01/09/2024. Leia naquele post os detalhes sobre o período de implementação da nova norma. Até esta data, ambas as versões dos documentos estarão válidas e, mais do que isso, poderão ser atualizadas. Ou seja, quem ainda será auditado na versão 2010 deve continuar alerta às constantes mudanças que o GMP+ International realiza em suas normas.

E foi justamente o que ocorreu em 01/01/2023. O GMP+ realizou alterações em ambas as versões da norma. Houve mudanças pontuais em alguns documentos e mudanças significativas em outros. E é sobre isso que este post irá tratar.

Segue resumo abaixo:

GMP+ 2010
Não sofreram alterações: B4, BA1, BA2, BA3, BA5, BA6 e BA7
Sofreram alterações pontuais: B1, B2, B3 e BA10
Sofreram alterações significativas: BA4 e BA13

GMP+ 2020
Não sofreram alterações: TS 1.3, TS 1.4, TS 1.5, TS 1.8 e TS 1.11
Sofreram alterações pontuais: R 1.0, TS 1.1, TS 1.2 e TS 1.9
Sofreram alterações significativas: TS 1.6 e TS 1.7

 

Nota:

Neste post não falarei sobre as alterações nos documentos da versão 2010, por 2 motivos:

         I.    O post ficaria muito extenso

        II.    O post ficaria muito repetitivo. As alterações foram as mesmas, seguindo a lógica deste novo modelo de documentos do GMP+ (ex.: se o TS 1.5 sofreu uma alteração pontual em um tópico, o BA 1 (documento equivalente na versão 2010) sofreu a mesma alteração).

Mais uma vez, peço para trazerem no comentário o ponto de vista de vocês, para que eu possa eventualmente criar um novo conteúdo para os leitores que se interessam em GMP+ FSA.

 

A) DOCUMENTOS COM ALTERAÇÕES PONTUAIS

–  R 1.0

Capítulo 7.4.2 – External Communication
O principal documento da GMP+ FSA versão 2020 teve apenas uma mudança editorial. Na verdade, um ajuste que devia ter sido realizado na última alteração: a menção ao capítulo  ‘8.4 – Emergency preparedness and response’ foi alterada pelo capítulo ‘8.7.2 – Handling of potentially unsafe products’. E foi isso.

–  TS 1.1

O documento que trata dos programas de pré-requisitos teve duas alterações mínimas:

Capítulo 3 – Personal hygiene
Remoção do sub-item ‘3.1 – Personnel and visitors’. O texto hoje está vinculado ao capítulo 3.

Capítulo 9.1 – Verification of Products and/or Services
Não é nenhuma novidade que transportadores (para feed assegurado GMP+ a granel) devem ser assegurados GMP+, o que significa que devem atender a um dos 3 critérios: certificação GMP+ FSA, certificação em norma equivalente (TS 1.2) e assegurado em condições de gatekeeper. Porém na versão anterior o TS 1.1 não trazia esta última opção, por simples esquecimento do GMP+ International.

 

–  TS 1.2

Capítulo 3.8 – Purchase of laboratory services
Remoção da possibilidade de laboratórios serem certificados ISO 9001 ou outros sistemas de gestão da Qualidade para análises (em produto acabado) de microrganismos e outros contaminantes que não aqueles considerados críticos pelo GMP+ TS 1.2.

Capítulo 4.1 – General gatekeeper requirements
O item ‘C’, que prevê o envio dos resultados de análise referentes à aquisição de feeds em regime gatekeeper ao Monitoring Database saiu do capítulo 4.1 e entrou em um novo capítulo: o ‘4.1.1 – Compartilhamento de resultados de análise’.

Capítulos 4.3.1 a 4.3.9
Nos protocolos Gatekeeper para aquisição de feeds o seguinte texto é incluído no tópico de amostragem: “Cada lote deve ser amostrado de acordo com os requisitos do TS 1.6”. Isso já era requisito, porém agora isso é mais claro.

Capítulo 4.4.1 – Purchase of road transport
Traz requisitos exclusivos para empresas instaladas na Espanha. Sem impacto para o Brasil.

–  TS 1.9

Capítulo 1.2 – Guide for reader
Remoção do tópico “Inspeção de Compartimentos de Carga” como tópico abordado no capítulo 3. Este tópico já é abordado em “Aprovação do compartimento de carga”.

 

B) DOCUMENTOS COM ALTERAÇÕES SIGNIFICATIVAS

– TS 1.6

Aqui é complicado citar capítulos. Este documento foi totalmente alterado, e para melhor! Hoje os requisitos estão bem mais simples e fáceis de implementar.

Um primeiro ponto que chama bastante atenção é que não existem mais os 7 protocolos de amostragem específicos:

  • Entrega de feed materials secos e úmidos por embarcação / costeira
  • Feed materials, compound feeds, premixtures e feed additives em recipientes
  • Feed materials líquidos e feeds úmidos a granel em transporte por eixo
  • Produtos para silagem / forração
  • Produtos em armazenamento em tanques e silos ou galpões em caso de emergência ou acidentes.
  • Amostras para análise microbiológica

O documento agora é menos prescritivo. Dá a liberdade para a empresa determinar como será feita a amostragem, qual o tamanho das amostras e por quanto tempo as amostras precisam ser mantidas.

Quanto aos requisitos para amostradores, não há mais a necessidade de comprovar a independência e livre acesso destes (na versão anterior havia até uma menção a documentar isso em descrição de cargo). A avaliação anual dos amostradores também não é mais requisito.

Para finalizar, há também alterações sobre identificação das amostras mantidas. Não há mais a a necessidade de identificar o amostrador. Porém agora, é necessário identificar o ponto de coleta da amostra.

 

–  TS 1.7

A grande novidade no documento que traz requisitos para análises (mas se chama Monitoramento [pois é… coisas do GMP+ International]) é o protocolo para análises de Salmonella.

De antemão, todos os produtos para alimentação animal estão incluídos, a não ser que haja fatores intrínsecos ou extrínsecos que não permitam a proliferação de Salmonella neles (um exemplo aqui são os feeds de origem mineral ou aditivos inorgânicos).

Um ponto de destaque neste protocolo é a determinação de frequência de análises de Salmonella em feeds. Para feed materials, por exemplo, o padrão é o seguinte:

Produção anual

Quantidade mínima de amostras a ser analisadas

< 50.000 T

8 por ano

> 50.000 T

20 por ano

A norma traz uma possibilidade de redução de 75% desta quantidade de análises caso a empresa tenha medidas de controle validadas para controle de Salmonella.

Os resultados de análises devem ser encaminhados ao Monitoring Database em até 1 mês após a realização da mesma. E caso haja resultado positivo (presença de Salmonella), obrigatoriamente uma análise sorológica deve ser realizada para identificação do sorotipo.

Falando em análise sorológica, o apêndice 1 (que tratava deste tema) não existe mais.

 

Bônus:
Não entrarei em detalhes sobre os documentos das outras 3 categorias, mas um requisito chama atenção. O CR 2.0 agora possui um anexo com regras para auditorias remotas e híbridas. Funciona da seguinte forma: as empresas certificadas em todos os escopos podem, uma vez por ciclo (sempre em auditorias periódicas, nunca em inicial ou de  recertificação), realizar uma auditoria de forma híbrida, ou seja, a parte documental pode ser vista remotamente, mas a parte de infraestrutura pode ser feita de forma remota. Muito provavelmente essa resolução permitirá que auditorias de escopos que não envolvem infraestrutura (trade e afretamento) sejam feitas de forma completamente remota em uma das auditorias periódicas.

 

Gostaria de ter mais posts sobre GMP+ FSA no Food Safety Brazil? Comente abaixo.

 

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Qual a relação entre profissional do agronegócio e a segurança dos alimentos?

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O agronegócio faz parte de um sistema de desenvolvimento industrial, agrícola e de serviços integrado e sustentável. Conceitualmente é dividido em três elos produtivos, sendo: antes da porteira, dentro da porteira e após a porteira, representados na figura abaixo.

Este setor no Brasil é responsável por quase um terço do PIB, sendo o carro chefe da economia. Ele passou por várias fases que o impulsionaram a esta robustez.

Esse avanço tecnológico reflete-se na globalização no setor alimentício, setor de maior relevância dentro do agronegócio, que inclui produtos como carnes, aves, frutas, vegetais, grãos, lácteos e peixes. É seguido da indústria da fibra, silvicultura e os biocombustíveis.

A globalização neste setor é regulamentada por adesão a barreiras não tarifárias relacionadas à segurança de alimentos (certificações), além de buscar inovações que permitam aumentar a produtividade de forma coordenada, priorizando a sustentabilidade econômica, ambiental e social. Uma vez que até 2050, a população mundial crescerá de 7 bilhões para 9 bilhões de habitantes, o volume produzido de alimentos, ração e fibras deverá dobrar. Estima-se que a produção global de grãos precisará crescer cerca de 70% nesse período. Ao mesmo tempo, as lavouras serão utilizadas para a produção de bioenergia e para fins industriais.

Neste contexto, a segurança dos alimentos é uma preocupação constante para os profissionais do agronegócio. Isso porque, como eles trabalham diretamente com a produção de alimentos, é de sua responsabilidade garantir que os produtos sejam seguros para o consumo. Para isso, é necessário cumprir rigorosamente as normas estabelecidas pelas autoridades competentes em todos os elos da cadeia produtiva.

Quando pensamos na atividade leiteira, por exemplo, o profissional vai ter responsabilidades desde a escolha de suplementos alimentares que estão diretamente relacionados à qualidade nutricional do leite (antes da porteira), passando por gestão – análise de perigos e pontos críticos de controle – dentro da propriedade rural (dentro da porteira) e finalizando com o direcionamento do leite para a industrialização por diferentes técnicas de conservação, envolvendo gestão de segurança dos alimentos dentro da indústria até o consumidor final (depois da porteira).

Esses profissionais precisam estar constantemente atentos às novas tendências em termos de segurança dos alimentos, para garantir a manutenção da produtividade e rentabilidade de toda a cadeia produtiva, que só é possível com a gestão de todos os elos aqui mensurados.

Dica: Para conhecer mais sobre o assunto e estar por dentro de todas as variáveis envolvidas neste setor, há uma série no Canal rural – Seguindo a Comida, que investiga os caminhos do agronegócio para garantir a alimentação mundial no futuro.

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Coletânea de “contos” de Segurança de Alimentos ensina através de histórias reais

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Quem não gosta de ouvir e aprender com boas histórias? E se estas histórias forem reais, mas de tão impressionantes, parecerem ficção? E ainda, se forem sobre um assunto que você ama e vive diariamente, como Segurança de Alimentos, você consegue parar de ler e viajar por meio delas?

Já é comprovado que o storytelling é uma ferramenta poderosa para envolver a mente humana e facilitar o aprendizado.

Pensando nisso, Peter OverboschYasmine Motarjemi e Huub Lelieveld convidaram colaboradores do mundo inteiro para compartilhar lições aprendidas no livro Food Safety Short Stories. Em vários casos, as histórias são inusitadas, tragicômicas e levam a importantes reflexões que ajudam a formar profissionais melhores.

Todas as 87 histórias têm uma seção de “lição de moral” no final, batizada de “Discussões e lições aprendidas”.

Eu também contei alguns “causos” sobre situações vividas em auditorias aqui no Brasil, porém para manter o anonimato não posso contar neste post nem o santo, nem o milagre.

Deixo aqui uma deliciosa história que pode ser encontrada no livro:

A destruição de um produto contaminado

Trabalhei em uma empresa de sorvetes que fabricava marca própria para um varejista. Parte das obrigações contratuais era que os lotes fossem entregues acompanhados de um certificado de análise, que incluía, entre outros, um número de contagem viável total (CT). A especificação incluía um determinado limite superior para CT.

Um dia, o laboratório informou que descobriu que o número de CT estava acima do limite. Só havia uma conclusão para esse lote: tinha que ser destruído. Neste caso, considerou-se que o produto ainda estava bom o suficiente para virar ração para suínos e um grande criador de suínos foi contratado para este trabalho. De acordo com o procedimento da empresa, um dos funcionários da garantia de qualidade (GQ) foi com o caminhão refrigerado até a fazenda de suínos para testemunhar a destruição – em uma sexta-feira.

Na fazenda, os trabalhadores tiveram que desembalar o produto e retirar todo o material de embalagem primária, que então teve que ser recolhido e destruído separadamente. Tudo parecia estar indo bem, mas esse lote era bastante grande e, na sexta-feira, às 18h, o trabalho ainda não havia sido concluído. Ficou combinado que o trabalho continuaria durante a noite porque não havia capacidade de refrigeração na fazenda e deixar o produto durante a noite – ou mesmo no fim de semana – permanecer à temperatura ambiente criaria um caos. O homem do controle de qualidade da empresa sentiu que tudo estava claramente acordado e entendido e que era hora de ele ir para casa.

Assim que ele saiu, os trabalhadores decidiram que a destruição do que parecia ser um sorvete perfeitamente bonito e cheiroso – e uma marca premium também – era um desperdício incompreensível e desnecessário. Eles começaram a ligar para amigos e parentes próximos da aldeia e pessoas vieram até a fazenda, carregando baús cheios desse delicioso produto, e dividiam o produto entre os vizinhos e todos que quisessem um ou dois potes.

Então, na manhã de sábado, uma senhora que achou que isso era bom demais para ser verdade, ligou para o SAC do varejista, informando que embalagens gratuitas de sorvete estavam sendo distribuídas por toda a vila. O varejista poderia dizer a ela do que se tratava? O varejista não poderia. Eles não foram informados, mas passaram a ligar para o fabricante. Um recall público imediato era o único resultado possível, mas este era um caso especial. A distribuição era – podemos assumir com segurança – restrita a apenas uma aldeia, e não podíamos esperar até que os canais normais (principalmente jornais) chegassem aos aldeões. Além disso, também poderíamos supor que uma porcentagem muito grande das famílias realmente tinha um pote em sua posse.

Ligamos para o prefeito, explicamos a situação, conseguimos seu apoio e, no domingo de manhã, representantes da empresa foram de porta em porta explicar e retirar o produto. Nesse ínterim, a notícia se espalhou e um fotógrafo do maior jornal nacional acompanhou o recall.

Pessoas em todo o país viram as fotos na segunda-feira.

Ninguém ficou doente, até onde ficamos sabendo.

Discussão e Lições Aprendidas

Três grandes erros foram cometidos aqui: i) A destruição deveria ter sido testemunhada, mas no final não foi e o controle foi perdido; ii) não foi suficientemente explicado aos trabalhadores da fazendo que este produto já não era próprio para consumo humano, por melhor que parecesse e cheirasse; e iii) o cliente – o varejista – não foi informado. Eles ficaram extremamente irritados com esse episódio e insistiram em procedimentos mais rígidos – além de uma investigação sobre a causa da CT fora das especificações.

Para adquirir o livro, siga este link da editora.

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Como obter informações sobre fraudes em alimentos

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Onde buscar informações sobre fraudes em alimentos? Quando vamos iniciar ou atualizar um programa de food fraud, podemos ter dúvidas ou dificuldades na busca de informações sobre casos de fraude de alimentos. Primeiramente, um programa de food fraud eficaz deve ser capaz de prevenir situações/ocorrências de fraude alimentar em sua organização. Para desenvolver tal programa, deve-se primeiramente estabelecer uma equipe que irá conduzir, com uma determinada frequência, avaliações sobre suas vulnerabilidades e os riscos de possível fraude alimentar. Este time irá também propor ações de mitigação, assim como o método de monitoramento e verificação destas medidas de controle contra as fraudes consideradas.

A fraude alimentar pode ser definida como alterações intencionais nos alimentos com finalidade de obtenção de ganho financeiro pela empresa que executa a fraude. Podemos classificar em alguns tipos:

  • Diluição: processo de mistura de um ingrediente de menor valor agregado a um outro de maior valor para aumento de volume e quantidade.
  • Ocultação: encobrimento da baixa qualidade de um determinado produto;
  • Falsificação: processo de cópia do nome da marca, embalagem, receita, ou método de processamento. Apropriação indevida da marca;
  • Rotulagem enganosa: declaração de informações falsas, que possam induzir o consumidor a compra de um determinado produto por determinada informação, característica ou localidade falsa;
  • Transbordo ou mascaramento de origem: refere-se a falsa declaração de origem geográfica;
  • Roubo e venda: refere-se a situações em que um alimento, após roubado, é introduzido no comércio através de meios não oficiais.

No Esquema FSSC22000, o requisito 2.5.4 Mitigação da Fraude Alimentar especifica que a organização deve ter um procedimento documentado em vigor para:

a) Realizar uma avaliação de vulnerabilidade de fraude alimentar para identificar e avaliar as potenciais vulnerabilidades;

b) Desenvolver e implementar medidas de mitigação para ameaças significativas.

Diante de um mundo globalizado na cadeia de suprimentos, as empresas devem ter atenção sobre suas potenciais vulnerabilidades de fraude alimentar em nível mundial. Deve-se considerar toda a cadeia de fornecedores envolvidos no processo (matéria-prima, insumos, embalagens, etc). Para isso fizemos uma lista de sites onde é possível fazer pesquisas sobre os casos de fraude alimentar identificadas no Brasil e em todo o mundo:

Brasil

MAPA – O site do Ministério Agricultura Pecuária e Abastecimento publica notificações de fraude

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias-2022?form.submitted=1&texto=fraude&dt_inicio=&dt_fim=&categoria=&b_size=20

ANVISA- O site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária publica notificações de fraude

https://consultas.anvisa.gov.br/#/dossie/c/?dataPublicacaoInicial=2012-01-01&dataPublicacaoFinal=2022-12-20&tiposProduto=6&tipoAssunto=3

Estado Unidos da América – Site FDA (Food & Drug Administration)

https://www.fda.gov/food/compliance-enforcement-food/economically-motivated-adulteration-food-fraud

Canadá – Relatório Anual de fraude alimentar

https://inspection.canada.ca/science-and-research/our-research-and-publications/food-fraud-report/eng/1651594307095/1651594307580

União Europeia – Relatório Mensal sobre casos de fraude alimentar

https://knowledge4policy.ec.europa.eu/food-fraud-quality/monthly-food-fraud-summary-reports_en

África – Site Food Safety África publica notícia sobre casos identificados de fraude alimentar

https://www.foodsafetyafrica.net/

Ásia – Site Food Navigator-Asia publica notícia sobre casos identificados de fraude alimentar

https://www.foodnavigator-asia.com/search?q=%20food%20fraud&t=all&p=1&sd=1609556400&ed=1641006000&ob=score&range_date=last_year

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Destaques do 1° Simpósio de Qualidade Seara

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No dia 07/12 aconteceu o 1° Simpósio de Qualidade Seara, em São Paulo, onde foram discutidas tendências nacionais e globais de consumo de alimentos, proteínas, ESG, a relevância do Brasil na produção de alimentos e a importância do MAPA na segurança alimentar e dos alimentos.

O evento contou com a participação do Presidente da Seara, João Campos, da alta liderança da Seara, representantes do MAPA e apoio de entidades de classe, como a ABPA e ABIA, além de parceiros como a USP, fornecedores e clientes da Seara.

Foi um dia de muito aprendizado e troca de conhecimentos, com a oportunidade de provar os lançamentos de produtos plant-based, que sinceramente eu jamais perceberia que não eram de origem animal!

A abertura e organização do evento foi realizada pelo time da Diretora Executiva de Qualidade, P&D e Ciex, Luciara Rech Peil, que apresentou os desafios futuros, como a responsabilidade de prover alimentos, baseada em dados demográficos de que em 2050 projeta-se uma população global de 10 bilhões de pessoas, com perfil mais envelhecido e baixo número de crianças de 0-5 anos.

A complexidade é como produzir alimentos adequados para estes grupos, entender seus hábitos de consumo e garantir o acesso à alimentação saudável para todos, visto que a competição por recursos pode trazer usos insustentáveis dos recursos naturais.

Raquel Ferreira, da consultoria Kantar, trouxe o olhar para as mudanças climáticas, que já causam eventos extremos, impactando a agropecuária e colocando em risco a produção de alimentos. Sem progresso tecnológico e aumento de produtividade, dificilmente teremos como suprir toda a demanda. Ela apresentou dados da FAO, que enfatizam a necessidade de redução do desperdício, pontuando que 30% dos alimentos produzidos acabam no lixo.

 Temos grandes desafios e grandes oportunidades para mudar! Durante a pandemia houve uma alteração no padrão de consumo de proteínas, devido ao empobrecimento da população, que levou muitas famílias a migrarem para opções mais baratas, seguindo o efeito ampulheta, mas nunca deixando de consumir proteínas.

Dra. Andrea Figueiredo Procópio de Moura, Superintendente Federal de Agricultura do Estado de São Paulo, apresentou as iniciativas do MAPA. Eles estão trabalhando de perto com as indústrias para garantir a segurança dos alimentos e o acesso à alimentação saudável.  Além disso, citou o acompanhamento dos processos devido à lei anti-desmatamento da União Europeia, que pode trazer embargos às exportações para produtores em áreas que tenham sido desmatadas após dezembro de 2020.

Ricardo Santin, presidente da ABPA, falou do Brasil como o celeiro do mundo e da importância do cuidado com as PESSOAS que produzem alimentos, em todas as etapas da cadeia. A indústria alimentícia é das maiores empregadoras do Brasil (4,1 milhões de empregos).

Hoje o Brasil é o maior país exportador de frango e o quarto maior de suínos. Além disso, é o primeiro exportador em culturas como soja, açúcar, laranja e tabaco. Desde 2000 o setor gerou mais de US$165 bilhões em receita cambial, com exportações para mais de 150 países. Em 2021, foram exportados 230 mil contêineres!

A Ásia tende a ser nosso maior cliente e o palestrante enfatizou a importância de desenvolver novos produtos pensando em hábitos de consumo asiáticos. Falou também da importância da versatilidade de produtos à base de proteína e do aumento expressivo de delivery e do consumo doméstico devido à pandemia. Mostrou que o mercado de proteínas alternativas deve crescer, segundo o Rabobank, mas que ainda em proporção muito menor do que proteínas convencionais até 2030; além da importância da desburocratização, reformas trabalhistas, investimentos em P&D e padronização de inspeções.

Dra. Ana Lúcia Viana, diretora do DIPOA/DAS/MAPA, apresentou o organograma do DIPOA, falou da modernização dos serviços de Inspeção Federal, baseada em riscos e ferramentas de gestão e da importância do compartilhamento de responsabilidade com os produtores. Ela explicou como funciona o WikiSDA, portal que consolida os manuais e procedimentos da Secretaria de Defesa Agropecuária, que permitiu o cancelamento de mais de 177 documentos, melhorando a eficiência dos processos do MAPA (consulte https://wikisda.agricultura.gov.br/).

Dr. Al Almanza, Global Head of Food Safety and Quality na JBS USA, falou da importância da Organização Mundial do Comércio e do SPS – acordo sanitário e fitossanitário – para arbitrar casos de barreiras comerciais, que muitas vezes são “mascaradas” de barreiras sanitárias. Explicou os requerimentos do FSIS (Serviço de Inspeção e segurança de alimentos do USDA) para exportações e a importância de fornecedores terem HACCP implementado, programas de controle microbiológico e de contaminantes químicos, entre outros requisitos. Enfatizou que em agosto/22 o USDA passou a considerar que >1 UFC/g de Salmonella em produtos crus de frangos confinados seja considerado como adulterante, devido a uma petição. Segundo ele, foi levada mais em consideração a opinião pública do que realmente o foco em importância epidemiológica e prevalência de sorovares.

 Conversamos sobre o futuro da área de qualidade. Ele citou investimentos em projetos de integração de acesso e transferência de informações, para que o consumidor e órgãos regulatórios participem da cadeia produtiva, acompanhando em tempo real, de maneira transparente, os resultados de análises, além do desenvolvimento de softwares de controle de monitoramento ambiental.

ESG: o Futuro agora – José Antonio Ribas, Diretor Executivo de Agro e Sustentabilidade, falou sobre a relevância das iniciativas e investimentos em ESG, contemplando pessoas, bem-estar animal e segurança para garantia da cadeia do Agro, da importância do uso de Inteligência Artificial para redução de falhas e monitoramento de parâmetros como crescimento de animais, conforto término, qualidade de alimentação, entre outros.

No encerramento, houve uma mesa redonda, com debate dos principais tópicos entre os palestrantes.

Foi um dia motivador, um excelente evento! Que seja o primeiro de muitos!

Legenda da foto:    Fernando Meller – Diretor Executivo de Recursos Humanos JBS; Luciara Rech Peil – Diretora Executiva Qualidade, P&D e Ciex; Carolina Reichert – Gerente Executiva Planejamento da Qualidade; Carlos Alberto Macedo Cidade – Diretor de Relações Institucionais JBS e José Antonio Ribas Junior – Diretor Executivo de Agro e Sustentabilidade na Seara

4 min leituraNo dia 07/12 aconteceu o 1° Simpósio de Qualidade Seara, em São Paulo, onde foram discutidas tendências nacionais e globais de consumo de alimentos, proteínas, ESG, a relevância do Brasil […]

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Embalagem inovadora contribui para a segurança dos alimentos

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É cada vez mais comum as indústrias de alimentos adotarem embalagens inovadoras, uma vez que elas são o primeiro contato do consumidor com o produto. Para conseguir se destacar diante da vasta lista de concorrentes e oferecer algo novo, é necessário investir em uma embalagem que atraia o público-alvo. É importante ressaltar que, além de chamar a atenção, ela precisa preservar a qualidade e segurança do alimento.

Além da estética, as embalagens inovadoras conseguem contribuir em vários aspectos: sustentabilidade, posicionamento no mercado, agregação de valor, marketing, experiência ao cliente e o aumento na segurança de alimentos.

Existem tecnologias inovadoras no mercado para embalagens de alimentos. Segundo artigos de divulgação (veja mais aqui e aqui), uma delas é o feixe de elétrons ou E-beam, que realiza a esterilização da embalagem. O princípio, segundo a divulgação, é “usar um feixe de elétrons acelerados para afetar as propriedades de um material pré-polímero (monômero e/ou oligômero), quebrando suas ligações químicas. A interação dos elétrons do feixe com as moléculas de matéria que eles encontram modifica esta matéria através de reações de ionização. As consequências destas reações permitem destruir microrganismos, secar e endurecer monômeros ou reticular plásticos”.

Ainda citando o texto, “é um processo que endurece, reticula e esteriliza instantaneamente, permitindo um maior rendimento. Além disso, um único feixe pode substituir várias baterias de lâmpadas UV ou vários fornos”. Entre as inúmeras vantagens dessa tecnologia, a melhor é que ela “não utiliza em seu processo de produção fotoiniciadores, substâncias adicionadas para permitir a fotopolimerização em processos convencionais, evitando assim qualquer tipo de migração das substâncias” da embalagem para o alimento.

Mas independentemente da tecnologia utilizada, vale ressaltar que sempre devemos seguir os requisitos de segurança de alimentos para homologação dos fornecedores de embalagens, para que elas sejam adequadas para uso em alimentos.

As informações apresentadas são de fontes comerciais.

Imagem: Theagilityeffect

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Dados confiáveis são essenciais para a segurança dos alimentos

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Vivemos em um mundo globalizado e a cadeia produtiva de alimentos ganhou dimensões jamais vistas. No seu prato pode haver ingredientes vindos de várias partes do mundo, e neste cenário, o Brasil tem um papel fundamental, pois é um estratégico player na exportação de alimentos, tanto commodities agrícolas quanto produtos industrializados.

Segundo Frank Yiannas, atual vice-comissário do FDA (Food and Drug Administration):

“Uma melhor segurança dos alimentos começa e termina com melhores dados”.

Dados confiáveis de rastreabilidade são essenciais não apenas para recall eficiente, mas também para análise de causa-raiz de eventos de DVAs (Doenças Veiculadas por Alimentos), ajudando a entender, analisar, corrigir e prevenir novas ocorrências.

A rastreabilidade começa com a coleta de dados. Tratando-se de cadeias de suprimentos complexas e multissetoriais que se estendem por todo um sistema global, a comunicação de dados é fundamental para a rastreabilidade rápida e eficaz de ponta a ponta.

Com esta visão, o FDA incorporou temas sobre compartilhamento, qualidade e análise de dados em cada um dos elementos principais do documento  “Nova era de segurança dos alimentos mais inteligente” que pode ser acessado aqui. Este é um projeto que adota uma nova abordagem para a segurança dos alimentos, alavancando a tecnologia e outras ferramentas e formas de trabalho para tornar a cadeia produtiva de alimentos mais segura, digital e rastreável.

Em poucas palavras, trata-se da adoção, mais do que esperada e lógica, de elementos da indústria 4.0 em suporte à segurança dos alimentos, entre eles:

Dispositivos de Internet das coisas (IoT) que facilitam a coleta de dados

Dispositivos conectados à internet para coletar dados de segurança e rastreabilidade de alimentos com o uso de sensores podem ser usados para monitorar as condições climáticas no campo, variáveis operacionais nos processos, limites de controle em pontos críticos e muito mais.

Os scanners de identificação por radiofrequência (RFID) podem ser usados para rastrear os movimentos de produtos alimentícios marcados, apoiando os esforços de rastreabilidade de alimentos do campo ao garfo.

A variedade de sensores, câmeras, scanners e outros dispositivos IoT capacitam os atores da indústria de alimentos a acessar e coletar dados com mais rapidez, confiabilidade e eficácia do que aqueles coletados com trabalho humano, e claro, reduzindo os riscos de erros e fraudes.

Os dados coletados por esses dispositivos podem ser usados para gerenciar desvios de segurança dos alimentos em tempo real, recuperar do mercado rapidamente produtos inseguros e criar modelos preditivos valiosos para os stakeholders do segmento alimentício.

Inteligência artificial (AI) para análise de dados aprimorada

Com grandes conjuntos de dados ao seu alcance, muitas organizações estão buscando como ferramenta-chave o uso da AI para analisar seus dados de segurança dos alimentos de forma mais assertiva.

As agências reguladoras também estão aproveitando a nova tecnologia de análise de dados. O FDA, por exemplo, planeja aplicar modelos preditivos aos produtos alimentícios regulamentados, pois se tiver uma base de dados confiável, há como os algoritmos ajudarem a prever riscos futuros e assim poder agir preventivamente.

A inteligência artificial permite uma capacidade de análise de dados muito mais ampla, combinando informações e extrapolando resultados pelo uso de modelos matemáticos preditivos.

À medida que a cadeia global de abastecimento de alimentos se torna cada vez mais ampla e complexa, a indústria de alimentos precisa se integrar, buscando a sinergia de soluções baseadas em dados confiáveis, expandindo a adoção de tecnologias que permitem a coleta, troca e análise de dados. Este é o futuro da segurança de alimentos, um caminho que já está sendo trilhado e que não tem mais volta.

Para se aprofundar um pouco mais sobre as tecnologias da Industria 4.0 que podem ser aplicadas à cadeia produtiva de alimentos, leia os artigos sobre os “Impactos da 4ª revolução industrial no segmento de alimentos parte 1parte 2“.

E você, como gerencia dados sobre a segurança dos alimentos? Deixe seu comentário!

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Soro de leite em revestimentos comestíveis: aspectos de segurança de alimentos

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O soro de leite é um subproduto da fabricação do queijo e tem se mostrado uma excelente opção para revestimentos comestíveis. Ele é rico em proteínas, possui propriedades antibacterianas, capacidade de formação de filme incolor e inodoro, além de biocompatibilidade com outros materiais que podem ser combinados a ele e oferecer características aprimoradas ao revestimento. Isso contribui com o ciclo de vida do alimento ao qual ele está sendo aplicado. As aplicações são reportadas em diferentes matrizes alimentares como carnes, queijos e frutas.

No entanto, quando tratamos de embalagens ou revestimentos de alimentos, devemos lembrar que o material estará em contato direto com os alimentos, sendo necessário considerar alguns aspectos:

  1. O soro de leite comum não é considerado um biopolímero promissor para a preparação de filmes, pois possui estrutura globular compacta e tamanho molecular pequeno. Para modificar essa condição, a solução precisa ser aquecida de 80 a 90°C por 10 a 30 minutos. Esse aquecimento resulta na desnaturação da proteína, expondo os grupos funcionais e hidrofóbicos do soro, formando uma rede química tridimensional que promove ligações intermoleculares e interações hidrofóbicas na secagem do filme. Quando a desnaturação da proteína não é realizada, filmes quebradiços são obtidos após o processo de secagem.
  2. O soro de leite deve ser declarado como alergênico, em atendimento às normas (Codex Alimentarius), por se tratar de um derivado lácteo no qual a presença dessa proteína pode atuar como um gatilho para o desenvolvimento de reações alérgicas.
  3. Aspectos regulatórios estão relacionados aos cuidados com a segurança de alimentos, como as boas práticas de produção, visto que são materiais que entram em contato com alimentos. Além disso, deve-se avaliar minuciosamente a composição do filme e a possibilidade de migração de componente do filme para o alimento, avaliação essa que deve ser baseada em valores previamente estabelecidos em normas legais. Ressalta-se que os aspectos regulatórios são baseados em formulações específicas de forma que cada composição e/ou aplicação requer avaliação individual.
  4. Outro fator a ser considerado para aplicação são os mercados restritivos decorrentes de certificações religiosas, como a certificação Kosher, cujas exigências avaliadas seguem a lei judaica, que não permite a mistura de carne e leite para consumo. Neste caso, o cliente deve ser cuidadosamente estudado previamente. Essa exigência corrobora a referente aos produtos alergênicos, sendo possível mensurar que a aplicação mais assertiva tanto para fins regulatórios quanto mercadológicos é na matriz láctea.

O que você acha dessa aplicação para o soro de leite?

Imagem: Comung

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Como higienizar luvas de aço

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As luvas de aço são importantes principalmente para cortes de carnes, aves e peixes, para dar segurança aos manipuladores, contudo podem ser um ponto de risco para a segurança dos alimentos.

Dessa forma, o cuidado com sua higienização é crítico. Seguem algumas dicas:

  • A remoção de resíduos é fundamental para a boa higienização e deve ser realizada antes de aplicar o desinfetante.
  • Os produtos químicos mais usados são os alcalinos clorados. Escolha desinfetante ao invés de detergente, para garantir a destruição de microrganismos.
  • O rodízio de desinfetante com ativos diferentes é bom para evitar a resistência dos microrganismos. Alguns ativos que podem ser usados pelo menos uma vez por semana são ácido peracético e compostos quaternários de amônio. Os fabricantes de produtos de limpeza disponibilizam outros ativos que podem ser usados, desde que regulamentados pela Anvisa.
  • Cuidado com a prática de deixar as luvas de “molho” de um dia para outro. A solução de desinfetante vai perdendo os ativos. Pode ser melhor deixar 15 min de tempo de contato e depois deixá-las secar. Antes de usar, passe uma solução com desinfetante, por exemplo hipoclorito de sódio, e enxague.

Lembre-se de enxaguar bem após o uso de desinfetantes.

Há métodos físicos que também podem ser utilizados:

  • Luz UV: oferece eficácia parcial e depende do comprimento de onda e tempo de exposição.
  • Água quente: depende da temperatura e tempo de exposição, pode ser risco para o manuseio.
  • Ultrassom: pode ser associado à utilização de produtos químicos. É eficaz para remoção das sujidades nos pontos mais difíceis da malha das luvas.

Equipamento de ultrassom

Tanto as carnes e peixes podem ser ingeridos crus e a higienização afeta a segurança em relação a microrganismos patogênicos, em especial a Listeria monocytogenes. Listeria monocytogenes pode causar morte, abortos, além de outros sintomas, sendo que os indivíduos mais afetados são gestantes, idosos e imunodeprimidos.

Resumindo: a limpeza de luvas está diretamente ligada à segurança de alimentos, principalmente nos meses quentes quando a cadeia fria fica mais comprometida.

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Embalagens e materiais metálicos em contato com alimentos – Vem aí mais uma legislação!

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Está aberta consulta pública CP n° 1.134 desde 23 de dezembro de 2022 para que seja alterada as legislações atuais de materiais metálicos em contato com alimentos RDC nº 20/2007 e a RDC nº 498/2021.

De forma geral, a proposta trata dos seguintes assuntos: atualização da lista de matérias-primas metálicas autorizadas para elaboração de embalagens e equipamentos metálicos, definição das condições de uso de materiais de alumínio e suas ligas sem revestimento destinados a entrar em contato com alimentos, alteração na lista de impurezas de materiais metálicos e padronização no uso do termo “revestimento” nas especificações das folhas de flandres.

Vamos aos pontos que mais chamaram minha atenção e podem trazer impactos importantes para as indústrias de alimentos e de embalagens:

1-      Liberação do aço carbono (com restrições)

Maior dor de cabeça para as indústrias de alimentos no tema de equipamentos e superfícies de contato metálico sempre foi a não permissão do uso do aço carbono sem revestimento.

Na nova proposta ele passa a ser permitido para gorduras e óleos brutos e semirrefinados, alimentos secos (arroz e outros cereais, leguminosas etc.) e tubérculos.

“Aço carbono sem revestimento somente para a fabricação de equipamentos da indústria agro alimentícia para o processamento, armazenamento (tanques, silos, etc.), condução (tubulações, acessórios, etc.), e transporte (contêineres de navios, ferroviários, etc.) de gorduras e óleos brutos e semirrefinados, alimentos secos (arroz e outros cereais, leguminosas, etc.) e tubérculos. “

2-      Várias restrições incluídas para o uso do alumínio

Atualmente na lista positiva está autorizado o uso do alumínio tecnicamente puro e suas ligas. A nova proposta apresenta várias condições e restrições para a utilização do alumínio em contato com alimentos (exemplo: revestimento, tempo de contato, restrição quanto ao tipo de alimento e temperatura).

Alumínio tecnicamente puro e suas ligas: a) anodizado ou com a superfície totalmente enlouçada, vitrificada, esmaltada ou protegida com revestimentos poliméricos. b) sem anodizar ou sem os revestimentos superficiais mencionados em a), somente para uso nas seguintes condições: i) Contato breve (inferior a 24 horas), a qualquer temperatura. ii) Contato prolongado (mais de 24 horas), a temperatura de refrigeração ou congelamento. iii) Contato prolongado (mais de 24 horas), a temperatura ambiente, somente com alimentos secos ou gordurosos. As embalagens, utensílios, tampas e equipamentos mencionados em b) não são adequados para preparar, cozinhar, aquecer ou armazenar alimentos muito ácidos ou muito salgados tais como anchovas em conserva, suco de limão, alcaparras em conserva, vinagre, suco de maçã. Os fornecedores de artigos de alumínio e suas ligas destinados a estar em contato direto com alimentos que não cumpram com o estabelecido em a) deverão disponibilizar junto com o produto a seguinte informação aos consumidores/usuários sobre as condições de uso em que podem ser utilizados: “Não adequado para contato com alimentos muito ácidos ou muito salgados como suco de limão, vinagre ou alcaparras em conserva. Sem restrição para contato com alimentos secos ou gordurosos. Para armazenamento por período superior a 24h de outros tipos de alimentos, manter sob refrigeração ou congelamento. Nota: O uso dos exemplos de alimentos “como suco de limão, vinagre ou alcaparras em conserva” na frase informativa é facultativo.” (NR)”

 

3-      Retirada do Cobre do conjunto de impurezas.

Atualmente o material metálico não pode apresentar mais de 1% (m/m) de impurezas constituídas por chumbo, arsênio, cádmio, mercúrio, antimônio e cobre, considerados em conjunto. A proposta visa retirar o elemento cobre.

Os materiais metálicos não podem conter mais de 1 % de impurezas constituídas por chumbo, arsênio, cádmio, mercúrio e antimônio considerados em conjunto. O limite individual de arsênio, mercúrio e chumbo não pode ser maior de 0,01 %.” (NR)”

 

4-      Mudança na lista de Ligas de aço inoxidáveis

Incluídas novas informações relacionadas a ligas de aço inox e uma coluna de restrições. Algumas ligas passam a ser permitidas somente para determinadas condições.

Quando sem revestimento os fabricantes deverão disponibilizar junto com o produto a seguinte informação aos consumidores/usuários sobre as condições de uso em que podem ser utilizados: “Não adequado para contato com alimentos muito ácidos ou muito salgados. Sem restrição para contato com alimentos secos ou gordurosos. Para armazenamento por período superior a 24h de outros tipos de alimentos, manter sob refrigeração ou congelamento.”

Caso você queira participar desta consulta pública, as sugestões deverão ser enviadas eletronicamente por meio do preenchimento de formulário eletrônico específico, disponível no endereço: https://pesquisa.anvisa.gov.br/index.php/853578?lang=pt-BR

Lembrando que o objetivo é receber avaliações críticas e fundamentadas, dos diversos segmentos da sociedade, sobre a proposta de norma que está em discussão. As contribuições devem ser fundamentadas por referências técnicas e dados científicos sempre que possível.

3 min leituraEstá aberta consulta pública CP n° 1.134 desde 23 de dezembro de 2022 para que seja alterada as legislações atuais de materiais metálicos em contato com alimentos RDC nº 20/2007 […]

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Biologia molecular e o monitoramento ambiental na nova era da microbiologia da indústria de alimentos

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Os ambientes de processamento de alimentos são apontados em muitos casos como a fonte de contaminação microbiana na indústria.

Um microbioma adaptado ao meio ambiente pode colonizar as superfícies de equipamentos e ser transferido para o alimento ou intermediários da produção. Esta adaptação deve-se a fatores como: design ineficaz dos equipamentos, falhas no monitoramento microbiológico periódico e erros de análise microbiológica.

Além disso, a demora nos resultados das análises “atrasa” a tomada de ação, podendo resultar em contaminações maiores, como no caso da formação de biofilmes.

Surgem então, novas abordagens para o monitoramento ambiental, como o uso de biologia molecular, que a partir do sequenciamento de DNA, detecta e identifica micro-organismos, seja de forma corretiva ou preventiva.

Como o sequenciamento de DNA é utilizado no monitoramento ambiental?

O sequenciamento de DNA permite acessar uma camada de conhecimento que é impenetrável por outras metodologias. A partir do entendimento da microbiota industrial é possível ter conhecimento para tomar decisões associadas a desafios microbianos.

A Neoprospecta realiza sequenciamento de DNA aliado à biologia computacional, data science e engenharia de software para transformar dados em conhecimento prático para tomada de decisões.

Como ocorre a coleta de amostras e o processamento dos dados?

As amostras ambientais de superfície são coletadas com swab ou esponja. Outros pontos críticos podem ser coletados com alíquotas de cada etapa do processo, seja água de enxágue, alimentos fracionados, matérias-primas ou outros.

Após a coleta, as amostras são enviadas para processamento em laboratórios especializados como a Neoprospecta ou também este procedimento pode ser internalizado dentro da indústria, utilizando diferentes tecnologias como Illumina ou Nanopore Oxford, por exemplo.

Fluxo de processamento de amostras utilizando sequenciamento de DNA:

Como funciona na prática?

Uma das tecnologias da Neoprospecta é a plataforma Neobiome, que apresenta ferramentas (Mapa de risco, Perfil microbiológico, Perfil genético, Alerta de risco e Planos de ação), que auxiliam a equipe do controle de qualidade nas ações de melhorias.

No caso do monitoramento ambiental, após análise dos resultados do sequenciamento de DNA, é possível verificar com o Mapa de risco do Neobiome os pontos críticos na planta baixa de uma fábrica de alimentos (veja na figura abaixo).

No Perfil microbiológico, também observado em nossa plataforma, cada barra corresponde a uma amostra, as bactérias identificadas são representadas por cores diferentes e suas características, como: faixa de pH, condições de temperatura de crescimento, patogenicidade, produção de toxinas, entre outras, são apresentadas em nosso banco de informações de micro-organismos (BIM), demonstrado do lado direito da imagem.

Este conhecimento é uma valiosa ferramenta de verificação do processo de qualidade, que possibilita que medidas corretivas sejam rapidamente tomadas para eliminar/reduzir a presença dos micro-organismos e, com isso, reduzir as chances de contaminação em um produto final.

Nesse contexto, uma das grandes vantagens do sequenciamento de DNA é a identificação em larga escala, ou seja, a partir de marcadores genéticos universais como 16S e ITS, é possível identificar a composição microbiana de uma amostra, avaliar a frequência de um micro-organismo por meio do número de sequências de DNA em cada etapa da cadeia, comparar a dispersão de micro-organismos idênticos geneticamente em diferentes amostras, entre outras possibilidades.

A Neoprospecta apresenta uma diversidade de soluções moleculares para identificação, detectação e rastreabilidade de bactérias (Salmonella entérica, Listeria monocytogenes, E.coli, entre outros), Coliformes Totais, Mesófilos Totais, Bolores e Leveduras, que podem estar presentes em qualquer indústria de alimentos. Além disso,  fornece conhecimento, com respaldo científico liderado por especialistas da área de alimentos, com foco em garantir o controle de qualidade e a saudabilidade dos seus alimentos.

Quer conhecer a microbiota do seu processo produtivo? Entre em contato conosco no +55 48 988154226 ou comercial@neoprospecta.com. Ficaremos felizes em auxiliar!

Referências

Lawson, I.; Crafting the microworld: how Robert Hooke constructed knowledge about small things. The Royal Society. Published:16 December 2015. Acesso em: https://doi.org/10.1098/rsnr.2015.0057

Masotti, F.; Cattaneo, S.; Stuknyt, M.; Noni, I.; Airborne contamination in the food industry: An update on monitoring and disinfection techniques of air. Trends in Food Science & Technology V. 90, Pg. 147–156, 2019. Acesso em: https://doi.org/10.1016/j.tifs.2019.06.006

3 min leituraOs ambientes de processamento de alimentos são apontados em muitos casos como a fonte de contaminação microbiana na indústria. Um microbioma adaptado ao meio ambiente pode colonizar as superfícies de […]

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Características microbiológicas da amêndoa de baru

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O baru, Dipteryx Alata Vogel, é uma espécie arbórea da família Leguminosae, pertencente à subfamília Fabaceae, natural do cerrado. É considerado recurso natural do bioma, pois apresenta intensa frutificação na fase adulta e seus frutos são consumidos pela população local além de serem comercializados nos centros urbanos. 


Ele tem seu período de frutificação na época de seca, geralmente de julho a outubro, podendo cada árvore produzir até 150 Kg de frutos. O fruto do baru pode ser consumido integralmente, tendo a polpa e o mesocarpo sabor adocicado e a semente, amêndoa de baru, sabor semelhante ao amendoim.  


A
amêndoa de baru tem importância econômica devido a sua procura no mercado. Ela se destaca por ser fonte significativa de lipídios, proteínas e fibras alimentares, além de rica fonte de cálcio, ferro e zinco, minerais essenciais para a saúde humana, contribuindo para o equilíbrio oxidativo, redução plasmática de mediadores inflamatórios e auxiliando na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e dislipidemias.

Entretanto, as características da cadeia produtiva, além das más condições de manejo, manuseio e armazenamento da matéria-prima podem contribuir para a sua contaminação com consequente risco para saúde do consumidor. Pode-se considerar a contaminação microbiológica como principal problema identificado nas etapas de produção da amêndoa de baru, como consequência do tempo de exposição aos fatores ambientais e às condições de manipulação. 


A qualidade dos alimentos é promotora da manutenção da saúde se for assegurada pelo controle eficaz da manipulação em todas as etapas de produção. De forma contr
ária, procedimentos falhos ou incorretos podem causar as doenças transmitidas por alimentos (DTA).
 

O Codex International Code of Hygienic Practices recomenda itens básicos de higiene para produção de nozes, que vão desde as boas práticas agrícolas até o beneficiamento em escala comercial. Recomenda-se que elas sejam analisadas por métodos adequados para atender as especificações: devem estar livres de microrganismos patogênicos e não possuir nenhuma substância proveniente de microrganismos em quantidade que possa causar toxicidade.

No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 331/2019 contribui para o combate e redução no número de casos de DTA, pois dispõe sobre o aprimoramento das ações de controle sanitário, visando a proteção à saúde do consumidor, regularizando padrões microbiológicos para alimentos. Esta norma estabelece os limites máximos de 10³ UFC/g para coliformes termotolerantes, ausência em 25 g para Salmonella sp. e limite máximo de 10² UFC/g para bolores e leveduras.

A quantidade e os tipos de microrganismos existentes nos alimentos podem ser utilizados para determinar com segurança sua qualidade microbiológica. Microrganismos indicadores são grupos ou espécies que quando presentes nos alimentos podem permitir informações sobre a ocorrência de origem fecal, presença de patógenos ou deterioração do alimento, além de poder indicar condições sanitárias impróprias.

O grupo coliformes inclui bactérias da família Enterobacteriacea, a qual abrange gêneros como Escherichia, Shigela, Salmonella, Enterobacter e outros. As espécies que pertencem a esse grupo são sensíveis ao calor e quando encontradas nos alimentos que passaram por tratamento térmico indicam deficiência na higiene do ambiente de processamento.
Nas amêndoas, elas podem ser eliminadas pelo processo de torra.
As enterobactérias são os microrganismos utilizados para avaliar as condições higiênicas do alimento. A contaminação por esse grupo de microrganismo pode ocorrer através da manipulação sob precárias condições higiênicas.

A Salmonella sp. é outro tipo de microrganismo que representa risco para saúde do indivíduo. As causas mais relevantes de DTA são infecções causadas por bactérias do gênero Salmonella. Grande quantidade dessas bactérias são patogênicas para os humanos, com diferentes graus de gravidade e características. Podem ser encontradas no intestino do homem, sendo excretadas pelas fezes, das quais são transportadas por insetos e outros organismos vivos para outras áreas.  


Bolores e leveduras encontram-se abundantemente distribuídos no solo, plantas, água e ar. Consequentemente, produtos não processados de origem vegetal podem se contaminar com diferentes espécies de fungos. Apresentam uma maior
flexibilidade para se desenvolver em superfícies e condições nas quais outros microrganismos não são capazes. Os fungos e leveduras podem se desenvolver em alimentos com baixa atividade de água (0,65 a 0,99) e em condições de amplo pH (2,0 a 9,0), sendo importantes no caso das amêndoas.

Os microrganismos apresentam um comportamento diferente em relação ao intervalo de pH: as bactérias crescem mais rapidamente na faixa de 6,0 a 8,0 (pH ótimo), as leveduras crescem de forma mais rápida entre 4,5 e 6,0 e os fungos entre 3,5 e 4,0. As amêndoas de baru apresentam pH próximo do neutro (6,0 a 7,11), tornando-as mais suscetíveis ao crescimento de microrganismo, porém a baixa atividade de água, que varia de 0,34 a 0,54, determina condições impróprias para o crescimento microbiano. Porém, uma vez instalados, os microrganismos patogênicos podem constituir um risco nas amêndoas in natura ou adicionadas como ingrediente em outros produtos.
 

Mesmo a amêndoa do baru sendo um alimento que não favorece o desenvolvimento de microrganismos patogênicos, é importante manter as boas práticas agrícolas até o seu beneficiamento, além de realizar análises microbiológicas para garantir a segurança microbiológica.

 

Autora: Stephani Borges Campos, orientada por Mariana Buranelo Egea

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Feliz Natal e Próspero 2023

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Queridos leitores, parceiros e amigos, experimentamos o ano inteiro a alegria do Natal por tê-los aqui em nossa página.

O ano está acabando e com ele se encerra um ciclo de muitas conquistas e sucesso.

Neste ano o Food Safety Brazil comemorou 10 anos de vida, e temos muito a festejar! E essa época do ano é perfeita para agradecer àqueles que nos permitiram crescer.

É tempo de se conectar com as pessoas que amamos, de renovar o sentimento que nos faz ter forças, criatividade, inspiração e fé para o novo ano que está por vir. Por isso, nossa equipe de colunistas estará em recesso no período de 28/12/2022 a 15/01/2023.

Desejamos a vocês, um Natal capaz de trazer esperança e um Ano Novo que supere suas expectativas.

Queremos contribuir para que seu novo ciclo seja de fato o Ano Novo que você tanto anseia.

Agradecemos por fazerem parte da nossa família!

Feliz Natal e Próspero 2023!

Diretoria Food Safety Brazil

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Vídeo: Uma ceia abençoada (e segura) para todos!

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Ho ho ho, todos prontos para começar a preparar hoje a ceia de Natal? Esperamos, sinceramente, que ainda não. Erros na forma como armazenamos e conservamos os pratos prontos são, muitas vezes, responsáveis pelos “transtornos de piriri” no pós-festa. O ideal, portanto, é preparar para o consumo na noite da festa. “Ah… mas é tanta coisa para dar conta que a gente precisa começar um dia antes”. Neste caso, preparamos dicas também da escolha dos itens da ceia e de sua manipulação durante o preparo.

Em anos anteriores você conferiu nossas dicas aqui e aqui. Mas neste ano, nossos colunistas Jacqueline Navarro e Crístian Roque conversaram sobre diversos temas que são do interesse de todos aqueles que vão esperar o bom velhinho enchendo a pança na noite do dia 24. Destaque para evitar sobras com o planejamento do cardápio, a checagem dos rótulos no supermercado, e dicas para encher o carrinho na sequência certa (por último, os alimentos refrigerados/congelados e, em casa, guardá-los primeiro e adequadamente). No grande dia, como proceder o descongelamento das carnes de forma adequada, cuidados com a higiene de mãos, utensílios e bancada durante o preparo, lembretes para não lavar carnes e, sim, lavar e sanitizar verduras e legumes com hipoclorito de sódio. Na hora de servir, lembrar que alimentos muito manipulados desde o preparo são mais sujeitos a contaminação, como acontece com a maionese. Tem sobra? Nada de deixar a ceia por horas na mesa, tendo ido dormir tarde e comer no almoço do dia seguinte, ok? Sobras quentes devem ser levadas destampadas por duas horas na geladeira, e o peru sem o recheio de farofa! Cuidado também com a ceia encomendada: é preciso combinar certinho o horário da retirada e evitar que seu fornecedor tenha cometido os erros acima. Afinal, ele prepara a sua ceia e mais a de um monte de gente. Ou seja, alguém vai comer algum assado preparado ontem e reaquecido para a entrega. Triste, mas verdadeiro. Por fim, cuidado com os alérgicos, tá? Natal é época de festa também para a contaminação cruzada. E, se for comer no Ano Novo, por favor, congele.

Vamos assistir? Ponha o dedo no play antes da festa e tenha uma ceia segura e abençoada. São os nossos votos!

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