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Alimento ozonizado, alimento seguro: 1º selo de qualidade em ozônio do Brasil

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“Alimento ozonizado, alimento seguro” é um selo de qualidade para marcas de alimentos que usam ozônio no processo de produção. O selo foi criado pelo fabricante de equipamentos de ozônio brasileiro myOZONE para que empresas do setor de alimentos pudessem informar seus clientes que os seus alimentos utilizam o ozônio em seus processos de produção.

O selo atesta que o alimento embalado utiliza a tecnologia de ozônio em etapas de seu processo produtivo e possui um processo validado com sucesso através de pesquisa científica desenvolvida pela myOZONE em parceria com Universidade Federal de Viçosa -UFV e a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Um processo bem implementado de ozônio em uma indústria de alimentos garante que os produtos foram ozonizados e possuem qualidade superior aos não ozonizados. Isto porque o ozônio é uma tecnologia emergente muito eficiente capaz de eliminar insetos, microrganismos e ainda degradar agroquímicos. Parece mentira, mas é pura verdade. O ozônio é capaz de fazer tudo isso quando implementado de forma correta.

Lançado em 2024, o selo “ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO” promete ganhar força na indústria de alimentos do Brasil. Utilizar este selo em seus produtos demonstra a preocupação da empresa com o meio ambiente e reforça o compromisso da empresa com a qualidade dos alimentos que ela produz.

A primeira empresa brasileira certificada pela myOZONE foi a cerealista gaúcha Do Sítio Alimentos que recebeu em Julho de 2024 o primeiro selo de qualidade de alimento ozonizado no Brasil. A implementação do ozônio foi realizada nas linhas de feijão preto e feijão carioca comercializados pela empresa e teve tanto sucesso que o empresário Maico Gross já pensa em expandir a tecnologia para outros alimentos. A tecnologia começou a ser implementada em maio de 2023 e desde então a empresa não teve mais nenhum caso de devolução de produtos contendo insetos vivos. Devoluções assim podem causar não só prejuízos econômicos como também danos à imagem e marca da empresa.


Figura 1: Selo de qualidade alimento ozonizado

 Figura 2: Primeiro alimento ozonizado certificado do Brasil

O protocolo utilizado para o tratamento do feijão foi desenvolvido pelo pesquisador Eugénio da Piedade Edmundo Sitoe, doutor em engenharia agrícola e pesquisador-chefe da myOZONE. A pesquisa foi realizada nas dependências do laboratório de pós-colheita do departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa.

Figura 3- Preparação do feijão para pesquisa realizada no laboratório da UFV

A pesquisa comprovou que o ozônio elimina ovos e insetos de grãos de feijão armazenados e também controla fungos responsáveis pelo envelhecimento precoce de grãos. Durante a pesquisa, os pesquisadores infestaram uma massa de grãos com o inseto Zabrotes. Após a postura dos ovos, os insetos adultos foram retirados da massa de grãos.

O produto que não recebeu o ozônio teve seus ovos eclodidos e larvas consumiram o feijão. Além disso, o fungo Aspergillus causou envelhecimento precoce no produto  (figura 4 – esquerda). Já no feijão tratado com ozônio os ovos não eclodiram, houve controle da ação do fungo e o feijão manteve seu padrão de qualidade (figura 4 – direita).

Figura 4: Avaliação do feijão não tratado (esquerda) e tratado (direita)

A myOZONE tem o compromisso de desenvolver e transferir a tecnologia para todos os tipos de alimentos no Brasil. A segunda empresa que estará em breve certificada será a empresa catarinense Belas Aves, umas das mais conceituadas indústrias de ração para aves do Brasil que também sofria prejuízos com devoluções de seus produtos pela presença de insetos vivos dentro em suas embalagens.

Iniciativas como estas precisam ser divulgadas para que o consumidor seja educado a valorizar este tipo de iniciativa. Isto porque, cada vez mais, consumidores estão se tornando cada vez mais atentos ao nível de compromisso e de qualidade, composição e a forma como os alimentos são processados pelas empresas. A empresa que investe no ozônio precisa também investir na divulgação dos produtos que tiveram seus processos certificados.

Uma empresa que se preocupa em aplicar ozônio em seus alimentos precisa divulgar suas ações para que seus clientes saibam e valorizem suas iniciativas. O uso deste selo agrega valor à marca da empresa e aos seus produtos.

Acreditamos que o selo ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO ganhará rapidamente fama e aceitação pelos produtores de alimentos. Certamente as empresas que investirem na tecnologia serão recompensadas pelo aumento das vendas e fortalecimento da marca como uma empresa que se preocupa com seus consumidores que entenderão o nível de excelência e o valor do ozônio para o seu negócio.

O que significa ter selo de qualidade: Alimento Ozonizado?

Imagine um cenário onde se tem uma linha de produção com altíssima qualidade, que consegue entregar os melhores produtos e serviços com a eficiência esperada e que promove os melhores indicadores ao seu negócio. Um novo cliente aparece na empresa e pede para que você ateste que seu processo garanta esta qualidade de alguma forma, para que ambas as partes confiem no que foi avaliado e entendam o nível de excelência empregado.

Este é o conceito do sistema de implementação de ozônio desenvolvido pela myOZONE. O selo atesta que o ozônio contribui para garantir um alimento com maior segurança e qualidade. Após a empresa ter seu protocolo validado em um dos laboratórios de ozônio da myOZONE  na Universidade Federal de Viçosa ou na Unicamp ela recebe o certificado de empresa OZONE MANAGER e autorização para utilizar o selo Alimento Ozonizado Alimento Seguro em seus produtos validados.

O selo atesta que a empresa conseguiu implementar com sucesso o ozônio em seu processo produtivo envolvendo diversas áreas da empresa, incorporando o ozônio e tornando-o parte do dia a dia da empresa.

Quais vantagens o selo ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO pode proporcionar?

Quanto mais uma empresa consegue demonstrar aos seus clientes o quão engajada está com o uso da tecnologia do ozônio e o quanto se preocupa com a qualidade dos seus produtos, mais ela ganhará a sua confiança. E esse fato vai além, tornando-se também um diferencial competitivo para o negócio, pois o ozônio proporciona aumento na validade dos alimentos.

Ter um selo ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO agrega valor à empresa como um todo. Ter uma certificação da myOZONE validada pela UFV ou a Unicamp representa um reconhecimento nacional e internacional de qualidade.

Os revendedores e consumidores finais ganham muito por comprar alimentos ozonizados, pois garantem um alimento mais seguro, com  maior tempo de prateleira e aumento de receita da empresa com a redução de perdas e devoluções de produtos infestados e/ou degradados por microrganismos. Os revendedores podem repassar parte deste ganho para seus clientes, melhorando ainda mais a satisfação desses consumidores.

A marca da empresa passa a ser atrelada aos seus produtos que possuem padrões maiores de qualidade, entregando também mais confiabilidade aos seus colaboradores, clientes e consumidores finais.

A myOZONE é a principal empresa do Brasil especializada na implantação de ozônio industrial. Possui convênios permanentes com a Universidade Federal de Viçosa – UFV e a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – com laboratórios de ozônio próprios que auxiliam empresas em pesquisas e desenvolvimento de protocolos com ozônio e implementarem com sucesso o ozônio nas empresas.

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Destaques do IX Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade – Grand Finale

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Hoje finalizamos os destaques do IX Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade.

Wilson Tamega Jr., da VISA de São Paulo, explicou em sua palestra, os conceitos das diretrizes e responsabilidades da Diretoria Colegiada – o conjunto de diretores que são os responsáveis por determinas resoluções (RDC) da ANVISA.

Wilson ponderou que a ação de vigilância é baseada na precaução e prevenção, entendendo que não existe risco zero, pois sempre há a incerteza científica. Se quiser entender mais sobre este tema, leia Assuntos regulatórios nas indústrias de alimentos: entrevista com a colunista Talita Andrade.

Sobre a responsabilidade técnica, enfatizou que os RT devem saber argumentar quando houver uma notificação, para que façam defesas de maneira adequada.

Ressaltou ainda a importância de as empresas terem auditores externos para avaliar as instalações, sem o vício do trabalho diário, podendo visualizar melhor falhas e pontos de melhorias. Importante também é controlar pragas e preparar corretamente os vestiários e sanitários para que os colaboradores consigam utilizá-los corretamente, com acessibilidade e respeito.

Por fim, convidou a todos a participar das consultas públicas e contribuir para a evolução das normas! Faça sua parte, contribua e acompanhe a agenda regulatória da ANVISA em Anvisa aprova Agenda Regulatória 2024-2025 — Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa (www.gov.br).

Em seguida, tivemos a apresentação de Luiz Fernando Oliveira, co-founder e CEO da Neoprospecta. Ele apresentou a BiomeHub, uma empresa focada em Saúde, e a Neoprospecta, o outro braço, focado em genômica para indústrias. Explicou que trabalham com big data, machine learning e sequenciamento de DNA. Trouxe o conceito de microbiologia 4.0, com IA aplicada, levando a tomada de ações rápidas.

Usando dados de sequenciamento de banco de dados de microrganismos em processos, pode-se gerar dashboards com base em risco de ocorrências de falha de higienização, redução de vida de prateleira e risco para saúde do consumidor. Com modelos de IA, focam em reduzir ou aumentar amostragens, através de modelos estatísticos e de aprendizagem de máquina, calculando o risco médio por ponto, mantendo o poder de confiança no método estatístico.

Os modelos devem ser sempre supervisionados, com inserção inicial de dados históricos e explicação para o sistema da criticidade dos patógenos ou outros perigos, para que se coloquem pesos adequados e se defina quando é possível ou não fazer reduções em planos de amostragem.

É importante lembrar que nem sempre será possível gerar redução de custos com redução de planos de coletas ou análises. Algumas vezes, como o sistema trabalha com riscos, vai apontar que é necessário fazer um aumento no plano amostral, para garantir a segurança dos alimentos.

A mesa redonda entre as principais certificadoras de indústrias de alimentos no Brasil foi muito rica!

A primeira representante foi Palova Dieter, da SQF. Esta norma começou na Austrália, em 1994, foi adquirida pelos EUA e hoje faz parte do GFSI. Está presente em mais  de 40 países, com mais de 12.000 certificados. Segundo ela, hoje existe uma demanda crescente por profissionais qualificados e com experiência em normas SQF, para implantação nas empresas, além de treinadores, auditores, supervisores técnicos e consultores.

A Fundação FMI fornece globalmente bolsas anuais para formação de auditores, que estão em falta no mercado. Mais recursos podem ser acessados em www.sqfi.com, onde pode-se encontrar check lists, dicas e outras referências para criação de procedimentos em diversos temas ligados à segurança de alimentos.

Em seguida, Juliani Arimura, representante da FSSC 22.000 no Brasil, falou sobre as normas 22.000 (para indústria e bens de consumo) e 24.000 (social).  São 15 anos de norma, com mais de 35.000 acreditados, com 6 versões, sendo a última revisão lançada em 2023.

João Stein, representante da IFS, falou sobre como impulsionar novas competências. A IFS é originária da Alemanha e desenvolve normas e programas de desenvolvimento para que seus clientes possam atingir a acreditação. Já com 10 anos no Brasil, conta com mais de 30.000 certificados. No site www.ifs-certification.com há guias para criação de competências técnicas, com temas diversos para ajudar na formação de profissionais da qualidade. É uma norma orientada a produtos e processos, com base na ISO 17065, com visão sistêmica, com auditores qualificados e processos de auditoria padronizados, com escopos específicos por tipo de produtos.

E fechando a mesa, falou Juliane Silva, representante da BRCGS – junto com a LGC Assure. A norma tem origem no Reino Unido, inicialmente foi planejada para harmonizar auditorias na cadeia de fornecimento. Ela apresentou o BRCS Professional, um programa que reconhece profissionais das empresas certificadas, que tenham competências para implementar sistema de gestão conforme as normas GFSI. Também formam consultores (mais informações aqui).

Todos trouxeram informações essenciais para quem quer se formar ou trabalhar como consultor e ou auditor!

E para fechar este evento fantástico, tivemos uma dinâmica para desvendar os pilares da motivação, com Vivaldo Staut, do EBPNL. Ele nos transportou para as bases da ciência do alto desempenho, uma reflexão super pertinente!

Certamente, foi um dos melhores eventos de que já participei! Esperamos vocês no X Encontro.

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O que não mata engorda, e o que não engorda, mata

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Já dizia minha avó: “o que não mata engorda”. Esse é um ditado popular muito conhecido pelas pessoas de gerações mais antigas, e que se baseia principalmente no consumo de alimentos e seus cuidados ao serem consumidos, ou melhor, na falta de cuidados ao serem ingeridos. Mas o oposto (o que não engorda mata) também é válido.

Há muitos anos alimentar-se tinha como objetivo único saciar a fome. Com o decorrer do tempo, fazer refeições começou a ter outro significado: o benefício para a  saúde e viver mais e melhor. Além disso, outro assunto tornou-se preocupação e também começou a ser prioridade na produção de alimentos: sua segurança e inocuidade.

Ao longo dos anos, em várias partes do mundo, infelizmente existem inúmeros registros de problemas graves causados pelo consumo de alimentos, inclusive com perda de vidas. Atualmente existem esforços por parte da sociedade, autoridades, profissionais e estabelecimentos produtores de alimentos para evitar que essa terrível história se repita, mas nem sempre essa missão alcança êxito.

E o que esperar para o futuro quando se fala em Segurança de Alimentos? Assim como tudo na vida, as coisas mudam, evoluem e facilitam nossa vida. Por exemplo: estamos numa era com incontáveis aplicativos digitais que fazem hoje o que seria impensável anos atrás e a mesma coisa acontece em relação à produção e fornecimento de alimentos.

A bola da vez é a tão comentada IA (Inteligência Artificial). Veja como as novas tendências do setor de alimentos estão conectadas com a inteligência artificial. Assim como a IA, a IoT (Internet das Coisas) também ajuda a monitorar as condições de armazenamento e transporte em tempo real, garantindo que os alimentos sejam mantidos em condições ideais para consumo.

Os avanços da ciência têm trazido bons resultados com a robótica e sistemas avançados na forma de produzir, o que se convencionou chamar de Indústria 4.0. Leia aqui sobre o potencial da Indústria 4.0 favorecendo a segurança dos alimentos. A área de microbiologia também avança: PMP como ferramenta de microbiologia preditiva em alimentos.

Os governos ao redor do mundo estão criando regulamentações mais rigorosas para garantir a segurança dos alimentos, especialmente em resposta a novos desafios e surtos. Aqui no Brasil inclusive vivenciamos isso de tempos em tempos: Socorro!!! Mudanças na legislação da ANVISA – Confira o que mudou.

Outro fator atual é a sustentabilidade e não poderia ser diferente em se tratando da produção de alimentos seguros: Sustentabilidade e Segurança de Alimentos de mãos dadas. 

Além disso, já existe um movimento de educação aos consumidores, pois grande parte dos surtos e contaminações acontecem nas casas. Desta forma será cada vez mais comum surgirem ações educativas para a população em geral e para as novas gerações: conheça a cartilha para crianças que ensina Segurança de Alimentos.

A engenharia genética e outras biotecnologias avançaram na produção de alimentos mais resistentes a pragas e doenças, diminuindo a necessidade de pesticidas e outros produtos químicos. Vale ressaltar também a importância da nanotecnologia.

E tudo isso tem um impacto positivo sobre a forma de produzir alimentos com segurança. Todos esses avanços visam criar no futuro um ambiente de produção e fornecimento de alimentos mais seguros, transparente e sustentável garantindo assim a nutrição e saúde de todos.

Por fim, poderemos criar na nossa geração um novo ditado popular: “O que não engorda e nem mata faz bem.”

José Gonçalves de Miranda Júnior é graduado em Tecnologia Agroindustrial (Alimentos) na Universidade do Estado do Pará. Tem pós-graduação em Engenharia de Alimentos – Desenvolvimento de produtos  e especialização em Segurança de Alimentos. Atua há 15 anos na área de Qualidade e Segurança de Alimentos em diversas indústrias. 

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Conexões para a segurança de alimentos

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Quando as indústrias de matérias-primas, alimentos e de embalagens trabalham com responsabilidade para garantir a segurança dos alimentos, o efeito é refletido na segurança alimentar no mundo.

É papel dos profissionais que estão inseridos nesta cadeia de fornecimento seguir atentos, com mentalidade de riscos ao trabalhar nos processos.

Em um mundo dinâmico, incerto e que vive consequências de mudanças climáticas, comportamentais humanas, tecnológicas e de saúde , as ferramentas de gestão são cada vez mais aliadas do nosso esforço de mitigar riscos.

A conexão entre os elos da cadeia de fornecimento é o que garante a segurança do alimento para o consumidor. Fortalecer as barreiras em cada interface importa. Como pensar em um novo produto, sem projetar a embalagem que irá protegê-lo, evitando descartes por má conservação ou contaminação?

Como usar matérias-primas de provedores que não analisam seus riscos na fabricação e transporte?

Isso tudo sem falar dos desafios de gestão dos alergênicos e dos riscos de migração que podem prejudicar a saúde do consumidor!

Somamos todos estes desafios ao da sustentabilidade, em um planeta que pede socorro por sua preservação e restauração com enorme demanda por materiais sustentáveis e igualmente eficientes.

Que nós, profissionais ligados à área de segurança de alimentos, nos inspiremos para seguir nesse movimento forte de melhoria contínua.

Nossos esforços devem apoiar a segurança alimentar. Somos um grande time que envolve empresas, organizações da sociedade civil, governos e consumidores. Cada um de nós pode contribuir para a construção de um futuro com acesso a alimentos seguros e nutritivos para todos.

Vamos juntos!

Aline Jovanelli Dias é bacharel em Química. Atua há 25 anos na área de Qualidade em indústrias dos segmentos químico, automotivo e farmacêutico

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IFS Focus Day 2024 será em 26 de setembro: inscreva-se

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No dia 26 de setembro, São Paulo será palco de um dos eventos mais esperados do ano para os profissionais da área de segurança de alimentos, indústria e setor varejista: o IFS Focus Day 2024.

O IFS Focus Day é um evento anual organizado pela IFS (International Featured Standards).

Por que participar do IFS Focus Day?

Se você é um profissional da área de segurança de alimentos, trabalha na indústria alimentícia ou no varejo, o IFS Focus Day é um evento imperdível. Aqui estão algumas razões para garantir sua participação:

  • Atualizações nas Normas IFS: Recentemente, a IFS passou por importantes atualizações em suas normas. No evento, você terá a oportunidade de se aprofundar nessas mudanças e entender como elas impactarão os processos e certificações em sua empresa.
  • Networking de alto nível: Reúna-se com líderes da indústria, especialistas em segurança alimentos e representantes do varejo. O evento oferece um ambiente propício para a troca de experiências e a construção de relacionamentos profissionais valiosos.
  • Conteúdo relevante e atualizado: Palestras elaboradas para abordar os principais desafios e oportunidades do setor. Confira os temas das palestras que estarão no centro das discussões (acesse o link de inscrição no final deste texto).
  • Inovações e tendências: Fique por dentro das últimas inovações que estão transformando o setor de segurança de alimentos. O evento é uma excelente oportunidade para aprender sobre as melhores práticas e as tendências emergentes que impactarão o mercado nos próximos anos.

 Como participar?

As inscrições para o IFS Focus Day já estão abertas e as vagas são limitadas! Garanta sua participação acessando o site oficial do evento aqui.

Não perca esta oportunidade única de se atualizar e de se conectar com os principais players do setor de segurança de alimentos.

Nos vemos em São Paulo no IFS Focus Day 2024!

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Micotoxinas e o impacto na alimentação animal

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As micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos filamentosos durante seu processo de crescimento e podem contaminar os alimentos destinados ao consumo humano e animal, causando perdas produtivas, problemas reprodutivos, doenças e, em algumas situações mais graves, até óbito.

Esses metabólitos são de difícil controle, porque estão associadas às condições de umidade, temperatura e oxigênio desde as etapas de plantação, crescimento e estocagem de diferentes grãos. E apesar de serem produzidas por fungos, as micotoxinas podem permanecer nos alimentos mesmo após a destruição dos fungos que as produziram.

Os gêneros dos fungos mais comumente associados com toxinas que ocorrem naturalmente são Aspergillus, Penicillium e Fusarium e as principais micotoxinas que ocorrem nos grãos e seus subprodutos cultivados no Brasil são: aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, tricotecenos e ocratoxina A.

Caso alimentos contaminados por essas micotoxinas sejam fornecidos na alimentação animal, diferentes espécies como bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equídeos podem apresentar sintomas de doenças hepáticas, neurológicas, nefrológicas, entéricas ou podem ter baixa de desempenho produtivo, reprodutivo e pouco ganho de peso. Algumas situações, a depender da idade do animal e da quantidade de alimento contaminado ingerido, podem ocasionar inclusive óbito de alguns indivíduos ou parte de um rebanho gerando grandes prejuízos aos produtores rurais.

Como o Brasil apresenta clima predominantemente tropical com boa incidência de chuvas e extensas áreas de plantação de grãos, temos condições bastante favoráveis ao desenvolvimento dos fungos produtores das micotoxinas.

O blog já trouxe material demonstrando que no Brasil o risco de doenças em animais causadas por micotoxinas segue alto.

O quadro abaixo traz informações sobre as principais micotoxinas, alimentos mais propensos à contaminação e principais fatores de produção dessas micotoxinas:

Micotoxinas

Aflatoxinas

Zearalenona

Fumonisinas

Tricotecenos

Ocratoxina A

Fungos que mais produzem

Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus

Fusarium

Fusarium

Fusarium

Aspergillus e Penicillium

Alimentos mais propensos à contaminação

Amendoim,  castanhas, nozes, milho e cereais em geral

Milho e cereais de inverno

Milho e cereais de inverno

Milho e cereais de inverno

Milho e grãos estocados

Principais fatores da produção

Armazenamento em condições inadequadas

Temperaturas frias associadas à alta umidade

Estação seca seguida de alta umidade e temperaturas moderadas

Temperatura fria, alta umidade e problemas no armazenamento

Deficiências no armazenamento

Fonte: O que são Micotoxinas? – LAMIC – Laboratório de Análises Micotoxicológicas (ufsm.br)

 Sobre as principais micotoxinas e os prejuízos causados aos animais:

  • Aflatoxinas: são produzidas pelos fungos do gênero Aspergillus, e causam principalmente alterações hepáticas.
  • Fumonisinas: são produzidas por fungos do gênero Fusarium, ocorrem em diversos cereais, principalmente milho, atingindo quantidades que costumam levar a intoxicações subclínicas. Há relatos de diminuição do ganho de peso, por alterações no sistema intestinal e hepático. Em equinos podem causar problemas neurológicos e em suínos estão relacionadas a problemas pulmonares.
  • Zearalenona: produzida por fungos do gênero Fusarium. É contaminante de diferentes cereais, como milho, trigo, cevada, arroz. Essa toxina produz efeitos semelhantes ao estrógeno, interferindo em índices reprodutivos dos animais acometidos, sendo que os suínos são os mais suscetíveis entre os animais domésticos.
  • Ocratoxina A: micotoxina produzida por espécies de fungos como Aspergillus e Penicillium. Entre as ocratoxinas, esta é a mais tóxica e tem propriedades nefrológicas, carcinogênicas e teratogênicas.
  • Tricotecenos: são produzidas por fungos dos gêneros Fusarium, Cefalosporium, Myrothecium, Stachybotrys e Trichoderma, em algumas situações podem estar associadas a outras micotoxinas produzidas pelos fungos do gênero Fusarium, como a fumonisinas e zearalenona. Os suínos também são bastante susceptíveis a elas, podendo apresentar problemas gastrointestinais, que geram baixo ganho de peso.

O controle das micotoxinas é um desafio importante e requer cada vez mais estudos, acompanhamento e análises, tanto de grãos oferecidos aos animais por empresas produtoras de ração animal quanto avaliação das condições em que esses grãos são armazenados nas propriedades rurais. O fator umidade é um dos mais lembrados em estudos que tratam da mitigação da produção de micotoxinas, sendo um parâmetro estocar grãos em locais com umidade inferior a 10 – 13%. O controle de oxigênio é bastante realizado na produção de silagem em fazendas, mas essa não é uma alternativa viável pensando em áreas de plantio.

Considerando as doenças causadas pelas micotoxinas ou mesmo a baixa no desempenho do rebanho, com perda em ganho de peso e alterações reprodutivas, as micotoxinas precisam de constante monitoramento e de políticas e estudos que auxiliem no seu controle.

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Atenção passageiros, qual o próximo destino da Segurança de Alimentos?

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Quando falamos em futuro, logo pensamos em inteligência artificial e em como esta ferramenta, que já está tão presente em nosso dia a dia, pode ser explorada e trazer melhorias para nossas vidas. Considerando este contexto de futuro para a segurança de alimentos, será que poderemos pensar em um cenário empolgante e desafiador, em que a inteligência artificial poderá monitorar os perigos online de uma forma ainda inalcançável? Robôs com IA que garantirão a continuidade do processo e a diminuição de erros? Planos APPCC sendo atualizados instantaneamente? Embalagens inteligentes e desenvolvidas a partir de dados compilados por esta inteligência, proporcionando segurança e sustentabilidade ambiental? Hum….talvez esse seja mesmo um futuro muito promissor e esteja iminente.

Em um passado não tão distante víamos a preocupação apenas em vender alimentos. Legislações e regras não existiam ou eram escassas e as informações eram pouco padronizadas, como podemos ler um pouco aqui. Com o passar do tempo, as legislações foram sendo criadas, pessoas foram sendo treinadas, surgiram as certificadoras e tudo evoluiu até chegar aos dias de hoje. A preocupação não está mais em apenas vender alimentos, mas também em fornecer um produto seguro, atendendo inúmeras legislações, normas e esquemas de certificação (ANVISA , MAPA, FSSC 22000, BRCGS, IFS, entre outros) e com informações mais claras para o consumidor, com melhores padrões nos rótulos e nas informações, resultado de um conjunto de ações de pessoas de diversas áreas.

Com o passar do tempo, novos temas são abordados, o funil torna-se cada vez mais apertado e o que antes eram detalhes vai se transformando em planos de ação, controles, treinamentos, fiscalizações etc.

Atualmente preocupa-se com o design sanitário dos equipamentos, os planos para uma produção sustentável, com redução de perdas e o fortalecimento da cultura de segurança de alimentos. Ufa! Com tantas novas ações, será então que já olhamos para tudo? Será então que não há mais nenhum “pelo em ovo” ou coisas assim perdidas por aí? Empresa certificadas, legislações funcionando, parece que está tudo certo… Ou será que mesmo assim estamos olhando apenas para a ponta do iceberg? Como será que esse olhar nos levará à resposta sobre o futuro?

Voltando para o presente, estamos em um momento em que tudo vira uma verdade absoluta nas redes sociais, em que mentiras sem embasamento derrubam anos de estudos. A cultura é o que fortemente se destaca como um campo a ser melhor trabalhado. E por estes e por outros motivos não podemos pensar na cultura somente dentro das organizações. Pare e reflita: quando você conversa com seu vizinho, será que a cultura chegou até ele? Ou ele ainda está procurando papelão em carne bovina e jurando que a linguiça de tal marca é imprópria para consumo, e o leite em pó é mil vezes melhor do que o de caixinha por “ser puro”? Como anda a relação entre segurança de alimentos e as redes sociais?

Sob essa lente, talvez o futuro da segurança de alimentos esteja no fortalecimento da cultura, mas não falo especificamente da cultura das empresas que atingiram a maturidade nem tampouco das pequenas fábricas que ainda engatinham neste requisito ou ainda daquelas grandes que estão se mexendo para sair do modo “sempre foi assim”.

Será que a inovação, o grande futuro que esperamos, não está mais perto do que imaginamos apenas ao olhar para fora? É preciso estourar a bolha das organizações e trabalhar a cultura com quem mais se beneficia e literalmente se alimenta dela, AS PESSOAS! Sim! São elas, as pessoas, que mais trazem e trouxeram força para as regulamentações de alimentos. Projetos como o Põe no Rótulo e o próprio Food Safety Brazil exemplificam belamente como o conhecimento público pode fortalecer e impulsionar mudanças positivas, promovendo uma cultura de segurança de alimentos. E desta forma, com o fortalecimento e engajamento social, aliados aos avanços tecnológicos, chegaremos ao futuro desta cultura linda e pela qual somos tão apaixonados.

E então, passageiros, já haviam pensado assim? Vamos juntos embarcar nesta viagem com destino ao futuro da segurança de alimentos, munidos de muita cultura, não esquecendo da tecnologia, da IA, dos planos de APPCC online e de toda essa bagagem? Encontro vocês lá!

Por Fábia Carolina Lavoyer Llorente

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Sorteio de vagas para o VII Workshop Food Safety Brazil – Público remoto

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Foi com imensa satisfação que encerramos o VI Workshop Food Safety Brazil, que aconteceu nos dias 15 e 16 de agosto, no CREA-SP. A presença física ou remota de cada profissional foi essencial para o sucesso deste evento, e gostaríamos de agradecer de coração a participação de todos. Tivemos momentos enriquecedores de aprendizado e troca de experiências, com palestras que abordaram temas fundamentais para o avanço da segurança dos alimentos no Brasil.

Acreditamos que todos saíram com novos conhecimentos e insights que certamente serão aplicados em suas práticas diárias, contribuindo para a melhoria contínua da qualidade e segurança dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores. E já estamos analisando a planilha de feedback desta edição para melhorar em 2025 (caso não tenha preenchido, clique aqui).

Além disso, temos o prazer de anunciar que realizamos o sorteio das vagas para o VII Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá em 2025, para os espectadores remotos. Os sorteados para participar gratuitamente do próximo workshop foram:

  1. Nathalia Carolina Capacla Zaque
  2. Maria Cristina Leão
  3. Thaynan
  4. Kátia Furquim

Parabéns aos ganhadores! Escrevam-me no vpresidente@foodsafetybrazil.org. Esperamos que vocês aproveitem ao máximo essa oportunidade no próximo ano. Para aqueles que desejam conferir como foi o sorteio, o vídeo completo pode ser acessado clicando aqui.

Estamos extremamente motivados e já planejando com muito carinho o VII Workshop Food Safety Brazil, que promete trazer ainda mais conteúdos relevantes e momentos de interação valiosos. Contamos com a presença de todos vocês mais uma vez, para juntos continuarmos essa jornada em prol da segurança dos alimentos.

Mais uma vez, agradecemos a todos os que fizeram parte deste evento inesquecível.

Continuem acompanhando nossas redes sociais e e-mails para as novidades e futuros eventos. Até o próximo workshop!

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Mudanças climáticas e as normas de SG

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O assunto mudanças climáticas chegou pra valer nas normas de Sistemas de Gestão.

Abaixo são citadas algumas normas que já atendem ao IAF e ao conjunto ISO 22000 e FSSC 22000 v.6, por consequência do #5 do BoS, com a obrigação deste fenômeno de escala global como secas, inundações e ondas de calor; aguardando em leis, postura do consumidor e a relevância de estratégias que são importantes para os negócios, além do mapeamento das partes interessadas, mas na prática, serve para todas as normas ISO e mais cedo ou tarde, alcançará todas as outras.

ISO 9001 ISO 14001 ISO 45001 ISO 50001 ISO 37001 ISO 37301
ISO/IEC 22000-1 ISO/IEC 27001 ISO 22000 ISO 39001 ISO 28000 ISO 41001

NoAmendment 2024: climate action changes”, o requisito 4.1 das ISO requer que a determinação destas questões refira-se ao estabelecimento do contexto interno e externo da Organização, considerada na cláusula 5.4.1 da ISO31.000:2018. Por exemplo, na ISO 22000, o fornecimento de matéria-prima pode ser afetado, prejudicando a qualidade do ingrediente; enquanto na ISO 45001, a qualidade da água para consumo humano pode estar comprometida nas Organizações.

Existe uma definição de mudanças climáticas na ISO 6707 de que não se trata de um evento isolado, mas sim de mudanças que persistem por um período de tempo e tem sido assim. A definição precisa é: “mudanças no estado do clima que podem ser identificadas por mudanças no meio e/ou na variação das propriedades, e que persistem por um período prolongado, talvez décadas ou mais”.

Há orientações para avaliações de riscos IFRS (International Financial Reporting Standards), através da Resolução 192 CVM (Comissão de Valores Mobiliários): a partir de 2026 passa a ser obrigatório o relato de riscos climáticos conforme o IFRS2 para todas as empresas de capital aberto no Brasil.

Mudanças climáticas são naturais ou antrópicas (por ações humanas). Após revolução industrial está acontecendo muito rapidamente, representado CO2, CH4 e N2O (GEE), que são necessários mas com as queimadas estamos aumentando as quantidades dos gases fisicamente na atmosfera por mais de 100 anos e vem aumentando a temperatura média global (em 2023 foi muito acima do que nos anos anteriores), sendo que com 1,5ºC há consequências com impactos em segurança de alimentos, principalmente chuvas e influências do El Niño, ou seja, todos estamos influenciados por estes fenômenos, com limites extremos mais fortes e mais frequentes. No RS após 4 meses se repetiram as enchentes e não estamos preparados como na Austrália, para lidar, como por lá estão com o oposto, o fogo de incêndios.

As Organizações devem fazer um inventário de GEE – mapeamento das atividades da empresa que emitem GEE (envolver área Meio Ambiente). No Brasil, há a referência FGVces com escopos 1 (operacional), 2 (energia elétrica) e 3 (indiretas: fontes de emissões de transportes) para auxiliar na medição de dados coletados rotineiramente.

As emissões são categorizadas em três escopos:

  • Escopo 1: emissões diretas sob controle operacional da organização – consumo de diesel e escape de ar condicionado.
  • Escopo 2: emissões indiretas atreladas ao consumo de energia elétrica não renovável – energia elétrica consumida.
  • Escopo 3: emissões indiretas derivadas de atividades cujo controle operacional é administrado por terceiros – destinação para aterros sanitários, viagens a negócios com combustíveis fósseis (opção pelo remoto).

Dois temas de atuação são: mitigação (combustíveis renováveis e processos mais eficientes) e adaptação (o que a empresa fará para agir em relação ao que já está acontecendo – impacto de fornecedores e transportes com as inundações do RS).

Sobre mitigação em 2015 com 196 países na COP21, em vigor desde novembro de 2016, onde assinaram o compromisso no Acordo de Paris de reduzir emissões para limitar o aquecimento global em até 1,5ºC, mas em 2023 foi 1,18ºC com meta baseada na ciência a meta pede para reduzir, exige com que o planeta pare imediatamente de consumir combustíveis fósseis. Mobilizar empresas para atingir emissões líquidas zero (Net-Zero) até 2050.

Há a I-RECs (International REC Standard) que emite Certificados Internacionais de Energia Renovável, atestam a origem limpa da energia elétrica utilizada. Não é compensação, mas entram como estratégia de mitigação. Abate as emissões do inventário de GEE.

Assim, na prática o que considerarmos no requisito 4.1 das ISO então?

  • Compromissos voluntários assumidos sobre o tema;
  • Sustentabilidade da cadeia de suprimentos;
  • Mudanças no ambiente regulatório da Organização com restrições ao uso de determinados materiais ou fontes de energias, obrigações de eficiência, programas governamentais compulsórios;
  • Disponibilidade e uso de fontes de energias renováveis X não renováveis;
  • Impactos de localização geográfica das instalações das Organizações sujeitas às forças da Natureza, impactando as operações;
  • Neutralização da “pegada de carbono”;
  • Avaliação de impactos que as organizações causam ou podem causar em relação ao seu porte, ramo de atuação e tecnologias empregadas em suas operações;
  • O ciclo de vida dos produtos e o tratamento pós-vida útil;
  • Eficiência nos processos com uso de recursos, matérias-primas, energia e geração de resíduos, emissões e efluentes;
  • A utilização inadequada da matéria-prima resulta em um maior consumo de recursos naturais. Além disso, o desperdício de produtos já fabricados, como uma folha de papel, significa que todas as emissões de CO2 geradas durante sua produção foram em vão. Por isso, a reciclagem é tão importante, pois seu processo emite muito menos gás carbônico do que fabricar novos produtos.

E para o requisito 4.2 verifique que as partes interessadas não impõem requisitos sobre mudanças ou desempenho ambiental, assim considerar as obrigações legais aplicáveis, como órgãos ambientais podem ser condicionantes de licenciamentos ou clientes externos incluir o tema em auditorias de due dilligence. Orgãos como a CVM (Brasil) e a SEC (EUA) já regulamentam questões de ESG incluindo este tema e até mesmo a sociedade civil exercendo pressão para que as Organizações demonstrem como lidam com as mudanças climáticas em suas atividades, produtos e/ou serviços.

Reflita se a sua organização está se movimentando para mitigar as mudanças climáticas, não apenas preservar o meio ambiente, mas também proteger:

  • a segurança de alimentos e a alimentar;
  • a saúde pública;
  • a estabilidade econômica global.

Exigindo esforços colaborativos e políticas estratégicas para promover um futuro sustentável, este é o nosso “olhar estratégico” sobre.

Enfim, temos oportunidades relacionadas ao clima. Podem surgir como parte do desenvolvimento de respostas aos riscos específicos relacionados ao clima, por exemplo o acesso a novos mercados e novas tecnologias  de captura e armazenamento de carbono. Afinal, incorporar os riscos das mudanças climáticas na estrutura de gerenciamento de risco existente é provavelmente a melhor maneira de garantir que o impacto das mudanças climáticas seja devidamente considerado na tomada de decisão da sua organização. Torna as empresas mais eficientes e sustentáveis. Isso agrega valor ao negócio e fortalece a imagem corporativa.

 

Referência: Palestra do VI Workshop do Food Safety Brazil em São Paulo, palestrante Claudio Bicudo Mendonça, da ARCA Sustentabilidade.

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Priorização Inteligente: como a matriz GUT otimiza planos de ação na indústria alimentícia

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No mundo da qualidade e segurança dos alimentos, a eficiência na gestão de pendências é crucial. A matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) destaca-se como uma ferramenta eficaz para priorizar ações em planos de ação, especialmente quando existem altos volumes de tarefas decorrentes de checklists internos, normas de certificação, auditorias e regulamentações.

Mas o que é exatamente a matriz GUT e como ela pode ser uma aliada estratégica na indústria de alimentos?

A matriz GUT é um método simples e eficiente de classificação que ajuda a identificar quais problemas devem ser abordados primeiro, baseando-se em três critérios principais: Gravidade, Urgência e Tendência. Neste artigo, exploraremos como essa ferramenta pode ser implementada para melhorar a qualidade e a segurança dos alimentos, otimizando processos e garantindo que as pendências mais críticas sejam resolvidas de maneira rápida e eficaz.

A matriz GUT funciona atribuindo uma pontuação para cada pendência ou problema baseado nos três critérios mencionados:

  • Gravidade (G): Refere-se ao impacto potencial do problema na qualidade ou segurança dos alimentos. Um problema com alta gravidade pode comprometer diretamente a saúde dos consumidores ou causar grandes prejuízos financeiros.
  • Urgência (U): Indica o tempo disponível para resolver o problema antes que ele cause danos. Pendências com alta urgência exigem ações imediatas para evitar consequências negativas.
  • Tendência (T): Reflete a probabilidade de o problema piorar com o tempo. Se uma pendência tem uma tendência crescente, significa que, se não for resolvida rapidamente, pode se agravar, tornando-se mais difícil de controlar.

Cada um desses critérios recebe uma nota de 1 a 5, sendo que 1 significa um impacto mínimo e 5 um impacto máximo. A pontuação final de cada pendência é calculada multiplicando os valores atribuídos a Gravidade, Urgência e Tendência (G x U x T). As pendências com as pontuações mais altas são aquelas que devem ser priorizadas nos planos de ação.

Pendência Gravidade (G) Urgência (U) Tendência (T) Pontuação GUT

(G x U x T)

Pendência A: Falta de controle de temperatura em uma câmara de armazenamento 4 5 3 60
Pendência B: Ausência de treinamento para novos colaboradores em procedimentos de higiene 3 3 4 36
Pendência C: Falta de manutenção preventiva de máquinas 2 2 2 8

No exemplo acima, a pendência A tem a maior pontuação e deve ser tratada com a maior prioridade. Isso mostra como a matriz GUT pode facilitar a decisão sobre onde concentrar os recursos e esforços para garantir a segurança e qualidade dos alimentos.

Aqui no blog, apresentamos um artigo com um estudo de caso que utiliza a matriz GUT para priorizar não conformidades em uma indústria de linguiças. Essa ferramenta complementa de forma eficaz o método 5W2H.

A matriz GUT não é apenas uma ferramenta de priorização, mas também um meio de assegurar que as ações corretivas na indústria alimentícia sejam conduzidas de forma organizada e eficiente. Ao usá-la, as empresas podem focar a resolução dos problemas mais críticos, garantindo que recursos limitados sejam usados onde são mais necessários, minimizando riscos e garantindo a conformidade com normas e regulamentos.

A implementação desta matriz nos planos de ação permite uma gestão mais eficaz das pendências, resultando em uma melhoria contínua dos processos, aumento da confiança do consumidor e, acima de tudo, na entrega de alimentos seguros e de qualidade.

Imagem: Fauxels

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Segurança de alimentos no espaço: novos desafios

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Em  junho de 1959, a NASA, Agência Espacial Americana, contratou a empresa Pillsbury, com o objetivo de produzir alimentos que pudessem ser consumidos em gravidade zero, e ao mesmo tempo, serem seguros. Foi a partir daí que surgiu uma das mais famosas ferramentas relacionadas à produção de alimentos seguros, o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Para conhecer um pouco mais sobre essa história, faça uma breve leitura do artigo “Uma breve história do HACCP”.

A chegada do homem à Lua e a realização de viagens espaciais tornou realidade algo que antes eram histórias de ficção científica, fazendo com que além de todo o cuidado com as pesquisas e construções de espaçonaves e foguetes, também houvesse a preocupação quanto à segurança dos alimentos no espaço.

A partir daí inúmeras pesquisas realizadas por empresas especializadas nesse assunto ao redor do mundo fizeram com que todo o cuidado que a NASA tinha em relação à segurança de alimentos, também se estendesse à produção de alimentos aqui na Terra.

Nos tempos atuais, começamos a dar novos passos em relação à  corrida espacial,  já que não apenas astronautas, mas também turistas espaciais começam a frequentar o espaço com viagens ainda não tão acessíveis a toda população devido ao alto custo. Vislumbrando as próximas décadas, podemos prever  que as idas de humanos ao espaço se tornarão cada vez mais frequentes. Em se tratando de alimentação, quais as tendências e cuidados a se tomar?

As várias áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação das indústrias de alimentos e centros de pesquisas de renomadas universidades já dominam os riscos a serem avaliados, os perigos a serem controlados e os impactos à saúde humana quanto ao consumo na Terra. Fora do nosso planeta, a situação é outra, uma vez que o espaço ainda é um campo desconhecido em termos de produção, armazenamento, validade e consumo de alguns alimentos. Imagine um alimento com migalhas que podem ficar facilmente suspensas no ar em um ambiente de baixa gravidade ou um alimento rico em sal (o corpo  armazena sódio no espaço de forma diferente e pode causar osteoporose acelerada). Esses são alguns tipos de perigos a serem considerados.

Em obras de ficção, como o desenho animado “Os Jetsons”, vimos episódios de alimentos com embalagens em tubos como pasta de dente que os personagens usavam para se alimentar. No filme “Perdido em Marte (2015)”,  o protagonista tem a difícil missão de produzir batatas em solo marciano. São apenas alguns exemplos para ter ideia do quão desafiador é pensar sobre isso. Mas já temos algo que pode chegar próximo disso, como os alimentos 3D, que são alternativas a serem aprimoradas para o espaço e aqui na Terra também.

Diante disso, existe um vasto campo para pesquisa, envolvendo a produção de alimentos, sua composição, resíduos, as reações bioquímicas, as tecnologias para congelamento, desidratação, termoestabilização e potenciais perigos conhecidos e desconhecidos.

Certo é que o futuro já chegou e precisamos ter em mente que todas essas novidades voltadas para alimentos no espaço também servirão para melhorar a segurança dos alimentos aqui na Terra. Basta lembrar o APPCC citado no início desse texto. E vamos rumo às estrelas.

Por José Gonçalves de Miranda Júnior

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Uso de clorexidina como sanitizante na indústria de alimentos

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A clorexidina é um antisséptico amplamente utilizado em diversas áreas, incluindo a indústria de alimentos, devido às suas propriedades eficazes contra uma ampla gama de microrganismos.

Este composto químico é especialmente valorizado por sua capacidade de eliminar bactérias, fungos e vírus, garantindo a segurança dos alimentos e a manutenção da qualidade. No entanto, em relação a fungos e vírus, seu espectro de ação não é tão elevado.

Na indústria de alimentos, a sanitização é uma etapa crucial para prevenir contaminações e garantir a saúde do consumidor. A clorexidina é frequentemente utilizada em superfícies que entram em contato direto com os alimentos, como equipamentos, utensílios e áreas de manipulação. Sua eficácia deve-se à capacidade de se ligar às membranas celulares dos microrganismos, resultando na destruição das células e na inibição da multiplicação bacteriana.

Uma de suas principais vantagens em comparação com outros sanitizantes é a permanência. Após a aplicação, ela forma uma película que continua a agir por um tempo prolongado, oferecendo uma proteção contínua contra a contaminação. Isso é especialmente importante em ambientes onde a limpeza frequente é necessária.

Além disso, a clorexidina é considerada segura para uso em ambientes alimentares quando utilizada conforme as recomendações adequadas. É importante ressaltar que sua utilização deve ser acompanhada por boas práticas de higiene e limpeza, garantindo que não haja resíduos que possam contaminar e comprometer a qualidade dos alimentos.

É essencial que as indústrias adotem protocolos rigorosos ao utilizar este composto, incluindo a diluição correta do produto e o tempo necessário para sua ação eficaz. Treinamentos regulares para os funcionários também são fundamentais para garantir que todos compreendam a importância da sanitização e do uso correto dos produtos.

A concentração adequada de clorexidina para sanitização de equipamentos na indústria de alimentos geralmente varia entre 100 mg/L (0,01%) a 200 mg/L (0,02%). Essa faixa é considerada eficaz para a eliminação de microrganismos sem deixar resíduos prejudiciais nos equipamentos.

A clorexidina é eficaz contra uma variedade de microrganismos patogênicos que podem estar presentes na indústria de alimentos. Alguns dos principais incluem:

  • Salmonella spp.: causadora de infecções alimentares, especialmente em carnes e ovos.
  • Escherichia coli (E. coli): principalmente as cepas patogênicas, que podem causar intoxicações alimentares.
  • Listeria monocytogenes: patógeno importante em produtos lácteos e carnes processadas.
  • Staphylococcus aureus: pode levar a intoxicações alimentares devido à produção de toxinas.
  • Campylobacter jejuni: comum em aves e responsável por muitas infecções alimentares.

Para eliminar Salmonella, a concentração de clorexidina geralmente recomendada é de pelo menos 200 mg/L (0,02%) para superfícies e equipamentos na indústria de alimentos.

É importante seguir as recomendações do fabricante do produto específico que se está utilizando, pois as formulações podem variar. Além disso, sempre deve haver um cuidado com o tempo de contato, que normalmente é de 1 a 5 minutos, dependendo da carga microbiana e das instruções do fabricante. Uma limpeza prévia é necessária para maximizar a eficácia do sanitizante.

Mesmo sendo um agente antimicrobiano eficaz, existem alguns motivos para seu baixo uso nas indústrias de alimentos:

  1. Toxicidade residual: A clorexidina pode deixar resíduos que não são seguros para consumo humano. Em ambientes alimentares, a presença de qualquer resíduo químico é uma preocupação séria, pois pode contaminar os produtos alimentares. Logo, caso a empresa opte por usá-la, deve incluir uma etapa de enxague após o tempo de ação do sanitizante, com monitoramento de resíduos.
  2. Efeitos sobre sabor e aroma: Quando presente de forma residual, pode afetar o sabor e aroma dos alimentos, o que é indesejável.
  3. Regulação e aprovação: Muitos países têm regulamentações rígidas sobre os produtos que podem ser usados na indústria de alimentos e a clorexidina pode não ser aprovada para uso em superfícies que entram em contato com alimentos.
  4. Espectro de ação: Embora seja eficaz contra várias bactérias, sua eficácia em relação a vírus e fungos pode não ser tão alta quanto a de outros sanitizantes, como o hipoclorito de sódio ou peróxido de hidrogênio, que são amplamente utilizados na indústria de alimentos.
  5. Custo e disponibilidade: Outros sanitizantes podem ser mais econômicos e facilmente disponíveis, o que os torna preferíveis na indústria de alimentos.
  6. Inativação por matéria orgânica: A eficácia da clorexidina pode ser reduzida na presença de matéria orgânica, o que é comum em instalações de processamento de alimentos, onde resíduos podem afetar a ação do sanitizante. Desta forma, uma boa limpeza antes da sua aplicação deve ser realizada.

Esses fatores combinados fazem com que a clorexidina não seja a primeira escolha para sanitização em ambientes alimentares, onde a segurança e a eficácia são prioritárias.

Em resumo, a clorexidina mostra-se uma opção eficaz e segura para sanitização na indústria de alimentos, contribuindo significativamente para prevenção de contaminações. Sua aplicação adequada pode resultar em um ambiente mais limpo e seguro para o processamento e manipulação de alimentos.

Por Annelize Lima

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Ovos e ovoprodutos: uma perspectiva frente às mudanças climáticas

5 min leituraAo fazer as compras do mês, certamente já nos deparamos com a alta dos preços nas gôndolas e a proporção inversa da quantidade de sacolas que vão para casa e da quantidade de dinheiro que fica no supermercado.

As mudanças climáticas têm impactado diretamente a alta dos preços dos alimentos (já vimos o caso do azeite, do arroz e do cacau), e consequentemente o bolso do consumidor e, ainda pior, a segurança dos produtos.

Mas, e os ovos? Por que se preocupar com eles?

Quem não pega uma pequena cartela de ovos em sua cesta do supermercado, seja o ovo tradicional em casca ou, para quem prefere praticidade, uma caixinha de ovo pasteurizado ou um pacotinho de ovo em pó? Se não leva o ovo diretamente, certamente o leva no seu bolinho, macarrão, panetone, molhos e diversos outros alimentos que o utilizam como ingrediente.

Hoje o Brasil é o 5° maior produtor mundial de ovos com um consumo de 242 unidades de ovo per capita/ano, um aumento de 195% desde 1997, segundo dados de 2024 da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

De acordo com projeções da ABPA, espera-se um aumento tanto da produção como do consumo de ovos para este ano de 2024, porém, também espera-se um aumento nos preços, devido ao alto custo com milho, energia elétrica, combustível e embalagem.

Essa projeção de alta no custos da produção já tinha sido apontada em outros estudos nos quais foram abordados os efeitos das mudanças climáticas na produção de ovos. O aumento constante da temperatura ambiente já vinha acontecendo a cada ano, afetando diretamente as perdas tanto de produtividade como da qualidade dos ovos e, também, indiretamente, as produções dos insumos utilizados na sua produção, como os grãos para ração (milho e soja) e também a energia elétrica.

A perda de produtividade dos ovos está relacionada à alta taxa de mortalidade das poedeiras. As ondas de calor intoleráveis às galinhas causam insolação e, por consequência, mortalidade. Além disso, a alta temperatura ambiente gera uma redução significativa na produção diária de ovos devido ao estresse e também pelo aumento no consumo de água, o que faz reduzir o consumo de ração.

Um dos fatores apontados por um pesquisador da área, Lamarca, é a falta de preparo dos produtores, que muitas vezes, pela inviabilidade econômica, não têm galpões climatizados. Em sua pesquisa, ele mostra que no interior de São Paulo, na cidade de Bastos, onde há grande produção de ovos, os produtores não possuem essa estrutura preparada para ondas de calor, isto é, não possuem climatização. Isto ocasionará alta taxa de mortalidade quando ocorrer esse evento e o autor ainda ressalta que esta cidade, bem como sua região, apresenta grande risco da ocorrência de ondas de calor.

Frente a esse cenário, os produtos de ovos deparam-se com diversos desafios, como a busca por novas formas de alojamento, suplementação para a ração, inovação e remodelagem dos sistemas de ventilação, entre outros.

Então, o impacto é só no bolso?

Não. Como já esperado, estudos relatam que as mudanças climáticas são um dos fatores que contribuem para o surgimento de novos vírus, bactérias e parasitas nos últimos anos, sendo que há uma alteração na distribuição de doenças em nível global, resultando em um estímulo aos surtos de doenças que afetam a produção agrícola, tanto na produção de ovos como da carne.

Diversos patógenos têm seu comportamento afetado pelas mudanças climáticas. A Salmonella foi apontada como um risco para contaminação de alimentos tanto no setor agrícola como nas indústrias de alimentos. Existe ainda um estudo que mostra um aumento de sua incidência em poedeiras quando há um aumento da temperatura ambiente.

Outra questão a se considerar é que, com o aumento do risco de zoonoses emergentes, com as mudanças na sobrevivência de patógenos e mudanças na distribuição de vetores e parasitas devido às mudanças climáticas, pode-se exigir um aumento no uso de medicamentos veterinários e aditivos, possivelmente resultando em níveis aumentados de resíduos em alimentos de origem animal. Isso representaria não apenas riscos agudos e crônicos para a saúde humana, mas poderia levar ao surgimento de resistência antimicrobiana (RAM) em patógenos humanos e animais. Devido à frequência crescente de bactérias resistentes a antibióticos, os humanos estão se tornando mais suscetíveis, com as mudanças climáticas contribuindo para essa suscetibilidade.

Diante disso, é importante destacar alguns pontos para a indústria de ovoprodutos:

  • É necessário cada vez mais estreitar o relacionamento da indústria com os fornecedores/produtores de ovos in natura e acompanhar as alterações que as mudanças climáticas têm causado para que, em parceria, possam traçar planos para mitigar as consequências futuras;
  • A Salmonella spp em ovos in natura deve ser avaliada com maior critério;
  • É importante uma atenção especial em relação às mudanças que podem ocorrer, principalmente, nas vacinas e agrotóxicos utilizados na cadeia de produção avícola para manter um monitoramento de análises de contaminantes atualizado;
  • O cuidado e a manutenção da cadeia do frio deve ser ainda maior devido aos impactos do aumento da temperatura mundial, além de monitorar e correlacionar às não conformidades por quebra da cadeia do frio;
  • As alterações climáticas correlacionam-se com o desperdício de alimentos ao longo de toda a cadeia de produção, sendo assim, um ponto relevante nas avaliações de perdas e desperdícios.

E para o consumidor final é importante manter os cuidados já conhecidos quando se trata de ovos: armazenar na geladeira, mas não na porta e fazer uma boa cocção no seu preparo.

Apesar de perspectivas de futuro desafiadoras na cadeia de produção de ovos e ovoprodutos, se houver união entre os elos da cadeia, trabalho em conjunto com o governo e órgãos de vigilância e ainda, ações proativas em relação às previsões climáticas, o futuro poderá ser mais seguro e surpreendente!

Jéssica M. O. Pacanaro é engenheira de alimentos pela Universidade Estadual de Maringá e especialista em Segurança de Alimentos. Atua há 8 anos em indústria de ovos, com gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos e também com norma de certificação de bem-estar animal.  

Referências

AHAOTU, E. O.; OSUJI, F. C.; IBE, L. C.; SINGH, R. R. Climate change in poultry production: a review. International Journal of African Sustainable Development, v. 10(2), p. 362-370, 2019.

GOMEZ-ZAVAGLIA, A.; MEJUTO, J. C.; SIMAL-GANDARA, J. Mitigation of emerging implications of climate change on food production systems. Food Research International, v.134, 2020.

IRIVBOJE, O. A.; OLUFAYO, O. O.; IRIVBOJE, Y. I. Impact of climate change on poultry production: A review. Nigerian Journal of Animal Production, v.48(4), p. 59-69, 2021.

LAMARCA, D. S. F.; PEREIRA, D. F.; MAGALHÃES, M. M.; SALGADO, D. D. Climate Change in Layer Poultry Farming: Impact of Heat Waves in Region of Bastos, Brazil. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 20, p. 657-664, 2018.

MAGGIORE, A.; AFONSO, A.; BARRUCCI, F.; DE SANCTIS, G. Climate change as a driver of emerging risks for food and feed safety, plant, animal health and nutritional quality. Publication 2020:EN-1881. European Food Safety Authority, Parma, Italy, 2020.

RAVICHANDRAN, P.; MOHAMED, A. K. A Study of the Perceived Effects of Climate Changes on Commercial Layer Egg Industry with Respect to Total Production, Egg Price Behavior, and Diseases among Layer Poultry Farmers at Namakkal District, Tamilnadu, India. The Pacific Journal of Science and Technology, v.16, p. 345-351, 2015.

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O que esperar do futuro em Segurança de Alimentos

3 min leituraO minuto seguinte e o próximo dia já serão o futuro para o qual trabalhamos. Nos momentos em que pensamos, levamos nossos filhos às escolas, atendemos aos nossos clientes, enviamos e recebemos nossas mercadorias, embalamos e fazemos nossas compras nos mercados, nesse exato momento, centenas de matérias-primas estão abastecendo os processos para produzir a energia que nos levará a executar essas e outras tarefas, além da mais nobre, é claro, a nossa vida.

É a mágica da simultaneidade e da cumplicidade, porque nós, profissionais da área de alimentos, somos os propulsores da produção e da manutenção da vida. Trabalhamos por nós e para os que mais amamos. O produto do nosso trabalho não é só o alimento, são as novas ideias, as descobertas e os sonhos que surgirão dos corpos nutridos, num movimento incessante e dinâmico, porque, a todo instante, alguém está se alimentando.

Temos leis, normas e guias que se desdobram para que cada etapa de cada processo resulte em produtos seguros e apesar disso, da nossa excelência, conhecimento e dedicação, ainda há pessoas adoecendo depois de se alimentarem. Contaminantes em níveis excessivos e proibidos, fragmentos estranhos ainda são detectados nos alimentos; até agora, pessoas morrem de intoxicação alimentar, alimentos vencidos são encontrados à venda, há vítimas de contaminação cruzada ou da falta das boas práticas de fabricação.

Centenas de pequenas operações conectam-se e se integram para entregar um produto alimentício ao consumidor. Os meios de transporte, os fabricantes de embalagens, utensílios e produtos usados nas linhas industriais incluem um número tão expressivo de pessoas que somente uma ligação muito forte entre elas poderia entregar, juntamente com o produto, a garantia da inocuidade.

Os elos da vasta cadeia da produção do alimento estreitam-se, novas etapas são introduzidas, elementos recém-desenvolvidos são incorporados e documentações são atualizadas, mas será que todas as informações foram aprendidas?

Já estudamos que todas as operações podem ser melhoradas. A melhoria contínua da segurança do alimento está no profissional de olhos vigilantes e mente observadora, na indústria comprometida e no serviço bem prestado, nas legislações e normas atualizadas, na evolução dos ingredientes, mas o futuro da segurança em alimentos está na conscientização, ou melhor, no verbo conscientizar, que denota dinâmica e envolvimento.

É preciso garantir a universalização do conhecimento, do que já temos e daquele que está por vir.  Grandes dimensões territoriais e desigualdades são obstáculos para acesso e disseminação de conceitos. Nem todos conhecem as premissas básicas da higiene e da manipulação de alimentos e nem todos entendem os riscos advindos da não prática dos cuidados necessários. Desafio ainda maior é obter a conscientização, de caráter individual e particular, e até íntimo, subjetivo. Quando somos conscientes fazemos o certo em quaisquer circunstâncias, quer sejamos observados ou não, é questão de consciência mesmo.

Não é impensável a possibilidade de encontrar colaboradores uniformizados da área de alimentos, que saem dos banheiros sem lavar as mãos e retornam ao local de manipulação. Podem ser vistos estabelecimentos alimentícios com estruturas revestidas com materiais rugosos e acabamento que não atende ao padrão sanitário, sendo que as normas estabelecem que deveria ser superfície lisa, clara e de fácil higienização.

Há casos de atendentes de lojas de alimentação que anotam os pedidos e eles próprios, sem qualquer higienização, pegam os ingredientes com as mãos para colocar nos pratos. Não se sabe, também, quantas pessoas falam diretamente sobre a nossa refeição pronta, colocada nos pratos, até o momento em que ela nos é servida. Há casos de restaurantes onde a estética e decoração prevaleceram sobre os conceitos das boas práticas de fabricação. Exemplos simplistas diante da complexidade dos processos de preparação no campo, nas indústrias ou no serviço, mas a causa da contaminação pode estar nos detalhes. Desenvolver e evoluir sem esquecer o fundamental no processamento do alimento, essa é a questão.

A capacitação dos profissionais da área de alimentos é sempre um aprendizado e um exercício determinante na conscientização para a segurança do alimento. Conquistar o interlocutor, conseguir a internalização do conhecimento necessário e obter o seu comprometimento na realização das suas tarefas, em todas as esferas, todos os dias, em todas as situações, porque ele está consciente do impacto de uma falha sobre a saúde humana, isso é, no meu ponto de vista, o futuro da garantia de um alimento seguro.

Locenir Fátima Vidorette Matsui é bióloga e profissional da Qualidade. Tem mais de 20 anos de experiência na área de alimentos, atuando em grandes empresas do ramo açucareiro, com desenvolvimento, implantação e monitoramento de sistemas da Qualidade e Segurança de Alimentos. Já trabalhou no Brasil, Síria, Argentina e Estados Unidos. 

Este post foi o vencedor do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024

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Promoção Relâmpago: Descontos para grupos de leitores no VI Workshop Food Safety Brazil!

2 min leituraVocê, que é um profissional dedicado à segurança de alimentos, não pode perder a oportunidade de participar PRESENCIALMENTE do VI Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá nos dias 15 e 16 de agosto, no CREA-SP. Além de uma programação recheada de palestras confirmadas e conteúdos relevantes, estamos lançando uma promoção relâmpago imperdível para garantir que você esteja conosco neste evento essencial para a sua carreira!

Como funciona a promoção?

Para tornar o evento ainda mais acessível e promover uma maior interação entre os participantes, decidimos criar um grupo no WhatsApp com descontos progressivos baseados no número de pessoas no grupo. Confira como funciona:

– 15 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 10% de desconto no valor do ingresso.
– 30 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 15% de desconto no valor do ingresso.
– 45 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 30% de desconto no valor do ingresso.
– 100 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 50% de desconto no valor do ingresso.

Como participar ?

1º Entre no nosso grupo do WhatsApp: Ao entrar no grupo, você já estará a um passo de garantir seu desconto. O link para o grupo será disponibilizado em nossas redes sociais e no nosso site oficial.

2º Convide seus colegas e amigos: Compartilhe o link do grupo com seus colegas de trabalho, amigos e outros profissionais da área. Quanto mais pessoas no grupo, maior será o desconto para todos!

3ºAguarde o resultado: O resultado será postado na sexta-feira às 16h. Fique atento ao nosso grupo e redes sociais para saber quantas pessoas conseguimos reunir e qual será o desconto final!

Benefícios do Workshop

Participar do VI Workshop Food Safety Brazil é uma oportunidade única para se atualizar sobre as últimas tendências e práticas em segurança de alimentos. O evento contará com palestras de especialistas renomados, além de ser um espaço para networking e troca de experiências entre profissionais da área.

Garanta seu desconto agora mesmo!

Não perca tempo! Entre no nosso grupo do WhatsApp, convide seus amigos e colegas e aproveite essa promoção relâmpago para garantir seu desconto. Lembre-se, o resultado será divulgado na sexta-feira às 16h. Então, corra e garanta já a sua vaga com um super desconto!

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Aproveite essa chance única de se capacitar e economizar ao mesmo tempo. Nos vemos no VI Workshop Food Safety Brazil!

2 min leituraVocê, que é um profissional dedicado à segurança de alimentos, não pode perder a oportunidade de participar PRESENCIALMENTE do VI Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá nos dias 15 e […]

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Cuidados ao acessar espaços confinados na hora da limpeza

4 min leituraNa produção industrial de alimentos, para realizar limpezas, muitas vezes precisamos pedir aos funcionários que acessem locais perigosos, que podem gerar riscos à saúde e até mesmo à vida deles.

Hoje vou abordar a NR 33, que trata da segurança e saúde de trabalhadores em espaços confinados. A norma foi atualizada em 24/06/2022 e tem como objetivo “estabelecer os requisitos para a caracterização dos espaços confinados, os critérios para o gerenciamento de riscos ocupacionais em espaços confinados e as medidas de prevenção, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente com esses espaços”.

O que são espaços confinados? Considera-se espaço confinado qualquer área ou ambiente que atenda simultaneamente aos seguintes requisitos: a) não ser projetado para ocupação humana contínua, b) possuir meios limitados de entrada e saída, e c) em que exista ou possa existir atmosfera perigosa. E o que é considerado uma atmosfera perigosa? É aquela em que estejam presentes uma das seguintes condições: a) deficiência ou enriquecimento de oxigênio, b) presença de contaminantes com potencial de causar danos à saúde do trabalhador, ou c) seja caracterizada como uma atmosfera explosiva.

Além disso, espaços não destinados à ocupação humana, com meios limitados de entrada e saída, utilizados para armazenagem de material com potencial para engolfar ou afogar o trabalhador, são caracterizados como espaços confinados.

Em 2012, comecei a ter contato com o que são espaços confinados e acompanhei toda a mudança de regras nas vinícolas por causa de um acidente. Um enólogo de 50 anos foi verificar um tanque de vinho no final de semana, caiu dentro e morreu, provavelmente intoxicado pela atmosfera modificada causada pela liberação de CO2 durante o processo de fermentação. Todo o setor foi afetado e teve que se ajustar para atender às exigências da NR 33, contratando técnicos e engenheiros de segurança do trabalho. Esse acontecimento mudou significativamente a rotina das vinícolas, que tiveram que se adaptar às novas normas.

Outro local que deve ser limpo com frequência, conforme as necessidades da empresa (a cada 6 a 12 meses), são os silos de armazenamento de grãos, farinhas, ração animal, entre outros. Precisa ser redobrado o cuidado de acesso porque os silos costumam formar gases como metano, butano, etano e gás carbônico, levando ao sufocamento do trabalhador.Para realizar a limpeza do silo, é necessário esvaziá-lo completamente, permitindo o acesso interno.

Os funcionários também acessam frequentemente o topo dos silos. Esta atividade pode representar risco de: engolfamento, como o desmoronamento de grãos compactados; ou de afogamento, que é o arraste do trabalhador pela massa de grãos em movimento durante o descarregamento; soterramento, que é o deslocamento de placas verticais compactadas; e ainda o sufocamento, que ocorre quando os silos são carregados com trabalhadores no seu interior.

Figura 01: Engolfamento

Figura 02: Afogamento

Figura 03: Soterramento

Figura 04: Sufocamento

As medidas de prevenção para acesso em espaços confinados são:

a) o sistema de ventilação deve ser selecionado e dimensionado de acordo com as características dos espaços confinados, observando as recomendações previstas em normas técnicas nacionais ou, de forma complementar, as normas internacionais aplicáveis, a fim de garantir a renovação do ar.

b) Ventilação

c) Equipamentos de Proteção Individual (EPI) utilizados:
• Calçados de segurança
• Óculos de proteção
• Protetor auricular ou abafador
• Proteção respiratória
• Vestimentas
• Capacete
• Luvas
• Protetor facial
• Cinto de segurança

A NR 33 é essencial para garantir a segurança dos trabalhadores, exigindo treinamentos específicos, equipamentos de proteção adequados e procedimentos de emergência bem definidos.

A conscientização e a implementação das normas de segurança são vitais para a prevenção de acidentes e para a proteção da vida e da saúde dos trabalhadores. A NR 33 deve ser rigorosamente seguida, garantindo um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos.
Até o próximo post!

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11º Food Safety Brazil Meeting – Auditorias de Segunda Parte

< 1 min leituraReceber uma não conformidade pode parecer algo frustrante. No entanto, é uma grande oportunidade, pois solucionando problemas podemos evitar sua recorrência e identificar situações similares que podem ser prevenidas.

Lembre-se que a tratativa de não conformidades é um grande impulsionador do “A” do PDCA, então capriche em seus planos de ação, busque assertividade e mão na massa!

Pensando nisto, nós, em parceria com a QIMA WQS, temos o prazer de convidá-lo para o 11º Food Safety Meeting! Nesta edição, vamos abordar um tema crucial para a segurança de alimentos: “Maximizando a eficácia dos Planos de Ação em auditorias de segunda parte”.

Para uma compreensão mais aprofundada sobre como aumentar a eficácia do seu plano de ação, participe da apresentação de Stela Quarentei, Gerente de Operações no Varejo – QIMA/WQS, João Stein, Head of Development Programs na IFS, e Marcos Amorim, colunista do Blog Food Safety Brazil, que abordarão os seguintes tópicos:
– Visão geral do Plano de ação e correção em auditorias de segunda parte;
– O que considerar para a elaboração de um plano de ação?
– Plano de ação sob a perspectiva do IFS Progress (definições, requisitos e elementos associados do programa, etapas após a avaliação e expectativas do plano de ação).

Quando? Terça-feira, 20 de Agosto, às 19h (horário de Brasília)

Reserve sua vaga!

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Nova página do FDA: o que precisamos saber sobre microplásticos e nanoplásticos em alimentos

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No cenário atual, os plásticos são essenciais em uma variedade de produtos de consumo e industriais, abrangendo desde brinquedos e eletrodomésticos até cosméticos, dispositivos médicos, componentes de veículos, tecidos e materiais de construção. Apesar disso, a reciclagem e a incineração de plásticos são limitadas, resultando em uma acumulação significativa em aterros sanitários e no ambiente. A poluição plástica é onipresente, visível em áreas terrestres, riachos, rios, costas e oceanos.

Em 2022, a produção mundial de plásticos atingiu o recorde de 400,3 milhões de toneladas métricas, representando um aumento de aproximadamente 1,6% em relação ao ano anterior. Essa tendência de crescimento na produção de plásticos começou na década de 1950, impulsionada pela versatilidade e utilidade desses materiais.

A maioria dos plásticos não se biodegrada rapidamente, e ao longo do tempo, devido à exposição aos elementos ambientais, eles se fragmentam em partículas menores, conhecidas como microplásticos e nanoplásticos. Estes materiais podem permanecer como contaminantes marinhos ativos por até 450 anos.

A presença de microplásticos e nanoplásticos em alimentos é uma questão crescente, principalmente devido à contaminação ambiental nos locais de cultivo de alimentos. Embora não haja evidências científicas suficientes para afirmar que esses microplásticos e nanoplásticos migram de embalagens plásticas para alimentos e bebidas, a exposição humana a eles pode ocorrer através do ar, alimentos e absorção pela pele.

A preocupação com os impactos dos microplásticos é um foco crescente nos últimos anos, atraindo a atenção de formuladores de políticas, organizações ambientais e cientistas em todo o mundo. A busca por dados, informações e estratégias eficazes para mitigar seus efeitos no meio ambiente e na saúde humana é uma prioridade.

Em 2024, a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente reforça a necessidade urgente de combater a poluição plástica, um dos maiores desafios ambientais de hoje. O objetivo é aumentar a conscientização global e promover ações concretas para a proteção do meio ambiente.

Com base neste contexto, visando promover maior conscientização e material técnico informativo, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA lançou uma página específica para esclarecer as preocupações sobre microplásticos e nanoplásticos.

Algumas evidências sugerem que esses materiais estão entrando no suprimento de alimentos, principalmente através do ambiente. Apesar de não haver evidências científicas atuais de que os níveis de microplásticos ou nanoplásticos detectados em alimentos representam um risco à saúde humana, a FDA continua monitorando a situação.

A página da FDA inclui informações sobre saúde, regulamentação e ciência. Em termos de saúde, estudos mostram que microplásticos e nanoplásticos foram encontrados em amostras humanas, mas os potenciais efeitos na saúde ainda são pouco compreendidos, e mais pesquisas são necessárias. A Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças dos EUA e o Centro Nacional de Saúde Ambiental dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças estão trabalhando para avaliar os riscos à saúde humana e compartilharão suas descobertas com a comunidade científica.

No campo científico, a FDA reconhece que, embora existam muitos estudos sobre microplásticos e alguns sobre nanoplásticos, há lacunas significativas na pesquisa. A falta de definições padronizadas, materiais de referência, métodos de coleta e preparação de amostras, além da ausência de controles de qualidade adequados, dificulta a avaliação de risco regulatória. Além disso, os métodos disponíveis para detectar nanoplásticos são menos confiáveis devido ao tamanho minúsculo dessas partículas.

A FDA está comprometida em avançar na ciência por meio da análise de metodologias de teste e outros trabalhos relacionados, incluindo a participação em grupos de trabalho governamentais e interinstitucionais. A agência também está monitorando a pesquisa sobre microplásticos e nanoplásticos em alimentos, buscando desenvolver, validar e implementar métodos analíticos para a tomada de decisões regulatórias.

A FDA não possui regulamentações que autorizem microplásticos ou nanoplásticos como ingredientes acidentais em alimentos. Para plásticos usados em contato com alimentos, a legislação exige que todos os materiais sejam aprovados antes de serem comercializados. A agência avalia dados de testes para garantir que a exposição do consumidor seja segura.

A responsabilidade legal recai sobre as empresas que cultivam, produzem alimentos ou fabricam produtos destinados ao uso com alimentos. Se a FDA determinar que os níveis de microplásticos ou nanoplásticos tornam os alimentos inseguros, a agência tomará medidas regulatórias.

Pode-se inferir que na busca pela segurança dos alimentos, a FDA permanece à frente, vigilante e comprometida em garantir que os produtos disponíveis no mercado norte-americano atendam aos padrões de qualidade e segurança. Através de regulamentações, monitoramento contínuo e pesquisa científica avançada, a agência trabalha para proteger os consumidores de potenciais riscos, incluindo a presença de microplásticos e nanoplásticos em alimentos.

À medida que a ciência evolui e novas informações se tornam disponíveis, a FDA adapta-se, atualizando suas diretrizes e práticas para manter a saúde pública como sua prioridade máxima. Com a página recém-lançada sobre microplásticos e nanoplásticos, a agência oferece uma ferramenta valiosa para educar o público e divulgar suas ações.  Conheça a página aqui.

Imagem gerada por inteligência artificial

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Propriedades desejadas em agentes de limpeza e higienização

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Uma higienização eficaz é a primeira e óbvia ação para garantir a produção de alimentos seguros. Nesta tarefa, ter bons agentes de limpeza pode ser muito útil.

Na produção de alimentos e bebidas, não há como querer garantir produtos seguros, nem como avançar com sistemas de gestão, sem antes existir uma boa sistemática para limpeza e higienização das máquinas, equipamentos, tubulações e ambiente de trabalho.

Para cumprir o objetivo de realizar uma boa higienização, os produtos utilizados devem possuir características diversas em uma série de campos:

  1. Capacidade de remover partículas orgânicas grudadas à superfície;
  2. Poder penetrante, pois a menos que uma substância possa penetrar através da superfície, a ação antimicrobiana é limitada ao local de aplicação;
  3. Capacidade detergente e poder emulsificante para promover retirada das impureza. Propriedades detergentes também apresentam a vantagem de promover um mecanismo para remoção mecânica de microrganismos da superfície que está sendo tratada;
  4. Poder dispersante, capaz de manter em suspensão as impurezas já rompidas e separadas;
  5. Solubilidade para permitir facilmente a remoção durante o enxágue. A substância deve ser solúvel em água ou em outros solvente como o álcool etílico em quantidade necessária ao seu uso efetivo;
  6. Capacidade de dissolução de incrustações formadas por sais como os de cálcio, potássio, sódio etc., e capacidade de manter estes sais em dissolução, sem que voltem a formar depósitos;
  7. Poder bactericida ou antimicrobiano, ou seja, capacidade de inibir ou preferencialmente matar os microrganismos. O composto utilizado deve possuir um amplo espectro de atividade antimicrobiana, o que significa que ele deve inibir ou reduzir significativamente muitos tipos diferentes de microrganismos;
  8. Ausência de atividade corrosiva, afinal não basta promover bons resultados do ponto de vista higiênico, se ocorrerem ataques contra as superfícies de contato, resultando na dissolução dos seus elementos constituintes ou na produção de resíduos (óxidos) que inutilizem a instalação. É preciso considerar que o efeito corrosivo muitas vezes depende das concentrações utilizadas;
  9. Disponibilidade e viabilidade econômica de seu uso;
  10. Estabilidade durante o armazenamento para que não haja perda de ação antimicrobiana. As soluções desinfetantes devem ser preparadas de acordo com a necessidade, pois os desinfetantes envelhecidos ou degradados podem até favorecer o crescimento de bactérias;
  11. Ausência de toxidade, pois obviamente não deve prejudicar o homem ou animais;
  12. Homogeneidade para que as preparações sejam uniformes em sua composição, de modo que os componentes ativos estejam presentes em cada aplicação. Por exemplo: os componentes não devem se agregar ou depositar na superfície do recipiente;
  13. Inativação mínima por material estranho – Uma vez que alguns compostos químicos antimicrobianos combinam-se facilmente com proteínas ou outros materiais orgânicos encontrados no material que está sendo tratado, isto diminui a quantidade de substância química disponível para agir contra os microrganismos;
  14. Atividade em temperaturas ambiente e corporal, evitando que seja necessário aumentar a temperatura além daquela normalmente encontrada no ambiente onde o composto químico é utilizado, o que acarretaria riscos operacionais e custos adicionais;
  15. Poder desodorizante, pois o ideal é que seja inodoro ou apresente um odor agradável e suave, inclusive, a capacidade desodorizante é uma característica desejável.

É obvio que não existe um produto que reúna todas estas propriedades. É preciso combiná-los adequadamente, assim certos compostos químicos agem na redução da carga de microrganismos, enquanto outros inibem o crescimento.

Não há um princípio ativo de higienização que seja universal, contemplando todas as características desejadas para todos os tipo de limpeza possíveis.

Alguns produtos até podem ser capazes de inibir e eliminar microrganismos, dependendo das concentrações utilizadas. Inclusive, alguns são ativos contra um grande número de espécies e são caracterizados como de amplo espectro de atividade, enquanto outros podem afetar espécies específicas.

Existem também aqueles que agem apenas retirando as sujidades por arraste mecânico, mas que agindo assim, retiram também boa parte dos microrganismos.

Entre os grupos químicos utilizados para produção de agentes de higienização, destacam-se:

1 ÁLCALIS 2 FOSFATOS 3 QUELATOS 4 UMECTANTES

1 ÁLCALIS

Entre os álcalis temos a soda cáustica ou hidróxido de sódio (NaOH), que é um dos produtos mais usados por possuir muitas das propriedades citadas.

Os álcalis têm um bom poder de dissolução de materiais orgânicos, e são saponificantes, ou seja, através de sua ação emulsificante transformam a gordura em substâncias miscíveis.

Esta propriedade é importante porque encontramos gotas de gordura praticamente por toda parte, especialmente em depósitos incrustados, em equipamentos e utensílios.

A soda também tem um alto poder de desinfecção e baixo custo em comparação com outros produtos. Alguns sais de características alcalinas também são utilizados menos frequentemente, tais como metasilicato de sódio e carbonato de sódio.

2 FOSFATOS

A presença de fosfatos em soluções de limpeza também é frequente, pois eles exercem várias ações simultâneas, como poder emulsificante, dispersante e amolecimento da água.

Entre os fosfatos mais usados destacam-se o fosfato trissódico, o pirofosfato tetrassódico e o hexametafosfato de sódio.

Os fosfatos combinam muito bem com os álcalis, sendo comum vê-los juntos em diversas fórmulas de produtos de limpeza em todas as indústrias alimentícias.

3 QUELATOS

Os quelatos são utilizados para eliminação de incrustações provocadas pela precipitação de sais como os de cálcio e de magnésio, sendo que essas incrustações são mantidas em dissolução na solução de lavagem, sob a forma de compostos iônicos.

Os quelatos suportam altas temperaturas e podem ser utilizados em combinação com produtos umectantes como a amônia quaternária, o que multiplica sua ação.

A utilização dos quelatos não precisa ser diária, mas quando especialmente houver aparecimento de incrustações salinas, o que é especialmente o caso de caldeiras, pasteurizadores, evaporadores, secadores etc.

O pH do meio é fator importante na escolha do quelato a ser utilizado, um vez que em pH alcalino suave, os polifosfatos agem como bons quelatos, enquanto os ácidos cítrico e glucômico são mais apropriados em faixas de pH mais elevados.

4 UMECTANTES

Umectantes são agentes hidrofílicos, ou seja, que têm uma afinidade por água. Devido a esta propriedade facilitam a ação da água na remoção de sujidades, e em consequência, também arrastam microrganismos.

Umectantes facilitam a limpeza por agir como tensoativos, cujas propriedades permitem diminuir a tensão interfacial e superficial, influenciando a miscibilidade entre dois líquidos.

Entre as substâncias umectantes existentes, existem compostos aniônicos e catiônicos. Entre os aniônicos, temos os álcoois sulfatados e sulfonados, já as bases de amônia quaternária são bastante utilizadas como umectantes catiônicos.

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Parabéns ao vencedor do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024!

< 1 min leituraÉ com imenso prazer e grande entusiasmo que anunciamos o vencedor do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024! Este ano recebemos um número impressionante de inscrições, todas repletas de ideias brilhantes e inovadoras que realmente demonstram o comprometimento dos participantes com a segurança de alimentos no Brasil.

Após um processo rigoroso de avaliação, feito pelos nossos colunistas, que incluiu a análise criteriosa de cada proposta, temos a honra de anunciar que o vencedor do concurso deste ano é Locenir Matsui!

A Locenir apresentou um texto excepcional que se destacou pela originalidade, viabilidade e pelo impacto positivo que pode trazer para a segurança de alimentos.

Gostaríamos de expressar nossa mais sincera gratidão a todos os participantes do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024. Cada um de vocês trouxe uma perspectiva única e valiosa, e foi inspirador ver tantas ideias fantásticas sendo apresentadas. A competição foi acirrada, e cada proposta foi considerada com muita atenção e cuidado. A paixão e o compromisso de todos os participantes com a segurança de alimentos são verdadeiramente inspiradores.

Além disso, queremos agradecer a nossa equipe de jurados, que dedicou tempo e esforço para revisar cada inscrição detalhadamente. Sem vocês, este concurso não seria possível.

Parabéns novamente a Locenir! Estamos ansiosos para encontrá-la no Workshop.

Fiquem atentos para:

– as nossas próximas iniciativas e eventos, e continuem acompanhando o Food Safety Brazil para mais novidades e oportunidades de se envolver e contribuir para um futuro mais seguro e saudável para todos.
– ler todos os textos enviados para nós.

Obrigado a todos pela participação e pelo apoio contínuo!

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