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Compilação de artigos científicos sobre micotoxinas

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Muito útil o site do laboratório que é referência em micotoxinas, o Lamic, da Universidade Federal de Santa Maria.

Nele é possível encontrar trabalhos científicos sobre aflatoxinas, fumonisinas, deoxinivalenol, ocratoxinas, zearalenona, dentre outras.

Meus favoritos embora não recentes (tem cerca de 10 anos) e portanto anteriores à RDC 07/11. Pela aplicação e relevância para compararmos no futuro, relaciono:

 

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Micotoxinas, entressafras e supersafras

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É sabido que períodos de entressafra aumentam o risco de micotoxinas em cereais e leguminosas. Nesse período, os produtos agrícolas  não se desenvolvem com a mesma resistência, podendo ser atacados por pragas, que além de espalharem esporos de fungos, os cavam orifícios que abrem portas para a instalação dos mesmos.

Bom, devemos então do ponto de vista da segurança de alimentos comemorar que o Brasil irá colher a maior safra de trigo da história em 2014?  Em teoria sim! Disponibilidade de produto fresco e com qualidade, certo? Possivelmente não. Estoques altos desestimulam o produtor a vender, dado que o preço cai por excesso de oferta. Segundo um levantamento da Farsul, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, apenas 20% do trigo colhido no estado já foi comercializado. O número é bem abaixo do registrado o ano passado, quando nesta mesma época do ano, quase metade da produção já tinha sido vendida.

E o que acontece com o trigo armazenado, aguardando o melhor momento para ser vendido? Não é preciso ser expert: multiplicam-se as chances de desenvolvimento de micotoxinas, fato que que não requer muita bibliografia para ser confirmado, mas para quem quiser, confira no site da Embrapa.

Já relatamos no Food Safety Brazi cenário semelhante para o milho, no post Aflatoxinas em milho de pipoca na mira da Anvisa. Na insuficiência de silos, a supersafra do Mato Grosso de 2012 ficou sem local para armazenamento resultando que parte do produto fosse “estocado”  a céu aberto, o que sabemos que ao certo contribuiu para a incidência de micotoxinas. A falta de infra-estrutura para proteger e escoar esta produção persistiu ao longo de 2013.

Assim, aparentes boas notícias em nossa cadeia produtiva podem ter leituras bem diferentes na prática.

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Redução de micotoxinas em cereais – Codex alimentarius

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As micotoxinas são um perigo esperado quando cereais são manejados de forma inadequada, do campo ao armazenamento. Representam parcela significativa de recalls e também já começa a ser alvo de sanções aqui no Brasil.

O Codex Alimentarius, de forma muito didática, publicou o Código de prática para a prevenção e redução da contaminação de micotoxinas em cereais, incluindo ocratoxina A, zearalenona, fumonisinas e tricotecenos.(CAC/RCP 51-2003)

O documento foi gentilmente traduzido pelo laboratório Labtec para que nossos leitores do blog Food Safety Brazil possam usufruir deste conhecimento na língua portuguesa e contribuírem para aumentar a segurança de nossos cereais.

Baixe aqui o conteúdo completo.

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Severidade de perigos químicos em alimentos

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Você está fazendo o estudo de HACCP dos seus produtos e se deparou com a necessidade de justificar a severidade dos perigos? Precisa do embasamento técnico-científico? 

A compilação abaixo traz o que você precisa:

1)     Toxicidade do antimônio:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3037053/

2)     Toxicidade do cobre:

http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/tp132-c2.pdf

3)     Envenenamento por chumbo:

http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/002473.htm

4)     Toxicidade do arsênio:

http://www.atsdr.cdc.gov/csem/arsenic/docs/arsenic.pdf

5)     Toxicidade do cádmio:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1578573/

6)     Toxicidade do estanho:

http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/tp55-c2.pdf

7)     Toxicidade do mercúrio:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs361/en/

8)     Toxicidade do cromo:

http://www.atsdr.cdc.gov/csem/chromium/docs/chromium.pdf

9)     Toxicidade do níquel:

http://www.hpa.org.uk/webc/HPAwebFile/HPAweb_C/1236757324101

10)    Toxicidade do selênio:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12041880

11)    Toxicidade do zinco:

http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/tp60-c2.pdf

 

12)    Micotoxinas:

http://www.food.gov.uk/policy-advice/mycotoxins/about/#.Uwymx_ldUrU

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2984136/

http://ec.europa.eu/food/fs/sc/scf/out73_en.pdf

http://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/doc/2197.pdf

13)    Pesticidas:

http://dhss.delaware.gov/dph/files/organochlorpestfaq.pdf

http://www.cpgls.ucg.br/ArquivosUpload/1/File/V%20MOSTRA%20DE%20PRODUO%20CIENTIFICA/SAUDE/52.pdf

http://www.atsdr.cdc.gov/ToxProfiles/tp155-c1-b.pdf

14)    Contaminantes em mel:

www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/2167/1/1%20%20Disserta%C3%A7%C3%A3o%20MSA_MEL.pdf

15)   Hidroximetilfurfural:

http://ar.iiarjournals.org/content/29/6/1921.full.pdf+html

16)   Dioxinas:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs225/en/

17)   Aflatoxina M1 em leite:

http://www.extension.iastate.edu/dairyteam/sites/www.extension.iastate.edu/files/dairyteam/Aflatoxin%20in%20Milk-University%20of%20Arkansas.pdf

18)   Compêndio sobre aditivos:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/a6809d8047457a1c86c0d63fbc4c6735/Compendio_marco_2011.pdf?MOD=AJPERES

19)   Ferrocianeto (sal):

http://ec.europa.eu/food/fs/sc/scan/out70_en.pdf

20)   Dioxinas e PCB:

http://www.fsai.ie/workarea/downloadasset.aspx?id=8454

 

21)   HPA – benzo(a)pireno:

http://www.hpa.org.uk/webc/hpawebfile/hpaweb_c/1227169968160

http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol100F/mono100F-14.pdf

http://www.fsai.ie/workarea/downloadasset.aspx?id=8416

22)   Acrilamida:

http://www.fda.gov/food/foodborneillnesscontaminants/chemicalcontaminants/ucm053569.htm

http://www.fda.gov/Food/GuidanceRegulation/GuidanceDocumentsRegulatoryInformation/ChemicalContaminantsMetalsNaturalToxinsPesticides/ucm374524.htm

http://ec.europa.eu/food/food/chemicalsafety/contaminants/recommendation_10012011_acrylamide_food_en.pdf

http://multimedia.food.gov.uk/multimedia/pdfs/publication/acryfuran1112.pdf

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Segurança na ingestão de nitrito de sódio

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Entre os aditivos alimentares, talvez o que sofra o maior bullying seja o nitrito de sódio. Não sem razão, pois realmente é um dos mais tóxicos que se pode usar em produtos cárneos, apenas 1 colher de chá é capaz de causar tonturas, desmaios, náuseas e vômitos. Seu consumo crônico pode causar formação excessiva de metamioglobina, a meta-hemoglobinemia, que prejudica a respiração, mas mais é significativa em bebês abaixo de 6 meses. Tivemos 23 casos de intoxicação em Santa Catarina por leite contaminado no ano passado. O 44º JECFA (1995) determinou uma IDA (ingestão diária admissível) entre 0 – 0,06mg/kg de massa corpórea (por exemplo, seu primo nitrato de sódio tem IDA de 0-3,7 mg/kg de massa corpórea). As maiores fontes de ingestão de nitrito são a água, vegetais folhosos e produtos curados.

A discussão a respeito do consumo de nitrito e formação de nitrosaminas é antiga – vem da década de 50. De lá para cá, as evidências científicas apontam que esta preocupação é infundada. Novos estudos epidemiológicos mostram que não há associação entre a ingestão estimada na dieta de nitrito e nitrato e o câncer estomacal. Além disso, as nitrosaminas precisam de um ambiente controlado para serem produzidas, o que não acontece na maior parte dos produtos cárneos (apenas bacon e carnes curadas fritos e embutidos curados assados que são submetidos a temperaturas acima de 130°C poderiam ter nitrosaminas).

O nitrito inclusive ganhou status de nutriente, já que está envolvido na saúde cardiovascular pela promoção da produção de óxido nítrico (NO). Em um artigo da USP de Ribeirão Preto, os pesquisadores mostram que, administrado oralmente, o nitrito de sódio pode reduzir a pressão arterial.

Mais evidências de que, na natureza, o meio-termo é o caminho. Uma dieta balanceada e hábitos de vida saudáveis são cruciais para a manutenção da saúde e prolongamento da vida.

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FDA publica guia para redução da acrilamida em alimentos

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O FDA publicou na última quinta-feira um guia que traz recomendações para minimizar os níveis de acrilamida em certos alimentos, ajudando a mitigar o risco potencial para a saúde humana. Baixe o guia na íntegra neste site:

http://www.fda.gov/downloads/Food/GuidanceRegulation/GuidanceDocumentsRegulatoryInformation/ChemicalContaminantsMetalsNaturalToxinsPesticides/UCM374534.pdf

A acrilamida é um composto que se forma através de uma reação química, que ocorre quando um alimento é submetido a altas temperaturas – ao fritar, assar ou torrar – e esta formação está basicamente relacionada a produtos ricos em amido, como por exemplo, batatas e cereais. Também é encontrada na fumaça dos cigarros e é produzida industrialmente para uso em plásticos, argamassa, produtos para tratamento de água e cosméticos.

Neste guia, ainda em fase de “consulta pública” e sem qualquer obrigação de implementação ou força de lei, o FDA sugere algumas ações a serem tomadas pelos produtores primários, fabricantes de alimentos e serviços de alimentação, na tentativa de reduzir o potencial de formação de acrilamida. As recomendações incluem a seleção de certas variedades de batata ou trigo, estocagem de ingredientes em certas condições, redução da temperatura de fritura, utilização de métodos de coloração ou fermentação alternativos e adição de determinados ingredientes no processamento. Importante salientar que o guia não especifica propostas de níveis aceitáveis admissíveis para acrilamida nos alimentos. De acordo com o documento, a acrilamida presente nos alimentos é uma preocupação, por poder causar câncer em cobaias de laboratório em doses elevadas, e por isso, supõe-se que representa uma substância potencialmente cancerígena a humanos.

Há controvérsias. Nem todos os cientistas concordam que a acrilamida realmente representa uma ameaça à saúde humana. Até mesmo um comitê da Organização Mundial da Saúde concluiu que estudos epidemiológicos não fornecem qualquer evidência consistente de que a exposição à acrilamida, de forma ocupacional ou pela dieta, esteja associada ao aparecimento de câncer em humanos.

E você, leitor, o que acha? Mesmo que ainda não existam provas cabais de que a acrilamida tenha de fato um potencial de nos prejudicar, minimizar mais esta substância à qual estamos expostos pode eventualmente ajudar a proteger a nossa saúde no futuro. Afinal de contas, ainda não sabemos os reais efeitos em médio e longo prazo.

 
Fonte:

http://www.foodsafetynews.com/2013/11/acrylamide-in-food/#.UolMDMRwqSo

 

Saiba sobre a acrilamida em:
Uma década da descoberta da acrilamida
Batata pala pequisada pela Proteste apresenta teores variados de acrilamida em 

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Resumo do relatório da ANVISA sobre monitoramento de pesticidas

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  1. Introdução

O crescente uso de agrotóxicos na produção agrícola e a consequente presença de resíduos acima dos níveis autorizados nos alimentos têm sido alvos de preocupação no âmbito da saúde pública, este fato exige investimento e organização dos Governos Federal, Estadual e Municipal para implantar ações de controle do uso de agrotóxicos.

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da ANVISA foi criado em 2001 como um projeto com o intuito de estruturar um serviço de avaliação e de promoção à qualidade dos alimentos em relação ao uso de agrotóxicos. Esse projeto transformou-se em programa anual no ano de 2003 e tem por objetivo verificar se os alimentos comercializados no varejo apresentam níveis de resíduos de agrotóxicos dentro dos Limites Máximos de Resíduos (LMR) estabelecidos pela ANVISA para cada agrotóxico.

Esse objetivo visa conferir se os agrotóxicos utilizados estão devidamente registrados no país e se foram aplicados corretamente para as culturas as quais foram destinados e autorizados. Relatórios anuais do PARA têm sido um dos principais indicadores da qualidade dos alimentos adquiridos no mercado varejista e consumidos pela população.

Os resultados permitem uma avaliação da exposição aos resíduos presentes nos alimentos e subsidiam uma reavaliação de ingredientes ativos para tomada de decisão sobre a restrição e até o banimento de determinado agrotóxico perigoso para a saúde brasileira.

  1. O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA).

O PARA é estruturado de forma a compartilhar as atribuições entre os entes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. A Coordenação Geral está sob a responsabilidade da ANVISA e conta com a participação e apoio das Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais e dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública.

As coletas dos alimentos são realizadas pelas Vigilâncias Sanitárias (Estaduais/Municipais) de acordo com princípios do Codex Alimentarius. Este documento recomenda que a coleta seja feita no local em que a população adquire os alimentos, com vistas a obter amostras com características semelhantes ao que será consumido.

2.1.Metodologia Analítica Utilizada para Verificação de Resíduos.

As análises são realizadas pelo método analítico de “multirresíduos”, esse método consiste em analisar simultaneamente diferentes ingredientes ativos de agrotóxicos em uma mesma amostra sendo capaz de detectar diversos metabólitos. O método contribui para um monitoramento rápido e eficiente, tendo em vista o aumento da produtividade do laboratório pela diminuição significativa do tempo de análise, implicando na redução de custos. Esta técnica é adotada por países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Holanda e outros.

Porém esse tipo de análise não se aplica a ingredientes ativos como ditiocarbamatos, obrigando os órgãos e laboratórios responsáveis pelos testes à utilizar métodos mais específicos de análises.

  1. Resultados

3.1.Resultados Nacionais nos anos de 2011 e 2012.

Em 2011 foram analisadas 1.628 em que 22% delas não foram detectadas resíduos, 42% apresentaram resíduos dentro do limite máximo residual estabelecido e 36% foram consideradas insatisfatórias, ou seja, apresentaram irregularidades. Destacaremos as principais não conformidades a seguir:

 

  • Presença de agrotóxicos em níveis acima do LMR em 38 amostras.
  • Constatação de agrotóxicos não autorizados (NA) para a cultura em 520 amostras, correspondendo a 32% do total.
  • Resíduos acima do LMR e NA simultaneamente em 31 amostras.

No ano de 2012 foram coletadas e analisadas 1.665 amostras e seus resultados foram publicados. Pelos números apresentados a seguir podemos ver uma melhora na utilização de agrotóxicos por parte dos agricultores.

Em 35% não foram detectados resíduos, 36% apresentaram resíduos dentro do LMR e 29% foram consideradas insatisfatórias por apresentarem resíduos de produtos não autorizados, ou autorizados, mas em concentrações acima do LMR.

  • Presença de agrotóxicos em níveis cima do LMR em 27 amostras.
  • Constatação de agrotóxicos não autorizados (NA) para a cultura em 416 amostras, correspondendo a 25% do total.
  • Resíduos acima do LMR e NA simultaneamente em 40 amostras, correspondendo a 2,5 % do total.

Em ambos os casos, anos de 2011 e 2012, as amostras com níveis de agrotóxicos acima do LMR demonstram a utilização dessas substâncias em desacordo com as instruções nos rótulos e bulas. Essas alterações acima do nível permitido se deram em decorrência do número de aplicações superior ao recomendado, sejam por não cumprimento do intervalo de segurança ou período de carência. Por outro lado, os resultados insatisfatórios por utilização de agrotóxicos não autorizados compreendem duas situações graves que requerem atitudes das instituições governamentais por se tratarem de riscos para saúde populacional, dentre eles podemos destacar.

  • Ingrediente ativo não autorizado para a cultura.
  • Ingrediente ativo banido ou sem nunca ter tido registro no país.

1.1.Notícias sobre o ano de 2013.

O relatório de 2013 conjuntamente com seus resultados ainda não foi divulgado. Porém podemos verificar por meio de notícias publicadas no Portal G1 do site Globo.com que a preocupação com o uso irregular e indiscriminado de agrotóxicos chegou a esferas governamentais importantes as quais não estão diretamente ligadas aos órgãos de fiscalização como a Anvisa.

Essas instituições públicas como Ministério Público do Trabalho (MPT) não possuem a obrigatoriedade de fiscalização do uso de agrotóxicos banidos ou do uso irregular de agrotóxicos, porém o MPT está preocupado com as condições de trabalho aos quais os empregados estão sendo submetidos.

Em 18 de Setembro de 2013 foram encontradas irregularidades em fazendas na região de Garça. Conforme constatações do MPT foram encontradas embalagens vazias de agrotóxicos descartadas irregularmente, Produtos com venda proibida no país também foram localizadas.

A ocorrência mais grave foi encontrada em uma fazenda situada no distrito de Garça, onde os procuradores do trabalho flagraram o manuseio de fertilizantes sem equipamentos de proteção individual (EPI). De acordo com as apurações os trabalhadores envolvidos nunca haviam recebido treinamento para lidar com esse tipo de produto. Também foram encontradas casos de possível contaminação por embalagens vazias de defensivos agrícolas com venda proibida no Brasil.

No ultimo dia de fiscalização em fazendas da Região de Marília, os procuradores constataram mudanças depois de um acordo assinado com o proprietário em 2008. Essas mudanças consistiam em melhores condições para os trabalhadores tais como a construção de banheiros individuais para mulheres e homens e aparelhos de proteção (EPI) para todos os trabalhadores.

Outra ação tomada para conter o uso irregular de agrotóxicos foi realizada pelo CREA/AM, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado do Amazonas, que passou a emitir guias de receituários para compra de agrotóxicos. Essa medida exige que apenas receituários emitidos por engenheiros agronômicos e florestais possam dar a autorização de compra de agrotóxicos, fertilizantes e defensivos agrícolas. Tal fato será muito similar a compra de remédios de tarja vermelha e preta, remédios de tratamento intensivo com prescrição médica obrigatória.

  1. Considerações Finais.

Os dados de monitoramento do PARA reforçam a necessidade de melhoria na formação dos produtores rurais e o acompanhamento do uso de agrotóxicos na agricultura brasileira, de modo a garantir as Boas Práticas Agrícolas (BPA). O uso de um ou mais agrotóxicos em culturas para as quais eles não estão autorizados, sobretudo aqueles em fase de reavaliação ou de descontinuidade programada por conta de sua relevância toxicológica, pode acarretar exposição ocupacional desnecessária do trabalhador rural.

Em relação aos produtos de baixa toxicidade, a ANVISA está estudando a possibilidade de ampliar a autorização de uso para um número maior de culturas, tanto para atender à agricultura convencional, como à orgânica.

Ressalta-se a necessidade dos órgãos responsáveis pela orientação aos produtores, representados pelas instituições estaduais de extensão rural, de difundirem a informação com o objetivo de levar aos agricultores a necessidade da utilização de BPA. Tais práticas podem evitar a exposição indevida aos agrotóxicos, por exemplo, quando produtores rurais utilizam o mesmo agrotóxico indevidamente para diversas culturas de plantio.

Em relação aos consumidores, recomenda-se a opção por alimentos rotulados com identificação do produtor, o que pode contribuir para o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos seus produtos e à adoção de BPA. Desta forma, eles colaboram e fomentam as iniciativas dos programas estaduais e das redes varejistas de garantir a rastreabilidade e o controle da qualidade dos alimentos.

 Rafael Almeida

Engenheiro de Alimentos

 

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Devemos diminuir o consumo de arroz por causa do arsênio?

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A mídia está sempre pronta para gerar polêmicas, achando fatos e iniciando discussões, mas não tem a mesma agilidade na hora de informar o desfecho de muitos assuntos que alardeou.

No caso de surtos alimentares, por exemplo, a conclusão das análises nem sempre é divulgada ou então é feita de forma muito discreta. Por exemplo: alguém sabe no que deu o caso das crianças envenenadas na Índia pela merenda escolar?   

Esta introdução foi para falar do desfecho de um tema que abordei três vezes neste blog: a contaminação do arroz por arsênio nos EUA e no Brasil.

Recapitulando: a organização de consumidores Consumer Reports divulgou no final de 2012 dados preocupantes sobre a contaminação por arsênio em mais de 200 produtos contendo arroz. Por ser cultivado em áreas inundadas, o arroz absorve arsênio do solo ou da água muito mais facilmente do que a maioria das plantas. No organismo humano, o arsênio inorgânico tem efeitos carcinogênicos a longo prazo.

Como não existia nos EUA um limite de tolerância para o arsênio na maioria dos alimentos, a Consumer Reports sugeriu aos consumidores limitar o consumo de tais produtos e cobrou do FDA, o Órgão que controla alimentos naquele país, que definisse limites de arsênio pelo menos para produtos de arroz e sucos de frutas.  

O FDA inicialmente divulgou um resultado parcial de suas próprias análises de arsênio e prometeu mais resultados e uma avaliação completa do caso até o final de 2012. Em julho deste ano, comentei aqui sobre a demora do FDA em analisar este assunto e também sobre a mesma contaminação constatada no arroz brasileiro, conforme estudo da USP divulgado pela grande mídia em maio último. No post, questionei inclusive a demora da Anvisa em publicar a Norma que atualiza os limites toleráveis de arsênio para o arroz e outros alimentos, visto que a mesma esteve em consulta pública em 2010.

Pois bem, coincidentemente tanto FDA quanto a Anvisa resolveram esta questão quase simultaneamente. A FDA divulgou nota em 06 de setembro informando que testou mais de 1300 alimentos e que os níveis de arsênio encontrados nas amostras não são altos o suficiente para causar um dano imediato à saúde. No entanto, a respeito do impacto destes níveis em longo prazo, a Agência informou que ainda conduzirá um estudo mais abrangente. Por ora, recomendou às pessoas que diversifiquem os grãos na dieta, incluindo, por exemplo, trigo, cevada e aveia como outras possibilidades além do arroz. A Agência destacou esta mesma alternativa para o caso dos alimentos para bebês à base de arroz. Por sua vez, a Consumer Reports reforçou estas recomendações do FDA e elaborou uma tabela com os consumos diários máximos de diversos produtos à base de arroz consumidos nos EUA.

No Brasil, a novidade foi a publicação em 30 de agosto da Resolução 42, da Anvisa, que atualiza os níveis máximos de arsênio, chumbo, mercúrio, cádmio e estanho toleráveis nos alimentos. A Norma brasileira não faz distinção entre arsênio inorgânico e orgânico e estabelece para o arroz um teor máximo de 0,30 mg/kg. Como este novo valor é três vezes superior ao limite anterior estabelecido na Portaria 685 de 1998, o estudo da USP encontrou um nível de arsênio no arroz abaixo deste limite (222 ng/g ou 0,222 mg/kg). Portanto, não haveria motivo para preocupação. Será mesmo? Melhor aguardar os próximos capítulos. 

Leia também:

Organização de consumidores pressiona FDA a se posicionar sobre arsênio em arroz

Como se determina a segurança de um novo aditivo alimentar?

Batata geneticamente modificada, que não escurece e produz menos acrilamida, é liberada nos EUA

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525 notificações por micotoxinas na Europa

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Acabamos de testemunhar uma notificação de aflatoxinas em pipoca, conforme mencionado no post Aflatoxinas na mira da Anvisa.

Esse número é bom ou é ruim? Ele é representativo para a realidade brasileira e susceptibilidade à contaminação, levando em conta as boas práticas agrícolas, boas práticas de fabricação e armazenamento?

Um caminho para ajudar nesta análise é espiar a realidade de outros “mundos”, como por exemplo a Comunidade Européia.

Em 2012, foram 525 notificações, sendo 484 por aflatoxina segundo o último Relatório Anual do RASFF. Esse número aparentemente escandaloso para nossas subnotificações, é um enorme progresso se comparado com a incidência de 2011.

 

 

 

 

 

As nuts – nozes, amêndoas e também o amendoim, encabeçam a lista dos alimentos mais suscetíveis. Vegetais e frutas também estão na lista e no caso, o principal vilão foi o figo seco. Cereais tem importância, assim como rações tem sido acompanhadas e interditadas, dado que quando contaminadas poderão refletir em doses significativas aflatoxina M1 no leite bovino. 

O que vocês acham desses números?

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Aflatoxinas em pipoca na mira da ANVISA

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Hoje saiu no Diário Oficial da União a proibição por parte da ANVISA da comercialização de uma pipoca fabricada por uma EPP (Empresa de Pequeno Porte) localizada em Lindóia.  A análise realizada por um LACEN de Minas Gerais, concluiu que o produto apresentou níveis de 62 µg/kg, enquanto que o limite estabelecido pela RDC 7/2011 é de 20 µg/kg. As aflatoxinas são genotóxicas e carcinogênicas e tem merecido ações esporádicas por parte dos órgãos fiscalizadores.

Resgatei algum histórico de mídia e consegui somente levantar ações semelhantes para o amendoim nos seguintes anos: 

2006
2010
2012

Como está sendo tratado nosso milho?

 A notificação por milho parece ser inédita, contudo não surpreende se analisarmos a supersafra de 2012, que não teve onde ser adequadamente armazenada e escoada, chegando a ser deixada a céu aberto no Mato Grosso, estado líder da produção nacional e respondendo por 24,8% do que se colhe no Brasil. Leia a notícia aqui. O problema é que o a falta de infra-estrutura para logística e armazenamento persiste em 2013.

E fora do país?

A Comunidade Européia, registrou no último relatório do RASSF 484 ocorrências. Saiba mais detalhes neste no post 525 notificações por micotoxinas na Europa.

 

 

Colaborou Ana Cláudia Frota.

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