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Frangos criados sem antibióticos podem ser realidade nos EUA. E no Brasil?

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A crescente resistência dos microrganismos aos antibióticos já foi assunto de vários posts publicados aqui. Entre as bactérias patogênicas que contaminam alimentos, a Salmonella destaca-se por sua elevada resistência.

Na luta contra estas superbactérias, os especialistas recomendam várias medidas, sendo que o uso racional de antibióticos na criação de animais é uma das mais destacadas.

Em maio de 2014, um grupo de trabalho constituído por cientistas dos Estados Unidos e da União Europeia divulgou um relatório criticando o uso indiscriminado de antibióticos na criação de animais para o consumo. Nos EUA, a rede McDonalds anunciou em março deste ano que fará a eliminação progressiva do uso de antibióticos na criação dos frangos que suprem seus 14.000 restaurantes norte-americanos. Desde então, grandes produtores de frango do mercado estadunidense assumiram o compromisso público pelo uso responsável de antibióticos na produção de frangos.

O frango não é o único animal criado com antibióticos, mas tem sido o principal foco da indústria na tarefa de reduzir o uso destes medicamentos. Há várias razões para isto, como demonstra um artigo recente publicado na Food Safety News. Antes de tudo, é preciso lembrar que os frangos produzidos para servir de alimento têm vida curta, tipicamente de 42 a 45 dias. O gado, por exemplo, necessita de pelo menos 18 meses para atingir peso de mercado. Neste sentido, é mais fácil criar aves com menos ou sem antibióticos do que o gado, porque há muito menos oportunidades de infecção por microrganismos.

Porém, mais importante ainda é que as grandes empresas produtoras de frangos têm sistemas de produção verticalmente integrados. Isso significa que uma mesma empresa possui e controla as várias fases de produção, desde a geração até a criação e o abate das aves, passando pela fabricação da ração, etc. Então, torna-se mais fácil controlar e reduzir o uso de antibióticos, pois elas não dependem de produtores independentes.

A próxima fonte de proteína animal a ser isenta de antibiótico deverá ser o peru, seguido de outros animais com maior expectativa de vida. A Cargill anunciou em 2014 que iria parar de usar antibióticos na criação de seus perus. Nota-se que, nos EUA, as indústrias estão sendo questionadas sobre o uso de antibióticos por entidades públicas e por associações de consumidores e estão respondendo às pressões.

No Brasil, a empresa Korin já produz frangos sem antibióticos e também possui certificação de Bem Estar Animal da HFAC – Humane Farm Animal Care. Agora é torcer para que esta moda se espalhe.

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Indenizações por alimentos impróprios – quanto vale esta causa?

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Encontrar objetos estranhos como fios de cabelo, fragmentos de madeira ou metal, insetos, alimentos impróprios para o consumo e até mesmo contaminados faz com que nos sintamos enganados. Nos desperta um sentimento de humilhação, vergonha além do prejuízo de fato na aquisição de um produto “estragado”.

Um tempo atrás a Justiça de Minas Gerais condenou engarrafadora da Coca-Cola a pagar multa de R$ 665,2 mil depois que um consumidor encontrou algo parecido a um palito em uma embalagem plástica (Veja informação).

A 9ª Camara Cível do TJ/RS condenou a UNILEVER Brasil Alimentos a pagar R$ 10mil em indenização a uma consumidora que encontrou preservativo masculino na lata de extrato de tomate (Veja informação).

O TJ/CE condenou uma lanchonete do McDonald´s a pagar uma indenização de R$ 15mil a uma consumidora que recebeu um sanduiche com um pedaço de barata. A cliente relata que ao comer parte do sanduiche, sentiu “cheiro de barata”. Em seguida percebeu que havia “pernas” e “asas” do inseto no lanche (Veja informação).

Mais recentemente em uma publicação da Food Safety News um relatório constatou que 20-30% das vítimas em surtos de DTAs entram com ação judicial contra as empresas fabricantes. Porém as reclamações estão mais relacionadas aos danos causados pelas bactérias.

No Brasil é comum através do site da ANVISA presenciamos notificações de suspensão, proibição e distribuição de alimentos envolvidos com presenças de corpos estranhos macroscópicas e microscópicas quando confrontada com a RDC n°14/2014 (confira publicação deste blog).

É fato e justo que o consumidor seja indenizado por danos morais em virtude da aquisição de alimentos impróprios ao consumido. Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor, no Art. 6°, inciso VII, impõe ao juiz a inversão do ônus da prova, o que significa dizer, que como o consumidor é hipossuficiente, caberá à empresa levanta provas a sua inocência.

Todavia fica a dúvida: Com tantos milhares ou milhões de reais sendo gasto em indenizações (nada mais justo) ano pós ano, não seria o momento das empresas investir ainda mais na segurança e qualidade dos seus produtos?

Todo esse dinheiro em indenizações se tivesse sido investido veemente na melhoria de processos, capacitação dos funcionários, melhoria da condição de trabalho, será que não teriam sido evitados a maioria deles?

E você o que acha?….

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Fortificação da farinha de trigo e milho no Brasil – Panorama Geral

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A seguir um resumo de algumas palestras apresentadas no LACC 3 oferecendo um panorama geral sobre a fortificação da farinha no Brasil.

Porque o Ministério da Saúde decidiu pela estratégia de fortificação da farinha?
Esta pergunta foi respondida durante a abertura da sessão sobre fortificação das farinhas de trigo e milho no Brasil, com a palestra ministrada por Eduardo Augusto Fernandes Nilson do Ministério da Agricultura.
A anemia é um problema de saúde pública causada pela deficiência nutricional de Ferro, que afeta diversos países no mundo, incluindo o nosso. Estima-se que no Brasil 30% das mulheres em idade reprodutiva tem anemia por deficiência de ferro e que este número pode chegar a 50% em crianças menores de 5 anos em populações mais vulneráveis.
Por este motivo, em 2002, uma das estratégias da ANVISA foi regulamentar a obrigatoriedade da fortificação das farinhas de trigo e de milho com Ferro e Ácido Fólico (4,2mg Fe + 150µg de ácido fólico/100g de farinha) através RDC 344/2002.
Avaliações feitas na última década constataram que a fortificação trouxe impacto positivo sobre defeitos do tubo neural e sobre a anemia em mulheres grávidas, porém baixo impacto sobre anemia em crianças.
Atualmente a resolução esta em revisão pelo governo e indústria, onde estão sendo avaliados os seguintes aspectos: intervalo de fortificação e os sais que devem ser autorizados de acordo com a biodisponibilidade do ferro, risco de sobrecarga de ferro por pacientes portadores de hemoglobinopatias, avaliação de novas estratégias para o controle da anemia e prevenção para crianças, necessidade de acompanhamento e a revisão frequente da política.

E os fabricantes de farinha, estão cumprindo a legislação?
A palestra Aspectos analíticos e resultados quantitativos de ferro em farinha de trigo e milho, ministrada por Silvana Couto Jacob do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCOS/FIOCRUZ), durante a sessão de Análises laboratoriais de cereais e alimentos, nos trouxe informações importantes de como está o controle do cumprimento desta legislação e algumas dificuldades encontradas.
Desde 2007 a qualidade das farinhas em relação à concentração de ferro e ácido fólico vem sendo relatada no Programa Nacional para Monitoramento de Alimentos (PNMA) coordenado pela Anvisa. Nos primeiros controles realizados em 2007 a maioria dos resultados apresentaram concentrações de ferro abaixo do recomendado, em 2008 os resultados ainda não foram satisfatórios, de 33 amostras 11 estavam abaixo, já considerando a tolerância de +/- 20%; porém os dados de 2013 e 2014 apontaram tendência contrária do início do monitoramento, muitas amostras apresentaram concentrações superiores ao recomendado.
A variação dos resultados encontrados pode ser atribuída a uma série de fatores como:
– Metodologia utilizada para análise, durante a palestra comentou-se da dificuldade para validação das metodologias e necessidade de ensaios de proficiência.
– Características físicas da farinha.
– Biodisponibilidade do tipo de ferro adicionado
– Boas práticas de fabricação na etapa de adição e homogeneização do ferro e ácido fólico.
E como estão as Boas Práticas de Fabricação na etapa de adição de Ferro e Acido fólico?
Ainda na sessão sobre fortificação das farinhas de trigo e milho no Brasil, William Cesar Latorre – Granotec Brasil, ministrou a palestra Boas Práticas de fortificação de farinhas de trigo e milho.
William apresentou resultados de um trabalho realizado em 11 produtores de farinha do Estado de São Paulo, que teve como objetivo avaliar as condições de Boas Práticas da etapa de fortificação. Este acompanhamento foi feito em três estágios, com foco nos equipamentos, métodos analíticos e procedimentos operacionais.
1º ) Revisão da literatura e legislações, draft do check list BPF;
2 º) 20 Inspetores treinados visitaram três vezes os 11 moinhos para correção e adequação do check list.
3 º) Check list final tabulado de forma similar ao da Anvisa.
Após avaliação dos resultados conclui-se uma relação de fatores que são importantes para a melhora do processo e/ou que podem impactar, e muito, no cumprimento da legislação. Vejam quais são:
• Equipamentos de dosagem devem estar em local acessível;
• Utilização de dosadores adequados;
• Dosador automático ou manual? O dosador tem que acompanhar a linha, se a mesma parar ele tem que parar também;
• Definição de range de dosagem máxima e mínima no equipamento;
• Alarme para avisar quando acaba o micronutriente;
• Adequada estocagem dos micronutrientes, devido higroscopia do mesmo;
• Verificar o balanço de farinha produzida e quantidade de mix utilizado;
• Estabelecer como deve ser feita a correção e corrigir os que não atenderem aos limites;
• Produtores de micronutrientes precisam ter BPF implementado;
• Avaliar as características físico-quimicas de cada fornecedor de micronutriente;
• Limpar incrustações dos dosadores, pois influencia na dosagem;
• Dosador precisa ser distante da área de envase para garantir a homogeinização;
• Estoque de micronutrientes próximo ao dosador para facilitar e garantir o abastecimento;
• Rastreabilidade do processo, incluindo a etapa de adição de micronutrientes;
• Laboratórios internos devem utilizar metodologias adequadas e validadas para análises de teor de ferro e ácido fólico no produto acabado;
• Criar procedimentos de como manter o equipamento;
• Manutenção adequada dos dosadores e equipamentos no geral.

Um dos comentários que muito me chamou a atenção foi o relato dos fabricantes sobre a falta de métodos de análises rápidos para a quantificação de ferro e ácido fólico, o que aumentaria o controle de processo. E devido a esta dificuldade de resultados rápidos aumenta-se a dosagem para garantir o cumprimento à legislação, o que esta muito alinhado com os resultados de super dosagens encontradas em amostras de 2013 e 2014.

Muito válida a inciativa do Mistério da Saúde em criar uma legislação que obriga as indústrias a fortificarem farinha de trigo e milho, ambos produtos de alto consumo, para erradicar a anemia, que é uma doença que afeta grande parte da população, principalmente crianças carentes. Mas ao final das palestras fica evidente a necessidade de maior controle nas concentrações de ferro e ácido fólico na farinha, para que a legislação seja cumprida, mas que também não se permita a adição em acesso o que pode prejudicar ouro grupo da população. Fica evidente a necessidade de um trabalho junto às indústrias para melhoras nas boas práticas na etapa de fortificação.
E você leitor que trabalha em indústria de farinhas, como esta o seu processo? A etapa de adição de micronutrientes é bem controlada? E as metodologias análises do seu produto acabado são validadas? Como estão os seus resultados finais?

Fonte:
Palestras ministradas no LAAC 3, em Curitiba, abril de 2015.

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Carne no topo das fraudes alimentares

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Embora as indústrias de alimentos tenham como objetivo criar formas para garantir a segurança e confiança do consumidor, a fraude alimentar é um tema que ainda gera muita discussão.

Recentemente um relatório de atividades da Food Fraud Network (FFN), mostra produtos de carne no topo das fraudes alimentares, seguido por produtos de peixe e mel. A FFN foi criada em 2013 após o escândalo de carne de cavalo que deixou os Europeus indignados, naquele período a União Europeia pediu que todos os países do bloco fizessem teste de DNA nos produtos rotulados como carne bovina.

O relatório relaciona 60 casos, dentre eles 25% das fraudes apontadas foram principalmente relacionadas à rotulagem (em relação às datas de validade, adição de água e ingredientes), 22% composta de certificação e/ou documentos falsificados e 17% quanto à substituição da espécie do animal (referente ao valor).

Outras fraudes como presença de substancia proibida (10%), referente a tratamentos e processos (8%), impróprios para consumo humano (7%), falsificação (5%) e adulteração (3%) estão listados no relatório.

No Brasil também temos visto casos onde a vigilância tem atuado na fiscalização e apreensão de carnes impróprias para o consumo humano, que era vendida para fabricação de subprodutos e diretamente ao consumidor. O que faz aumentar a preocupação e, a necessidade de novas pesquisas que ajudem a detectar essas fraudes alimentares.

Com base nessas preocupações, pesquisadores da UFMG têm trabalhado em testes de DNA que podem rastrear fraudes. Em produtos cárneos já esta em andamento o teste que identificará a origem de 10 tipos de carne diferentes. O teste será somente qualitativo, ou seja, identificará se a carne (ou embutido) vendida como de um determinado animal é de fato deste animal ou se há fraude. Porém o teste não apontará o percentual. Todavia já demonstra um passo frente ao problema e que certamente contribuirá significativamente para a garantia e segurança alimentar.

REFERÊNCIAS:

http://www.foodqualitynews.com/Industry-news/FFN-finds-violations-mostly-related-to-labelling-non-compliances

http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/06/ministerio-da-agricultura-vai-queimar-carne-ilegal-apreendida-em-frigorifico.html

http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2015/05/17/interna_tecnologia,648273/pesquisadores-da-ufmg-concebem-testes-por-dna-que-podem-rastrear-fraud.shtml

 

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Aumento de contaminações por Salmonella Enteretidis preocupa perquisadores

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A Salmonella tem sido reconhecida como principal microrganismo responsável por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) na última década, ela é o principal causador de sérios problemas de saúde pública e significativas perdas econômicas, sendo reconhecida como um dos maiores agentes de infecção alimentar em diversos países. Embora diversos sorovares de Salmonella tenham sido catalogados em diferentes alimentos comercializados nos estados brasileiros, o sorovar S. Enteretidis tem sido identificado como o causador da maioria das salmoneloses alimentares investigadas pelas diversas Secretárias de Saúde nos últimos anos. Tal sorovar tem sido reconhecido como o principal patógeno encontrado nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, e Rio Grande do Sul, demonstrando assim a sua importância microbiológica.(Malheiros; De Paula; Tondo, 2007).

Dentre os alimentos relacionados com as salmoneloses, as preparações à base de ovos tem recebido destaque, sendo a maionese caseira o principal veículo de muitos surtos no Rio Grande do Sul. No período de 2000 a 2001, esse alimento estava frequentemente envolvido nas salmoneloses do RS, alcançando 48,1% dos casos investigados oficialmente pela Secretaria de Saúde do Estado Sul Rio Grandense. A utilização de ovos sem inspeção sani­tária, a qual objetiva verificar procedimentos de prevenção e controle de patógenos como Salmonella, em nível de produção, assim como a manipulação inadequada dos alimentos consti­tuíram os principais fatores predisponentes às salmoneloses em 73% dos surtos investigados no RS, em 2000. (Malheiros; De Paula; Tondo, 2007).

De acordo com dados e pesquisas recentes, vimos que a Salmonella Enteretidis tem preocupado muito Doutores Pesquisadores por causa da maior proliferação desse sorovar nos alimentos. Conforme novas pesquisas e testes realizados em teses de mestrado e doutorado orientadas pelo Profº. Drº. Eduardo C. Tondo, podemos verificar os motivos de tanta preocupação com o sorovar em destaque. Tais estudos e suas conclusões foram relatados, noticiados no Workshop da 3M e do Blog Food Safety Brasil –  Food Safety Trends and Innovations realizado em 2015.

Dentre as principais conclusões apresentadas no workshop, podemos destacar uma maior aderência em equipamentos de indústrias e serviços de alimentação pelo fato do sorovar S.Enteretidis produzir substancias surfactantes as quais reduzem a efetividade de produtos sanitizantes à base de hipoclorito de sódio. Cabe destacarmos a alta capacidade adaptativa da S. Enteretidis aos ácidos acético; ascórbico, esse fato demonstra que alimentos com a redução de acidez realizada pelo acréscimo desses ingredientes estão susceptíveis a contaminação e transmissão de salmoneloses, não sendo eficientes para redução a níveis aceitáveis do sorovar noticiado.

Pelos motivos apresentados podemos verificar a importância da prevenção e combate à S. Enteretidis nas indústrias e serviços de alimentação. Pelos altos números de salmoneloses pelo país, devemos revisar antigos processos de sanitização,  de limpeza, de esterilização em industrias e serviços de alimentos para que possamos cada vez mais inibir o crescimento e aprimorar a produção de alimentos seguros à sociedade.

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Divulgados os finalistas do desafio Food Safety 2014 do FDA

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Grandes avanços científicos são estimulados por situações extremas: guerras, fome, seca… e por que não desafios e concursos?

A apertização (que produz os alimentos mais comumente chamados de “em conserva”) foi o processo desenvolvido por Nicolas Appert em resposta a um concurso do Diretório Francês para preservar alimentos durante o transporte – e propiciar a expansão militar da França no período – anos antes de que sequer se soubesse que existiam bactérias no mundo. Appert ganhou o concurso cerca de 15 anos após seu estabelecimento, em 1810, embolsou 12.000 francos e criou a primeira fábrica de alimentos conservados do mundo.

Veja que bom exemplo de cooperação Governo – Indústria – Academia que vem dos Estados Unidos: em 2014 o FDA estabeleceu o Food Safety Challenge, com o objetivo de desenvolver métodos de alta tecnologia que acelerem a detecção e identificação de subtipos/serovares de Salmonella em alimentos minimamente processados. Um tema super atual, considerando os mais recentes surtos alimentares envolvendo frutas e verduras e também o fato de que a identificação de Salmonella muitas vezes leva mais tempo do que o próprio ciclo de consumo do produto.

Em 11 de maio a agência anunciou os cinco finalistas, que agora passam para a fase de Field Accelerator – projetada para melhoria dos conceitos através de processos de interação entre os finalistas e coaching e mentoring com especialistas do ramo. Em 15 de julho, conheceremos o vencedor.

Os finalistas foram:

  1. Universidade de Auburn: com um método que combina biosensores magnetoelásticos e um detector de escaneamento superficial usados diretamente em superfícies de alimentos.
  2. Bart Weimer/U.C. Davis/Mars, Inc.: com um método que captura e concentra a Salmonella de amostras grandes e complexas, usando receptores anticorpos e hospedeiros para detecção com ELISA de fase sólida, DNA e RNA.
  3. Pronucleotein, Inc.: com ensaios do tipo sanduíche de esfera aptâmero-magnético de DNA usados para detectar patógenos com um leitor fluorescente portátil.
  4. Purdue University: com um método físico para concentrar a Salmonella a níveis detectáveis usando microfiltração automatizada.
  5. Universidade de Ilinois/Purdue University: com um sistema portátil para detecção multiplex de patógenos alimentícios em biochips microfluidícos através de amplificação isotérmica de DNA e detecção elétrica.

O Food Safety Challenge é também um excelente exemplo de open innovation!

E aqui no Brasil, já temos exemplos de concursos na área de Segurança de Alimentos? Conta aí para a gente!

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Qual é realmente a validade de um alimento?

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Recentemente, um site britânico noticiou uma história de amor (aqui) em que um soldado chinês durante visita para a esposa, que só via uma vez por ano, preparou e congelou refeições suficientes para ela jantar durante os doze meses de sua ausência, tendo por objetivo facilitar a vida da amada, sempre atribulada com o trabalho.

Coincidentemente, algumas semanas antes, o site “Food Safety News” havia publicado um artigo intitulado “When Does Food Expire?” debatendo a existência de alimentos que perduram por muitos anos quando estocados sob condições específicas (produzidos e estocados por pessoas que convivem com a iminente ideia de que pode haver uma crise ou qualquer desastre natural que as impeçam de adquirir alimentos frescos).

O mesmo artigo acima referiu-se a uma pesquisa realizada pela NSF International (USA) que concluiu que 36% das pessoas descartam produtos antes destes se tornarem potencialmente inseguros e outros 27% descartam muito além do prazo de validade. Essa equação é duplamente perigosa, já que envolve desperdício de alimentos de um lado e risco de toxinfecções alimentares de outro. Essa abordagem questiona quão funcional tem sido a rotulagem dos produtos, já que os dados demonstram que, na prática, a população americana está confusa.

Em 2012, em meio à crise econômica, a Grécia autorizou a comercialização de produtos vencidos com preço menor sob a alegação de que tal prática já era comum na Europa, conforme publicamos aqui no blog.

Pensando nessas notícias, será que estamos rotulando adequadamente nossos produtos em relação ao prazo de validade? Ou estamos sendo precavidos demais e gerando excessivo desperdício de alimentos? Quando realmente um alimento vence?

A legislação dos Estados Unidos não obriga as empresas a rotular o prazo de validade, com exceção de fórmulas infantis (há algumas regras estaduais, mas não nacional). Apesar disso, a maior parte das empresas rotula por requisito do consumidor, usando as seguintes nomenclaturas:

Sell by: data de referência para venda do item.

Use by: data relacionada à segurança do alimento, onde o consumo posterior pode ocasionar toxinfecções alimentares, por exemplo.

Best by, Best if used by, Best before: relacionada com a qualidade sensorial do produto, onde o consumo posterior não significa risco à segurança do consumidor, somente perda do frescor do produto.

No Brasil, a legislação (RDC 259/2002) obriga e estabelece critérios para a rotulagem de prazos de validade (exceções citadas no item 6.6.1, f), porém não são consideradas as diferenças entre validade sensorial e validade por critérios de segurança do alimento.

Normalmente, o prazo de validade é estimado ao longo do desenvolvimento do produto (já falamos sobre isso no blog, aqui), mas nem sempre há tempo suficiente para a conclusão dos estudos acelerados e, verdade seja dita, nem toda empresa de pequeno e médio portes tem equipe capacitada, equipamento ou orçamento disponíveis para esse tipo de estudo.

As equipes de P&D tem o desafio de garantir a qualidade sensorial e a segurança do alimento, buscando também maior tempo e competitividade para a distribuição do produto e ainda tendo que atender a consumidores de Norte a Sul do país, considerando climas totalmente diferentes (Nordeste com clima quente e úmido, Sul com clima frio e seco, por exemplo). Difícil, não?

Na prática, o que se observa é que os produtos similares possuem prazos de validade semelhantes, mesmo sendo produzidos por diferentes empresas. E sendo um produto inovador, normalmente o prazo de validade inicial é mais conservador e, ao longo do acompanhamento das características sensoriais, físico-químicas e microbiológicas do produto o prazo é corrigido e, quase sempre, ampliado.

No Brasil, vender um produto fora do prazo de validade é ilegal e, tendo a validade expirado, o produto é considerado impróprio para o consumo e descartado. Será que nosso modelo de legislação funciona melhor que o americano? Vale a reflexão!

Quantos milhões de reais devem ser perdidos por desperdício de produtos que, embora não estejam com o frescor inicial, estão aptos para o consumo do ponto de vista da segurança do alimento? E você, o que pensa sobre isso? Para você, quando um alimento realmente vence?

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Estudo concluiu que papel toalha é método mais higiênico para secagem das mãos

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Não é novidade falar que a lavagem das mãos é um aspecto muito importante para o controle microbiológico em qualquer segmento, e que a sua eficiência se deve a um procedimento correto. Contudo, pouco se fala sobre o papel importante que a secagem desempenha na higienização das mãos, pois existe maior probabilidade de transmissão de microrganismos a partir da pele molhada do que pela pele seca. E isto não está especificado nos manuais e avisos com o procedimento para lavagem das mãos, que terminam na aplicação de produto antisséptico.
Na legislação brasileira para empresas de alimentos, há exigências de instalações para lavagem das mãos nas áreas de produção, vestiários e banheiros, as quais esclarecem que os lavatórios devem preferencialmente usar toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de secagem das mãos.
Mas qual outro sistema seguro para secagem das mãos seria ideal? Ressaltamos que a nossa legislação elimina a hipótese de usar toalha de pano.
De acordo com a pesquisa liderada pelo professor Mark Wilcox, da Faculdade de Medicina de Leeds, que comparou a redução microbiana ocorrida após a secagem das mãos, bem como a higiene das superfícies dos secadores, do meio ambiente e dos usuários, dos três métodos mais utilizados de secagem das mãos: jato de ar, secadores de ar quente, e toalhas de papel descartáveis, o jato de ar e os secadores de ar quente têm maior potencial de contaminação!
Os secadores de jato de ar são ótimos secadores das mãos, devido à alta velocidade de ar; infelizmente, isto significa que as gotas de água, com microrganismos, serão dispersas a distâncias mais longas e algumas permanecerão suspensas no ar por vários minutos (possivelmente horas), podendo disseminar a contaminação para o ambiente, levando em conta que isso dependerá da contaminação inicial e de como as mãos foram lavadas.
Para o estudo, as mãos, com luvas, foram revestidas com cepas de Lactobacillus, para simular a carga microbiana. As mãos foram então mal lavadas e secadas em seguida. Os pesquisadores mediram as contagens microbianas no ar em torno dos equipamentos e também nas distâncias de 1 m e 2 m. Foram também realizados testes separados, nos quais as mãos foram revestidas com tinta para visualizar a dispersão de gotículas em cada método. As contagens bacterianas no ar, perto dos secadores de jato de ar (70,7 UFC) foram 4,5 vezes maiores que em torno do secador de ar quente (15,7 UFC) e 27 vezes maiores quando comparadas ao uso de toalhas de papel (2,6 UFC). A figura abaixo ilustra esta situação.

pesquisa_secador_de_maos

E o teste visual das manchas com tintas demonstrou que o secador de jato de ar causou maior dispersão de gotas de tinta. Verificou-se também que, para o secador a ar, as bactérias permaneceram além do tempo de secagem de 15 segundos, 26% a mais que os demais métodos.
Descobriu-se que secar as mãos com papel toalha reduz, por fricção, o número médio de bactérias nos dedos em até 76% e nas palmas em até 77%. Em contrapartida, com o uso dos secadores elétricos, a contagem das bactérias aumentou, em alguns casos, em até 254%.
Diante destes resultados, o estudo conclui que a toalha de papel é a melhor solução, porém isso não elimina a necessidade de boas práticas, como gestão do lixo com o papel e uma boa eficiência na limpeza do dispenser, paredes e até mesmo a escolha do melhor dispenser. 

E para quem tem dúvida do que é mais sustentável, uma outra pesquisa dá equivalência aos dois métodos quando usadas duas toalhas de papel.

Referências:
E.L. Best a, P. Parnell a, M.H. Wilcox- Microbiological comparison of hand-drying methods: the potential for contamination of the environment, user, and bystander. Journal of Hospital Infection 88 , 2014.

ttp://www.greenlifestylemag.com.au/features/1088/paper-towels-vs-electric-hand-dryers

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A importância das mãos na prevenção da veiculação de DTA

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Hoje é o dia mundial da lavagem das mãos, e muito já se discutiu sobre monitoramento microbiológico dos manipuladores de alimentos.

Dentre todos os questionamentos com os quais já me deparei sobre o papel das mãos na veiculação de DTA (doenças transmitidas por alimentos), chamo a atenção para duas questões:

  • Porque e Como lavar as mãos de forma eficiente (contaminação das mãos e técnica de lavagem eficiente)?
  • Como analisar (técnicas de swab e parâmetros a serem analisados)?

No post de hoje, gostaria de discutir a primeira questão.

– Porque a higiene das mãos tem um papel tão importante na prevenção de DTA?

Acredito ser um consenso o fato de a higiene das mãos de manipuladores é de suma importância para a qualidade do alimento produzido, pois todos podemos ser fontes potenciais de contaminação por micro-organismos muitas vezes patogênicos, devido à higiene pessoal inadequada, mas para ilustrar este fato, recorri a algumas referências da literatura.

Estudos realizados indicam a presença do micro-organismo S. aureus na cavidade nasal de 20 a 55%  da população adulta (Vandenbergh et al., 1999). Uma pesquisa brasileira encontrou uma porcentagem semelhante (cerca de 20%) na cavidade nasal de manipuladores de alimentos (Rall et al., 2010), que podem ser transferidos aos produtos, caso não haja uma assepsia apropriada.

No Brasil, ainda relacionam-se outros micro-organismos causadores de DTA como a Salmonella sp, Escherichia coli patogênica entre outros (Brasil, 2014). Podemos inferir que há muitos outros micro-organismos causadores de doenças que não foram considerados nos levantamentos epidemiológicos.

A maioria dos surtos de DTA são causados pela ingestão de alimento contaminado após práticas inadequadas de higiene, produção, armazenamento e/ou distribuição (Losasso et. Al., 2012). Mesmo ao serem utilizados luvas, temos o conhecido risco da “falsa sensação de segurança”, que pode ser ilustrada na pesquisa de Verhaelen et al. (2013), que demonstrou a transferência de vírus associados à matéria fecal através das luvas utilizadas pelos manipuladores, em um site de processamento de frutas e vegetais.

Isso nos leva a uma reflexão sobre a eficiência de nossos processos  produtivos e treinamentos que realizamos, mas também se há condições apropriadas nos locais de processamento de alimentos, para se manter uma higiene adequada das mãos.

Jensen et al. (2015) pesquisaram o efeito da lavagem das mãos na redução da carga microbiana (Enterobacter aerogenes, que faz parte do grupo Coliforme) em manipuladores que possuíam resíduos de carne moída nas mãos. Demonstrou que, ao lavar as mãos com água e sabão por 20 segundos, a redução na carga microbiana foi aproximadamente 100% (1,1 log UFC) maior se comparado à lavagem com somente água durante o mesmo tempo. O uso de degermantes como álcool 70% e álcool gel, podem aumentar ainda mais a redução da carga microbiana nas mãos (Hernandes et. al., 2004).

Vale ressaltar que o microrganismo S. aureus pode fazer parte da microbiota natural da pele de alguns indivíduos, não sendo sua presença necessariamente causada pela higiene inadequada, desta forma, sugere-se critério na tratativa da questão.

Como lavar as mãos de forma eficiente?

Das técnicas conhecidas, cito abaixo a que encontrei no portal da Organização Mundial da Saúde.

O fluxograma em azul mostra a técnica clássica de lavagem de mãos. Em resumo, com água e sabão em quantidade suficientes, devendo esfregar as palmas das mãos, entre os dedos, a parte de cima, o dedão, as unhas e então secar. Escutei um colega da área dizer em treinamento: “não esqueçam do dedão, ele também faz parte da mão…” passando a mensagem de forma lúdica, pois comumente, é uma parte das mãos que são esquecidas durante a lavagem. Após a lavagem podem ser aplicados substâncias desinfetantes como por exemplo o álcool gel.

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Figura 1. World Health Organization. http://www.who.int/gpsc/tools/Five_moments/en/.

No próximo post sobre o tema, discutiremos: Como analisar? Técnicas de swab e parâmetros a serem avaliados.

 

Escrito por Vanessa Tsuhako, Especialista de Serviço Técnico – 3M Food Safety

 

Referências:

Vandenbergh, M.F.Q.; Yzermann, E.P.F.; Belkum, A.V.; Boelens,H.A.M.; Sijmons, M.; Verrugh, H.A. (1999). Follow-up of S. aureus nasal carriage after years: redefining the persistent carrier state. J. Clin.Microbiol., 10, 3133-3140.

 

RALL, V.L.M. et al. Detection of enterotoxin genes of Staphylococcus sp isolated from nasal cavities and hands of food handlers. Braz. J. Microbiol. [online]. 2010, vol.41, n.1, pp. 59-65.

Brasil (2014) http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/653-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/doencas-transmitidas-por-alimentos-dta/11219-perguntas-e-respostas. Acessado em 01 de maio de 2015.

Losasso C, Cibin V, Cappa V, Roccato A, Vanzo A, Andrighetto I, Ricci A (2012) Food safety and nutrition: Improving consumer behavior. Food Control 26:252-258.

Tondo, E.A. e Bartz, S.. Microbiologia e sistemas de gestão de segurança de alimentos. Editora Sulina. 2013. 263 p

Jensen DA, Danyluk MD, Harris LJ, Schaffner DW. J Food Prot. 2015 Apr;78(4):685-90. Quantifying the Effect of Hand Wash Duration, Soap Use, Ground Beef Debris, and Drying Methods on the Removal of Enterobacter aerogenes on Hands.

HERNANDES, Silvio Evandro Daniel et al. Eficácia do álcool gel e outros agentes degermantes na remoção de importantes patógenos hospitalares aplicados artificialmente nas mãos. Braz. J. Microbiol. [online]. 2004, vol.35, n.1-2, pp. 33-39.

Verhaelen, K., Bouwknegt, M., Carratalà, A., Lodder-Verschoor, F., Diez-Valcarce, M.,  Rodríguez-Lázaro, D., Husman, A.M.R., Rutjes, S.A.. Virus transfer proportions between gloved fingertips, soft berries, and lettuce, and associated health risks. International Journal of Food Microbiology. Volume 166, Issue 3, 16 September 2013, Pages 419–425

Figura 1. World Health Organization. http://www.who.int/gpsc/tools/Five_moments/en/. Acessado em 01 de maio de 2014.

4 min leituraHoje é o dia mundial da lavagem das mãos, e muito já se discutiu sobre monitoramento microbiológico dos manipuladores de alimentos. Dentre todos os questionamentos com os quais já me […]

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A importância da higienização nas linhas de produção de sucos

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Contaminação de alimentos é um evento a ser evitado, pois custa caro. Seja por microrganismos patogênicos, parasitas, seja por contaminações químicas ou físicas, sempre resulta em problemas com consumidores, recolhimento de produtos, perdas de produção e a publicidade adversa que levam a grandes prejuízos.

Na produção de suco isso não é diferente,os controles de limpeza devem ser bem rigorosos.

A higienização começa desda fruta,com a primeira lavação nas esteiras onde é removida poeira, sujeiras na casca, ajudando a evitar a contaminação por bactérias do solo,como o grande vilão de alguns processos, o Aliciclobacillus.

O sistema usado para higienização nas fabricas de suco é o CIP, um método usado em todo o processo para limpeza de máquinas de envase e equipamentos de processo, tais como tubo sanitários, tanques, tanques assépticos, tubulações, trocadores de calor, etc,circulando-se e recirculando-se automaticamente detergentes e soluções de enxágue até a sanitização completa em circuito fechado.Esse processo consiste em diversos ciclos de lavagem,que são recirculados por tanques,bombas,valvulas e etc.

 

Portanto, trata-se de um sistema inteligente que faz ajustes contínuos nas operações de modo a garantir os mais elevados níveis de desempenho, o que reduz com precisão o risco de erro humano, sem comprometer os níveis de segurança dos alimentos.

 

São utilizados na maioria dos processos de suco somente um ou dois detergentes para limpeza, e cada processo ajusta as demandas de tempo,temperatura,concentração,fluxo,volume e etc de acordo com suas necessidades de produção,garantindo a remoção de resíduos de alimentos e bactérias.

Geralmente esses dois produtos usados são um produto alcalino a base de hidróxido de sódio(NaOH) nas concentrações de 2,0 á 2,5% e um ácido a base de ácido nitríco ou fosfórico nas concentrações de 1 á 1,5%.Esses produtos ficam armazenados em tanques de distribuição onde são feito as diluições,  esse procedimento de limpeza pode ser descrito de forma geral, segundo a Tabela 1.

 

Tabela 1. Exemplo de uma sequência típica de limpeza

Fase Objetivo
Pré-lavagem com água Remover sujidades grosseiras
Limpeza com solução alcalina Remover resto de resíduos (principalmente proteínas e gordura)
Lavagem ou enxague intermediária com água Remover produtos químicos de limpeza e sólidos dissolvidos nestes.
Limpeza com solução ácida Remover restos de resíduos (principalmente minerais)
Lavagem ou enxague Remover produtos químicos de limpeza
Desinfecção/esterilização Reduzir a carga microbiana a um nível seguro
Enxágue final Remover desinfetantes

Cada etapa do processo CIP deve seguir uma temperatura ótima de operação, dependendo do tipo de resíduo e equipamento a ser limpo. A primeira pré-lavagem frequentemente é realizada com água fria, mas, pode ser utilizada água quente em alguns casos a uma temperatura entre 25 °C e 60 °C. Segue-se um passo de 50 minutos de limpeza alcalina. O sistema é purgado do produto com água quente (enxágue), seguido por uma etapa de limpeza de 30 minutos com ácido. Lavagem ou enxague para remover produtos químicos de limpeza, desinfecção/esterilização. A sequência de CIP é então completada com um enxágue quente e, em seguida, uma lavagem final, à temperatura ambiente.

Após CIP, a planta é esterilizada/desinfetada para ser utilizada imediatamente. Caso a planta for ficar parada por algum tempo, uma solução ligeiramente ácida (pH em torno de 5) é deixado no equipamento de processamento para inibir o crescimento microbiano.

Hoje em dia para completar o sistema de CIP,algumas empresas utilizam para tanques assépticos o sistema de nevoa seca(Dry fog),onde permite niveis máximos esterilização por um processo de dispersão rapida de vapor,garantido assim cada vez mais um processo livre de patógenos.

Fontes:

IndustrySearch – processamento de alimentos, equipamentos de construção, automação, manuseio de materiais, mineração, metalurgia, segurança e equipamentos de transporte: http://www.industrysearch.com.au/CIP-Cleaning/f/3692

Tetra Pak: http://www.tetrapak.com

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