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Como definir pontos de coleta de água para análise de potabilidade?

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Um dos quesitos mais importantes das Boas Práticas de Fabricação é a garantia da potabilidade da água. A água tanto entra na composição de grande parte dos alimentos como é usada na higienização de superfícies, para transporte de produtos, limpeza de alimentos e para ingestão do pessoal da planta – ou seja, seu controle é crucial para um bom gerenciamento da segurança de alimentos.

Após ter montado um sistema de tratamento, armazenamento e distribuição de água, a empresa precisa avaliar a sua eficiência através de uma amostragem coerente, definindo pontos de coleta de água. A questão é: onde coletar a água?

  1. Se o objetivo é avaliar se a cloração e armazenamento estão gerando água potável, um ponto bastante claro é logo na saída da caixa d’água, antes de começar o percurso na fábrica.
  2. Para avaliar se a água circula dentro dos padrões de potabilidade por toda a fábrica, pode-se eleger como segundo ponto de coleta o ponto crítico – ou seja: o mais distante da cloração. Se for possível fazer apenas uma análise completa de potabilidade, este deve ser o ponto eleito. Mas não fique com apenas uma análise por ano – há muita flutuação da qualidade da água para se basear em apenas uma análise anual.
  3. Entre a caixa d’água e o ponto mais distante, há metros e metros de tubulação, que também devem ser avaliados. Colocar alguns pontos de coleta intermediários entre a caixa d’água e o ponto mais distante é uma boa prática, pois no caso de alteração nas análises, pode-se restringir a distância de canos a ser inspecionada.
  4. Caso o sistema de distribuição seja ramificado, é uma boa ideia ter pontos de coleta no final de cada linha – para avaliar a tubulação de todas as linhas.

Você tem o mapa atualizado de tubulações da sua empresa? Comece por aí o seu zoneamento de pontos de coleta de água.

Se você precisa de mais informações sobre qualidade de água, um bom artigo pode ser encontrado na Food Safety Magazine, aqui.

 

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Comunicação com a operação sobre o plano HACCP – um exemplo de catering na Itália

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Talvez um dos desafios mais expressivos do pessoal de segurança de alimentos nas empresas seja a comunicação. São tantos requisitos, controles, documentos e políticas a serem planejadas, que é muito fácil se perder na montanha de documentos e esquecer-se de que, na prática, isso tudo somente importa se a operação entender o recado e cumprir seu papel.

Pois vejam um exemplo de empresa de catering para trens italiana, que  comunica o plano de HACCP a ser seguido pelos funcionários através da impressão nas caixas de transporte.

 

E vocês? Também usam ferramentas visuais no chão de fábrica para auxiliar na identificação dos planos?

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Contaminação cruzada? Florença dá a dica #sqn

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Eu sempre desconfiei de certas regras de BPF, por não entender bem de onde vêm – e também por questionar se elas realmente tinham uma análise de risco por trás. Um exemplo clássico é exigir o uso de toucas por carecas ou que se cobra barba, mas não o braço peludo.

Uma das regras que estão sendo sempre desafiadas é a tal contaminação cruzada. Faz sentido mesmo ter cinco tábuas para preparar alimentos, se depois todos serão jogados juntos na mesma panela e cozidos? Os florentinos parecem desafiar abertamente a regra – por onde você passa, os restaurantes exibem pedaços de carne bovina com orgulho ao lado de peixes, camarões, mexilhões, pizzas. Tudo muito apetitoso para atrair os fregueses!

Olha aí abaixo:

E você? Comeria no restaurante acima?

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Desenformam-se pastéis de Belém – sem luvas

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Nossa colunista Cristina Leonhardt nos enviou diretamente de Portugal,  este comunicado aos consumidores do patenteado e tradicionalíssimo “Pastel de Belém”. 

Nele se justificam o não uso de luvas para desenformá-los, com base em assepsia das mãos a cada lote/fornada, validado por  análises microbiológicas frequentes.

Gostaram?

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Alergênicos – Aprendendo com o FDA: análise de recalls e comunicações de 2009 a 2012

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Em uma excelente revisão feita por membros do FDA, a revista Food Safety Magazine trouxe este mês dados importantes sobre a situação atual do gerenciamento de alergênicos nos Estados Unidos, 7 anos após a implantação do Ato de Rotulagem de Alergênicos Alimentares e Proteção ao Consumidor (FALCPA). Através da análise de recalls e dos registros de alimentos reportados, uma série de insights perspicazes são elaborados. Vale a pena ler o texto na íntegra, aqui, porém abaixo trazemos alguns pontos-chave.

Alimentos que possuem um risco razoável de causar sério dano à saúde, ou morte, a humanos ou animais, devem ser comunicados ao FDA pelo responsável, ou oficial de saúde pública, através do programa Reportable Food Registry, desde 2009. Dos dados deste programa, percebe-se que alergênicos não declarados constituem cerca de 1/3 de todas as causas de comunicação.

Para comparação, já que não temos o sistema de comunicação no Brasil, usaremos as causas de recalls, que vimos neste post aqui. Ponto para os alergênicos (porém apenas glúten) e para os microbiologistas brasileiros, pois parece que estamos livres de Salmonellas e afins! Será?

 

Voltando aos Estados Unidos: o número de comunicações por alergênicos não declarados AUMENTOU de 2010 a 2012, ao invés de reduzir (de 30% para 40%), o que demonstra claramente que a indústria ainda luta para encontrar uma forma adequada de gerenciamento da comunicação com o consumidor.

Uma categoria aparenta ter maior dificuldade: panificação. Sozinha, apresentou um número maior de recalls do que a soma das quatro próximas categorias (na ordem, snacks, confeitos e lácteos). Dentro de panificação, biscoitos e bolos foram as principais causas.

Os alergênicos mais envolvidos foram leite, trigo e soja, e diversas vezes o erro de declaração envolvia dois ou mais destes. O próprio artigo aponta que uma das principais causas de erro está na variedade de ingredientes derivados destas fontes e seu amplo uso na indústria.

Causas

Para cerca de 67% dos recalls, a causa raiz é conhecida – e divide-se em apenas 13 categorias. Chama a atenção que a causa menos complexa de todas (uso de embalagem ou rótulo errado) é a responsável pelo maior número de recalls. Estamos todos preocupados com contaminação cruzada, mas onde estão os esforços para que a informação mapeada, gerenciada, rotulada chegue ao consumidor? Um sistema altamente complexo de gerenciamento de informação simplesmente destruído porque um funcionário escolheu o arquivo errado ao imprimir a etiqueta de um determinado lote. Embalagens muito parecidas entre si, pressão por produtividade, falta de conscientização… todos motivos plausíveis, porém inaceitáveis quando se pondera o risco.  Fazemos muito planos e planilhas e simplesmente esquecemos da execução: um simples sistema de conferência de rótulos.

Terminologia, causa que se esperava desaparecida com o passar dos anos, segue firme e forte na segunda posição. 7 anos de FALCPA, e nossos colegas técnicos de alimentos americanos seguem usando a terminologia incorreta: manteiga (e não leite), farinha (e não trigo). Panificação: alerta! Cerca de 50% dos erros de terminologia são seus!

E as causas emergentes, o que dizer delas? Tecnologia muda o mundo, principalmente quando ela permite ao operador selecionar o arquivo errado ao imprimir o rótulo no chão de fábrica. Ou quando este rótulo é desenvolvido por alguém sentado numa mesa a quilômetros de distância da fábrica e que não foi informado da presença real de certos ingredientes… Alimentos e ingredientes importados, então? Como confiar no seu fornecedor que fica do outro lado do mundo e produz enquanto você dorme? Você pode usar algumas dicas deste post aqui, porém tenha em mente: nos três anos de análise deste artigo, o índice de comunicação relacionado a importados cresceu 48%!

E pensar que o Brasil ainda engatinha neste assunto… Será possível que, quando efetivamente nos imbuirmos da nossa responsabilidade, poderemos já começar na frente, sentados em ombros de gigantes e aprendendo com suas experiências?

 


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Guia para gestão de alergênicos na indústria alimentícia

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Nossos hermanos argentinos, que passam poucas e boas no campo político e econômico no momento, tem dado exemplo no campo de legislação. Em 2013, a associação público-privada Plataforma Alérgenos en Alimentos lançou um guia para a gestão de alergênicos na indústria de alimentos do país, tomando a frente sobre o tema no Mercosul.

O guia está baseado na correta identificação, separação, prevenção de contaminação, higienização e comunicação aos consumidores dos seguintes grupos de alergênicos: trigo, crustáceos e moluscos, pescado, ovo, leite, amendoim, soja, frutos secos e sulfitos.

Há exemplos bem detalhados de:

  • o que devem conter as cartas de garantias dos fornecedores;
  • como reduzir o impacto da contaminação de alergênicos na linha durante a produção;
  • como tratar o primeiro lote de não alergênico após a produção com ingredientes alergênicos;
  • guias para auditorias internas e de fornecedores, entre outros.

O guia está disponível para consulta online aqui.

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Segurança na ingestão de nitrito de sódio

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Entre os aditivos alimentares, talvez o que sofra o maior bullying seja o nitrito de sódio. Não sem razão, pois realmente é um dos mais tóxicos que se pode usar em produtos cárneos, apenas 1 colher de chá é capaz de causar tonturas, desmaios, náuseas e vômitos. Seu consumo crônico pode causar formação excessiva de metamioglobina, a meta-hemoglobinemia, que prejudica a respiração, mas mais é significativa em bebês abaixo de 6 meses. Tivemos 23 casos de intoxicação em Santa Catarina por leite contaminado no ano passado. O 44º JECFA (1995) determinou uma IDA (ingestão diária admissível) entre 0 – 0,06mg/kg de massa corpórea (por exemplo, seu primo nitrato de sódio tem IDA de 0-3,7 mg/kg de massa corpórea). As maiores fontes de ingestão de nitrito são a água, vegetais folhosos e produtos curados.

A discussão a respeito do consumo de nitrito e formação de nitrosaminas é antiga – vem da década de 50. De lá para cá, as evidências científicas apontam que esta preocupação é infundada. Novos estudos epidemiológicos mostram que não há associação entre a ingestão estimada na dieta de nitrito e nitrato e o câncer estomacal. Além disso, as nitrosaminas precisam de um ambiente controlado para serem produzidas, o que não acontece na maior parte dos produtos cárneos (apenas bacon e carnes curadas fritos e embutidos curados assados que são submetidos a temperaturas acima de 130°C poderiam ter nitrosaminas).

O nitrito inclusive ganhou status de nutriente, já que está envolvido na saúde cardiovascular pela promoção da produção de óxido nítrico (NO). Em um artigo da USP de Ribeirão Preto, os pesquisadores mostram que, administrado oralmente, o nitrito de sódio pode reduzir a pressão arterial.

Mais evidências de que, na natureza, o meio-termo é o caminho. Uma dieta balanceada e hábitos de vida saudáveis são cruciais para a manutenção da saúde e prolongamento da vida.

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Salmonella em especiarias e condimentos, nosso desafio

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A nossa amiga Salmonella continua em voga em produtos secos.

Em junho deste ano, o FDA publicou um estudo na Food Microbiology em que caracterizou a prevalência de Salmonella em especiarias e condimentos importadas para os EUA, durante o período de 2007 a 2009. O que agência encontrou?

  1. As importações de especiarias tem o dobro de chance de estarem contaminadas por Salmonella do que qualquer outro alimento importado regulado pelo FDA;
  2. Cerca de 7% de todos os carregamentos que entraram nos EUA no período estavam contaminados por Samonella;
  3. A maior prevalência ocorria em importações do México (14%) e em seguida da Índia (9%);
  4. Até cargas alegadamente submetidas a processos para redução de patógenos estavam contaminadas com a nossa amiga.

Não é de hoje que este inimigo silencioso é conhecido pelo mundo aromático. A Salmonella está envolvida em pelo menos 3 grandes surtos entre 2007 e 2010 nos EUA. Entre 1973 e 2010, 71% dos surtos associados a especiarias tinham o agente causador Salmonella. No Brasil, alguns estudos avaliaram a prevalência de Salmonella em especiarias: aqui, aqui e aqui.

E onde isso nos deixa?

No Brasil, há bem pouca consciência a respeito dos cuidados necessários na cadeia de alimentos com baixa atividade de água. A nossa legislação, por exemplo, nem menciona como tratá-los. Restam então os bons exemplos internacionais:

 

E resta a provocação: não seria FINALMENTE a hora do público consumidor estar mais bem informado a respeito da segurança da irradiação de alimentos, e passar a exigi-la, ao invés de evita-la?

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Alimentos com baixa atividade de água – Área Principal de Controle de Salmonella

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Seguindo a linha do texto inicial sobre segurança de alimentos com baixa atividade de água, o GMA também faz uma recomendação importante a respeito do lay-out fabril. Muitas vezes, há uma etapa de inativação de patógenos envolvida, como secagem, irradiação, cozimento, implicando em duas zonas bem definidas de necessidade de segurança. Em outros casos, em que não há estágio de inativação, toda a fábrica está no mesmo patamar de segurança. Em ambos os casos, o GMA indica a criação de uma zona principal de controle de Salmonella (Primary Salmonella Control Area – PSCA), para delimitar a região com o nível mais alto de controle de higiene. Há uma série de recomendações realizadas, entre elas:

  • Separação física da área de Boas Práticas de Fabricação básica (BPF) e da PSCA, com possível instalação de uma zona tampão entre as duas;
  • Controle de acesso na PSCA, através de controle de fluxo de pessoas, troca de sapatos, controle de pallets, limites marcados no chão;
  • Separação entre os utensílios, paleteiras, empilhadeiras e outros equipamentos móveis usados nas zonas de BPF básica e PSCA;
  • Filtração do ar insuflado na área;
  • Manutenção de pressão positiva entre a PSCA e a zona de BPF básica;
  • Constante remoção de acúmulo de produto depositado no chão, teto, esteiras, tanques, entre outros;
  • Implantação de rotina de limpeza seca na PSCA e de limpeza seca ou úmida na zona de BPF básica, ambas com etapas de validação e de verificação;
  • Proibição e controle da entrada de produtos e ingredientes que não tenham passado pela etapa de inativação de patógenos na zona PSCA.

Um exemplo hipotético da configuração PSCA/BPf pode ser visto na figura abaixo, que consta do guia.

Vale a pena ler o Guia na íntegra para conhecer todas as medidas propostas.


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Alimentos com baixa atividade de água – higienização a seco

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10 entre 10 técnicos da área de alimentos aprendem na escola a importância da lavagem de mãos, como o piso, paredes e tetos devem ser feitos de material lavável, como drenos devem estar estrategicamente localizados dentro da fábrica e outras mil aplicações que envolvem água. Contudo, boa parte da indústria foge (ou deveria fugir) da água rotineiramente, realizando limpezas a seco na grande maioria das vezes. São as empresas da cadeia de alimentos de baixa atividade de água – produtores, distribuidores e varejistas de farinhas em geral, leite em pó, ingredientes secos, chocolate, cereais matinais, entre outros. Por que a água é vilã para estes alimentos?

Apesar de não crescer em ambientes com a­w baixa, S. enteriditis e S. aureus permanecem viáveis por até 4 dias em superfícies de aço inox, podendo ser transferida para o alimento e posteriormente ativada com a introdução de água. Além disso, a baixa atividade de água torna a Salmonella mais resistente ao calor. Ambos os fatores indicam que, apesar de serem considerados de baixo risco, os alimentos secos precisam de cuidados específicos para a prevenção deste tipo de contaminação – pois uma vez contaminados, não há mais barreiras suficientemente seguras antes do consumo.

Após uma série de recalls envolvendo alimentos com baixa atividade de água (manteiga de amendoim e proteína vegetal hidrolisada, por exemplo), a GMA (Associação Americana de Produtores de Gêneros Alimentícios) produziu um guia bastante útil para a prevenção da contaminação de Salmonella neste tipo de produto. O guia é dividido em 5 partes, que podem ser acessadas aqui. O FDA também abordou o assunto, fazendo referência a este guia.

Uma das recomendações mais centrais do guia é a eliminação de qualquer fonte de água que possibilitaria a viabilização das células de Salmonella que porventura estejam presentes. Sendo assim, o guia faz uma recomendação expressa sobre o uso de limpeza a seco, entre outras medidas para diminuir a presença de água nos ambientes, como eliminação de drenos e prevenção de infiltrações e condensados. Vale salientar que a limpeza a seco deve seguir passos criteriosos para ser eficiente, como:

  • uso de utensílios adequados e dedicados por setor, como escovas, espátulas e vassouras laváveis, duráveis, sem partes soltas;
  • coleta do material seco com um aspirador de pó;
  • uso de pellets secos de CO2 ou óleo quente para remoção de sujidades mais resistentes;
  • após a limpeza, uso de sanitizantes que se evaporam rapidamente;
  • evitar o uso de ar comprimido, devido à dispersão de poeira e contaminação possíveis.

Vale a pena ler o Guia na íntegra para conhecer todas as medidas propostas.

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Como trabalhar com fornecedores de ingredientes importados?

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É quase impossível atualmente que uma empresa de certo porte trabalhe apenas com ingredientes localmente produzidos – com a migração do trabalho ao redor do mundo, em busca de custos mais competitivos, os centros produtivos de certos ingredientes migraram bastante de direção (claro que para toda tendência há uma contracorrente). Ou seja, mesmo se comprados no mercado local, boa parte dos ingredientes utilizados pela indústria brasileira é produzida no exterior.

Como tratar esta situação, já que a pressão por redução de custos também fez cair enormemente o número de viagens internacionais e, convenhamos, visitar um a um fornecedor num universo que pode facilmente ultrapassar 1000 fábricas diferentes é no mínimo improdutivo?

Algumas dicas:

  1. Dica mais valiosa que se pode dar em relação a ingredientes: saiba o que você está comprando. Já foi discutida aqui a análise de perigos em ingredientes. Os mesmos compêndios citados também trazem parâmetros de qualidade para cada ingrediente, então mãos na massa! Usar as especificações de ingredientes dos fornecedores é apenas o primeiro passo. A indústria consumidora também precisa estabelecer o que é importante para ela e a forma de medi-lo.
  2. Conduza uma análise de riscos e separe o joio do trigo. Podemos deixar claro que Salmonella não cresce em fosfatos? Ok, então vamos tratar dos perigos que realmente importam em cada um dos ingredientes que estamos comprando. Assim, a munição vai certeira.
  3. Faça uma homologação bem criteriosa do seu fornecedor, e aperte-o com perguntas sobre os seus controles de processo. Inclua parâmetros de segurança de alimentos menos comuns, já nesta primeira etapa. Em breve você começará a perceber as diferenças entre aqueles cujo Sistema de Qualidade é motivo de orgulho e outros que não sabem do que se trata.
  4. Estabeleça um plano de amostragem de recebimento e cumpra-o. Retire amostras e teste para os metais pesados e dioxina que você pediu a eles. Custa um pouco, porém é ainda bem mais barato do que ir visitar uma fábrica na China.
  5. Na dúvida, para itens críticos, e querendo determinar a idoneidade do fornecedor, utilize-se de companhias que oferecem serviços de acompanhamento de produção, embarque, realização de análises pré-embarque, inspeção de fábrica, entre outros.
  6. E, para deixar a pulga atrás da orelha, vamos nos lembrar que uma auditoria não é garantia de conformidade total para o resto da vida. O fornecedor ser estrangeiro e não ter sido visitado não significa necessariamente que ele irá errar. O fornecedor ser local e ser auditado in-loco, pode apenas trazer uma sensação de falsa segurança.

Proteja-se fazendo a sua parte: conhecimento do que se compra e análise de riscos.

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Por que algumas pessoas são mais susceptíveis à Melamina?

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Quem já fez uma análise de risco, ou sentou numa classe de Microbiologia, já ouviu falar de susceptibilidade. Que alguns indivíduos são mais susceptíveis que outros à certas doenças, é dado comum – que não tem um parente que vive doente ou aquele que come igual a um avestruz e não pega nada? Geralmente, quando pensamos em grupos de maior risco, colocamos, ao menos: imunodeficientes, idosos e crianças. Alimentos produzidos para estes grupos normalmente precisam de uma análise de risco mais rigorosa e medidas de controle efetivas contra os perigos identificados.

Pensando nisso, chama a atenção que em 2008, no grupo de crianças afetadas pelo uso criminoso de melamina nas fórmulas infantis chinesas, a exposição ao risco tenha sido desigual. Cerca de 300.000 adoeceram após o consumo, enquanto 6 morreram. Em um estudo feito com ratos, cientistas americanos e chineses chegaram à conclusão de que a Klebsiella terrigena, presente no intestino de cerca de 1% da população, metaboliza a melamina e forma compostos ainda mais tóxicos (ácido cianúrico). Deduz-se que as crianças que não continham a K. terrigena em seu trato intestinal estavam expostas a um risco menor durante o consumo da melamina.

A participação das bactérias intestinais no sistema imunológico é tema recente de pesquisas da área médica e está mudando o pensamento atual sobre como o corpo se defende dos ataques de vírus e outros microrganismos patogênicos. Por exemplo, recentemente pesquisadores da Universidade de Freiburg demonstraram que as células dendríticas (do sistema imune) são condicionadas a produzir os medidadores de reação às inflamações (interferons tipo I) a partir de sinais enviados pelas bactérias intestinais. Há também uma ligação provável entre a colonização do intestino no recém-nascido e o desenvolvimento de alergias, e entre a colonização com bactérias do tipo Bifidiobacterium e o parto normal.

As aulas iniciais de Microbiologia já podem mudar, não? Ao lado da cerveja, queijo, salame e vinho, podemos lista a nossa própria vida como uma das contribuições mais positivas das bactérias.

 

 

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Encontrado DNA suíno em produtos Halal

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Dietas de cunho religiosos ou filosóficos, como a dieta halal ou o vegetarianismo, ainda respondem por uma parcela pequena do consumo brasileiro e tendem a ser esquecidas por boa parte da indústria de alimentos, principalmente no planejamento de seus Sistemas de Segurança dos Alimentos. Carne de porco não é perigo, não é? Pois para um muçulmano, é sim.

Com um mercado consumidor extremamente expressivo no mundo (estima-se que no Brasil vivam cerca de 200 mil muçulmanos, enquanto que a comunidade ultrapassa 2,5 milhões de pessoas nos EUA e na Europa, 44 milhões), suas restrições alimentares representam um filão importante da economia que não pode ser negligenciado, muito menos desrespeitado.

Por isso, não foi com pouca surpresa que chegou aos mercados no mês passado a informação de que foram encontrados traços de DNA suíno em tortas salgadas halal de carne bovina servidas em prisões inglesas e galesas. Ela vem em seqüência da notícia também recente da identificação de carne de cavalo em hambúrguer congelado na Irlanda.
Contudo, o que mais me surpreende neste caso não é o desrespeito às regras impostas pelo mercado consumidor atendido pela empresa.

 Não chama atenção que um problema de qualidade em refeições servidas no sistema prisional tenha obtido divulgação internacional? Traços de DNA foram encontrados nas tortas salgadas inglesas, enquanto no Brasil os presos são tratados em condições sub-humanas, comem carne de procedência e qualidade duvidosas e feijão recheado de larvas e pedras?

Temos muito o que nos desenvolver como nação, mesmo. 

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Garantias de qualidade – para brasileiro ver?

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Estava aqui eu pensando em quanto dos nossos planos de HACCP é baseado em garantias. O fornecedor garante ausência de Salmonella. O gerente de produção garante que segue à risca o procedimento de higienização. O fornecedor garante que passa todos os lotes por um detector de metais. A manutenção garante que está usando lubrificantes de grau alimentício. O fornecedor garante que tem um programa de controle de agrotóxicos.

Indo a fundo, muitas vezes encontramos detectores de metal ou peneiras colocadas em etapas bem iniciais do processo. Ou programas de agrotóxicos que apenas cobrem alguns dos itens fabricados, não todos. Equipamentos que são normalmente limpos, mas não naquele dia de pico de produção em que o pessoal saiu às 23h da fábrica.

Não estaríamos, devido ao excesso de carga de trabalho e complexidade das tarefas, confiando demais nas informações que nos chegam? E, mesmo realizando verificações e validações, podemos mesmo confiar na boa-fé dos nossos parceiros em nos fornecer informações confiáveis e constantes?

Deixo para você, estimado leitor, esta reflexão. Onde fica o limite entre o plausível e o excesso de garantias?

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Site Food Politics

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Numa economia de mercado, todos são livres para consumir o que quiserem. Será mesmo?

No site www.foodpolitics.com, Marion Nestle explora o universo regulatório nos Estados Unidos e mundial para mostrar como essas decisões impactam nosso perfil de consumo, ao regular o preço e disponibilidade dos alimentos através de subsídios, por exemplo. Ou ao apresentar esta ou aquela pirâmide alimentar. Ou ao definir padrões mais ou menos rígidos de inspeção ou de qualidade na produção.

Numa cada vez mais complexa cadeia de suprimento alimentar (o que pode significar que o atum que você come no sushi do buffet por quilo da esquina venha da Índia), fica difícil avaliar que segurança de alimentos podem oferecer fornecedores que nem conhecemos, nem nossos parceiros, nem nossas agências reguladoras.

Aliás, já pensaram quais interesses são servidos pelas legislações publicadas todos os dias? Marion Nestle sim!

Ps.: E o que a política alimentar dos EUA tem a ver com o Brasil? Bem, como dizia o filósofo Chacrinha, nada se cria tudo se…

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Análise de Perigos em Conservantes

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Conservante é uma beleza, hein? A gente faz e acontece na produção do alimento, embala de qualquer jeito, a cadeia de frio é aquela coisa que todos conhecem e tá lá  o alimento – firme e forte, sem oferecer riscos ao consumidor, uma beleza.

É claro que se você já passou mais de 6 meses em uma indústria sabe bem que não é assim que funciona. Os nossos amigos microrganismos, a Sra Bactéria e o Sr Fungo, muitas vezes nem dão bola para a panacéia de conservantes que está no alimento, crescendo festivamente até em condições improváveis (que já viu nugget “congelado” com crescimento aparente de bolor levanta a mão!). O conservante só funciona em determinadas condições, e principalmente se não houver abuso. Ele ajuda, mas não faz milagre.

E, para ajudar, tem que ter alguns cuidados, não é? Quem monta plano HACCP certamente vai lá e coloca na descrição do produto ou até nas medidas de controle: presença de conservante. Aí, dependendo da situação, o conservante vai parar no programa de pré-requisitos ou entra no plano HACCP mesmo.

E que cuidados há de se ter com este aditivo?

Primeiro, o conservante precisa estar funcional e dentro da concentração especificada pelo fornecedor. Para controlar isso, valem as dicas de consultar o FCC ou o JECFA que já citei antes e incluir estas informações na inspeção de entrada ou na homologação do fornecedor.

Segundo, ele precisa ser adequadamente armazenado, para não perder funcionalidade durante o shelf-life. Lá na especificação do fornecedor tem um campo sobre temperatura e umidade de armazenamento? Pode colocá-lo na sua análise. Quer saber mais sobre o assunto? Divirta-se procurando informações a respeito em bancos de dados científicos.

Terceiro, ele precisa ser corretamente pesado para a fórmula em questão: não adianta colocar no plano que a salsicha leva 0,015% de nitrito quando na prática ela pode levar tanto 0,005%, quanto 0,05%. Se não há um sistema ERP, algum tipo de controle de atendimento à formulação deve ser criado. Quem sabe um colaborador pesa e o outro confere, antes da mistura? Ou alguém verifica os pesos das matérias-primas após a produção?

Por fim, o conservante deve estar homogeneamente distribuído pelo produto. É fácil misturar 15g de nitrito em 100kg de massa de salsicha? São quantidades muitos diferentes entre si, e a chance de termos um ponto com alta concentração de nitrito e outro com nenhuma é grande. Vale aqui trabalhar com conservantes mais diluídos, fazendo esta diluição in-company ou comprando assim já do fornecedor, e fazer um trabalho de validação de mistura.

E como a gente valida mistura? Ah, isso sim é tema para um próximo post!

Até a próxima, pessoal!

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Análise de Perigos de Ingredientes e Aditivos: A Missão

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Estamos lá, na nossa tão tranquila vida de técnicos em alimentos.

Um dia, acordamos com a missão de implantar um sistema de segurança alimentar na fábrica em que trabalhamos.

Aqueles agraciados por trabalharem nas indústrias de suco de frutas, ovos, carnes ou laticínios podem começar com o sem número de estudos de caso, planos HACCP modelo e artigos científicos que se debruçaram sobre suas respectivas áreas.

Os pobres mortais, como eu, que trabalham em indústrias de ingredientes e aditivos, sofrem. Onde encontrar referências para os perigos das NOSSAS matérias-primas? Quem já ouviu falar de um modelo de plano HACCP para a indústria de peróxido de dibenzoíla aí levanta a mão!

Só que mesmo quem trabalha no mercado B2C precisa definir os perigos das suas matérias-primas. Que às vezes são o nitrito de sódio, a goma xantana e o dióxido de silício. Onde buscar informações?

A primeira porta de entrada são as duas compilações mais importantes para aditivos: o compêndio de especificações de aditivos alimentares do JECFA (comitê do Codex Alimentarius para avaliação de aditivos alimentares) e o FCC (compêndio da Farmacopéia americana para os padrões de qualidade e pureza de ingredientes alimentícios). A consulta às monografias do JECFA é gratuita, enquanto que o FCC está disponível através de assinaturas online ou em forma física. O FCC cobre ingredientes em geral, além de aditivos, e tende a ser uma referência um pouco menos rigorosa do que o JECFA – pelo menos na questão dos metais pesados. Na nossa experiência, o FCC parece ser o padrão adotado pela maioria dos fornecedores (o que não impede que o fornecedor atenda também ao JECFA). É importante, contudo, separar nestas especificações o que são parâmetros de qualidade do que são parâmetros de segurança alimentar.

Há perigos que dependem do processamento específico da matéria-prima, e devem ser tratados em todas elas, como fragmentos físicos e alergênicos. Para fragmentos, os níveis aceitáveis estão no momento em discussão na Consulta Pública nº 11 (Anvisa, mar/2011, já fechada), mas enquanto não é publicada, é normalmente aceita a recomendação do FDA da sessão 555.425 (Foods – Adulteration Involving Hard or Sharp Foreign Objects). A questão de alergênicos também está sendo tratada no âmbito Mercosul, então não temos ainda uma lista nacional a ser considerada (à parte do glúten e da tartrazina, que é não considerada um alergênico). Pode-se, no momento, usar a lista do Codex Alimentarius, da União Européia ou dos Estados Unidos. A lista do Codex Alimentarius está sendo usada no desenvolvimento da legislação nacional.

No mesmo caso estão os metais pesados – para aditivos o JECFA e/ou o FCC são boas fontes de consulta, porém para ingredientes há a Portaria nº 685 (Anvisa, ago/1998), que ainda está em vigor, e a sua tentativa de upgrade, ainda não oficializada, Consulta Pública nº 101 (Anvisa, out/2010, fechada). Para micotoxinas, especialmente em especiarias e outros alimentos de origem vegetal e animal de baixa umidade, foi recentemente publicada a Portaria nº 7 (Anvisa, fev/2011). Ainda temos a Resolução RDC nº 12 (Anvisa, jan/2001) para os quesitos microbiológicos (que pede ausência de Salmonella spp. até para fosfatos…).

Para aromatizantes obtidos por extração, a Resolução RDC nº 2 (Anvisa, jan/2007) estabelece limites máximos residuais dos solventes. Ainda nesta categoria, para aromas de fumaça a União Européia traz limites para hidrocarbonetos aromáticos policíclicos através da Regulação EC 2065/2003.

Enzimas possuem alguns parâmetros de segurança listados nas Especificações Gerais e Considerações para Preparações Enzimáticas pelo JECFA.

Especiarias, vegetais desidratados, proteínas vegetais e tudo o mais que seja fruto do maravilhoso mundo da agricultura deve atender aos limites de agrotóxicos permitidos para cada cultura. E não conter nada do que não é permitido. E como saber o que é permitido no Brasil? Entre em monografia por monografia de agrotóxico (atualmente são 491, thank you very much) e bom proveito! O Codex Alimentarius fez um favorzinho ao listar em 2011 os LMRs para especiarias, que normalmente não estão previstas na legislação nacional.

E não nos esqueçamos dos contaminantes que vão pintando no mundo dos ingredientes conforme a criatividade humana cresce: melamina em proteínas lácteas, Sudan Red em páprica, dioxina em ingredientes processados… Uma forma de encontrar esses perigos associados aos ingredientes (e não listados acima) é fazer uma busca num banco de dados científicos, como o Science Direct, Wiley, Pub Med ou Scielo, pelo nome do ingrediente e perigo (ou hazard).
Fácil, não?

Ah, e quando o aditivo é um conservante – e portanto tem ação direta sobre a segurança alimentar do produto a ser consumido? Isso é assunto para uma outra conversa!

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