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Rindfleischetikettierungsüberwachungsaufgabenübertragungsgesetz banida

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A língua alemã, conhecida por seus substantivos gigantes e teoricamente infinitos, perdeu sua palavra mais longa: a até então campeã “Rindfleischetikettierungsüberwachungsaufgabenübertragungsgesetz” não existe mais.

 Abreviada para RkReÜAÜG, a palavra de 63 letras significa “a lei concernente à delegação de deveres para a supervisão de marcação de gado e etiquetação de bife” (aqui). Ela havia sido criada em 1999, durante a crise da chamada doença da vaca louca e foi reconhecida somente oito anos depois, quando “Grundstücksverkehrsgenehmigungszuständigkeitsübertragungsverordnung” (“regulação governando a delegação de autoridade concernente à permissões de transferências de propriedades”), de 67 letras, foi aposentada.

Na semana passada, foi a vez de RkReÜAÜG. O Parlamento regional do estado de Mecklenburg Vorpommern seguiu a decisão da União Europeia de que o exame de rebanhos saudáveis à procura da doença não era mais necessário – e tampouco a palavra alemã.

Fonte: Opera Mundi

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Eu implemento, tu implementas, ele… não implementa

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A opção em favor da implementação de um Sistema de Gestão nas organizações é, geralmente, uma decisão estratégica. Esta decisão é normalmente tomada pela Alta Direção, por motivação própria (ou de seus diretores, conselheiros e membros da administração) ou por demanda de cliente ou requisito legal. Mesmo quando compulsória, havendo um fato gerador externo à Organização, um plano estratégico deve ser elaborado.

Não há respostas claras quando tentamos compreender os motivos pelos quais algumas organizações se movimentam mais rapidamente que outras, no sentido de uma certificação. No centro da questão, porém, sempre haverá um quociente de maturidade, que reflete o preparo daquele time (antes disto: é um time?) para o novo desafio. Sem uma clara preparação, as chances de sucesso estarão reduzidas.

Um mapeamento das características da Organização é tão valioso quanto um diagnóstico técnico para avaliar o grau de conformidade com determinado critério no estágio inicial da implementação.

O mapeamento pode ser conduzido a partir de uma árvore decisória e de um algoritmo simples, que resulta no Qm, o quociente de maturidade da Organização. A árvore decisória deve ser preenchida após uma série de entrevistas e observações, conduzidas em todos os níveis organizacionais. A partir do Qm, uma série de saídas é gerada para pautar as decisões em favor da implementação.

Na fase das entrevistas, são levados em consideração os motivos e o histórico de sucesso da Organização frente a outras implementações. Uma análise das competências técnicas dos gestores é necessária, bem como a integração dos colaboradores a suas rotinas. Na fase das observações, são traçados os perfis psicológicos da equipe. Práticas de housekeeping e da administração do tempo são sempre um ponto a favor. Um agradável clima organizacional alavanca os resultados.

As saídas da análise são posicionadas (resultados quantificados) em quatro vértices principais: Conhecimento Técnico; Habilidades; Motivação; Ambiente. Identificadas as fragilidades, parte-se para as ações de fortalecimento. Enfim, agora, temos um plano estratégico para a implementação!

Resultados mostram que certificações compulsórias são as mais paradoxais possíveis: possuem o mais alto índice de cumprimento dos prazos estabelecidos em cronograma e, ao mesmo tempo, possuem o mais alto índice de rejeição dentro das organizações. Imaginem no que se transforma uma Organização na qual todos trabalham intensamente por um resultado no qual não acreditam… Aqui, é fundamental o desenvolvimento dos vértices Motivação e Ambiente.

Alguns perfis de comando muito comuns, que interferem negativamente no resultado, incluem uma Alta Direção indiferente (ou, no outro extremo, “participativa” demais) e gestores pouco capazes tecnicamente, ou psicologicamente fragilizados, inseguros. Há outros comportamentos tipicamente nocivos ao sucesso de uma implementação, fruto da cultura organizacional: a Preguiça (tudo para amanhã e beeeem devagar…); o Corre-Corre (incêndios devem ser apagados para ontem, sem planejamento); a Falta de Priorização (tudo é mais importante que isto); a Falta de Comprometimento (este projeto não é meu…); as Reuniões de Fachada (bons de papo, péssimos na ação); e a Ausência de Foco (samba, suor e cerveja), entre outros. Para cada um deles, uma série de ações prescritas.

E então, aceitam o desafio?

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Eduque sua criança para a segurança de alimentos

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Não sou Educador, por profissão. Sou Engenheiro. Mas as atividades ligadas ao desempenho de minhas funções sempre me colocaram diante do público, com o propósito de transmitir (e absorver) conhecimento. Para isto, utilizamos técnicas de oratória, promovemos a integração do grupo, estimulamos as perguntas, realizamos atividades práticas, jogos, entre outras estratégias. Todas elas adequadas ao público.
Nas famílias, em casa, assumimos uma série de outros compromissos. Isto não anula nossa percepção e crença em que a transformação dos hábitos para o consumo seguro de alimentos deve ser discutida no ambiente familiar. E, sim, este é o mês das crianças! A maior oportunidade para criar uma sociedade mais consciente está nas crianças. Aos meus pequenos, digo sempre ser mais importante lavar as mãos do que conhecer a tabela periódica. Isto é extensível ao asseio pessoal completo, ao uso da boa educação com os mais velhos, à travessia na faixa de pedestres e à separação do lixo reciclável. Para mim, tão ou mais importantes quanto resolver uma equação. Apenas boas notas não vão fazer de sua criança um bom cidadão.
Tenho obsevado, mais comumente em restaurantes, comportamentos inadmissíveis em crianças cujos pais são cúmplices de suas “travessuras”. Recentemente, em um rodízio de massas, vi uma criança brincar animadamente de tocar o interior dos pratos com as mãos nas mesas vazias que aguardavam clientes. Enquanto percorria o salão, se divertindo com a “brincadeira” e cantarolando uma canção, sua mãe observava e fazia gracinhas para o anjinho, à distância. Tudo normal, desde que você não seja o próximo a sentar-se ali com sua família. Em um hotel, certa vez, durante o café da manhã, vi uma criança de aproximadamente cinco ou seis anos, antes de escolher o seu, levar à boca todos os copos que estavam expostos sobre a mesa, aguardando os próximos hóspedes. Ali, para quem dormiu um pouco a mais, já era. Os pais, claro, alheios a tudo isto.
Uma série de outros exemplos pode ser discutida. Alguns são até mais comuns, como ocorrências em restaurantes de autoatendimento, que envolvem cabelos soltos, gotas de saliva, espirros (crianças estão normalmente na altura dos balcões), pegadores caídos dentro das cubas dos alimentos, enfim. Por vezes, pensei se isto valeria uma postagem e fui finalmente motivado por uma observação de minha sobrinha, aos dez anos de idade. No dia das últimas eleições municipais, decidimos que votaríamos juntos, eu ela. Acredito, mesmo, que os deveres cívicos também devem ser transmitidos aos nossos filhos (além de higiene). No caminho, na padaria em que nos habituamos a tomar sorvete, pedi um sanduíche de mortadela. Pois bem, minha pequena me encheu de orgulho ao ver a atendente fatiar a peça em uma máquina com resíduos de queijo e disse ao meu ouvido: “tio, isto representa risco de contaminação grave, não é?”. Com todas estas letras: “isto representa risco de contaminação grave”, dito exatamente desta forma. Logo, expliquei a ela sobre contaminação cruzada, sobre populações de microrganismos características de cárneos e lácteos, mas também dei a ela exemplos mais sérios, daquilo que seria realmente uma “contaminação grave”. Entretanto, tive a certeza de que venho desempenhando um bom papel e resolvemos ali mesmo, no balcão, brincar um pouquinho de “auditoria”, pois ela adora. Antes do lanche ficar pronto, ela apontou panos de limpeza não descartáveis nos balcões, lixeiras sem tampa e uma caixa de laranjas no chão, sob a pia. “Estou criando um monstro”, pensei. Mas prefiro assim.
Acredito que as escolas podem fazer este papel. Não existe massa crítica suficiente como a nossa, que frequenta este blog, para gerar tal transformação. Mas, de qualquer forma, o trabalho deve começar por nós. Cuidemos de nossas crianças. Vamos prepará-las para a vida.
E antes de ir embora, ela reclamou com a atendente que havia abelhas no balcão dos doces. Uma graça.
Até a próxima!

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Pautas Fixas nas Reuniões da ESA: um modelo

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Um dos principais méritos dos Sistemas de Gestão é que estes são invariavelmente apoiados em práticas consagradas que se tornaram, portanto, as premissas básicas deste modelo. Entre regras básicas acerca de controle de documentos e registros e outros tais quais tão simples quanto, destaco o compromisso da Alta Direção com a definição e a comunicação de responsabilidades e autoridades do pessoal que opera e mantém eficaz o SGSA.
Neste cenário, o papel da Equipe de Segurança de Alimentos já está definido ao longo do texto da Norma ISO 22000. Em onze oportunidades, a ESA é convocada a participar, opinar, responsabilizar-se entre outras obrigações que trataremos ao longo deste texto.
Curiosamente, a primeira aparição da ESA na Norma me causa, até hoje, algum desconforto. Em 5.6.2, Comunicação Interna, diz-se que “a Organização deve assegurar que a ESA seja informada…”. Ora, vejamos o estrago que tal instrução pode causar. Particularmente, sempre prefiro (e instruo meus clientes) que as ESA sejam pró-ativas. É muito mais seguro ter uma Equipe que vai atrás da informação, do que qualquer outra que espere pelos fatos que viram notícia (e alguns fatos simplesmente não viram…).
Assim, optamos normalmente pela condução das reuniões da ESA através de uma pauta fixa de discussões, incluindo todos os itens abordados em 5.6.2, obrigando-os a discutir a cada encontro os temas propostos.
A ESA também aparece na Norma em 6.2.1 (Recursos Humanos), 7.3.2 (Equipe de Segurança de Alimentos) e 7.8 (Planejamento da Verificação), mas apenas em relação a sua composição , competências e comunicação para a análise de dados.
Daqui para frente, no decorrer da leitura da Norma, em diversas outras circunstâncias, a participação da ESA poderá requerer a inclusão nesta mesma pauta fixa de discussões, o que recomendo fortemente.
A pauta fixa pode ser recheada conforme solicitam 7.2.2 (Programa de Pré-Requisitos), 7.3.5.1 (Fluxogramas), 7.4.1 (Análise de Perigos), 8.1 (Validação), 8.4.2 (Avaliação dos Resultados da Verificação), 8.4.3 (Análise dos Resultados das Atividades de Verificação) e 8.5.2 (Atualização do SGSA).
Em resumo, a comunicação interna deve ser assegurada também (ou principalmente) durante as reuniões da ESA. As atas destas reuniões, inclusive, são evidências bastante valiosas de que a ESA discute assuntos relacionados ao SGSA em seus encontros. Além de assegurar a comunicação interna, a adoção da prática da pauta fixa disciplina os encontros e mantém as tarefas em dia, sem atrasos e correrias desnecessárias.
Vejamos, então, um exemplo de pauta fixa com a qual inicio os trabalhos em meus clientes (que obviamente ajustam este modelo a suas necessidades), com os temas 1 a 6 obrigatórios e 7 e 8 eventuais:
1) Gestão de Mudanças (para atendimento ao requisito normativo 5.6.2)
São discutidas as alterações recentes em assuntos que impactam o SGSA, conforme definidos nos itens a) a m) do referido requisito;
2) Aprovação do Programa de Pré-Requisitos (para atendimento ao requisito normativo 7.2.2)
São discutidas as atualizações relacionadas ao PPR e conferida aprovação formal nos documentos em questão;
3) Verificação in loco dos Fluxogramas (para atendimento ao requisito normativo 7.3.5.1)
Caso exista alteração recente nos fluxogramas, a ESA deve reunir-se in loco para sua checagem e registro adequado;
4) Análise de Perigos (para atendimento ao requisito normativo 7.4.1)
Caso exista alteração considerada relevante na discussão do primeiro item da pauta, a ESA deve iniciar a Análise de Perigos;
5) Validação (para atendimento ao requisito normativo 8.1)
Caso exista alteração no Estudo APPCC, a ESA deve propor processos necessários para validar novas medidas de controle;
6) Avaliação dos Resultados da Verificação (para atendimento ao requisito normativo 8.4.2)
A ESA deve avaliar cada resultado da verificação planejada durante o período recente;
7) (EVENTUAL) Análise dos Resultados das Atividades de Verificação (para atendimento ao requisito normativo 8.4.3)
Em ocasião próxima à Análise Crítica, a ESA deve analisar os resultados das atividades de verificação, registrar e preparar o relato de forma adequada à apresentação à Alta Direção;
8) (EVENTUAL) Atualização (para atendimento ao requisito normativo 8.5.2)
Em intervalos planejados (semestrais, anuais etc) a ESA deve dedicar-se à avaliação do SGSA e propor as alterações necessárias.

Além de evidenciar a comunicação interna através de suas atas, o modelo de pauta fixa proposto acima deve garantir que o Sistema seja mantido atualizado. Uma ESA participativa e em dia com suas tarefas representa metade do caminho rumo ao sucesso.
E vocês? Em que ponto do caminho estão?
Caros leitores, até a próxima!

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Os Desafios da Implementação Multi-Site

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O desenho de um Sistema de Gestão deve ser adequado a cada Organização. Isto é, inclusive, uma determinação de caráter normativo. As Organizações possuem, individualmente, características que as diferenciam, sejam relacionadas aos processos produtivos ou a sua missão, visão, políticas. A cultura organizacional, fruto da dinâmica do relacionamento estabelecido entre os colaboradores (pares, chefias) ou entre a Organização e seus clientes ou fornecedores, determina toda a cadência do processo de implementação.

 O raciocínio acima, em miúdos, quer nos dizer que, mesmo em situações onde os processos produtivos estão relacionados, a velocidade da implementação e a completude do planejamento do Sistema, estão relacionadas muito diretamente às características comportamentais dos colaboradores da Organização.

 Inúmeras Organizações planejam suas certificações em um esquema que chamamos Multi-Site. É bastante comum em se tratando de grupos de negócios que possuem unidades descentralizadas, produzindo para a mesma cadeia ou, na maior parte dos casos, os mesmos produtos ou serviços. A grosso modo, condiciona-se o resultado positivo do processo de certificação ao sucesso individual de cada site visitado, emitindo-se um único certificado.

 Para o Sistema de Gestão de Segurança do Alimento, baseado na NBR ISO 22000:2006, o esquema de certificação Multi-Site pressupõe a visita do organismo certificador a todas as unidades que participam do escopo até um número de vinte unidades, somente após o qual pode-se aplicar a regra da raiz quadrada. Assim uma Organização com, por exemplo, vinte unidades espalhadas por todo o país, que opte por tal esquema de certificação, receberá a visita do organismo certificador em cada uma delas.

 Imaginemos a situação acima, agora, em um país tão culturalmente diverso, como o Brasil, considerando todos os seus regionalismos, folclores, crenças, feriados locais. Por experiência própria, posso lhes garantir que, sim, há diferença, ainda que eu pretenda retirar da minha análise todo o rótulo superficial conferido a quem seja: cariocas, paulistas, sulistas, nordestinos. Estes rótulos tão abomináveis, precursores de preconceitos tolos, são extremamente rasos diante da dinâmica que se estabelece dentro das Organizações, posto que todas elas, cada uma a seu modo, funcionam. Ainda assim, são determinantes para a abordagem durante a implementação.

 O desafio é enorme para o gestor deste processo. A principal dificuldade, sem dúvida, é manter adequada comunicação entre todas as unidades envolvidas acerca dos objetivos da implementação. Como medir indicadores? Como conduzir instruções corporativas, diante de cenários tão particulares? Como lidar com a logística de um grupo de fornecedores qualificados, distribuindo para clientes tão distantes? Como tratar resultados comerciais ou demandas futuras, distribuindo-as estrategicamente entre as unidades para preservar os resultados do Grupo? No campo do relacionamento interpessoal, exige habilidades freudianas: Como lidar com lideranças egocêntricas? Como envolver líderes locais, em contraposição à presença de lideranças corporativas?

 O SGSA, ainda, possui um caráter técnico muito representativo dentro do Sistema. Estudos APPCC devem ser elaborados com base em uma mesma linha de raciocínio, mas jamais devem ser aprovadas cópias de materiais entre as unidades, o que tem sido bastante comum. Antes disto, cada Programa de Pré-Requisitos estabelecido deve refletir o estágio da evolução de determinado site, desde o planejamento até seus controles. Cada unidade adotará as verificações pertinentes, ainda que sejam entradas para uma única análise crítica.

 O desafio está lançado. É melhor estar preparado.

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A capacitação da ESA

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Amigos leitores, nosso último encontro propôs que o adequado casamento entre multidisciplinaridade e perfis psicológicos deve ser cuidadosamente atendido na convocação da Equipe de Segurança do Alimento, a ESA. Ao reunir esta turma tão heterogênea, a capacitação não pode ser negligenciada. Admitindo que as bases do conhecimento são diferentes e que o objetivo final é comum, torna-se obrigatório raciocinar em torno de uma etapa de nivelamento, alinhando os conceitos fundamentais para a tarefa.

Sugerimos, normalmente, a abordagem dos seguintes temas para a capacitação da ESA, durante seu nivelamento:

 

– Sistema de Gestão da Qualidade da organização: Como está estruturado? Histórico, organogramas, responsabilidades;

– Programas de pré-requisitos, Boas Práticas de Fabricação;

– Perigos (Físicos, Químicos, Biológicos);

– Microbiologia básica (vários módulos):

– Bactérias, fungos e leveduras;

– Patogênicos e não-patogênicos;

– Coloração de Gram;

– Condições ótimas para o desenvolvimento de microrganismos;

– Aerobiose e anaerobiose;

– Mesófilos, termófilos, psicrotróficos;

– pH;

– Teoria das barreiras de Leistner;

– Princípios de APPCC*;

– Interpretação da Norma ISO 22.000*.

* Divididos em vários módulos ou aplicados em ocasiões especiais. Podem ser aplicados por pessoal externo à organização.

Os temas acima podem frequentemente ser aplicados em módulos semanais de 30 minutos, ministrados por alguém da própria ESA (em geral, o coordenador), desde que com competência definida para tal. Cabe lembrar que para os “não técnicos” que fazem parte da Equipe, este conteúdo pode ser seu primeiro contato com toda a teoria que envolve a segurança do alimento, motivo pelo qual as reuniões devem, sim, ser curtas e os temas, básicos. Os próprios membros da ESA, que dominam o assunto, podem treinar os colegas. Podem ser solicitadas atividades que envolvam pequenos grupos, de 2 ou 3 pessoas, com resultados melhores que os de grupos grandes. Isto permite o envolvimento de todos e que várias frentes de trabalho sejam abertas ao mesmo tempo. Os pequenos grupos devem ser também heterogêneos, mesclando os mais e os menos experientes.

Em um segundo momento, devem ser oferecidas à ESA oportunidades para o desenvolvimento de habilidades específicas, levando-se em consideração as habilidades de cada membro, podendo incluir, entre outros:

 

– Formação de Auditores Internos: Verificar quem, dentre os participantes da ESA, reúne as características de um bom auditor, de acordo com a NBR 19011;

– Auditor Líder ISO 22.000: É interessante que pelo menos o coordenador da ESA tenha esta capacitação;

– Liderança;

– Mapeamento de processos;

– Redação de não-conformidades.

Nos próximos encontros vamos continuar explorando as capacidades intelectuais e emocionais dos envolvidos no SGSA.

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O quebra-cabeças

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Sim. Dá um trabalhão. Montar (e participar!) de uma equipe de trabalho que objetiva implementar um Sistema de Gestão não é nada fácil. Esta tarefa pode caber à Alta Direção mas, antes mesmo, os nomes já foram escolhidos entre aqueles que desempenham função de destaque na Organização. Com um ou outro ajuste, o time já estava sendo preparado há tempos. Exemplo do famoso: “É o que temos para jantar!”. Um espelho de quem sempre fomos, agora refletindo para o mundo nossa imagem.

Uma grande habilidade do líder desta turma é saber escolher (ajustar) os participantes para que a equipe possua mesclas de juventude e experiência, ímpeto e planejamento, técnicos e generalistas, e por aí vamos…

Em particular, uma Equipe de Segurança de Alimentos, a ESA, que conduz boa parte dos trabalhos de implementação do Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, está definida na Norma ISO 22000 como “multidisciplinar”. Seria bom que isto fosse bem além do que simplesmente contar com colaboradores de diferentes áreas. De fato, a melhor receita está em equilibrar a multidisciplinaridade fiel ao termo com os aspectos psicológicos de cada um dos eleitos.

Uma boa ESA, bastante multidisciplinar, pode ser composta por: um membro da Diretoria (demonstra o comprometimento da Organização), uma Alta Gerência (sua presença mantém acelerado o ritmo dos trabalhos), gestores e pessoal da qualidade (normalmente técnicos e principais interessados), supervisores e pessoal de produção (conhecem o processo e suas armadilhas), entre outros que podem oferecer valiosas informações ou palpites preciosos, como colaboradores dos setores de Compras, Manutenção, Almoxarifado, Expedição ou Transporte, SAC, Limpeza e Higienização, RH, Administrativo e Marketing.

Os perfis psicológicos devem, somados, dar força ao conjunto. Este é o “pulo do gato” que prometemos no encontro anterior. Em qualquer grupo que funciona bem (de amigos, inclusive) sempre vamos ter:

O Brigador: Expõe e defende de modo feroz as necessidades do grupo. Bate-boca, fala alto, incomoda. Se não possuir cargo de liderança, deve ser fortemente apoiado por sua chefia;

O Articulador: Negocia concessões e obrigatoriedades entre a ESA e outros grupos. Inteligente e bom orador, costura a teia de relacionamentos da Equipe com os demais colaboradores. Atua normalmente na base da troca. As pessoas confiam nele. É um líder natural;

O Pacificador: Deve acalmar os ânimos de toda a Organização, transmitir tranqüilidade, ser bom ouvinte e acolhedor. É um “cuca-fresca”. È visto como a “Ouvidoria” da ESA;

O Executor: Trabalha pela implementação sem cessar. Implementa melhorias, ajusta documentos, pesquisa na internet, convoca reuniões, divulga atualizações etc. É o “faz-tudo” do grupo. Normalmente é alguém da área de Qualidade;

O Propagandista: Divulga a imagem da ESA e do Sistema para toda a Organização, sempre de forma positiva. É o “Relações Públicas” do grupo;

 O Organizado: Mantém tudo funcionando corretamente dentro da Equipe. É o “secretário” do time;

 O Decisor: Encerra as discussões do grupo. Com base nas informações que chegam, decide pela ação mais adequada. É interessante que possua poder de decidir sobre investimentos e foi a figura principal de nossa última coluna.

 Até a próxima!

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O Decisor

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Em minhas passagens por Organizações que procuram implementar Sistemas de Gestão ou quaisquer outros programas da Qualidade ou equivalentes, tenho visto muitos bons profissionais que, somados à mesma equipe, não reproduzem coletivamente seus resultados anteriores. Impossível não lembrar de craques do futebol que jogam muito bem em seus clubes, mas que decepcionam na seleção de seus países.

 Bons profissionais podem se destacar por vários fatores em uma Organização, desde sua habilidade e conhecimento específicos para o desempenho da função, até fatores emocionais e de bom relacionamento com pares, chefias e comandados. Qualquer que seja a escada, neste caso, o topo é o lugar mais justo para esta turma. Todos têm igual valor. Viva a diferença!

 A implementação de um Sistema de Gestão é, normalmente, uma decisão absolutamente tão importante para a Organização, que dela irão participar seus principais gestores. Em um cenário justo, a maioria destes profissionais ocupa os mais altos cargos por reunirem as principais características que definem e revelam os bons profissionais, conforme acabamos de falar.

 A tarefa de implementação de um Sistema de Gestão, por si só, empurra toda a Organização para um estágio superior de comprometimento com normas, procedimentos, prazos, comunicação eficaz, entre outros. Ocorre que, por vezes, a decisão pela implementação, coube a um Diretor, um Presidente, um cliente importante ou um mercado exigente. Já entenderam? A partir deste momento TODOS passam a trabalhar pelo desejo de UM certo alguém.

 E vem mais problema por aí. Após a comunicação que oficializa a intenção da certificação, todas as áreas recebem (ou elaboram) suas metas e seus planos de ação. Adequações estruturais, necessidades de contratação, apelos para treinamento, compra de equipamentos, modernização das linhas, enfim. Resumo: Em pouco tempo, as principais lideranças da Organização estão trabalhando isoladas, em torno de suas próprias necessidades e, principalmente, precisando repetir o sucesso a que se acostumaram, dividindo o palco com outros bons jogadores. Aqui, utilizei o termo “jogadores” porque seu colega, até ontem, vira o oponente que briga pela mesma exposição, reconhecimento, atenção e recursos. Nas reuniões de equipe, passamos a ouvir muito mais do que antes as expressões “na minha área”, “no meu setor” e, bem menos “na nossa empresa”.

 Ainda não acabou. Se pensarmos em uma Alta Direção pouco hábil para lidar com estas questões, e que normalmente gerencia pelo conflito, aí então temos um sério problema. O processo todo está em risco.

 Conduzir o processo de implementação de um Sistema de Gestão é tarefa difícil. O tipo de liderança que precisamos aqui é um pouco diferente daquela que os livros de gurus ensinam. Aqui, o líder deve ser DECISOR, fundamentalmente, além de ter e demonstrar poder. Suas decisões devem sempre privilegiar o Sistema em construção, mesmo que dar a um signifique tomar de outro naquele momento. Este líder aprende que raras vezes pode ser questionado e que isto se chama credibilidade. Deve conduzir pelo exemplo e, para isto, possuir bom conhecimento técnico das normas e requisitos alvo. Inteligentemente, este líder deve perceber que reunir em torno de si profissionais capazes e competentes é somente tão importante quanto escolher seguidores fiéis.

 No próximo encontro, vamos falar da reunião de talentos individuais para montar equipes de trabalho harmônicas.    

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O bom auditado

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Muito se discute, durante um processo de certificação, o desempenho da equipe Auditora, baseado, sobretudo, na forma como o evento foi conduzido. Para os auditados, nesta discussão, raramente importam os aspectos técnicos envolvidos, tomando-se por base os critérios da Auditoria. O que todos querem saber, ao final das contas, é se o Auditor é “bonzinho” ou se, ao contrário, é “muito rigoroso”.

 O que a maioria das organizações negligencia é que o sucesso da Auditoria depende, na absoluta maioria das vezes, exclusivamente, de seu próprio desempenho. É comum atribuir um eventual resultado negativo ao “mau” Auditor.

 Sim, claro, existem maus auditores. E para cada mau Auditor existem muitos, muitos, muitos maus auditados. As organizações negligenciam a preparação de seus colaboradores para que estes tornem-se capazes de encantar seus “árbitros”.

Quando auditores recorrem a um processo de entrevista, mesmo onde caiba apenas a interpretação de um documento ou registro, sempre haverá o papel de um interlocutor entre a Organização e a evidência da conformidade. Colaboradores sujeitos a assumir o papel de interlocutores devem conhecer toda a estrutura documental do Sistema de Gestão. Devem saber interpretar com clareza qual é a necessidade do Auditor e apresentar as saídas adequadas.

 Como Auditor, tenho observado enorme dificuldade das organizações em demonstrar habilidade com a documentação do Sistema. Por vezes, não encontramos evidências da conformidade que sabemos estarem lá, apenas porque o Auditado não consegue localizar a informação de modo adequado. E, neste ponto, não há nada que possamos fazer como auditores. Vários sistemas de gestão são construídos em torno da capacidade e do conhecimento de um RD ou de um pequeno grupo que lidera a implementação e que, inoportunamente, negligencia a divulgação adequada por toda a Organização.

 

Desenvolvi um modelo que aplico com sucesso em meus clientes, baseado na capacidade de distribuir entre quatro “níveis de participação” qualquer documento ou registro do Sistema de Gestão, associado à função do colaborador. São eles:

 Nível 1 – Responsabilidade ou Autoridade

Nível 2 – Execução ou Aplicação

Nível 3 – Interpretação e Apoio

Nível 4 – Abrangência

 A cada nível está associada uma estratégia de treinamento preparatório exclusivamente ligado ao evento da Auditoria. As estratégias envolvem entrevistas, simulações, verificações in loco e testes de conhecimento, especialmente desenvolvidos para cada função. Fatores comportamentais em um processo de auditoria são testados. Os resultados são medidos através de um modelo estatístico que considera o desempenho individual do colaborador dentro do grupo homogêneo, o desempenho do grupo homogêneo e os níveis de participação associados em cada caso. Cada resultado negativo é tratado individualmente com novas ações de treinamento.

 Colaboradores bem preparados evidenciam o compromisso da Organização com o Sistema de Gestão e o atendimento aos requisitos de comunicação interna, de forma direta.

 Melhor investir em capacitação… ou vamos continuar na torcida por vocês.

 Até a próxima!

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As boas rotinas

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Amigos leitores, propomos a discussão, neste espaço, do impacto da atuação dos colaboradores nos resultados das Organizações. Se existe motivação e condições adequadas para o trabalho, fatalmente teremos resultados superiores. O oposto é exatamente proporcional, na medida contrária. Se fosse na matemática, estaríamos diante de um corolário, a decorrência imediata de um teorema do tipo “se e somente se”.

 Uma indústria de alimentos, diante de uma perspectiva crua, só existe pelo único motivo de produzir alimentos, que devem ser, no mínimo, seguros para o consumo. Produzir alimentos seguros é, portanto, uma dependência da atuação de seus colaboradores, que devem seguir rotinas estabelecidas para garantir o adequado padrão de qualidade. Aqui cabe o reforço de que não há qualidade se o alimento não for seguro para o consumo.

 As rotinas estabelecidas na produção de alimentos podem ser divididas em dois grandes grupos: 1 – atividades que geram valor, normalmente associadas ao processo produtivo de forma direta e 2 – processos de apoio.

 Um Sistema de Gestão para a produção de alimentos seguros deve garantir que tais rotinas (desde que adequadas) sejam cumpridas de forma repetida e, mais que isto, deve assegurar que possíveis desvios sejam identificados e corrigidos. Particularmente, como Consultor e Auditor, sempre acreditei mais nos sistemas que falham e evoluem do que naqueles cuja falha não é percebida (ou apontada). Desconfie destes últimos.

 Para o estabelecimento de um Sistema de Gestão de Segurança do Alimento, de agora em diante SGSA, a Organização deve preparar-se pela base. Sugiro, sempre, que se identifique o estágio inicial de seus processos de apoio para propor adequações. Recursos Humanos, Suprimentos, Manutenção, Ferramentaria, entre outros, devem estar alinhados com as novas diretrizes e trabalhando no sentido de assegurar um ambiente seguro para a produção de alimentos.

 A outra face deste plano é cuidar para que, do lado de dentro da fábrica, existam condições que permitam levar adiante esta estratégia. A infra-estrutura do ambiente produtivo deve ser suficientemente adequada para garantir condições higiênico-sanitárias satisfatórias à produção de alimentos. O processo deve estar modelado para atender a todos os requisitos do monitoramento operacional, cuja saída resulta no produto conforme.

 Pessoal capacitado deve compreender toda a sorte de regras que existam para a promoção do conjunto de objetivos. Desde as Boas Práticas de Fabricação até atividades mais complexas, que exijam medição, análise e interpretação do processo produtivo, e a tomada de correções e ações corretivas para tratar possíveis desvios. Gestores deste Sistema devem ser os líderes capazes de transpirar conhecimento e motivação, transformando seus pares através do exemplo. Nos próximos encontros ainda vamos falar bastante de liderança, com foco nos Sistemas de Gestão.

 Até lá!

2 min leituraAmigos leitores, propomos a discussão, neste espaço, do impacto da atuação dos colaboradores nos resultados das Organizações. Se existe motivação e condições adequadas para o trabalho, fatalmente teremos resultados superiores. […]

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Metodologia? O Homem.

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Estamos inaugurando com o blog um novo espaço para discussões ligadas à Segurança do Alimento. Esta coluna, em particular, pretende tratar os mecanismos através dos quais o recurso humano possa promover os resultados das organizações a níveis cada vez mais elevados. Vamos entender que o funcionamento do Homem pode ser estudado como o de uma máquina, respeitadas as diferenças inerentes à condição Humana, e apresentar estratégias para seu desenvolvimento contínuo.

Em quase vinte anos na Indústria de Alimentos, percebi que qualquer resultado depende da confiança mútua entre líderes e seus colaboradores. O líder deve ser exemplo. Deve inspirar e transparecer credibilidade. Deve tratar a todos os colaboradores de forma justa e respeitosamente, sempre. Deve agregar e promover o trabalho em equipe, identificando e desenvolvendo as habilidades em cada um dos seus liderados. Aos colaboradores cabe, ao menos, oferecer à empresa exatamente a soma do trabalho que se comprometeu a dar quando foi contratado, desenvolvendo-se constantemente e mostrando-se auto-motivado e comprometido.

E é neste equilíbrio que vamos manter nossas discussões.

Neste cenário, sabemos que as Organizações passaram por profundas mudanças conceituais em sua Gestão nas últimas décadas. A competição mundial contribuiu grandemente para isto e, no Brasil, recentemente, fatores internos como o desenvolvimento acelerado da economia e do agronegócio, a modernização da Indústria e o aumento do consumo, tornaram o desafio ainda maior. A sobrevivência do negócio, mais que nunca, passa obrigatoriamente por seu planejamento.

A adoção de um Sistema de Gestão envolve princípios testados e aprovados mundo afora, os já exaustivos: Foco no Cliente; Comunicação Interna; Gestão de Fornecedores; Abordagem de Processos; Medição; Melhoria Contínua. Há outros. Alguém ainda tem paciência para o PDCA?

O sucesso na Gestão não é garantido pelo uso das metodologias. Sobretudo, a lista acima não produz efeito algum se não tratarmos de liderança e do envolvimento das pessoas. Os líderes devem criar e manter um ambiente interno no qual as pessoas possam envolver-se totalmente com a conquista dos objetivos da empresa. Missão, visão e valores devem estar estabelecidos. Metas e objetivos desafiadores, e estratégias para atingi-los, devem ser conhecidos. Pessoas devem ser coordenadas e estimuladas. Sempre.

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