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Os manipuladores de alimentos estão com as mãos higienizadas quando manipulam os alimentos?

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A transmissão de contaminação através das mãos dos manipuladores de alimentos continua a ser um importante fator de propagação de doenças de origem alimentar. No estudo realizado na região de Alcobaça, Portugal, com o apoio da Universidade Nova de Lisboa, pretendeu-se avaliar as condições de higiene das mãos dos manipuladores no momento em que se preparam para manusear os alimentos. A partir de inquéritos efectuados aos manipuladores, pretendeu-se também avaliar a relação das condições de higiene das mãos com as características dos manipuladores, com a sua formação em matéria de segurança alimentar e com as condições existentes nos estabelecimentos. Este estudo incidiu sobre uma amostra de 73 manipuladores e estabelecimentos de restauração e/ou bebidas. Foi efetuada uma visita por estabelecimento, onde se aplicou uma lista de verificação de meios e condições disponíveis para a higienização das mãos, efetuou-se uma zaragatoa (swab) às mãos do manipulador de alimentos para verificação da higiene e foi-lhe aplicado o questionário de caracterização individual e avaliação dos conhecimentos.

Os resultados indicaram que 60,3% dos manipuladores apresentavam resultados insatisfatórios de higiene pessoal no momento que antecede a manipulação de alimentos. Deste modo, a segurança alimentar dos produtos preparados por esses manipuladores pode ser colocada em causa. Os resultados apresentados são concordantes com os revelados por outros estudos, que indicam que mais de metade dos manipuladores não lava as mãos antes de preparar os alimentos.

As falhas detetadas nas condições de higiene das mãos dos manipuladores podem ter como causa falta de condições técnicas disponíveis nos estabelecimentos, pois para manter as corretas condições de higiene das mãos dos manipuladores é importante que o estabelecimento se encontre equipado com meios e requisitos técnicos e funcionais adequados. Como foi possível observar no terreno, mais de metade dos estabelecimentos não dispunham, na zona de manipulação de alimentos, de torneira do lava-mãos com sistema de acionamento não manual, nem de lavatório provido de água quente e fria ou pré-misturada, existindo ainda dois estabelecimentos que não dispunham de qualquer produto para higienização das mãos e três que não dispunham de meio de secagem das mãos. Também nas instalações sanitárias utilizadas pelo pessoal se verifica que mais de metade dos estabelecimentos não têm torneira com sistema de acionamento não manual nos lavatórios, mais de três terços não têm lavatório provido de água quente e fria ou pré-misturada, cerca de metade não dispõe de recipiente de colocação de resíduos com tampa de acionamento não manual e existem oito estabelecimentos sem qualquer meio de secagem das mãos. É portanto, difícil esperar que os manipuladores de alimentos sigam as melhores práticas quando os estabelecimentos não têm infraestruturas adequadas.

Segundo a Comissão do Codex Alimentrius, 2003, os manipuladores de alimentos devem manter comportamentos e modos de ação adequados, para que os alimentos sejam expostos a um risco aceitável. Assim, no que respeita aos resultados dos comportamentos de higiene pessoal observados neste estudo, destaca-se positivamente, a apresentação de unhas curtas e limpas por 82% dos manipuladores e a ausência de utilização de adornos pessoais por 77%. No entanto nem todos os manipuladores mantinham comportamentos adequados destacando-se que dez dos quinze manipuladores que dispunham de lesões cutâneas, não as protegiam, e trinta e cinco dos quarente e nove manipuladores onde foi considerado necessário o uso de luvas, não as estavam a utilizar. Estes comportamentos desajustados podem também influenciar os resultados das condições de higiene das mãos dos manipuladores.

Outra situação que pode ser relacionada com as não conformidades obtidas na avaliação microbiológicas das mãos dos manipuladores de alimentos é a falta de formação / conhecimento em matéria de higiene pessoal e boas práticas de trabalho. Vários estudos têm demostrado que a formação é capaz de melhorar competências e higiene pessoal, incluindo a higiene das mãos. Efetivamente, nem todos os manipuladores revelaram conhecimento em relação aos conteúdos de higiene alimentar, destacando que 38% dos manipuladores desconhece a ordem correta dos passos para se proceder a uma adequada higienização das mãos. No entanto, avaliando esta variável de modo geral, o valor médio obtido revela que os manipuladores de alimentos demonstram conhecimento. Este resuktado é contraditório com o que havia sido referenciado, mas dá força aos estudos que referem que nem sempre o aumento de conhecimento resulta na alteração de comportamento, ou trata-se de mudanças efémeras, ou seja, que apesar dos manipuladores terem efetivamente o conhecimento este não se reflete nas suas atitudes.

Salienta-se ainda que as não conformidades obtidas nas análises efetuadas às mãos dos manipuladores não se referem a operações de higiene das mãos ineficazes, mas sim, a condições insatisfatórias de higiene das mãos dos manipuladores no momento em que se preparam para manipular alimentos, ou seja, ainda que procedam corretamente à sua higienização, decerto que o fazem raramente, não respeitando os momentos que obrigam a uma nova lavagem das mãos. No entanto, constata-se a falta de critérios microbiológicos objetivos para as mãos dos manipuladores de alimentos, dificultando assim a avaliação inequívoca das suas condições.

Apesar das limitações apresentadas por este estudo, acreditamos que os resultados obtidos podem considerar-se um contributo para a questão da higienização das mãos dos manipuladores de alimentos. Assim as falhas nas condições de higiene das mãos devem ser minimizadas através de melhorias a vários níveis:

• Estabelecimentos equipados com meios e condições para higienização das mãos, nomeadamente dispor na zona de serviço e instalações sanitárias de lava-mãos com torneira de acionamento não manual, água quente e fria ou pré-misturada, meio de higienização e secagem das mãos, recipiente para resíduos de comando não manual;

• Manipuladores de alimentos com comportamentos ajustados, nomeadamente disporem de unhas curtas e limpas, ausência de adornos pessoais, lesões cutâneas protegidas e uso de luvas descartáveis;

• Manipuladores de alimentos devem ser alvo de formação/sensibilização em matéria de higiene pessoal e boas práticas de trabalho, de modo a consolidar conhecimentos e melhorar os comportamentos de forma duradoura.

Existe ainda muito a fazer, no sentido de se continuar a percorrer um caminho para a obtenção de uma alimentação segura com um risco aceitável!

Este estudo foi desenvolvido no âmbito do trabalho conducente à dissertação de Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar (Vânia Serrazina). Mais informações:

http://run.unl.pt/handle/10362/10939

 

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Comunicação com a operação sobre o plano HACCP – um exemplo de catering na Itália

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Talvez um dos desafios mais expressivos do pessoal de segurança de alimentos nas empresas seja a comunicação. São tantos requisitos, controles, documentos e políticas a serem planejadas, que é muito fácil se perder na montanha de documentos e esquecer-se de que, na prática, isso tudo somente importa se a operação entender o recado e cumprir seu papel.

Pois vejam um exemplo de empresa de catering para trens italiana, que  comunica o plano de HACCP a ser seguido pelos funcionários através da impressão nas caixas de transporte.

 

E vocês? Também usam ferramentas visuais no chão de fábrica para auxiliar na identificação dos planos?

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Incluir a comunicação na Política do SGSA ou não incluir? Eis a questão….

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Um dos principais documentos do sistema de gestão de segurança de alimentos sem dúvida é a política. Esta premissa também se aplica as demais normas como a ISO9001, ISO14001 e OHSAS18001.

Contudo, uma das diferenças entre os requisitos destas normas é a forma de considerar o tema comunicação. Apesar da comunicação ser um requisito importante para todas as normas mencionadas, em nenhuma das outras este tema é tão polêmico quanto para a ISO22000.

Afinal de contas, é obrigatória a consideração clara da comunicação na política do SGSA (ou SGI) ou não?

Um dos principais motivos para tratar o tema comunicação em um procedimento à parte é o atendimento ao requisito 5.2.f da ISO22000.

É necessário definir objetivos mensuráveis para a comunicação ou há outra forma de atender a este requisito?

Para atender a este requisito o processo de comunicação deve estar bem definido para que ele possa agregar valor ao sistema e ser capaz de atualizar os processos, procedimentos, conhecimentos e conscientização de forma adequada. A partir do momento em que o processo de comunicação consegue captar informações relevantes dos processos internos e externos para atualizar o SGSA e em contrapartida ele é capaz de disseminar os conhecimentos relevantes à equipe de segurança de alimentos e demais pessoas da organização, a comunicação pode ou não estar descrita na política sem prejudicar o processo de certificação da organização.

Atenção: em geral é comum não haver histórico real de comunicação externa direcionada para a organização. Aqui não estou me referindo a requisitos regulatórios ou regulamentares, mas sim de dúvidas ou demandas de outras partes interessadas no sistema de gestão de segurança de alimentos. Se isso acontecer, como podemos testar o processo de comunicação e verificar a eficácia?

Uma boa prática é fazer um simulado, um exercício de comunicação que pode ter uma periodicidade mínima definida em caso de ausência de situações reais. Desta forma, é possível avaliar se os canais de entrada e fluxo da comunicação estão funcionando adequadamente, e se a informação é tratada conforme descrito no procedimento estabelecido.

Atualmente muitas empresas já foram certificadas com e sem ter um item específico sobre comunicação na política.

E você, o que acha?

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Categorização de estabelecimentos para a Copa não é reconhecida pelo público

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Com muito entusiasmo divulgamos no blog a iniciativa de categorização de estabelecimentos para a Copa de acordo com o projeto da Anvisa que após auditorias divulgou as notas A, B ou C para os restaurantes considerados próprios.

A iniciativa contudo parece ter consumido muitos recursos com pouco retorno: o público não entende o significado da categorização ou a desconhece completamente, mantendo seus hábitos de consumo de forma indiferente. Assim foi o levantamento da Folha de São Paulo.

 Segundo a reportagem, há também casos de estabelecimentos que tiraram nota C e não colocaram a placa de forma visível em seu estabelecimento. Também relatamos neste post que estabelecimentos categorizados com nota A tiverem alimentos vencidos apreendidos.

Teria valido a pena todo esforço? A iniciativa foi ou não um gol a favor da segurança dos alimentos?

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Como fazer guarda de amostras de alimentos

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Com a finalidade de contribuir com esclarecimentos em caso de qualquer ocorrência de doença transmitida por alimentos, a coleta de amostras por estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos é uma prática comum.

Mas para garantir que esta amostragem conserve as características do alimento na íntegra, é preciso que além dos procedimentos para com a sua coleta sejam cumpridos, a guarda e o armazenamento destes sejam feitos de forma a não influenciar em um resultado falso-positivo. Atenção deve ser dada também aos utensílios utilizados para a coleta, que não devem oferecer riscos de contaminação visto que são os mesmos de uso na distribuição.

Para evitar isso, a CVS-5 orienta os estabelecimentos comerciais de alimentos e os serviços de alimentação no Estado de São Paulo (exceto o município que São Paulo onde vigora a Portaria 2619/2011) quanto à temperatura e tempo de guarda dos alimentos coletados:

a) alimentos que foram distribuídos sob refrigeração devem ser guardados no máximo à 4ºC, por 72 horas, sendo que alimentos líquidos devem ser guardados somente nesta condição;

b) alimentos que foram distribuídos quentes devem ser guardados sob congelamento à -18ºC por 72 horas;

                Nas indústrias de alimentos as amostras devem ser armazenadas durante o tempo de vida de prateleira do produto, seja sob refrigeração tratando-se de alimentos refrigerados, congelados se alimentos congelados e em temperatura ambiente para àqueles dispostos nesta temperatura.

                O local de armazenamento e permanência das amostras deve estar limpo e higienizado, organizado e identificado, sendo preferencialmente somente para este fim. Caso não seja, caixas organizadoras são permitidas para acondicionar as amostras desde que sejam de material lavável e de fácil higienização, impermeável e resistente, que não transmita substâncias tóxicas, odores ou sabores e que seja preferencialmente de cor clara.

Cabe ressaltar que, alguns municípios possuem leis próprias que podem alterar o procedimento de coleta de amostras, por isso vale atentar-se a esta questão.

Abaixo um tutorial para a guarda de amostras:

1) Lavar as mãos antes de iniciar o procedimento

 

 

 

 

 

2) Utilizar utensílios limpos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3) Identificar com etiqueta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4) acondicionar em um saco plástico todas as amostras do dia

 

 

 

 

 

 

5) Armazená-las no local apropriado

 

 

 

 

 

 

É importante ir descartando as amostras já vencidas (com mais de 72 horas)

 

Marisa Messina Menegassi

Nutricionista

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“Nariz eletrônico” soa alarme para carne deteriorada

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Imagine um aparelho portátil capaz de “cheirar” uma carne fresca e disparar rapidamente um alarme se ela estiver imprópria para o consumo. E de preferência, que possa ser acoplado a um telefone celular. Pois saiba que este “nariz eletrônico” já existe.

Trata-se do sistema PERES, no qual um dispositivo dotado de quatro sensores é capaz de detectar, na atmosfera circundante ao produto, os níveis de Compostos Orgânicos Voláteis (VOC), o teor de amônia, a temperatura e a umidade relativa do ambiente. Um dispositivo recebe e analisa os dados captados pelo sensor e os transmite via bluetooth para um smartphone ou tablet, onde, através do aplicativo PERES, é possível saber se o produto está fresco ou se deve ser descartado. O sistema ainda permite gerar gráficos, cartas e relatórios e o usuário pode inserir comentários sobre os dados apresentados.

Segundo o fabricante, o aparelho pode ser usado tanto por profissionais quanto por donas de casa e é compatível com carne de boi, de aves, de porco e pescados. Será vendido no varejo por U$ 150 nos EUA e na Europa. Torcemos para este nariz eletrônico chegar logo por aqui. 

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Anvisa publica consulta pública de alergênicos

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Está no ar a Consulta Pública 29 de 05 de junho de 2014.

Ela traz as regras para rotulagem de alergênicos, como já vínhamos tratando no blog.

Clique aqui para ver a consulta pública e aqui para ler o post com as dicas de como aplicá-la.

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Destaques da palestra de Sylnei Santos sobre análises de alergênicos

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O terceiro palestrante trouxe a visão da saúde, além de alto conhecimento de métodos de identificações de substâncias alergênicas.  Conceituou alergia como sendo reações hipersensíveis imunomoduladas que podem afetar vários órgãos, mais comumente a pele, vias aéreas e digestivas. Trata- se portanto de uma resposta imune à uma substância, onde o corpo trata uma substância como um agente infeccioso. Já a intolerância foi apresentada como sendo uma resposta não-imune a uma substância . Ex. Intolerância à Lactose, onde a lactose não é metabolizada (por ausência da enzima Lactase) , se tornando alimento para bactérias que por sua vez irá produzir gases causando cólicas, entre outros sintomas.  

 Dentre os principais sintomas de Alergias Alimentares , Sylnei citou:

-Vermelhidão da pele
-Câimbras abdominais
-Dificuldade respiratória
-Inchaço generalizado
-Perda da consciência
-Coceiras
-Tosse
-Fotossensibilidade
-Constrição das vias aéreas
-Diminuição severa da pressão sanguínea e choque (choque anafilático)
-Sufocamento por inchaço da garganta
-Morte

 Antes de apresentar quais são os métodos mais adequados para identificar substâncias alergênicas em alimentos e no ambiente, Silney destacou que todos os elementos que podem causar alergia são proteínas. Veja:

  • Amendoim – Ara H 2
  • Leite – Caseína
  • Ovo – Ovalbumina
  • Trigo – Glúten
  • Ostras – Tropomiosina
  • Peixe – Parvalbumina
  • Amêndoas – vicilinas, leguminas, 2S albuminas
  • Soja – proteínas da Soja

 Sendo assim, a estratégia recomendada para buscar um alergênico é buscar a proteína.  Foram recomendados os seguintes métodos:

  • Visual
  • Teste para alergênico específico  – ELISA/Lateral Flow
  • Espectometria de Massa – EM
  • Reação de Cadeia Polimerase – PCR
  • Teste Indicador de Alergênicos (Swabs)  ? Proteína

 Uma dúvida muito comum é qual método de pesquisa é mais indicado em cada caso. Pensando nisso, Silney apresentou um resumo de cada opção.

 ELISA (Enzyme Linked Immuno-Sorbant Assay)

Método baseado em anticorpos que detecta presença de proteínas através de sanduíche de anticorpos, detectando um marcador (enzima vermelha) ligado a um dos anticorpos (anticorpo conjugado amarelo)

 Vantagens

– Permite detectar o alergênico de forma específica.

– Considerado o método mais rápido para produto final.

– Protocolo de análise simples.

– Apresenta alto rendimento

– São empregados quando há necessidade de reultados Quantitativos.

Desvantagens

– Possuem poucas Validações AOAC.

– um Kit por alergênico.

– Especificidades e Sensibilidades diferentes (depende do fabricante)

 Espectometria de Massa

É a técnica consiste em um bombardeamento das moléculas por um feixe de eletrons de alta energia. Por sua vez promove uma aceleração dos íons em um Campo Elétrico ou Magnético e a separação dos íons pela razão Massa/Carga. Com isso, ocorre a detecção dos íons com a determinada separação dos íons da razão Massa/Carga. EM pode detectar moléculas orgânicas como proteínas/peptídeos em níveis bem baixos semelhantes aos determinados por ELISA e PCR.

Vantagens – Permite detectar múltiplos alergênicos em um único ensaio (considerado uma triagen- screening). – Permite detectar proteínas que tiveram suas estruturas alteradas pelo processamento industrial.

Desvantagens – Necessidade de mão de obra especializada. – Necessidade de Validação para cada tipo de matriz – Elevado custo do equipamento.

 

Detecção de Alergênico por PCR

É uma técnica de Biologia Molecular, que permite amplificar um fragmento específico do DNA (Ácido Desoxirribonucléico) alvo. Quantidades mínimas do DNA são replicados em bilhões de cópias através de um termociclador e posteriormente detectados por marcadores de fluorescência

Vantagens – Técnica de biologia molecular (BM) com alta sensibilidade. – Uma ótima substituição para análises de alguns alergênicos que não são analisados por Elisa, EX.: Aipo e Salsão. – Por se tratar de uma técnica de BM pode-se desenhar primers específicos. – Técnica muitas vezes automatizadas e fácil manipulação.

Desvantagens – A detecção de alergênico alimentares é controversa, pois não detecta a substância em si, e sim o DNA marcador. Isso não caracteriza a presença do alergênico no alimento. Não sendo confiável para algumas matrizes como Ovos e Leite em Pó. – Instabilidade do DNA em meios ácidos. Ex.: Molho de Tomate – Necessidade de uma área isolada no laboratório para análises de BM.

 

Swabs para Detecção de Proteínas no Ambiente:

Semi-quantitativo . Trata-se de um teste para proteína total – Não específico

Válido somente para amostras ambientais – não consegue identificar alergênicos com o ruído da composição do alimento.  O teste é baseado na redução do Cobre Cu+2 para Cu+1 por pontes entre aminoácidos na cadeia protéica.  Será portanto positivo com qualquer substância que reduzir o Cobre.

 Já escolheu o melhor método para pesquisar alergênicos na sua empresa? 

 

Leia também:

http://artywebdesigner.com.br/metodos-de-analises-de-alergenicos-em-alimentos-pros-e-contras/

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Gerenciamento e validação de alergênicos: principais pontos da palestra de Cristina Leonhardt

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Principais pontos da palestra da Cristina Leonhardt – Tema:  Gerenciamento e validação de alergênicos.

Cristina trouxe para o evento a visão da indústria sobre o gerenciamento e validação de alergênicos. Logo no inicio de sua apresentação, foi informado que um adequado plano de gerenciamento de alergênicos  pode ser composto por 3 fases: Mapeamento, prevenção da contaminação e comunicação. Estas fases são detalhadas a seguir:

1-     Mapeamento:

Nesta fase devem ser avaliadas as fontes intencionais e não intencionais;  a presença de traços de ingredientes/contaminação inevitável, dados de mercado e declarações de parceiros da cadeia produtiva.

2-     Prevenção da contaminação:
A prevenção da contaminação de um produto por um alergênico pode ser baseada em um conjunto de controles, sendo os principais:
a)         Gerenciamento de insumos

  • Condições de transporte

• Isolamento
• Locais de estoque específicos
•Operação de esvaziamento de embalagens
•Controle durante o armazenamento

 b)       Controle de fornecedores

  • Coleta de informação de alergênicos
  • Gerenciamento de mudança
  • Rotulagem adequada: deve se evitar termos genéricos
  • Plano de Consequências

 c)        Controle de produção

  • Sequenciamento de produção  – Não alergênicos antes de alergênicos
  • Cuidado no manuseio de alergênicos
  • Validação de limpeza
  • Controle de utensílios
  • Controle de meios de processo ( ex: água/óleo)
  • Desenho sanitário dos equipamentos

 d)        Controle do reprocesso

  • Isolamento e identificação de materiais alergênicos
  • Grupo de alergênicos – matriz de retrabalho que considere os alergênicos

 e)        Controle no refeitório

  • Cuidados devem ser tomados com alimentos granulados, alimentos em pó e com alimentos que podem ser transportados. Ex: Pão

 f)         Controle da higienização

  • Validação contínua: deve ocorrer sempre no pior caso
  • Eficácia da limpeza úmida x limpeza seca – Flushing
  • Uso de utensílios dedicados e higienizados
  • Manutenção de registros

 g)        Controle de novos produtos e alterações
• Consideração sobre alergênicos em novos ingredientes e processos
• Manutenção de documentação relacionada
• Circulação da informação: plano de consequências + degustações + marketing
• Cuidados durante testes em fábrica: medidas contra contaminação cruzada
 h)        Controles de pessoal
• Realização de treinamento de acordo com a função
• Definição de regras higiene pessoal
• Existência de guia para visitantes
• Roupas dedicadas para alergênicos
• Controle do consumo de alimentos
 Em seguida, Cristina apresentou uma ferramenta desenvolvida pelo grupo VITAL para auxiliar a identificação da necessidade ou não de declaração no rótulo e ainda os limites que estão sendo recomendados por este grupo. Veja:

Neste momento, a palestrante ressaltou que alguns casos de alergia são severos e que estas pessoas podem sofrer problemas de saúde devido a ingesta de alimentos, mesmo que os teores das substâncias estejam abaixo do preconizado acima.  Ou seja, os valores acima visam minimizar ou restringir o risco, mas não eliminam.

1-     Comunicação

A terceira fase apontada foi a comunicação, a qual pode ocorrer:

  • Na esfera produto através dos rótulos;
  • Na esfera corporativa através de especificações técnicas, laudos, documentos de declaração, cardápio, website e SAC;
  • Na esfera particular, em eventos pessoais e educação infantil;
  • Na esfera governamental através de análises de riscos; elaboração de guias para população e objetivos nacionais de segurança alimentar.

Por fim, a palestrante também ressaltou as grandes oportunidades que o mercado apresenta para as empresas que investem em públicos diferenciados.  Citando os casos das empresas Dalya; Enjoy life e Ian´s

O blog quer saber: como é tratado o assunto Gerenciamento de alergênicos na sua empresa? A indústria brasileira está no caminho certo?

Veja também o post sobre a palestra de Cecília Cury, que também participou desta mesa redonda.

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A Segurança de Alimentos na Copa do Mundo – Resultado final dos estabelecimentos

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Na última quinta-feira a Anvisa divulgou as notas individuais de 2.075 estabelecimentos participantes da Categorização dos Serviços de Alimentação.  Os selos devem permanecer na entrada dos estabelecimentos até agosto.

Os resultados da primeira etapa foram comentados aqui no blog veja A Segurança de Alimentos na Copa do Mundo – Os resultados.

Resultados finais

Dos 1876 estabelecimentos avaliados nos dois ciclos, 49% melhoraram, 40% mantiveram seus resultados e 11% pioraram entre a primeira e a segunda avaliação.

Destaques:

Cidades sem nenhum estabelecimento com pendências: Jabotão dos Guararapes, Caruaru, Gravatá ,Cabo de Santo Agostinho e Recife (PE); Brasília – DF; Gramado e Pelotas (RS); Barueri  e São Paulo (SP); João Pessoa (PB).

Gramado (RS) e Cabo de Santo Agostinho (PE) só tiveram estabelecimentos classificados com A e B.

Porto Alegre na classificação final não obteve nenhum estabelecimento com nota A, 44% foram classificados com nota C e 32% apresentaram pendências.

São Miguel do Gostoso (RN) manteve-se sem nenhum estabelecimento com nota A.

Melhores aeroportos: Curitiba (PR) com 100% dos estabelecimentos classificados com nota A., seguido de Guarulhos (SP) com 97% de nota A.

Na semana passada mostramos no post Restaurantes participantes da Categorização da Copa autuados-no-rio-de-janeiro. Veja a nota final dos 4 estabelecimentos que participaram da categorização:

– Confeitaria Colombo (Forte de Copacabana) – A

– Restaurante da Quinta da Boa Vista – B

– DRI (Parque Lage) – B

– La Biciclette (Jardim Botânico) – C

Programas como este deixam em evidência que a falta de fiscalização é mais um dos problemas crônicos em nosso país.

Para refletir:

Como um estabelecimento com nota A, pode apresentar alimentos vencidos, seria isso cumprir rigorosamente a legislação ou uma falha de pouca importância?

Programas como este já são um primeiro passo, mas o que nós como profissionais da área podemos fazer para melhorar estes resultados?

 As notas dos estabelecimentos estão disponíveis no site da Anvisa.

 Fonte:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/2013+noticias/38+dos+servicos+de+alimentacao+sao+certificados+com+nota+maxima

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