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Os posts mais badalados de 2013 do blog Food Safety Brazil

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Queridos leitores, aqui está a lista dos cinco posts mais lidos de 2013.

Muitas vezes os colunistas debatem: qual será o assunto mais útil, mais interessante? Pensamos sempre no melhor para o nosso público. O resultado, na forma do retorno de vocês, foi:

  1. Surtos alimentares no Brasil – dados atualizados em 2013
  2. Publicação da CVS nº 5/2013 e revogação da CVS nº 6/1999 e CVS nº 18/2008
  3. O que são estas larvas no meu chocolate?
  4. Desinfecção de frutas, legumes e hortaliças
  5. Produto alimentício gera reação alérgica e empresa não apresenta laudos atestando segurança (mais comentado)
Agradecemos sua participação com comentários, curtidas e sugestões!

O que você vai querem encontrar em 2014?

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Coletânea de celebridades com intoxicação alimentar

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 Não são apenas as pessoas “normais” que sofrem ou já sofreram com algum tipo de doença transmitida por alimento. Os famosos também já foram vítimas desse mal que infelizmente ainda é muito comum  acontecer. Já compartilhamos com vocês um post anterior sobre celebridades com a intoxicação alimentar. Sim, com essas palavras, “intoxicação alimentar”, pois como a maioria dos mortais, pouco se aprofunda na investigação da causa e não temos total certeza do que foi. A seguir, a lista atualizada:

 Cléo Pires

A atriz Cléo Pires, foi internada no último dia 07 de novembro no Rio de Janeiro com um quadro de intoxicação alimentar. Segundo a assessoria de impressa da atriz, Cléo foi liberada após ter ficado seis horas em repouso tomando soro. A causa ou o alimento que a atriz ingeriu não foi informado.

 

 

Timo Glock

 

 

 

 

 

 

O piloto de F1 teve que faltar ao seu milionário emprego por não se recuperar de uma infecção intestinal. Ele não foi o primeiro piloto a não se dar bem com o cardápio em Valência, Espanha. Confira aqui.

Isabelle Drumond

 

A atriz Isabelle Drumond teve de passar um final de semana em casa de repouso, em julho de 2012. Devido a intoxicação alimentar, a atriz foi impedida de gravar a até então novela no ar, “Cheias de Charme”.

 

 

 

Pe Lanza

O vocalista da banda Restart passou por um quadro de intoxicação alimentar em 2012. Pelo Twitter, o cantor contou aos fãs que estava doente e ainda postou uma foto tomando soro.

“Olha meu dia que bacana, peguei uma intoxicação alimentar”

Justin Bieber

 O cantor Justin Bieber teve que interromper seu show no última 10 de novembro, em Buenos Aires na Argentina. Antes do show, o cantor já havia postado nas redes sociais que não estava se sentindo bem e que estava tomando soro. No meio do show, o cantor pediu desculpas aos fãs, mas falou que estava impossibilitado de continuar. O momento foi gravado.

 http://www.youtube.com/watch?v=HsGLFxa55xM#t=49

 Miley Cyrus

 

A cantor norte-americana Miley Cyrus teve de cancelar um show promovido pelo jornal alemão Bild em julho deste ano. A cantora escreveu a seguinte mensagem no twitter:
“Doente de cama 🙁 longe de casa. Música é o melhor remédio”

“Perdão ao Bild e aos meus fãs por não conseguir hoje”

Morrissey

 O ex-vocalista dos The Smiths e o parte da sua banda foram obrigados a adiar os shows que aconteceriam na América Latina em julho deste ano. Segundo um comunicado divulgado pela empresa que organiza os concertos, o cantor britânico e uma parte da banda que o acompanhou em Lima, capital do Peru, sofreram uma “severa intoxicação alimentar”. Vale ressaltar que Morrissey é vegetariano.

 Justin Timberlake

 

O cantor e ex-vocalista da banda N’Sync contou no programa de entrevistas do Jay Leno que quando veio ao Brasil em 2000, na noite anterior ao Rock in Rio, foi a uma churrascaria com o resto da banda e passou mal no dia seguinte..

 Eu cantei no Rock in Rio no Brasil semana passada, mas na primeira vez que fui lá foi em 99 ou 2000, com o N’Sync, na noite anterior (…). Eles cortam a carne na sua frente e você tem o lado verde e vermelho do prato e você vira pra dizer que está satisfeito. Infelizmente eu não virei aquela roleta e tive infecção alimentar na noite anterior e foi terrível”

 Robbie Williams

 

O cantor foi obrigado a cancelar um show pela primeira vez, após ter ingerido mariscos em 2011. Ele publicou uma foto no seu site oficial, juntamente com um pedido de desculpas para os fãs.

“Obrigado pelas vossas mensagens de apoio e carinho. Ainda não recuperei mas já me sinto um pouco melhor. Sinto-me terrível por decepcionar os fãs. Desculpem.”

 Bruno Mars

 
O cantor Bruno Mars passou mal no Rio de Janeiro em 2012, onde se apresentou no festival Summer Soul. No Twitter, ele escreveu:
“Estou em má forma, Rio. Tive uma intoxicação alimentar. Estamos tentando arrumar tudo para que eu possa fazer esse show. Espero por isso há muito tempo. O médico está a caminho”, postou ele no microblog.
 
Niall Horan (One Direction)
 

Niall Horan, integrante da boy band One Direction, informou que teve sintomas de uma intoxicação alimentar depois de uma turnê promocional do grupo em abril de 2012.

O cantor informou via Twitter:
“Não estou me sentindo muito bem. O corpo inteiro corpo dói”
 “Intoxicação alimentar não é bom”

Selena Gomez

 

A cantora e atriz foi hospitalizada duas vezes em uma semana em 2011. Segundo a revista “Us Weekly”, exames revelaram que ela sofreu uma “intoxicação alimentar combinada com estafa”.
Selena foi levada ao hospital pela primeira vez em uma quinta-feira, com dor de cabeça e náuseas. No sábado, ela voltou a sentir fortes dores de cabeça e foi levada novamente ao hospital em Los Angeles.

 George Clooney e Stacye Keibler

 
George Clooney e a namorada Stacy Keibler, em visita à Itália em 2012, saíram para jantar e após a refeição não passaram bem.
Segundo o site TMZ, eles estavam com amigos na comuna de Cernobbio e ambos tiveram intoxicação alimentar.
Pelo Twitter, Stacy confirmou o ocorrido:
 “Finalmente tive uma refeição ruim na Itália. Todo o nosso jantar estava estragado… Bom, pelo menos ainda estou na Itália.”

Katy Perry

 A cantora Katy Perry deixou muitos fãs preocupados depois de ter ido parar no hospital por uma intoxicação alimentar em 2011. Não se sabe exatamente que tipo de comida causou essa reação na artista. Pelo Twitter, ela se desculpou:

 Chicago e San Pau’s eu sinto muito por ter adiado o dia de hoje e o de amanhã dos meus shows. Voltarei em poucas semanas para dar o melhor show que nunca viram antes.”, afirmou ela.

Podemos perceber que ninguém está livre de sofrer esse tipo de enfermidade que pode ocorrer em qualquer parte do mundo.

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Os 10 maiores surtos alimentares de 2013 dos EUA

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O site americano Food Safety News listou os maiores surtos alimentares de 2013 nos Estados Unidos, o que nos dá pistas sobre o comportamento da microbiota e os riscos das cadeias produtivas de alimentos.  A lista filtrou casos de patógenos em hortifrútis servidos em restaurantes.

 Da para reparar que o caso mais crítico é reincidente e que metade dos surtos o agente etiológico é a Salmonella, seguida por E.coli, que representou 3 entre os 10 surtos alimentares.

10 . E. coli O157: H7 de saladas de frango da Glass Onion , 33 doentes. Consumidores da Trader Joe em quatro estados adoeceram após comerem a salada com frango grelhado ou salada Mexicana com frango, chile e limão. Pelo menos sete pessoas foram e duas desenvolveram a síndrome hemolítico-urêmica (SHU).

9 . Salmonella a partir de Hacienda Don Villo em Channahon , 35 doentes. Não se conseguiu identificar o alimento implicado. Pelo menos uma pessoa foi hospitalizada  e um funcionário estava positivo para Salmonella.

8 . E. coli O121 de alimentos congelados da Farm Rich foods, 35 doentes. Foi realizado um grande recall de congelados (mini-pizza, cheeseburgers e quejadilhas). As vítimas foram predominantemente jovens, sendo 82% menores de 21 ano. Nove foram hospitalizados

7 . Salmonella a partir de pepinos importados, 84 doentes. O agente foi  Salmonella Saintpaul de para pepinos importados do México . Daqueles confirmou doentes, 17 foram hospitalizados. Os importadores foram impedidos de trazer mais produtos para os EUA até que pudessem provar que os produtos não estavam mais contaminados.

6 . E. coli O157 : H7 do Federico Mexican Restaurant, 94 doentes. Alface é fonte provável dos E. coli, mas nenhum outro restaurante que comprou do mesmo fornecedor, tiveram casos ligados a eles . A alface pode sofrido contaminação contaminada de outro alimento no restaurante, ou o restaurante pode ter recebido um lote altamente contaminado. Duas vítimas desenvolvido HUS , como resultado de suas infecções

5 . Salmonella da Foster Farms Chicken, 134 doentes. O primeiro dos dois surtos da Foster Farms , em 2013 ,atingiu Washington e Oregon e em seguida, se espalhou em 13 estados. Pelo menos 33 pessoas foram hospitalizadas.

4 . Hepatite A, de frutos orgânicos congelados da fazenda Townsend, 162 doentes. Pelo menos 71 pessoas foram hospitalizadas após comer uma mistura de frutos orgânica comprados em lojas Costco. A fonte exata do surto foram sementes de romã da Turquia.

3 . Salmonella de um jantar a base de tapasno Firefly, Las Vegas, NV, 294 doentes. A loja foi fechada e reabriu em outro local.

2 . Salmonella da Foster Farms Chicken, que produz cortes de carnes, 416 doentes. Pelo menos 162 pessoas foram hospitalizadas após provavelmente em casa não cozinharem bem o frango ou manipularem de forma a introduzir contaminação cruzada acidental.  Ainda há novos doentes sendo identificados e a empresa se recusou a fazer recall.

1 . Cyclospora em saladas e coentro , 631 doentes. A investigação é confusa uma vez que aparentemente são dois surtos de Cyclospora em paralelo . Do que se rastreou dos consumidores do restaurante Darden, foi a alface do Mexico, mas nenhuma contaminação foi confirmada na nas fazendas. Enquanto isso, se verifica conexão com coentro fresco cultivado em Puebla, México. Abaixo você pode visualizar a evolução na identificação dos casos.

 Surtos de norovírus (a popular virose) não foram contabilizados.

Você pode conferir a notícia no Food Safety News.

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Case: cuidado com o que se comunica aos manipuladores de alimentos

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Outro dia estava em uma indústria de alimentos, próxima do dispensador ilustrado abaixo, parte do “kit de higiene” de um fabricante de produtos de higiene pessoal, que incentiva que os manipuladores de alimentos apliquem um spray antisséptico nas mãos no início e no fim de suas atividades.

Eis que enquanto tomávamos café nas imediações, observamos uma dedicada manipuladora fazendo sete aplicações em suas mãos. Sete! Saia encharcada e segura que estava fazendo o melhor pela segurança dos alimentos.

Então uma gestora da qualidade foi lhe perguntar por que ela não utilizava a dosagem padrão, que é uma a duas borrifadas. Eis que ela retruca: mas olha aqui, está escrito que é para aplicar 7X!

Clique na imagem e com seus próprios olhos e tire as suas conclusões sobre a importância da simplicidade, clareza e ausência de ambiguidades na comunicação com colaboradores!

 

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Evento: National Consumer Food Safety Education Conference

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Para quem estiver animado a ir à terra do Tio San, anote na agenda o evento “A Food Safety America” que vai acontecer nos dias 04 e 05 de dezembro de 2014. O foco é a educação de consumidores, e a chamada é:

Se você trabalha para educar os consumidores sobre a importância da higiene das mãos e manipulação segura dos alimentos, você vai querer se juntar a nós para esta conferência, em dezembro de 2014.

Nos bastidores, os grandes reguladores norte-americanos: FDA, USDA, CDC.

Ainda há pouca informação disponível, mas você pode se tornar assinante do evento para ir recebendo as atualizações.  Clique aqui.

 

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Humor: surto de E.coli em espinafre e marinheiro Popeye

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Quem se lembra do surto de E.coli O157:H7 nos EUA, causado por espinafre

Nem só os brasileiros fazem piada de suas mazelas como já mostramos aqui no blog sobre o caso do leite compensado. 

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Global Harmonization Initiative

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Não é raro recebermos notícias de devoluções de cargas de alimentos por um país cliente do Brasil, o que causa prejuízos ao país de destino, que fica desabastecido, ao produtor, seus acionistas e até ao meio ambiente, por não aproveitamento de um frete e necessidade de descarte. Já sofremos embargos que impactaram inclusive uma cadeia produtiva inteira, levando a quebra de empresas e obviamente perdas de postos de trabalho. Aqui em nosso país temos também empresas com duas “categorias” de produtos: os para mercado interno e aqueles para exportação, sendo que supostamente as que atendem requisitos legais mais apertados são os países de destino.

Para quebrar estas barreiras, a Iniciativa Global de Harmonização, original Global Harmonization Initiative, tem como objetivo evitar a destruição desnecessária de alimentos considerados seguros em um país, mas não em outro, como resultado das diferenças de regulamentação de alimentos entre as nações, enquanto há um bilhão de pessoas sofrendo com a indisponibilidade de alimentos. 

Fundada em 2004 como uma atividade conjunta da do Institute of Food Technologists (IFT) e da Divisão Internacional e da Federação Europeia de Ciência e Tecnologia de Alimentos (EFFoST), a Iniciativa de Harmonização Global (GHI) é uma rede de organizações científicas e cientistas individuais trabalhando em conjunto para promover a harmonização das normas de segurança alimentar global e legislação.

Alguns grupos de trabalho do GHI:

Segurança de alimentos de químicos
Materiais em contacto com alimentos
Toxicologia genética
Processamento de alta pressão
Listeria em alimentos prontos para consumo
Micotoxinas
Nanotecnologia
Nutrição
Aspectos regulatórios de redução de perdas pós-colheita
A segurança alimentar em relação às leis dietéticas religiosas

Conheça mais sobre o trabalho do GHI, aqui:

http://www.globalharmonization.net/newsletters

 

 

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Entrevista: Marcelo Garcia

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Marcelo Garcia é o colunista mais jovem do blog Food Safety Brazil, e está aqui para demonstrar que a capacidade de fazer diferença para uma causa independe da idade. Ele é cientista em alimentos e antes mesmo de se graduar já fazia parte da equipe, atendendo de forma eclética as demandas dos leitores. É dele o post mais visitado do blog atualmente, o Surtos alimentares no Brasil – dados atualizados em 2013.

Hoje é seu aniversário, e mantendo nossa tradição, o entrevistamos: 

Como se tornou colunista do blog?
Conheci o blog através do Facebook e achei bastante interessante o trabalho dos colunistas. Claramente todos tinham algo para compartilhar e a vontade de promover a segurança de alimentos no país. Aí entrei em contato com a editora chefe e demonstrei interesse em fazer parte do corpo de colunistas. Fui muito bem aceito e já “coloquei a mão na massa” na tradução de textos relacionados à food safety que não são geralmente veiculados em sites do Brasil. Já faz mais de um ano que eu sou colunista e posso dizer que o trabalho é muito gratificante. Cada comentário, curtida, ou dúvida de leitores é muito legal.

O blog me proporcionou muitas oportunidades também, pois além de conhecer excelentes profissionais de todo o país, ainda fiz viagens à congressos representado o Food Safety Brazil, sempre em busca de atualizações como profissional e para o blog, compartilhando sempre com os leitores.

 Por que resolveu trabalhar na área de tecnologia de alimentos?
Eu diria que caí de paraquedas no curso. Era um curso novo na minha cidade, eu mal sabia o que um profissional formado nessa área faria especificamente. Fiz o vestibular, passei e disse: Vamos ver no que vai dar.
A cada semestre fui me apaixonando mais pelo curso e pelas disciplinas. Ainda no segundo semestre comecei a trabalhar com microbiologia de alimentos, o que fez eu pensar: estou no lugar certo.
Depois da disciplina de higiene e legislação de alimentos que fui me focando mais área de controle de qualidade, até fazer estágio voluntário auxiliando na elaboração de um plano de Boas Práticas para escolas da minha cidade. Aí cada vez mais fui me ligando à essa área e fiz meu estágio de conclusão em um indústria de beneficiamento de arroz, onde tive a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais, os quais eu sou muito grato por toda aprendizagem que a mim foi proporcionada.

 Como avalia a abordagem do assunto “Segurança de alimentos” em seu curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos? Quais os pontos fortes e fracos na sua opinião?
– A abordagem no curso é bem completa. Começamos tendo noções nas disciplinas de microbiologia e iniciação à ciência e tecnologia de alimentos, depois vamos tendo disciplinas mais específicas como higiene e legislação de alimentos e controle de qualidade na indústria de alimentos, também vemos alguma coisa na disciplina de gestão ambiental e controle de efluentes na indústria de alimentos.
O ponto forte eu diria que é a parte teórica em si, que é bastante completa e aborda todos os conceitos e requisitos de forma bem prática.
O ponto negativo, acho que como em todas as disciplinas que envolvem o conhecimento industrial, devemos conhecer bem o processo que envolve o processamento de determinado tipo de alimento, para se pôr em prática o conhecimento sobre os sistemas de gestão de qualidade que quer ser utilizado. E esse conhecimento industrial só é adquirido quando se está atuando na indústria.

 Na sua percepção, que características o mercado de trabalho está buscando nos jovens profissionais? Os processos seletivos testam ou valorizam algum conhecimento técnico ou é mais importante “trabalhar em equipe” e falar inglês?
Acho que depende muito do que a empresa está buscando. Por exemplo, no processo seletivo para o meu estágio na indústria, acho que o meu conhecimento técnico falou mais alto para que eu fosse escolhido, pois a empresa estava precisando de alguém para auxiliar na implementação das BPF e eles não tinham tempo de treinar alguém, por isso eles queriam alguém que já tivesse o conhecimento no assunto para auxiliar os profissionais que já estavam trabalhando no processo.
Obviamente existem empresas que avaliam apenas o “trabalhar em equipe” e o “falar inglês”, isso claramente é visto nos requisitos básicos do processo seletivo de algumas delas. Mas como eu disse, isso depende da empresa e outro fator que acho que influencia nessa questão é o porte da empresa e a consolidação da mesma no mercado.

 
Você que é cientista de alimentos, sente que ainda há preconceito no mercado com estes profissionais? Já passou por alguma situação deste tipo?
No início eu sentia sim, principalmente quando eu falava qual curso eu fazia. Quando eu falava: Eu sou acadêmico do curso de ciência e tecnologia de alimentos, a primeira coisa que eu ouvia era: O que é isso? “É tipo nutrição?” Ou “é tipo gastronomia?”.
Mas com relação ao profissional em si, não senti não. Acho que as empresas que procuram estes profissionais já conhecem e já sabem o que um cientista de alimentos é hábil a fazer e quais as suas competências. Acho que o preconceito pode vir apenas de pessoas desinformadas e que estão acostumadas com os cursos mais habituais, como nutrição e gastronomia.
Aproveitando o espaço, deixo a seguinte definição de cientista de alimentos, de acordo com a PLC 5486/2013.
O cientista de alimentos é o responsável, dentre outras coisas, pelo gerenciamento, responsabilidade técnica, assistência, assessoria, consultoria, elaboração de orçamento, divulgação e comercialização, no âmbito do controle, produção e análise de matérias primas, insumos e alimentos.”
“A profissão será exercida pelos graduados em curso superior de Ciência de Alimentos ou Ciência e Tecnologia de Alimentos, ou mesmo cursos similares realizados no exterior e reconhecidos pelo MEC
 

Como é a concorrência profissional na sua área?
Como o mercado de alimentos é bastante complexo e abrangente, eu diria que a concorrência é grande. As empresas buscam cada vez mais profissionais ligados à área de alimentos seja para uma consulta técnica ou até responsabilidade técnica.
Mas não é só o mercado de trabalho que é bastante concorrido, os processos seletivos, principalmente de cursos de pós-graduação são bem procurados e a concorrência é grande. Digo por experiência própria.
 

Quais são suas preocupações como jovem em relação à segurança de alimentos?
– Acho que a minha preocupação é igual a de todos os profissionais da área de alimentos, a falta de comprometimento das indústrias de alimentos com a segurança dos seus produtos. As legislações e as portarias estão aí para serem cumpridas e sabemos que não é bem assim. Acho que se não houver cobrança dos órgãos competentes, nada adianta a legislação. Obviamente existem exceções e empresas muito comprometidas com a segurança de alimentos, mas não é regra.

 

Em termos práticos, como cuida da sua segurança de alimentos?
Fazendo o básico, principalmente nos fatores relacionados a conservação dos alimentos e os cuidados com tempo x temperatura.

 Recorde outros posts do Marcelo:
Aplicativos para smartphones e tablets contribuindo para a segurança dos alimentos
Gafes na manipulação de alimentos nos programas de TV
Temperatura de segurança mínima para o cozimento dos alimentos
CDC identifica os grupos de pessoas mais suscetiveis à Listeria
Surto de Norovírus em um Cruzeiro em Sidney
Como preparar álcool 70% em casa

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Autoridade Europeia conclui que aspartame é seguro nos níveis atuais de exposição

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Nos níveis atuais de exposição, o adoçante aspartame é seguro para o consumo humano, concluiu a Autoridade Europeia em Segurança de Alimentos (EFSA) em sua primeira avaliação de risco completa deste adoçante.

Para realizar esta avaliação, a Agência realizou uma revisão rigorosa de toda a investigação científica disponível sobre o aspartame e seus produtos de degradação, incluindo tanto estudos em animais como em humanos.

“Esta opinião representa uma das avaliações de risco mais abrangentes sobre o aspartame já realizadas”, disse o presidente do painel da EFSA que realizou a avaliação.

O uso do aspartame em refrigerantes fez 30 anos em julho deste ano, conforme informamos em post publicado aqui, porém boatos de origem variada e estudos científicos de validade discutível sempre questionaram a segurança desta substância. Os peritos do painel científico europeu consideraram todas as informações disponíveis e, após uma análise detalhada, concluíram que a atual Ingestão Diária Aceitável (IDA) de 40 mg/kg de peso corporal /dia é adequada para a proteção da população em geral. No entanto, em pacientes que sofrem da condição médica fenilcetonúria, a IDA não é aplicável, uma vez que exigem a estrita observância de uma dieta pobre em fenilalanina (um aminoácido).

Os peritos descartaram um risco potencial de o aspartame causar danos aos genes e indução de câncer. Eles também concluíram que o aspartame não prejudica o cérebro, o sistema nervoso, nem afeta o comportamento ou a função cognitiva em crianças ou adultos. No que diz respeito à gravidez, o Painel observou que não havia risco para o desenvolvimento do feto por exposição à fenilalanina derivada do aspartame na atual IDA (com exceção de mulheres que sofrem de fenilcetonúria).
O parecer deixa claro que os produtos de degradação do aspartame (fenilalanina, metanol e ácido aspártico) também estão naturalmente presentes em outros alimentos (por exemplo: o metanol é encontrado em frutas e legumes). A contribuição dos produtos de degradação do aspartame para a exposição alimentar global a estas substâncias foi considerada baixa.

Leia também:

Adoçantes artificiais ajudam a engordar??

Adoçantes sintéticos podem contribuir para a diabetes, diz um novo e controverso estudo

Corantes artificiais causam hiperatividade em crianças?

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Entrevista: Ana Cláudia Frota

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Ana Cláudia Frota é conhecida como “consultora dos consultores” da Flavor Food, empresa onde é sócia. Preparou mais de 30 empresas em certificação ISO 22000 no papel de consultora, de portes e segmentos diversos, além de atuação na FSSC 22000 e BRC Food. Como hoje é seu aniversário, nos concedeu esta entrevista:

Como foi que você decidiu focar a sua carreira na área de segurança de alimentos, desde o início? Era um assunto que já era do seu interesse desde o início?
Sim, desde a faculdade sempre tive o interesse pela área da qualidade, tanto que só busquei estágios nesta área. Alias, diria que meu interesse pela área é que me levou a fazer a faculdade de engenharia de alimentos. Na faculdade, adorava as aulas de ciência e tecnologia, tão importantes hoje para conhecer e dominar os diferentes processos em que atuo. Depois, conhecendo melhor o assunto, me apaixonei pelo tema segurança de alimentos. Com o tempo, meu interesse pelo segmento só aumentou. Acredito que nosso trabalho faz a diferença na prevenção de doenças que impactam diretamente na saúde de um número enorme de pessoas. Trabalho pensando na minha filha, na minha família, nos meus amigos…e para mim não há nada mais motivador do que o bem estar daqueles que eu amo. Além de acreditar na causa, consigo como consultora somar a deliciosa atividade do aprender para ensinar.

Quais foram os principais desafios que você enfrentou quando começou a trabalhar na Flavor Food?
Há 10 anos o tema segurança de alimentos não era tão divulgado e principalmente não era tão cobrado na cadeia produtiva de alimentos. As grandes e médias empresas estavam direcionadas para as implementações de Sistemas de Gestão da Qualidade, geralmente baseado na ISO 9001 e buscavam adequações nas regras de BPF. As pequenas, muitas vezes, desconheciam completamente os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis ao segmento. Assim, um dos principais desafios foi trabalhar a conscientização e a importância do atributo segurança dos alimentos dentro da temática qualidade, tanto na indústria como em serviço de alimentação. Nem sempre a segurança dos alimentos foi considerada um requisito intrínseco da qualidade de um alimento!
Comecei a trabalhar na Flavor Food em maio de 2003 quando a empresa tinha apenas 6 meses de fundação, era uma empresa recém criada e por este motivo também tivemos dificuldades para conquistar o nosso espaço e para mostrar a competência do nosso trabalho. Com os meses, o volume de trabalhos foi aumentando e hoje há meses do ano que não damos conta! É um orgulho poder falar que nossa principal fonte de trabalho são as indicações de clientes.

A sua experiência profissional é essencialmente voltada para a área de consultoria, mas alguma vez você teve vontade ou sentiu falta de ter uma experiência de trabalho mais direta e rotineira na indústria?
No começo de 2005 senti esta vontade, ou melhor esta necessidade de vivenciar o outro lado. Por este motivo, sai da consultoria e fui trabalhar na área da qualidade de uma empresa tendo como desafio a implementação da ISO 9001 e do APPCC segundo o Codex Alimentarius. Fiz este trabalho e assim que surgiu a oportunidade voltei para a consultoria. Gosto de ensinar, gosto de descobrir soluções para cada problema, dos desafios, da pressão e da correria da consultoria. Também gosto do fato de não haver tanta rotina,  da oportunidade de poder conhecer processos, pessoas e realidades distintas (com quanta gente interessante já pude trocar experiência!), gosto de ser constantemente desafiada (física e mentalmente), gosto de ter que estudar e fazer melhor a cada dia, me sinto grata e honrada por poder participar de tantas mudanças e de momentos importantes nos meus clientes, enfim…pelo menos nos próximos 20 anos não me vejo fazendo nenhuma outra coisa…depois quem sabe, daria aulas.

Tem alguma dica para os leitores do blog que desejam desenvolver uma carreira como consultor em segurança de alimentos?
Ser consultor em segurança de alimentos não pode ser um passatempo ou “ bico”. Isso pela complexidade, seriedade e pela importância do tema. É preciso estudar muito e sempre. As inovações da ciência e tecnologia e os contextos socioeconômicos afetam significativamente e estão em constante mudança. É preciso ter visão estratégica, além do conhecimento.  O consultor deve estar preparado para buscar soluções personalizadas para cada segmento, para cada empresa e para cada necessidade. Para isso, é preciso ter empatia, saber e querer entender as necessidades de seu cliente. E muito importante: é preciso saber se posicionar e dizer não quando preciso, mesmo quando o poder de decisão não está nas suas mãos, os riscos e potenciais consequências devem ficar claros.   

Como você vê a evolução das normas de segurança de alimentos nas últimas décadas? O que podemos esperar para os próximos anos?
O assunto de segurança de alimentos tem ganhado cada vez mais espaço na cadeia produtiva de alimentos. No Brasil, até anos atrás se falava apenas em Boas Práticas de Fabricação de uma forma bastante superficial ou direcionada para apenas uma região do país (Ex: a já revogada Portaria CVS6/99 válida apenas no estado de SP). A publicação da Resolução RDC 275/02 da Anvisa e de abrangência nacional já nos presenteou com pormenores interessantes. A partir daí vivenciamos um grande avanço no tema em termos de requisitos estatutários e regulamentares. Tivemos a publicação da NBR 14900, BRC, IFS, SQF, ISO22000, FSSC22000, entre outros esquemas específicos ou que trabalham a temática segurança dos alimentos. Hoje para uma empresa inserida na cadeia produtiva de alimentos fornecer para outra comumente é exigido que se tenha um programa ou sistema de gestão de segurança de alimentos. Nos últimos 3 anos, os esquemas reconhecidos pelo GFSI estão sendo cobrados por diversas empresas. Acredito que esta tendência será mantida para os próximos anos e que esta exigência será permeada ao longo de toda cadeia, de modo a fechar todo o ciclo de avaliação e controle.  Empresas fornecedoras de embalagens, ingredientes, aditivos e de materiais de contato serão cada vez mais inseridas neste contexto.
Recentemente foi publicado aqui no blog um relatório contendo os dados das certificações em segurança dos alimentos aqui no Brasil. Na ocasião do levantamento, haviam 251 empresas certificadas em esquemas reconhecidos pelo GFSI, número este ainda pequeno quando comparado com o número de empresas existentes.  Pode se observar uma concentração nas regiões sudeste (São Paulo, principalmente), sul e centro oeste. Ainda temos muitas oportunidades de crescimento.

 
Em termos de legislação:
a)     Se você pudesse criar uma norma ligada à segurança de alimentos para uso no Brasil, que norma você criaria?   Criaria um documento para gestão e controle de perigos químicos na cadeia produtiva de alimentos como por exemplo: alergênicos, acrilamida, 3MCPD, dioxinas, carbamatos de etila, entre outros. Também considero urgente a necessidade de um regulamento de abrangência nacional para se definir as regras de boas práticas de fabricação em indústrias de embalagem para contato em alimentos.

 b)     Se você pudesse eliminar uma norma vigente, qual seria? Por que?
Eu eliminaria normas totalmente já desatualizadas como por exemplo o Decreto 55871 de 1965! Mas faria um grande trabalho de revisão nos regulamentos que são reconhecidamente não cumpridos. Particularmente considero um absurdo a fala “ tal lei não pegou”. No entanto, muitas normas já são publicadas sem que haja um trabalho de base anterior, dificultando sua compreensão e aplicação. Outras preveem controles analíticos sem que se tenha laboratórios nacionais capacitados ou ainda desconsideram a realidade da infraestrutura de fábricas anteriores a publicação dos requisitos.  E ainda tem as que são simplesmente confusas (quem nunca se perdeu na Portaria 2914/11 ou na Resolução 42/13?).

5 min leituraAna Cláudia Frota é conhecida como “consultora dos consultores” da Flavor Food, empresa onde é sócia. Preparou mais de 30 empresas em certificação ISO 22000 no papel de consultora, de […]

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