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Alimentos “politicamente seguros”: arsênio, agrotóxicos e mais

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Decisões políticas colocam dúvidas se estamos consumindo alimentos seguros de fato ou apenas alimentos politicamente seguros. Isto me veio à cabeça assim que li a nota do FDA sobre a proposta de estabelecer um “nível de ação” para resíduos de arsênio inorgânico em suco de maçã. Ora, o próprio FDA admite que raramente encontra este tipo de produto fora do nível proposto (10 ppb).

Mas e o arsênio no arroz, assunto que já comentamos aqui duas vezes? A organização de consumidores Consumer Reports divulgou um relatório preocupante sobre os níveis de contaminação de arroz por arsênio em novembro passado, sugerindo aos norte-americanos que reduzissem o consumo do produto. A FDA prometeu concluir suas próprias análises até dezembro de 2012 e fazer uma avaliação da questão, mas até agora só o que fez foi divulgar em maio as mesmas análises que já tinha mostrado em setembro e dizer que continua estudando o assunto. A imprensa americana, porém, está atenta: artigo publicado no Chicago Tribune no início de julho questiona a lentidão da Agência.

O mesmo tipo de contaminação, arsênio em arroz, foi denunciado no Brasil, em pesquisa da USP divulgada em maio de 2013. Não li qualquer apreciação das autoridades públicas (Anvisa e MAPA) sobre esta questão.

A Consulta Pública 101/2010, da Anvisa, que atualiza níveis de contaminantes inorgânicos em alimentos, propondo inclusive um teor máximo de 0,3 mg/kg de arsênio em arroz, até hoje não foi transformada em Norma. Por que o MAPA não incluiu análise de arsênio no arroz como parte do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes desta safra? A Anvisa não deveria ter solicitado, já que é a responsável pela segurança de alimentos no país? Será por falta de capacidade analítica para um grande número de amostras?

Se ampliarmos o leque, as perguntas começam a pipocar: no Plano de Controle do MAPA, a cultura com menor índice de conformidade na última safra foi o pêssego (apenas 14% de conformidade, com a presença de um pesticida proibido no Brasil, o ometoato). Estranhamente, o pêssego saiu da lista das culturas controladas na próxima safra.  Será mais um caso de alimento “politicamente seguro”?

Usando esta linha de raciocínio para os padrões microbiológicos de alimentos (Resolução 12/2001, da Anvisa), podemos ainda  perguntar: não é estranho estabelecer ausência de Salmonella para uma ampla classe de aditivos (que podem ser extremamente secos e ácidos como ácido cítrico, por exemplo), e não estabelecer este mesmo critério para carnes de aves?

Chega de fazer perguntas.  

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Batata palha pesquisada pela Proteste apresenta teores variados de acrilamida

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A Proteste averiguou a segurança de 10 marcas de Batata-palha.

Um dado que chama a atenção, é que teores de acrilamida foram identificados com variações de até 4 vezes entre uma marca e outra. A Proteste questionou a falta de critérios legais estabelecidos.

Também foi percebida a presença de glutamato monossódico não declarado na lista de ingredientes, porém não é possível afirmar com certeza se houve má fé das empresas produtoras, uma vez que pode estar naturalmente presente nos alimentos. Ainda assim, os teores estiveram dentro do preconizado pela legislação européia.

Confira o artigo na íntegra.

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Uso de aspartame completa 30 anos e Agência Europeia faz sua reavaliação

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Em julho de 1983, portanto há 30 anos, a FDA, agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA, aprovou o uso do aspartame em refrigerantes. Dois anos antes, em 1981, a Agência já havia liberado o aspartame como adoçante de mesa e para uso em cereais, café solúvel, chás, pudins, recheios e coberturas. Desde então, o aspartame tornou-se um dos mais consumidos – e mais controversos – aditivos alimentares em todo o mundo. De um lado, há o desejo do consumidor por um substituto do açúcar seguro e com menor potencial calórico e do outro, o medo deste mesmo consumidor de ser enganado por uma conspiração entre a indústria e os órgãos reguladores.

Exemplos desta tensão não faltam. Tempos atrás, circulou na internet uma mensagem falsa, supostamente escrita por uma médica e que relacionava o aspartame à ocorrência de quase todas as doenças imagináveis, como esclerose múltipla, mal de Parkinson, câncer, fibromialgia, tontura, dor de cabeça, zumbido no ouvido, dores articulares, depressão, ataques de ansiedade, fala atrapalhada, visão borrada e muitas outras, até perda de memória. A mensagem motivou, inclusive, a divulgação de um Informe Técnico da Anvisa, atualizado em janeiro de 2012, cuja leitura recomendo aos interessados.

Em 2005, houve um estudo realizado na Itália sobre a possível associação entre o consumo de aspartame e a indução de câncer em ratos. A Câmara Técnica de Alimentos da Anvisa considerou que os dados apresentados neste estudo são insuficientes para estabelecer uma relação direta entre o desenvolvimento destas doenças e o consumo de aspartame. A Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) também avaliou este estudo em três oportunidades diferentesinclusive com acesso direto aos dados, e chegou à mesma conclusão.

Por que o aspartame seria tóxico?

O aspartame, também conhecido por um de seus nomes comerciais, Nutrasweet®, é um edulcorante (“substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento”) com poder adoçante 200 vezes maior do que o açúcar. A preocupação com sua possível toxicidade deve-se à possibilidade da dissociação da molécula de aspartame no alimento com liberação de metanol, composto reconhecidamente tóxico.

No entanto, frutas cítricas, tomate e outras frutas também contêm altos teores de metanol, que é metabolizado naturalmente pelo organismo. A quantidade de metanol proveniente do aspartame necessário para adoçar uma lata de refrigerante equivale à quantidade liberada pelo mesmo volume de suco de laranja ou de maçã, sendo muito inferior à do suco de tomate e de uva.

O aspartame foi objeto de extensa investigação nestes 30 anos, incluindo pesquisas clínicas, estudos epidemiológicos e de exposição. Existe um consenso entre os diversos comitês internacionais considerando o aspartame seguro, quando consumido dentro da Ingestão Diária Aceitável* (40 mg/kg p.c).

A Autoridade Europeia para Segurança de Alimentos tem um programa de reavaliação sistemática de todos os aditivos alimentares aprovados antes de janeiro de 2009. A reavaliação do aspartame, programada para 2020, foi antecipada para 2013 e já está em andamento. O relatório final desta reavaliação deverá estar pronto até novembro deste ano.

No Brasil, os limites de uso dos edulcorantes em alimentos constam da Resolução RDC n° 18 de 2008, da Anvisa.

– *IDA (Ingestão Diária Aceitável): estimativa da quantidade da substância no alimento ou bebida, expressa em base de peso corpóreo, que pode ser ingerida diariamente por toda vida sem risco apreciável; é estabelecida em unidades de miligrama por kg de peso corpóreo (mg/Kg p.c.).

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Ketchups brasileiros livres de pesticidas segundo levantamento da Proteste

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A Proteste dá boas notícias aos consumidores de ketchup, um produto a base de tomate, alimento usualmente incriminado nos levantamentos de residual de pesticida. Nenhuma das marcas apresentou este perigo, o que pode ser conferido no link aqui.

Em um caso, foi encontrado pelo de rato, fato denunciado prontamente pela associação:

http://www.proteste.org.br/alimentacao/nc/noticia/ketchup-tem-pelo-de-roedor

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Trabalho em equipe: a solução veio da participação

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Há momentos em que a participação da equipe na solução de um problema é decisiva. Vivi uma situação em que um operador de máquina resolveu em uma única tentativa um problema que incomodava três engenheiros há semanas. Bastou expor o problema e pedir ajuda.

O fato aconteceu numa indústria de alimentos, na linha de reprocessamento. Ali, a partir dos produtos não conformes, preparava-se uma calda que, após alguns processos, era filtrada com carvão e outras substâncias para remoção de resíduos e corantes. Após clarificada, a calda era reincorporada ao processo principal, garantindo a segurança do alimento.

Na época, fazíamos testes para melhorar a cor desta calda que, mesmo após filtração, mantinha-se escura por ainda reter resíduos de corantes. Tínhamos uma amostra de referência da calda desejada, extremamente cristalina. No entanto, por mais que alterássemos nosso processo, mudando a temperatura, o tempo de contato, a agitação nos tanques, a quantidade de carvão empregada, a pressão no filtro, nada fazia melhorar a cor da nossa calda, cuja transparência estava a anos-luz do desejado.

Resolvi então reunir a equipe, com todos os operadores da linha, todos com escolaridade de ensino médio incompleto, expliquei o que pretendíamos e mostrei-lhes a calda desejada para comparação. Pedi a eles que também fizessem testes em cada etapa e observassem o resultado. Pois bem, já no dia seguinte, ao chegar para trabalhar, havia em minha mesa um frasco de calda tão clara quanto a referência e o recado de que um operador queria falar comigo.

Como ele conseguiu? Havia uma etapa inicial de neutralização da calda, que era a única bem detalhada nos livros técnicos e cuja função era evitar formação de compostos que fariam o alimento final umedecer e melar. Contrariando as recomendações de todos os livros, ao invés de neutralizar a calda na primeira etapa, o operador adicionou ácido e só fez a neutralização após a filtração, como última etapa. O procedimento era arriscado porque, como foi dito, poderia afetar o produto final. No entanto, analisamos a calda para ver as reações que tinham ocorrido e constatamos que, pela fórmula do alimento que empregávamos (um pouco diferente das existentes nos livros), era possível sim usar aquela condição de processo sem risco de perda de shelf life.

O problema estava então resolvido! Uns podem achar que foi pura sorte. Para mim, o que motivou o operador a obter solução tão rápida pode ter sido o desafio para mostrar sua capacidade ou o valor que lhe foi atribuído de antemão ao pedir sua ajuda. Sem dúvida, ele não estava preso ao paradigma de que a calda devia ser, antes de tudo, neutralizada e essa liberdade foi fundamental. Mais fundamental ainda, creio, foi dar liberdade ao funcionário para testar.

Não sei se há um método infalível para obter participação e envolvimento da equipe na solução de problemas, mas dizer claramente o que se busca, não subestimar a capacidade do grupo e demonstrar real empenho na solução do problema são um bom começo.

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Evitando DTA em nossas cozinhas

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“Verifique os seus passos”! Este é um material preparado pelo governo americano, de forma didática, para ajudar o consumidor a evitar doenças transmitidas por alimentos (DTA) em casa. São quatro dicas simples e básicas, que não fogem ao que já conhecemos e o que já foi relatado em muitos outros artigos do nosso blog. O que chamou a atenção foram os recursos visuais, com fotos e vídeos explicativos. Existe até mesmo um site governamental, nos Estados Unidos, dedicado ao assunto de segurança de alimentos: www.foodsafety.gov

 

De acordo com as estatísticas americanas, no último ano um em cada seis americanos contraíram alguma DTA. Isto significa que aproximadamente 20% das pessoas ficaram doentes ou ficarão doentes em decorrência do consumo de alimentos contaminados e de hábitos de higiene inadequados. O problema é mais sério do que parece. Surtos e DTAs não só levam mais de 100 mil pessoas a cada ano para tratamentos hospitalares, como também podem deixar sequelas para o resto da vida. Relembre nos posts:

http://artywebdesigner.com.br/doencas-transmitidas-por-alimentos-que-deixaram-sequelas-graves-casos-reais/

http://artywebdesigner.com.br/doencas-transmitidas-por-alimentos-podem-ter-consequencias-por-toda-a-vida/

 

Mas seguindo quatro passos bem simples, podemos deixar a nossa família livre de DTAs! Vamos a eles:

 

Passo 1: Higienizar. Bactérias que causam doenças podem sobreviver e persistir na nossa cozinha, incluindo utensílios, bancadas, pias, e também em nossas mãos. Se não higienizarmos de maneira adequada, podemos espalhar bactérias nocivas à nossa família.

– Antes de manipular o alimento, lave as mãos corretamente por pelo menos 20 segundos, com sabonete e água corrente. Não se esqueça de lavar entre os dedos e as unhas. Dica: cante “parabéns pra você” enquanto lava as mãos.

– Lave e seque bem superfícies e utensílios após o uso. Isto inclui pias, bancadas, louças e demais áreas de contato. Use panos limpos, preferencialmente lavados com água quente, ou toalhas de papel para secar.

– Higienize bem frutas, legumes e verduras, mesmo se for descascar e cortar.  Mas nunca lave carne, frango e ovos. O líquido que sai das carnes pode espalhar a contaminação pela sua cozinha.

 

Passo 2: Separar. Mesmo depois de ter lavado as suas mãos e superfícies de contato, carnes cruas, frango, peixes, frutos do mar e ovos podem ainda espalhar bactérias patogênicas aos alimentos prontos para consumo – a menos que você os mantenha separados.

– Use tábuas separadas: tenha uma tábua para carnes, peixes e frango, e outra para frutas, legumes e verduras. Dica: compre tábuas de cor diferente para facilitar a identificação e separação.

– Use talheres, pratos e utensílios diferentes e separados para alimentos crus e cozidos.

– Ao fazer compras no supermercado, separe carnes, ovos, peixes e frango crus dos demais alimentos no carrinho e nas sacolas.

– Na geladeira, coloque as carnes em sacos plásticos selados ou em potes com tampa, para prevenir que líquidos escorram e espalhem contaminação. Os ovos devem ser guardados na caixa original e no compartimento principal da geladeira (prateleiras), não na porta.

 

Passo 3: Cozinhar. Você sabia que bactérias que causam doenças multiplicam-se com maior rapidez na “zona de perigo” entre 5 e 60ºC? E enquanto as pessoas acham que o alimento está cozido simplesmente checando a cor e a textura, não existe forma de saber que o alimento está seguro, a menos que se sigam algumas dicas importantes e simples:

– Use termômetros. Alimentos cozidos são seguros apenas quando foram aquecidos em temperaturas altas o suficiente para matar as bactérias patogênicas. A cor e a textura sozinhas não trazem a informação de que o alimento realmente está cozido e pronto. Use termômetro para ter certeza. Coloque o alimento na parte mais espessa do alimento, tendo certeza de não ter contato com ossos, gordura ou cartilagem.

– Mantenha o alimento quente após cozimento. A possibilidade de proliferação de bactérias aumenta bastante enquanto o alimento esfria após o cozimento, pois essa queda na temperatura permite o desenvolvimento delas. Você pode manter seus alimentos acima da temperatura de segurança, 60ºC, pelo uso de fontes de calor como réchauds, bandejas aquecidas, banhos de água quente e cozedores lentos.

– Ao usar o aparelho de micro-ondas, tenha certeza que a temperatura atinja 74ºC. Mexa o alimento na metade do tempo de cozimento. Use o termômetro para verificar. Se o rótulo indicar que o alimento deve permanecer intocado por alguns minutos após o término do cozimento, obedeça. Termine o tempo de cozimento no micro-ondas, deixe o alimento lá dentro sem abrir a porta, aguarde os minutos indicados e depois consuma. Estes minutinhos extras ajudam o alimento a se cozinhar completamente, já que permitem que áreas que estejam mais frias no alimento absorvam o calor das áreas mais quentes.

– Veja mais dicas aqui: http://artywebdesigner.com.br/temperatura-de-seguranca-minima-para-o-cozimento-dos-alimentos/

 

Passo 4: Refrigerar. Você sabia que bactérias patogênicas podem se desenvolver em alimentos perecíveis num período de 2 horas, a menos que você os refrigere? Se for verão e a temperatura estiver em 30ºC ou mais, este tempo cai pela metade! Mas se você refrigerar o alimento prontamente e adequadamente, você pode ajudar a manter a segurança de sua família.

– Refrigere o alimento perecível em até 2 horas. Temperaturas baixas diminuem a velocidade de crescimento das bactérias. É importante refrigerar os alimentos rapidamente e adequadamente. Verifique o funcionamento da sua geladeira. Organize os alimentos nela, evite que ela fique muito cheia. O ar frio deve circular entre os produtos e prateleiras. Dica: Para refrigerar alimentos com maior rapidez, use um banho de gelo por fora da embalagem ou do pote. Evite colocar a comida em potes muito grandes. Divida a comida em vários potes menores, para que a refrigeração seja mais eficaz.

– Não descongele ou marine alimentos na pia ou bancada. Muitas pessoas se surpreendem com essa dica, mas como as bactérias se reproduzem muito mais rápido à temperatura ambiente, descongelar ou marinar alimentos sobre a pia é uma das atitudes mais arriscadas.  Descongele os alimentos na geladeira, lembrando-se de colocar dentro de potes ou pratos fundos para que líquidos não escoem pelas prateleiras e contaminem os demais alimentos. Pode-se descongelar o alimento no micro-ondas, mas não se esqueça de cozinhá-lo imediatamente após o descongelamento. Você pode cozinhar os alimentos congelados, mas isto leva mais tempo do que cozinhá-los descongelados. Para marinar o alimento, sempre faça na geladeira.

– Saiba quando descartar um alimento. Nem sempre o aspecto e o cheiro do alimento denunciam que bactérias nocivas estão se desenvolvendo. Aliás, bactérias patogênicas raramente alteram as características sensoriais dos alimentos. Descarte os alimentos antes que elas cresçam. Relembre as dicas de validades dos alimentos no post http://artywebdesigner.com.br/qual-e-a-validade-de-um-alimento-cuja-embalagem-foi-aberta/

 

Este material é interessante para treinamento dos manipuladores em restaurantes, ou até mesmo para educar a sua família. A segurança de alimentos deve ser ensinada desde criança! Até a próxima!

 

Fonte: http://www.foodsafety.gov/keep/basics/index.html

 

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A cafeína no banco dos réus

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O uso indiscriminado de cafeína em bebidas e alimentos para obter efeitos estimulantes pode estar com os dias contados nos EUA. O cerco começou em outubro de 2012 quando a FDA, agência que controla alimentos e medicamentos, anunciou a investigação de cinco mortes no país relacionadas ao consumo de bebida energética. O órgão decidiu abrir o inquérito após receber a denúncia da mãe de uma jovem de 14 anos que morreu após sofrer arritmia cardíaca depois de ingerir duas latas grandes (750 mL) de bebida energética.

Em novembro, uma notícia do New York Times informava que uma bebida energética altamente cafeinada (5-Hour Energy) poderia estar envolvida em outras 13 mortes.

Em dezembro foi a vez da organização de consumidores Consumer Reports publicar um relatório em que analisou os teores de cafeína de 27 bebidas energéticas, constatando uma grande variação entre as diferentes marcas.

O cerco ganhou aliados fortes em 2013. Em março, uma carta aberta sobre o uso de cafeína em bebidas energéticas foi encaminhada à FDA, assinada por médicos das mais conceituadas universidades e centros de pesquisa do país, solicitando ação imediata para proteger crianças e jovens dos energéticos altamente cafeinados.

Em abril, a empresa de confeitos Wrigley (subsidiária da Mars) lançou um pacote de chicles cafeinados, com cada peça contendo tanta cafeína quanto metade de um copo de café. Foi a gota d’água para a o FDA anunciar que, em resposta à tendência de adicionar cafeína em um número crescente de produtos, a agência irá investigar a segurança da cafeína em alimentos, particularmente os seus efeitos sobre as crianças e adolescentes. Michael R. Taylor, vice-comissário para alimentos e medicina veterinária na FDA, considera que o chicle cafeinado é apenas mais um exemplo infeliz desta tendência. Além das bebidas energéticas com publicidade agressiva dirigida ao público jovem, as indústrias estão adicionando cafeína às balas de goma, marshmallows, sementes de girassol, waffles, etc.

Por meio de Taylor, a FDA informou que pretende entender melhor o consumo de cafeína e seus padrões de uso e determinar um nível seguro para seu consumo, considerando o potencial de consumo por crianças e adolescentes.

Para os adultos saudáveis, a FDA considera aceitável até 400 miligramas de cafeína por dia, que é cerca de quatro ou cinco xícaras de café. Esta quantidade não é geralmente associada com efeitos negativos. A FDA não estabeleceu um nível especifico para as crianças, mas a Academia Americana de Pediatria não recomenda o consumo de cafeína e outros estimulantes por crianças e adolescentes.

É possível que a FDA imponha limites sobre a quantidade de cafeína em alguns produtos. Em 2010, a Agência retirou do mercado as bebidas alcoólicas com cafeína, principalmente as de malte, por causa de estudos que indicam que a ingestão combinada de cafeína e álcool pode levar a situações de perigo e risco de vida. A cafeína tende a mascarar os estímulos sensoriais de que as pessoas normalmente dependem para determinar seu nível de embriaguez.

Taylor acena, no entanto, para a possibilidade de uma restrição do teor de cafeína feita de forma voluntária pela indústria. É esperar para ver.

Legislação EUA X Brasil 

Nos EUA, por ser considerada substância segura (GRAS = Generally Recognized As Safe), a declaração da quantidade de cafeína presente em bebidas energéticas não é obrigatória. Já no Brasil, a Resolução 273/2005, da Anvisa, estipula um teor máximo de  cafeína de 35 mg/100 mL e torna obrigatório declarar a quantidade de cafeína presente na porção do produto. Como as latinhas de energético, em sua maioria, contêm 250 mL ou quantidade próxima, o total de cafeína em cada uma delas costuma ser declarado como 80 mg.

Além disso, devem constar, obrigatoriamente, na embalagem, as seguintes advertências, em destaque e em negrito:

a)”Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto”.

b) “Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica”.

Não são permitidas expressões tais como “energético”, “estimulante”, “potencializador”, “melhora de desempenho” ou frase(s) equivalente(s), inclusive em outros idiomas.

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Ciguatoxina, o perigo de consumir peixes de coral

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Quem gosta de peixes de coral, como garoupas e pargos, deve ficar atento. Recentemente a Alemanha confirmou seu primeiro surto de intoxicação por ciguatoxina proveniente de peixes. O surto ocorreu no final de 2012 e foi causado por filés de pargo, que um importador alemão trouxe de uma distribuidora indiana. As autoridades alemãs notificaram um total de 14 pessoas envolvidas, sem vítimas fatais.

A demora na confirmação da causa do surto deveu-se à dificuldade em identificar a ciguatoxina, pela inexistência de um método oficial padronizado e porque a intoxicação se dá em concentrações extremamente baixas. Além disso, são conhecidas diferentes estruturas químicas das ciguatoxinas, que variam com o local de origem.

Segundo os cientistas alemães, até recentemente este tipo de intoxicação estava restrito a certas regiões do mundo, próximas aos grandes recifes de corais. Com o aumento do comércio mundial de peixes exóticos tropicais e subtropicais, espera-se um aumento na incidência deste tipo de intoxicação.

Origem e Sintomas

A ciguatoxina é produzida por várias espécies de dinoflagelados, pequenos organismos do plâncton marinho, presentes nos recifes de coral do Caribe e dos Oceanos Índico e Pacífico. A fonte mais comum de ciguatoxina é a espécie Gambierdiscus toxicus. Estas algas são consumidas por muitas espécies de peixes e, ao longo da cadeia alimentar, a ciguatoxina vai se acumulando nos tecidos dos animais marinhos. Os animais mais próximos do topo da cadeia, como as garoupas e os chamados peixes de coral, tendem a acumular maiores quantidades da toxina, em razão dos processos de bioacumulação e biomagnificação.

Os sintomas iniciais da intoxicação por ciguatoxina incluem náuseas, vômitos e diarreia. A maioria das vítimas também relata outras sensações desagradáveis, como queimação, formigamento e dor em contato com o frio. Perda de sensibilidade nas mãos e nos pés, fraqueza e dor muscular, ondas de calor e de frio também podem ocorrer. As perturbações raramente são fatais, mas podem persistir por meses.

É possível identificar, pelo aspecto, os peixes com ciguatoxina?

A ciguatoxina, em regra, acumula-se na cabeça, pele, vísceras e nos órgãos reprodutores dos peixes, sem, porém, causar quaisquer sintomas ou tornar os peixes doentes. Por isso um peixe tóxico não pode ser identificado pelo seu aspecto, odor ou textura da sua carne.

A ciguatoxina não é degradada pelo calor, de forma que os métodos tradicionais para o preparo de peixes e frutos do mar não são capazes de inativá-la. Por precaução, evite consumir grandes quantidades de peixes de coral de uma só vez (como garoupas, meros, dentões, ciobas, pargos), e não coma a cabeça, pele, vísceras e ovas destes peixes, partes em que a toxina se concentra. Ao consumir peixes de coral, evite o consumo de bebidas alcoólicas, nozes ou feijão, pois estes alimentos tendem a agravar os sintomas de intoxicação alimentar.

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Imagem: CEAGESP

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Bem-estar animal e segurança de alimentos: algo em comum?

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O confinamento de animais para produzir alimentos preocupa entidades internacionais que lutam pelo bem-estar animal, como a Humane Society Internacional (HSI), com sede em Washington.

No Brasil, a ONG Arca Brasil, associada à HSI, estima que 80 milhões de galinhas poedeiras são mantidas em gaiolas superlotadas, no sistema conhecido por “gaiolas em bateria”, onde as aves não conseguem andar nem esticar as asas, que são seus comportamentos naturais. Outras 1,5 milhões de porcas reprodutoras sofrem com o sistema de “celas de gestação e parição”, sendo mantidas por toda a vida em baias individuais tão pequenas e estreitas que não permitem sequer que elas se virem (foto aqui).

Nos EUA, a pressão das entidades já conseguiu que a rede McDonald’s anunciasse, em fevereiro de 2012, que vai exigir de seus fornecedores nos EUA, planos para a eliminação gradual do confinamento de porcas em celas de gestação. A Arca Brasil colhe assinaturas no site para reivindicar o mesmo por aqui.

Que tipo de relação existe entre o bem-estar animal e a segurança dos alimentos? Animais criados de forma humanitária produzem alimento mais seguro ou, inversamente, oferecem um risco maior à saúde?

Um artigo publicado recentemente na Food Safety Magazine, assinado por dois pesquisadores da Universidade de Oklahoma, discute esta questão.

Na visão dos pesquisadores Norwood e Lusk, muitos cientistas consideram que o bem-estar animal requer, principalmente, um ambiente limpo e saudável, onde os animais são providos em todas as suas necessidades fisiológicas, têm abrigo adequado e são protegidos dos predadores. Sob esta perspectiva, bem-estar animal e segurança de alimentos se complementam. No entanto, ativistas e boa parte dos consumidores entendem que os animais devem exibir também comportamentos naturais, como movimentar-se livremente, ter acesso ao exterior e conviver com animais de sua espécie.

Os pesquisadores ponderam, então, que permitir os comportamentos naturais deve reduzir o estresse no animal, mas muitas vezes tem um custo e a situação complica-se quando os animais têm acesso ao ar livre. Segundo eles, funcionários de um produtor de ovos que possui aves tanto em sistema de gaiolas como em sistema livre não comem os ovos do sistema livre, pela  maior dificuldade de identificar e abater as galinhas doentes no sistema livre.

A possibilidade de porcos se contorcerem na lama pode aumentar o bem-estar destes animais, mas igualmente apresenta maior probabilidade de disseminação de doenças, pois aumenta o contato com fezes de outros animais e com uma ampla gama de vermes e parasitas normalmente não encontrada em um piso de concreto. Ainda segundo os pesquisadores, uma das motivações originais para confinar os suínos em pisos de concreto (sistema hoje convencional nas criações de porcos) foi a de protegê-los de parasitas e patógenos. “Carne de porco já foi considerada perigosa para comer, se mal cozida. A ameaça era a triquinose, um perigo que é hoje quase inexistente. Os produtores rurais não confinam animais em baias apertadas e sobre pisos concretados por pura maldade, mas para reduzir parasitas e doenças.

Se o bem-estar animal pode ser comprometido pelo confinamento, a saúde animal é melhorada, e com ela a segurança dos alimentos”. As evidências são pesquisas demonstrando que porcos criados com acesso ao ar livre tem maiores taxas de Salmonella, Toxoplasma e Trichinella que os criados nas fazendas convencionais e que a prevalência de Salmonelas na carne de aves criadas em pastagem e sistemas orgânicos é igual ou superior à da carne de frango produzida convencionalmente. Porém, ressalvam eles, “se carnes orgânicas são geralmente mais contaminadas com patógenos, como as pesquisas têm mostrado, esses agentes patogênicos são menos susceptíveis de resistir a antibióticos. Por isso, é difícil dizer se carnes orgânicas são mais ou menos arriscadas para comer que as convencionais. Só não se pode dizer que carnes orgânicas são mais seguras.”

Lusk e Norwood destacam a percepção do consumidor, considerando que o público em geral sabe pouco sobre pecuária e vai inferir a integridade de uma indústria pela aparência de uma fazenda. E as pessoas podem se perguntar: se um produtor chega ao ponto de impedir uma porca de se virar numa baia porque poupa dinheiro, por que não vai também cortar na segurança do alimento para economizar? Se um criador abarrota de galinhas uma gaiola pequena para aumentar sua produção, ele removeria todas as galinhas doentes? Essa percepção foi evidenciada numa pesquisa telefônica em que 78% dos entrevistados concordaram com a afirmação: “animais criados sob padrões mais elevados de bem-estar vão produzir carne mais segura e de melhor qualidade.”

Resumindo a opinião dos pesquisadores, pode-se dizer que em geral, nos sistemas de criação em que os animais têm mais liberdade, há maior exposição a agentes patogênicos, mas as condições de alojamento dos animais são apenas um dos fatores que afetam a segurança dos alimentos. No entanto, como é fácil observar asseio, densidade populacional e a exibição de comportamentos naturais, o consumidor tende a presumir que quem se preocupa com o bem-estar dos animais também se preocupa com a segurança do alimento.

Acredito que também se deveria questionar como oferecer condições de vida menos cruéis aos animais sem comprometer a segurança dos alimentos. E você, leitor, qual sua opinião sobre esta questão? Esta discussão é longa e pode estar apenas começando…

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Cinco sugestões para melhorar a comunicação da segurança de alimentos com o chão de fábrica

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