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Contaminações intencionais de alimentos: precisamos falar sobre isso

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No final de 2024, três pessoas morreram no estado do Rio Grande do Sul após terem consumido um bolo no qual  posteriormente foi constatada a presença de arsênio. No início deste ano, cinco pessoas da mesma família no Piauí também perderam a vida após comerem arroz envenenado. Ambos os casos foram classificados pela perícia como contaminações intencionais.

Contaminações intencionais de gêneros alimentícios podem ocorrer por meio de atos perniciosos de adulteração, sabotagem, contrafação, terrorismo e outras ações ilegais danosas, podendo ter efeitos devastadores no setor alimentar.

Num mundo dominado pela globalização, pela urbanização, pelo aquecimento global e pelas mudanças nos hábitos de consumo, a questão da segurança e da qualidade dos alimentos deve ser uma prioridade para os governos, para os operadores da indústria alimentar e para os consumidores, sobretudo pela possibilidade de os alimentos poderem ser contaminados nas diferentes etapas da cadeia alimentar, a saber: produção, transformação, transporte, armazenamento e distribuição, e causar efeitos prejudiciais à saúde.

Dada a grande variedade de perigos alimentares conhecidos, que podem ser introduzidos nas diferentes etapas da cadeia alimentar, não é possível prevenir cada um destes perigos de um modo específico. Considerando todos estes riscos de contaminação na cadeia alimentar, é importante que se desenvolvam planos de segurança e defesa alimentar que contemplem as etapas mais vulneráveis e planos de resposta que incluam mecanismos de vigilância, técnicas de diagnóstico e metodologias de investigação como forma de atenuar o impacto na saúde humana.

Muitos fabricantes de alimentos já adotam medidas de Food Defense, mas nos lares também é possível adotar algumas práticas para evitar problemas como intoxicação e envenenamento. Algumas dicas importantes:

  • Conheça bem a origem do alimento que será consumido;
  • Tenha atenção redobrada com a comida de lugares públicos;
  • Evite alimentos em conserva que estão com a embalagem danificada ou amassada;
  • Coloque cadeados e limite o acesso aos armários onde são guardados os alimentos;
  • Observe atentamente a data de validade dos alimentos;
  • Ao fazer compras, armazene adequadamente os alimentos assim que chegar a casa;
  • Identifique potes e vasilhas que tenham alimentos fracionados;
  • Acha que o alimento pode estar estragado com aparência e gosto estranho? Jogue fora!

Toda precaução é pouca quando se trata de cuidados para evitar contaminações intencionais de alimentos, e infelizmente nem todas as ações preventivas surtirão o efeito desejado em sua totalidade. Porém, tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar a segurança do alimento consumido, seja nas indústrias, restaurantes, supermercados ou mesmo em nossas casas, é válido. O que pode parecer o mínimo a ser feito também pode ser o máximo para salvar vidas.

Quais outras dicas importantes você daria para evitar contaminações intencionais em alimentos?

Imagem: Geovane Souza

José Gonçalves de Miranda Junior é tecnólogo agroindustrial de alimentos (Universidade do Estado do Pará), pós-graduado em Engenharia de alimentos – Desenvolvimento de Produtos (Instituto Mauá de Tecnologia), especialista em Segurança de Alimentos e auditor líder no esquema FSSC 22000.  Atualmente trabalha em indústria de processamento de casquinhas para sorvete

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Desmentindo 5 fakes sobre alimentos nas redes sociais

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Nos últimos anos, as redes sociais tornaram-se uma das principais fontes de informação para milhões de pessoas em todo o mundo. Contudo, ao mesmo tempo em que democratizaram o acesso à informação, também abriram portas para a proliferação de desinformação, que alguns chamam de fake news, especialmente no campo da alimentação.

Boatos e afirmações alarmistas sobre alimentos, muitas vezes sem base científica, espalham-se rapidamente e criam medo infundado.

Este artigo tem como objetivo desmascarar algumas das mentiras mais comuns sobre alimentos que circulam nas redes sociais e apresentar os fatos com base em ciência.

Fake 1: O frango é cheio de hormônios para acelerar o crescimento

Uma das crenças mais difundidas é a de que o frango que consumimos é cheio de hormônios, supostamente utilizados para acelerar seu crescimento e torná-lo maior em menor tempo. No entanto, essa afirmação é completamente falsa, como foi tratado no artigo: “Quanto de hormônio há no frango que você come?

A verdade:

A utilização de hormônios no frango é proibida em muitos países, incluindo o Brasil, União Europeia e  Estados Unidos.

A produção moderna de frango utiliza métodos avançados de seleção genética, nutrição adequada e controle ambiental para garantir um crescimento rápido e eficiente dos animais, sem a necessidade de hormônios.

As aves crescem rapidamente porque foram desenvolvidas por escolha genética e criadas para obter o melhor desempenho de conversão de ração em crescimento, ou seja,  elas têm uma genética aprimorada, o que, junto com uma alimentação balanceada e cuidados veterinários, resulta em um crescimento mais acelerado e saudável.

Além disso, o uso de hormônios em aves seria inviável economicamente, já que o custo de administração e produção seria altíssimo. Isso, somado ao rigor da fiscalização dos órgãos reguladores, torna o mito ainda mais inverossímil.

Fake 2: Salsichas e embutidos matam

Outro mito popular nas redes sociais é a afirmação de que salsichas e outros embutidos, como mortadela e presunto, são “venenos” que levam à morte lenta, ou a mais engraçada, que cada salsicha reduz até 36 minutos de vida. Neste caso, inclusive acho que já estaria morto pelos cachorros-quentes que já comi. Essa crença é amplamente divulgada devido à presença de conservantes, corantes e outros aditivos nesses produtos.

A verdade:

Embora seja verdade que o consumo excessivo de embutidos não seja benéfico à saúde, associá-los diretamente à morte é uma simplificação extrema e alarmista.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou carnes processadas como “carcinogênicas”, mas isso não significa que comer uma salsicha ocasionalmente irá causar câncer. A classificação da OMS baseia-se em evidências de que o consumo frequente e em grandes quantidades de carne processada pode aumentar o risco de certos tipos de câncer, especialmente o colorretal.

É importante distinguir entre consumo ocasional e excesso. Afinal, o médico e físico suíço-alemão Paracelso, já no século XVI afirmava que “a diferença entre o remédio e o veneno está na dose”.

Alimentos processados podem fazer parte de uma dieta equilibrada quando consumidos com moderação. Além disso, há esforços contínuos na indústria alimentícia para reduzir a quantidade de nitritos e outros conservantes, melhorando a qualidade desses produtos.

Portanto, o mais importante é equilibrar a alimentação, consumir frutas, legumes e alimentos frescos, ao mesmo tempo em que se modera a ingestão de alimentos industrializados. E fique tranquilo, você não vai morrer porque gosta de cachorro-quente.

Fake 3: O glutamato monossódico (MSG) é perigoso e causa problemas de saúde

O glutamato monossódico (MSG) é um aditivo utilizado para realçar o sabor de muitos alimentos, como sopas, molhos e snacks. Nas redes sociais, o MSG ganhou uma má reputação, sendo acusado de causar enxaquecas, náuseas, alergias, danos cerebrais e até câncer.

A verdade:

Diversos estudos científicos realizados ao longo de décadas não encontraram evidências de que o MSG seja prejudicial à saúde quando consumido em níveis normais.

A crença de que o MSG faz mal à saúde deriva de um fenômeno conhecido como “síndrome do restaurante chinês”, popularizada nos anos 1960, quando alguns indivíduos relataram sentir-se mal após consumir alimentos com MSG em restaurantes asiáticos. No entanto, estudos controlados mostraram que esses sintomas não são provocados especificamente pelo MSG.

O glutamato é um aminoácido que ocorre naturalmente em muitos alimentos, incluindo tomates, queijos e cogumelos. A quantidade de MSG adicionada aos alimentos é pequena e segura para consumo.

Inclusive, o MSG é indicado por médicos oncologistas para auxiliar pacientes que estão fazendo tratamento quimioterápico, já que quem passa por esse tipo de tratamento sofre com a perda do paladar e a diminuição da salivação.

De fato, organizações de saúde como a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos e a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) reconhecem o MSG como um aditivo alimentar seguro.

Fake 4: Micro-ondas destrói os nutrientes dos alimentos

As redes sociais também são frequentemente palco de boatos sobre o uso do micro-ondas para aquecer alimentos. Segundo alguns, o micro-ondas destrói os nutrientes dos alimentos, tornando-os menos saudáveis ou até prejudiciais.

A verdade:

Incrível como um micro-ondas consegue em curtíssimo espaço de tempo aquecer alimentos de forma a parecer um fenômeno mágico para os leigos, mas na verdade, é ciência. O micro-ondas funciona através de ondas eletromagnéticas que interagem com as moléculas de água e gordura dos alimentos, gerando calor e cozinhando-os.

Talvez por isso, gerou-se a lenda de que o seu uso para cozinhar ou aquecer alimentos possa ser prejudicial, mas a verdade é que este processo não destrói nutrientes de forma significativa mais do que outros métodos de cozimento, como fervura ou fritura.

De fato, o micro-ondas pode até preservar mais nutrientes em certos casos, já que o tempo de cozimento é mais curto e usa menos água, o que evita a perda de vitaminas solúveis, como as do complexo B e a vitamina C.

O que importa para a preservação dos nutrientes é a quantidade de calor e a duração do cozimento, independentemente do método utilizado.

Cozinhar demais qualquer alimento, seja no micro-ondas ou no fogão, pode levar à degradação de alguns nutrientes. Portanto, o micro-ondas, quando usado corretamente, é uma forma segura e eficiente de preparar alimentos.

Fake 5: Alimentos geneticamente modificados (OGMs) são perigosos para a saúde

Os organismos geneticamente modificados (OGMs), como milho, soja e algodão, também são alvos frequentes de críticas nas redes sociais. Críticos afirmam que esses alimentos causam doenças, infertilidade e outros problemas graves de saúde, tema já desmentido no artigo “Devo considerar transgênicos como perigo?“.

A verdade:

A modificação genética é uma técnica que permite que os cientistas introduzam características desejáveis nas plantas, como resistência a pragas, o que pode até reduzir o uso de pesticidas químicos na agricultura, aumentando a produtividade por hectares, e assim, beneficiando o meio ambiente.

OGMs são submetidos a testes rigorosos de segurança antes de serem liberados para o consumo.

Diversas revisões científicas globais, conduzidas por entidades como a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e a Organização Mundial da Saúde, concluem que os alimentos geneticamente modificados são seguros para o consumo humano.

Até hoje, após mais de 30 anos do começo do uso dos alimentos geneticamente modificados, não há evidências científicas que comprovem que os OGMs, por si só, causem danos à saúde ou sejam prejudiciais ao meio ambiente.

Para finalizar, a desinformação sobre alimentos que circula nas redes sociais pode ter consequências sérias, levando ao medo infundado e a escolhas alimentares desnecessariamente restritivas.

Muitas das alegações alarmistas sobre alimentos são baseadas em mitos que, quando investigados à luz da ciência, revelam-se infundados.

É crucial que o público busque informações em fontes confiáveis e baseadas em evidências antes de tomar decisões sobre a sua dieta. A ciência, a tecnologia de alimentos e os regulamentos de segurança são nossos melhores aliados para garantir uma alimentação segura e saudável para todos.

Deixe seu comentário. Você já caiu em alguma destas fake news?

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Manual de Boas Práticas na Criação de Animais de Estimação focado em segurança de alimentos

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Para apaixonados por pets como eu, vale a leitura deste manual. Ele é completo e contém orientações detalhadas sobre cuidados na criação de animais de estimação com foco em segurança de alimentos. É um material ideal para quem deseja oferecer o melhor cuidado possível aos meus e aos seus animais de estimação. Acesse-o aqui.

Principais pontos abordados no manual:

  1. Alojamento: Proporcionar uma estrutura segura, confortável e higienizada para os animais de estimação, seja em casa, em pet shops ou criadouros.
  2. Nutrição: Cuidados alimentares, ajustados conforme as fases de vida dos pets (filhotes, adultos e idosos), com uma alimentação balanceada e adequada.
  3. Sanidade: Realizar vermifugação e imunização periódica para prevenir doenças e assegurar a saúde dos pets.
  4. Higienização: Manter os alojamentos e equipamentos sempre limpos, utilizando técnicas corretas de desinfecção.
  5. Bem-estar: Proporcionar qualidade de vida aos pets através de enriquecimento ambiental, exercícios físicos e cuidados comportamentais.
  6. Reprodução: Práticas de reprodução responsável, evitando a superpopulação e garantindo a saúde dos animais.
  7. Adaptação e socialização: Processos de socialização para uma convivência harmoniosa com humanos (tutores) e outros animais.
  8. Transporte: Métodos regulamentados e seguros para o transporte dos pets, garantindo seu bem-estar durante o trajeto.

Para os meus “amigos (ou “filhos”) de quatro patas” pensei em abordar a segurança do alimento (e até alimentar), para garantir que eles recebam nutrição de qualidade e livre de contaminações, tais como:

      a)   Escolha fabricantes confiáveis: Certifique-se de que a empresa emprega nutricionistas qualificados e que seus produtos atendam às diretrizes nutricionais estabelecidas por organizações como a Associação Americana de Hospitais Veterinários (AAHA) e a Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA). Escolha marcas cujas empresas possuam certificações de qualidade e segurança de alimentos para este escopo.

b)      Boas Práticas de Fabricação: Verifique se o fabricante segue as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que abrangem desde o controle de qualidade das matérias-primas até a higienização adequada das instalações.

c)      Inspeção e regulação: Produtos devem ser inspecionados e registrados conforme as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que regulamenta as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas.

d)      Armazenamento adequado: Armazene os alimentos em locais frescos, secos e livres de umidade para evitar contaminações por fungos e outras substâncias nocivas.

e)      Manipulação segura: Lave bem as mãos antes e depois de manusear os alimentos dos pets, e evite que crianças tenham contato direto com a comida dos animais para prevenir infecções e talvez reações alérgicas, provocadas por algum ingrediente do alimento para os pets.

f)        Atenção a recalls: Fique atento a recalls destes alimentos, que podem fazer parte do monitoramento contínuo de segurança.

g)       Evite alimentos humanos: Muitos alimentos que consumimos podem ser prejudiciais para os pets, como chocolate, cebola, alho, uvas, entre outros. Evite dar restos de comida humana ao seu pet.

h)      Alimentação natural: Se optar por fornecer uma dieta baseada em alimentos naturais, consulte um veterinário ou nutricionista especializado para garantir que a dieta seja balanceada e segura.

Com estas práticas de criação de animais, espero que os nossos pets tenham uma alimentação saudável e segura, contribuindo para o bem-estar e a longevidade deles, afinal para eles somos únicos.

Imagem: Mart Production

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Recolhimento de alimentos no Brasil em 2024

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Fazendo uma busca no site da Anvisa sobre alimentos irregulares, considerando os listados no ano de 2024, encontrei 82 ocorrências de recolhimento de alimentos no Brasil, o que correspondeu a 237 produtos. A diferença entre os números acontece porque a ocorrência em uma empresa pode estar relacionada ao recolhimento de mais de um item fabricado no estabelecimento.

Os recolhimentos podem ser voluntários, quando a própria empresa notifica a ANVISA, ou, em outros casos, houve tanto recolhimento obrigatório quanto a interdição por parte da fiscalização. Essas medidas são adotadas para atendimento da RDC 655/2022, que trata do recolhimento de alimentos e a sua comunicação à Anvisa. A norma detalha como as empresas produtoras de alimentos devem proceder em caso de identificação de risco e necessidade de realizar o recolhimento de alimentos no mercado.

Em 2024, os principais alimentos envolvidos em processos de recolhimento foram os suplementos alimentares, que corresponderam a 85 produtos de 27 ocorrências diferentes.

O segundo item com maior número de ocorrências foram os aromas, sendo 60 produtos notificados de apenas duas empresas distintas.

Quando analisamos as ocorrências em alimentos de origem animal, tivemos 15 produtos, sendo 11 ocorrências entre lácteos e cárneos. Os demais (71 ocorrências) consistem em alimentos subdivididos em: suplementos, aromas, farináceos, sal, chás, balas, biscoitos, massas com base de farinha, coco ralado, leite de coco, entre outros.

Quando observamos os principais motivos para que o recolhimento tenha acontecido, no caso dos lácteos e cárneos, a contaminação microbiológica por Salmonela spp, Listeria monocytogenes, Staphylococus aureus é a principal causa.

Para os os demais produtos, os principais motivos de recolhimento são:

  • Erros de rotulagem – por exemplo: a não declaração de alergênicos, ou alegações não permitidas, propaganda irregular;
  • Utilização de ingredientes não aprovados pela ANVISA;
  • Falta de registro do produto no órgão competente;
  • Contaminantes químicos – como excesso e enxofre ou aflatoxina;
  • Utilização de ingrediente sem avaliação sobre sua segurança para alimentos
  • Produtos adulterados.

Com essas informações podemos perceber que são várias as causas que podem colocar em risco a saúde dos consumidores. Nos processos de recolhimento de alimentos junto à Anvisa, grande parte dos motivos está relacionada a falhas de rotulagem, registro e falhas nos estudos de segurança dos ingredientes.

Imagem: Gustavo Fring

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10 cuidados com a segurança dos alimentos no lar

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Os cuidados com a segurança dos alimentos são fundamentais para evitar contaminações e deteriorações e, em consequência, uma intoxicação, dor de barriga, vômito, diarreia, alergias alimentares, e em casos extremos, até a morte.

Em meus artigos, geralmente, o foco é a cadeia produtiva com um olhar especial para a indústria. Mas este eu dedico aos lares, para aqueles que cozinham em casa, sejam mães, pais, pessoal casado e solteiro e que precisam se virar, porém, tomando cuidado com a própria saúde e a saúde de quem será servido pelo alimento que preparou.

Cozinhar para alguém é um ato de carinho, então, obviamente, este alimento, além de gostoso, precisa ser seguro.

Pequenos cuidados no dia a dia podem fazer uma grande diferença. Aqui estão 10 cuidados essenciais para evitar contaminações, melhorar a conservação e evitar o desperdício:

1 – Lave bem as mãos antes de manusear os alimentos

A higiene pessoal é o primeiro passo para evitar a contaminação, portanto, antes de preparar qualquer refeição, lave muito bem as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos, pois isso impede a transferência de microrganismos para os alimentos, especialmente após tocar em superfícies sujas, como dinheiro, sacolas de compras, ter limpado o nariz ou ter ido ao banheiro.

Quando lavar as mãos, lave por cima e por baixo, lembre-se dos espaços entre os dedos, esfregue bem e lave ao menos até a metade do antebraço. Seja cuidadoso e criterioso.

Mantenha também as unhas muito bem limpas, aparadas, bem cuidadas, sem sujidades, sem unheiros e sem esmalte soltando.

Ainda sobre hábitos de higiene, a bactéria Staphylococcus aureus pode estar presente na pele, boca e nariz de pessoas saudáveis e sem sintomas, ou em pessoas com infecções na pele, manifestando-se na forma de ferimentos ou lesões purulentas e infecções na garganta. Nestes casos, um simples espirro ou o toque com a mão contaminada que assoou o nariz pode veicular o microrganismo para o alimento, e se houver condições favoráveis, ele se reproduz e forma uma enterotoxina capaz de causar intoxicação alimentar.

2 – Separe alimentos crus dos cozidos

Nunca misture alimentos crus, como por exemplo carnes, com alimentos cozidos ou prontos para consumo, pois a carne crua pode conter bactérias como Salmonella e Escherichia coli, que podem facilmente contaminar outros alimentos.

Durante o armazenamento, coloque carnes cruas em prateleiras inferiores da geladeira para evitar que pingos contaminem outros alimentos como vegetais, especialmente aqueles que não receberão nenhum tipo de tratamento térmico. Além disso, use recipientes fechados ou sacos plásticos para embalar carnes, legumes, e frutas, prevenindo o contato entre alimentos crus e cozidos.

É um perigo usar a mesma tábua para cortar carne crua e depois os vegetais que vão compor uma salada, ou então, cortar os vegetais da salada e depois a carne já pronta.

Procure usar tábuas e utensílios como facas diferentes para carnes, vegetais e alimentos prontos, evitando que bactérias presentes nos alimentos crus contaminem os que já estão prontos. Além disso, obviamente, limpe bem utensílios, tábuas de corte e superfícies de trabalho.

Evite tábuas de carne de madeira, pois com o uso adquirem frestas difíceis de limpar onde microrganismos e seus esporos podem ficar “entrincheirados”. Prefira as de polietileno, inclusive, existem em diversas cores, o que facilita os cuidados para evitar a contaminação cruzada, que é quando microrganismos passam de um alimento para outro.

3 – Armazene alimentos na temperatura correta

Alimentos perecíveis, como carnes, laticínios e alimentos preparados, devem ser armazenados imediatamente na geladeira a uma temperatura abaixo de 5°C, lembre que o calor favorece a multiplicação de bactérias patogênicas, então evite deixar alimentos perecíveis à temperatura ambiente por mais de duas horas.

A maioria dos microrganismos, em especial os patogênicos, ou seja, aqueles que podem causar danos à saúde, se multiplicam em temperaturas entre 5°C e 60ºC, conhecida como zona de perigo, sendo que preferem temperaturas em torno de 36,5°C, ou seja, a corporal, considerada o ótimo para seu desenvolvimento. Sabendo disso, evite que os alimentos fiquem muito tempo nesta temperatura.

Já o congelador deve operar a uma temperatura inferior a -18°C, com a finalidade de preservar os alimentos por períodos mais prolongados, evitando-se que fiquem sendo abertos e fechados a todo instante.

Organize bem a geladeira, considerando que a porta, devido ao abre e fecha, é onde a temperatura mais varia. Assim, não é o melhor local para guardar produtos perecíveis como os ovos, que devem ficar mais ao fundo.

4 – Armazene sobras com segurança

Não guarde sobras na geladeira por mais de três a quatro dias. Se não for consumir nesse período, congele-as. Tenha como regra que ao armazenar sobras, elas devem ficar em recipientes herméticos e leve-as à geladeira o mais rápido possível, preferencialmente em até duas horas após o preparo.

Se a sua geladeira é daquelas bagunçadas, cheias de potinhos perdidos que você nem lembra direito o que tem dentro ou quando foram para a geladeira, pode ter certeza de que os riscos estão presentes.

Além disso, utilize recipientes fechados para guardar alimentos na geladeira ou freezer, pois isso evita o contato com o ar e com outros produtos, além de manter o sabor e a textura. Se quiser um cuidado extra, etiquete os potinhos com a data que foi para a geladeira e com o que tem dentro.

Antes de reaquecer, certifique-se de que o alimento ainda está em boas condições, sem cheiro estranho ou alterações de cor, afinal, na dúvida, é melhor perder um alimento do que ter uma infecção alimentar.

Ao aquecer, os alimentos devem atingir uma temperatura de 74°C para eliminar possíveis bactérias que tenham se desenvolvido.

5 – Evite o descongelamento em temperatura ambiente

Alimentos congelados devem ser descongelados de forma segura, de preferência na geladeira, em vez de deixados à temperatura ambiente.

Descongelar alimentos na pia é um erro comum que pode levar à proliferação de bactérias.  Analogamente, o descongelamento na bancada da cozinha pode expor os alimentos a bactérias que se multiplicam rapidamente.

O resfriamento em temperatura ambiente favorece que um alimento permaneça por mais tempo na já mencionada zona de perigo, temperatura na qual bactérias podem se multiplicar e até formar toxinas.

Uma alternativa segura a descongelar na geladeira é descongelar no micro-ondas para que seja rápido ou em água fria, desde que a temperatura seja controlada.

6 – Cozinhe os alimentos na temperatura correta

Cozinhar os alimentos na temperatura correta é essencial para reduzir a carga microbiana de potenciais patógenos.

Carnes de aves, por exemplo, devem ser cozidas até atingirem uma temperatura interna mínima de 74°C, enquanto a carne bovina e suína devem chegar no mínimo a 70°C. Peixes e frutos do mar, como camarão, lagosta e mexilhões devem atingir no mínimo 63°C.

O uso de um termômetro culinário pode ajudar a garantir que as temperaturas sejam atingidas corretamente.

O ovo cru em gemada ou com gema mole pode ser perigoso porque pode conter a bactéria Salmonella, que é frequentemente encontrada na superfície da casca e, às vezes, dentro do ovo.

Pense no almoção de domingo, aquela carne ensopada que foi cozida corretamente, servida quentinha, porém, todo mundo mexendo durante o almoço ao se servir, gente espirrando na mesa, a temperatura caindo e ficando na zona de perigo por horas enquanto todos almoçam, batem papo e conversam expelindo aerossóis de saliva. Ao final, as sobras vão para um potinho mal fechado, que fica um tempo antes de ir para a geladeira. Será que tem risco?

7 – Cuidado com as datas de validade

Fique atento às datas de validade dos produtos e consuma-os antes que expirem.

Quando comprar alimentos, escolha aqueles com validade mais longa, especialmente produtos frescos, pois terão uma maior durabilidade.

Em alguns produtos, especialmente perecíveis, ao expirar a data de validade, aumenta a probabilidade de proliferação de microrganismos como fungos, bactérias e leveduras. Por isso, os fabricantes só garantem o produto até a data referida. Em outros produtos, menos perecíveis, características organolépticas como sabor, odor e textura podem ser comprometidas, e o alimento não estará tão gostoso.

Um produto não está bom e fica ruim de um dia para o outro, no fim do prazo de validade. Alimentos perecíveis começam a deteriorar desde o dia em que são fabricados; assim, quanto mais próximo da data de fabricação, melhor! A data de validade refere-se ao limite máximo.

Organize a geladeira e a despensa com os produtos mais antigos na frente para que não sejam esquecidos e sejam consumidos em primeiro lugar, seguindo sempre a regra: o primeiro que vence deve ser o primeiro a ser consumido.

8 – Lave bem frutas e vegetais

Frutas e vegetais podem conter resíduos de pesticidas, terra ou microrganismos nocivos provenientes do solo ou adubo da plantação, por isso, lave-os bem em água corrente antes de consumir ou armazenar.

O intestino dos ruminantes, em especial o gado bovino, é um importante reservatório de patógenos. O gado pode ser portador assintomático e o principal reservatório de Escherichia coli O157:H7 e outras E. coli entero-hemorrágicas, por isso, aquele vegetal orgânico adubado com esterquinho da vaca precisa ser muito bem higienizado antes do consumo.

Não é necessariamente obrigatório utilizar produtos químicos para a lavagem. A água potável abundante poderá ser suficiente na maioria dos casos, no entanto, uma solução de cloro é uma maneira mais eficaz de garantir a desinfecção de vegetais.

Para isso, use água sanitária própria para alimentos, sem perfumes ou outras substâncias, como fonte de cloro, um ótimo agente para desinfecção. A concentração ideal é de 100 a 200 ppm (partes por milhão), o que equivale a 1 colher de sopa (15 ml) de água sanitária para 1 litro de água.

Coloque os vegetais, frutas ou verduras na solução e deixe de molho por 10 a 15 minutos. Certifique-se de que todos os alimentos estejam completamente submersos na solução. Depois, enxágue-os adequadamente.

9 –  Cuidado com alergias alimentares

A alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente uma proteína de um alimento como uma ameaça, desencadeando uma reação exagerada. Tal proteína pode ser proveniente de ovos, leite, amendoim, castanhas, trigo, soja, frutos do mar como camarão e outros alimentos.

Por isso, algumas pessoas, ao ingerir estes alimentos. têm uma resposta imunológica severa que pode causar sintomas como urticária, inchaço, dificuldades respiratórias e, em casos graves, choque anafilático.

Essa resposta varia de acordo com o alimento, predisposição genética e a sensibilidade de cada pessoa.

Se sentir um destes sintomas, identifique o causador entre os alimentos que consumiu e passe a evitá-lo, pois a cada exposição a resposta tende a ser mais rápida e intensa.

Crie o hábito de ler rótulos, pois os alergênicos obrigatoriamente devem ser declarados. Tome providências para evitar a contaminação cruzada em casa. Não manipule alergênicos juntamente com  outros alimentos, seja no armazenamento, via utensílios ou acidentalmente.

Leia: A famigerada alergia a camarão

10 – Mantenha o ambiente sempre limpo

Um ambiente limpo, sem acúmulo de sujeira, não é atrativo para moscas, formigas, baratas e roedores, que por sua vez, carregam microrganismos de ambientes imundos até a cozinha, e assim, chegam aos alimentos. Por isso, não deixe pias sujas e louças acumuladas.

Mantenha lixeiras sempre bem fechadas, e quando cheias, retire imediatamente o lixo, pois são atrativos para as pragas.

Remova o lixo frequentemente. Evite deixá-lo de um dia para o outro, pois os resíduos são um foco atrativo para pragas, que por sua vez transportam microrganismos, gerando focos de contaminação e mau cheiro.

Lembre que os ralos devem ser sifonados e mantidos sempre fechados. A cozinha deve ter boa ventilação e drenagem e após higienização deve ser seca, pois a umidade é crucial para o desenvolvimento de microrganismos.

Restos de gordura, açúcar, farinha, carne e outros detritos servem de alimentos para pragas. A umidade permite crescimento microbiológico, a sujeira é inimiga da segurança dos alimentos.

  • Dica bônus

Por último, e não menos importante, antes de consumir qualquer alimento, verifique sua aparência, cheiro e textura.

Se o alimento apresentar sinais de mofo, mudanças de cor ou odor desagradável, mesmo dentro de sua validade, descarte-o.

Não basta cortar o mofo do pão ou outros alimentos porque, embora o mofo visível seja removido, suas raízes microscópicas podem ter se espalhado por toda a superfície e interior. Mesmo que não sejam visíveis a olho nu, podem liberar micotoxinas que causam problemas digestivos e, em alguns casos, intoxicações alimentares.

Espero que estas simples dicas sejam úteis. Seguindo-as, podemos reduzir os riscos de contaminação alimentar, prolongar a vida útil dos alimentos e evitar o desperdício.

Lembre-se de que a segurança dos alimentos começa na cozinha, com hábitos higiênicos e práticas de armazenamento adequadas. Com isso, é possível garantir refeições seguras e saudáveis para você, toda a família e seus amigos e convidados.

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Lei 14.016/2020 e o desperdício de alimentos: como o Brasil está, comparado a outros países?

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A Lei 14.016/2020, sancionada no Brasil, foi um marco para combater o desperdício de alimentos e promover a doação segura de alimentos excedentes, um passo importante para garantir a segurança alimentar em tempos de insegurança crescente. Esta lei permite que restaurantes, supermercados e produtores de alimentos doem produtos que ainda estejam adequados para o consumo, respeitando regras de segurança de alimentos. Mas você já se perguntou como essa legislação (e a nossa realidade) se comparam às de outros países?

O “The Global Food Donation Policy Atlas”, desenvolvido pelo The Global FoodBanking Network e a Harvard Law School, nos oferece um olhar detalhado sobre como diferentes nações lidam com a doação de alimentos, mostrando exemplos práticos de regulamentações e iniciativas ao redor do mundo.

Brasil: O desafio de ampliar a doação de alimentos

Com a Lei 14.016/2020, o Brasil criou um mecanismo legal para incentivar a doação de alimentos sem que empresas temam consequências jurídicas, desde que sigam os padrões de segurança de alimentos. No entanto, a implementação prática enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada para a coleta e distribuição de alimentos. Bancos de alimentos e iniciativas locais têm avançado, mas há ainda espaço para expandir a conscientização e o envolvimento do setor privado em larga escala.

África: colaboração e proteção legal na África do Sul

Na África do Sul, a legislação que incentiva a doação de alimentos tem um impacto significativo na redução da fome. O país combina proteção jurídica semelhante à do Brasil, com políticas de incentivo que promovem a doação. Uma parceria ativa entre o governo, ONGs e o setor privado faz com que alimentos excedentes sejam distribuídos com eficiência para aqueles que mais precisam. Grandes redes de supermercados e restaurantes participam regularmente desse processo, ajudando a construir uma cultura de doação, algo que o Brasil pode aprimorar, incentivando mais empresas a aderirem a essa prática.

América do Sul: o exemplo da Argentina

Na Argentina, a “Ley Donal” (Lei 25.989) também oferece proteção aos doadores, de forma semelhante à Lei 14.016/2020 no Brasil. No entanto, a Argentina conseguiu estabelecer uma rede sólida de bancos de alimentos, com participação ativa de grandes varejistas e produtores agrícolas, o que facilita a logística de doação. Um diferencial na Argentina é a conscientização sobre o papel social das empresas em doar alimentos, algo que no Brasil ainda precisa ser fortalecido. A Argentina também investe em campanhas de comunicação que promovem o combate ao desperdício, incentivando a participação da sociedade em iniciativas de doação.

China: desafios culturais e normas rígidas

Na China, o desperdício de alimentos é um problema significativo. Não existe nenhuma lei que incentive a doação e ainda temos a barreira cultural. A desconfiança em relação à qualidade dos produtos doados é uma barreira cultural que o governo e ONGs locais precisam superar. Comparada ao Brasil, onde as normas são mais flexíveis, a China ainda precisa desenvolver uma infraestrutura de confiança que incentive as doações em grande escala.

União Europeia: incentivos fiscais e parcerias

Na União Europeia, vários países adotam uma abordagem que combina rigor regulatório com incentivos fiscais. Um exemplo notável é a França, que introduziu leis proibindo supermercados de descartarem alimentos ainda consumíveis. A legislação francesa parte de um compromisso mais amplo com a economia circular e incentiva tanto a doação quanto o uso de alimentos excedentes para compostagem. Outro destaque na Europa é a utilização de plataformas digitais que conectam doadores a bancos de alimentos, facilitando a logística e garantindo uma rápida redistribuição dos alimentos. O Brasil pode aprender com essas práticas, principalmente no que diz respeito à oferta de incentivos fiscais para empresas doadoras e à utilização de tecnologia para agilizar o processo de doação.

Estados Unidos: proteção legal e infraestrutura robusta

Nos Estados Unidos, o Bill Emerson Good Samaritan Food Donation Act, de 1996, oferece forte proteção jurídica aos doadores de alimentos, similar à Lei 14.016/2020. Contudo, os EUA se destacam por sua ampla rede de bancos de alimentos e pela forte cultura de responsabilidade social no setor privado. O programa Feeding America, por exemplo, conecta grandes redes de supermercados e restaurantes a bancos de alimentos por todo o país, permitindo uma doação eficaz e em larga escala. Além disso, incentivos fiscais para empresas doadoras são amplamente utilizados, algo que o Brasil pode considerar como um próximo passo para aumentar o impacto da Lei 14.016/2020.

A doação de alimentos é uma ferramenta poderosa na luta contra a fome e o desperdício, mas ela só será eficaz com a participação de toda a sociedade. Com lições extraídas de diversos países ao redor do mundo, o Brasil tem o potencial de se tornar uma referência global em doação de alimentos, garantindo que menos comida seja desperdiçada e mais pessoas sejam alimentadas de forma segura.

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5 estratégias para a indústria alimentícia minimizar resíduos de pesticidas

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O uso de pesticidas tem sido justificado ao longo dos anos como uma ferramenta que garante a produtividade na agricultura. Por outro lado, seus resíduos deixam uma preocupação relevante em relação à segurança do alimento.

Entre esses dois pontos de vista, sabemos que o tema carrega consigo discussões políticas que tornam cada vez mais complexa uma resolução. Afinal, como a indústria de alimentos deve se posicionar neste impasse?

Recentemente o Idec (Instituto de Defesa dos Consumidores) publicou os resultados da terceira edição da pesquisa Tem Veneno Nesse Pacote. Parando pra pensar: se este termo estivesse estampado nas embalagens, muito provavelmente decidiríamos por não consumir, não é mesmo?

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(Reprodução: Instituto de Defesa dos Consumidores – Tem Veneno Nesse Pacote Volume 3).

Esta pesquisa vem analisando diversos alimentos nos últimos anos, como biscoitos, bebidas, pães, bolos, lácteos e, nesta última edição, foram incluídos alimentos plant-based.

Nos dois primeiros volumes, cerca de 60% dos produtos analisados apresentaram resíduo de, pelo menos, um tipo de pesticida. Já no volume que acaba de ser publicado, 12 dos 24 produtos analisados apresentaram resíduo de agrotóxico, sendo o glifosato o mais frequente entre os pesticidas encontrados.

Mas o que a indústria alimentícia pode fazer para minimizar esse perigo e evitar a exposição de suas marcas?

1. Selecionar seus fornecedores

Sabe-se que a presença de resíduos de pesticidas em alimentos é um reflexo de sua manipulação na agricultura. Por isso, é importante que a indústria alimentícia escolha a dedo seus fornecedores, priorizando aquele que demonstre e evidencie as boas práticas agrícolas.

Entre elas, adotar as recomendações de aplicação fornecidas pelo fabricante do pesticida é o básico. Ou seja, seguir as instruções de dosagem e intervalo de segurança, bem como se atentar aos cuidados para evitar contaminação de solo e recursos hídricos, os quais podem acabar contaminando os produtos alimentícios em uma outra etapa da produção.

Para isso, estabelecer um processo robusto de homologação de fornecedores é um excelente começo para a minimização de resíduos de pesticidas no alimento pronto para consumo.

2. Definir meios de incentivo a práticas combinadas de controle de pragas

Uma alternativa interessante para garantir a motivação dos agricultores neste tema é atrelar benefícios quando demonstrado que se praticam ações associadas ao controle de pragas que minimizam o uso de inseticidas. Esses benefícios podem variar em contratos de maior longevidade, além de aplicação de preços mais chamativos.

Outra alternativa é oferecer programas de capacitação, suporte técnico e até mesmo participação em eventos de desenvolvimento tecnológico e de inovação como benefícios aos agricultores/fornecedores que garantem práticas combinadas no manejo de pragas.

3. Apoiar pesquisas e o desenvolvimento de variedades mais resistentes

Variedades de recursos vegetais mais resistentes foram desenvolvidas ao longos dos últimos anos. Mas a indústria alimentícia pode apoiar as pesquisas que foquem não apenas a produtividade, mas associada a isto, mais resistência a pragas e outras intempéries, o que tem o potencial de minimizar o uso de pesticidas na lavoura.

4. Estimular a prática da agricultura regenerativa

A Agricultura Regenerativa foi abordada no Fórum Econômico Mundial de 2023. O conceito é que a agricultura não pode ser compreendida de maneira isolada, visto que ela é dependente de fatores abaixo do solo e acima dele, bem como de questões climáticas.

Ela tem como pilares a redução do revolvimento do solo, a manutenção de sua cobertura, a integração de animais na lavoura, entre outros. Os cuidados propostos por este modelo são capazes de diminuir o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas, entre vários outros.

Dessa maneira, a indústria alimentícia deve considerar o estímulo a esse modelo de negócio, considerando o seu benefício em sustentabilidade para a cadeia produtiva de alimentos.

5. Reduzir a cadeia de fornecimento

Gradualmente a indústria de alimentos deve priorizar a agricultura local, substituindo os fornecedores que exijam uma longa cadeia de distribuição, sempre que possível. Essa estratégia traz resultados significativos na redução de agentes pós-colheita que buscam conservar os vegetais até que cheguem ao seu destino.

Além disso, o trabalho com fornecedores locais facilita o contato, acompanhamento do manejo e fornecimento de apoio técnico, entre outras ferramentas que podem auxiliar na avaliação e manutenção de fornecedores de alimentos mais seguros, como mencionado no item 1.

A pesquisa Tem Veneno Nesse Pacote também traz um ponto relevante relacionado ao monitoramento de resíduo de agrotóxicos em alimentos. Segundo o relatório, a Anvisa não define limites de resíduos destes químicos em alimentos processados e ultraprocessados. Os limites estão estabelecidos apenas para os alimentos in natura. Assim, esta definição é necessária para garantir um controle que vai além do simples monitoramento.

Dessa maneira, não apenas a indústria alimentícia tem um papel relevante e transformador neste cenário, mas também os consumidores. Afinal, é a partir da mudança dos hábitos alimentares que se obtém a transformação do consumo e, como consequência, as mudanças para o fornecimento de alimentos cada vez mais seguros.

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A ascensão do mercado de soro de leite: tecnologia e impacto na indústria de alimentos

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O soro de leite, que por muitos anos foi visto apenas como um subproduto da fabricação de queijos, tem se consolidado como uma das matérias-primas mais valiosas da indústria alimentícia. Com o avanço das tecnologias e a crescente demanda por proteínas de alta qualidade, o mercado de soro de leite experimenta um crescimento expressivo, transformando o que antes era descartado em um produto com grande valor comercial. Nesse contexto, é fundamental reconhecer seu potencial e entender que sua incorporação em alimentos não só agrega nutrientes, mas também melhora o valor nutricional dos alimentos.

Essa transformação está intimamente ligada ao desenvolvimento de tecnologias de separação por membranas, como microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração, que permitem a separação e concentração de componentes valiosos, como proteínas, lactose e minerais. A ultrafiltração, por exemplo, é amplamente utilizada para a produção de WPC ou Concentrado Proteico de Soro de Leite, que concentra proteínas e retira compostos indesejados, como lactose e sais minerais. O WPI (Isolado Proteico de Soro de Leite) é ainda mais concentrado, com até 95% de proteína, sendo amplamente utilizado em produtos voltados para nutrição esportiva e suplementos alimentares.

Além da concentração de proteínas, a lactose presente no permeado do soro de leite também encontra diversas aplicações, desde a fabricação de prebióticos até o desenvolvimento de produtos nutracêuticos e farmacêuticos. Essas inovações tecnológicas não só possibilitaram o aumento do valor comercial do soro de leite, como também contribuíram para a sustentabilidade da indústria, reduzindo o desperdício e aproveitando ao máximo cada componente desse subproduto.

A ciência tem caminhado lado a lado com esse crescimento, contribuindo para a obtenção de produtos cada vez mais refinados e de alta qualidade. Pesquisas e estudos constantes permitem a criação de matérias-primas de alto valor agregado que servem como base para o desenvolvimento de outros produtos na indústria alimentícia, valorizando ainda mais o soro de leite e aumentando sua relevância em diversas aplicações.

A trajetória de crescimento do mercado de soro de leite é impressionante. Nos anos 1970, ele era frequentemente descartado de forma inadequada, causando impactos ambientais. Com o passar das décadas, seu valor foi reconhecido, e produtos como o WPC, WPI e soro desmineralizado começaram a ser comercializados globalmente. Atualmente, o mercado global de proteínas de soro de leite está em rápida expansão. Projeções indicam que o valor do mercado crescerá de US$ 10,26 bilhões em 2021 para US$ 18,12 bilhões até 2029, impulsionado pela crescente demanda por proteínas de alta qualidade, tanto para alimentação humana quanto para outras indústrias, como nutrição animal, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Esse crescimento do mercado é alimentado por vários fatores. A busca por uma alimentação mais saudável, com maior ingestão de proteínas, é um dos principais impulsionadores, especialmente no segmento de suplementos esportivos e fórmulas infantis. Além disso, o mercado está cada vez mais diversificado, com novas aplicações surgindo constantemente, desde produtos funcionais até ingredientes para o desenvolvimento de embalagens biodegradáveis.

Outro ponto relevante é a formalização da legislação relacionada ao soro de leite. No Brasil, a regulamentação é estabelecida pela Instrução Normativa MAPA nº 94, de 18 de setembro de 2020, que aprova o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do Soro de Leite. Esta normativa define os parâmetros que garantem a qualidade e a segurança do produto, incluindo critérios físico-químicos, microbiológicos, além das condições de armazenamento e transporte. O RTIQ estabelece os padrões exigidos para sua comercialização, tanto no mercado interno quanto no externo, contribuindo para a credibilidade e a expansão desse setor.

Com esses avanços e a crescente valorização do soro de leite, a indústria alimentícia encontra um aliado não só para aumentar sua eficiência produtiva, mas também para desenvolver novas soluções sustentáveis e inovadoras. O futuro deste mercado é promissor, e o potencial para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias baseadas nessa matéria-prima continua a crescer, reforçando sua importância e representatividade na indústria de alimentos.

Imagem: Los Muertos Crew

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Afinal, qual açúcar escolher? A verdade sobre demerara, cristal e refinado

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O açúcar é um dos principais ingredientes utilizados na alimentação diária, mas nem todos os tipos são iguais no que diz respeito ao processamento, composição nutricional e seus efeitos no organismo. Os tipos mais comuns no Brasil são o demerara, o cristal e o refinado. Neste artigo, exploraremos mais detalhadamente as diferenças entre esses açúcares e desmistificaremos a ideia de que algum deles pode ser considerado “mais saudável” ou fonte significativa de nutrientes.

1. AÇÚCAR DEMERARA

O açúcar demerara é conhecido por passar por um processamento leve, mantendo uma maior quantidade de melaço do que o cristal e o refinado. Isso resulta em um açúcar de grãos grandes, em tom marrom-claro, e com um leve sabor caramelizado característico de mel de engenho. Como ele mantém traços de minerais como cálcio, ferro, potássio e magnésio, muitos o veem como uma opção “mais saudável” comparada aos açúcares mais processados.

No entanto, para que esses minerais tenham um impacto nutricional relevante em uma dieta, a quantidade de açúcar que precisaria ser consumida seria extremamente alta. Por exemplo: os níveis de cálcio e ferro presentes no demerara são mínimos. Segundo estudos, a quantidade de açúcar necessária para obter benefícios significativos desses minerais seria tão elevada que isso resultaria em problemas de saúde, como hiperglicemia.

Características técnicas
Processamento: açúcar bruto, não refinado, com retenção de melaço na superfície do cristal.
Composição nutricional: contém insignificantes quantidades de minerais, como cálcio, ferro, magnésio e potássio.
Sabor e textura: sabor levemente caramelizado de mel de engenho e grãos grandes.

O consumo excessivo de demerara, embora retendo uma quantidade ligeiramente maior de nutrientes em comparação aos demais tipos de açúcar, ainda apresenta os mesmos riscos associados ao excesso de açúcar, como diabetes tipo 2, obesidade e outros distúrbios metabólicos.

2. AÇÚCAR CRISTAL

O açúcar cristal é o resultado de um processo intermediário de refino, onde grande parte do melaço é removido. Ele é translúcido a levemente amarelado e sua composição nutricional é similar ao demerara, com quantidades insignificantes de nutrientes.

O mito de que o açúcar cristal é uma opção “melhor” devido a seu menor processamento em relação ao refinado é, na verdade, infundado quando analisamos os aspectos nutricionais. Assim como o demerara, para que o açúcar cristal forneça uma quantidade significativa de minerais, seria necessário consumir volumes extremamente elevados, levando à sobrecarga de glicose no sangue e provocando hiperglicemia.

Características técnicas
Processamento: leve refino, com remoção de parte do melaço.
Composição nutricional: quase nenhum micronutriente residual.
Sabor e textura: Cristais de sabor doce neutro.

Em termos de impacto metabólico, o açúcar cristal tem um índice glicêmico semelhante ao demerara, e o consumo elevado pode resultar nos mesmos riscos para a saúde.

3. AÇÚCAR REFINADO

O açúcar refinado é o mais processado dos três tipos, passando por um processo completo de remoção de cor através de refino para o clareamento, resultando em um produto final de cor mais clara e completamente isento de minerais e vitaminas. Este tipo de açúcar é quase exclusivamente composto de sacarose na mais alta pureza.

Características técnicas
Processamento: obtido pela dissolução do açúcar standard (padrão), posterior refino e cristalização.
Composição nutricional: isento de minerais e vitaminas.
Sabor e textura: cristais uniformes, brancos ou levemente translúcidos de sabor doce característico.

Embora seja o mais criticado por ser “vazio” de nutrientes, em termos de impacto glicêmico, o refinado não difere significativamente dos outros açúcares. Todos eles, quando consumidos em excesso, podem levar ao mesmo resultado metabólico: aumento nos níveis de glicose sanguínea e riscos associados.

COMPARAÇÃO NUTRICIONAL E EFEITOS NO ORGANISMO

Embora o demerara contenha uma quantidade maior de minerais em comparação ao cristal e ao refinado, a quantidade de nutrientes presentes ainda é desprezível em relação às necessidades diárias recomendadas. Para alcançar níveis significativos desses minerais, como cálcio e potássio, a quantidade necessária seria tão alta que colocaria o consumidor em risco de desenvolver hiperglicemia, uma condição em que o nível de glicose no sangue aumenta de forma perigosa.

Como exemplo, a quantidade diária recomendada de cálcio para um adulto é de cerca de 1000 mg. O açúcar demerara contém aproximadamente 85 mg de cálcio por 100 g. Para atingir a quantidade diária recomendada de cálcio através do consumo de demerara, seria necessário ingerir mais de 1,1 kg de açúcar — um consumo absurdo que causaria sérios danos à saúde.

Além disso, o consumo excessivo de açúcar, independentemente do tipo, está fortemente ligado ao desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, obesidade, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.

CONCLUSÃO

Embora o açúcar demerara e o cristal apresentem uma leve vantagem em termos de presença de minerais quando comparados ao açúcar refinado, a verdade é que nenhum desses tipos pode ser considerado uma fonte significativa de vitaminas e sais minerais. Para alcançar níveis relevantes desses nutrientes, a quantidade de açúcar necessária seria prejudicial à saúde, levando a condições como a hiperglicemia.

Portanto, ao considerar o impacto do consumo de açúcar, o foco deve estar na moderação, e não na suposta superioridade nutricional de um tipo sobre o outro. O consumo consciente e equilibrado de qualquer tipo de açúcar é essencial para evitar problemas de saúde a longo prazo, e outras fontes de nutrientes devem ser priorizadas na dieta para garantir a ingestão adequada de vitaminas e minerais essenciais.

Referências:
– Food and Agriculture Organization (FAO). Sugar and Health: A Global Overview
– Ministério da Saúde, Brasil. Guia Alimentar para a População Brasileira
– World Health Organization (WHO). Guideline: Sugars Intake for Adults and Children
– Harvard T.H. Chan School of Public Health. The Nutrition Source: Carbohydrates and Blood Sugar

Por Diogo Ximenes

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Dicas para um churrasco com Segurança de Alimentos

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Como boa brasileira adoro um churrasco!

Como engenheira de alimentos, reflito como podemos melhorar o aspecto de Segurança de Alimentos…

Há muitas doenças transmitidas por alimentos, o ideal é tomar cuidado para que ninguém passe mal ou fique doente. Como? Seguem algumas dicas.

Tudo começa na escolha de utensílios:

  • Grelha e espetos
    1. Devem estar limpos e ser de aço inox. Atenção: não adianta achar que o calor da churrasqueira vai matar todos os microrganismos.
  • Tábuas
    1. Madeira: não deve ser usada, pois é um material muito poroso e difícil de limpar nos veios da madeira. O risco só aumenta com o uso, devido ao corte gerar ranhuras.
    2. Plástico: selecione plásticos rígidos e sem porosidade. Lembre-se que com o uso frequente podem aparecer ranhuras. Assim, descarte quando achar que tem ranhuras.
    3. Mármore: quando novo e com uma camada impermeabilizante pode ser adequado. Cuidado com mármore poroso e com ranhuras, pois será muito difícil higienizar.
    4. Vidro temperado: a melhor opção, pois não é poroso e dificilmente tem ranhuras. Apenas atenção com choques para não quebrar.

  • Facas, garfos e acessórios
    1. Evite cabos de madeiras.
    2. Cabos de plásticos podem ser usados, desde que bem limpos.
    3. A melhor opção são os totalmente em inox.

  • Pratos e copos
    1. Sempre a melhor opção são vidros e cerâmicas, e logicamente taças de cristal.
    2. Os descartáveis devem estar limpos e nunca devem ser reutilizados.

A Anvisa publicou e mantém atualizada a legislação de material de contato com alimentos para indústria de alimentos e bebidas. A legislação é muito boa para evitar contaminações na indústria, mas para utensílios domésticos não é seguida.

Pense em higienizar as tábuas antes ou após o uso com água sanitária diluída, com tempo de contato mínimo de 10 minutos, para eliminar microrganismos aderidos aos poros.

E agora vamos para as dicas de comida:

  • Carnes
    1. Separar tábuas para carnes cruas das de carnes cozidas.
    2. Evitar comer carnes cruas.
    3. Manter as carnes refrigeradas até o momento de assar.
    4. Em lanches com linguiça, prefira cozinhar a linguiça antes para garantir que esteja bem cozida.
  • Maionese
    1. Prefira as industrializadas.
    2. Para fazer maionese caseira, use ovo cozido. Reduz o risco de contaminação por Salmonela.
    3. Mantenha na geladeira e sirva em pequenas porções.
  • Vinagrete e vegetais
    1. Lave e desinfete os vegetais. Use produtos indicados para desinfecção comercializados em supermercados ou estabelecimentos especializados.
    2. Pique os vegetais em tábuas limpas e nunca após utilização com carne.
    3. O vinagre e o limão são importantes para reduzir o pH e, assim como o sal, são bons para conservação.
  • Arroz
    1. Deve-se evitar deixar a panela quente aberta, pois pode haver contaminação. Mantenha o recipiente fechado.
    2. Não deve ficar exposto por mais de 1 a 2 horas.
  • Queijos
    1. A maior parte dos queijos precisa de refrigeração. Assim, sirva em pequenas porções e mantenha na geladeira antes de servir.
  • Gelo
    1. Use gelo de água potável tanto para adicionar na bebida como para resfriar bebidas embaladas.
  • Pão de alho
    1. Siga a instrução do fabricante: armazenamento refrigerado ou a temperatura ambiente.
  • Farofas
    1. Normalmente não oferecem risco.
    2. Cuidado se adicionar ovos, porque devem estar bem cozidos.
    3. Evite umedecer as farinhas.
  • Sobremesa
    1. Lave e desinfete frutas antes de picar e assar.
    2. Sorvetes devem ser mantidos congelados. Na hora de servir, tire as porções e volte imediatamente o pote para o freezer.
    3. As sobremesas que contêm leite devem ser mantidas geladas ou congeladas.

Nem precisa falar da importância de lavar as mãos para não contaminar os alimentos.

Seguindo essas dicas, você poderá aproveitar seu churrasco com sua família e amigos e ficar tranquilo(a).

Bom churrasco!

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Imagem em destaque: foto de Omar Mahmood

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