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Lei 14.016/2020 e o desperdício de alimentos: como o Brasil está, comparado a outros países?

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A Lei 14.016/2020, sancionada no Brasil, foi um marco para combater o desperdício de alimentos e promover a doação segura de alimentos excedentes, um passo importante para garantir a segurança alimentar em tempos de insegurança crescente. Esta lei permite que restaurantes, supermercados e produtores de alimentos doem produtos que ainda estejam adequados para o consumo, respeitando regras de segurança de alimentos. Mas você já se perguntou como essa legislação (e a nossa realidade) se comparam às de outros países?

O “The Global Food Donation Policy Atlas”, desenvolvido pelo The Global FoodBanking Network e a Harvard Law School, nos oferece um olhar detalhado sobre como diferentes nações lidam com a doação de alimentos, mostrando exemplos práticos de regulamentações e iniciativas ao redor do mundo.

Brasil: O desafio de ampliar a doação de alimentos

Com a Lei 14.016/2020, o Brasil criou um mecanismo legal para incentivar a doação de alimentos sem que empresas temam consequências jurídicas, desde que sigam os padrões de segurança de alimentos. No entanto, a implementação prática enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada para a coleta e distribuição de alimentos. Bancos de alimentos e iniciativas locais têm avançado, mas há ainda espaço para expandir a conscientização e o envolvimento do setor privado em larga escala.

África: colaboração e proteção legal na África do Sul

Na África do Sul, a legislação que incentiva a doação de alimentos tem um impacto significativo na redução da fome. O país combina proteção jurídica semelhante à do Brasil, com políticas de incentivo que promovem a doação. Uma parceria ativa entre o governo, ONGs e o setor privado faz com que alimentos excedentes sejam distribuídos com eficiência para aqueles que mais precisam. Grandes redes de supermercados e restaurantes participam regularmente desse processo, ajudando a construir uma cultura de doação, algo que o Brasil pode aprimorar, incentivando mais empresas a aderirem a essa prática.

América do Sul: o exemplo da Argentina

Na Argentina, a “Ley Donal” (Lei 25.989) também oferece proteção aos doadores, de forma semelhante à Lei 14.016/2020 no Brasil. No entanto, a Argentina conseguiu estabelecer uma rede sólida de bancos de alimentos, com participação ativa de grandes varejistas e produtores agrícolas, o que facilita a logística de doação. Um diferencial na Argentina é a conscientização sobre o papel social das empresas em doar alimentos, algo que no Brasil ainda precisa ser fortalecido. A Argentina também investe em campanhas de comunicação que promovem o combate ao desperdício, incentivando a participação da sociedade em iniciativas de doação.

China: desafios culturais e normas rígidas

Na China, o desperdício de alimentos é um problema significativo. Não existe nenhuma lei que incentive a doação e ainda temos a barreira cultural. A desconfiança em relação à qualidade dos produtos doados é uma barreira cultural que o governo e ONGs locais precisam superar. Comparada ao Brasil, onde as normas são mais flexíveis, a China ainda precisa desenvolver uma infraestrutura de confiança que incentive as doações em grande escala.

União Europeia: incentivos fiscais e parcerias

Na União Europeia, vários países adotam uma abordagem que combina rigor regulatório com incentivos fiscais. Um exemplo notável é a França, que introduziu leis proibindo supermercados de descartarem alimentos ainda consumíveis. A legislação francesa parte de um compromisso mais amplo com a economia circular e incentiva tanto a doação quanto o uso de alimentos excedentes para compostagem. Outro destaque na Europa é a utilização de plataformas digitais que conectam doadores a bancos de alimentos, facilitando a logística e garantindo uma rápida redistribuição dos alimentos. O Brasil pode aprender com essas práticas, principalmente no que diz respeito à oferta de incentivos fiscais para empresas doadoras e à utilização de tecnologia para agilizar o processo de doação.

Estados Unidos: proteção legal e infraestrutura robusta

Nos Estados Unidos, o Bill Emerson Good Samaritan Food Donation Act, de 1996, oferece forte proteção jurídica aos doadores de alimentos, similar à Lei 14.016/2020. Contudo, os EUA se destacam por sua ampla rede de bancos de alimentos e pela forte cultura de responsabilidade social no setor privado. O programa Feeding America, por exemplo, conecta grandes redes de supermercados e restaurantes a bancos de alimentos por todo o país, permitindo uma doação eficaz e em larga escala. Além disso, incentivos fiscais para empresas doadoras são amplamente utilizados, algo que o Brasil pode considerar como um próximo passo para aumentar o impacto da Lei 14.016/2020.

A doação de alimentos é uma ferramenta poderosa na luta contra a fome e o desperdício, mas ela só será eficaz com a participação de toda a sociedade. Com lições extraídas de diversos países ao redor do mundo, o Brasil tem o potencial de se tornar uma referência global em doação de alimentos, garantindo que menos comida seja desperdiçada e mais pessoas sejam alimentadas de forma segura.

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Mudanças reais começam com pessoas: o poder do envolvimento na segurança dos alimentos

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Você com certeza já passou por mudanças ou já foi envolvido em alguma mudança. Possivelmente já foi impactado por alguma e em alguns casos precisou até liderar uma mudança.

As mudanças estão presentes no dia a dia, e na indústria de alimentos não é diferente:

  • Precisamos “mudar” a cultura de segurança de alimentos!
  • Precisamos mudar como as inspeções de qualidade são realizadas!
  • Precisamos mudar o detector de metais de lugar!
  • Precisamos mudar o check-list de limpeza!
  • Precisamos mudar isso, mudar aquilo…!

A maioria das mudanças está associada a novos comportamentos, novas ações e atitudes. Em alguns casos pessoas sairão de sua “zona de conforto”, por isso eu pergunto à pessoa que lê este post: recorde-se de uma mudança em relação à qualidade na empresa em que trabalha ou trabalhou. Foi fácil? As pessoas compraram a ideia rapidamente? Que bom seria se na maioria das vezes a resposta fosse sim.

Nada cria maior senso de envolvimento que pessoas ouvidas em processos de tomadas de decisão

Nesse post, quero abordar a mudança sob o ponto de vista comportamental e proporcionar uma análise do envolvimento das pessoas, principalmente aquelas que executarão e serão mais impactadas pela mudança.

Temos dois cenários:

  • Um problema acontece, Qualidade define uma ação, recursos são investidos, um equipamento é alterado, formulários e papéis surgem na linha e a principal pessoa, futura usuária dessa maravilhosa nova engenharia, sequer foi ouvida;
  • Um problema acontece, o ambiente é seguro psicologicamente, os colaboradores que atuam no local têm autonomia e participam da investigação com as áreas suportes e de qualidade, juntos propõem ações, suas ações são ouvidas, trabalhadas e executadas.

Em qual dos dois cenários ocorrerá maior adesão à mudança?

Não é de se admirar que em alguns casos, altos recursos financeiros poderiam ser economizados com simples ações de quem entende de fato do processo em que atua.

Nada cria maior senso de envolvimento que pessoas ouvidas em processos de tomadas de decisão.

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A importância da certificação em Segurança de Alimentos: benefícios e impactos para as empresas

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As exigências do mercado em termos de qualidade e segurança de alimentos estão a crescer em ritmo acelerado, tornando a certificação uma necessidade imprescindível para as empresas. Esta realidade é impulsionada pela crescente concorrência e pela sensibilização dos consumidores, que procuram cada vez mais produtos seguros e de confiança. Com o aumento da expectativa média de vida, as pessoas vivem até idades mais avançadas, o que reforça a necessidade de alimentos que atendam a padrões rigorosos de segurança, especialmente para os grupos mais vulneráveis. Simultaneamente, o crescimento populacional impõe uma maior necessidade de produção alimentar, o que pode comprometer a segurança dos produtos, se não forem seguidos procedimentos rigorosos.

Neste contexto, as exigências legais em termos de segurança de alimentos tornam-se mais rigorosas. Contudo, o mero cumprimento da legislação nem sempre é suficiente. As empresas têm a oportunidade — e a necessidade — de ir além das obrigações legais. E por que motivo existe essa necessidade? Um dos principais fatores de motivação são os clientes das grandes superfícies, que estão a exigir cada vez mais. O objetivo é sempre o mesmo: garantir que alimentos seguros cheguem até à mesa de cada consumidor.

Diversas normas de certificação, como a ISO 22000, IFS ou BRCGS, foram desenvolvidas para ajudar as empresas a estruturar as suas operações e garantir que a segurança de alimentos seja assegurada de forma sólida e consistente. Estas normas elevam os padrões, promovendo práticas que vão além dos requisitos legais obrigatórios.

A certificação em segurança de alimentos oferece inúmeros benefícios, incluindo o aumento da qualidade dos produtos, a redução de custos operacionais e, consequentemente, a melhoria da lucratividade.

Embora os benefícios sejam significativos, muitas empresas enfrentam desafios que podem impactar a implementação eficaz de sistemas de certificação. Entre os problemas mais comuns estão:

  • Ausência de procedimentos documentados;
  • Falta de comprometimento por parte da equipe operacional;
  • Regras e processos pouco claros;
  • Indicadores de desempenho mal definidos;
  • Produtividade insatisfatória;
  • Falta de métricas para monitorar a eficiência;
  • Formação inadequada dos colaboradores;
  • Deficiências na comunicação interna;
  • Dificuldades em seguir a estrutura hierárquica;
  • Ineficiência na gestão dos processos.

Estes problemas, quando não resolvidos, podem aumentar o número de reclamações, elevar o desperdício de recursos e reduzir a rentabilidade.

A implementação de uma certificação pode ser uma ferramenta valiosa para as empresas enfrentarem esses desafios. Ao adotar um sistema certificado de gestão da segurança de alimentos, as empresas podem:

  • Garantir a consistência e clareza nos procedimentos operacionais;
  • Otimizar os processos produtivos, tornando-os mais eficientes e rentáveis;
  • Aumentar a motivação da equipe, ao estabelecer responsabilidades claras;
  • Promover a equidade de direitos e deveres entre os colaboradores.

Com a certificação, a qualidade dos produtos aumenta e o número de reclamações diminui. Uma empresa com produtos de qualidade reconhecida ganha uma reputação sólida no mercado, facilitando a fidelização de clientes e a abertura para novos mercados. Isto sem considerar questões bastante relevantes no que toca à defesa dos alimentos (food defense) e fraude alimentar (food fraud).

A certificação não só melhora a eficiência operacional como também contribui diretamente para a redução do esforço da equipe, o aumento da produção e a diminuição das reclamações, o que resulta em maior satisfação dos clientes. Estes fatores conduzem, de forma direta, ao aumento da lucratividade.

Além do impacto financeiro direto, a certificação traz benefícios indiretos, como a melhoria da imagem e reputação da empresa, a criação de uma vantagem competitiva e o aumento da eficiência global.

Após a implementação dos procedimentos e a obtenção da certificação, é crucial realizar uma análise do retorno sobre o investimento (ROI). Esta análise permite que a empresa avalie os ganhos obtidos com a certificação e identifique áreas para continuar a evoluir e promover a melhoria contínua. Este ponto torna-se particularmente relevante, dado que muitas vezes existe resistência à aplicação deste tipo de normas por parte da gestão de topo. No entanto, ao comprovar que é possível obter produtos de qualidade e segurança superior, enquanto se alcançam também ganhos económicos, as empresas tornam-se mais receptivas às alterações necessárias.

Com o foco na evolução constante, a certificação não é o ponto final, mas sim um passo fundamental para garantir a excelência operacional e a segurança de alimentos ao longo do tempo.

Por Tânia Lopes

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Como engajar a equipe na era digital?

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A vida corrida exige informações rápidas e claras. Mas como manter o conteúdo relevante e interessante em um mundo cada vez mais digital? Como engajar a equipe? A resposta está em usar a tecnologia a nosso favor.

A internet conecta-nos instantaneamente a um mar de informações. Porém, a falta de tempo e o excesso de dados podem gerar desinteresse e dificuldade de compreensão, principalmente em treinamentos.

O desafio é transformar a tecnologia em uma ferramenta para aumentar o engajamento da equipe.

Aproveite:

  • QR Codes: Crie um canal anônimo para sugestões, críticas e denúncias;
  • Telas: Use telas em locais comuns para exibir informações relevantes e atualizadas;
  • Formulários online: Faça pesquisas rápidas para avaliar o aprendizado e identificar áreas de melhoria.

Resultados esperados:

  • Maior engajamento: Colaboradores mais participativos e interessados nos objetivos da empresa;
  • Melhoria da comunicação: Troca de informações mais eficiente e transparente;
  • Aumento da produtividade: Informações relevantes e acessíveis no momento certo.

Dicas:

  • Seja objetivo: Mensagens curtas e diretas são mais eficazes;
  • Utilize imagens e vídeos: Conteúdos visuais facilitam a compreensão;
  • Incentive a interação: Crie espaços para que os colaboradores participem;
  • Adapte-se às novas tecnologias: Esteja sempre atualizado sobre as novidades;
  • Lembre-se: A tecnologia é uma aliada poderosa para o crescimento da sua empresa. Use-a com criatividade e inteligência para alcançar seus objetivos.

E você, como pode usar a tecnologia para transformar sua empresa?

Veja abaixo outro artigo sobre o tema no blog:

Treinamentos em Segurança de Alimentos: inove com a gamificação 

Por Eduardo Ramos

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Guia do EHEDG traduzido orienta como implementar requisitos do GFSI para gestão de projeto sanitário

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O GFSI publicou, em 2020, um White Paper explicando como implementar os requisitos do GFSI para gestão de projeto sanitário. Essa notícia demos aqui:  EHEDG explica como atender os requisitos do GFSI para projeto sanitário em White Paper.

A novidade é que agora este conteúdo pode ser lido em português, graças ao trabalho de uma consultoria, que realizou a tradução e revisão técnica.

Qual é o conteúdo deste manual?

O documento tem 59 páginas  na versão original e cobre um por um dos requisitos dos documentos JI e JII em 3 seções:

Seção 1: Requisitos de  perigos e riscos  do sistema de gestão

Seção 2: Requisitos de Projeto Sanitário do sistema de gestão

Seção 3: Requisitos de Boas Práticas Industriais do setor

Ele apresenta cada requisito do GFSI, tanto para o escopo JI quanto JII e traz uma interpretação de como aplicar, sendo rico em exemplos.

Hoje em dia vemos estes requisitos serem incorporados cada vez mais para o escopo JII, o que foi feito de forma muito clara pela  FSSC 22000, que trouxe um guia que usa vários elementos do manual do EHEDG. Confira aqui.

Entendendo o que são os requisitos de benchmarking

O  GFSI criou dois escopos de certificação em Projeto Sanitário de Edifícações e Processamento de Alimentos e Equipamento (JI e JII).

JI é para construtores de edifícios e fabricantes de equipamento.

Ou seja, um dia, se os esquemas de certificação desejarem, pode haver uma certificação de empresa de arquitetura ou um fabricante de equipamentos em normas de segurança de alimentos. O escopo está montado, seria só adotar e formatar uma norma específica para este mercado.

JII é  para usuários dos equipamentos e edificações

Assim, um dia pode ser que haja algum módulo adicional ou certificação específica para o departamento de engenharia da empresa que contrata os empreiteiros civis, arquitetura e montagem de equipamentos. Na prática, já existe a adoção gradual de alguns requisitos do JII pelos esquemas de certificação.

O documento é gratuito!

Você quer que o EHEDG invista mais no Brasil?

Então NÃO compartilhe o manual em pdf com seus colegas, e sim o link para acesso ao documento, direto da página do EHEDG. Só assim o grupo europeu reconhecerá, pela quantidade de acessos, o quanto nosso país é relevante no cenário global, é comprometido com a segurança dos alimentos e tem interesse em desenho sanitário.

Clique aqui para baixar o White Paper em inglês ou português

https://www.ehedg.org/guidelines-working-groups/guidelines/guidelines/detail/white-paper-1-tes

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Chamada para evento online e gratuito – CIBICA

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Se você é profissional, estudante ou entusiasta da segurança de alimentos, este convite é para você! No dia 25 de outubro, às 18:00 horas, será realizado o evento online e gratuito “Encontro de Irmãos de Inocuidade e Qualidade na América Latina”, idealizado pela Comunidad Iberoamericana de Inocuidad Alimentaria y Calidad (CIBICA), uma associação que reúne especialistas e interessados no tema em toda a América Latina.

Neste encontro serão discutidos temas fundamentais para o desenvolvimento e fortalecimento das práticas de segurança de alimentos e qualidade na região, com o objetivo de compartilhar experiências, conhecimentos e soluções práticas para os desafios enfrentados por empresas, indústrias e organizações que atuam na cadeia de alimentos.

Por que participar deste encontro?

A segurança de alimentos é um tema que transcende fronteiras e, na América Latina, temos uma diversidade de sistemas alimentares e desafios específicos que precisam ser abordados em conjunto. O Encontro de Irmãos de Inocuidade e Qualidade busca criar um espaço para troca de experiências e aprendizado colaborativo entre os países da região.

Aqui estão alguns motivos pelos quais você não pode perder este evento:

1. Acesso a especialistas: O evento contará com a presença de renomados profissionais da área de segurança de alimentos e qualidade em toda a América Latina. Eles trarão estudos de caso, práticas inovadoras e abordagens que estão sendo implementadas para garantir a segurança de alimentos em diferentes setores.

2. Integração entre os países latino-americanos: O evento tem um forte foco na colaboração entre os países ibero-americanos, destacando a importância de trabalhar juntos para enfrentar os desafios comuns relacionados à segurança de alimentos e qualidade. A troca de experiências entre diferentes realidades é uma oportunidade para encontrar soluções inovadoras que podem ser aplicadas em diversos contextos.

3. Networking: Este será um momento valioso para conhecer e interagir com profissionais de toda a América Latina, criando uma rede de contatos que pode ser muito útil para futuras parcerias, colaborações e troca de informações.

4. Evento online e gratuito: Um dos grandes atrativos do Encontro de Irmãos de Inocuidade e Qualidade é que ele será completamente online, permitindo que você participe de onde estiver. Além disso, é gratuito, proporcionando um acesso democrático a todos os interessados em segurança de alimentos e qualidade.

Temas que serão abordados

A programação do evento foi cuidadosamente elaborada para garantir que os temas mais relevantes para o cenário atual da segurança de alimentos e qualidade sejam abordados. Entre os assuntos que serão discutidos estão:

Desafios e oportunidades na implementação de sistemas de segurança de alimentos na América Latina: Quais são os principais obstáculos que as empresas enfrentam para implementar sistemas eficazes de segurança de alimentos e como podemos superá-los?
Boas práticas na indústria alimentícia: Exemplos de iniciativas bem-sucedidas em empresas de diferentes países da região, mostrando como as boas práticas podem melhorar a segurança dos alimentos e reduzir riscos.
Regulamentações e conformidade: Como as regulamentações de segurança de alimentos e qualidade variam entre os países da América Latina e quais são os desafios para garantir conformidade em um cenário globalizado?

Sobre a CIBICA

A Comunidad Iberoamericana de Inocuidad Alimentaria y Calidad (CIBICA) é uma associação que tem como missão promover o desenvolvimento de práticas seguras e de alta qualidade na cadeia de produção de alimentos, atuando como uma ponte entre profissionais, empresas e organizações da Ibero-América. A CIBICA trabalha para fortalecer o intercâmbio de conhecimentos e experiências, apoiando a capacitação de profissionais e a implementação de boas práticas nos países da América Latina.

Este evento é parte do esforço da CIBICA para aumentar a conscientização sobre a importância da segurança de alimentos e da qualidade, incentivando a colaboração entre os diferentes países da região e promovendo soluções inovadoras para os desafios do setor.

Como se inscrever?

A inscrição para o evento é simples e rápida! Basta clicar aqui e preencher seus dados. Após a inscrição, você receberá um e-mail com as instruções para acessar o evento no dia 25 de outubro.

Participe e ajude a construir um futuro mais seguro e sustentável!

O Encontro de Irmãos de Inocuidade e Qualidade na América Latina é uma oportunidade imperdível para todos que atuam na cadeia de alimentos. Junte-se a nós neste evento gratuito e venha aprender, compartilhar e colaborar com especialistas e colegas de toda a América Latina.

Lembre-se: a segurança de alimentos é uma responsabilidade compartilhada. Contamos com sua participação para fortalecer a inocuidade e a qualidade na nossa região! Estaremos online no dia 25 de outubro, às 18:00 horas!

Claudio Riquelme Jorquera

COMUNIDAD IBEROAMERICANA DE INOCUIDAD DALIMENTARIA Y CALIDAD
www.cibica.org

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Integridade e Food Defense: lições do varejo para toda a cadeia alimentar

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A segurança dos alimentos vai além da garantia de que o produto esteja livre de contaminações acidentais; ela também deve contemplar medidas para proteger os alimentos contra adulterações intencionais, como sabotagem ou contaminação maliciosa, garantindo sua integridade. É nesse contexto que o food defense se destaca, aplicando-se não apenas à indústria, mas a todos os pontos de interação com o produto até sua chegada ao consumidor final.

Experiência pessoal: o caso do pão de milho e a manipulação indevida

Recentemente, ao realizar compras com minha família, escolhemos um pão de milho em um supermercado. Ao verificar o peso, notei uma diferença significativa entre o peso declarado e o real. Ao inspecionar melhor e após checar outros pães da mesma marca, ficou claro que algo estava errado. O supermercado informou que a responsabilidade pelo reabastecimento e organização dos produtos era da própria empresa produtora, que realizava a reposição nas gôndolas.

A situação complicou-se quando percebi que o problema não era apenas o peso: o repositor havia removido fatias do interior do pão, desenroscando o arame que fechava o pacote, retirando fatias e recolocando o pão, aparentemente intacto. Essa prática, além de prejudicar o consumidor, levanta uma bandeira vermelha sobre o risco de adulteração ou sabotagem, comprometendo a integridade do alimento.

Ao entrar em contato com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa, fui surpreendido ao ser informado de que essa era uma situação conhecida e considerada “comum” pela companhia. Essa resposta me chamou a atenção, pois tratava com certa naturalidade um risco que deveria ser minimizado, e não aceito como algo rotineiro. Isso reforçou minha percepção de que as práticas de food defense precisam ser mais rigorosas e que o monitoramento deve ir além da indústria, abrangendo todos os elos da cadeia até o consumidor final.

Produtos com lacres de segurança: prevenindo violações

Um ponto fundamental a ser considerado no contexto de food defense é a facilidade com que um produto pode ser violado fora da fábrica. Como podemos ver na imagem abaixo, pães de forma que utilizam arames simples para fechamento são facilmente manipuláveis, tornando a adulteração externa uma possibilidade real.

Por outro lado, pães que utilizam lacres mais robustos e invioláveis proporcionam uma barreira extra contra esse tipo de risco. Quando o consumidor adquire um produto lacrado de maneira segura, há uma garantia maior de que o produto chegou intacto desde a produção até o ponto de venda.

Produtos que utilizam lacres de segurança são menos suscetíveis a violações, reduzindo significativamente o risco de contaminação intencional ou adulteração por agentes externos, como ilustrado na comparação entre os diferentes tipos de fechamento de embalagens de pão. Para aprofundar o tema de embalagens suscetíveis de alterações, leia o artigo Food Defense em embalagens suscetíveis de alterações.

Food Defense: proteção além dos muros da fábrica

O conceito de food defense exige a implementação de barreiras que protejam o alimento contra ameaças intencionais. No caso descrito, a falha não foi apenas na retirada de fatias, mas no potencial de ocorrer algo muito mais grave, como a sabotagem de produtos. Para mitigar esses riscos, as empresas devem adotar medidas preventivas que englobem toda a cadeia, incluindo os pontos de venda. Isso envolve:

  • Treinamento dos repositores e parceiros logísticos: é fundamental garantir que todos os envolvidos na manipulação do produto conheçam e respeitem os procedimentos de segurança e proteção.
  • Monitoramento de processos no varejo: estabelecer protocolos de monitoramento contínuo nos pontos de venda, não apenas para controle de peso, mas também para garantir a integridade do produto.
  • Uso de lacres de segurança: adotar embalagens que utilizem lacres invioláveis para garantir que o produto não seja adulterado fora da fábrica.
  • Engajamento do consumidor: informar o consumidor sobre a importância de relatar quaisquer irregularidades percebidas no produto, fortalecendo o elo final de defesa.

Conclusão

A segurança de alimentos é uma responsabilidade que vai além da produção industrial, devendo envolver todos os elos da cadeia, desde a produção até a venda ao consumidor final. O exemplo pessoal apresentado revela não só a possibilidade de manipulação indevida de produtos, mas também a naturalização desse risco por parte de algumas empresas. A retirada de fatias do interior de um pão e a posterior devolução do produto à gôndola não altera apenas o peso original, mas também compromete toda a rastreabilidade e identificação da causa de possíveis problemas.

A dificuldade de rastrear o que ocorreu, especialmente se o produto foi manipulado fora do controle da empresa, torna a investigação mais complexa. Além disso, a alteração do peso original pode resultar em problemas com órgãos reguladores, como o Inmetro, levando a inspeções e possíveis penalidades. Isso sem mencionar as consequências para a confiança do consumidor, a imagem da marca e os riscos legais que a adulteração ou sabotagem pode gerar.

Portanto, a implementação de food defense eficaz, que considere todas essas variáveis, é essencial para proteger tanto a integridade dos alimentos quanto a reputação das empresas.

Por Alexandre Salomão

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5 estratégias para a indústria alimentícia minimizar resíduos de pesticidas

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O uso de pesticidas tem sido justificado ao longo dos anos como uma ferramenta que garante a produtividade na agricultura. Por outro lado, seus resíduos deixam uma preocupação relevante em relação à segurança do alimento.

Entre esses dois pontos de vista, sabemos que o tema carrega consigo discussões políticas que tornam cada vez mais complexa uma resolução. Afinal, como a indústria de alimentos deve se posicionar neste impasse?

Recentemente o Idec (Instituto de Defesa dos Consumidores) publicou os resultados da terceira edição da pesquisa Tem Veneno Nesse Pacote. Parando pra pensar: se este termo estivesse estampado nas embalagens, muito provavelmente decidiríamos por não consumir, não é mesmo?

Tem_Veneno_Nesse_Pacote_Vol3

(Reprodução: Instituto de Defesa dos Consumidores – Tem Veneno Nesse Pacote Volume 3).

Esta pesquisa vem analisando diversos alimentos nos últimos anos, como biscoitos, bebidas, pães, bolos, lácteos e, nesta última edição, foram incluídos alimentos plant-based.

Nos dois primeiros volumes, cerca de 60% dos produtos analisados apresentaram resíduo de, pelo menos, um tipo de pesticida. Já no volume que acaba de ser publicado, 12 dos 24 produtos analisados apresentaram resíduo de agrotóxico, sendo o glifosato o mais frequente entre os pesticidas encontrados.

Mas o que a indústria alimentícia pode fazer para minimizar esse perigo e evitar a exposição de suas marcas?

1. Selecionar seus fornecedores

Sabe-se que a presença de resíduos de pesticidas em alimentos é um reflexo de sua manipulação na agricultura. Por isso, é importante que a indústria alimentícia escolha a dedo seus fornecedores, priorizando aquele que demonstre e evidencie as boas práticas agrícolas.

Entre elas, adotar as recomendações de aplicação fornecidas pelo fabricante do pesticida é o básico. Ou seja, seguir as instruções de dosagem e intervalo de segurança, bem como se atentar aos cuidados para evitar contaminação de solo e recursos hídricos, os quais podem acabar contaminando os produtos alimentícios em uma outra etapa da produção.

Para isso, estabelecer um processo robusto de homologação de fornecedores é um excelente começo para a minimização de resíduos de pesticidas no alimento pronto para consumo.

2. Definir meios de incentivo a práticas combinadas de controle de pragas

Uma alternativa interessante para garantir a motivação dos agricultores neste tema é atrelar benefícios quando demonstrado que se praticam ações associadas ao controle de pragas que minimizam o uso de inseticidas. Esses benefícios podem variar em contratos de maior longevidade, além de aplicação de preços mais chamativos.

Outra alternativa é oferecer programas de capacitação, suporte técnico e até mesmo participação em eventos de desenvolvimento tecnológico e de inovação como benefícios aos agricultores/fornecedores que garantem práticas combinadas no manejo de pragas.

3. Apoiar pesquisas e o desenvolvimento de variedades mais resistentes

Variedades de recursos vegetais mais resistentes foram desenvolvidas ao longos dos últimos anos. Mas a indústria alimentícia pode apoiar as pesquisas que foquem não apenas a produtividade, mas associada a isto, mais resistência a pragas e outras intempéries, o que tem o potencial de minimizar o uso de pesticidas na lavoura.

4. Estimular a prática da agricultura regenerativa

A Agricultura Regenerativa foi abordada no Fórum Econômico Mundial de 2023. O conceito é que a agricultura não pode ser compreendida de maneira isolada, visto que ela é dependente de fatores abaixo do solo e acima dele, bem como de questões climáticas.

Ela tem como pilares a redução do revolvimento do solo, a manutenção de sua cobertura, a integração de animais na lavoura, entre outros. Os cuidados propostos por este modelo são capazes de diminuir o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas, entre vários outros.

Dessa maneira, a indústria alimentícia deve considerar o estímulo a esse modelo de negócio, considerando o seu benefício em sustentabilidade para a cadeia produtiva de alimentos.

5. Reduzir a cadeia de fornecimento

Gradualmente a indústria de alimentos deve priorizar a agricultura local, substituindo os fornecedores que exijam uma longa cadeia de distribuição, sempre que possível. Essa estratégia traz resultados significativos na redução de agentes pós-colheita que buscam conservar os vegetais até que cheguem ao seu destino.

Além disso, o trabalho com fornecedores locais facilita o contato, acompanhamento do manejo e fornecimento de apoio técnico, entre outras ferramentas que podem auxiliar na avaliação e manutenção de fornecedores de alimentos mais seguros, como mencionado no item 1.

A pesquisa Tem Veneno Nesse Pacote também traz um ponto relevante relacionado ao monitoramento de resíduo de agrotóxicos em alimentos. Segundo o relatório, a Anvisa não define limites de resíduos destes químicos em alimentos processados e ultraprocessados. Os limites estão estabelecidos apenas para os alimentos in natura. Assim, esta definição é necessária para garantir um controle que vai além do simples monitoramento.

Dessa maneira, não apenas a indústria alimentícia tem um papel relevante e transformador neste cenário, mas também os consumidores. Afinal, é a partir da mudança dos hábitos alimentares que se obtém a transformação do consumo e, como consequência, as mudanças para o fornecimento de alimentos cada vez mais seguros.

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Tecnologia como aliada no desenvolvimento da equipe

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As demandas do dia a dia pedem que as informações sejam transmitidas de forma rápida e objetiva. Porém, essa rapidez não pode prejudicar o conteúdo e, principalmente, o entendimento e o engajamento dos ouvintes colaboradores. Tenho em mente que a tecnologia deve ser utilizada para facilitar a nossa vida e creio que a invenção de muitos aparelhos e meios de comunicação foi para este fim.

Com a internet, as informações são passadas imediatamente para todo o globo. Se acontece um fenômeno neste instante, logo em seguida será possível encontrar informações a respeito nos principais meios de comunicação, como as redes sociais, por exemplo.

Somado à falta de tempo presente na vida de todos (ou da maioria) na atualidade, há também o desinteresse de parte de quem assiste. Isto acontece, por exemplo, quando são abordados em treinamentos temas muito burocráticos ou pela falta de compreensão da relevância que estes assuntos assumem dentro da cadeia produtiva.

Levantados estes pontos: (i) falta de tempo, (ii) falta de objetividade, (iii) conteúdo conciso, (iv) desinteresse, (v) não entendimento da importância do conteúdo e burocracia; vamos discorrer a respeito e adicionar também o fator de distração ocasionado pela modernidade, como o uso excessivo de smartphones e redes sociais.

Há de considerar que tais pontos acabam por tirar nosso foco e deixar nosso conhecimento raso. Todo mundo é “especialista” em algo, mas ninguém realmente consegue sustentar um debate pautado em informações de qualidade que transcendem a mera opinião ou em conhecimento extraído de fontes confiáveis.

Essa metralhadora de dados também vem nos deixando mal-acostumados em relação ao tempo em que essas informações devem ser transmitidas.

Há quanto tempo que você não consegue assistir a um vídeo no youtube de no mínimo 30 minutos sem facilmente se distrair e dar aquela espiadinha no celular para acessar o Instagram ou qualquer outra rede social?

Não temos mais paciência e foco!

Tendo isso em vista, proponho que comecemos a utilizar a internet, o smartphone, as redes sociais e todos os benefícios que essa tecnologia nos traz, como ferramenta de trabalho a fim de melhorar a captação de conhecimento e o engajamento dos colaboradores com os propósitos da empresa em que trabalham.

A questão não é se colocar alheio aos avanços da tecnologia nem nadar contra a correnteza.

 

Um exemplo particular, que implantei na empresa em que atualmente presto serviços, foi a criação de um QR Code com acesso ao meio de comunicação e denuncia anônima do site da empresa.

Por vezes, o trabalhador naturalmente tem medo de ser oprimido, ou sente medo de começar uma briga com alguém, ou, ainda, receio de ser mandado embora (principalmente se o alvo da denúncia for um superior). Então, através do QR Code, cria-se um ambiente onde o trabalhador pode sentir-se seguro e encorajado a realizar quaisquer denúncias, por se tratar de meio de comunicação anônimo.

E esse QR Code vale também para ideias de melhorias, reclamações etc.

Utilizamos os televisores do refeitório como meio de comunicação, informando através de conteúdos objetivos, os temas de importância do mês, como indicadores de gestão, metas, datas de conscientização etc.

Outra ideia implantada foi o sistema de pesquisa por formulários on-line, disponibilizados por empresas como a Google e a Microsoft. Estamos utilizando essas pesquisas para pré-treinamentos, a fim de analisarmos a eficácia do treinamento e a evolução do corpo de trabalhadores.

Esse tipo de sistema de pesquisa facilita, pois os dados são computados imediatamente e já podem ser tabelados em planilhas, economizando tempo de trabalho dos colaboradores do RH e dinheiro da empresa.

Observamos que, após implementação dessas simples melhorias, os colaboradores vêm se engajando mais com os assuntos transmitidos e que por vezes passavam batidos por não serem classificados como importantes ou relevantes. Questões são levantadas por eles a todo momento, seja por meio de ideias de melhorias ou críticas construtivas. Podemos também citar o aumento da motivação das equipes que vem aumentando por saber que a empresa em que eles trabalham e que seus gestores estão incentivando o crescimento e investindo no desenvolvimento profissional deles.

Quero deixar essa questão como lição de casa a vocês: como utilizar a tecnologia a favor do crescimento da sua empresa e formação de um quadro de funcionários robusto?

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Proibição do bisfenol A em embalagem de alimentos?

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O bisfenol A é um monômero muito utilizado para produzir polímeros sintéticos, inclusive as resinas epóxi, que são empregadas no envernizamento interno e externo de latas de alimentos e bebidas e na produção de policarbonato, com aplicações em mamadeiras e garrafões de água.

No Brasil, o bisfenol A é permitido desde 1999 como monômero para materiais plásticos em contato com alimentos (Res. 105/1999) com restrição de migração específica (LME = 3 mg/kg). Entretanto, ao longo dos anos, estudos no âmbito internacional foram conduzidos sobre esta substância e seu efeito potencial à saúde humana (exemplo: disruptor endócrino e toxicidade reprodutiva). Com isso, surgiram modificações quanto a sua utilização, inclusive no Brasil, como podemos ver pelos regulamentos da Anvisa:

2011: Proibição do seu uso na produção de mamadeiras e artigos similares destinados à alimentação de lactentes e crianças; Redução do limite de migração específico (LME) de 3 para 0,6 mg/kg de alimento (RDC 41/2011).

2019: Exclusão da autorização do bisfenol A como aditivo em materiais plásticos destinados ao contato com alimentos (RDC 326/19).

2021: Redução do limite de migração específico (LME) como monômero em materiais em contato com alimentos de 0,6 para 0,05 mg/kg de alimento (RDC 589/21).

Cenário atual em relação ao bisfenol A

Na Europa, após décadas de alertas científicos sobre os danos à saúde (particularmente o dano potencial ao sistema imunológico) de vários bisfenóis, em 12 de junho de 2024, os Estados-Membros da UE concordaram com a proposta da Comissão Europeia de proibir a maioria dos usos de bisfenol A (BPA) e outros bisfenóis em materiais que entram em contato com alimentos. Na França esta proibição ocorreu em 2015.

Há um acordo global  em andamento para mitigar a poluição plástica adotada pela Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e dentre as propostas, algumas mencionam banir o bisfenol A (BPA) e evitar outros bisfenóis (BPB, BPC,BPF, BPS, BPZ).

Paralelamente a isso, no Brasil,  o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Anvisa obrigue as empresas a informar sobre a presença do composto bisfenol A (BPA) em seus produtos,  conforme previsão do artigo 31 do CDC. Segundo o STJ, a própria Anvisa já reconheceu o potencial tóxico e lesivo da substância, tanto que estabeleceu limites para sua utilização e a proibiu em produtos destinados à nutrição de bebês, como mamadeiras. O caso analisado teve origem em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a Anvisa. Segundo o tribunal, a toxicidade e a nocividade do bisfenol A tem sido objeto de estudos pela comunidade científica internacional e há grande preocupação em relação aos seus efeitos sobre a saúde humana, mesmo em pequenas quantidades.

 No dia 02 de agosto de 2024, em um diálogo setorial realizado pela Anvisa, foram discutidas as perspectivas regulatórias para uso de bisfenol A (BPA) em alimentos. Foi contextualizado o cenário sobre as medidas de restrição que vêm sendo impostas para uso dessa substância na elaboração de materiais plásticos, em função dos avanços no conhecimento científico sobre sua segurança, e iniciada uma pesquisa (prazo 30/09/2024) com indústrias de materiais de contato com alimentos e de alimentos, para levantamento de maiores informações sobre o uso do bisfenol A.

Agora vamos aguardar as decisões sobre o uso ou a proibição do bisfenol A em embalagens de alimentos. Enquanto isso, segue permitido seu uso como monômero aprovado para contato com alimentos (RDC 589/21).

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