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Certificações em Segurança de Alimentos como diferenciais estratégicos do negócio

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Continuando o aquecimento para o III Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá em Caxias do Sul (RS) nos dias 08 e 09 de junho, damos uma prévia de uma das palestras que tratará da importância das certificações em Segurança de Alimentos como diferenciais estratégicos de negócios.

Recentemente tratamos do assunto no texto “A segurança de alimentos é sim uma vantagem competitiva!”, que foi baseado em um dos fóruns de discussão da última conferência do GFSI ocorrida em Houston (EUA).

A visão de muitos membros da alta direção de diversas empresas é a de que a segurança de alimentos é apenas a coisa certa a ser feita. Assim, a certificação passa a ser apenas um tipo de maquiagem para deixar a “cara” dos sistemas mais bonita e sem defeitos aparentes…

Em outra oportunidade, abordamos o assunto sob outro enfoque em “Cuidar da Qualidade e da Segurança de Alimentos é uma nobre e dura missão!”, um texto que nasceu das necessidades e dificuldades apontadas por vocês, leitores, no dia-a-dia de suas empresas.

Se muitos dirigentes não veem a Segurança de Alimentos com diferencial competitivo, como fazê-los entender a importância da certificação do sistema implementado?

Infelizmente, ainda hoje, o que manda é a necessidade e exigência dos clientes. E não deveria ser assim, né?

Pensemos da seguinte maneira: eu vou à escola. Estudo e compreendo tudo o que é dito em salas de aula. Faço todas as atividades propostas, mas não pago as mensalidades.

Vou ter o meu diploma ao final do curso? Meu conhecimento e habilidade serão reconhecidos em uma entrevista sem o certificado que atesta que cumpri todos os requisitos curriculares?

É claro que não! Porque o que realmente valida o aprendizado é o diploma, um documento oficial.

Vocês concordam comigo que há um paralelo com empresas que possuem um bom sistema de Qualidade e de Segurança de Alimentos, mas que não são certificadas?

É isso que mostraremos em uma das palestras do nosso Workshop.

Esperamos vocês por lá para enriquecermos ainda mais esse assunto que é tão importante para nós.

Até lá!!!

Maiores informações aqui:

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Sustentabilidade e Segurança de Alimentos: dois mundos que precisam estar em harmonia

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Aquecendo as baterias para o III Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá em junho na cidade de Caxias do Sul (RS), vamos falar um pouco sobre a importância da discussão sobre a relação entre Segurança de Alimentos e Sustentabilidade.

Por um lado, temos que considerar o crescimento populacional da humanidade estimado para cerca de 10 bilhões de pessoas ainda neste século. Por outro, o modelo para a produção de alimentos seguros, considerando a escassez cada vez maior de recursos naturais.

Este assunto é bastante controverso, pois as discussões muitas vezes saem do aspecto técnico e migram para o fanatismo que, aliás, tem contagiado muitas pessoas mundo afora. Isso tem comprometido fóruns de debate e criado inimigos, quando o melhor caminho seria a união das correntes divergentes em torno de um plano global de produção de alimentos seguros em larga escala, sem comprometer o abastecimento mundial de alimentos e ainda preservando o nosso maior patrimônio, o planeta Terra.

O Brasil, por questões econômicas, ecológicas, políticas, sociais, e principalmente, por conta da sua extensa área agriculturável, sempre está exposto a julgamentos inadequados por parte de países mais desenvolvidos. Até aí normal, né? Ao longo dos anos assumimos posição submissa em diversas áreas e discussões e perdemos diversas oportunidades de posicionamento de liderança na produção de alimentos sustentáveis.

Já falamos aqui sobre o uso abusivo de agrotóxicos e também sobre o aquecimento global como questões nas quais patinamos e não assumimos posição firme nos fóruns de debate.

Recente relatório emitido pela Europa sobre o Índice de Sustentabilidade de Alimentos colocou o nosso país em posição inferior por conta do uso demasiado de fertilizantes e pesticidas.

Em março de 1996, Norman Borlaug, considerado o pai da “Revolução Verde” e que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1970, escreveu o texto “Agricultura, Ecologia e a onda antitecnológica” no qual critica a posição dos ecofundamentalistas daquela época que defendiam velhos sistemas de baixa produtividade da agricultura de subsistência como mais “sustentáveis”. A onda antitecnológica estava baseada na adubação orgânica, sem a adição de qualquer tipo de agroquímico.

E o que vemos vinte anos depois?

A seleção natural do mercado pela adoção da tecnificação como diferencial competitivo e a migração dos pequenos produtores para as áreas urbanas, criando polos de pobreza nas cidades.

Ou seja, a pobreza só mudou de lugar!

Apesar disso, a onda antitecnológica não morreu… Agora ela assume a forma dos consumidores de maior poder aquisitivo (em especial europeus) que valorizam alimentos produzidos localmente com menor intensidade e com mínimo impacto ambiental.

Neste vasto cardápio de “sistemas alternativos” temos: a produção orgânica, free range (criação de animais soltos, sem instalações), veganos, sem uso de agroquímicos, livres de transgênicos, de antibióticos e com baixa emissão de gases de efeito estufa.

Ufa!!!!

A indústria de alimentos de larga escala virou a vilã…

Nada tenho contra aqueles que escolhem viver com algum tipo de alimentação diferente, mas falando sério, né? Quantos podem pagar por produtos com esses perfis?

Paro por aqui porque o objetivo do texto é chamar a atenção para um dos temas que abordaremos no Workshop de Caxias do Sul.

Querem saber um pouco mais?

Esperamos vocês nos dias 08 e 09 de junho.

Até lá!!!

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Segurança de alimentos é sim uma vantagem competitiva!

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“A segurança de alimentos não é uma vantagem competitiva” é uma das mensagens que muitas vezes ouvimos de executivos da indústria de alimentos.

Na última conferência do Global Food Safety Initiative (GFSI), em Houston, mais de 1.150 pessoas de 54 países ouviram este tema ser repetido durante uma discussão com CEOs de algumas das maiores produtoras de alimentos do mundo. O tema comum defendido pelos CEOs foi que a segurança de alimentos é apenas a coisa certa a fazer.

Assim, se é obrigatória, não pode ser um diferencial…

O debate foi mediado pelo jornalista da BBC, Adam Shaw, que criticou os CEOs por insistirem no discurso de que a segurança de alimentos não é uma vantagem competitiva como se isso fosse apenas um motivo para reforçar a confiança do consumidor.

Ora, todos nós concordamos que os consumidores esperam que seus produtos sejam SEMPRE seguros!

É, de fato, intrigante esse tipo de posicionamento, mas também fácil de ser explicado. O que a maioria das empresas teme é ter seu produto associado a casos de fraudes provocadas por concorrentes que não tenham no seu DNA o cumprimento das normas e procedimentos para a produção do alimento seguro.

O caso “Carne fraca” está aí para exemplificar bem o que digo…

Como já escrevi em postagem anterior, não existe sistema de segurança perfeito e isso também ajuda a explicar o temor de se assumir a segurança de alimentos como um diferencial. Afinal, falhas podem ocorrer.

Quando falamos do ambiente B2B (business to business), a segurança de alimentos é sim um diferencial competitivo, pois as empresas/clientes não querem suas marcas associadas a empresas/fornecedoras com práticas ilegais ou com desleixo relacionado a requisitos básicos de higiene e controle.

Neste cenário, a coisa funciona porque quem está comprando entende muito bem do assunto e sabe o que quer de seus fornecedores.

No caso do consumidor final, as questões de rotulagem, de alérgenos não declarados, de presença de material estranho parecem um pouco complexas e difíceis de compreender, graças a uma falha na comunicação entre empresas e clientes.

Valores como transparência e ética devem estar presentes não só nos quadros, mas principalmente na informação de como sua empresa age para evitar que falhas aconteçam. Sim, porque estas falhas podem causar danos, incluindo a morte de pessoas!

Sustentabilidade, responsabilidade social e gestão de fornecedores são temas comuns e de conhecimento de grande parte dos consumidores hoje em dia. A fome de informação é tão grande quanto a fome por alimentos saudáveis e seguros.

Para tornar a segurança de alimentos uma vantagem competitiva, as empresas de alimentos precisam mostrar aos parceiros da cadeia de suprimentos e aos consumidores que a transparência não é apenas uma palavra-chave. Eles precisam mostrar como eles estão operacionalizando a transparência para tratar esse tema como um imperativo corporativo. Se a empresa souber fazer isso, a segurança de alimentos será sempre um diferencial competitivo e não apenas uma lista de requisitos que todos cumprem porque são obrigados ou responsáveis.

Como Warren Buffet disse uma vez: “O risco vem de não saber o que você está fazendo.”

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Na onda das fraudes em alimentos, MAPA identifica 45 marcas de azeite fraudadas

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A recente onda de apontamentos de fraudes em alimentos chegou ao azeite de oliva. O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) identificou nada menos que 45 marcas de azeite fraudadas.

Em agosto do ano passado, nossa colunista Silvana Chaves escreveu sobre o tema, citando trabalho feito pela Proteste.

No processo atual, o MAPA identificou irregularidades em 45 marcas de azeite entre 140 coletadas nos últimos dois anos. As amostras foram colhidas em 12 estados e no Distrito Federal, num total de 322.329 litros (dos quais 114.750 litros considerados conformes e 207.579 litros com problemas). A equipe de fiscalização inspecionou 279 amostras de 214 lotes. Do total, 38,7% dos lotes tinham problemas e 79% das irregularidades eram relacionadas à baixa qualidade (produto ruim vendido como bom).

A fraude mais comum praticada por empresas envasadoras é a utilização de óleo vegetal com azeite lampante, que tem cheiro forte e acidez elevada (extraído de azeitonas deterioradas ou fermentadas) e que não deve ser destinado à alimentação.

Como sempre, o Food Safety Brazil já abordou o assunto com propriedade aqui.

As análises também apontaram azeites desclassificados (que não podem ser considerados como azeite) e fora de tipo (não tem boa qualidade).

Para quem não sabe, a classificação dos azeites é feita em 3 tipos, de acordo com o nível de acidez: o extra virgem (acidez menor que 0,8%), virgem (acidez entre 0,8% e 2%) e lampante (acidez maior que 2%). O terceiro tipo, lampante, deve ser refinado para ser consumido, quando passa a ser classificado como azeite de oliva refinado e seu uso como azeite de oliva extra virgem é obviamente uma fraude.

Os estados onde foram registradas mais irregularidades foram São Paulo, Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal, onde se concentram o maior número de empresas que envasam o produto. Os envasadores, que importam a granel, principalmente da Argentina, foram os que apresentaram maiores irregularidades.

No Paraná, foram identificadas empresas que vendiam produto como azeite de oliva, mas com composição de 85% de óleo de soja e 15% de lampante. As fraudadoras foram autuadas, multadas em até R$ 532 mil por irregularidade encontrada e os produtos foram apreendidos para descarte. As empresas também foram denunciadas ao Ministério Público. O próximo passo é a abertura de inquérito policial. As análises foram realizadas pelos Laboratórios Nacionais Agropecuários (LANAGRO) do Rio Grande do Sul e de Goiás.

Fraudes em azeite de oliva já foram apontadas pelo PROCON-RJ em 2013.

O MAPA intensificou a fiscalização de azeite de oliva, desde a semana passada, coletando amostras direcionadas, junto às empresas que apresentaram irregularidades nos últimos dois anos. Os resultados de 2017 serão divulgados posteriormente. Apenas na primeira semana de abril de 2017, foram recolhidos 243 mil litros do produto com suspeita de fraude.

Cinco marcas apresentaram irregularidades e outras sete marcas  passaram nos testes.

Como o FSB também é serviço de utilidade pública, segue mais um post bacana sobre o tema dicas de compra e utilização do azeite de qualidade.

Por fim, cabem aqui duas observações:

A primeira: trabalho muito próximo da equipe do DIPOV e posso garantir que esse trabalho nada tem a ver com tentar “limpar” a imagem deixada pela Operação Carne Fraca. Trata-se de um departamento sério e que faz um trabalho excepcional na área de Qualidade Vegetal.

A segunda: faltou um pouco mais de cuidado com a qualidade do texto publicado no site. O link para quem quiser saber um pouco mais, diretamente do MAPA é este.

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Uma dica importante para o consumo de amendoim e seus produtos

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O blog, sempre preocupado com a verdade e o consumo consciente de alimentos seguros, desta vez traz uma dica importante para o consumo de amendoim e seus produtos.

Os recentes acontecimentos associados a fraudes em alimentos deixaram o consumidor brasileiro em alerta com relação aos alimentos produzidos e comercializados no Brasil.

Na onda do “denuncismo” que toma conta da nossa imprensa, casos de produtos fora de especificação viraram motivo de manchete de primeira página e de multiplicação nas redes sociais.

Um desses casos foi o de um lote de paçoca rolha, um dos doces brasileiros mais tradicionais, que é produzido a partir do amendoim.

A manchete “Anvisa interdita lote de paçoca por conter substâncias cancerígenas acima do limite” diz muito sobre a falta de preparo e o imediatismo (associado a uma pitada de sensacionalismo) dos portais e agências de notícias.

Ok, o lote continha teor de aflatoxinas acima do limite permitido por lei, mas a superficialidade da notícia fica evidente ao ler os comentários dos leitores no site.

O assunto micotoxinas já foi abordado aqui no blog várias vezes, sempre de maneira didática e esclarecedora, deixando claros os perigos e as medidas de controle adotadas.

As micotoxinas podem estar presentes em vários alimentos e podem sim, em alguns casos, causar algumas doenças, entre elas certos tipos de câncer, sempre considerando um consumo elevado e por tempo muito prolongado; afinal, nenhuma doença desse tipo se desenvolve de uma hora para outra.

No caso do amendoim e seus produtos derivados, os controles são feitos não apenas pela ANVISA, mas também pelo MAPA.

Também a ABICAB, Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados, controla este perigo através do Programa Pró-Amendoim, instituído em 15 de fevereiro de 2001. 

A base do programa é constituída por auditorias em BPF e APPCC e pelo monitoramento dos produtos nos mercados brasileiros.

As análises são realizadas pelo LAMIC, Laboratório de Micotoxinas da Universidade Federal de Santa Maria (RS), que é acreditado pelo INMETRO e MAPA.

Nos últimos 5 anos, o programa identificou cerca de 27% de não conformidades em produtos avaliados e comunicou as autoridades competentes para que as medidas legais fossem adotadas. Então, consumir amendoim e seus produtos derivados não é perigoso e, ao contrário do que fizeram parecer, é muito saudável!

Uma boa dica para quem é fã de amendoim, paçoca, pé de moleque, entre outros, é procurar pelo selo do Pró-Amendoim nas embalagens.

Quem quiser saber um pouco mais pode visitar o site da ABICAB.

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Fazer da Qualidade e da Segurança de Alimentos a verdadeira missão das empresas

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No meu último post fiz um pequeno desabafo sobre a situação real dos departamentos responsáveis pela Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos no Brasil, e agora proponho a criação de um modelo para fazer da Qualidade e da Segurança de Alimentos a verdadeira missão das empresas.

Como eu disse, tudo foi baseado na minha experiência de vida. Na observação das falas de vários colegas e, pela receptividade e repercussão do texto, senti um misto de alívio e também de frustração porque vi que acertei o alvo em cheio…

Muitas empresas têm quadros com as suas “MISSÃO, VISÃO e VALORES” espalhados pelas salas das unidades, mas no dia a dia, poucos são os colaboradores que as conhecem.

Assim ocorre com o tema Qualidade e Segurança de Alimentos.

Alguns tópicos citados pelos participantes do II Workshop Food Safety Brazil, realizado em Londrina (PR), relacionam a falta de motivação, mudança de cultura e falta de comprometimento, com as dores de cabeça que os afligem diariamente.

O que fazer então?

A primeira coisa a ser feita é estabelecer uma linha próxima de comunicação junto ao representante da Direção da empresa.

Reuniões mensais são importantes, mas são pouco produtivas em termos de resultados diários.

O ideal é criar uma agenda semanal, pouco importando a quantidade de vezes ou a duração dos encontros. O que interessa de verdade é manter os assuntos sempre em status de atualização.

Geralmente os Departamentos estabelecem seus cronogramas para o ano sem se importar com os cronogramas dos demais.

Isso é real e é péssimo!!!

Então, em minha opinião, o que os departamentos que cuidam das áreas de Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos devem fazer é se apropriar dos cronogramas dos outros departamentos nos assuntos que lhes dizem respeito.

Exemplos?

  • Pesquisas de satisfação, atualização de especificações geralmente são feitas pela Área Comercial;
  • Atualização e monitoramento de fornecedores são feitas pela Área de Suprimentos.

Se forem áreas comprometidas com o Sistema de Gestão, possivelmente devem ter períodos estabelecidos para a realização das atividades. Mas e se não forem?

A alternativa é o estabelecimento, por parte da Área de QSA, de datas e prazos para que os requisitos sejam cumpridos. Como? Inserindo no cronograma de QSA, as atividades dos departamentos citados.

Mais exemplos?

Respostas de não conformidades.

Quem não sofre com a falta de pontualidade dos setores no envio das respostas?

E com o nível ou a qualidade (ou falta dela) das respostas?

A saída: a criação de Indicadores de gestão das respostas.

Mas o que isso tudo tem a ver com a agenda de encontros com a Direção? 

Gestores (Direção) adoram IndicadoresEntão o melhor caminho é adotá-los, apresentando-os de maneira sistemática e rotineira. Dessa maneira, você nem precisará pedir para apresentá-los. Na verdade, você será “cobrado” a mostrá-los… E que isso não seja interpretado como ser “dedo duro”.

A mudança de cultura pode ser alcançada de vários modos. Um deles é através da cobrança e participação da Alta Direção.

Assim, o compromisso com os programas que dão sustentação ao SGQSA será assumido por todos os elos da corrente.

Nas próximas postagens continuarei tratando da extensa lista de inquietações dos nossos leitores e colegas.

Continuem firmes e atuantes!

Créditos de imagem: Gennaro Moretti.

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Cuidar da Qualidade e Segurança de Alimentos é uma nobre e dura missão!

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Um post baseado nas observações dos nossos leitores e dedicado totalmente a eles.

O II WORKSHOP FOOD SAFETY BRAZIL, realizado em Londrina (PR), reuniu gente muito boa para a discussão de assuntos relacionados ao dia a dia da Qualidade e Segurança de Alimentos.

De um lado, os palestrantes que contribuíram mais uma vez com a disseminação da cultura da Segurança de Alimentos, algo que faz parte do seu dia a dia.

Do outro lado, os ouvintes oriundos de diversos segmentos da indústria de alimentos e instituições ligadas à formação ou à promoção da produção do alimento seguro.

E foi dos comentários dos ouvintes e leitores do blog que surgiu este texto.

Os comentários e as mensagens que recebemos são, talvez, a melhor forma de inspiração que temos!

Uma compilação dos comentários gerou a seguinte lista:

  1. Falta de comprometimento da alta direção, no cumprimento quanto à Segurança de Alimentos;
  2. Real comprometimento da alta gestão com a Segurança de Alimentos;
  3. Manter manipuladores motivados para a Qualidade e Segurança de Alimentos;
  4. Como abordar de forma efetiva a implementação, hábitos de higiene na indústria de alimentos devido ao perfil atual dos funcionários ou praticar as normas de higiene;
  5. Mudança de cultura com relação à segurança de alimentos;
  6. Segurança de Alimentos X Custos;
  7. A certificação de um fornecedor em uma norma que garante o controle dele em relação à matéria fornecida, teria a obrigação do envio de documentos que comprovem o atendimento a especificação (baseada na legislação)?
  8. Maior desafio: como homologar estes fornecedores? Como controlar o perigo Metais Pesados?
  9. Até quando o Custo será fator determinante de compra?
  10. Equilíbrio entre Custo e Qualidade: até onde a qualidade do produto, fornecedor, ou sistema de gestão será fator determinante de compra?
  11. Rastreabilidade em toda a cadeia de fornecimento;
  12. Desenvolvimento de alimentos sustentáveis, com redução máxima de desperdícios com foco na segurança dos alimentos com maior cumprimento e adequação às normas de certificação. Além disso, a busca por padronização das normas. Maior esclarecimento das legislações referentes a alergênicos e intolerâncias;
  13. Em um cenário de crise, onde as empresas buscam permanecer no mercado, reduzir custos, etc. As legislações e exigência de clientes exigem diversos requisitos, que envolvem custos. Como engajar neste cenário com equipe reduzida cumprir com todos os requisitos?
  14. Diante da situação econômica do Brasil, quais alternativas viáveis para que a continuidade dos objetivos relacionados a qualidade e segurança de alimentos sejam mantidos, com a diminuição de recursos e cortes de gastos?
  15. Como manter a qualidade e segurança de alimentos em épocas de restrição de verbas (crise econômica)?
  16. Atualmente o cenário de segurança de alimentos é bastante dinâmico e as informações são atualizadas constantemente. Portanto, acredito que um grande desafio neste cenário será a padronização e comunicação ativa diante destas várias mudanças na área de Segurança de Alimentos;
  17. Aumento da importação de ingredientes da China (outros países também);
  18. Produzir mais com menos custos, reprocesso, retrabalhos, reclamações, perdas de embalagem, perda de imagem;
  19. Atendimento à lei de modernização de segurança de alimentos – HARPC (EUA);
  20. Gerenciamento de alergênicos – controle de contaminação cruzada;
  21. Fraude em alimentos: métodos de investigação e controle;
  22. Ausência de padrões para qualidade higiênica de equipamentos e ambientes na legislação brasileira. A existência e exigência seria uma maneira de melhorar e garantir a segurança de alimentos;
  23. Influência da qualidade nos processos;
  24. Controle e gerenciamento de alergênicos;
  25. Segundo a RASFF/2015, a China é campeã nos alertas de contaminação e migração de metais pesados em embalagens;
  26. Na vanguarda da FSMA (lei de modernidade dos EUA) como são os controles de perigos radiológicos?
  27. Há interesse da indústria de detecção de contaminantes através de métodos cada vez mais sensíveis ou não?
  28. Nanotecnologia e metodologia futura e segura?
  29. Big Data tão comentada no evento do GFSI em fevereiro em Berlim é novidade ou será que via cartão de crédito no pagamento de contas após refeições conseguimos provar as origens dos alimentos contaminados?
  30. Quais são as preocupações governamentais para eventos em massa sobre Food Safety (Exemplos: Copa, Olimpíadas, etc)?

Baseado na minha experiência profissional, e de vida, tentarei tratar de alguns tópicos neste post, pois como vocês viram, as dúvidas e os questionamentos são muitos!

Os primeiros tópicos dizem respeito ao comportamento da chamada “Alta Direção” das empresas.

Infelizmente, para muitos dirigentes ainda vivemos nas décadas de 50 e 60 do século passado. Nessa época, a Qualidade tinha foco apenas em controlar e aprovar, porque sempre foi vista como um requisito de custo e custo, todos sabem, é o que está à frente das tomadas de decisão sempre.

Qualidade sempre foi gasto. P&D, investimento.

Qualidade sempre foi o patinho feio. P&D, o lindo cisne branco.

Quem da nossa área já não ouviu a seguinte pergunta: A certificação não custa muito caro?

_Como assim???

_Caro quanto?

_O que é caro?

A abertura de mercado e clientes de primeiro nível, uma autuação ou ver sua marca ser destruída nas mídias sociais?

Nos meus primeiros anos de trabalho ouvi a seguinte frase de um profissional experiente: “Qualidade é um setor que quando tudo tá certo ninguém valoriza, mas que quando alguma coisa dá errada é sempre a culpada”.

A verdade é que na maioria das empresas, a Alta Direção não é comprometida o suficiente com os requisitos de Qualidade e de Segurança de Alimentos.

Esta afirmação pode ser facilmente confirmada com a seguinte situação: Qual o tamanho da dificuldade de agenda para uma Reunião de Análise Crítica?

Quem não sofreu algum tipo de cobrança por reprovar um fornecedor que não cumpre todos os requisitos legais, mas que tem um preço “extremamente” competitivo?

E as verbas para treinamento e qualificação do pessoal ligado às atividades ligadas à Produção, Manutenção e Qualidade que são sempre muito apertadas?

Nas próximas postagens tratarei dos outros temas listados acima, mas tenham a certeza que todos estão muito, muito mesmo, ligados ao comprometimento ou à falta dele por parte de quem toma as decisões chamadas estratégicas dentro das empresas.

Créditos de imagem: Ordem dos nutricionistas.

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O Aquecimento Global e a Segurança de Alimentos

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Em relatório produzido recentemente em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) destacou que as mudanças climáticas afetarão o rendimento dos cultivos da agricultura e terão impactos nas economias locais, comprometendo a segurança de alimentos no Nordeste do Brasil, parte da região andina e na América Central.

Quem mais se preocupa com esta situação é a Europa que possui um dos mais rígidos sistemas de controle e monitoramento com foco em segurança de alimentos.

Baseada em estudos como o acima citado, a Unidade de Riscos Emergentes da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) identificou as alterações climáticas como um fator de riscos emergentes na segurança e qualidade dos alimentos e das rações para animais a médio e longo prazo.

Alteração climática significa uma mudança importante e duradoura das condições meteorológicas. Estas condições podem conduzir a eventos meteorológicos mais extremos, como tempestades, aumento da frequência de chuvas intensas e longos períodos de seca. O aumento global das temperaturas pode igualmente resultar na fusão do gelo do ártico, no aumento do nível do mar, na acidificação dos oceanos, em enchentes costeiras e alteração das correntes oceânicas.

Tudo isso já é de conhecimento público e pior, já sentimos na prática esses efeitos há alguns anos.

Mas o que isso tudo tem a ver com segurança de alimentos?

Muito!

Em primeiro lugar precisamos deixar bem claro que se as práticas agriculturais sustentáveis não forem implantadas e fomentadas fortemente, em especial nos países menos desenvolvidos e que dependem da agricultura como base da economia, não só a qualidade dos alimentos, mas também a quantidade de alimentos disponíveis será comprometida.

Voltemos aos riscos à segurança de alimentos

Grãos são muito susceptíveis ao ataque de fungos e muitos fungos em situações de stress produzem micotoxinas que são na grande maioria cancerígenas ou mutagênicas. Culturas como milho, arroz, café, trigo e amendoim são as que mais correm riscos de contaminação. No caso do milho e do amendoim há ainda o fator complicador de serem grãos utilizados na produção de ração animal. Nesse caso, não só os animais são afetados diretamente, mas também os humanos que consumem leite ou carne (fígado e rins) dos mesmos, pois as micotoxinas normalmente se alocam nesses órgãos e, no caso do leite, são convertidas em outros tipos, causando os mesmos males.

No que tange aos perigos microbiológicos, a escassez ou o excesso de água pode causar, no primeiro caso, o surgimento de microrganismos mais resistentes e agressivos e, no segundo, aumento significativo nas populações devido à combinação elevação de temperatura e alta umidade.

Outro fator importante: O surgimento de espécies microbiológicas mais resistentes pode levar ao uso inadequado de agrotóxicos e de produtos veterinários (antimicrobianos) o que aumenta a possibilidade de contaminação química nos alimentos.

Na verdade, existem muitas outras oportunidades de contaminações associadas, por exemplo, ao aumento do nível dos oceanos por conta do degelo das calotas polares.

Fiquemos apenas com aquelas menos surreais e que estão mais próximas da nossa realidade atual e que ainda podem ser controladas, se houver um planejamento sustentável no campo, incluindo até a transformação de áreas não irrigadas em irrigadas para garantir a disponibilidade de água às plantas e a consequente diminuição da possibilidade de ataques indesejados de pragas.

Quem quiser saber um pouco mais pode consultar o site da ONU (Brasil), iguala polo, ou o site da EUFIC (European Food Information Council).

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Simpósio sobre Qualidade de Leite em Jaboticabal | Parte 3

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Continuando a saga sobre o Terceiro Simpósio sobre Qualidade de Leite ocorrido no último mês de setembro em Jaboticabal (SP), neste post trataremos da parte científica do evento. Ou seja, como as Universidades estão ajudando a indústria do leite no caminho da busca da diminuição e quem sabe até da eliminação dos riscos microbiológicos no leite, garantindo um alimento mais saudável e seguro em todas as mesas dos lares brasileiros.

Os trabalhos foram apresentados pela Prof. Dra. Ana Maria Centola Vidal da Universidade de São Paulo, campus Pirassununga, pelo Prof. Dr. Luís Augusto Nero da Universidade Federal de Viçosa e pelo Prof. José Pantoja da UNESP, campus Botucatu.

O primeiro trabalho (USP) trata da importância do controle dos tanques de refrigeração para a não multiplicação dos microrganismos mesófilos que alteram os índices de acidez e outras características físico-químicas e dos microrganismos psicrotróficos que agem alterando características de estabilidades sensoriais e físico-químicas do leite.

O estudo aponta caminhos práticos associados às Boas Práticas Agropecuárias nas etapas anteriores à ordenha com o objetivo de reduzir os níveis de contaminação microbiológica de modo que as concentrações não sofram alterações significativas na etapa de armazenamento. Boa parte da contaminação está associada à falta de higiene na cadeia primária, o que indica que a qualidade microbiológica e consequentemente a qualidade organoléptica do leite estão associadas ao grau de higiene na sua obtenção.

O segundo trabalho (UFV) trata do uso das Bacteriocinas e seu uso como promotores de saúde. As Bacteriocinas têm enorme potencial para uso na indústria, principalmente no que diz respeito ao controle de deterioração e da concentração de patógenos.

O terceiro trabalho (UNESP) trata do uso da CCS (Contagem de Células Somáticas) na tomada de decisão do manejo sanitário dos rebanhos. As principais aplicações dessa técnica são estimar o impacto financeiro da mastite, estimar índices epidemiológicos e fatores de risco, e estimar a perda da produção leiteira. As principais conclusões do estudo são: a CCS permite o estudo da dinâmica da epidemiologia da mastite no rebanho e por consequência permite a correta tomada de decisões clínicas ou de manejo.

Todos esperamos que o conhecimento dessas oportunidades seja disseminado e absorvido pela etapa primária de produção do leite afinal, como consumidores queremos um alimento saudável e livre de contaminação e, como agentes da área de segurança de alimentos, queremos que toda a cadeia assuma sua responsabilidade na produção do alimento seguro, não deixando que a responsabilidade fique apenas sobre os órgãos de fiscalização e das indústrias que utilizam o leite como matéria-prima para seus produtos.

Mais informações?

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Simpósio sobre Qualidade de Leite em Jaboticabal | Parte 2

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Dando continuidade a nossa série do Terceiro Simpósio sobre Qualidade de Leite ocorrido no último mês de setembro em Jaboticabal (SP), vamos falar um pouco sobre o tema Qualidade que foi abordado em três apresentações.

Uma das apresentações abordou a questão vista pelos olhos dos produtores.

O produtor depende da quantidade produzida para que o negócio seja rentável, mas a produção deve levar em consideração aspectos importantes que impactam na remuneração, são eles: Composição do leite, sanidade e conforto do animal, e a gestão da tecnologia como ferramenta de melhoria no processo.

Como em quase todos os sistemas, as unidades produtoras convivem com problemas que são específicos ao setor, como: Enfermidades no rebanho, presença de bactérias, resíduos de medicamentos (antiparasitários e antimicrobianos), controle de temperatura e dieta inadequada.

Há também os problemas que são comuns a todos: Infraestrutura inadequada, problemas com procedimentos de limpeza e o principal, o capital humano por falha de treinamento e capacitação.

O produtor deve também estar atento ao que o consumidor deseja quando compra um alimento. Segundo o Brasil Food Trends 2020, quando o assunto é alimento, o brasileiro considera a sensorialidade e prazer, conveniência e praticidade, e qualidade e confiabilidade empatadas em primeiro lugar com 23% cada, e coloca a sustentabilidade e ética com 21%. Este último número, para um segmento marcado por vários casos de fraudes nos últimos anos é algo muito importante.

A criação de indicadores que considerem os principais pontos a serem monitorados é fundamental e a aplicação das ferramentas para análise de causa e solução de problemas também, assim como o acesso a ferramentas de atualização, principalmente no que diz respeito ao controle de contaminação do leite com foco na mastite e suas causas (ambiente e infecciosa).

Na prática, foram apresentados números sobre ações técnicas e gerenciais tomadas com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança do leite que consumimos. Dentre as principais apresentadas cito:

  • Técnicas: Novos procedimentos de ordenha, o descarte de vacas crônicas e melhoria do ambiente;
  • Gerenciais: Mapeamento e padronização dos processos críticos, implantação do Programa 5S, monitoramento dos trabalhos e a realização de reuniões com frequência semanal e mensal.

No próximo post vamos abordar o enfoque científico no controle de contaminação do leite.

Para mais informações, acesse:

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