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Cuidados ao acessar espaços confinados na hora da limpeza

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Na produção industrial de alimentos, para realizar limpezas, muitas vezes precisamos pedir aos funcionários que acessem locais perigosos, que podem gerar riscos à saúde e até mesmo à vida deles.

Hoje vou abordar a NR 33, que trata da segurança e saúde de trabalhadores em espaços confinados. A norma foi atualizada em 24/06/2022 e tem como objetivo “estabelecer os requisitos para a caracterização dos espaços confinados, os critérios para o gerenciamento de riscos ocupacionais em espaços confinados e as medidas de prevenção, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente com esses espaços”.

O que são espaços confinados? Considera-se espaço confinado qualquer área ou ambiente que atenda simultaneamente aos seguintes requisitos: a) não ser projetado para ocupação humana contínua, b) possuir meios limitados de entrada e saída, e c) em que exista ou possa existir atmosfera perigosa. E o que é considerado uma atmosfera perigosa? É aquela em que estejam presentes uma das seguintes condições: a) deficiência ou enriquecimento de oxigênio, b) presença de contaminantes com potencial de causar danos à saúde do trabalhador, ou c) seja caracterizada como uma atmosfera explosiva.

Além disso, espaços não destinados à ocupação humana, com meios limitados de entrada e saída, utilizados para armazenagem de material com potencial para engolfar ou afogar o trabalhador, são caracterizados como espaços confinados.

Em 2012, comecei a ter contato com o que são espaços confinados e acompanhei toda a mudança de regras nas vinícolas por causa de um acidente. Um enólogo de 50 anos foi verificar um tanque de vinho no final de semana, caiu dentro e morreu, provavelmente intoxicado pela atmosfera modificada causada pela liberação de CO2 durante o processo de fermentação. Todo o setor foi afetado e teve que se ajustar para atender às exigências da NR 33, contratando técnicos e engenheiros de segurança do trabalho. Esse acontecimento mudou significativamente a rotina das vinícolas, que tiveram que se adaptar às novas normas.

Outro local que deve ser limpo com frequência, conforme as necessidades da empresa (a cada 6 a 12 meses), são os silos de armazenamento de grãos, farinhas, ração animal, entre outros. Precisa ser redobrado o cuidado de acesso porque os silos costumam formar gases como metano, butano, etano e gás carbônico, levando ao sufocamento do trabalhador.Para realizar a limpeza do silo, é necessário esvaziá-lo completamente, permitindo o acesso interno.

Os funcionários também acessam frequentemente o topo dos silos. Esta atividade pode representar risco de: engolfamento, como o desmoronamento de grãos compactados; ou de afogamento, que é o arraste do trabalhador pela massa de grãos em movimento durante o descarregamento; soterramento, que é o deslocamento de placas verticais compactadas; e ainda o sufocamento, que ocorre quando os silos são carregados com trabalhadores no seu interior.

Figura 01: Engolfamento

Figura 02: Afogamento

Figura 03: Soterramento

Figura 04: Sufocamento

As medidas de prevenção para acesso em espaços confinados são:

a) o sistema de ventilação deve ser selecionado e dimensionado de acordo com as características dos espaços confinados, observando as recomendações previstas em normas técnicas nacionais ou, de forma complementar, as normas internacionais aplicáveis, a fim de garantir a renovação do ar.

b) Ventilação

c) Equipamentos de Proteção Individual (EPI) utilizados:
• Calçados de segurança
• Óculos de proteção
• Protetor auricular ou abafador
• Proteção respiratória
• Vestimentas
• Capacete
• Luvas
• Protetor facial
• Cinto de segurança

A NR 33 é essencial para garantir a segurança dos trabalhadores, exigindo treinamentos específicos, equipamentos de proteção adequados e procedimentos de emergência bem definidos.

A conscientização e a implementação das normas de segurança são vitais para a prevenção de acidentes e para a proteção da vida e da saúde dos trabalhadores. A NR 33 deve ser rigorosamente seguida, garantindo um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos.
Até o próximo post!

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11º Food Safety Brazil Meeting – Auditorias de Segunda Parte

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Receber uma não conformidade pode parecer algo frustrante. No entanto, é uma grande oportunidade, pois solucionando problemas podemos evitar sua recorrência e identificar situações similares que podem ser prevenidas.

Lembre-se que a tratativa de não conformidades é um grande impulsionador do “A” do PDCA, então capriche em seus planos de ação, busque assertividade e mão na massa!

Pensando nisto, nós, em parceria com a QIMA WQS, temos o prazer de convidá-lo para o 11º Food Safety Meeting! Nesta edição, vamos abordar um tema crucial para a segurança de alimentos: “Maximizando a eficácia dos Planos de Ação em auditorias de segunda parte”.

Para uma compreensão mais aprofundada sobre como aumentar a eficácia do seu plano de ação, participe da apresentação de Stela Quarentei, Gerente de Operações no Varejo – QIMA/WQS, João Stein, Head of Development Programs na IFS, e Marcos Amorim, colunista do Blog Food Safety Brazil, que abordarão os seguintes tópicos:
– Visão geral do Plano de ação e correção em auditorias de segunda parte;
– O que considerar para a elaboração de um plano de ação?
– Plano de ação sob a perspectiva do IFS Progress (definições, requisitos e elementos associados do programa, etapas após a avaliação e expectativas do plano de ação).

Quando? Terça-feira, 20 de Agosto, às 19h (horário de Brasília)

Reserve sua vaga!

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Nova página do FDA: o que precisamos saber sobre microplásticos e nanoplásticos em alimentos

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No cenário atual, os plásticos são essenciais em uma variedade de produtos de consumo e industriais, abrangendo desde brinquedos e eletrodomésticos até cosméticos, dispositivos médicos, componentes de veículos, tecidos e materiais de construção. Apesar disso, a reciclagem e a incineração de plásticos são limitadas, resultando em uma acumulação significativa em aterros sanitários e no ambiente. A poluição plástica é onipresente, visível em áreas terrestres, riachos, rios, costas e oceanos.

Em 2022, a produção mundial de plásticos atingiu o recorde de 400,3 milhões de toneladas métricas, representando um aumento de aproximadamente 1,6% em relação ao ano anterior. Essa tendência de crescimento na produção de plásticos começou na década de 1950, impulsionada pela versatilidade e utilidade desses materiais.

A maioria dos plásticos não se biodegrada rapidamente, e ao longo do tempo, devido à exposição aos elementos ambientais, eles se fragmentam em partículas menores, conhecidas como microplásticos e nanoplásticos. Estes materiais podem permanecer como contaminantes marinhos ativos por até 450 anos.

A presença de microplásticos e nanoplásticos em alimentos é uma questão crescente, principalmente devido à contaminação ambiental nos locais de cultivo de alimentos. Embora não haja evidências científicas suficientes para afirmar que esses microplásticos e nanoplásticos migram de embalagens plásticas para alimentos e bebidas, a exposição humana a eles pode ocorrer através do ar, alimentos e absorção pela pele.

A preocupação com os impactos dos microplásticos é um foco crescente nos últimos anos, atraindo a atenção de formuladores de políticas, organizações ambientais e cientistas em todo o mundo. A busca por dados, informações e estratégias eficazes para mitigar seus efeitos no meio ambiente e na saúde humana é uma prioridade.

Em 2024, a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente reforça a necessidade urgente de combater a poluição plástica, um dos maiores desafios ambientais de hoje. O objetivo é aumentar a conscientização global e promover ações concretas para a proteção do meio ambiente.

Com base neste contexto, visando promover maior conscientização e material técnico informativo, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA lançou uma página específica para esclarecer as preocupações sobre microplásticos e nanoplásticos.

Algumas evidências sugerem que esses materiais estão entrando no suprimento de alimentos, principalmente através do ambiente. Apesar de não haver evidências científicas atuais de que os níveis de microplásticos ou nanoplásticos detectados em alimentos representam um risco à saúde humana, a FDA continua monitorando a situação.

A página da FDA inclui informações sobre saúde, regulamentação e ciência. Em termos de saúde, estudos mostram que microplásticos e nanoplásticos foram encontrados em amostras humanas, mas os potenciais efeitos na saúde ainda são pouco compreendidos, e mais pesquisas são necessárias. A Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças dos EUA e o Centro Nacional de Saúde Ambiental dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças estão trabalhando para avaliar os riscos à saúde humana e compartilharão suas descobertas com a comunidade científica.

No campo científico, a FDA reconhece que, embora existam muitos estudos sobre microplásticos e alguns sobre nanoplásticos, há lacunas significativas na pesquisa. A falta de definições padronizadas, materiais de referência, métodos de coleta e preparação de amostras, além da ausência de controles de qualidade adequados, dificulta a avaliação de risco regulatória. Além disso, os métodos disponíveis para detectar nanoplásticos são menos confiáveis devido ao tamanho minúsculo dessas partículas.

A FDA está comprometida em avançar na ciência por meio da análise de metodologias de teste e outros trabalhos relacionados, incluindo a participação em grupos de trabalho governamentais e interinstitucionais. A agência também está monitorando a pesquisa sobre microplásticos e nanoplásticos em alimentos, buscando desenvolver, validar e implementar métodos analíticos para a tomada de decisões regulatórias.

A FDA não possui regulamentações que autorizem microplásticos ou nanoplásticos como ingredientes acidentais em alimentos. Para plásticos usados em contato com alimentos, a legislação exige que todos os materiais sejam aprovados antes de serem comercializados. A agência avalia dados de testes para garantir que a exposição do consumidor seja segura.

A responsabilidade legal recai sobre as empresas que cultivam, produzem alimentos ou fabricam produtos destinados ao uso com alimentos. Se a FDA determinar que os níveis de microplásticos ou nanoplásticos tornam os alimentos inseguros, a agência tomará medidas regulatórias.

Pode-se inferir que na busca pela segurança dos alimentos, a FDA permanece à frente, vigilante e comprometida em garantir que os produtos disponíveis no mercado norte-americano atendam aos padrões de qualidade e segurança. Através de regulamentações, monitoramento contínuo e pesquisa científica avançada, a agência trabalha para proteger os consumidores de potenciais riscos, incluindo a presença de microplásticos e nanoplásticos em alimentos.

À medida que a ciência evolui e novas informações se tornam disponíveis, a FDA adapta-se, atualizando suas diretrizes e práticas para manter a saúde pública como sua prioridade máxima. Com a página recém-lançada sobre microplásticos e nanoplásticos, a agência oferece uma ferramenta valiosa para educar o público e divulgar suas ações.  Conheça a página aqui.

Imagem gerada por inteligência artificial

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Propriedades desejadas em agentes de limpeza e higienização

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Uma higienização eficaz é a primeira e óbvia ação para garantir a produção de alimentos seguros. Nesta tarefa, ter bons agentes de limpeza pode ser muito útil.

Na produção de alimentos e bebidas, não há como querer garantir produtos seguros, nem como avançar com sistemas de gestão, sem antes existir uma boa sistemática para limpeza e higienização das máquinas, equipamentos, tubulações e ambiente de trabalho.

Para cumprir o objetivo de realizar uma boa higienização, os produtos utilizados devem possuir características diversas em uma série de campos:

  1. Capacidade de remover partículas orgânicas grudadas à superfície;
  2. Poder penetrante, pois a menos que uma substância possa penetrar através da superfície, a ação antimicrobiana é limitada ao local de aplicação;
  3. Capacidade detergente e poder emulsificante para promover retirada das impureza. Propriedades detergentes também apresentam a vantagem de promover um mecanismo para remoção mecânica de microrganismos da superfície que está sendo tratada;
  4. Poder dispersante, capaz de manter em suspensão as impurezas já rompidas e separadas;
  5. Solubilidade para permitir facilmente a remoção durante o enxágue. A substância deve ser solúvel em água ou em outros solvente como o álcool etílico em quantidade necessária ao seu uso efetivo;
  6. Capacidade de dissolução de incrustações formadas por sais como os de cálcio, potássio, sódio etc., e capacidade de manter estes sais em dissolução, sem que voltem a formar depósitos;
  7. Poder bactericida ou antimicrobiano, ou seja, capacidade de inibir ou preferencialmente matar os microrganismos. O composto utilizado deve possuir um amplo espectro de atividade antimicrobiana, o que significa que ele deve inibir ou reduzir significativamente muitos tipos diferentes de microrganismos;
  8. Ausência de atividade corrosiva, afinal não basta promover bons resultados do ponto de vista higiênico, se ocorrerem ataques contra as superfícies de contato, resultando na dissolução dos seus elementos constituintes ou na produção de resíduos (óxidos) que inutilizem a instalação. É preciso considerar que o efeito corrosivo muitas vezes depende das concentrações utilizadas;
  9. Disponibilidade e viabilidade econômica de seu uso;
  10. Estabilidade durante o armazenamento para que não haja perda de ação antimicrobiana. As soluções desinfetantes devem ser preparadas de acordo com a necessidade, pois os desinfetantes envelhecidos ou degradados podem até favorecer o crescimento de bactérias;
  11. Ausência de toxidade, pois obviamente não deve prejudicar o homem ou animais;
  12. Homogeneidade para que as preparações sejam uniformes em sua composição, de modo que os componentes ativos estejam presentes em cada aplicação. Por exemplo: os componentes não devem se agregar ou depositar na superfície do recipiente;
  13. Inativação mínima por material estranho – Uma vez que alguns compostos químicos antimicrobianos combinam-se facilmente com proteínas ou outros materiais orgânicos encontrados no material que está sendo tratado, isto diminui a quantidade de substância química disponível para agir contra os microrganismos;
  14. Atividade em temperaturas ambiente e corporal, evitando que seja necessário aumentar a temperatura além daquela normalmente encontrada no ambiente onde o composto químico é utilizado, o que acarretaria riscos operacionais e custos adicionais;
  15. Poder desodorizante, pois o ideal é que seja inodoro ou apresente um odor agradável e suave, inclusive, a capacidade desodorizante é uma característica desejável.

É obvio que não existe um produto que reúna todas estas propriedades. É preciso combiná-los adequadamente, assim certos compostos químicos agem na redução da carga de microrganismos, enquanto outros inibem o crescimento.

Não há um princípio ativo de higienização que seja universal, contemplando todas as características desejadas para todos os tipo de limpeza possíveis.

Alguns produtos até podem ser capazes de inibir e eliminar microrganismos, dependendo das concentrações utilizadas. Inclusive, alguns são ativos contra um grande número de espécies e são caracterizados como de amplo espectro de atividade, enquanto outros podem afetar espécies específicas.

Existem também aqueles que agem apenas retirando as sujidades por arraste mecânico, mas que agindo assim, retiram também boa parte dos microrganismos.

Entre os grupos químicos utilizados para produção de agentes de higienização, destacam-se:

1 ÁLCALIS 2 FOSFATOS 3 QUELATOS 4 UMECTANTES

1 ÁLCALIS

Entre os álcalis temos a soda cáustica ou hidróxido de sódio (NaOH), que é um dos produtos mais usados por possuir muitas das propriedades citadas.

Os álcalis têm um bom poder de dissolução de materiais orgânicos, e são saponificantes, ou seja, através de sua ação emulsificante transformam a gordura em substâncias miscíveis.

Esta propriedade é importante porque encontramos gotas de gordura praticamente por toda parte, especialmente em depósitos incrustados, em equipamentos e utensílios.

A soda também tem um alto poder de desinfecção e baixo custo em comparação com outros produtos. Alguns sais de características alcalinas também são utilizados menos frequentemente, tais como metasilicato de sódio e carbonato de sódio.

2 FOSFATOS

A presença de fosfatos em soluções de limpeza também é frequente, pois eles exercem várias ações simultâneas, como poder emulsificante, dispersante e amolecimento da água.

Entre os fosfatos mais usados destacam-se o fosfato trissódico, o pirofosfato tetrassódico e o hexametafosfato de sódio.

Os fosfatos combinam muito bem com os álcalis, sendo comum vê-los juntos em diversas fórmulas de produtos de limpeza em todas as indústrias alimentícias.

3 QUELATOS

Os quelatos são utilizados para eliminação de incrustações provocadas pela precipitação de sais como os de cálcio e de magnésio, sendo que essas incrustações são mantidas em dissolução na solução de lavagem, sob a forma de compostos iônicos.

Os quelatos suportam altas temperaturas e podem ser utilizados em combinação com produtos umectantes como a amônia quaternária, o que multiplica sua ação.

A utilização dos quelatos não precisa ser diária, mas quando especialmente houver aparecimento de incrustações salinas, o que é especialmente o caso de caldeiras, pasteurizadores, evaporadores, secadores etc.

O pH do meio é fator importante na escolha do quelato a ser utilizado, um vez que em pH alcalino suave, os polifosfatos agem como bons quelatos, enquanto os ácidos cítrico e glucômico são mais apropriados em faixas de pH mais elevados.

4 UMECTANTES

Umectantes são agentes hidrofílicos, ou seja, que têm uma afinidade por água. Devido a esta propriedade facilitam a ação da água na remoção de sujidades, e em consequência, também arrastam microrganismos.

Umectantes facilitam a limpeza por agir como tensoativos, cujas propriedades permitem diminuir a tensão interfacial e superficial, influenciando a miscibilidade entre dois líquidos.

Entre as substâncias umectantes existentes, existem compostos aniônicos e catiônicos. Entre os aniônicos, temos os álcoois sulfatados e sulfonados, já as bases de amônia quaternária são bastante utilizadas como umectantes catiônicos.

Leia também:

Diretrizes para limpeza e higienização na indústria de alimentos

Monitoramento de higienização na produção de alimentos

Higienização e Segurança de Alimentos

Procedimentos básicos de higienização nas empresas de alimentos

Tradução: Químicos Aplicados na Higienização dos Processos de Alimentos V. 2

Limpeza industrial: descomplicando o processo de qualificação de CIP

IFS Food versão 7 x IFS Food versão 8: Limpeza e Desinfecção, Gestão de Resíduos e Risco de Material Estranho

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Parabéns ao vencedor do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024!

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É com imenso prazer e grande entusiasmo que anunciamos o vencedor do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024! Este ano recebemos um número impressionante de inscrições, todas repletas de ideias brilhantes e inovadoras que realmente demonstram o comprometimento dos participantes com a segurança de alimentos no Brasil.

Após um processo rigoroso de avaliação, feito pelos nossos colunistas, que incluiu a análise criteriosa de cada proposta, temos a honra de anunciar que o vencedor do concurso deste ano é Locenir Matsui!

A Locenir apresentou um texto excepcional que se destacou pela originalidade, viabilidade e pelo impacto positivo que pode trazer para a segurança de alimentos.

Gostaríamos de expressar nossa mais sincera gratidão a todos os participantes do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024. Cada um de vocês trouxe uma perspectiva única e valiosa, e foi inspirador ver tantas ideias fantásticas sendo apresentadas. A competição foi acirrada, e cada proposta foi considerada com muita atenção e cuidado. A paixão e o compromisso de todos os participantes com a segurança de alimentos são verdadeiramente inspiradores.

Além disso, queremos agradecer a nossa equipe de jurados, que dedicou tempo e esforço para revisar cada inscrição detalhadamente. Sem vocês, este concurso não seria possível.

Parabéns novamente a Locenir! Estamos ansiosos para encontrá-la no Workshop.

Fiquem atentos para:

– as nossas próximas iniciativas e eventos, e continuem acompanhando o Food Safety Brazil para mais novidades e oportunidades de se envolver e contribuir para um futuro mais seguro e saudável para todos.
– ler todos os textos enviados para nós.

Obrigado a todos pela participação e pelo apoio contínuo!

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Notificação de doença de Newcastle no Rio Grande do Sul: impactos e medidas

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Em 21 de julho de 2024, foi notificada a ocorrência de um foco da doença de Newcastle em frangos de corte no município de Anta Gorda, Rio Grande do Sul, conforme reportado pelas mídias brasileiras e internacionais. Antes desse advento, os últimos casos confirmados no Brasil tinham ocorrido em 2006 e em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, conforme notificação à OMSA.

A doença de Newcastle (DNC), causada pelo vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), é altamente contagiosa e pode provocar desde sinais clínicos respiratórios leves até a morte súbita das aves. Embora não represente risco direto ao consumo humano, a doença pode causar grandes prejuízos econômicos, especialmente para a indústria avícola.

Ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

Diante da confirmação do foco, o MAPA implementou uma série de ações para controlar e erradicar a doença. Foram destacadas inicialmente 47 equipes, compostas por mais de 100 profissionais, que atuam na zona de proteção e vigilância ao redor do foco, realizando a identificação e inspeção de estabelecimentos avícolas comerciais e não comerciais. Essas ações incluem a eliminação e destruição das aves infectadas, bem como a limpeza e desinfecção dos locais afetados.

Impactos econômicos e na exportação

A notificação do foco de doença de Newcastle no Rio Grande do Sul tem impactos significativos na exportação de produtos avícolas. Diversos países, incluindo a União Europeia e a Argentina, foram listados pelo MAPA para imediata proibição de exportação de carne de aves e seus derivados, provenientes de todo Brasil. Demais restrições de exportação para outros países ficaram restritas ao Estado do Rio Grande do Sul e para o local do foco, onde foi isolado o vírus das aves comerciais. Essas restrições afetam diretamente a economia brasileira, visto que a avicultura é um setor importante para o comércio exterior do país, especialmente para o Sul do país, maior produtor e exportador de carne de frangos do Brasil.

Transmissão e prevenção

A principal forma de propagação do vírus da doença de Newcastle é por meio de aerossóis de aves infectadas ou de produtos contaminados. Além disso, vetores como roedores, insetos e artrópodes também contribuem para a disseminação do vírus.

Não existe um tratamento específico para a doença, portanto a prevenção é crucial. As principais medidas preventivas incluem a vacinação sistemática das aves reprodutoras e de postura comercial, a implementação de barreiras sanitárias e a restrição de movimentação de aves nas áreas afetadas.

A Vigilância epidemiológica (do MAPA) tem 3 objetivos definidos:

  • Objetivo 1: detecção precoce de casos IA e DNC nas populações de aves domésticas e silvestres
  • Objetivo 2: demonstração de ausência de IA e DNC na avicultura industrial de acordo com as diretrizes internacionais de vigilância para fins de comércio.
  • Objetivo 3: monitorar a ocorrência de cepas virais da IA para subsidiar estratégias de saúde pública e saúde animal.

Dentre os componentes da vigilância epidemiológica, estão:

Vigilância Passiva – Investigação imediata de qualquer notificação ou caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle em estabelecimentos avícolas.

Vigilância Passiva – Investigação imediata de suspeitas em abatedouros

Vigilância Passiva – Investigação imediata de qualquer notificação ou caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle em mortalidade excepcional de aves silvestres

Vigilância Ativa em avicultura industrial: estabelecimentos avícolas de reprodução, corte, postura comercial e outras aves

Vigilância Ativa em aves de subsistência em áreas de maior risco de introdução de influenza aviária

Vigilância para certificação sanitária de compartimentos avícolas

Vigilância em aves importadas

O PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) possui um extenso arcabouço regulatório para dirimir essas questões de prevenção, controle e vigilância tanto para doença de Newcastle como para a Influenza Aviária. Tais legislações estão descritas abaixo:

a) Instrução Normativa SDA nº 17, de 7 de abril de 2006 – Aprova o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle em todo o território nacional.

b) Instrução Normativa SDA nº 32, de 13 de maio de 2002 – Aprova as Normas Técnicas de Vigilância para doença de Newcastle e influenza aviária, e de controle e erradicação para doença de Newcastle.

c) Instrução Normativa SDA nº 21, de 21 de outubro de 2014 – Estabelece as normas técnicas de Certificação Sanitária da Compartimentação da Cadeia Produtiva Avícola das granjas de reprodução, de corte e incubatórios, de galinhas ou perus, para a infecção por influenza aviária e doença de Newcastle.

d) Plano de Contingência para Emergências Zoosanitárias – Parte Geral

e) Plano de Contingência de Influenza Aviária e Doença de Newcastle – 2023 – Versão1.0 – Parte específica

f) Informativo PNSA nº 4 – Reconhecimentos de sítios de aves migratórias pelo DSA.

g) Norma Interna DSA nº 03, de 3 de outubro de 2011 – Declara os plantéis avícolas industriais brasileiros livres de doença de Newcastle e da influenza aviária notificável.

h) Ofício – Circular Conjunto Nº 3/2021/DSA/DIPOA/SDA/MAPA – Estabelece os procedimentos de vigilância de Síndrome Respiratória e Nervosa das aves (SRN) em abatedouros frigoríficos

i) Métodos de de população de aves domésticas frente aos focos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

j) PORTARIA MAPA Nº 642, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2023 – trata da possibilidade de realização de exposições e torneios

k) Medidas mínimas de biosseguridade para a realização de exposições e torneios com aves – conforme determinado pelo Art 1° da PORTARIA MAPA Nº 642, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2023.

Danos à saúde animal e humana

Embora a doença de Newcastle não represente um risco direto à saúde humana, ela pode causar sérios danos à saúde animal, resultando em alta mortalidade e perdas econômicas substanciais. Os sintomas em aves incluem sinais respiratórios, nervosos e digestivos, além de edema na cabeça. A rápida notificação e implementação de medidas de controle são essenciais para evitar a disseminação do vírus e minimizar os impactos econômicos.

Nesse link é possível consultar uma Ficha Técnica, publicada pelo próprio MAPA, trazendo uma série de informações relevantes sobre o vírus, a doença e seus impactos na saúde animal.

Conclusão

A recente notificação da doença de Newcastle em frangos no Rio Grande do Sul destaca a importância de medidas rigorosas de controle e vigilância para proteger a saúde animal e assegurar a continuidade das exportações brasileiras de produtos avícolas. As ações do MAPA, incluindo a mobilização de equipes de fiscalização e a implementação de barreiras sanitárias, são cruciais para conter a doença e garantir a segurança do comércio internacional.

  • Atualizações de notificações e ações publicadas pelo MAPA

Ofício – Circular Conjunto Nº 04/DIPOA/SDA/2024 (18/07/2024)

Ofício – Circular Conjunto Nº 6/DIPOA/SDA/2024 (19/07/2024)

Informação nº 18/2024/DSA/SDA/MAPA (22/07/2024)

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VI Fórum de Segurança de Alimentos BRCGS será em agosto

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Explicamos recentemente, no post “GFSI, FSSC, BRCGS, IFS e SQF: entenda esta sopa de letrinhas“, algumas siglas que permeiam o universo de segurança de alimentos. Mas hoje falaremos especificamente sobre o BRCGS, uma empresa fundada em 1996 por varejistas que queriam harmonizar os padrões de segurança de alimentos em toda a cadeia de suprimentos. Hoje, são reconhecidos globalmente em categorias de alimentos e não alimentos.

Em agosto, vai acontecer o VI Fórum de Segurança de Alimentos BRCGS. Será no dia 29 de agosto de 2024, no Hotel Novotel São Paulo Center Norte. O evento tem como objetivos aprimorar a gestão da segurança dos alimentos em toda a cadeia de fornecimento e proporcionar atualizações essenciais sobre a norma BRCGS. Especialistas e profissionais do setor irão se reunir para discutir os desafios e as melhores práticas na área, incluindo palestras com foco em embalagens.

Não perca esta oportunidade de se atualizar e contribuir para a melhoria contínua da segurança dos alimentos.

Inscreva-se agora e garanta sua vaga! Clique aqui.

Esta é uma grande ocasião para se conectar com os principais players do setor! Nos veremos lá!

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Financiando a segurança alimentar global

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A segurança alimentar e a nutrição são desafios globais que exigem esforços coordenados e investimentos substanciais.

O relatório “The State of Food Security and Nutrition in the World 2024”, da FAO, destaca a necessidade urgente de aumentar os fluxos de financiamento para enfrentar a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição em todas as suas formas. Este post explora as principais conclusões do relatório, enfatizando a importância do financiamento adequado e as estratégias para mobilizar recursos de maneira eficaz.

A erradicação da fome e da desnutrição é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. No entanto, como o relatório da FAO de 2024 revela, estamos longe de alcançar esse objetivo. Entre 713 e 757 milhões de pessoas enfrentaram a fome em 2023, e mais de 2,33 bilhões de pessoas sofreram de insegurança alimentar moderada ou grave. Para reverter essa tendência alarmante, é crucial aumentar e otimizar os recursos financeiros destinados à segurança alimentar e nutrição.

A principal barreira para alcançar a segurança alimentar global é a falta de financiamento adequado. Países com altos níveis de insegurança alimentar e desnutrição são frequentemente os que têm menos acesso a financiamento. O relatório da FAO propõe uma nova definição de financiamento para a segurança alimentar e nutrição, abrangendo recursos públicos e privados, tanto domésticos quanto estrangeiros.

Os investimentos em segurança alimentar e nutrição são essenciais não apenas para proporcionar alimentos adequados e saudáveis, mas também para fortalecer a resiliência dos sistemas agroalimentares contra conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas. O relatório destaca que a ausência de financiamento suficiente resultará em consequências sociais, econômicas e ambientais significativas, exigindo soluções ainda mais custosas no futuro.

A definição de uma fonte comum de financiamento para a segurança alimentar permitirá uma melhor rastreabilidade dos fluxos de financiamento e uma alocação mais eficiente dos recursos. Abordagens inovadoras, como parcerias público-privadas, financiamento misto e instrumentos financeiros verdes, sociais e sustentáveis, são essenciais para mobilizar os recursos necessários. A assistência oficial para o desenvolvimento (ODA) e outros fluxos oficiais devem ser direcionados de maneira mais eficaz para abordar as causas profundas da insegurança alimentar e da desnutrição.

O relatório apresenta exemplos de países que têm aumentado com sucesso seus investimentos em segurança alimentar. Em Uganda, por exemplo, o gasto público com segurança alimentar e nutrição mostrou um crescimento constante, demonstrando o impacto positivo de políticas de financiamento bem direcionadas.

Quer entender como o financiamento pode transformar a segurança alimentar e combater a desnutrição? Leia aqui

De acordo com o relatório, o financiamento adequado é a base para a erradicação da fome e da desnutrição no mundo. Implementar estratégias eficazes para mobilizar e utilizar esses recursos é crucial para alcançar os ODS e garantir um futuro saudável para todos.

Em um mundo onde a cadeia de fornecimento de alimentos é tão complexa, não há espaço para falhas na segurança alimentar, pois além dos impactos na saúde pública, também há consequências significativas para o comércio e a economia.

Imagem: Pixabay

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Destaques do IX Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade – Inteligência Artificial na cadeia de alimentos

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Demorou, mas seguimos com os destaques do IX Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade! No segundo dia de evento, tivemos uma apresentação incrível sobre Inteligência Artificial na cadeia de alimentos, com o Prof. João Galdino da Genesis.

Você sabia que o primeiro modelo de machine learning foi desenvolvido na Unicamp, há 40 anos? E que estamos na terceira evolução de Inteligência Artificial (IA), com interação similar à humana, com análise de sentimentos e percepções? Hoje pode-se aplicar IA em robôs, máquinas e avatares.

São compostos modelos matemáticos, computacionais, com cálculos de até 40 páginas para gerar uma inteligência artificial. Saiba mais sobre o tema em: Inteligência Artificial e mudanças climáticas: soluções para a produção segura de alimentos.

Indústrias de alimentos já estão criando IAs customizadas aos processos, que avisam em tempo real sobre falhas de qualidade, como sobrecargas elétricas, qualidade da água de enxágue, erros de pesagem, emitindo alertas ou parando o processo. São usadas também para controle de estoques, validades e check lists.

Equipamentos com QR code junto às placas de patrimônio podem estar alinhados com IAs. Ao serem fotografados, podem automaticamente abrir não conformidades, ajudar a rastrear e alertar os envolvidos, seguindo fluxos de sistema de gestão.

Você pode usar a Inteligência Artificial na cadeia de alimentos como ferramenta do sistema de gestão, já que dependendo do modelo, pode ler 500 páginas de normas anexadas, em até 15 minutos. Pode-se fazer perguntas e ela irá responder com base na norma.

É possível colocar controle de cópias controladas, formulações, para que todos possam consultar documentos, procedimentos etc.

A IA pode também monitorar e analisar os dados (não só registrar), fazendo previsões de todos os parâmetros que podem trazer perigos, como qualidade do ar, temperatura, vazão, pressão, rotação de equipamentos, contagem de produtos, montando relatórios de produção, informando em tempo real a respeito de riscos ou de possíveis paradas. Os alertas podem ir diretamente para o time de eletricistas, que podem agir e evitar fogo, por exemplo.

Bons modelos de inspeção de qualidade não precisam de IAs, mas elas podem facilitar o processo. Elas podem sugerir soluções para NCs com base em históricos registrados no banco de dados dela.

Já existem robôs desenvolvidos com foco em indústrias, para carregar peso, sem tropeçar em pessoas, para entrar em áreas confinadas ou com risco em altura.  Vimos um em formato de cachorro, dançando em nossa frente, capaz de fazer movimentos acurados!

Mas algo que a IA não deve substituir é a sensibilidade. Ela poderá criar análises preditivas, com 99% de acuracidade, mas não substituirá análises críticas do cenário, a criatividade e decisões conclusivas, que continuarão demandando recursos humanos!

Discute-se globalmente uma renda básica para qualificar profissionais, para que sigam no mercado. Diversas profissões serão substituídas, mas a ideia é que a IA seja usada como suporte para otimização de processos.

O importante é o time de Qualidade não ficar para trás! Atualize-se sempre!

Em seguida, foi apresentada pelo psicólogo e engenheiro Daniel Dias Gonçalves uma palestra com o tema Qualidade Emocional e exigências de qualidade: os dois lados da mesma face.

Lidar com a pressão do dia a dia em indústrias causa ansiedades em todos nós. Auditorias frequentes, não anunciadas, times cada vez mais enxutos, em uma atmosfera BANI (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível), tornam o ambiente de trabalho um mundo de possibilidades.

Precisamos lembrar que lidamos com pessoas, que estão susceptíveis aos acontecimentos externos, pressões e cobranças, sentimentos que sofrem alterações, conforme vão surgindo afetos, positivos e negativos, diariamente, no trabalho e em casa.

A cultura da empresa é permeada pela cultura da produção e de qualidade, e precisa ser equilibrada dentro das rotinas. Às vezes, existem cobranças impossíveis para os times de qualidade, que devem ser atendidas com baixo custo, dentro das normas e com poucas pessoas. E como controlar a ansiedade e não deixar o stress dominar nossas mentes?

Equilibrar as demandas com o que é possível absorver, sem deixar o trabalho absorver 100% do seu tempo, é muito importante para garantia da saúde mental.

Devemos atentar ao que consumimos, na internet, em alimentos, em bebidas, para entendermos as reações que nos causam, se nos deixam em estado de ansiedade.

É impossível controlar tudo e todos e e é necessário aceitar que temos falhas, limitações. Pessoas têm variações de humor, problemas pessoais e o peso emocional de ser um dos ou o responsável pela garantia da qualidade deve ser trabalhado, muitas vezes, com apoio psicológico. Este peso precisa sair da esfera da culpa e ir para a esfera da responsabilidade, que trará movimento e produtividade!

Viver a realidade da indústria de alimentos é conviver com stress e pressão diariamente! Torço por uma vida mais leve para todos.

Imagem: cottonbro studio

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É necessário o registro na ANVISA para resina PET virgem?

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Recentemente recebemos uma pergunta da leitora Emanuelle sobre o tema embalagens: “Sobre o uso de resina PET virgem 100% em embalagens com contato direto com alimentos, é necessário o registro na ANVISA deste fornecedor?”

A atual RDC Nº 27/2010, que dispõe sobre as categorias de alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário, estabelece em seu Anexo I que as embalagens em geral são isentas da obrigatoriedade de registro. No entanto, consta no Anexo II desta norma que as embalagens elaboradas a partir de PET pós-consumo reciclado (PCR) grau alimentício têm registro obrigatório.

É preciso lembrar, porém, que em breve a RDC 27/2010 será revogada pela RDC Nº 843/2024 que entrará em vigor em 1° de setembro de 2024 e dispõe sobre a regularização de alimentos e embalagens. Seu Artigo 3º estabelece que a regularização de alimentos e embalagens deve ser realizada previamente à sua oferta por meio dos seguintes procedimentos, descritos nos respectivos anexos da Instrução Normativa 281, de 22 de fevereiro de 2024:

  • Registro junto à ANVISA. Não se aplica a nenhum tipo de embalagens ou a resina (seja resina virgem ou PCR);
  • Notificação junto à ANVISA. No setor de embalagens há aplicabilidade, quanto a obrigatoriedade de notificação junto à ANVISA, apenas para a categoria de Resina de PET-PCR grau alimentício;
  • CIF – Comunicação de início de fabricação ou importação junto à autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do município). Há aplicabilidade deste comunicado a quaisquer embalagens para alimentos, incluindo embalagens finais de PET-PCR grau alimentício quando essas forem elaboradas a partir de artigo precursor notificado.

Desta forma, até 31 de agosto de 2024, a única embalagem que precisa de registro na ANVISA é a PET-PCR grau alimentício. Como dito anteriormente, a partir de 1° de setembro de 2024 a notificação será aplicável apenas às resinas de PET-PCR grau alimentício. Para saber mais sobre a notificação, consulte o Anexo II e o Anexo X da IN nº 281/2024.

Quanto à resina PET virgem, não há nenhum instrumento regulatório normativo (lei, portarias, resoluções, instruções normativas etc.) que obrigue os fabricantes de embalagens que utilizam resinas PET virgens a fazer o registro no órgão competente.

Concluindo, não é necessário fazer nenhum registro, notificação ou comunicado na ANVISA ou autoridade sanitária sobre a utilização de resinas virgens.

Se tiver perguntas sobre este e outros temas relacionados à Segurança de Alimentos, envie para redação@foodsafetybrazil.com.

Gosta deste assunto? Acesse o documento Perguntas e respostas publicado pela ANVISA.

Leia também:

Dispensa de registro para embalagem reciclada: nova regra da Anvisa

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Auditoria de primeira, segunda e terceira parte: o que é isso?

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Quem no mundo da Segurança de Alimentos nunca ouviu falar sobre auditoria de primeira, segunda e terceira parte? Mas você sabe realmente o que é isso?

Na área de alimentos, as auditorias de primeira, segunda e terceira parte são aplicadas de maneira específica para garantir a segurança, qualidade e conformidade dos produtos alimentícios com normas e regulamentações.

1. Auditoria de Primeira Parte (Auditoria Interna):

  1. Quem realiza: Realizada pela própria organização, geralmente pela equipe interna de qualidade.
  2. Propósito: Avaliar a conformidade dos processos e sistemas de gestão de segurança de alimentos da própria organização com normas internas e requisitos regulamentares. Também serve para identificar áreas de melhoria antes de auditorias externas.
  3. Exemplo: Uma empresa de processamento de alimentos realiza auditorias internas periódicas para verificar se seus processos de produção estão em conformidade com os requisitos da norma ISO 22000 (Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos).

2. Auditoria de Segunda Parte (Auditoria de Fornecedor):

  1. Quem realiza: Realizada por uma organização (como um fabricante, consultor ou varejista de alimentos) sobre seus fornecedores ou prestadores de serviços.
  2. Propósito: Avaliar a conformidade dos fornecedores com os requisitos contratuais, regulatórios e normativos estabelecidos pela organização. Pode incluir a verificação das práticas de segurança de alimentos, higiene e qualidade.
  3. Exemplo: Um supermercado realiza uma auditoria em seus fornecedores de produtos frescos para garantir que eles seguem as boas práticas de fabricação e cumprem os requisitos da certificação GLOBALG.A.P. (Good Agricultural Practices).

3. Auditoria de Terceira Parte (Certificação Independente):

  1. Quem realiza: Realizada por organismos de certificação independentes e imparciais, que podem ser acreditados por organismos nacionais ou internacionais.
  2. Propósito: Avaliar a conformidade do sistema de gestão de segurança de alimentos da organização com normas externas (como ISO 22000, BRCGS, FSSC 22000, entre outras) e conceder a certificação oficial.
  3. Exemplo: Uma fábrica de produtos lácteos contrata um organismo de certificação para realizar uma auditoria e obter a certificação FSSC 22000, que demonstra a conformidade com os padrões internacionais de segurança de alimentos referentes a essa norma.

Importância das auditorias na área de alimentos

  • Auditoria de Primeira Parte: Ajuda a identificar e corrigir problemas internos antes que eles se tornem graves, garantindo a conformidade contínua e a melhoria dos processos internos.
  • Auditoria de Segunda Parte: Garante que os fornecedores e parceiros comerciais atendam aos requisitos específicos de segurança e qualidade de alimentos, mitigando riscos na cadeia de suprimentos.
  • Auditoria de Terceira Parte: Fornece uma validação independente da conformidade da organização com normas reconhecidas internacionalmente, aumentando a confiança dos consumidores e clientes na segurança e qualidade dos produtos alimentícios.

Essas auditorias são essenciais para garantir a segurança dos alimentos, proteger a saúde dos consumidores e manter a reputação das empresas no mercado alimentício. E pensando nisto, o Food Safety Brazil em conjunto com a QIMA WQS irá realizar um webinar com o tema “Maximizando a eficácia dos Planos de Ação em auditorias de segunda parte“.

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Intoxicação alimentar em festa de formatura atinge mais de 400 pessoas

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No início de julho de 2024, foi noticiada a intoxicação alimentar de mais de 400 convidados que estiveram presentes no jantar da festa de formatura da Faculdade de Medicina de Taubaté, município do interior de São Paulo.

Os relatos são de sintomas gastrointestinais, como vômitos, diarreia, náuseas, febre, incluindo pessoas que precisaram ser hospitalizadas. Um dos pacientes foi diagnosticado com norovírus, que passou a ser o principal suspeito como agente causador destes casos de intoxicação alimentar.

A empresa responsável pelo buffet do jantar colocou-se à disposição para acompanhar as investigações do caso, mas já respondeu em suas redes sociais e inclusive pelo site Reclame Aqui, conforme trecho abaixo:

“Protocolo de Higiene e Segurança:
A XX (nome da empresa) segue rigorosos protocolos de higiene e segurança em todos os eventos que organiza. No caso específico deste evento, uma nutricionista acompanhou todo o manuseio dos alimentos, e o fornecedor de buffet adotou todas as medidas de higiene exigidas pelas normas sanitárias. No entanto, não podemos descartar a possibilidade de que o problema tenha ocorrido fora do nosso controle.”

Os norovirus foram os primeiros agentes virais ligados a doenças de sintomas gastrointestinais, mas por muito tempo sua relevância foi secundária, sendo o rotavírus o agente de maior importância nesses casos.

Não é o primeiro relato desse vírus como agente causador de doença gastrointestinal em pessoas em eventos. No inicio de 2009, houve relato de surto de gastroenterite durante um cruzeiro de luxo.

O norovirus é transmitido através de água ou alimentos contaminados e é um importante causador de gastroenterites no Brasil. Pode ser detectado por testes moleculares, tanto em fezes de pacientes acometidos com sintomas gastrointestinais quanto em água e alimentos, possíveis fontes de contaminação.

É um vírus com presença comum em locais confinados ou de contato próximo, como eventos, asilos, hospitais, isso porque a transmissão de pessoa para pessoa ocorre com facilidade e diferentemente de outros vírus, os adultos também podem ser acometidos.

Existem poucos relatos de intoxicação alimentar em festas de formatura, com completa investigação do caso e detecção dos agentes causadores. Fazendo uma busca, encontrei:

  • Formatura da 53ª turma de direito da Faculdade de Uberlândia, em 2006, causada por Salmonella, porém o buffet defendeu-se dizendo que as amostras foram coletadas quatro dias após o evento, sendo que no dia da festa os alimentos não se apresentavam contaminados;
  • Mais de 100 pessoas com sintomas de intoxicação alimentar na cidade de Icó, no Ceará, em 2020, sem que eu encontrasse o agente causador;
  • Formatura da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Londrina, em 1998, também sem maiores informações sobre o caso.

Eventos, festas ou mesmo o caso do cruzeiro são situações em que os alimentos são preparados em grande quantidade, nem sempre respeitando processos seguros de preparação, como temperatura de cozimento, higienização de superfícies e utensílios e por pessoas que podem não ter recebido todos os treinamentos relativos às boas práticas de manipulação de alimentos. Estes fatores são possíveis causas de contaminação de alimentos que podem provocar intoxicações alimentares.

Estudos completos desses casos, com participação da Vigilância Sanitária e de outras entidades, com investigação e isolamento do agente causador, seriam importantes formas de prevenção para que novos casos não aconteçam.

Imagem: Julia Kuzenkov

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Contaminação microbiológica em poços artesianos

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Um leitor compartilhou sua preocupação sobre a qualidade da água de um poço utilizado para consumo há quase quatro décadas. Recentemente, análises revelaram a presença de bactérias coliformes e aeróbicas na água coletada, gerando dúvidas sobre a segurança dessa água e sobre quais as medidas apropriadas para sanar o problema.

Causas da contaminação microbiológica em poços

A contaminação microbiológica em poços pode ocorrer devido a vários fatores:

  1. Infiltração de águas superficiais: Poços mal vedados permitem a entrada de água de superfície contaminada.
  2. Proximidade de fontes de poluição: Sistemas sépticos, como esgoto não tratado, podem se infiltrar no solo; resíduos animais e áreas agrícolas próximas podem contribuir para a contaminação.
  3. Formação ou presença de biofilmes: Bactérias podem formar biofilmes nas paredes do poço, ou nas telas, colunas de bombas e bombas, dificultando a erradicação da contaminação. As trepidações durante o bombeamento podem fazer com que os biofilmes se desloquem, liberando as bactérias coliformes.
  4. Manutenção inadequada: Falta de limpeza e desinfecção regular, ausência de manutenção e/ou troca de tubulações, conexões antigas ou inapropriadas, além de filtro sujos e bombas danificadas ou sujas, podem permitir o crescimento de bactérias.

Em muitos casos, será necessário realizar testes de integridade e perfilagem ótica (filmagem do interior do poço) para mapear os principais pontos de melhoria e identificar as causas da contaminação. Em um estudo realizado na Austrália, em 2015, foram identificadas fontes com maior incidência de contaminação. Os testes de integridade e a visualização por câmera revelaram que o poço revestido de aço estava em más condições, apresentando corrosão e laminação severas (figura C). Além disso, havia árvores nas proximidades (figura A), cujas raízes penetraram através de aberturas nas juntas de PVC (figura B).

 

A CETESB monitora a qualidade das águas subterrâneas em poços tubulares e nascentes desde 1990, no Estado de São Paulo. O relatório de 2023 indicou que 46,7% das amostras apresentaram não conformidades nos parâmetros microbiológicos, principalmente coliformes totais e E. coli.

Outra pesquisa, realizada no sul do Brasil para avaliar a qualidade e a segurança hídrica em áreas rurais e urbanas, analisou amostras de água coletadas entre 2013 e 2021. Os resultados mostraram que, nas áreas rurais, 77,54% das amostras de água estavam contaminadas por coliformes e 44,5% por Escherichia coli. Além disso, 20,95% das amostras contaminadas estavam correlacionadas com a quantidade de chuvas. Nas áreas urbanas, 10,95% das amostras continham coliformes e 2,53% continham E. coli, com 9,33% das amostras contaminadas associadas à precipitação. A presença de cloro residual livre foi verificada em 14,38% das amostras rurais e em 56,13% das amostras urbanas, indicando variações significativas na qualidade da água tratada.

 

Com estas informações, fica mais claro que a qualidade da água é comprometida pela ausência de manutenção, limpeza, fatores pluviométricos, alterações físico-químicas e pelo impacto de atividades humanas. Assim, ausência de tratamento de desinfecção no poço e na linha de distribuição são fatores críticos se a destinação é o consumo de água potável.

Tipos de poços e riscos associados

Os poços são classificados como fontes de água bruta e o sistema de captação dessas águas é chamado Solução Alternativa Coletiva (SAC) ou Individual (SAI), e essas águas geralmente não passam por tratamento, podendo não atender aos parâmetros de potabilidade para consumo humano conforme Portaria GM/MS nº 888/2021.

A qualidade da água varia conforme o tipo de poço e sua infraestrutura:

Poço “caipira” (cacimba/escavado): Comum em áreas rurais, perfurado manualmente e revestido com tijolos ou concreto. Capta águas superficiais, com profundidade média de 20 metros, sendo suscetíveis a contaminações sazonais e atividades industriais ou agropecuárias próximas.

Poço semi-artesiano: Capta água de reservas mais profundas (20 a 50 metros), utiliza bombeamento para extração e sistemas de filtragem de águas subterrâneas. Possui risco moderado de contaminação, dependendo da profundidade e localização.

Poço artesiano: Capta água de reservas muito profundas (50 a 2000 metros), geralmente sem necessidade de filtros. Apresenta baixo risco de contaminação microbiológica e física, sendo geralmente mais seguro para consumo.

É de suma importância seguir as normas brasileiras (ABNT) para construção de poços até mesmo para fazer melhorias e adequações necessárias. A ABAS (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas) disponibiliza algumas recomendações, normas e entidades profissionais e técnicas no seu site para auxiliar nos requisitos e caminhos fundamentais para garantir a potabilidade da água.

Medidas de controle

A Portaria GM/MS nº 888/2021, assim como as legislações anteriores que disciplinavam os padrões de potabilidade da água no país – as já superadas Portaria Nº 2.914/2011 e Portaria de Consolidação Nº 5 (Anexo XX) – inclui a necessidade de um Plano de Segurança da Água -PSA (link) e o monitoramento por meio de análises laboratoriais periódicas para garantir a conformidade com os padrões de qualidade.  

Para prevenção da contaminação é importante adotar os controles mínimos:

  • Desinfecção: Implementar sistemas de cloração para eliminar contaminações microbiológicas e garantir o teor mínimo de cloro residual livre em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede) e nos pontos de consumo.  A portaria descreve os controles no processo de desinfecção da água por meio da cloração e de outros agentes como cloraminação, isocianuratos, ozônio e luz ultravioleta para manancial subterrâneo e superficial
  • Limpeza de caixas d’água e reservatórios:  para evitar formação de biofilmes.
  • Manutenção preventiva:

(i)      Limpeza e desinfecção periódica do poço e reservatórios para evitar a formação de biofilmes. Técnicas de limpeza incluem a utilização de escovas mecânicas e a aplicação de soluções desinfetantes.

(ii)    Inspeções regulares para identificar e corrigir problemas, como rachaduras no revestimento, falhas na vedação, selos ou tampas danificadas, além de defeitos de construção que podem permitir a entrada de contaminantes como conduíte elétrico e outras conexões.

  • Monitoramento da qualidade: Realizar análises frequentes para monitorar a qualidade da água. O plano de amostragem deve incluir a definição dos pontos de coleta, número, frequência das coletas, parâmetros analisados, conforme a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. Importante reforçar que as análises devem ser realizadas por laboratórios especializados que apresentarem um programa de qualidade conforme a NBR ISO/IEC 17025.
  • Registro e documentação:  Todos os controles de limpeza, manutenção, construção e análises laboratoriais devem ser registrados e Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) devem estar em documentos escritos.

Interpretação dos resultados 

A detecção de todos os microrganismos patogênicos na água é trabalhosa, demorada e cara. Por este motivo, seguir a análise conforme o artigo 27 da Portaria GM/MS nº 888/2021 assegura a potabilidade da água.

Embora as bactérias coliformes possam indicar problemas no poço, a amostra de água pode ter sido contaminada durante o processo de coleta. Além disso, é importante considerar que as torneiras de amostra podem ser um potencial fator de contaminação ou formação de biofilme. Avalie a substituição do ponto de coleta, que pode estar contaminado com biofilme.

Analisar o histórico dos resultados microbiológicos é fundamental, pois as coletas podem ter sido realizadas em diferentes épocas do ano e a contaminação pode ser sazonal, principalmente em épocas de muita chuva.

Coliformes Totais: são bactérias de vida livre encontradas no solo, água e plantas, sem necessariamente indicar poluição fecal. Usar apenas coliformes totais para avaliar a qualidade da água, especialmente de fontes individuais, pode superestimar os riscos à saúde.

– Água não tratada (água in natura): A presença de coliformes totais pode não estar relacionada diretamente à poluição fecal, mas serve como um alerta para possível contaminação da fonte;

– Saída do tratamento: O monitoramento de coliformes totais após a desinfecção avalia a eficiência do tratamento. A presença desses microrganismos indica a necessidade de medidas corretivas;

– Sistema de distribuição: Mesmo após um tratamento eficaz, a água pode se deteriorar durante a distribuição. A presença de coliformes totais no sistema de distribuição pode indicar falhas na desinfecção e na infraestrutura, necessitando de investigação e correção.

O artigo 27 ressalta que quando detectadas amostras com resultado positivo para coliformes totais, ações corretivas devem ser adotadas e amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios. E para os sistemas de distribuição, as novas amostras devem incluir no mínimo uma recoleta no ponto onde foi constatado o resultado positivo para coliformes totais e duas amostras extras, sendo uma a montante e outra a jusante do local da recoleta.

Escherichia coli: o mais preciso indicador da contaminação da água por material fecal, sendo a sua presença um indicio da ocorrência de microrganismos patogênicos.

– Saída do tratamento: a presença na saída do tratamento, após o processo de desinfecção, explicita a deficiência desse processo empregado e exige medidas imediatas para correção do problema.

– Sistema de distribuição: a detecção de contaminação na água do sistema de distribuição é um sinal inequívoco de tratamento insuficiente da água ou de (re)contaminação fecal durante a distribuição dela. Nesse caso, tornam-se necessárias ações corretivas para o reestabelecimento da normalidade.

Nos casos de resultado positivo para Escherichia coli em manancial subterrâneo, o artigo 31 recomenda seguir o processo de desinfecção da água por meio da cloração ou outros agentes, garantindo os tempos de contato e as concentrações residuais na saída do tanque de contato em relação aos pH e temperatura conforme as orientações presentes na portaria. Após este tratamento corretivo, assegure a concentração residual mínima de cloro no sistema de distribuição (reservatório e rede) até o ponto de consumo.

Bactérias aeróbicas: Embora a maioria não seja patogênica, sua presença em grandes quantidades pode indicar condições que também favorecem a presença de patógenos.  A análise tem o objetivo de monitorar a eficiência de tratamento da ETA em sistemas SAC com mananciais superficiais, conforme o Artigo 29, se a média geométrica móvel dos últimos 12 meses for igual ou superior a 1.000 Escherichia coli/100mL.

Se a eficiência de remoção for inferior a 2,5 log (99,7%) em pelo menos quatro amostragens mensais, deve-se monitorar mensalmente cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. durante os próximos 12 meses. O monitoramento de esporos de bactérias aeróbias pode ser interrompido ao iniciar o monitoramento de (oo)cistos.

Deve ser atendido também o padrão de turbidez para a garantia da qualidade microbiológica da água (artigo 28). O motivo é que o cisto de protozoário apresenta características (como dimensões e carga elétrica superficial) que o torna passível de ser removido em processos de clarificação da água, como coagulação, floculação, sedimentação e filtração. Tais indicações são referendadas por agências como a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e a Organização Mundial da Saúde e têm sido incorporadas em padrões de potabilidade em diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Brasil

Diante das informações apresentadas, fica evidente que a qualidade da água de poços artesianos pode ser comprometida por diversos fatores. A detecção destas contaminações microbiológicas destaca a necessidade de medidas corretivas imediatas e de um monitoramento conforme estabelecido pela Portaria GM/MS nº 888/2021. É essencial realizar desinfecções adequadas, preferencialmente utilizando cloração, e assegurar a concentração residual mínima de cloro até o ponto de consumo. A implementação de um plano de segurança da água e a consulta a profissionais especializados são passos essenciais para a manutenção da qualidade e a prevenção de contaminações futuras.

Leia também:

– O que são coliformes fecais e quais os riscos à saúde [link]

– Coliformes Totais e Coliformes Termotolerantes: qual a diferença? [link]

– Uma estrela do “Hall da Fama” dos patógenos: Escherichia coli O157:H7 [link]

– Como saber se a água que estamos consumindo é segura? [link]

– Pseudomonas aeruginosa: um perigo na água mineral [link]

– Plano de segurança da água e a segurança de alimentos [link]

– Dicas para elaboração do POP de potabilidade da água [link]

– Análise da nova Portaria MS 888/21 sobre controle e vigilância da água para consumo humano [link]

– A água contaminada no Brasil e sugestões para reduzir o problema na indústria de alimentos [link]

Referências:

– CETESB: Relatórios de qualidade das águas subterrâneas  [link]

Plano de Segurança da Água- Ministério da Saúde  [link]

Revisão do status de risco de poços de abastecimento de águas subterrâneas por meio do rastreamento da fonte de contaminação por coliformes [link]

– Guidelines for drinking-water quality, 4th edition, incorporating the 1st addendum [link]

– Coliform bacteria in well-water [link]

– What to Do about Coliform Bacteria in Well Water [link]

– Be Well Aware – Protect and clean your well [link]

– Padrão de Potabilidade e Mudanças [link]

– Partes constituintes e tecnologias de tratamento de água [link]

Vigilância e Controle da água para consumo Humano- Ministério da Saúde [link]

Juliana Lanza é engenheira de alimentos, especialista em Gestão de Qualidade e Segurança de Alimentos (Unicamp) e pós-graduada em MBA de Gestão de Qualidade e Produção (FGV). Atuou em grandes indústrias na área de produção, controle e garantia da qualidade, e tem mais de 14 anos na implementação de sistemas de qualidade e auditorias.

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A segurança das pimentas pode estar com a reputação queimando?

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Será que o consumo de alimentos muito picantes vai deixar de ser uma extravagância ou preferência pessoal para se tornar um assunto de saúde pública? A segurança das pimentas continua mesmo inabalada após séculos de consumo controverso?

Alguns acontecimentos parecem estar colocando esta categoria numa zona de questionamento.

Um caso recente e sem precedentes foi o da Autoridade Sanitária da Dinamarca, que simplesmente recolheu do mercado o produto “Hot Chicken”, de um dos maiores exportadores mundiais de lámen, cujo rótulo afirmava ser ser três vezes mais picante. O motivo: “a capsaicina em um único pacote é tão alta que representa risco de o consumidor desenvolver intoxicação aguda”.  O produto não apresentava outro “perigo” além deste e não houve recall em nenhum outro país.

Muito apreciada em algumas culturas na Ásia, África, América (Central) e em países árabes, a pimenta contém altas doses de capsaicina. A capsaicina, ou 8-metil-N-vanilil-1,6-nonamida, é o composto químico que cria a sensação de queimação. Quando os humanos comem pimentas, a capsaicina é diluída na saliva e se liga aos receptores na boca, levando ao estímulo de dor, ardência e ou coceira. Também pode causar sintomas circulatórios, como suores frios, alterações na pressão arterial ou tonturas em altas doses.

Em 2011, o Instituto Federal de Avaliação de Riscos da Alemanha (BfR) alertou para os riscos do consumo excessivo de pimenta e assumiu que o grau de picância tradicionalmente aceito por adultos durante uma refeição equivale a uma dose máxima de 5 mg de capsaicina por kg de peso corporal. Isto corresponderia a uma ingestão de 300 mg de capsaicina numa refeição para um adulto com 60 kg. Veja o estudo aqui.

O mesmo documento recomenda que a pimenta e outros molhos picantes com concentrações superiores a 100 mg de capsaicina por quilograma de alimento (0,1%) sejam rotulados e que sejam aplicados lacres de segurança para crianças nas embalagens. O BfR recomendou ainda que as autoridades sanitárias olhassem os produtos com uma concentração de capsaicina superior a 6.000 mg por quilograma, caso a caso, para determinar se podem ser considerados alimentos seguros.

Para os consumidores, o instituto solicitou cuidado com a ingestão de quantidades excessivas de molhos e extratos de pimenta extremamente picantes, como os encontrados em “Competições de Alimentos Condimentados”. Nestes casos, podem ocorrer graves problemas de saúde, como crises hipertensivas que podem ser fatais em determinadas circunstâncias. Em residências particulares, os molhos de pimenta devem ser armazenados fora do alcance das crianças pequenas.

Casos reais de reação

De fato, a “premonição” da BfR aconteceu.  Em 2023, nos Estados Unidos, um menino de 14 anos com cardiomegalia faleceu após participar de um desafio incentivado por um fabricante de salgadinhos fritos (snacks) ultra apimentados.  O episódio, que está rendendo um processo judicial, tem uma página na Wikipedia, One Chip Challenge, que é o nome do desafio.

Segundo a perícia, “Harris morreu de parada cardiorrespiratória, num contexto de ingestão recente de uma substância alimentícia com alta concentração de capsaicina”. Na embalagem havia o aviso de que o consumo do produto era destinado a adultos.

Outra ocorrência nos EUA foi em Massachusetts, em 2023.  Dez crianças foram hospitalizadas por causa de um desafio estimulado em rede social de uma goma de mascar.  Trazida de casa por um dos alunos, a goma continha extrato de pimenta medindo 16 milhões de unidades de calor Scoville. É quase o mesmo que comer spray de pimenta, de acordo com o chefe dos bombeiros que os atendeu. A mãe de uma das crianças, de 9 anos, encontrou seu filho vomitando e relatou que “era algo que você vê em um filme de terror. Honestamente, parecia que essas crianças estavam em um ataque.  Eles estavam alinhados no corredor, na área do hall da frente, chorando. Suas mãos estavam vermelhas, seus rostos estavam vermelhos como beterraba e eles choravam, dizendo que estavam com dor”. As mãos de um médico que fez o atendimento também apresentaram ardência.

Não letal, mas também digno de nota, foi o caso de um alemão de 27 anos que foi internado após participar de um concurso para ingestão de pimenta indiana no ano passado. Cerca de duas horas e meia depois de ingerir a comida picante, o homem começou a sentir dores abdominais e forte inchaço no estômago. No Hospital os médicos não conseguiram encontrar mais nada de errado e administraram alguns analgésicos que deram uma pausa temporária no sofrimento. Cerca de 12 horas depois de comer a pimenta, o homem vomitou e começou a melhorar lentamente.

Aqui no Brasil, tivemos um caso muito comentado no qual uma jovem sofreu uma lesão cerebral em fevereiro de 2023 após uma grave reação alérgica ao cheirar pimenta em conserva. Os médicos acreditam que o contato da jovem com a pimenta foi um gatilho para ela desencadear uma crise de asma grave, fazendo com que não conseguisse respirar normalmente. Isso levou à baixa circulação de oxigênio para o cérebro e o coração, o que provocou uma parada cardiorrespiratória na jovem. Ela segue em tratamento para as sequelas.

Semana passada, 13 moças e um rapaz foram levados a um hospital no Japão depois que um aluno levou como diversão um salgadinho condimentado com curry e pimenta indiana bhut jolokia, considerada a mais picante do mundo. Eles reclamaram de náuseas e dores agudas ao redor da boca, o que motivou ligações para o corpo de bombeiros e a polícia.

No rótulo, constavam alertas como “não consumo por menores de 18 anos”, “não comer as batatas fritas quando estiver sozinho” e que o produto pode causar diarreia se for consumido “em excesso”.
O site da empresa ainda afirma que quem tem pressão alta e estômago fraco “está absolutamente proibido” de comer  o snack. Alerta as pessoas que apresentam cortes nos dedos para terem cuidado ao abrir os pacotes. Usuários de mídias sociais sugeriram que a embalagem tenha uma escala com “nível de picância”.

Legislação

Atualmente não temos em nosso país  legislação que restrinja ou especifique questões associadas à picância ou concentração de capsaicina nos alimentos. Como consumidora, observo que temos maior tolerância e até preferência por pimentas nas regiões norte e nordeste, e mesmo aversão em outras regiões. A preferência também pode ser geracional, com mais predileção para a geração Z, conforme esta pesquisa. Sendo assim, talvez a polêmica tenha espaço para se desenvolver em nosso território por causa da diversidade de hábitos de consumo.

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VI Workshop Food Safety Brazil: Garanta sua vaga online!

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Estamos animados em anunciar que o tão aguardado VI Workshop Food Safety Brazil está chegando e estamos oferecendo 100 vagas remotas para que você possa participar de qualquer lugar! Este evento imperdível acontecerá nos dias 15 e 16 de agosto no CREA-SP, e você pode participar virtualmente por apenas R$149,99 por dia.

Por que participar deste workshop é essencial?

Conhecimento Atualizado: O workshop trará as últimas novidades e tendências em segurança de alimentos e embalagens. Você terá a oportunidade de ouvir especialistas renomados do setor, como Cíntia Malagutti, que falará sobre o futuro da segurança de alimentos, e Paulo Kiyataka, que discutirá as novas legislações de embalagens.

Prevenção de Fraudes: Aprenda com Fabrício Pedrotti sobre como prevenir fraudes na cadeia de abastecimento, um conhecimento crucial para garantir a integridade e a confiança em seus produtos.

Sustentabilidade e Impacto Climático: Explore os efeitos das mudanças climáticas na cadeia produtiva de alimentos e embalagens com Cláudio Bicudo, e descubra como o uso de materiais reciclados pode transformar a indústria com Gustavo Fonseca.

Treinamento e Qualidade: Enriqueça seu conhecimento com André Pontes, que apresentará estratégias inovadoras em treinamentos de qualidade, e com Juliani Arimura, que discutirá a importância de evitar perdas e desperdícios no FSSC.

Além disso, aqui estão mais alguns motivos para não perder esta oportunidade:

Certificado de Participação: Ao final do workshop, você receberá um certificado que comprovará sua participação e o conhecimento adquirido, valorizando ainda mais o seu currículo.

Networking: Mesmo remotamente, você poderá interagir com outros profissionais do setor, trocar experiências e ampliar sua rede de contatos, o que pode abrir portas para futuras colaborações e oportunidades.

Exclusividade: Com apenas 100 vagas remotas disponíveis, este workshop oferece um ambiente exclusivo e focado, garantindo que você tenha uma experiência de aprendizado personalizada e de alta qualidade.

Inscreva-se agora e garanta sua vaga! Não deixe para a última hora. As vagas são limitadas e esgotam-se rapidamente. Por apenas R$149,99 por dia você terá acesso a um conteúdo de alto valor e poderá se atualizar com os maiores especialistas do setor.

Corra para se inscrever (clique aqui) e prepare-se para transformar seu conhecimento e práticas em segurança de alimentos e embalagens!

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Notícias do Congresso de Segurança e Qualidade de Alimentos (CSQA) 2024

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Mais de 100 pessoas estiveram conectadas online no Congresso de Segurança e Qualidade de Alimentos (CSQA) 2024 nos dias 20 e 21 de junho.

Esse congresso, no qual foram apresentadas várias pesquisas relacionadas ao seu tema, foi importante para integração entre a Academia, Indústria e Comunidade.

A FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da UNICAMP realizou o evento com apoio da FAPESP e de diversos patrocinadores, com o objetivo de proporcionar dinamismo e atualizações para profissionais da área.

Foram abordados tópicos relacionados à qualidade e segurança física, química e microbiológica dos alimentos, com  palestras, apresentações de pôsteres, mesas redondas e oportunidades de networking.

As palestras foram divididas nos temas:

  • Segurança microbiológica,
  • Rotulagem e qualidade nutricional,
  • Segurança química,
  • Inteligência Artificial em alimentos,
  • Fraudes e qualidade da água.

Uma das pesquisas apresentou a simulação de crescimento de biofilmes via pesquisa integrada da Física com a Biologia

Além disso, as diversas mesas redondas permitiram discussões sobre novos alimentos, novos ingredientes e TI para a qualidade e segurança dos alimentos.

Os pôsteres abordaram, entre outros tópicos:

  • Micro-organismos patogênicos em alimentos
  • Biofilmes na indústria de alimentos
  • Ecologia microbiana
  • Fungos e micotoxinas
  • Contaminantes químicos em alimentos
  • Aditivos em alimentos
  • Resíduos de agrotóxicos e medicamentos veterinários
  • Rotulagem de alimentos
  • Técnicas analíticas
  • Matérias estranhas em alimentos
  • Fraude em alimentos.

No dia 1, foram realizadas as palestras:

  • Estratégias ômicas para a agricultura e segurança dos alimentos -Dra. Sabina Moser Tralamazza (Universidade de Neuchâtel, Suíça), moderador: Profa. Adriana Pavesi
  • Sanitização a seco – Profa. Dra. Maristela da Silva do Nascimento (FEA/UNICAMP), moderador: Nathalia Cirone
  • Panorama atual do botulismo no Brasil – Dra. Cecília Martins (Núcleo de Microbiologia do Instituto Adolfo Lutz)
  • Potencial microbiano via aplicação biotecnológica para redução de fungos toxigênicos – Daniele Sartori (UEL), moderador: Liliana Rocha
  • Palestra convidada: Segurança de probióticos utilizados em alimentos – Profa. Dra. Adriane Elisabete Antunes de Moraes (FCA/UNICAMP)
  • Segurança microbiológica de bactérias láticas isoladas de kombucha – Jeniffer Ferreira de Miranda
  • Microrganismos indicadores gerais em suco misto de laranja e beterraba adicionado de Lacticaseibacillus rhamnosus e Saccharomyces boulardii – Manueli Monciozo Domingos
  • Validação da eficácia de tratamento térmico para redução de riscos biológicos na produção de alimentos – Dra Mariela de Souza Viera – Eurofins
  • Aplicação da rotulagem nutricional para avaliação da qualidade de alimentos embalados – Profa. Dra. Cinthia Baú Casarin (FEA), moderador: Juliana Pallone

As mesas redondas discutiram:  Legislação de novos alimentos e novos ingredientes, Segurança dos insetos na alimentação humana, Novos alimentos e novos ingredientes na indústria de alimentos – cenários e tendências regulatórias internacionais.

No segundo dia, as palestras foram:

  • Micro- and Nanoplastics in Food: Current Analytical Methods and Challenges – Dr. Ralf Greiner (Max Rubner-Institut, Alemanha), moderador: Liliana Rocha
  • Mitigação de contaminantes químicos em alimentos – Profa. Dra. Eliana Badiale Furlong (FURG)
  • Substâncias per e polifluoradas em alimentos – Prof. Dr. João Paulo Machado Torres (UFRJ)
  • Análises enzimática e nutricional como ferramentas de controle de qualidade e processo na indústria de alimentos e bebidas – Natália Belgate – Neogen; moderador: Juliana Pallone
  • Explainable Artificial Intelligence (XAI): Interpretando os modelos e predições para qualidade de alimentos – Prof. Dr. Sylvio Barbon (Universidade de Trieste, Itália)
  • Safety of South American food exported to Europe: an analysis of RASFF system notifications from the last 4 years – Anna Flavia de Souza Silva
  • Análise da concentração de acrilamida em duas variedades de batatas-doces biofortificadas submetidas a diferentes processamentos térmicos – Cristiane Lopes Pinto Ferreira
  • Pesquisa de fraudes em alimentos: desafios do laboratório de saúde pública – Dra. Maria Aparecida Moraes Marciano (Instituto Adolfo Lutz, em colaboração com o ILSI Brasil); moderador: Adriana Pavesi
  • Contaminantes químicos em água de reúso – Profa. Dra. Cassiana C. Montagner (IQ/UNICAMP)
  • Utilização de um questionário de frequência alimentar para estimar a ingestão dos aditivos nitritos e nitratos pela população do RS -Raísa Vieira Homem

Já as mesas redondas do segundo dia versaram sobre: Uso de apps na gestão de segurança de alimentos: Como a Inteligência Artificial pode ser aplicada à segurança e qualidade dos alimentos; e Impressão 3D na produção de alimentos.

Concluindo, o Congresso de Segurança e Qualidade de Alimentos 2024 apresentou muito conteúdo relevante e o formato online possibilitou a participação e atualização de pessoas em todo o Brasil, sem restringir o acesso às informações por limitações geográficas.

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Sulfito é alergênico ou não?

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Li o artigo “Sulfitos selecionados como alérgeno do ano”, publicado pela ACDS (Sociedade Americana de Dermatite de Contato), na revista Medscape Medical News, de 08 de março de 2024. Considerando que sulfito está presente em alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos e de cuidados pessoais, intrigou-me que não seja considerado como um alergênico de interesse na RDC 727/2022, que dispõe sobre a rotulagem dos alimentos embalados. Por isso, fui buscar mais informações.

O dissulfito de sódio, um composto inorgânico, pertence a um grupo de agentes sulfitantes que contêm o íon sulfito e incluem sulfito de amônio, sulfito de potássio e sulfito de sódio. Estes agentes funcionam como antioxidantes e conservantes em uma variedade de produtos, incluindo alimentos e bebidas, produtos de cuidados pessoais, ambientes de saúde e fabricação de têxteis, produtos químicos, borracha e farmacêuticos. Produtos alimentícios com alto teor de sulfito (maior que 100 ppm) incluem frutas secas (passas e ameixas são exceções), suco engarrafado de limão (mas não sucos congelados), vinho, melaço, suco de uva (espumantes branco, rosa e vermelho) e cebola em conserva.

O tipo de alergia ao sulfito diagnosticado pelo teste de contato é a hipersensibilidade tipo IV ou hipersensibilidade do tipo retardado, em que os pacientes apresentam máculas pruriginosas, vermelhas, descamativas e manchas. Não é o tipo I, hipersensibilidade imediata que causa urticária e, em alguns casos, anafilaxia.

Os sulfitos também podem causar esses efeitos colaterais, por isso a rotulagem correta de alimentos e bebidas é importante e é considerada pelo FDA (Food and Drug Administration). Nos EUA, alimentos que contêm 10 partes por milhão (ppm) ou mais de sulfitos devem ser rotulados, pois essa concentração pode ser suficiente para causar reações em indivíduos sensíveis. A União Europeia também exige a rotulagem de sulfitos em alimentos quando eles estão presentes em níveis iguais ou superiores a 10 mg/kg ou 10 mg/litro.

Já no Brasil, sulfitos não são classificados oficialmente como alergênicos pela legislação, mas são considerados aditivos alimentares que podem causar reações adversas em pessoas sensíveis. Essa distinção ocorre porque as reações aos sulfitos geralmente não envolvem o sistema imunológico da mesma forma que as reações alérgicas clássicas. Por isto, a inclusão dos sulfitos na rotulagem é uma medida preventiva para garantir que os consumidores sensíveis possam evitar sua ingestão.

Um estudo do North American Contact Dermatitis Group (NACDG) constatou que 28,8% dos pacientes positivos para alergia a sulfito no teste de contato apresentavam dermatite facial, que não estava relacionada apenas a cosméticos e medicamentos usados no rosto, mas também a produtos, como xampu, usados no couro cabeludo que pingavam no rosto. De acordo com este estudo, as mãos foram o segundo lugar mais comum de dermatite associada aos sulfitos (20,5%), seguidas pela distribuição generalizada (13,6%). Esses locais são esperados, dadas as fontes de alimentos e bebidas, produtos de higiene pessoal e materiais ocupacionais. A dermatite eczematosa dos lábios também é comum em pacientes com alimentos ingeridos que sejam fontes de sulfitos.

A exclusão de sulfitos da maioria das séries de testes de contato significa que os diagnósticos de alergia a sulfitos são frequentemente perdidos, apesar da ampla gama de exposições potenciais. A maioria dos casos de dermatite de contato alérgica ocorre no local de aplicação do alérgeno. Dependendo da localização da dermatite, um histórico detalhado de exposições que inclui cosméticos e medicamentos tópicos e alimentos e bebidas pode sugerir uma alergia ao sulfito.  Ideal rastrear rotineiramente e avaliar as muitas vias de exposição se um teste de contato for positivo, como por exemplo, o metabissulfito de sódio/dissulfito de sódio, devem ser incluídos em todas as séries de triagem basais dos médicos.

O “Alérgeno do Ano” também foi anunciado recentemente na revista Dermatitis. Os autores Samuel F. Ekstein e Erin M. Warshaw, do Departamento de Dermatologia, e Park Nicollet do Health Services, observaram que o ACDS esperava aumentar a conscientização sobre os sulfitos como um “alérgeno significativo” e pediram sua maior inclusão na série de testes de contato de triagem.

Vamos ficar a espera de que as principais leis globais sobre alergênicos incluam o sulfito na lista, para os países que ainda não o consideram.

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Por que sulfito não foi considerado alergênico na RDC26/15?

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Imagem: Pavel Danilyuk

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Níveis de maturidade em Manutenção da Qualidade e sua relação com a segurança dos alimentos

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Vasculhando materiais antigos, deparei-me com um infográfico que achei muito interessante e pertinente compartilhar com os leitores do blog. Trata-se de uma interpretação sobre a maturidade cultural dos processos, pessoas e controles em uma empresa à medida que ela avança na implantação de programas de melhoria da qualidade e a adoção do Pilar de manutenção da Qualidade, pilar este que faz parte da metodologia TPM.

Recapitulando: o TPM é uma metodologia cuja sigla Total Productive Maintenance pode ser traduzida por Manutenção Produtiva Total e que é estruturada no que chamamos de pilares. Os pilares são “frentes de trabalho”. Ao todo, em TPM existem oito pilares e cada um fica à frente de uma estratégia na empresa (mais informações sobre cada um dos pilares e suas relações com qualidade e segurança dos alimentos você encontra no artigo:  Como implantar TPM com segurança dos alimentos – todos os passos da Manutenção Autônoma).

No pilar Manutenção da Qualidade, conhecido como M.Q., partimos do princípio de que para produzir produtos excelentes, é necessário estabelecer condições de processo adequadas, como uma temperatura, uma pressão, composições e fornecedores apropriados de matéria prima e também equipamentos, componentes e peças que devem ser instalados e mantidos para que funcionem perfeitamente e não criem os defeitos de qualidade.

Voltando à imagem, achei de total relevância aprofundar esse tema e dissecar esse infográfico do ponto de vista dos programas de qualidade e da metodologia TPM e o Pilar de M.Q. Embora o TPM tenha partido de uma metodologia oriental pautada na gestão da qualidade como um todo, perceba que sua análise nos faz refletir e tranquilamente correlacionar aos níveis de maturidade em relação à segurança dos alimentos.

Veja abaixo que interessante a reflexão proposta. Quando a empresa não possui padrões muito claros, não há uma abrangência na percepção da qualidade. Temos uma empresa centrada apenas no controle de qualidade e com controles de baixa eficiência, admitindo-se a ocorrência de defeitos no mercado. A imagem percebida da empresa é fatalmente ameaçada. Nesse estágio há possivelmente alto número de reclamações e de bloqueios internos, estes quando “pegos” internamente.

Maturidade da Qualidade nas empresas - Estágio 1
Maturidade da Qualidade nas empresas – Estágio 1

Avançando para o próximo estágio, temos um Controle de Qualidade mais eficiente e o surgimento da Qualidade Assegurada focada em verificações preventivas. Agora não estão mais em foco apenas os produtos, envolvemos também os processos dos quais esses produtos participam. Ações mais efetivas já buscam bloquear a saída de defeitos antes de irem para o mercado.

Maturidade da Qualidade nas empresas - Estágio 2

Na fase seguinte avançamos para uma gestão atuando em conjunto com uma Qualidade Assegurada focada em verificações preventivas e um gerenciamento em busca da condição ideal de seus processos internos. A Qualidade busca a redução das variações internas, aprofunda-se o conhecimento sobre os 4M, método, mão de obra, material, máquina e seus fatores de correlação que provocam a variação de Qualidade.

Maturidade da Qualidade nas empresas - Estágio 3

Por fim, no último estágio atingimos a Manutenção da Qualidade com o pleno gerenciamento da condição de trabalho, operação e processo ideais. Aqui já estão conhecidas e definidas as condições de Zero Falhas e Zero defeitos, temos uma gestão destas condições dentro de limites padronizados e as contramedidas são feitas antecipadamente.Maturidade da Qualidade nas empresas - Estágio 4

A Manutenção da qualidade é o estágio de maior autonomia e prevenção quando falamos em qualidade. Nesta fase temos como premissas três precondições básicas que você pode conhecer no artigo Três precondições para a manutenção da qualidade – TPM e Segurança dos alimentos.

A manutenção da qualidade aliada às certificações de segurança dos alimentos, programas internos de pré-requisitos e qualificações torna a gestão de qualidade mais assertiva e preventiva alcançando um grau elevado de maturidade para a empresa.

Se você gostou destes níveis de maturidade, já imaginou em qual está? Quer saber mais sobre os próximos passos? Deixe seu comentário.

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O agricultor e a segurança de alimentos nos dias de hoje

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Desde os primórdios da história, o homem cultiva a terra com o objetivo de produzir alimentos para a sua subsistência. Com o passar dos séculos, os sistemas de produção evoluíram, a agricultura tornou-se uma atividade econômica e vimos avanços significativos em muitas frentes.

A pesquisa moderna consegue gerar materiais adaptados às mais diversas condições em qualquer solo, região ou clima, o que permite produzir mais com menos recursos. A tecnologia embarcada hoje em uma semente, por exemplo, vai muito além do que se pode ver e produz alimentos em quantidade e qualidade superior ao que se produzia há poucas décadas, o que transforma a luta contra a fome e gera ferramentas poderosas às políticas alimentares em todo o mundo, principalmente para países menos desenvolvidos.

Mas muito além dos avanços mencionados, se a agricultura e o agricultor evoluíram, o homem como consumidor evoluiu muito mais no tocante às suas exigências por alimentos mais seguros. Nunca o termo sustentabilidade foi tão utilizado em um contexto tão amplo, que vai da manutenção e cuidados dos recursos básicos, como terra, florestas, ar e água, para um contexto de refinamento dos sistemas do gestão da qualidade. No mesmo sentido, ferramentas como as de análises de resíduos, rastreabilidade, certificações e controles para garantia de níveis máximos de resíduos evoluíram com legislações internacionais que hoje ditam o que pode e o que não pode em termos de resíduos de quaisquer substâncias nos alimentos.

Métodos analíticos evoluíram na detecção de ppm (partes por milhão) para ppb (partes por bilhão), ou seja, ficaram muito mais sensíveis a possíveis contaminações. As análises microbiológicas também avançaram para detectar, por exemplo, microrganismos de forma mais rápida. E temos ainda as análises de contaminantes físicos, tudo para resguardar a segurança dos alimentos.

Vejamos alguns exemplos de cadeias de produção em que, se estes temas não forem tratados adequadamente, haverá uma série de problemas de contaminações. Os hortifrutis, que são produzidos em poucas semanas, podem ir quase diretamente do campo à mesa , como um tomate que pode ser colhido e imediatamente ir para uma feira matinal, e ser cardápio do almoço na salada ou no molho da macarronada. Se não forem seguidas as boas práticas de produção os riscos de contaminação são enormes. Já um tomate que será produzido para purês terá ainda que passar por um processo de industrialização, no qual também correrá o risco de adquirir outros contaminantes.

As uvas e mangas do incrível Vale do São Francisco são produzidas e somente são liberadas para o mercado europeu se os parâmetros para resíduos de pesticidas estiverem abaixo do limite máximo de resíduos (LMR), que devem ser comprovados antes mesmo de entrarem no container, sob risco de serem destruídas no destino se não alcançarem os padrões dos compradores e consumidores do lado de lá.

Outro exemplo de cadeias mais longas são as carnes, tão importantes nas pautas de exportação do Brasil. Uma soja produzida no cerrado vai virar ração de suínos no sul do país, cuja carne será exportada para o outro lado do mundo e irá passar pelos mais exigentes protocolos de segurança dos alimentos. Volta e meia nos deparamos com notícias sobre proibições temporárias de exportação de carnes, o que leva a grandes estresses no sistema de produção. Ainda no campo da produção tivemos o caso das dioxinas, um contaminante químico altamente cancerígeno encontrado em derivados do leite na Europa, lá no ano de 1998, cuja causa foi a contaminação da polpa cítrica peletizada (CPP), subproduto da produção de suco de laranja, que compunha a ração das vacas, que foi parar no leite e na manteiga. Se naquela época o sistema estava alerta a este tipo de evento, certamente hoje está muito mais equipado para rastrear problemas que possam estar em alimentos tão consumidos como esses. Temos também o exemplo mais recente da contaminação das lentilhas, chamado caso Daily Harvest, com suspeitas de contaminação por uma série de substâncias, inclusive pelo potente herbicida “paraquat”.

Tudo provém da agricultura e o agricultor é e sempre foi peça fundamental nesse processo, mas cada vez mais será cobrado e auditado por isso, se quiser colocar seus produtos numa feira local, no supermercado da sua cidade ou em um container para exportação. Nesse processo estão as cada vez mais exigidas certificações, que podem ser as já mencionadas boas práticas agrícolas, organizadas por governos, como as mais rigorosas e abrangentes, que não apenas consideram o que foi utilizado em termos de insumo, como também os cuidados com o meio ambiente, mão de obra, descarte de resíduos, manejo da água, da flora e da fauna, para ficar nos mais básico. Sem elas hoje em dia e cada vez mais, não haverá como vender a produção pois o mercado exigirá algum, ou alguns, selos de garantia de qualidade. Mas isso não é somente válido para nosso agricultor, se visitarmos algum site de produtor de hortifruti europeu vamos encontrar vários desses selos, o que comprova que a preocupação existe em todos os lugares.

Dessa maneira, o agricultor que não pensar fora e longe do seu local de produção terá dificuldades de escoamento. Lembrando que o agricultor é, no final do dia, um consumidor e certamente terá suas preocupações com relação aos alimentos que ingere. Nesse processo todos ganham, desde que haja certamente a valorização da produção que premie toda a cadeia. A ideia é que todos possam comer suas saladas com total tranquilidade.

Por Marcos Pozzan

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Concurso cultural prorrogado – Concorra a uma vaga e ajuda de custo no VI Workshop Food Safety Brazil em São Paulo

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Que o nosso VI Workshop Food Safety Brazil – na prática será em São Paulo, você já está sabendo, ou se ainda não sabe, leia VI Workshop Food Safety Brazil. A agenda está recheada de convidados que vão ampliar e transformar a sua visão sobre o que esperar do futuro. Confira a programação completa clicando aqui.

E para ajudar os participantes a chegar a São Paulo, na sede do CREA-SP, para conversar, interagir e fazer networking, o FSB está lançando um concurso cultural para dar um apoio financeiro! Leia abaixo o que você precisa fazer.

  1. Escreva um texto a respeito da temática “o que esperar do Futuro em Segurança de Alimentos”. O texto deve ser inédito, e o assunto deve ser relevante para os dias atuais. O texto deve ter entre 700 a 2.000 palavras, escrito em Word e seguir a formatação:
  2. Fonte: Times New Roman
  3. Tamanho (corpo do texto): 12 normal
  4. Espaçamento entre linhas: 1,5
  5. Em caso de citações, utilizar padrão ABNT
  6. Fotos e imagens devem ser autorais ou ter autorização de seus autores para publicação. Também podem ser obtidas de bancos de imagens gratuitas – neste caso, deve ser enviado o link da imagem original. Serão aceitos textos sem imagens.
  7. Textos plagiados e com ataques a pessoas ou empresas serão desclassificados.
  8. Envie o seu texto para o e-mail vpresidente@foodsafetybrazil.org com o título no campo assunto CONCURSO CULTURAL 2024. Inclua as suas informações de contato (e-mail e telefone) e seu mini-currículo com até 300 caracteres.
  9. Os textos recebidos serão avaliados conforme os critérios de publicação do Food Safety Brazil por um comitê de colunistas (não podem participar do júri candidatos ou pessoas com conflitos de interesse). Esta Comissão Avaliadora analisará os textos a partir dos seguintes critérios: a) Relevância do tema para a segurança de alimentos; b) Utilidade para o leitor; c) Clareza e coesão do texto.
  10.  Os autores cujos textos forem aprovados para publicação serão informados por e-mail.
  11. Ao submeter o texto, o candidato automaticamente concorda com os termos desta promoção e autoriza a publicação do conteúdo com os devidos créditos ao autor no Food Safety Brazil em data a ser definida por este, sendo ou não classificado como vencedor.
  12. Todos os textos que não forem desclassificados no item 1 serão publicados na página do nosso website.
  13. O prêmio consiste em isenção de pagamento para uma vaga no “VI Workshop Food Safety Brazil – O que esperar no Futuro” em São Paulo/SP, e no reembolso* de despesas relacionadas à alimentação, hospedagem e transporte até o valor máximo de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais)*.
  14. O prêmio é pessoal e intransferível, de forma que sua comercialização ou transferência para terceiros é expressamente proibida, não podendo ser convertido em dinheiro e nem trocado por qualquer outro produto. Em caso de o ganhador não poder usufruir do prêmio, o mesmo será repassado para o seguinte classificado da lista.
  15. Prazo para submissão: serão aceitos textos enviados até 27 de julho de 2024.
  16. Resultado: Será divulgado no blog e na página do blog no Facebook e Instagram no 30 de julho de 2024.

Aguardamos seu post.

Participe!

(*) Reembolso até o valor máximo de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) contemplado por este concurso cultural relacionado a transporte, hospedagem e alimentação mediante comprovação fiscal.

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