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Desafios para a avaliação toxicológica de agrotóxicos no Brasil: desregulação endócrina e imunotoxicidade

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Resumo

O uso intensivo de agrotóxicos no Brasil impõe o risco do aparecimento de efeitos tóxicos diversos e altamente deletérios, como os efeitos sobre o sistema imunológico e endócrino. Os testes preconizados pelas diretrizes nacionais e internacionais possuem limitações para uma avaliação preditiva completa do amplo espectro de moléculas, receptores, células e órgãos-alvo dos agrotóxicos com essas propriedades. Além disso, a interação entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico acaba por dificultar o estudo desses efeitos que podem impactar a reprodução, processos metabólicos e a resistência a patógenos e o combate a tumores. A exemplo do que ocorre com medicamentos, a revisão periódica do registro de agrotóxicos no Brasil deve ser adotada em caráter urgente para identificar e proibir o uso de agrotóxicos que sejam extremamente danosos à saúde. Apesar de prevista na lei, a revisão do registro demandada pelos órgãos da saúde e do meio ambiente passa por processo de judicialização, impedindo ou atrasando em vários anos a sua conclusão. Também se mostra urgente uma política governamental para a transição do atual modelo de produção vinculado ao agronegócio para um de produção de base agroecológica.

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Uso de aspartame completa 30 anos e Agência Europeia faz sua reavaliação

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Em julho de 1983, portanto há 30 anos, a FDA, agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA, aprovou o uso do aspartame em refrigerantes. Dois anos antes, em 1981, a Agência já havia liberado o aspartame como adoçante de mesa e para uso em cereais, café solúvel, chás, pudins, recheios e coberturas. Desde então, o aspartame tornou-se um dos mais consumidos – e mais controversos – aditivos alimentares em todo o mundo. De um lado, há o desejo do consumidor por um substituto do açúcar seguro e com menor potencial calórico e do outro, o medo deste mesmo consumidor de ser enganado por uma conspiração entre a indústria e os órgãos reguladores.

Exemplos desta tensão não faltam. Tempos atrás, circulou na internet uma mensagem falsa, supostamente escrita por uma médica e que relacionava o aspartame à ocorrência de quase todas as doenças imagináveis, como esclerose múltipla, mal de Parkinson, câncer, fibromialgia, tontura, dor de cabeça, zumbido no ouvido, dores articulares, depressão, ataques de ansiedade, fala atrapalhada, visão borrada e muitas outras, até perda de memória. A mensagem motivou, inclusive, a divulgação de um Informe Técnico da Anvisa, atualizado em janeiro de 2012, cuja leitura recomendo aos interessados.

Em 2005, houve um estudo realizado na Itália sobre a possível associação entre o consumo de aspartame e a indução de câncer em ratos. A Câmara Técnica de Alimentos da Anvisa considerou que os dados apresentados neste estudo são insuficientes para estabelecer uma relação direta entre o desenvolvimento destas doenças e o consumo de aspartame. A Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) também avaliou este estudo em três oportunidades diferentesinclusive com acesso direto aos dados, e chegou à mesma conclusão.

Por que o aspartame seria tóxico?

O aspartame, também conhecido por um de seus nomes comerciais, Nutrasweet®, é um edulcorante (“substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento”) com poder adoçante 200 vezes maior do que o açúcar. A preocupação com sua possível toxicidade deve-se à possibilidade da dissociação da molécula de aspartame no alimento com liberação de metanol, composto reconhecidamente tóxico.

No entanto, frutas cítricas, tomate e outras frutas também contêm altos teores de metanol, que é metabolizado naturalmente pelo organismo. A quantidade de metanol proveniente do aspartame necessário para adoçar uma lata de refrigerante equivale à quantidade liberada pelo mesmo volume de suco de laranja ou de maçã, sendo muito inferior à do suco de tomate e de uva.

O aspartame foi objeto de extensa investigação nestes 30 anos, incluindo pesquisas clínicas, estudos epidemiológicos e de exposição. Existe um consenso entre os diversos comitês internacionais considerando o aspartame seguro, quando consumido dentro da Ingestão Diária Aceitável* (40 mg/kg p.c).

A Autoridade Europeia para Segurança de Alimentos tem um programa de reavaliação sistemática de todos os aditivos alimentares aprovados antes de janeiro de 2009. A reavaliação do aspartame, programada para 2020, foi antecipada para 2013 e já está em andamento. O relatório final desta reavaliação deverá estar pronto até novembro deste ano.

No Brasil, os limites de uso dos edulcorantes em alimentos constam da Resolução RDC n° 18 de 2008, da Anvisa.

– *IDA (Ingestão Diária Aceitável): estimativa da quantidade da substância no alimento ou bebida, expressa em base de peso corpóreo, que pode ser ingerida diariamente por toda vida sem risco apreciável; é estabelecida em unidades de miligrama por kg de peso corpóreo (mg/Kg p.c.).

Leia também:

Autoridade Europeia conclui que o aspartame é seguro nos níveis atuais de exposição

Adoçantes artificiais ajudam a engordar??

Adoçantes sintéticos podem contribuir para a diabetes, diz um novo e controverso estudo

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Curso Desenho Sanitário de Equipamentos para processamento de Alimentos

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Não foram poucos os surtos causados por falha na higienização de um equipamento, ocasionada por dificuldade de acesso e falha no projeto sanitário.

Pensando em capacitar os profissionais nesta visão, a sbCTA traz de forma pioneira o curso:

 Sanitary design of plant and equipment for food processing

Many countries have food safety regulations that demand that food is produced, stored, processed, packed, transported etc. in such a way that the product, when it reaches the consumer, is safe, thus: hygienically. The regulations, however, do not explain how that can be done. Despite many attempts, with very few exceptions, hygienic design is not integrated in education curricula, at any level. This course provides basic insights in the principles of food safety and hygienic design, covering the most important aspects in enough detail to get an understanding about what is correct and what is wrong in the design and operation of food processing plants. The course starts with explaining the importance of the selection of a site and how to deal with the choice made. Then the design of the building and the design and operation of equipment are discussed, followed by important aspects of legislation, standards and guidelines and certification of compliance with such documents. The course ends with discussing crucial aspects of management in relation to hygienic food processing.

O instrutor é uma das maiores autoridades no assunto:

Huub Lelieveld is President of the Global Harmonization Initiative, Member of the Executive Committee and a Past-President of EFFoST (the European Federation of Food Science and Technology), Founder and Past-President of EHEDG (the European Hygienic Engineering and Design Group). He is a fellow of IAFoST (the International Academy of Food Science and Technology), a fellow of IFT (the Institute of Food Technologists), served on the Governing Council of IUFoST (the International Union of Food Science and Technology) and has been Chair of the Nonthermal Processing Division and the International Division of IFT. At Unilever, he was responsible for hygienic processing and plant design and novel processing technologies. He is lead editor of “Hygiene in food processing”, the “Handbook of hygiene control in the food industry” and “Food preservation by pulsed electric fields: From research to application”. He is co-editor of several other books, including “Ensuring Global Food Safety: Exploring Global Harmonization”, “Hygienic design of food factories” and ”Food safety management: a practical guide for the food industry” (in press).

 

Local: Sala VIP do ITAL

Data: 06 de setembro

Já falamos sobre esse grupo aqui no blog, bem como seus guias que são referência mundial, confira:

Publicações da EHEDG – desenho sanitário de equipamentos:

Condições especiais para quem for participar do IV Encontro de Profissionais da Garantia da Qualidade.

Inscrições no site da sbCTA.

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FDA desenvolve nova ferramenta para auxiliar no plano de Food Defense

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 O assunto de food defense (defesa dos alimentos), ainda pouco explorado no Brasil (mas começando a se popularizar em função de certificações como FSSC e BRC), é bastante relevante em países e regiões que são alvos tradicionais de terroristas e atos maliciosos. O FDA (Food and Drug Administration – equivalente à nossa ANVISA), nos Estados Unidos, demonstra grande preocupação com o tema. Afinal de contas, o país é o mais visado no mundo. Por este motivo, publicou algumas ferramentas para auxiliar as empresas na aplicação de práticas para garantir a defesa dos alimentos. Antes de comentarmos sobre estas ferramentas, vamos recordar que o conceito de food defense está relacionado à proteção e defesa dos alimentos e bebidas na cadeia de suprimentos, com o intuito de barrar toda e qualquer forma de ataque malicioso, sabotagem, contaminação proposital e bioterrorismo, incluindo atos que possam levar a uma falha no suprimento de alimentos. De acordo com o FDA, uma das ferramentas desenvolvidas – o Construtor de Plano de Defesa de Alimentos (Food Defense Plan Builder), é um software abrangente, fácil de usar, desenvolvido para ajudar os proprietários e operadores da cadeia de alimentos – desde a produção primária e fabricação até transporte e varejo – a elaborar planos personalizados para minimizar os riscos de contaminação intencional em suas instalações. O FDA não possui uma legislação que obrigue a elaboração de um “plano” de food defense, mas muitas empresas voluntariamente fazem os seus próprios planos e implementam em suas instalações. Michael Taylor, da Comissão de Alimentos e Medicina Veterinária do FDA, disse que o FDA está comprometido com o fornecimento das melhores práticas e recursos para apoiar as indústrias, no atingimento do objetivo comum de proteção da cadeia de alimentos. As empresas estão sendo estimuladas a utilizar a ferramenta do Food Defense Plan Builder e tirar todas as vantagens dela. Casos de contaminação intencional não são comuns, mas podem ocasionar sérias consequências à saúde pública. Por exemplo, em 2009 num restaurante do Kansas, mais de 40 pessoas ficaram doentes após funcionários descontentes contaminarem intencionalmente os molhos com um pesticida. Em 1996, 12 funcionários de um laboratório numa fábrica de produtos médicos do Texas ficaram doentes após consumir produtos de pastelaria que foram propositalmente contaminados com uma cepa virulenta da bactéria Shigella. O Food Defense Plan Builder é o mais recente esforço do FDA no auxílio às instalações produtoras de alimentos na tomada de ações apropriadas para defender a cadeia de alimentos. Nos anos posteriores ao ataque do 11 de setembro de 2001, o FDA publicou várias ferramentas de food defense e recursos para contribuir com a indústria norte-americana, parceiros federais, agências regulatórias estaduais e locais e a comunidade internacional, no que se refere à proteção da cadeia de alimentos contra ataques biológicos, químicos e radioativos. A ferramenta guia os usuários através de várias questões aprofundadas sobre suas instalações e o alimento produzido, processado, embalado ou armazenado nestas instalações, para o desenvolvimento de um plano de food defense abrangente, que inclua a avaliação da vulnerabilidade, estratégias de mitigação amplas e focadas, contatos de emergência, documentação de apoio e elaboração de planos de ação. O conteúdo desta ferramenta é baseado nos guias de food defense do FDA, e portanto, o Food Defense Plan Builder é consistente com o atual posicionamento do FDA em relação ao preparo das empresas em food defense. Além de fornecer nova funcionalidade ao planejamento e implementação das estratégias de food defense, o Food Defense Plan Builder aproveita os recursos e reúne ferramentas já existentes do FDA num único aplicativo. A ferramenta está disponível através do site do FDA:

 

Fonte: http://www.foodsafetynews.com/2013/05/fda-unveils-new-tool-to-help-industry-craft-food-defense-plans/

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Treinamento de Boas Práticas seguindo requisitos do GFSI

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Política de vidros? Alergênicos? Food Defense? Gestão de serviços terceirizados?

Há muitos temas não cobertos por nossa legislação de boas práticas de fabricação e que são exigidas por empresas de grande porte e varejistas. Para entender tudo isso, a Flavor Food desenvolveu para a ABEA um treinamento em Boas Práticas de Fabricação alinhado a requisitos internacionais. Confira:

As boas práticas de fabricação: conheça a visão das normas internacionais de certificação que mais influenciam as empresas no Brasil (BRC Food Safety e ISO TS 22000-1).

 Serão explorados temas emergentes menos familiares para quem já segue a legislação brasileira:
 – Gestão de alergênicos
– Política de vidros
– Food defense, biovigilância e bioterrorismo
– Gestão de materiais e serviços
– Reprocesso/Retrabalho
– Informações do produto/ conscientização do cliente
– Manutenção de equipamentos
– Rastreabilidade, Recall e simulados

 E ainda, apresentando os requisitos fundamentais:
– Construção e leiaute de edifícios e utilidades associadas;
– Leiaute das instalações;
–  Suprimento de ar, água, energia e outras utilidades;
–  Serviços de suporte, incluindo descarte de resíduos e efluentes;
–  Adequação de equipamentos e sua acessibilidade;
–  Medidas de prevenção da contaminação cruzada;
–  Limpeza e sanitização;
–  Controle de pragas;
–  Higiene pessoal;
–  Disposição dos resíduos
–  Adequação, limpeza e manutenção dos equipamentos
–  Higiene Pessoal e instalações dos funcionários
–  Armazenamento

16 de julho, das 8h00-16h00, no  Centro da Cultura Britânica, em São Paulo.

Este módulo é parte do curso de auditor interno em Food Safety. Junte-se ao grupo de auditores em formação. Ainda dá tempo!

Inscrições em www.abea.com.br, Cursos Abea

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Ketchups brasileiros livres de pesticidas segundo levantamento da Proteste

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A Proteste dá boas notícias aos consumidores de ketchup, um produto a base de tomate, alimento usualmente incriminado nos levantamentos de residual de pesticida. Nenhuma das marcas apresentou este perigo, o que pode ser conferido no link aqui.

Em um caso, foi encontrado pelo de rato, fato denunciado prontamente pela associação:

http://www.proteste.org.br/alimentacao/nc/noticia/ketchup-tem-pelo-de-roedor

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FSSC 22000: publicação da versão 3 e segmentos aplicáveis

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 Caro leitor, é bem provável que a sua empresa tenha recebido a exigência de clientes em relação à certificação em esquemas reconhecidos pelo GFSI, como por exemplo, a FSSC 22000 (esquema mais popular atualmente), ou está implementando a norma por iniciativa própria. Conheça um pouco mais dos esquemas do GFSI neste post: http://artywebdesigner.com.br/certificacoes-gfsi-qual-escolher/#more-600 O esquema FSSC 22000 é formado pela ISO 22000 + programa de pré-requisitos (PPR) do setor específico (ISO/TS 22002-1 para fabricantes de alimentos e PAS 223 para fabricantes de embalagens) + requisitos adicionais da Foundation (dona do esquema FSSC). Tanto a ISO 22000 quanto a ISO/TS 22002-1 podem ser adquiridas em português através do site da ABNT: http://www.abntcatalogo.com.br/ E os tais requisitos adicionais? A Foundation publicou em abril de 2013 a 3ª versão de seus requisitos. O pacote de documentos do esquema de certificação FSSC está dividido em quatro partes, a saber: 1) Parte 1: Requisitos para as organizações que requerem a certificação 2) Parte 2: Requisitos e regulamentos para os organismos de certificação 3) Parte 3: Requisitos e regulamentos para a acreditação 4) Parte 4: Requisitos para as partes interessadas – Conselheiros (Board of Stakeholders) Apenas a parte 1 é aplicável às empresas que estão buscando a certificação em FSSC. A FSSC é aplicável somente aos seguintes setores (determinados na ISO/TS 22003 – requisitos para os organismos de certificação):

 

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Rindfleischetikettierungsüberwachungsaufgabenübertragungsgesetz banida

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A língua alemã, conhecida por seus substantivos gigantes e teoricamente infinitos, perdeu sua palavra mais longa: a até então campeã “Rindfleischetikettierungsüberwachungsaufgabenübertragungsgesetz” não existe mais.

 Abreviada para RkReÜAÜG, a palavra de 63 letras significa “a lei concernente à delegação de deveres para a supervisão de marcação de gado e etiquetação de bife” (aqui). Ela havia sido criada em 1999, durante a crise da chamada doença da vaca louca e foi reconhecida somente oito anos depois, quando “Grundstücksverkehrsgenehmigungszuständigkeitsübertragungsverordnung” (“regulação governando a delegação de autoridade concernente à permissões de transferências de propriedades”), de 67 letras, foi aposentada.

Na semana passada, foi a vez de RkReÜAÜG. O Parlamento regional do estado de Mecklenburg Vorpommern seguiu a decisão da União Europeia de que o exame de rebanhos saudáveis à procura da doença não era mais necessário – e tampouco a palavra alemã.

Fonte: Opera Mundi

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Avaliação de risco microbiológico – cobertura do blog Food Safety Brazil

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A convite do ILSI Brasil (International Life Science Institute), estivemos representando o blog Food Safety Brazil no Workshop Atualidades em Food Safety V, realizado dia 9 último em São Paulo. Dividido em duas partes, estiveram em pauta questões envolvendo alergia alimentar e microbiologia dos alimentos, temas desenvolvidos por especialistas da Argentina e do Brasil. 

 Neste post e nos próximos estaremos fazendo um relato das palestras que tivemos oportunidade de assistir, começando com “Avaliação de Riscos Microbiológicos em Alimentos: qual o seu impacto na saúde pública?”, apresentada pela Dra. Bernadete Franco, da USP.

 Risco e Inocuidade são inversamente proporcionais, quanto maior a inocuidade de um dado alimento, menor é o risco que ele representa à saúde pública. Porém, convém ter em mente que eliminar completamente o risco é inviável e, portanto, tem-se que operar com a ideia de um risco aceitável.

 A partir daí pode-se realizar a análise de risco, considerando primeiramente o aspecto científico da mesma, que é a avaliação do risco. Esta avaliação é específica, ou seja, realizada para determinado alimento e determinado perigo. Em seguida, o risco é gerenciado, que vem a ser o aspecto prático, ou operacional, da análise de risco. Finalmente, o aspecto interativo refere-se à comunicação do risco.

 Na avaliação de risco, os seguintes elementos são considerados:

 1. Identificação do perigo. Sempre levando em conta o alimento considerado, procura-se identificar os riscos possíveis e dentre estes os que são capazes de causar enfermidades. 

 2. Caracterização do perigo. Deve-se levar em conta as variáveis como tipo de consumidor afetado, a gravidade da enfermidade provocada pelo perigo e a dose infectante.

 3. Avaliação da exposição. O objetivo aqui é determinar o nível do perigo no momento do consumo. Porém, isso é feito avaliando-se o nível na matéria-prima, o efeito do processamento, eventual contaminação pós-processamento e do armazenamento e distribuição, além do impacto da forma de preparação e consumo.

 4. Estimativa do risco. Com base nesses dados, é possível se fazer estimativas do risco e para isso existem alguns softwares disponíveis.

 

A avaliação do risco serve ao propósito de tornar possível e eficaz a gestão do risco. Esta é feita através da identificação e avaliação das opções possíveis. As alternativas são eliminar o risco, o que só é possível com o banimento do alimento associado, reduzir a exposição, através de rotulagem e educação, controlar as concentrações iniciais dos perigos pela seleção de ingredientes ou mudança na formulação, impedir o aumento da concentração perigo, por exemplo com refrigeração.

 O gerenciamento de risco microbiológicos em alimentos é tema de saúde pública, por isso a iniciativa é do governo, que estabelece metas de saúde pública e o nível do perigo no consumo, a partir dos quais a indústria estabelece seus objetivos de desempenho. A confirmação de que os níveis de perigos estão sendo atendidos é feito pelos critérios microbiológicos.

 

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Avaliação de rotulagem de alimentos quanto a alergênicos

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 O objetivo deste trabalho foi avaliar a rotulagem de alimentos quanto à declaração de ingredientes alergênicos. Foram avaliados 360 rótulos (entre os meses de Junho e Agosto de 2010) de alimentos destinados ao consumo infantil: biscoitos (n=144), misturas para bolo (n=64), bolos prontos para consumo (n=32), chocolates (n=103) e balas (n=17). Os termos “pode conter traços”, “pode conter”, “contém”, “informações sobre alergênicos”, “elaborado em equipamento onde se processam” foram observados nos rótulos das amostras. Do total dos rótulos analisados, 63% possuíam a declaração da presença de ingredientes alergênicos. Observou-se que apenas 9,5% das empresas multinacionais não declaravam a presença de alergênicos, enquanto que 50% das empresas brasileiras não apresentavam nenhuma informação em seu rótulo. Sendo que 83% dos fabricantes de chocolate, 70% dos fabricantes de biscoitos, 47% dos bolos prontos para consumo e apenas 39% dos fabricantes de misturas para bolo possuíam a advertência sobre alergênicos em seus rótulos. No segmento de balas, observou-se que a advertência “contém o corante amarelo tartrazina” é cumprida pelos fabricantes, sendo observada em todas as amostras avaliadas. Investigou-se ainda a freqüência do uso das advertências nos rótulos dos alimentos avaliados. Em 39% das amostras de pó para bolos havia a advertência “pode conter traços”, para as amostras de biscoitos este percentual era de 35% e para as amostras de chocolate de 37%. Outra advertência freqüente utilizada pelos fabricantes de chocolate é a “informação sobre alergênicos: elaborado ou processado em equipamento que processa”, com 47% dos rótulos contendo esta informação. Os resultados evidenciaram a necessidade de uma legislação específica para ingredientes alergênicos, possibilitando ao consumidor, uma escolha adequada e menor exposição ao risco.

Autora: Deborah Rodrigues Siqueira

Veja o trabalho completo aqui.

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IV Encontro de Profissionais da Garantia da Qualidade

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 As inscrições para o IV Encontro de Profissionais da Garantia da Qualidade estão abertas. 

Serão dois dias de palestras deste tradicional evento para refletirmos sobre o subtema “Estamos agindo na causa raiz?”.

 Para quem se inscrever com antecedência, há descontos significativos.

Programação:

04/09/2013

 

8:00-8:30 Entrega de materiais.

8:30-8:50  – Abertura: sistemas de gestão, por onde começar? – Juliane Dias, Flavor Food Consulting

8:50-9:50  A força dos direitos do consumidor na cadeia produtiva de alimentos. Ana Paula Bortoletto Martins, IDEC.

9:50-10:10  – Coffe Break

10:10-12:00  – Segurança de Alimentos x Produtividade, qual o preço a pagar? João Souza, JES consultoria.

12:00-14:00 Almoço e exposição de soluções

14:00-16:00  Painel: A segurança de alimentos sob a ótica médica: ações a serem tomadas pela cadeia produtiva de alimentos

Alergias alimentares. Dra. Ariana Campos Yang. Diretora da ASBAI:. Desreguladores Endócrinos de origem alimentar. Dra Elaine Maria Frade Costa Diretora da SBEM-SP.

Câncer a alimentação. Palestrante a confirmar.

16:00-16:20 Coffee break

16:20-17:20 Inspirando pessoas ao resultado. Débora Julião.  Julião Consulting.

17:20 -18:20 Vulnerabilidades quando não atuamos na causa raiz de não conformidades. Ellen Lopes, Food Design.

 

 

05/9/2013

8:30-9:20   Superfícies de contato com alimentos – como garantir a conformidade. CETEA, ITAL

9:20 – 9:50  Coffee Break

9:50- 10:50 Desenho sanitário de equipamentos: requisitos mínimos a gerenciar.  Hubb Lelieveld, EHEDG

10:50-12:00  “Gestão da Qualidade ou Food Safety – Uma Questão Estratégica” Sérgio Constantino e Daniela Fonseca, LRQA

12:00-14:00 Almoço e exposição de soluções

 14:00-16:00  Painel: Utilidades e materiais de contato com alimentos

Lubrificantes de grau alimentício. Piet Steenaard, EHEDG.

Ar comprimido. Eng. Margarete Nagata. Linktecno

Plano de segurança da água. Marcos d’Avila Bensoussan, Setri.

16:00-17:00 Estudo de caso – eficácia de agir sob causa raiz de suas não conformidades

Local: auditório central do ITAL, Campinas, SP
Data: 04 e 05 de setembro

Inscrições no site da sbCTA.

 

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Entrevista com Humberto Soares: há um “jeito brasileiro” de gerir segurança de alimentos?

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Nosso colunista Humberto Soares já produziu mais de 30 posts desde a inauguração do blog, em abril de 2012.

Hoje ele compartilha conosco um pouco de sua experiência de mais de vinte anos de carreira como engenheiro de alimentos.

FSB – Você tem vivências na implementação de sistemas da qualidade e segurança de alimentos. O que funciona e o que não funciona na gestão de um grupo?
JHS – Quando há uma diretriz única e forte partindo da Alta Direção, a implementação tem sucesso, mesmo que haja mudança de objetivos durante o processo. Mas se os programas de segurança e qualidade passam por muitos avanços, recuos e interrupções; quando são necessárias muitas negociações internas entre os departamentos para se obter um consenso ou se diante de qualquer problema maior, os programas de qualidade ficam ameaçados, os funcionários sentem estas hesitações e caminham no mesmo ritmo.

FSB Você já trabalhou em mais de uma indústria de produtos à base de açúcar, como balas e confeitos. Quais as dificuldades deste setor em relação à qualidade e segurança dos alimentos?
JHS – Este é um segmento exportador que deve cumprir requisitos de diferentes países e clientes. Existem mercados que preferem a Certificação AIB, como EUA e Canadá, outros exigem BRC e outros querem pelo menos uma certificação em APPCC. Esta diversidade leva a empresa a certificar cada parte da planta por uma Norma, conforme os contratos de vendas, o que não é fácil de conduzir. Em termos de mercado interno, como a competição neste setor é acirrada e os produtos tem que ter baixo custo, é preciso avaliar bem antes de investir na modernização de equipamentos ou mesmo de embalagens que, além de outras coisas, poderiam melhorar a qualidade e segurança do produto.

FSB Seus mais de vinte anos de carreira foram em empresas brasileiras e familiares. Há um “jeito brasileiro” de se trabalhar com segurança de alimentos?
JHS – Cada empresa em que trabalhei vivia uma determinada situação, não posso generalizar. Nas empresas exportadoras, muitos esforços e investimentos para melhorar a segurança dos alimentos tinham origem nas exigências de clientes externos, principalmente nos casos de certificações, mas o resultado beneficiava o Sistema da Qualidade como um todo, ou seja, produtos destinados ao mercado interno também eram envolvidos. Não creio num “jeito brasileiro”, penso que os procedimentos e a cultura dependem do ambiente de cada instituição em particular.

FSB Você viaja muito nas férias para locais afastados e nem sempre urbanizados. Alguma dica baseada em experiência pessoal para não ter uma indisposição gastro-intestinal que acabe com a viagem?
JHS – Felizmente nunca tive um acontecimento deste tipo em minhas viagens para áreas não urbanas. Sempre viajamos em grupo e tomamos cuidado com as refeições. Para as caminhadas, só levamos produtos secos, como pães, castanhas e frutos secos, além de água. Em áreas rurais, muitas vezes nos alimentamos nas casas dos próprios habitantes da região, o que nos garante comida fresca e bem preparada. No interior da Bahia, tivemos um bom contato com a culinária local, pois comemos o cacto palma, miolo de jaca, casca de mamão verde, banana verde, todos cozidos e bem temperados. Apesar do cardápio inusitado, ninguém passou mal.

Curtas

Idade: 50 anos
Fato curioso na carreira: atualmente trabalho num projeto de implementação do conjunto de normas FSSC 22000 numa indústria que ainda está em fase de montagem. Desde o projeto da fábrica, instalações, equipamentos, desenvolvimento de produtos, etc, tudo é pensado para atender a FSSC mesmo sem a fábrica estar funcionando de fato. Esta é uma situação nova para mim e rara no mercado, pois as empresas que buscam a certificação em geral já existem e funcionam normalmente.
Orgulho profissional: ter desenvolvido produtos que impulsionaram o crescimento de uma empresa e foram líderes de venda no segmento por muitos anos.
Alimento que jamais come fora de casa: maionese e carne mal passada. Não apenas evito, mas tento fazer que com que quem estiver comigo também evite.
Em casa, cozinha seguindo as BPF?
Cozinho pouco e meus maiores cuidados são com os vegetais. Faço a higienização com hipoclorito de sódio antes de preparar as saladas. Além disso, arrumo a cozinha imediatamente após a refeição e não tenho lixos em cima da pia. Eliminei a esponja de aço por influência da Ana Cláudia, nossa colunista, e também por sugestão dela, higienizo os utensílios após a lavagem com álcool 70% em spray.

FSB – Qual é o post de sua autoria que mais gosta?
JHS – O que mais gostei de escrever foi Vinte anos de um surto de origem alimentar que ficou na história – Jack in the box, por ser um trabalho colaborativo. E tem outros 2 que merecem citação:
– O mais difícil de escrever: Bem-estar animal e segurança de alimentos: algo em comum?, pela extensão e pelo ponto-de-vista dos autores originais do artigo que comento no post;
O que gerou mais comentários: Legislação para cloro usado em tratamento de água de consumo humano, sendo que os comentários enriqueceram o texto.

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