Na causa de rotulagem acessível, já temos um caminho a ser seguido, que pode servir de benchmark para outras empresas. A Nestlé, em um projeto denominado “rótulos que falam” torna acessíveis, por meio de aplicativo, todos os produtos do seu portfólio no Brasil, para pessoas cegas, com baixa visão ou não alfabetizadas. É um projeto de inclusão social em parceria com a Alia Inclui, apoiada pela Fundação Dorina Nowill, especializada em acessibilidade visual.
Mesmo com essa ação, ainda há lacunas — estudos apontam que muitas marcas ainda não oferecem rotulagem para pessoas com baixa visão ou cegas: “80% das marcas não incorporam braile ou símbolos táteis em todas as embalagens”.
Para sua abordagem de ESG e segurança de alimentos, essas iniciativas podem ser destacadas como melhores práticas de acessibilidade e inclusão, que somam ao valor da marca, à responsabilidade social corporativa, e à governança para consumidores com necessidades especiais ou analfabetos, aumentando a autonomia dessas pessoas em situações de compra e uso de produtos.
A leitura de rótulos é um componente chave de segurança de alimentos e alimentar (informação nutricional, alergênicos, ingredientes, modo de uso). Tornar essa informação acessível é uma melhoria importante do ponto de vista de inclusão, uma vez que não basta apenas cumprir normas e leis, é preciso considerar também uma experiência de usuário — e há grupos de consumidores que tradicionalmente ficam “fora” da experiência plena.
As iniciativas no mercado trazem componentes tecnológicos com reconhecimento via câmera, comando de voz, chatbot de IA, indo muito além da simples impressão em braile ou letras ampliadas: é digital + assistiva.

Algumas empresas têm o poder de convidar outras a aderir, o que significa que podemos estar vendo um efeito de arraste. Se muitas empresas aderirem, esse tipo de acessibilidade pode se tornar o padrão ou expectativa do mercado. Vamos pensar nisto: se você, leitor, é das áreas de Regulatórios e/ou P&D das empresas de alimentos, pode antecipar futuras exigências de acessibilidade de rótulos e expectativas de responsabilidade social corporativa.
Para quem lida com sistemas de segurança de alimentos, programas de certificação, HACCP (acessibilidade da informação ao consumidor pode influenciar recall e responsabilidade social) ou de ESG, essa iniciativa pode ser abordada como parte de “inclusão de stakeholders” ou “acessibilidade” na cadeia de suprimentos, ou seja, um aspecto de governança e ética que pode se conectar com relatórios de sustentabilidade ou de diversidade e a “rotulagem acessível” fará parte de cultura inclusiva e segurança do consumidor.
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