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Morte de equinos por ração contaminada atinge 4 estados brasileiros

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Segundo dados publicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em 23 de julho subiu para 284 o número de óbitos de equinos após consumo de ração contaminada. Os casos vêm sendo investigados desde o recebimento da primeira denúncia no final de maio deste ano.

Há relação entre os animais que vieram a óbito e o consumo de ração de uma empresa que está sob investigação. Os animais são de diferentes estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.

Em todas as propriedades investigadas, os equinos que adoeceram ou vieram a óbito consumiram ração da mesma empresa. Os outros animais das mesmas propriedades, que não consumiram a ração e vivem no mesmo ambiente, não apresentaram qualquer sintomatologia relacionada à intoxicação.

Amostras da ração foram coletadas e analisadas pelos laboratórios de defesa agropecuária e foi detectada a presença de alcaloides pirrolizidínicos (AP), que são substâncias muito tóxicas para os animais.

Esses AP podem causar doença aguda ou crônica, sendo que a crônica é mais comum e está relacionada ao consumo de doses bem baixas desses alcaloides por períodos longos de tempo. Isso ocorre porque mesmo pequenas quantidades podem gerar alterações neurológicas e hepatóxicas, levando os animais a óbito. Concentrações maiores do contaminante na ração podem causar casos agudos, o que parece estar acontecendo. A concentração dos AP nas plantas e a quantidade ingerida estão diretamente relacionadas à sintomatologia dos animais.

Na literatura científica há descrição de casos de intoxicação por ingestão de AP em bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equídeos, e até em humanos.

A investigação aponta que a contaminação ocorreu por falha no controle da matéria-prima, uma vez que havia resíduos de plantas do gênero Crotalaria, que são uma das plantas que podem gerar os AP. Além do gênero Crotalaria, os gêneros Senecio, Heliotropium Echiumque também podem gerar essas substâncias.

Plantas do gênero Crotalaria são conhecidas popularmente no Brasil por “chocalho”, “guizo-de-cascavel”, “chocalho-de-cascavel”, “chocalho-de-cobra”, “feijão-de-guizo” ou “xique-xique”. Inclusive há descrições do seu uso em sistema de rotação de culturas, controle de helmintos e fixação de nitrogênio no solo. Nesse caso, é possível que plantações destinadas à fabricação de ração para animais domésticos possam ser acidentalmente contaminadas por sementes ou outras partes de plantas do gênero Crotalaria.

Quando essas plantas são colhidas juntamente com as culturas destinadas à produção de ração, ou quando há mistura acidental durante o processamento, seus resíduos podem entrar na composição final da ração.

A falta de um rigoroso controle de qualidade na seleção e análise da matéria-prima pode facilitar a ocorrência de contaminação.

O controle de AP em rações envolve a adoção de medidas preventivas e práticas de controle de qualidade durante o processo de produção. Isso inclui:

  • a seleção cuidadosa das matérias-primas – selecionar ingredientes da ração provenientes de áreas com baixa incidência das plantas que produzem AP e implementar práticas de manejo que evitem o crescimento dos gêneros produtores de AP próximo a área de cultivo de plantas que serão usadas em ração
  • a avaliação da contaminação por plantas produtoras desses alcaloides – durante o processo de produção, implementar testes, avaliações visuais para seleção dos ingredientes das rações
  • realizar testes laboratoriais para garantir a ausência ou níveis seguros desses compostos na ração final, por exemplo, com análises que usam cromatografia gasosa ou cromatografia líquida. Estas análises devem ser incorporadas nos setores de controle de qualidade das indústrias de ração.

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Hardware e Software Disease: corpos estranhos na alimentação animal

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Você já ouviu falar em Software Disease e Hardware Disease? Não é o que você está pensando. Não estamos falando de informática, mas sim em quadros clínicos que envolvem danos à saúde de animais devido à ingestão de corpos estranhos.

Estes termos, assim como o tema, não são tão debatidos assim aqui no Brasil, mas internacionalmente há uma profusão de notícias publicadas sobre isso (veja aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

Então, que tal trazermos este tema para o Brasil?

Hardware disease

É o conjunto de quadros clínicos que envolve a ingestão via oral de objetos rígidos e ou pontiagudos. Como consequência, o animal pode sofrer lacerações ou ferimentos em qualquer parte do trato digestivo, o que pode levar a uma hemorragia interna e subsequente óbito.

Vale destacar a condição chamada retículo peritonite traumática (ou reticulite traumática), que afeta principalmente bovinos adultos. Nestes animais, estes corpos acabam se alojando no retículo, uma das quatro câmaras do estômago bovino. Com a movimentação do animal, os corpos pontiagudos (como pregos, parafusos) podem atravessar o diafragma e causar a perfuração do miocárdio, levando-o à morte súbita (pericardite traumática).

O artigo “Enfermidades do sistema digestório de bovinos da região semiárida do Brasil” (2018) analisou casos atendidos no Hospital Veterinário da UFCG entre 2000 e 2014, com o objetivo de identificar e caracterizar as principais doenças digestivas em bovinos da região semiárida. A retículo-peritonite traumática foi uma das enfermidades digestivas mais comuns (13,3% dos casos).

Software disease

Também conhecido como plastic disease, é o conjunto de quadros clínicos que envolve a ingestão via oral de objetos maleáveis, como plástico, borracha e barbantes. Quadros iniciais podem gerar sintomas como perda de apetite ou apetite seletivo, perda de peso progressiva, distensão abdominal (timbanismo moderado ou crônico) e queda na produção de leite. Se o acúmulo de plástico for excessivo, pode resultar em distúrbios digestivos crônicos, como a impactação ruminal e a obstrução total do trato digestivo, e consequente óbito.

E onde a cadeia de produção de produtos para a alimentação animal entra nessa história?

Ações devem ser tomadas para prevenir a contaminação dos produtos por corpos estranhos (sejam rígidos ou maleáveis). Seguem abaixo algumas práticas básicas:

  • Utilização de equipamentos e materiais de contato resistentes
  • Programa de manutenção preventiva que considere integridade dos equipamentos e materiais de contato (incluindo correias)
  • Treinamento e conscientização do pessoal
  • Programa adequado de limpeza e manejo de resíduos
  • Emprego de ímãs, peneiras, filtros e detectores de metais
  • Controle de vidros e plásticos rígidos
  • Abolição da infame (palavra do colunista) lona de forração em caminhões

Interessou-se pelo tema e quer saber mais? Existe um universo de artigos científicos para explorar. Recomendo:

  • Enfermidades do sistema digestório de bovinos na região semiárida do Brasil (link)
  • Ruminal impactation due to plastic materials – an increasing threat to ruminants and its impact on human health in developing countries  (link)
  • Diagnosis and treatment of hardware disease (link)
  • Relículo peritonite traumática: Relato de caso (link)
  • Aetiology, diagnosis, treatment and outcome of traumatic reticuloperitonits in cattle (link)

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Principais mudanças da revisão do GMP+FSA: Março 2025

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O mês de março é um mês de grandes mudanças no GMP+FSA.

Além do fim da versão 2010 (adeus B2, B3, etc.), houve a revisão de alguns documentos.

Quem faz parte deste mundo do GMP+FSA, sabe que revisões de documentos são frequentes. Desde 2019, essas revisões passaram a ser realizadas no começo do ano, mais especificamente em 1º de janeiro. Mas em 2025 essa tradição foi quebrada, e deve persistir nos próximos anos; e as revisões passarão a ocorrer no início de março.

E foi isso que ocorreu no início desta semana.

Foram alterados os seguintes documentos:

Framework:

F 0.1 – Rights and obligations

F 0.2 – Definition list

F 0.3 – Scopes for certification

Requirements Companies:

TS 1.2 – Purchasing

TS 1.7 – Monitoring

TS 1.9 – Transport Activities

Requirements Certificat. Bodies:

CR 1.0 – Acceptation requirements

CR 2.0 – Assessment and certification of FSA scopes

CR 3.0 – Assessment and certification of FRA scopes

Support:

S 9.1 – List of changes GMP+ FC scheme 2020

S 9.2 – Explanation of GMP+ feed chain

Em número foram muitas mudanças, mas grande parte destas foram detalhes que pouco ou nada impactam nas atividades de companhias certificadas e organismos de certificação. Vou comentar aqui os pontos principais:

TS 1.2 – Purchasing

Protocolo Gatekeeper – Feed Materials de Origem Mineral [§ 4.3.6]

Após anos de expectativa (já que inclusive havia um capítulo em branco reservado a ele, o § 4.3.6), foi criado o Protocolo Gatekeeper para aquisição de feed materials de origem mineral. Trata-se de regras para aquisição destes produtos de fornecedores não certificados, para uso na cadeia GMP+. Aplica-se tanto para companhias certificadas nos escopos ‘Trade in Feed’ quanto para aquelas nos escopos ‘Production of (…)’, neste caso, mais especificamente ‘Production of Compound Feed’ e ‘Production of Premixtures’. O Protocolo em si é muito semelhante ao Protocolo Gatekeeper para aquisição de Feed Materials Processados (§ 4.3.7), tendo como diferença apenas as análises necessárias.

 Protocolo Gatekeeper – Transporte Rodoviário [§ 4.4.1]

É uma mudança de grande impacto no nosso mercado. Até então, só podiam aplicar protocolo Gatekeeper (ou seja, trazer para cadeia empresa não certificada), companhias certificadas em escopo ‘Trade in Feed’ e ‘Production of (…)’. A partir desta revisão, é possível que transportadoras certificadas no escopo ‘Affreightment of Road Transport’ contratem em condição Gatekeeper transportadoras não certificadas. Isso, de certa forma, flexibilizará a contratação de pequenas operações de transporte (ex.: caminhoneiros que possuem seus próprios veículos e realizam atividades de transporte a granel). Para que possa ser realizada esta subcontratação, a transportadora deve possuir a certificação ‘Affreightment of Road Transport’. Aliás, essa mudança é exclusiva para o mercado brasileiro.

TS 1.7 – Monitoring

Protocolo de análise de Aflatoxina B1 em milho e subprodutos de milho [§ 2]

Este protocolo prevê análises obrigatórias de Aflatoxina B1 para companhias certificadas que trabalham com milho e seus subprodutos, seja comprando ou vendendo (‘Trade in Feed’), produzindo produtos a partir dos grãos (‘Production of Feed Materials’) ou usando como ingrediente em formulações (‘Production of Compound Feed’ / ‘Premixtures’). Essas análises podem ser feitas pelas próprias empresas comercializadoras / produtoras ou então podem ser considerados resultados de análises fornecidos por elos da cadeia anteriores. Na versão anterior, esses elos anteriores deveriam ser certificados GMP+FSA ou certificados em normas equivalentes (conforme TS 1.2). Agora isso não é mais especificado, sendo aceitos resultados de análise oriundos de companhias não certificadas.

CR 2.0 – Assessment and certification of FSA scopes

Auditorias remotas [Apêndice 6]

A partir de agora, serão liberadas auditorias remotas para os escopos ‘Trade in feed’ e ‘Affreightment’ em todas as auditorias do ciclo, exceto auditoria inicial (esta tem que ser presencial). A única exceção é para empresas com certificação multi-site. Nesse caso, as auditorias no main office devem ser realizadas de forma presencial.

Exemplificando, se você é certificado ‘Trade in Feed’ e não possui sub-sites, todas as auditorias (exceto a inicial) podem ser realizadas de forma remota. Se você é certificado ‘Trade in feed’ e possui sub-sites, as auditorias serão presenciais, e os sub-sites poderão ser avaliados de forma remota, a partir do main office.

Tudo continua do mesmo jeito para os demais escopos.

Quer saber mais sobre as mudanças do GMP+FSA? Clique aqui ou pergunte nos comentários.

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Manual de Boas Práticas na Criação de Animais de Estimação focado em segurança de alimentos

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Para apaixonados por pets como eu, vale a leitura deste manual. Ele é completo e contém orientações detalhadas sobre cuidados na criação de animais de estimação com foco em segurança de alimentos. É um material ideal para quem deseja oferecer o melhor cuidado possível aos meus e aos seus animais de estimação. Acesse-o aqui.

Principais pontos abordados no manual:

  1. Alojamento: Proporcionar uma estrutura segura, confortável e higienizada para os animais de estimação, seja em casa, em pet shops ou criadouros.
  2. Nutrição: Cuidados alimentares, ajustados conforme as fases de vida dos pets (filhotes, adultos e idosos), com uma alimentação balanceada e adequada.
  3. Sanidade: Realizar vermifugação e imunização periódica para prevenir doenças e assegurar a saúde dos pets.
  4. Higienização: Manter os alojamentos e equipamentos sempre limpos, utilizando técnicas corretas de desinfecção.
  5. Bem-estar: Proporcionar qualidade de vida aos pets através de enriquecimento ambiental, exercícios físicos e cuidados comportamentais.
  6. Reprodução: Práticas de reprodução responsável, evitando a superpopulação e garantindo a saúde dos animais.
  7. Adaptação e socialização: Processos de socialização para uma convivência harmoniosa com humanos (tutores) e outros animais.
  8. Transporte: Métodos regulamentados e seguros para o transporte dos pets, garantindo seu bem-estar durante o trajeto.

Para os meus “amigos (ou “filhos”) de quatro patas” pensei em abordar a segurança do alimento (e até alimentar), para garantir que eles recebam nutrição de qualidade e livre de contaminações, tais como:

      a)   Escolha fabricantes confiáveis: Certifique-se de que a empresa emprega nutricionistas qualificados e que seus produtos atendam às diretrizes nutricionais estabelecidas por organizações como a Associação Americana de Hospitais Veterinários (AAHA) e a Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA). Escolha marcas cujas empresas possuam certificações de qualidade e segurança de alimentos para este escopo.

b)      Boas Práticas de Fabricação: Verifique se o fabricante segue as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que abrangem desde o controle de qualidade das matérias-primas até a higienização adequada das instalações.

c)      Inspeção e regulação: Produtos devem ser inspecionados e registrados conforme as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que regulamenta as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas.

d)      Armazenamento adequado: Armazene os alimentos em locais frescos, secos e livres de umidade para evitar contaminações por fungos e outras substâncias nocivas.

e)      Manipulação segura: Lave bem as mãos antes e depois de manusear os alimentos dos pets, e evite que crianças tenham contato direto com a comida dos animais para prevenir infecções e talvez reações alérgicas, provocadas por algum ingrediente do alimento para os pets.

f)        Atenção a recalls: Fique atento a recalls destes alimentos, que podem fazer parte do monitoramento contínuo de segurança.

g)       Evite alimentos humanos: Muitos alimentos que consumimos podem ser prejudiciais para os pets, como chocolate, cebola, alho, uvas, entre outros. Evite dar restos de comida humana ao seu pet.

h)      Alimentação natural: Se optar por fornecer uma dieta baseada em alimentos naturais, consulte um veterinário ou nutricionista especializado para garantir que a dieta seja balanceada e segura.

Com estas práticas de criação de animais, espero que os nossos pets tenham uma alimentação saudável e segura, contribuindo para o bem-estar e a longevidade deles, afinal para eles somos únicos.

Imagem: Mart Production

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Micotoxinas e o impacto na alimentação animal

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As micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos filamentosos durante seu processo de crescimento e podem contaminar os alimentos destinados ao consumo humano e animal, causando perdas produtivas, problemas reprodutivos, doenças e, em algumas situações mais graves, até óbito.

Esses metabólitos são de difícil controle, porque estão associadas às condições de umidade, temperatura e oxigênio desde as etapas de plantação, crescimento e estocagem de diferentes grãos. E apesar de serem produzidas por fungos, as micotoxinas podem permanecer nos alimentos mesmo após a destruição dos fungos que as produziram.

Os gêneros dos fungos mais comumente associados com toxinas que ocorrem naturalmente são Aspergillus, Penicillium e Fusarium e as principais micotoxinas que ocorrem nos grãos e seus subprodutos cultivados no Brasil são: aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, tricotecenos e ocratoxina A.

Caso alimentos contaminados por essas micotoxinas sejam fornecidos na alimentação animal, diferentes espécies como bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equídeos podem apresentar sintomas de doenças hepáticas, neurológicas, nefrológicas, entéricas ou podem ter baixa de desempenho produtivo, reprodutivo e pouco ganho de peso. Algumas situações, a depender da idade do animal e da quantidade de alimento contaminado ingerido, podem ocasionar inclusive óbito de alguns indivíduos ou parte de um rebanho gerando grandes prejuízos aos produtores rurais.

Como o Brasil apresenta clima predominantemente tropical com boa incidência de chuvas e extensas áreas de plantação de grãos, temos condições bastante favoráveis ao desenvolvimento dos fungos produtores das micotoxinas.

O blog já trouxe material demonstrando que no Brasil o risco de doenças em animais causadas por micotoxinas segue alto.

O quadro abaixo traz informações sobre as principais micotoxinas, alimentos mais propensos à contaminação e principais fatores de produção dessas micotoxinas:

Micotoxinas

Aflatoxinas

Zearalenona

Fumonisinas

Tricotecenos

Ocratoxina A

Fungos que mais produzem

Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus

Fusarium

Fusarium

Fusarium

Aspergillus e Penicillium

Alimentos mais propensos à contaminação

Amendoim,  castanhas, nozes, milho e cereais em geral

Milho e cereais de inverno

Milho e cereais de inverno

Milho e cereais de inverno

Milho e grãos estocados

Principais fatores da produção

Armazenamento em condições inadequadas

Temperaturas frias associadas à alta umidade

Estação seca seguida de alta umidade e temperaturas moderadas

Temperatura fria, alta umidade e problemas no armazenamento

Deficiências no armazenamento

Fonte: O que são Micotoxinas? – LAMIC – Laboratório de Análises Micotoxicológicas (ufsm.br)

 Sobre as principais micotoxinas e os prejuízos causados aos animais:

  • Aflatoxinas: são produzidas pelos fungos do gênero Aspergillus, e causam principalmente alterações hepáticas.
  • Fumonisinas: são produzidas por fungos do gênero Fusarium, ocorrem em diversos cereais, principalmente milho, atingindo quantidades que costumam levar a intoxicações subclínicas. Há relatos de diminuição do ganho de peso, por alterações no sistema intestinal e hepático. Em equinos podem causar problemas neurológicos e em suínos estão relacionadas a problemas pulmonares.
  • Zearalenona: produzida por fungos do gênero Fusarium. É contaminante de diferentes cereais, como milho, trigo, cevada, arroz. Essa toxina produz efeitos semelhantes ao estrógeno, interferindo em índices reprodutivos dos animais acometidos, sendo que os suínos são os mais suscetíveis entre os animais domésticos.
  • Ocratoxina A: micotoxina produzida por espécies de fungos como Aspergillus e Penicillium. Entre as ocratoxinas, esta é a mais tóxica e tem propriedades nefrológicas, carcinogênicas e teratogênicas.
  • Tricotecenos: são produzidas por fungos dos gêneros Fusarium, Cefalosporium, Myrothecium, Stachybotrys e Trichoderma, em algumas situações podem estar associadas a outras micotoxinas produzidas pelos fungos do gênero Fusarium, como a fumonisinas e zearalenona. Os suínos também são bastante susceptíveis a elas, podendo apresentar problemas gastrointestinais, que geram baixo ganho de peso.

O controle das micotoxinas é um desafio importante e requer cada vez mais estudos, acompanhamento e análises, tanto de grãos oferecidos aos animais por empresas produtoras de ração animal quanto avaliação das condições em que esses grãos são armazenados nas propriedades rurais. O fator umidade é um dos mais lembrados em estudos que tratam da mitigação da produção de micotoxinas, sendo um parâmetro estocar grãos em locais com umidade inferior a 10 – 13%. O controle de oxigênio é bastante realizado na produção de silagem em fazendas, mas essa não é uma alternativa viável pensando em áreas de plantio.

Considerando as doenças causadas pelas micotoxinas ou mesmo a baixa no desempenho do rebanho, com perda em ganho de peso e alterações reprodutivas, as micotoxinas precisam de constante monitoramento e de políticas e estudos que auxiliem no seu controle.

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Você já pensou sobre a segurança do alimento do seu pet?

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Nos últimos anos, a relação entre humanos e animais de estimação tem se estreitado cada vez mais, aumentando a importância da qualidade e segurança dos alimentos oferecidos a esses membros especiais de nossas famílias. Esta convivência não só contribui para o bem-estar emocional das pessoas, mas também levanta questões sérias sobre a saúde e segurança de ambos os lados da relação.

A proximidade entre tutores e seus animais de estimação gera inúmeros benefícios, incluindo a redução do estresse, a melhoria do humor e até mesmo a diminuição da pressão arterial. Além disso, a presença de animais de estimação tem sido associada a uma maior atividade física, promovendo um estilo de vida mais saudável. Essa conexão emocional também pode desempenhar um papel fundamental no apoio emocional e na redução da solidão, especialmente em momentos desafiadores.

Contudo, a intimidade com animais de estimação também apresenta desafios, particularmente no que se refere à saúde e segurança dos alimentos. A qualidade e segurança inadequada dos alimentos destinados aos animais de estimação podem levar a uma série de problemas de saúde. Intoxicação alimentar, alergias e deficiências nutricionais são apenas algumas das consequências possíveis. Além disso, a contaminação por patógenos como Salmonela e E. coli representa um risco significativo de doenças aos pets e que podem ser transmitidas dos animais para os humanos.

Eventos negativos de destaque relacionados ao segmento de pet food nos últimos anos ressaltaram a importância de estar atento à segurança dos alimentos destinados aos animais de companhia.

Em setembro de 2022, um recall massivo foi iniciado devido à presença de etilenoglicol (não alimentício) em petiscos para cães, deixando o alimento com alto potencial de toxicidade e levando mais de 40 animais a óbito. Esse evento envolveu cerca de 5 fabricantes no Brasil. Outra situação crítica veio à tona na semana do dia 01/12/2023, quando auditores agropecuários realizaram a apreensão de 29 toneladas de ração para pets impróprias ao consumo, devido às más condições do ambiente de fabricação e uso de ingredientes impróprios para alimentos, além da falta de controles de produção.

Infelizmente no Brasil ainda não temos dados estatísticos históricos para demonstrar a representatividade e o crescimento desses casos. Porém, esses acontecimentos servem como alerta sobre os riscos de alimentos inadequadamente controlados, não apenas para os animais, mas também para os tutores que compartilham suas vidas de modo tão próximo.

A regulamentação da indústria de alimentação animal é recente e, culturalmente, muitos fabricantes ainda não estão conscientes sobre os riscos associados às falhas de programas básicos, como as Boas Práticas de Fabricação e os Planos de APPCC na fabricação desses alimentos e/ou petiscos. Por isso, os profissionais da área de segurança dos alimentos desempenham um papel fundamental na promoção da conscientização sobre a cultura de segurança de alimentos, adoção de práticas de produção seguras, minimização da contaminação cruzada, monitoramento rigoroso da cadeia de suprimentos, entre outros, para poder reduzir substancialmente os riscos associados a estes alimentos.

É sabido que a proximidade entre humanos e animais de estimação oferece inúmeros benefícios, no entanto cada dia mais a conscientização sobre os riscos associados é essencial. O cuidado com a qualidade e segurança dos alimentos oferecidos aos animais de estimação é uma responsabilidade compartilhada entre produtores, profissionais da segurança dos alimentos e proprietários de animais.

Dessa forma, uma abordagem proativa de todas as partes é urgente para minimizar essas ocorrências. Entre tantas outras ações, podemos citar:

  • medidas regulatórias mais rigorosas;
  • adoção de certificações de segurança de alimentos;
  •  inclusão de profissionais qualificados em segurança de alimentos nas indústrias de pet food
  • conscientização dos tutores quanto a sua responsabilidade na escolha dos alimentos disponíveis no mercado e na correta manipulação posterior em seus lares.

Essas ações apoiadas pela educação contínua e a fiscalização são fatores determinantes para manter os alimentos livres de contaminação e a convivência entre humanos e seus animais de estimação segura e saudável.

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As novas mudanças do GMP+ FSA em 01/01/2023

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Quem conhece o GMP+ FSA sabe que mudanças não são algo tão raro assim (contém ironia). Aliás, as últimas mudanças do GMP+ FSA já foram tratadas em um post aqui.

Quem acompanha o GMP+ FSA sabe que no dia 01/03/2021 houve uma grande mudança, que trouxemos com detalhes aqui. Nesta data o GMP+ passou a ter duas versões: a versão 2010 (esquema documental anterior a esta data) e versão 2020 (esquema documental novo). As empresas terão um período de 3 anos para passar a adotar a versão 2020. Mas neste ínterim, as duas versões estarão valendo.

Resumindo, esta nova versão do GMP+ altera não só o conteúdo da norma de forma significativa, como também altera a estrutura da documentação. Por exemplo: não existe mais um documento de referência para cada escopo, como o B2 para Production of Feed Materials ou B3 para Trade e Storage & Transshipment.

Segue abaixo a comparação dos esquemas de certificação GMP+ 2010 (como passou a ser chamado o grupo de todos os documentos anteriores) e o GMP+ 2020 (os novos documentos lançados em 01/03/2021).

Como comentei aqui, a transição para este novo esquema documental será gradual, sendo definido como prazo final 01/09/2024. Leia naquele post os detalhes sobre o período de implementação da nova norma. Até esta data, ambas as versões dos documentos estarão válidas e, mais do que isso, poderão ser atualizadas. Ou seja, quem ainda será auditado na versão 2010 deve continuar alerta às constantes mudanças que o GMP+ International realiza em suas normas.

E foi justamente o que ocorreu em 01/01/2023. O GMP+ realizou alterações em ambas as versões da norma. Houve mudanças pontuais em alguns documentos e mudanças significativas em outros. E é sobre isso que este post irá tratar.

Segue resumo abaixo:

GMP+ 2010
Não sofreram alterações: B4, BA1, BA2, BA3, BA5, BA6 e BA7
Sofreram alterações pontuais: B1, B2, B3 e BA10
Sofreram alterações significativas: BA4 e BA13

GMP+ 2020
Não sofreram alterações: TS 1.3, TS 1.4, TS 1.5, TS 1.8 e TS 1.11
Sofreram alterações pontuais: R 1.0, TS 1.1, TS 1.2 e TS 1.9
Sofreram alterações significativas: TS 1.6 e TS 1.7

 

Nota:

Neste post não falarei sobre as alterações nos documentos da versão 2010, por 2 motivos:

         I.    O post ficaria muito extenso

        II.    O post ficaria muito repetitivo. As alterações foram as mesmas, seguindo a lógica deste novo modelo de documentos do GMP+ (ex.: se o TS 1.5 sofreu uma alteração pontual em um tópico, o BA 1 (documento equivalente na versão 2010) sofreu a mesma alteração).

Mais uma vez, peço para trazerem no comentário o ponto de vista de vocês, para que eu possa eventualmente criar um novo conteúdo para os leitores que se interessam em GMP+ FSA.

 

A) DOCUMENTOS COM ALTERAÇÕES PONTUAIS

–  R 1.0

Capítulo 7.4.2 – External Communication
O principal documento da GMP+ FSA versão 2020 teve apenas uma mudança editorial. Na verdade, um ajuste que devia ter sido realizado na última alteração: a menção ao capítulo  ‘8.4 – Emergency preparedness and response’ foi alterada pelo capítulo ‘8.7.2 – Handling of potentially unsafe products’. E foi isso.

–  TS 1.1

O documento que trata dos programas de pré-requisitos teve duas alterações mínimas:

Capítulo 3 – Personal hygiene
Remoção do sub-item ‘3.1 – Personnel and visitors’. O texto hoje está vinculado ao capítulo 3.

Capítulo 9.1 – Verification of Products and/or Services
Não é nenhuma novidade que transportadores (para feed assegurado GMP+ a granel) devem ser assegurados GMP+, o que significa que devem atender a um dos 3 critérios: certificação GMP+ FSA, certificação em norma equivalente (TS 1.2) e assegurado em condições de gatekeeper. Porém na versão anterior o TS 1.1 não trazia esta última opção, por simples esquecimento do GMP+ International.

 

–  TS 1.2

Capítulo 3.8 – Purchase of laboratory services
Remoção da possibilidade de laboratórios serem certificados ISO 9001 ou outros sistemas de gestão da Qualidade para análises (em produto acabado) de microrganismos e outros contaminantes que não aqueles considerados críticos pelo GMP+ TS 1.2.

Capítulo 4.1 – General gatekeeper requirements
O item ‘C’, que prevê o envio dos resultados de análise referentes à aquisição de feeds em regime gatekeeper ao Monitoring Database saiu do capítulo 4.1 e entrou em um novo capítulo: o ‘4.1.1 – Compartilhamento de resultados de análise’.

Capítulos 4.3.1 a 4.3.9
Nos protocolos Gatekeeper para aquisição de feeds o seguinte texto é incluído no tópico de amostragem: “Cada lote deve ser amostrado de acordo com os requisitos do TS 1.6”. Isso já era requisito, porém agora isso é mais claro.

Capítulo 4.4.1 – Purchase of road transport
Traz requisitos exclusivos para empresas instaladas na Espanha. Sem impacto para o Brasil.

–  TS 1.9

Capítulo 1.2 – Guide for reader
Remoção do tópico “Inspeção de Compartimentos de Carga” como tópico abordado no capítulo 3. Este tópico já é abordado em “Aprovação do compartimento de carga”.

 

B) DOCUMENTOS COM ALTERAÇÕES SIGNIFICATIVAS

– TS 1.6

Aqui é complicado citar capítulos. Este documento foi totalmente alterado, e para melhor! Hoje os requisitos estão bem mais simples e fáceis de implementar.

Um primeiro ponto que chama bastante atenção é que não existem mais os 7 protocolos de amostragem específicos:

  • Entrega de feed materials secos e úmidos por embarcação / costeira
  • Feed materials, compound feeds, premixtures e feed additives em recipientes
  • Feed materials líquidos e feeds úmidos a granel em transporte por eixo
  • Produtos para silagem / forração
  • Produtos em armazenamento em tanques e silos ou galpões em caso de emergência ou acidentes.
  • Amostras para análise microbiológica

O documento agora é menos prescritivo. Dá a liberdade para a empresa determinar como será feita a amostragem, qual o tamanho das amostras e por quanto tempo as amostras precisam ser mantidas.

Quanto aos requisitos para amostradores, não há mais a necessidade de comprovar a independência e livre acesso destes (na versão anterior havia até uma menção a documentar isso em descrição de cargo). A avaliação anual dos amostradores também não é mais requisito.

Para finalizar, há também alterações sobre identificação das amostras mantidas. Não há mais a a necessidade de identificar o amostrador. Porém agora, é necessário identificar o ponto de coleta da amostra.

 

–  TS 1.7

A grande novidade no documento que traz requisitos para análises (mas se chama Monitoramento [pois é… coisas do GMP+ International]) é o protocolo para análises de Salmonella.

De antemão, todos os produtos para alimentação animal estão incluídos, a não ser que haja fatores intrínsecos ou extrínsecos que não permitam a proliferação de Salmonella neles (um exemplo aqui são os feeds de origem mineral ou aditivos inorgânicos).

Um ponto de destaque neste protocolo é a determinação de frequência de análises de Salmonella em feeds. Para feed materials, por exemplo, o padrão é o seguinte:

Produção anual

Quantidade mínima de amostras a ser analisadas

< 50.000 T

8 por ano

> 50.000 T

20 por ano

A norma traz uma possibilidade de redução de 75% desta quantidade de análises caso a empresa tenha medidas de controle validadas para controle de Salmonella.

Os resultados de análises devem ser encaminhados ao Monitoring Database em até 1 mês após a realização da mesma. E caso haja resultado positivo (presença de Salmonella), obrigatoriamente uma análise sorológica deve ser realizada para identificação do sorotipo.

Falando em análise sorológica, o apêndice 1 (que tratava deste tema) não existe mais.

 

Bônus:
Não entrarei em detalhes sobre os documentos das outras 3 categorias, mas um requisito chama atenção. O CR 2.0 agora possui um anexo com regras para auditorias remotas e híbridas. Funciona da seguinte forma: as empresas certificadas em todos os escopos podem, uma vez por ciclo (sempre em auditorias periódicas, nunca em inicial ou de  recertificação), realizar uma auditoria de forma híbrida, ou seja, a parte documental pode ser vista remotamente, mas a parte de infraestrutura pode ser feita de forma remota. Muito provavelmente essa resolução permitirá que auditorias de escopos que não envolvem infraestrutura (trade e afretamento) sejam feitas de forma completamente remota em uma das auditorias periódicas.

 

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5 min leituraQuem conhece o GMP+ FSA sabe que mudanças não são algo tão raro assim (contém ironia). Aliás, as últimas mudanças do GMP+ FSA já foram tratadas em um post aqui. […]

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Cinco fontes de informação essenciais sobre Feed Safety

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Trazemos hoje no blog algumas dicas imperdíveis para quem atua em indústrias de produtos para alimentação de animais de criação (feed) e quer se aprofundar mais em Feed Safety.

São cinco materiais, todos em inglês, com informações riquíssimas para elaboração e atualização de estudos APPCC e que contêm muito conhecimento técnico especializado sobre o assunto. E o melhor de tudo… Todos os materiais estão disponíveis para download.

Aliás, vale a pena ler este post se você não tiver tanta intimidade com esse assunto.

1
Hazard Associated with Animal Feed
(trad.: Perigos Associados a Produtos Para Alimentação Animal)
Autoria: FAO / OMS
Lançamento: 05/2015

Provavelmente o material de referência mais completo sobre o assunto. São ao todo 286 páginas de conteúdo completo e muito bem embasado! Um grupo de peritos da Fundação das Nações Unidas (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS / WHO) analisa e discute uma grande gama de perigos de origem química, biológica e física relacionados a produtos para alimentação animal. São descritos os perigos, bem como a sua ocorrência nos alimentos para animais, e a transferência dos animais para os alimentos, relevância para a segurança de animais (Feed Safety) e seres humanos (Food Safety), além de questões e tendências emergentes.

É um material absolutamente obrigatório para quem trabalha na área.

 

Link: www.fao.org/documents/card/en/c/ca6825en

 

2
Good Practices for the Feed Sector
(trad.: Boas Práticas para o Setor de Produtos para Alimentação Animal)
Autoria: FAO / IFIF
Lançamento: 2020

Outro excelente material. Dessa vez uma parceria de experts da FAO com a IFF (International Feed Industry Federation). É o mais completo material sobre Boas Práticas para Fabricação aplicadas a produtos para alimentação animal, incluindo como referência documentos da FAO, legislações internacionais, códigos de prática e outras referências do setor. Dica boa para empresas que desejam ter um programa de BPF robusto e referenciado pelas melhores fontes do setor.

Link: https://ifif.org/wp-content/uploads/2020/11/IFIF-FAO-Feed-Manual-2020_CB1761EN_FINAL.pdf

 

3
General Standard for Contaminants and Toxins in Food and Feed (CXS – 193/1995)
(trad.: Padrões Gerais para Contaminantes e Toxinas em Produtos para Alimentação Humana e Animal)
Autoria: Codex Alimentarius (FAO / OMS)
Lançamento: 2019 (última revisão)

Falando em referência, não poderia faltar aqui uma contribuição do Codex Alimentarius (se quer saber mais sobre a história do Codex, clique aqui). O CXS 193-1995 é um documento que traz uma coletânea de vários padrões relacionados a perigos químicos e biológicos em produtos para alimentação animal, assim como metodologias e protocolos reconhecidos para amostragem de feeds.

 

Link: www.fao.org/fao-who-codexalimentarius/sh-proxy/en/lnk=1&url=https%253A%252F%252Fworkspace.fao.org%252Fsites%252 Fcodex%252FStandards%252FCXS%2B193-1995%252FCXS_193e.pdf

 

4
Guidelines on the Application of Risk Assessment for Feed (CAC/GL                  80-13)
(trad.: Guia para Aplicação de Avaliações de Risco aplicadas a Produtos para Alimentação Animal)
Autoria: FAO 
Lançamento: 2013

O CAC/GL 80-13 é um guia para implementação de APPCC voltado ao segmento de produtos para alimentação animal. Traz algumas peculiaridades importantes e que muitas vezes são ignoradas em análises de riscos para feeds.
Pode ser utilizada em complemento ao CXC 1-1969 (FAO / OMS).

 

Link: www.fao.org/input/download/standards/13322/CXG_080e.pdf

 

 

5
Microbiological Risk Assessment in Feedstuffs for Food-Producing                Animals
(trad.: Avaliação de Risco Microbiológico em Produtos para Alimentação de Animais               de Criação)
Autoria: EFSA
Lançamento: 2008

Material de apoio que conta com a colaboração de diversos microbiologistas ligados à EFSA (European Food Safety Authority).
As informações são bastante completas e embasadas, trazendo peculiaridades relacionadas a diferentes espécies de animais. São destacadas as informações sobre Salmonella spp., principal perigo relacionado a feeds.
É uma referência bastante rica sobre perigos microbiológicos.

 

Link: https://efsa.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.2903/j.efsa.2008.720

              

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Entrevista com Johan Den Hartog – GMP+ International: Ontem, hoje e amanhã

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O GMP+ FSA completa 30 anos em 2022 (sobre a norma, leia este post), e o Blog Food Safety Brazil traz com exclusividade uma entrevista concedida por Johan Den Hartog, um dos idealizadores do GMP+ International, tendo atuado desde a criação do GMP Code em 1992 até hoje.

Johan trabalha no setor feed há mais de 40 anos, na Holanda, seu país natal, e em diversos países do mundo. No GMP+ International foi Managing Director entre 2010 (data da criação do GMP+ International) e 2021, quando se licenciou do cargo para assumir o posto de Business Development Director, atuando no desenvolvimento de novos mercados para a norma.

Nesta conversa, ele nos dá diversas informações e conta curiosidades sobre o início da norma, sobre o importante papel do Brasil no mercado feed e sobre o que esperar do GMP+ para os próximos anos.

Leonardo: A norma GMP+ começou em 1992 como um código de prática, sob o nome de GMP Code. Como foi o início das atividades?

Johan: A razão para início de tudo foram alguns incidentes relacionados à Segurança de Produtos para Alimentação Animal [Feed Safety] com ampla divulgação na mídia ocorridos na Holanda no final dos anos 1980. Houve o escândalo da Salmonela no setor avícola no Reino Unido em 1988, que resultou na exigência de exportadores holandeses de carne de aves para que houvesse um controle de Salmonela na alimentação animal [feed]. Em 1988/89, o nível de Aflatoxina B1 em ração à base de glúten de milho dos EUA foi altíssimo e resultou em um aumento do nível de Aflatoxina M1 no leite holandês, que também causou problemas para a exportação de produtos lácteos. Em 1989, tivemos um incidente na Holanda com inúmeros bovinos mortos devido a um lote de feed contaminado com alto nível de chumbo devido à mistura com minério no transporte marítimo. Isso resultou em atenção da mídia e pressão do Ministério da Agricultura holandês para tomar medidas.

Devido à redução dos níveis de detecção dos métodos de teste de laboratório, em ovos exportados para a Alemanha foram encontrados traços de anticoccidiostáticos. Foi resultado de contaminação na fábrica de ração.

Esses incidentes causaram problemas para a exportação de ovos, carnes e laticínios. Você precisa perceber que cerca de 60% dos produtos de origem animal holandeses são exportados, o que resultou em problemas de exportação e pressão de preços. Portanto, o Ministério da Agricultura holandês e a indústria de laticínios, carnes e ovos pressionaram fortemente a indústria de ração para tomar as medidas adequadas para evitar estes incidentes de feed safety. Além disso, a atenção negativa da mídia resultou em uma má imagem da indústria de rações. Tudo isso foi um forte gatilho para desenvolver e introduzir um código de Boas Práticas de Fabricação para a indústria de ração holandesa em 1992, o GMP Code. Ao mesmo tempo, estabelecemos um serviço privado de inspeção de ração para avaliação de conformidade. Tudo foi administrado por uma organização “semi-governamental” para a cadeia feed holandesa, chamada Product Board Animal Feed (PDV). Na época, eu era secretário geral do PDV, bastante envolvido em todas as questões.

 Leonardo: Em 1999, o GMP Code tornou-se GMP+. Como ocorreu essa migração do código de práticas para a certificação?

Johan: O GMP Code de 1992 estava focado apenas na produção de premixtures e compound feed. Ele era mais ou menos o que chamamos hoje de programa de pré-requisitos (PRPs). Em 1994 integramos os requisitos de gestão da qualidade baseados na ISO 9001. Em 1996, integramos um código para laboratórios. Mas não foi suficiente para facilitar às empresas o controle total dos riscos de feed safety de forma adequada. Tivemos sérios incidentes de feed safety com questões como BSE relacionadas à farinha de carne e ossos (1980), casos incidentais como cádmio em fosfatos minerais (1986), dioxina na polpa cítrica brasileira (1988) e dioxina em gordura reciclada da indústria alimentícia (1999). Todos esses incidentes e lições aprendidas foram a entrada para uma profunda melhoria do GMP Code e, portanto, mudamos o nome GMP para GMP+ em 1999. Integramos o seguinte ao esquema GMP+:

1.      Abordagem em cadeia: As emergências deixaram claro que a origem de muitos riscos de Feed Safety está na cadeia de abastecimento de produtos para alimentação animal (feed). Portanto, a extensão do esquema de certificação para toda a cadeia de abastecimento em 2000 teve como objetivo realizar o controle dos riscos o mais rapidamenteo possível na cadeia de abastecimento de alimentos onde ocorrem perigos/riscos. Também introduzimos o slogan ‘Feed for Food’ para conscientizar que os subprodutos da indústria de alimentos [food] não são resíduos, mas usados como ração para animais produtores de alimentos.

2.      APPCC: O código GMP era reativo. Para nos tornarmos mais pró-ativos, também integramos o APPCC ao esquema. Isso foi apenas alguns anos antes de ser introduzido na indústria de alimentos [food].

3.      Rastreabilidade, comunicação de crise e EWS: Todas as ferramentas anteriores são úteis para evitar a contaminação, mas também aprendemos que a cadeia de suprimentos é complicada e nem todos os perigos / riscos podem ser identificados com antecedência. Por isso, introduzimos algumas ferramentas para permitir que as empresas atuem de forma correta e rápida em caso de uma contaminação inesperada. Introduzimos requisitos para gerenciamento e comunicação de crises às empresas e rastreabilidade. Para fortalecer o controle de danos ao nível do setor, também introduzimos o Early Warning System [Sistema de Alerta Prévio].

Veja a figura abaixo. Estes são os principais blocos de construção do sistema GMP+ desde 2000. Demorou cerca de 5 anos (2000 – 2005) para implementá-lo em toda a cadeia de abastecimento. Foi eficaz para evitar emergências de Feed Safety e, caso ocorra, ter ferramentas adequadas de controle de danos. Além disso, introduzimos a certificação completa de terceiros em 2003.

Leonardo: O GMP+ deixou de ser administrado pelo PDV em 2010, com a fundação do GMP+ Internacional. Como foi essa transição? Como isso influenciou em relação ao esquema GMP+ que conhecemos hoje?

Johan: O PDV era uma típica organização semi-governamental holandesa. Devido à extensão a toda a cadeia de abastecimento, conseguimos a participação de empresas certificadas em todo o mundo, mais fora da Holanda do que dentro. Em 2008 já mais de 10.000 em todo o mundo. Por isso, decidimos criar uma organização independente, GMP+ International, apta para operação internacional e envolvimento de stakeholders de todo o mundo. Essa mudança da organização gestora não impactou o esquema de certificação GMP+. Atualizamos apenas o logotipo GMP+ FSA que é usado até hoje.

Leonardo: O GMP+ FSA é um esquema de certificação que inclui vários documentos (além dos documentos principais, especificações técnicas). O que o motivou a adotar esse modelo?

Johan: O esquema abrange todas as etapas da cadeia de fornecimento de ração, portanto, vários e diferentes processos e tipos de empresa. Por um lado, temos documentos com requisitos que as empresas devem cumprir para se tornarem certificadas. Por outro lado, temos documentos com requisitos que os organismos de certificação têm de cumprir. Tentamos torná-lo o mais claro e acessível possível.

Leonardo: Qual foi o maior desafio que você enfrentou como uma das lideranças desta iniciativa desde 1992?

Johan: O maior desafio no início foi convencer as pessoas da indústria a estabelecer os requisitos por conta própria. Uma mudança fundamental do mindset era necessária. O autocontrole via certificação privada foi considerado como aumento de custo sem valor agregado e limitação de graus de liberdade. Em segundo lugar, um desafio foi estender o escopo da certificação a toda a cadeia de suprimentos antes de 1999. Para ser honesto, os escândalos com grande atenção da mídia ajudaram a mudar, porque pressionaram a imagem da indústria e tiveram enormes consequências financeiras (prejuízos, problemas de exportação, pressão de preços e aumento dramático do prêmio do seguro de responsabilidade do produto). A experiência de que os instrumentos GMP+ (desde 2000) foram eficazes e agregaram valor, que as empresas apreciaram, foi a melhor recompensa pela luta que tivemos durante os primeiros dez anos. Hoje em dia, a parte desafiadora é como garantir que esse sistema esteja vivo por muitos anos. Por isso, temos a atenção para fomentar a Cultura de Feed Safety em todo o mundo.

 Leonardo: Qual você acredita ser a maior diferença entre o esquema GMP+ e outras normas Feed?

Johan: A grande diferença do GMP+ em comparação a outros padrões voltados ao segmento feed é que ele cobre toda a cadeia de fornecimento e é aplicada em todo o mundo. Isso significa que é aplicável em todas as diferentes regiões e situações. O esquema é focado no mercado, estabelecemos os padrões de acordo com o que é necessário e aplicável à indústria e continuamos a ouvir. Além disso, oferecemos às empresas serviços adicionais como nossos Feed Support Products, Transport Database [IDTF] e GMP+ Academy.

 Leonardo: Como você vê os paralelos entre padrões food (como FSSC 22000) e feed (como o GMP+ FSA)?

Johan: Assim como o GMP+ FSA, o FSSC 22000 também é baseado no ISO 22000. Seu núcleo é o setor de alimentos [food], mas também possui uma norma feed para indústrias produtoras de alimentos e geram coprodutos utilizados na alimentação animal. A GMP+ International possui um protocolo de auditoria combinado para empresas de processamento de alimentos que desejam um certificado FSSC22000 para o mercado food e um certificado GMP+ FSA para o mercado feed. O valor agregado do GMP+ FSA é que é mais feito sob medida para o setor feed por meio de suas especificações técnicas e nossos suportes (Feed Support Product, GMP+ Academy, etc.).

 Leonardo: Como você vê o Brasil dentro do esquema GMP+? Como você vê o potencial para o futuro da norma no país?

Johan: A partir de 2000, quando introduzimos a abordagem em cadeia, as unidades brasileiras de esmagamento de oleaginosas, processadores de frutas cítricas, empresas de trade e terminais de armazenamento são certificados GMP+ FSA. O principal motivo é a exportação de farelo de oleaginosas e polpa cítrica para a Europa. Na última década, observamos um crescimento constante do número de produtores certificados de matérias-primas para alimentação animal [feed materials], bem como comerciantes de feed materials processados, soja e milho, devido à crescente exportação. Uma oportunidade adicional para as empresas brasileiras é que a demanda pela certificação GMP+ FSA está crescendo tanto na Europa quanto na Ásia e no Oriente Médio. O GMP+ é o certificado internacional de garantia de Feed Safety mais conhecido no mundo, com mais de 19.000 empresas certificadas em 88 países em todo o mundo. Espero também mais oportunidades para outras categorias de feeds, como farinha de carne e osso da indústria brasileira exportada para o mercado asiático. Um certificado GMP+ FSA dará preferência no mercado. Um certificado GMP+ FSA é um passaporte para o mercado internacional.

Para o mercado doméstico, um certificado GMP+ FSA agregará valor às empresas brasileiras devido às novas regulamentações do governo brasileiro para garantia de Feed Safety. Esquemas de certificação privada como GMP + FSA são aceitos e fornecem conformidade com os regulamentos feed nacionais.

Além das oportunidades de vendas, um certificado GMP+ FSA oferece mais benefícios: (i) processo de produção mais suave e eficiente, (ii) menor custo de falhas e riscos de mercado, (iii) funcionários mais motivados e envolvidos.

 Leonardo: O cenário Covid-19 deixará marcas nos padrões GMP+?

Johan: A Covid-19 não é um tópico de Feed Safety, embora tenha impacto na indústria feed por outros motivos. A única marca é uma implementação acelerada de auditoria remota. Já estávamos buscando possibilidades antes da pandemia, mas as restrições devido à pandemia para viagens estimularam a implementação da auditoria remota e a obtenção de experiências com ela.

 Leonardo: O que podemos esperar sobre o futuro do esquema GMP+?

Johan: As lições que aprendemos nos últimos 30 anos permitirão que o GMP+ International continue de forma sustentável, com forte comprometimento de muitas empresas e grupos de partes interessadas. Em agosto de 2021, recuei como diretor administrativo; e estou feliz por poder continuar apoiando a organização até minha aposentadoria completa no próximo ano. Tenho toda a confiança de que a nova gestão GMP+ e a equipe continuarão buscando valor agregado do esquema de certificação GMP+ e serviços (como FSP e GMP+ Academy) para feed. A unidade é e será: Feed Safety Worldwide. O comércio e a indústria brasileira de feed poderão continuar a colher os benefícios disso. A melhor garantia é a continuidade do envolvimento das partes interessadas brasileiras por meio da GMP+ Task Force Brasil. Este envolvimento será reforçado se os grupos de partes interessadas se tornarem parceiros da GMP+ International: ANEC já é um parceiro GMP+ feed, Sindirações um GMP+ Registered Training Institute e temos um GMP+ Registered Consultant / GMP+ Registered Trainer ativo, a Markovic Food Management. Torcemos para que novas parcerias surjam em um futuro breve.

Se quiser ler a entrevista em inglês, clique aqui.

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Pesquisa de micotoxinas 2021: risco para animais permanece alto

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O risco de contaminação das commodities agrícolas por micotoxinas permanece alto em todo o mundo – essa é a conclusão da pesquisa mundial de micotoxinas conduzida pela DSM.

A pesquisa de micotoxinas (Mycotoxin Survey) constitui o conjunto de dados mais antigo e abrangente sobre a ocorrência de micotoxinas. Os resultados desta pesquisa fornecem informações sobre a incidência das principais micotoxinas nas commodities agrícolas usadas para alimentação animal, a fim de identificar o risco potencial apresentado à produção animal.

No total, em 2021 a DSM analisou 24.069 amostras de 75 países. Deduziu-se que 61% das amostras estavam contaminadas com um nível de micotoxina que pode prejudicar a saúde e o desempenho dos animais. Em um webinar em que foram discutidos os principais resultados, a DSM destacou que as mudanças climáticas ainda têm um impacto importante no desenvolvimento de micotoxinas: “O desenvolvimento dos fungos é fortemente dependente de influências climáticas, enchentes, secas e ataques de insetos. Eventos climáticos extremos causados pelas mudanças climáticas causam estresse e são um dos principais gatilhos para a ocorrência de micotoxinas.”

Verificou-se que a Europa tem um nível de risco de 44%, o que significa que 1 em cada 2 animais estarão expostos ao risco de micotoxinas. Deoxinivalenol (DON) é mais prevalente. Embora seja um número de prevalência ligeiramente menor do que em 2021, o risco para suínos, aves e camarões ainda é alto. Depois da DON, Zearalenona (ZEN) e fumonisina (FUM) são as micotoxinas mais prevalentes e a prevalência de tricoteceno (T2) aumentou ligeiramente em 2021.

No Oriente Médio e no Norte da África o risco é alto, de 55%. Segundo a DSM “a prevalência de aflatoxinas aumentou de 7% em 2020 para 23% em 2021. Isso é algo muito sério, não implica apenas no alto risco para os animais, mas também há transmissão indireta para humanos, via leite, por exemplo.”.  Quer entender isso melhor? Veja aqui.

A micotoxina mascarada Deoxynivalenol-3-Glucoside foi encontrada em 46% das amostras. Estas micotoxinas mascaradas não podem ser detectadas com as técnicas analíticas convencionais. As micotoxinas podem ficar mascaradas nas análises devido a sua união com pequenas moléculas (glicosídeos), o que levaria a um falso negativo. No entanto, as moléculas unidas a elas podem ser separadas durante a digestão, levando à liberação das micotoxinas, com os consequentes efeitos nocivos para o animal.

As duas micotoxinas emergentes mais encontradas são a moniliformina e a beauvericina. Moniliformina foi encontrada em 53% das amostras e beauvericin em 44%. Especialmente os frangos de corte parecem muito suscetíveis à moniliformina, que pode ser genotóxica, ter efeitos negativos para o coração e causar fraqueza muscular e desconforto respiratório.

Informações detalhadas da pesquisa mundial de micotoxinas podem ser acessadas aqui.

Para o Brasil, o risco na região permanece grave. As micotoxinas de Fusarium são as mais prevalentes, com FUM presente em 66% de todas as amostras analisadas no terceiro quadrimestre de 2021, seguidas por DON (46%) e ZEN (40%). O milho apresenta alta prevalência de FUM (83%, média de positivos 1.618 ppb) e DON (47%, média de positivos 519 ppb). Curiosamente, na soja a micotoxina mais encontrada é ZEN (61%), seguida por T-2 (49%) e afla (46%).

No ano passado tivemos um caso de ração contaminada por aflatoxinas que levou à morte de diversos animais de estimação. Acesse aqui para relembrar.

Aproveito para perguntar: como você avaliou a probabilidade e a severidade do perigo micotoxina em seu plano de segurança de alimentos / Plano APPCC?

Fonte:

https://www.allaboutfeed.net/all-about/mycotoxins/mycotoxin-survey-2021-risk-for-animals-remains-high/?utm_source=tripolis&utm_medium=email&utm_term=&utm_content=&utm_campaign=all_about_feed

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