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Food Defense e Food Fraud: Você já fez a prova de acesso à sua instalação?

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Quando falamos de planos de Food Defense e Food Fraud, estamos falando basicamente de “prevenção” e não de “reação”.

Você avaliou bem as suas vulnerabilidades e ameaças e há uma boa chance de prevenir acontecimentos com base nas medidas implementadas, certo? Certo.

Mas pergunto: você realmente testou os seus planos? A sua fábrica é um alvo fácil ou um alvo difícil?

Veja: se para mim é fácil entrar na sua fábrica, caminhar pelos arredores, e ninguém se aproxima pedindo uma identificação, a sua fábrica pode ser um alvo fácil. Se alguém liga para a fábrica e fala: “eu estive com o seu produto e pus um contaminante fatal em algum lugar do seu armazém de ingredientes” – qual seria a sua resposta? Se você trabalha com transportadoras homologadas e sistema de agendamento de caminhões, você sabe antecipadamente o nome do motorista que chegará com o caminhão em questão? Você realmente checa essa informação? Em caso de devolução de produto, retrabalho e ou reprocesso, que tipo de medida de controle você estabelece para garantir que ninguém colocou um contaminante intencional que virá a ser misturado com o produto em produção?

É aí que entram os planos de prevenção.

Estes questionamentos nos ajudam a realmente medir o grau de profundidade com o qual estes assuntos foram tratados. Auditores do FDA costumam perguntar às empresas: “como vocês testaram o seu plano de segurança?” – já pensando na prova de penetração ou de acesso.

Aliás, você sabe o que é uma prova de acesso (ou de penetração)? Prova de penetração é um teste no qual uma pessoa não autorizada tenta obter acesso a uma área sensível.

Vou dar dois exemplos de prova de penetração que considero muito legais:

1. Você envia uma pessoa desconhecida, bem vestida, com um jaleco sobre a roupa, por um trajeto entre a área de recepção/portaria da empresa até a área de pesagem de ingredientes. Uma vez lá, ela permanecerá por até vinte minutos, a menos que seja questionada por um funcionário. Ela então irá embora. Se o intruso for desafiado, ele alegará ser um novo consultor de segurança de alimentos ou gerente de conta do controle de pragas ou novo gerente de recursos humanos e tentará permanecer na área. No relatório do teste de penetração, devem ser registrados os nomes de pessoas que estarão trabalhando nas áreas afetadas no momento do desafio e avaliado se elas foram treinadas em food defense/food fraud. Deve conter ainda uma descrição do que a equipe deve fazer neste cenário e quais procedimentos devem ser seguidos. Os critérios de fracasso e sucesso devem ser documentados, bem como o que acontecerá se os procedimentos de food defense/food fraud funcionarem 100%  e o que acontecerá se os procedimentos funcionarem apenas parcialmente; e finalmente, como o cenário pode progredir se houver uma falha completa de procedimentos e sistemas.

Por exemplo:

a) Se o “intruso” for capaz de permanecer na área de pesagem de ingredientes por 20 minutos sem ser contestado por um funcionário, isso pode ser considerado uma falha completa do sistema de food defense/fraud.

b) Se o intruso for questionado, mas puder convencer o funcionário a permitir que ele permaneça na área sem supervisão, isso pode ser considerado uma falha parcial.

c) Se o funcionário optar por ficar com o intruso para “ficar de olho nele”, isso pode ser considerado um resultado melhor do que deixar o intruso sozinho.

Execute o desafio! Faça com que um membro da equipe de confiança observe a uma distância discreta. Descreva no relatório o que aconteceu. Convoque uma reunião da equipe de food defense/food fraud e analise os resultados do teste de desafio. Realize análises de causa-raiz e estabeleça as ações corretivas para quaisquer falhas no sistema. Tome medidas para evitar que um cenário como este volte a ocorrer, com base nas análises de causa-raiz.

2. Você simula um ataque cibernético para uma avaliação extensiva da vulnerabilidade de seus sistemas digitais? Essa prova é mais difícil de ser realizada internamente e dependerá da área de T.I da sua empresa. Você pode achar pouco provável que isso ocorra, não é mesmo? Mas já tivemos casos aqui no Brasil em que uma empresa perdeu todos os registros dos últimos 6 meses em função de um ataque de hackers. Atualmente existem empresas especializadas no mercado para fazer este tipo de teste.

E aí? Você está preparado para aplicar completamente os planos de Food Defense e Food Fraud? Vale a reflexão e é aquele velho ditado: “Melhor prevenir do que remediar”.

Espero que tenham gostado e até a próxima! 🙂

Referências

https://www.fda.gov/media/84376/download

https://www.fdanews.com/ext/resources/files/10-14/10-20-14-OIGReport.pdf?1518192066

https://www.foodfraudadvisors.com/beyond-vulnerability-food-defense/

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Você conhece a Agenda Regulatória do MAPA 2020-2021? Novidades a caminho!

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O Food Safety Brazil já publicou diversas informações sobre a Agenda Regulatória de alimentos em “Food Safety e a Agenda Regulatória da ANVISA: o que vem por aí em 2020?”, “Alimentos para erros inatos do metabolismo: Food Safety e a Agenda Regulatória da ANVISA”, entre outros posts. Dessa vez, o tema central é a Agenda Regulatória do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O objetivo desta publicação é trazer informações sobre os principais temas regulatórios do MAPA que envolverão a área de segurança dos alimentos e relevantes categorias de alimentos, tais como bebidas alcoólicas e não-alcoólicas, produtos de origem animal, alimentos orgânicos, alimentação animal, etc.

No final de 2019, o MAPA realizou uma oficina com o setor regulado e diferentes setores da sociedade como a academia e entidades civis com o objetivo de identificar temas para priorização no biênio 2020-2021. O evento resultou na Consulta Pública (CP) Portaria nº 283/2019, a qual propôs uma lista de temas da Agenda Regulatória 2020-2021 da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA e cria o banco secundário de temas. A CP visou a ampla divulgação da proposta de agenda e a coleta de contribuições de órgãos, indústria e sociedade relativas as suas prioridades de regulamentação para ranqueamento dos temas do banco secundário, os quais não foram selecionados para a Agenda Regulatória 2020-2021 durante a oficina.

A publicação da Agenda Regulatória do MAPA 2020-2021 estava prevista para o primeiro trimestre de 2020. No entanto, houve atraso no processo devido à pandemia da Covid-19, quando os esforços do órgão foram concentrados em medidas para evitar o desabastecimento de alimentos, entre outras ações relevantes para o agronegócio brasileiro. Desse modo, somente em agosto de 2020 foi publicada a Portaria nº 277/2020, que aprova a lista de temas da Agenda Regulatória 2020-2021 da Secretaria de Defesa Agropecuária. A Portaria entra em vigor em 1º de setembro de 2020.

O anexo I da Portaria nº 277/2020 elenca os temas que serão regulamentados e/ou revisados pelo MAPA no biênio 2020-2021, e não há hierarquia ou ordem de preferência entre os assuntos. Segundo a Portaria, tal lista será revisada ao final do primeiro ano, e no máximo 20% dos temas poderão ser substituídos mediante justificativa, de acordo com a gravidade, urgência e ou tendência de agravamento. A substituição estará sujeita à aprovação da SDA. O anexo II apresenta o banco de temas que servirá de referência para a decisão regulatória dos Departamentos da SDA, e a análise destes temas obedecerá ao ranqueamento estabelecido após o resultado da CP Portaria nº 283/2019. Importante mencionar que não há obrigatoriedade de regulamentação para os temas do Anexo II. Ao todo são 60 temas na Agenda Regulatória do MAPA 2020-2021, os quais estão divididos por eixos temáticos: I. Temas transversais, II. Inspeção Vegetal, III. Saúde Animal e Insumos Pecuários, IV. Alimentação e Inspeção Animal e V. Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas.

Dentre os Temas Transversais, destacam-se: i. Processamento, armazenamento e transporte de produtos orgânicos (revisão da INC nº 18/2009), ii. Incerteza da medição associada a resultados laboratoriais, iii. Análise de risco de importação de produtos agropecuários e iv. Atuação de médicos veterinários na inspeção de produtos de origem animal.

No eixo da Inspeção Vegetal há diversos temas relevantes para o setor de bebidas. São eles: i. Revisão do Decreto de Bebidas (Decreto nº 6871/2009), ii. Revisão do Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) de bebidas não-alcoólicas (refrigerante, refresco, chá pronto para consumo, preparado sólido para refresco, preparado líquido para refresco, etc) – Instruções Normativas (IN) nº 17, 18 e 19/2013, iii. Revisão do PIQ de vinhos e derivados (IN nº 14/2018), iv. Revisão da Lei dos derivados da uva e do vinho (Lei nº 7678/1988) e v. revisão do PIQ de cana e cachaça (IN nº 13/2005). Também neste eixo está prevista a regulamentação da inspeção de produtos de origem vegetal, tema proveniente de Projeto de Lei.

O eixo de Saúde Animal e Insumos Pecuários é um dos mais volumosos com 18 itens, no qual se destacam os seguintes temas: i. Peste Suína Clássica (revisão das IN nº 06/2004 e nº 27/2004), ii. Farmacovigilância veterinária, iii. Inovação tecnológica (revisão da Portaria nº 72/2017), iv. Prevenção e Controle de resistência aos antimicrobianos, v. Registro simplificado de produtos de uso veterinário, vi. Fabricação, controle de qualidade, comercialização e emprego de produtos antimicrobianos de uso veterinário (revisão da IN nº 26/2009), vii. Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves – PNCMB (revisão da INI MPA/MAPA nº 7/2012, Portaria MPA nº 204/2012 e Portaria MPA nº 175/2013), entre outros.

Em Alimentação e Inspeção Animal também há temas extremante relevantes para a indústria de alimentos, tais como: i. Procedimentos de certificação e habilitação, ii. Resíduos e contaminantes em produtos de origem animal, iii. Inspeção e fiscalização de produtos destinados à alimentação animal (revisão do Decreto nº 6296/2007), iv. Norma de recolhimento de produtos de origem animal, v. Resíduos e contaminantes em produtos para Alimentação Animal, etc.

Por último, o eixo Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas também traz vários temas importantes em Food Safety, dentre os quais se destacam: i. Rotulagem de Agrotóxicos, ii. Controle Receituário de Agrotóxicos e iii. Comprovação de eficiência para os agrotóxicos e afins (revisão da IN nº 36/2009).

Em relação ao banco secundário de temas estabelecido no Anexo II da Agenda Regulatória do MAPA 2020-2021, dentre os assuntos que ocupam a primeira posição do ranking (resultado da CP Portaria nº 283/2019), destacam-se as seguintes pautas: i. Reconhecimento de equivalência e adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Agropecuários – SISBI (revisão das IN nº 19/2006 e 20/2014), ii. Procedimentos de inspeção de suínos (revisão da Portaria nº 711), iii. Novo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) de Cortes Defumados Suínos, iv. Novo RTIQ de Miúdos Cozidos de suínos, v. Inspeção baseada em risco (aves), vi. Revisão do RTIQ de Ovo Integral, v. Novo RTIQ de ovos em Conserva, vi. Novo RTIQ de carne de Extração Avançada, vii, Procedimentos de inspeção de ovos (revisão da Portaria nº 1/1990), viii. Revisão do RTIQ de Carne Mecanicamente Separada, ix. Novo RTIQ de Carne Mecanicamente Recuperada, x. Requisitos de importação de produtos de origem animal, xi. Procedimentos de aprovação de inovação tecnológica, xii. Requisitos de importação de produtos para Alimentação Animal e xiii. Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos de produtos destinados à alimentação animal (revisão da IN nº 04/2007).

Ainda sobre o banco de temas, dentre outros assuntos relevantes da lista destacam-se: i. Novo RTIQ de Torresmo, ii. Nomenclatura de produtos cárneos em natureza (revisão da Resolução nº 01/2003), iii. Novo RTIQ de Envoltórios Naturais de suínos, iv. Novo RTIQ de Kit Feijoada, v. RTIQ da Banha, vi. Revisão do RTIQ de Apresuntado, v. Novo RTIQ de Colágeno/Gelatina, vi. Novo RTIQ de Toucinho salgado, vii. Revisão RTIQ Linguiça/Salame, viii. Revisão RTIQ Presunto, ix. Revisão do RTIQ de Pratos Prontos, x. Revisão do PIQ de bebidas não-alcoólicas (suco e polpas de frutas) INs nº 37/2018 e 49/2018, xi. Padrões Oficiais de Classificação (POC) do Café Torrado e café Torrado e Moído, xii. POC de Óleo de girassol (IN nº 49/2006), xiii. Novo RTIQ de Produtos Proteicos, xiv. Revisão RTIQ de bebidas lácteas, xv. Revisão   do RTIQ de Leites Fermentados e xvi. Revisão RTIQ de Farinha Láctea.

É importante destacar que em 2019 o MAPA criou uma ferramenta extremamente importante para o setor regulado acompanhar as movimentações regulatórias do órgão, desde a elaboração da minuta do ato normativo até sua efetiva implementação. Trata-se do SISMAN (Sistema de Monitoramento de Atos Normativos), sistema que proporciona transparência às ações regulatórias do MAPA e facilita a participação das indústrias e da sociedade nos atos de regulação sob competência do Ministério. Para acessá-lo, o usuário deve se cadastrar previamente no Sistema de Solicitação de Acesso – Solicita do MAPA na página de sistemas do Ministério. Através do SISMAN, também é possível enviar as contribuições para as Consultas Públicas. A coordenação Geral de Análise e Revisão de Atos Normativos do Departamento de Suporte e Normas (CGAN/DSN) da SDA é a equipe responsável pela gestão do sistema.

Uma das vantagens do SISMAN é a padronização do sistema regulatório do MAPA, o qual apresenta 12 etapas: I. Iniciativa, que é a etapa de demanda interna do órgão ou demanda externa relativa a problema regulatório, II. Análise de Impacto Regulatório (AIR), etapa que avalia com base em evidências quais os impactos referentes às alternativas de ações para solucionar o problema regulatório identificado, III. Elaboração, que é a construção da minuta de ato normativo, quando decidido regulamentar após a AIR, IV. Anuência Prévia, processo de autorizações preliminares da SDA para a tramitação da proposta, V. Consulta interna, etapa de análise pelos servidores do MAPA da minuta do ato normativo, VI. Consulta Pública/Notificação Internacional, etapa que permite a participação social e de parceiros internacionais na elaboração da norma, VII. Audiência Pública, etapa presencial em que os interessados podem se manifestar sobre a proposta normativa, VIII. Análise CPAR, etapa em que o Comitê Permanente de Análise e Revisão de Atos Normativos da SDA avalia o atendimento das Boas Práticas Regulatórias, IX. Análise CONJUR, etapa de avaliação do MAPA sobre a legalidade e compatibilidade da proposta com o ordenamento jurídico, X. Assinatura, etapa de deliberação pela autoridade competente, XI. Publicação, etapa de divulgação do ato normativo no DOU (Diário Oficial da União) e em nível internacional, e XII. Implementação, etapa de monitoramento do desempenho do ato normativo em vigor quanto ao atendimento dos objetivos e impactos sobre o mercado e a sociedade.

É válido destacar que a Agenda Regulatória do MAPA 2020-2021 é um novo instrumento que contribuirá para o crescimento da indústria de alimentos pela renovação do arcabouço regulatório das mais variadas categorias de produtos. Portanto, o setor regulado e os profissionais da área de alimentos devem acompanhar a evolução da agenda e atuar nas etapas de Participação Social, visando não só promover a eliminação de barreiras regulatórias e burocracia, como também a construção de um mercado com isonomia regulatória e aberto às inovações.

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Call para consenso: segurança de alimentos na aplicação de bacteriófagos

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Bacteriófagos são vírus que têm como alvo específico as células bacterianas que comprovadamente inofensivos para os humanos, além de ecologicamente corretos. Foram identificados pela primeira vez em 1917 e utilizados não só na medicina, mas também no setor agro alimentício. Desde então, os fagos encontraram suas aplicações em toda a cadeia de alimentos: do controle bacteriano pré-colheita, ao gerenciamento da deterioração de alimentos e desinfecção de superfícies. Os bacteriófagos voltaram a ser considerados uma possível solução para reduzir o uso de antibióticos e, assim, diminuir o surgimento de cepas resistentes aos antibióticos.

Estão disponíveis produtos comerciais, mas o cenário regulatório relativo à utilização de bacteriófagos na segurança de alimentos não está harmonizado.

Este é um projeto conjunto do Grupo de Trabalho de Microbiologia e do Grupo de Trabalho sobre Legislação e Regulamentação de Alimentos do Global Harmonization Initiative. O objetivo é formular uma declaração que possa ser usada na promoção de legislação harmonizada o uso de bacteriófagos em alimentos. Para atingir a meta, um esboço do documento de consenso precisa ser preparado e distribuído entre todos os membros da GHI. O documento consistirá em duas partes principais:

  1. Um estudo da literatura científica disponível sobre a segurança e eficiência dos bacteriófagos nos alimentos.
  2. Uma análise do status regulatório atual do uso de bacteriófagos em alimentos em todas as jurisdições (disponíveis).

Portanto, você está convidado a participar deste projeto e fazer parte da equipe que irá trabalhar na elaboração do documento de consenso científico sobre a aplicação de bacteriófagos em alimentos.

Como se em todas as atividades da GHI, é importante ressaltar que os participantes deste projeto não representarão seu empregador (empresas) e sua contribuição deve ser baseada em sua própria consciência científica.

 

Para manifestar interesse, entrar em contato com as coordenadores do projeto, em inglês:

 

Adina Baicu

co-chair Food Law and Regulations Working Group

adinaalexandrabaicu@gmail.com

+40733644055

 

Rozita Vaskoska

co-chair Food Microbiology Working Group

rozitavaskoska@gmail.com

+61452281060

 

 

Fonte da imagem: https://www.foodsafetynews.com/2016/01/bacteriophages-an-old-antibiotic-alternative-becomes-new-again/

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Segurança de Alimentos para produtos embalados: condições básicas para transporte e armazenamento

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Há muitas informações e referências sobre as condições básicas que garantem a segurança de alimentos em etapas como manipulação e fracionamento. Existem elos, porém, que muitas vezes permanecem vulneráveis e carecem de regulações específicas, como as etapas de transporte e armazenamento (incluindo-se aqui o armazenamento nos pontos de venda e a exposição dos produtos nas gôndolas). Estas etapas talvez passem uma falsa impressão de segurança porque nelas os alimentos estão embalados.

Apesar disso, sabe-se que há muitas não conformidades oriundas dessas etapas e que muitas vezes, os fabricantes (seja dos produtos ou das embalagens) podem, num primeiro momento, ser os primeiros “suspeitos”.

Vamos falar um pouco mais sobre transporte e armazenamento e entender as diretrizes básicas nesse contexto de produtos embalados.

Como todas as outras etapas da cadeia, devemos levantar todos os tipos de perigos (químicos, físicos e biológicos) de cada etapa e gerenciar todos os fatores que os influenciam. Nesse momento não podemos deixar de citar as nossas tão conhecidas Boas Práticas, que devem ser seguidas até a casa do consumidor.

Mas como gerenciar as Boas Práticas em pontos em que não tenho controle, nem mesmo indireto? Como saber se uma embalagem avariada foi de responsabilidade do fabricante da embalagem, do transporte, do fabricante do alimento, do armazenamento ou do ponto de venda? Ou mesmo o consumidor?

A ABIA (Associação Brasileira de Indústria de Alimentos) oferece algumas orientações nesse sentido, mas é importante avaliar, no contexto de cada produto, as legislações aplicáveis e normas de certificação (quando de linhas de produção certificadas), para que todas as exigências sejam atendidas.

Em relação ao transporte, vale lembrar que este não se limita apenas ao deslocamento dos produtos, mas inclui também todas as operações de carregamento e descarregamento. Falta de cuidado nestas etapas podem prejudicar a qualidade e segurança destes produtos.

Algumas medidas imprescindíveis para TRANSPORTE são:

  • A cabine do condutor deve ser totalmente independente de partes que contenham alimentos;
  • O material do compartimento que entra em contato com a carga deve ser de material liso, resistente, impermeável, atóxico e lavável;
  • Se o alimento estiver apenas em sua embalagem primária, não deverá ser transportado em contato direto com o piso do veículo;
  • Quando as instruções do produto indicarem, este deve ser colocado em prateleiras ou similares, pallets ou slip sheet, evitando contaminação;
  • Todos os materiais utilizados para fixação e proteção da carga (pallets, cortinas, divisórias móveis, espaçadores, calços, cordas, grampos, prateleiras, estrados, lona, plásticos, encerados) devem estar limpos, em boas condições (inclusive sem furos), evitando contaminação e não causando danos aos produtos.

O treinamento dos motoristas e auxiliares também é um fator importante a ser considerado, evitando freadas bruscas e curvas em altas velocidades para não prejudicar a disposição da carga. Eles devem ser conscientizados sobre riscos de contaminação e deterioração de alimentos.

Veículos com carroceria ou vagão aberto podem ser utilizados para transporte de produtos que não exijam condições especiais, de acordo com as recomendações do fabricante (produtos não perecíveis, carga seca). Nesses casos, sugere-se:

  • Amarração e enlonamento completo da carga;
  • Carroceria mantida limpa e seca, sem materiais estranhos em seu interior (pneus, estepes, ferramentas ou quaisquer outros);
  • Manutenção do piso e das laterais da carroceria periodica, evitando que lascas de madeira ou pregos possam danificar as embalagens e produtos.

Para higienização dos veículos que transportam alimentos, devem ser usados produtos atóxicos, sem odor e registrados em órgãos competentes. Os veículos devem ter limpeza interna antes de todo carregamento e ter controle de pragas trimestralmente.

No caso de caminhões-baú, as portas devem ter vedação suficiente para evitar entrada de pragas, permitir higienização e manutenção da temperatura adequada.

É importante lembrar que o resfriamento do container para transporte de perecíveis deve ser efetuado antes do carregamento. O transporte deve atender as exigências do fabricante quanto à umidade e temperatura durante todo o trajeto.

Outro ponto importante (que pode parecer óbvio na teoria, mas que impacta bastante em questões de logística) é o transporte compartilhado de alimentos com outros produtos, bem como com pessoas e animais. É proibido transportar alimentos com produtos tóxicos ou outras substâncias que possam comprometer a integridade dos alimentos ou contaminá-los.

O transporte de alimentos de diferentes categorias numa mesma câmara só é admitido no caso de alimentos compatíveis, ou seja, aqueles que em função de sua origem, características de conservação e embalagens de acondicionamento não correm risco de contaminação cruzada. Quando não houver essa compatibilidade, alimentos de diferentes categorias podem ser transportados num mesmo veículo, se:

  • Houver separação total (áreas devidamente isoladas);
  • As separações forem dotadas de revestimento interno de fácil limpeza, com divisórias instaladas de forma que isolem a passagem de odores aos demais ambientes;
  • Acesso independente para cada ambiente.

Nos casos de produtos com diferentes temperaturas, cada câmara deve atender às exigências dos fabricantes, porém, no caso de produtos secos, não se recomenda o transporte com cargas frigorificadas.

Impossível não citar também nesse contexto a questão dos alergênicos: o serviço de transporte contratado ou a frota própria da sua cadeia de fornecimento deve ser transparente o suficiente para comunicar questões de transporte de alimentos alergênicos, seguindo a legislação vigente, para que exista a correta rotulagem dos produtos. É comum termos no rótulo um alergênico informado como “pode conter”, exatamente devido à etapa de transporte.

Além disso, deve-se avaliar exigências específicas de clientes. Cito como exemplo um cliente que exija a avaliação das 3 últimas cargas daquele veículo no check list de recebimento/expedição.

Para descarregamento e armazenamento, algumas orientações que, apesar de parecerem óbvias, são sempre importantes de se lembrar aos responsáveis pelas atividades:

  • Não arremessar ou arrastar embalagens;
  • Nunca deixar produtos em contato direto com o chão;
  • Não colocar pesos excessivos sobre caixas ou fardos, nem desobedecer o empilhamento máximo indicado pelo fabricante;
  • Não pisotear ou sentar sobre as caixas;
  • Não bater, empurrar ou arrumar os produtos com os pés;
  • Não carregar embalagens soltas em cima das caixas (transportando preferencialmente com um meio adequado disponível);

O descarregamento e armazenamento de produtos que exijam condições de manutenção de temperatura devem ser armazenados prioritariamente, com seus respectivos registros de temperatura. Além disso, os equipamentos devem sofrer manutenção e calibração periódicas.

Para um correto armazenamento, os alimentos devem ser armazenados ao abrigo de luz solar direta, calor, goteiras ou umidade excessiva.

Seguem algumas medidas importantes em relação ao ARMAZENAMENTO:

  • Em relação à separação de categorias: é importante separar os alimentos de produtos de limpeza, perfumaria, produtos químicos, solventes, ração animal e produtos não alimentícios tóxicos ou com odores fortes. Produtos químicos devem ser mantidos a no mínimo 4 metros de distância dos alimentos;
  • Recomenda-se segregar farináceos e grãos dos demais produtos, para que as pragas características destes produtos não atinjam os demais, mesmo que embalados;
  • Manter segregação e identificação de alergênicos;
  • Instalações em bom estado de conservação, livre de rachaduras, umidade e bolor, sem vazamentos ou mau cheiro, sem aberturas que permitam entrada de pragas;
  • Instalações, equipamentos e aberturas (portas e janelas) de material liso, de fácil higienização e resistentes, ralos e drenos com fechamento;
  • Ausência de animais (pragas ou animais domésticos);
  • Correto controle de validades;
  • Manter as condições de umidade e temperatura de acordo com as recomendações do fabricante, lembrando que produtos que exijam armazenamento em local seco e fresco também precisam de cuidados em regiões de temperaturas muito elevadas, e a umidade deve ser mantida entre 50 a 65%;
  • Limpeza e higienização: o setor deve permitir fácil acesso à limpeza e higienização, mesmo com toda sua capacidade de armazenamento;
  • Manter o local livre de materiais obsoletos, equipamentos ociosos e entulhos (inservíveis);
  • Respeitar o distanciamento entre piso, paredes e teto (sempre respeitando legislação local), e ter também espaço livre entre os equipamentos, permitindo fácil acesso e movimentação de mercadorias, evitando avarias e quedas dos demais produtos;
  • Para evitar entrada de veículos para entregas e coletas nos setores de armazenamento, ideal ter plataformas.

Os arredores dos setores também precisam ser mantidos limpos e sem materiais obsoletos, resíduos ou água estagnada.

No caso dos pallets, estes também devem sofrer higienização periódica e padronizada. No caso de pallets de madeira, devem ser mantidos em bom estado de conservação e não sofrer higienização úmida para não favorecer aparecimento de bolor.

É ideal que se mantenha armazenamento separado entre matérias primas e produtos acabados.

Outro fator importante, tanto no caso de armazenamento quanto de transporte, é a separação dos produtos impróprios para consumo. Quaisquer produtos avariados, vencidos ou não conformes devem estar devidamente segregados e identificados.

No caso de alimentos embalados para transporte até o consumidor final, o conhecido delivery, tão atual em tempos de quarentena, podemos encontrar informações aqui e aqui.

Respeitadas estas medidas, assim como o atendimento de condições básicas em todas as demais etapas da cadeia, garantimos um produto seguro, além de evitar o desperdício de alimentos.

E, respondendo à pergunta inicial, sobre como avaliar a origem das diversas não conformidades que podem surgir ao longo de todo o percurso dos alimentos, isso só será possível se todos os elos estiverem comprometidos com questões de segurança de alimentos, assumindo suas responsabilidades e, acima de tudo, o controle de processos que estão sob sua responsabilidade, além de um boa gestão de fornecedores, incluindo os que citamos aqui: transporte, logística e armazenamento.

Fonte: https://www.abia.org.br/vsn/anexos/CAC.pdf

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As boas práticas no controle de temperatura dos alimentos em restaurantes

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Vários procedimentos devem ser executados para a garantia de um produto final com qualidade alimentar. Entre eles, podemos citar a higienização de equipamentos e das estruturas, capacitação do manipulador de alimentos, controle de temperatura dos equipamentos e dos alimentos.

O controle de temperatura é a principal ferramenta que um restaurante possui para que não aconteça crescimento microbiano que possa gerar risco de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), sendo assim o controle de tempo e temperatura é um dos princípios mais importantes na segurança de alimentos. Deve-se conhecer a Zona de Perigo de crescimento dos microrganismos nos diferentes alimentos para realizar esse controle e assim manter um alimento a temperatura segura. Entre 5° a 59°C, microrganismos como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus cereus conseguem se multiplicar e como consequência podem provocar DTA nos consumidores.

Diante disso, é fundamental implementar vários pontos controles de temperatura no restaurante. É importante o uso de planilhas para o controle da temperatura durante os processos para avaliar tanto o alimento quanto os equipamentos em que os mesmos estão dispostos. Caso as temperaturas estejam inadequadas, deve-se realizar correções que podem ser reaquecimento ou resfriamento de forma rápida caso estejam fora do recomendado. É necessário e fundamental capacitar os colaboradores, pois eles são fundamentais para garantir a segurança dos alimentos e adequar as temperaturas caso ocorra variação.

RECEBIMENTO: Durante o recebimento, os alimentos perecíveis necessitam ter sua temperatura aferida. A temperatura errada pode significar o comprometimento da carga e esta deve ser devolvida ao fornecedor com a finalidade de evitar alimentos contaminados.

Parâmetros da Vigilância Sanitária contendo o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação estão na RDC n° 216/2004. A aferição adequada das temperaturas é essencial para conservação dos alimentos e prevenção de DTA. Seguem no Quadro 1 os valores adequados para o recebimento de alimentos.

 Quadro 1- Critério de temperatura de recebimento da matéria prima

MATÉRIA PRIMA TEMPERATURA
REFRIGERADOS Peixes 2 a 3°C OU conforme recomendação do fabricante
Carnes (bovina, suína, frango) 4 a 7°C OU conforme recomendação do fabricante
Demais produtos 4 a 10°C OU conforme recomendação do fabricante
CONGELADOS  -12°C OU menor ou conforme a recomendação do fabricante

Fonte: RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 – Anvisa

PREPARAÇÃO: O controle de temperatura durante a preparação deve ser realizado com o auxílio de termômetro e os valores devem ser anotados em planilhas com propósito de garantir que durante o pré-preparo e preparo, os alimentos foram acondicionados em temperaturas seguras, reduzindo o risco de crescimento microbiano.
Caso a temperatura não esteja adequada, devem ser tomadas medidas corretivas. No caso de alimentos quentes, a medida é a manutenção da temperatura superior a 74°C no centro geométrico como explicado no artigo temperatura de segurança mínima para o cozimento dos alimentos publicado neste blog. Nos alimentos frios deve-se realizar a preparação mais cedo para que o produto seja resfriado até atingir a temperatura adequada; para isso, o alimento deve estar disposto em uma cuba de inox rasa e ser transportado para um equipamento a temperatura de refrigeração.

DISTRIBUIÇÃO: Outro ponto crítico no controle da contaminação é a distribuição dos alimentos. A temperatura deve ser anotada em planilha após montagem do balcão de distribuição e após duas horas aferida novamente. Nos casos de temperatura de risco, que é inferior a 60°C para preparações quentes e superiores a 10°C para preparações frias, o colaborador deverá tomar medidas corretivas. Quanto mais tempo esse alimento for exposto, maior será a probabilidade de multiplicação microbiana.

EQUIPAMENTOS: A temperatura correta para preservação dos alimentos só será garantida se os alimentos estiveram armazenados em equipamentos calibrados e que recebem manutenção periódica. Além disso, suas temperaturas devem ser anotadas diariamente em dois horários distintos, para que seja possível identificar alguma falha e esta ser resolvida a tempo. Os equipamentos auxiliam na manutenção dos produtos alimentícios desde a chegada ao restaurante até a distribuição.

O que usar para medir a temperatura?

Termômetro espeto: Ideal para avaliar a temperatura dos alimentos pois sua haste consegue ser inserida no centro geométrico dos alimentos. Entre um alimento e outro, logo após a aferição, o mesmo deve ser higienizado. Para a aferição da temperatura com o termômetro espeto, espere 1 minuto para estabilizar.

Termômetro infravermelho: É o mais higiênico, pois não encosta nos alimentos, porém não fornece precisão, já que afere a temperatura de superfície.

Termômetro descartável de cozimento Pop up®: Utilizado em carnes, o termômetro é ativado quando o alimento atinge o ponto ideal de cozimento. Além de ser facilmente inserido nos alimentos, é utilizado apenas na preparação.

A qual temperatura devem estar meus alimentos?

Os alimentos quentes devem estar com a temperatura superior a 60°C por no máximo seis horas; já os alimentos que são servidos frios devem ser mantidos em temperaturas inferiores a 10°C por no máximo quatro horas. Para alimentos que são fritos, a gordura deve atingir uma temperatura inferior a 180°C.

Qual a temperatura ideal dos equipamentos?

Geladeira: Inferior a 5°C

Freezer: Inferior a -18°C

Pass through frio: Inferior a 10°C

Pass through quente: Superior a 80°C

Balcão de distribuição frio: Inferior a 5°C

Balcão de distribuição quente: Superior a 80°C

Conclui-se que a temperatura adequada em todos os processos em um restaurante é de extrema importância para reduzir as chances de contaminação por microrganismos e assim preservar a saúde dos comensais. Por isso, a temperatura dos equipamentos e dos alimentos nos momentos de produção, recebimento e distribuição devem ser medidas regularmente e deve-se efetuar tratativas caso alguma delas esteja fora do valor de referência solicitado pela legislação. O acompanhamento da medição de temperatura nos equipamentos e alimentos em restaurantes é fundamental para evitar DTA, pois após a contaminação o alimento pode trazer danos para a saúde humana.

Autoras: Raíssa de Melo Matos Ferreira, Mayra Conceição Peixoto Martins Lima e Tatiane Santos Marques, do IFGOIANO – Campus Rio Verde

Referências:

Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC). Manual ABERC de Práticas de Elaboração e Serviço de Refeições para Coletividades, 11ª Ed. São Paulo: ABERC, 2015. 221p.

Brasil. Resolução RDC n. 216, de 15 de set. 2004. Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Diário Oficial da União, 16 set. 2004

São Paulo. Portaria CVS 5/2013, de 09 de abril de 2013. Regulamento Técnico que estabelece os Parâmetros e Critérios para o Controle Higiênico-Sanitário em Estabelecimentos de Alimentos. Diário Oficial do Estado, 19 abr. 2013; Seção 1:32-35.

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O mercado de alimentos brasileiro segue forte em meio à crise

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O Brasil é um país realmente abençoado, usando menos que 10% do território nacional, alimenta através do agronegócio toda a sua população e ainda tem muito excedente para exportar, ajudando a alimentar o mercado mundial, e claro, isto é uma forte base de sustentação da economia brasileira, que em  momentos como esta crise que o mundo atravessa agora, é fundamental para superar a dificuldade.

Neste 1° semestre, em meio a uma pandemia que paralisou a economia mundial, a indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou crescimento de 0,8% em faturamento e 2,7% em produção em relação ao mesmo período do ano passado, motivado especialmente pela expansão das exportações e o desempenho do varejo alimentar no mercado interno.

Neste período, as exportações de alimentos industrializados totalizaram US$ 17,6 bilhões, o que representa um crescimento de 12,8% em relação ao valor verificado no 1° semestre do ano passado, atendendo a demanda de mais de 180 países.

Ásia, Europa e Países Árabes foram os principais destinos, com destaque para a China, seguido por Hong Kong e Holanda.

A receita de vendas de alimentos industrializados para a China totalizou US$ 3,5 bilhões, um crescimento de 95,6%, com maior concentração nas carnes, ou seja, estamos vendendo praticamente o dobro para este país, uma vez que a China depende da importação de gêneros alimentícios para poder alimentar uma população de mais de  1,3 bilhões de pessoas.

No semestre, a indústria de alimentos e bebidas obteve um saldo comercial positivo em US$ 15,3 bilhões, 15,9% superior ao desempenho do 1º semestre de 2019.

A contribuição do setor para o saldo geral da balança comercial brasileira alcançou o patamar recorde de 68,2% do total.

Os setores que mais se destacaram no período em volume de produção, considerando o mercado interno e as exportações, foram:

  1. Açúcar (+22,6%);
  2. Óleos (+3,9%);
  3. Carnes (+1,9%).

Já pela perspectiva nas vendas em dólares, os produtos que mais se destacaram foram:

  1. Carnes (+11,9%);
  2. Óleos (+30%);
  3. Açúcar (+48%).

Isso tudo mostra a importância do setor de alimentos e bebidas para o Brasil e para o mundo como estratégico sob o ponto de vista da segurança alimentar, ou seja, de garantir alimentos para as populações e prevenir rupturas de abastecimento e a fome, e claro, isso se reflete como estratégico também para nossa economia, pois somos campeões na produção de um produto que é indispensável: comida!

O fato é que muitos produtos podem ficar de lado como prioridade de consumo quando há uma crise, mas alimentos não, e este é um ponto forte para o Brasil.

Logicamente, para nos mantermos na posição de importante player no abastecimento mundial de alimentos, mais do que nunca, temos que garantir produtos com qualidade, que respeitem especificações acordadas contratualmente, e mais que tudo, que sejam seguros aos consumidores, onde o tema segurança dos alimentos/ food safety se sobressai como componente estratégico que favorece nossas exportações.

Boas sistemáticas em MIP, GMP, HACCP e certificações em Normas reconhecidas pelo GFSI como a FSSC 22000, BRC, etc, são componentes que sustentam a garantia da qualidade e a segurança dos alimentos, com isso, dão credibilidade aos nossos alimentos exportados.

O setor registrou ainda um aumento de 0,6% nas contratações diretas e formais, gerando 10,3 mil vagas no período, portanto, enquanto muitos setores demitiam, há oportunidades para profissionais na área de alimentos e bebidas, e como o foco é a exportação, competências em sistemáticas para a produção de alimentos seguros é um diferencial.

Nas palavras de Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da ABIA:

“O Brasil é percebido, cada vez mais, como um parceiro confiável e relevante para garantir a segurança alimentar, papel que ganhou ainda mais destaque diante dos desafios da pandemia. Quando muitos países reduziram as suas exportações, o Brasil continuou fornecendo alimentos para o mundo. O País pode vir a expandir seu portfólio de produtos exportados em mercados potenciais como a China, Índia e países do Norte da África.”

Estima-se que a crise afete nosso PIB do Brasil com uma retração entre – 6% e – 5%, mas o setor de alimentos e bebidas deve ter um crescimento de até + 1% nas vendas reais e de até + 11% nas exportações.

É o Brasil alimentando o mundo!

Fonte: https://www.abia.org.br

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Ensaio de Proficiência e Comparação Interlaboratorial: termos semelhantes, mas um pouco diferentes…

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Ensaio de Proficiência e Comparação Interlaboratorial são termos usados como sinônimos pelos laboratórios e pela indústria, mas eles não são exatamente iguais.

De acordo com a ISO / IEC 17043: 2010 o Ensaio de Proficiência (EP) é a avaliação do desempenho do participante contra critérios pré-estabelecidos por meio de comparações interlaboratoriais. É um exercício formal gerenciado por um órgão de coordenação que inclui um laboratório de referência ou padrão. Os resultados são emitidos em um relatório formal que fornece claramente a pontuação.

E as Comparações Interlaboratoriais (CI) foram definidas como a organização, realização e avaliação de medições ou ensaios nos mesmos ou em itens similares, no mesmo laboratório, de acordo com as condições pré-determinadas. É um exercício realizado por acordo entre dois ou mais laboratórios participantes, cujos resultados também são emitidos em um relatório formal.

Em outras palavras, um ensaio de proficiência é uma ferramenta usada para demonstrar competência e validar o processo de medição de um laboratório, comparando seus resultados com os resultados de um laboratório de referência e de outros laboratórios participantes, sendo um mecanismo indispensável para avaliar a competência técnica do laboratório e aumentar a credibilidade dos resultados de suas medições.

Portanto, a diferença é que um teste de proficiência é uma comparação interlaboratorial organizada e gerenciada por um terceiro independente. Além disso, um teste de proficiência inclui a participação de um laboratório de referência e usa seus resultados para determinar o desempenho do participante.

Uma comparação interlaboratorial não requer o uso de um laboratório de referência ou de um organismo de coordenação. Neste caso, os laboratórios participantes estão apenas comparando o desempenho entre o grupo de membros participantes.

Como você pode ver, eles são semelhantes, mas diferentes.

Fonte: INMETRO.

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O intrigante surto de Salmonella em cebolas roxas

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Desde o início do mês de agosto/20, Estados Unidos e Canadá estão envolvidos em um enorme surto de Salmonella – a provável fonte? Cebolas roxas.

O FDA, junto com parceiros do CDC, canadenses, está investigando um surto multiestado de infecções por Salmonella Newport. A investigação de rastreamento do FDA está em andamento, mas identificou a empresa Thomson International, Inc. de Bakersfield, CA, como a provável fonte de cebolas roxas potencialmente contaminadas.

A infecção por salmonella (salmonelose) é uma doença comum, causada por bactérias que normalmente vivem nos intestinos de animais e humanos e são eliminadas pelas fezes. A bactéria infecta com mais frequência os humanos por meio de água ou alimentos contaminados. Aqui no blog já foi falado sobre os principais sorotipos de salmonella – veja aqui. A porção “Newport” de Salmonella Newport é o nome do sorotipo (cepa) para este grupo de Salmonella – e esta não é a primeira vez que ela emergiu como um patógeno em animais e humanos nos Estados Unidos. De acordo com um artigo publicado no Journal of Clinical Biology em 2003, Salmonella Newport já era “uma preocupação crescente”, mesmo então, como a terceira causa principal de salmonelose humana.

Salmonella Newport foi encontrada em muitos alimentos diferentes em surtos anteriores, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. O maior deles, em 2004, foi associado ao consumo de alface em restaurantes e deliveries. Em 2012 houve um surto no Reino Unido causado também por Salmonella Newport em melancias. Em 2017, surto nos Estados Unidos relacionado ao consumo de melancia pré-cortada, melão ou mistura de frutas contendo melancia ou melão.

Como a Salmonella Newport está frequentemente associada a bovinos ou cavalos, a contaminação por esterco animal usado como fertilizante é uma fonte potencial. Na época do ocorrido no Reino Unido, especialistas apostavam em duas maneiras possíveis da melancia ter causado infecção:

– Uma delas é que a superfície da melancia pode ter sido contaminada com a bactéria, que pode ter se transferido para a polpa durante o processo de corte;

– A segunda é que se as melancias foram armazenadas ou lavadas em água contaminada, a bactéria pode ter penetrado na polpa através do caule cortado.

Entendendo o caso com as cebolas roxas:

A doença começou em datas que variam de 19 de junho de 2020 a 23 de julho de 2020. A idade dos doentes varia de menos de 1 a 102 anos, com uma idade média de 39 anos. 54% dos doentes são mulheres. De 869 pessoas doentes com informações disponíveis, 116 hospitalizações foram relatadas – felizmente, sem mortes.

Em 1º de agosto de 2020, a Thomson International, Inc. fez o recall de todas as variedades de cebolas que poderiam ter entrado em contato com cebolas roxas potencialmente contaminadas, devido ao risco de contaminação cruzada. Os produtos recolhidos incluem cebolas vermelhas, amarelas, brancas e amarelas doces enviadas em todo o país de 1 ° de maio de 2020 a 1 ° de agosto de 2020, vendidas com as seguintes marcas: Thomson Premium, TLC Thomson International, Tender Loving Care, El Concorrente, Hartley’s Best, Cebola 52, Majestic, Imperial Fresh, Kroger, Utah Onions e Food Lion.

Os recalls também foram iniciados por empresas que venderam cebolas ou produtos contendo as cebolas recolhidas. O FDA publicou uma lista de devoluções de produtos alimentícios associados às cebolas da Thomson International, Inc. e o Food Safety and Inspection Service (FSIS) do USDA publicou uma lista de carnes prontas para comer e produtos avícolas que contêm cebolas recolhidas. Essas listas de recall estão sendo atualizadas com novas informações periodicamente no site do FDA. O fato é que muitas empresas foram afetadas por causa da cebola roxa.

A grande questão que está em debate é como cebolas roxas foram contaminadas por Salmonella visto que as cebolas roxas e todas as cebolas bulbosas são preparadas de maneira única pela natureza, com uma barreira às bactérias por causa de sua pele/casca impenetrável. O processo de cura da cebola também é projetado para manter a cebola protegida de doenças de origem alimentar, permitindo que seque em temperaturas quentes antes de ser enviada ao mercado.

Os estudos a seguir podem ajudar a explicar melhor como as cebolas são resistentes:

  • De acordo com um estudo da Universidade de Oregon, “secar corretamente as cebolas antes do armazenamento é fundamental para sua preservação e evita o desenvolvimento de bactérias, mofo e congelamento das cebolas.” https://agsci.oregonstate.edu/mes/sustainable-onion-production/drying-and-curing
  • Um estudo de 2014 da estação Experimental do Condado de Malheur, em Oregon, expôs cebolas do campo a bactérias em grandes quantidades. O estudo, conduzido com E. coli misturada à água de irrigação, mostrou que as cebolas não apresentavam risco de contaminação por causa do processo de cura. “Havia vestígios de E. coli presentes na parte externa de alguns bulbos de cebola quando foram retirados do solo e deixados no solo para secar. Mas depois que foram curadas no campo – todas as cebolas bulbosas nesta área passam por esse processo – e prontas para serem embaladas, nenhuma E. coli estava presente em nenhuma das cebolas. Os resultados mostraram que as bactérias morreram muito rapidamente depois de serem retiradas e curadas no campo, e não havia nenhuma E. coli genérica em nenhuma das cebolas quando foram embaladas.”

 

Como dito no início deste artigo, a investigação de rastreamento da Food and Drug Administration está em andamento – The National Onion Association (NOA), organização oficial que representa os produtores, transportadores, corretores e representantes comerciais da indústria de cebola dos EUA, fundada em 1913, não deu uma declaração oficial mas em seu site aponta para contaminação cruzada, visto que esta é a forma de transmissão mais comum da doença. Contaminação cruzada é um termo muito amplo: solo, água, ambiente, utensílios, manipuladores – fica a dúvida que só será respondida ao final das investigações.

De toda forma é importante acompanharmos este caso com atenção, mas já nos deixa a lição de que até mesmo alimentos mais improváveis podem ser causa de surtos alimentares.

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É possível a transmissão de coronavírus por alimentos?

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Recentemente o Ministério da Agricultura emitiu uma nota sobre o caso de coronavírus em ave exportada para China, mas a informação não está concluída. Ninguém sabe se foi na ave, na embalagem, na caixa dos pacotes (uma amostra de asa de frango congelada com chance baixa de ser encontrado resto de material genético (ácido nucléico), sem confirmações e respostas não oficializadas). Vale ressaltar que não é quantidade suficiente. Mas qual seria a quantidade então? Depende do grupo de risco, por ser uma doença multifatorial, além de células respiratórias também encontra-se no coração e no intestino (presença em fezes de pessoas infectadas pelo SARS-CoV2), porém é conhecido que a entrada é pelas vias aéreas superiores e não pela comida.

A explicação de por que o novo coronavírus não é transmitido pelos alimentos vem das aulas de virologia, pois o vírus não se multiplica sozinho em lugar nenhum, ele precisa parasitar, não é vivo, aproveita-se de outras células. Coronavírus é respiratório de humanos e animais (mercados úmidos onde há animais silvestres), mas não necessariamente ao comer uma sopa de morcegos, porém pode ter saído dos animais e entrado no ser humano, pelas gotículas do sistema respiratório do animal ou pela manipulação logo após. Por isso hábito de higiene é a medida mais básica e mais efetiva contra este agente.

Atualmente a OMS desaconselha o consumo de alimentos de origem animal crus, mas é remota a chance de contágio por este vírus, pode ser por contaminação do manipulador, sendo mais comum um víbrio por sobreviver no pescado cru e se multiplicar.

Outra questão discutida é sobre a necessidade de a indústria de alimentos monitorar superfícies de contato com positividade para o coronavírus. Esta questão é complicada, mesmo nas “querências” de auditores. Pelas literaturas disponíveis atuais, pesquisas em superfícies e embalagens são perda de tempo, com este propósito. A probabilidade em superfícies é mínima de achar um restinho de ácido nucléico, incluindo para as mãos de manipuladores.

Seguem alguns endereços para esclarecimentos sobre o tema:

http://forc.webhostusp.sti.usp.br/

http://alimentossemmitos.com.br/categoria/coronavirus

http://abcs.org.br/materiais-e-publicacoes/

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Compras em supermercado: o novo normal

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Com a pandemia, muitos hábitos antigos deram lugar ao “novo normal”, aliás passamos a ter procedimentos, regras e normas para muitas atividades que antes eram realizadas de forma automática. As compras de supermercado, por exemplo, tema já abordado aqui no blog, sempre tiveram algumas recomendações de segurança, mas as pessoas que as cumpriam eram taxadas de neuróticas. Agora essa neurose faz parte do novo normal. A questão é: até quando? Será que as pessoas vão mesmo mudar alguns hábitos?

Os supermercados tiveram que realizar diversas mudanças em seus protocolos e você também pode tomar alguns cuidados para reduzir a propagação da covid-19 durante as compras. Apesar de marcadores no piso, telas protetoras nos caixas e uso obrigatório de máscaras, muitas pessoas não respeitam as recomendações das autoridades sanitárias. Para ir às compras, é necessário higienizar as mãos e depois colocar a máscara para se proteger contra eventuais gotículas suspensas no ar ou de pessoas que não respeitem as regras de distanciamento. É imprescindível respeitar a distância mínima e uma forma de determinar essa medida é utilizar o carrinho como parâmetro.  

Até agora não há comprovação de que a comida possa ser veículo para o vírus; especula-se, no entanto, que as embalagens possam transportar o vírus e que ele pode permanecer ali por um período suficiente para viajar até sua casa junto com as compras.

Veja a seguir o que fazer para tornar sua visita ao supermercado mais segura e agradável. Enquanto você está na loja, há várias coisas que podem ser feitas para reduzir as chances de pegar ou espalhar o coronavírus:

  1. Use máscara;
  2. Atenha-se à regra do distanciamento de 2 metros;
  3. Respeite as filas;
  4. Procure concentrar as compras em um único dia;
  5. Atente-se aos horários prioritários;
  6. Lave as mãos ou higienize-as com álcool gel;
  7. Toque apenas nos alimentos que vai comprar;
  8. Compre apenas o que precisa;
  9. Evite levar crianças ao supermercado;
  10. Pague com cartão;
  1. Use máscara: muitos estabelecimentos já tiveram problemas com pessoas que ainda se recusam a utilizar este recurso. Há forte recomendação e evidências indicando que cobrir o rosto pode reduzir a transmissão de coronavírus, portanto cabe a cada um de nós fazer a sua parte;
  2. Atenha-se a regra do distanciamento de 2 metros: Manter distância de outras pessoas, especialmente em ambientes fechados, é um dos melhores passos que você pode tomar para impedir a propagação. As marcações e as sinalizações do piso são para ajudar, respeite-as;
  3. Respeite as filas: este é outro ponto em que os brasileiros sempre deram um “jeitinho”. Ok, ninguém gosta de permanecer enfileirado, é verdade, ainda mais se tem um conhecido mais a frente…vamos até lá bater um papo, só que não! Agora é preciso pensar um pouco nas consequências graves que estes atos podem gerar. É preciso respeitar a lotação máxima dos estabelecimentos. Isso não é frescura, é segurança;
  4. Procure concentrar as compras em um único dia: isso quer dizer que você pode e deve utilizar o serviço delivery, muitos mercados locais estão oferecendo este serviço e assim você também ajuda o comércio local. Muitas idas ao supermercado só aumentam suas chances de se contaminar ou propagar o vírus;
  5. Atente-se aos horários prioritários: muitas lojas em todo o Brasil estão oferecendo horários alternativos para compra prioritária aos grupos de risco, geralmente no primeiro horário, assim que a loja foi totalmente higienizada e possui movimento menor. Esta é uma forma de se sentir mais seguro ao ir às compras;
  6. Lave as mãos ou higienize-as com álcool gel: essa é ainda a melhor forma de evitar a contaminação aliada aos cuidados como não tocar a face enquanto não lavar as mãos, é claro. A maioria das lojas colocou à disposição instalações para higiene das mãos e álcool gel, inclusive com acionamento por pedal, o que é ainda mais seguro. Faça a sua parte;
  7. Toque apenas nos alimentos que vai comprar: adoramos apalpar as frutas, verificar  rótulos, ver se há produto com data de produção mais recente na prateleira…mas é preciso tocar menos. Isso impedirá que você deixe germes nos itens que outras pessoas vão tocar mais tarde.
  8. Compre apenas o que precisa: a compra de mais produtos do que você precisa, pode impactar toda cadeia de suprimentos e pode faltar para outras pessoas. Mais do que nunca é preciso pensar coletivamente.
  9. Evite levar crianças ao supermercado: as crianças têm mais dificuldade em manter o distanciamento e são mais propensas a tocar em superfícies ou até mesmo no piso, aliás quantas não foram flagradas lambendo os carrinhos de supermercado ou barras de apoio? Melhor não passar pelo susto, não é mesmo?
  10. Pague com cartão: neste momento quanto menos a gente manipular o dinheiro, melhor. Existem inclusive sistemas para pagamento sem toque que se popularizaram durante a pandemia.

Muitos supermercados adotaram diversas medidas de higiene que antes a gente não via com frequência como a higienização de carrinhos. Fique atento aos procedimentos e exija que esses cuidados permaneçam.

Fazer compras em ambientes abertos como feirinhas de bairro também é uma forma de evitar o contágio se houver respeito às regras é claro, como distanciamento, uso de máscaras e higienização.

Não esqueça que, ao chegar em casa, ainda há bastante trabalho a fazer como higienizar as mãos, tirar os calçados e higienizar as compras. Lave tudo com água corrente e coloque umas gotas de água sanitária para inativar qualquer tipo de vírus. Mais dicas podem ser acessadas em post aqui do blog.

Usar álcool gel a 70% após tocar superfícies, produtos e outras pessoas; evitar falar excessivamente, rir, tossir, bocejar, espirrar, tocar nos olhos, nariz e boca enquanto escolhe os produtos expostos; preferir produtos previamente embalados, evitando tocar os produtos em exposição; e não degustar bebidas e alimentos no interior dos estabelecimentos comerciais, entre outras orientações, fazem parte da lista de cuidados que ajudam a evitar a contaminação.

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