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Integrando inteligência artificial aos processos de controle de qualidade: oportunidades e desafios

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Seja pioneiro ou fique para trás: como a indústria 4.0 está redefinindo padrões de qualidade

Premissas

Centralizar todas as informações do Controle de Qualidade em um único local torna-se ainda mais eficiente quando integrado com a inteligência artificial. Imagine um software de gestão de dados (microbiológicos, físico-químicos e correlatos) e controle de qualidade 4.0 impulsionado pela capacidade de aprendizado e análise preditiva da inteligência artificial. Essa abordagem proporciona não apenas flexibilidade, agilidade e robustez, mas também uma camada adicional de otimização.

Incorporar inteligência artificial, em dados do Controle de qualidade é revolução presente já aplicada em algumas grandes empresas, para tratamento dos dados com foco em tomadas de decisões. Dessa forma, é possível gerenciar os dados de forma simplificada, mas também elevar a capacidade de antecipação de tendências, identificar padrões e sugerir melhorias proativas. Isso permite que a indústria invista mais tempo nas decisões estratégicas, embasadas em informações confiáveis geradas pela combinação de dados e conhecimento. A redução de processos manuais torna-se não apenas uma questão de eficiência, mas uma evolução para um processo de tomada de decisão mais informado e ágil.

 Benefícios

A incorporação de inteligência artificial (IA) em sistemas de gestão de qualidade traz uma transformação significativa na maneira como as indústrias monitoram e controlam a qualidade dos seus produtos. Esse avanço representa a convergência entre tecnologia e práticas de gestão de qualidade, criando um ecossistema inteligente que otimiza continuamente os processos produtivos e de controle. Vamos detalhar os benefícios e as funcionalidades que um sistema de gestão de qualidade 4.0, impulsionado por IA, pode oferecer:

  1. Redução de Custos
    Prevenção de falhas: A IA pode prever e identificar falhas no processo produtivo antes que elas ocorram, reduzindo drasticamente os custos associados a perdas de produção e retrabalho.
    Otimização do uso de recursos: Algoritmos de IA podem otimizar o uso de matérias-primas e energia, diminuindo desperdícios e reduzindo os custos operacionais.
    Automatização de processos de controle de qualidade: A IA pode automatizar tarefas repetitivas e demoradas de inspeção e controle de qualidade, liberando recursos humanos para tarefas mais estratégicas.
  2. Decisões Ágeis
    Resposta rápida a desvios de qualidade: Com a capacidade de monitoramento em tempo real, sistemas baseados em IA podem detectar desvios de qualidade instantaneamente, permitindo correções ágeis e evitando a propagação de problemas.
    Análise preditiva para tomada de decisão: Através da análise de grandes volumes de dados, a IA proporciona insights preditivos que apoiam a tomada de decisões estratégicas, antecipando tendências e permitindo ações proativas.
    Flexibilidade na produção: A IA possibilita uma adaptação rápida a novas demandas de mercado ou mudanças nos padrões de qualidade, garantindo que a produção se mantenha eficiente e alinhada às expectativas dos clientes.
  3. Melhoria Contínua
    Aprendizado constante: Sistemas alimentados por IA são capazes de aprender continuamente com os dados gerados, melhorando progressivamente a eficácia dos processos de controle de qualidade.
    Inovação em produtos e processos: A análise avançada de dados permite identificar oportunidades de inovação, tanto na melhoria dos produtos existentes quanto no desenvolvimento de novos processos produtivos.
  4. Rastreabilidade e Conformidade
    Garantia de conformidade: A capacidade de monitorar e documentar automaticamente todos os aspectos de qualidade do processo produtivo, conformes e não conformes, avaliar riscos, e sugerir tratativas de forma extremamente mais rápida.
    Transparência na cadeia de suprimentos: A IA pode oferecer visibilidade total sobre a cadeia de suprimentos, melhorando a rastreabilidade dos produtos e aumentando a confiança dos consumidores.
  5. Segurança e Qualidade do Produto
    Detecção precoce de contaminação: No contexto de indústrias alimentícias, por exemplo, a IA pode detectar sinais precoces de contaminação microbiana, garantindo a segurança de alimentos e a qualidade do produto.
  6. Experiência do Cliente
    Personalização da produção: A IA permite a customização em massa, adaptando produtos às preferências individuais dos clientes sem comprometer a eficiência do processo produtivo.

Esses benefícios evidenciam como a IA transforma os sistemas de gestão de qualidade, tornando-os mais eficientes, adaptáveis e capazes de atender às exigentes demandas do mercado atual.

 Internalização da Qualidade 4.0

A Neoprospecta oferece serviços que integram inteligência artificial (IA) e sequenciamento de DNA para análises preditivas e preventivas, tornando essa tecnologia acessível a diversas indústrias. Eles auxiliam os clientes a internalizar essas soluções avançadas, facilitando a implementação de controles de qualidade mais eficazes, identificação de riscos microbiológicos e otimização de processos produtivos. Isso permite às empresas melhorar a segurança dos alimentos, a sustentabilidade e a eficiência operacional, adaptando-se às necessidades específicas de cada indústria.

Além dos benefícios iniciais, a metodologia da Qualidade 4.0 foca a redução de custos, retrabalho e a previsibilidade de investimentos, essenciais para o setor da Qualidade. Essas soluções permitem às indústrias antecipar e mitigar riscos, garantindo uma produção mais eficiente e de alta qualidade. O uso de IA e sequenciamento de DNA ajuda na economia de recursos, minimiza erros e assegura a segurança de alimentos, destacando-se como um investimento estratégico para melhorar a competitividade e a sustentabilidade no mercado.

Essa tecnologia é implementada com 100% de alinhamento ao plano estratégicos da empresa, business plan, guidelines e principais objetivos da empresa.

O Processo de Internalização é mais simples do que pode parecer. A inteligência Artificial da Neoprospecta fica hospedada em nuvem, o cliente só precisa de login e senha e um processo de configuração inicial para a IA responder aos seus dados  e começar a gerar resultados surpreendentes.

Funções da IA, desenvolvida pela Neoprospecta, para a Indústria

  1. Centralização de Dados
    A centralização de todas as informações relacionadas ao controle de qualidade (dados microbiológicos, físico-químicos e correlatos) em um único local facilita o acesso, a interpretação e a gestão desses dados. Isso é crucial para a integridade dos dados e para a tomada de decisão baseada em informações precisas e atualizadas.
  2. Análise Preditiva
    A capacidade de análise preditiva permite ao sistema antecipar problemas de qualidade antes que eles ocorram, sugerindo ações preventivas. Isso é possível através do processamento e análise de grandes volumes de dados (Big Data) para identificar tendências e padrões.
  3. Identificação de Padrões
    A IA pode identificar padrões complexos nos dados que seriam difíceis de detectar manualmente. Isso inclui a correlação entre diferentes variáveis que podem afetar a qualidade do produto, possibilitando uma compreensão mais profunda dos processos de produção.
  4. Sugestões Proativas
    Com base na análise dos dados, o sistema pode sugerir melhorias nos processos de produção ou controle de qualidade. Isso não apenas ajuda a evitar problemas de qualidade, mas também otimiza o desempenho geral da produção.
  5. Redução de Processos Manuais
    A automação dos processos de coleta e análise de dados reduz a necessidade de intervenção manual, diminuindo o risco de erros humanos e aumentando a eficiência operacional.
  6. Tomada de Decisão Informada
    A combinação de dados centralizados e análises preditivas proporciona insights acionáveis que fundamentam a tomada de decisões estratégicas. Isso permite que as indústrias se concentrem em inovações e melhorias contínuas, com base em dados confiáveis.
  7. Flexibilidade, Agilidade e Robustez
    Um sistema de gestão de qualidade 4.0 é projetado para ser flexível, adaptando-se facilmente a mudanças nos processos de produção ou nas regulamentações de qualidade. Sua agilidade na análise de dados permite respostas rápidas a qualquer questão de qualidade, enquanto a robustez do sistema assegura a confiabilidade e a precisão dos dados.

A integração da inteligência artificial em sistemas de gestão de qualidade é uma evolução natural na era da Indústria 4.0, representando um salto qualitativo na forma como as indústrias abordam o controle de qualidade. Essa abordagem não apenas melhora a eficiência e a eficácia dos processos de qualidade, mas também habilita as empresas a serem mais proativas, inovadoras e competitivas no mercado.

Todas essas funções você pode encontrar no Software mais avançado para o setor de Controle de Qualidade, saiba mais.

 

 

Integrar inteligência artificial aos processos de controle de qualidade representa uma oportunidade transformadora para a indústria, proporcionando flexibilidade, agilidade e robustez. A centralização de dados e a análise preditiva permitem antecipar problemas e otimizar processos, reduzindo custos e melhorando a tomada de decisão. A Neoprospecta oferece soluções avançadas, alinhadas aos objetivos estratégicos das empresas, para garantir uma produção mais eficiente e segura.

Para saber mais sobre como a Neoprospecta pode revolucionar o controle de qualidade na sua indústria, visite nosso site e descubra nossas soluções baseadas em inteligência artificial.

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Além da colheita: como a tecnologia ULTRAFOG®® da TERRANOVA está redefinindo a segurança e qualidade das maçãs

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A maçã é uma das frutas mais queridas dos brasileiros, mas poucas pessoas conhecem o peculiar ciclo de produção da maçã.

Um pouco de história… Até 1970, toda maçã consumida no Brasil era importada. Entretanto, esse cenário mudou consideravelmente desde então, e atualmente nosso país é autossuficiente em maçã e está classificado como o 11º colocado no ranking dos países produtores da fruta (Fonte: Associação Brasileira dos Produtores de Maçã).

Apesar da popularidade da maçã, é fundamental compreender o cuidadoso processo de produção por trás dessa fruta, especialmente quando se trata de segurança de alimentos. Desde a colheita até a chegada ao consumidor final, garantir a qualidade e a segurança das maçãs é uma prioridade essencial em toda a cadeia de produção.

Quando a fruta chega do campo para os packing-houses, essa maçã passa por um processo de classificação, limpeza e desinfecção. Ao longo dos anos, os processos foram evoluindo e, com a ajuda de empresas especializadas na desinfecção de frutas e vegetais, hoje temos a possibilidade de ter frutos sadios, com ótimo shelf life e livre de resíduos, com a utilização de ácido peracético orgânico no processamento.

Ao longo deste artigo, exploraremos os desafios enfrentados na manutenção da segurança do alimento durante o processo de pós-colheita das maçãs e como inovações tecnológicas, como a aplicação do HAVOXIL 250 através da tecnologia ULTRAFOG®®, estão desempenhando um papel crucial na redução das podridões de pós-colheita e na promoção da segurança e qualidade dos alimentos.

 Desinfecção com ácido peracético no pós-colheita

Após a colheita, as maçãs passam por um processo rigoroso de desinfecção, onde o ácido peracético é aplicado para eliminar microrganismos patogênicos presentes na superfície da fruta. O ácido peracético é escolhido devido à sua rápida ação antimicrobiana e ao seu perfil de segurança, uma vez que se decompõe em produtos não tóxicos. Essa etapa é fundamental para garantir a segurança e a qualidade das maçãs antes de serem armazenadas.

 Aplicação via ULTRAFOG® da TerraNova

A tecnologia ULTRAFOG® da TerraNova representa um avanço significativo no controle de pós-colheita das maçãs. Ao transformar o ácido peracético em uma névoa seca fina, a tecnologia ULTRAFOG® garante uma cobertura uniforme e completa das maçãs, mesmo em áreas de difícil acesso. Além disso, a aplicação via ULTRAFOG® permite desinfetar as maçãs durante o período de estocagem em atmosfera controlada, preenchendo uma lacuna no controle de pós-colheita.

Pensando nesse desafio e com o objetivo de reduzir as perdas de alimentos e econômicas dos produtores, a TERRANOVA iniciou um ciclo de testes e validações para comprovar a eficiência da redução de podridões de pós-colheita através da aplicação do HAVOXIL 250, utilizando a tecnologia ULTRAFOG®®.

Após a colheita, os frutos foram armazenados em câmaras frigoríficas com atmosfera controlada (AC), onde foram aplicados o HAVOXIL 250 através da tecnologia ULTRAFOG® da TERRANOVA, a cada 7 ou 14 dias. Os resultados revelaram uma redução significativa nas podridões, como o Mofo-Azul, Mofo-Cinzento e Podridão-Olho-de-Boi, com índices de controle acima de 70% (Fonte: BONETI, J.I. Efeito da aplicação do HAVOXIL 250, com uso da tecnologia ULTRAFOG, no controle das podridões de maçã em pós-colheita, cv. Fuji. São Joaquim/SC).

No geral, a soma de todas as podridões foi reduzida em 6,5% na saída da câmara frigorífica (AC), alcançando 18,9% no teste de prateleira. Esses resultados destacam o potencial do HAVOXIL 250, combinado com a tecnologia ULTRAFOG® da TERRANOVA, para controlar efetivamente as podridões pós-colheita, garantindo maior qualidade e vida útil das maçãs (Fonte: BONETI, J.I. Efeito da aplicação do HAVOXIL 250, com uso da tecnologia ULTRAFOG, no controle das podridões de maçã em pós-colheita, cv. Fuji. São Joaquim/SC).

Os resultados do estudo confirmam a eficácia das aplicações do HAVOXIL 250, combinadas com a tecnologia ULTRAFOG® da TERRANOVA, na redução significativa das podridões pós-colheita em maçãs ‘Fuji’. Com taxas de controle de até 92,3% para diversos fitopatógenos, incluindo o Mofo-Azul, o Mofo-Cinzento e a Podridão-Olho-de-Boi, observamos uma notável melhoria na qualidade e na vida útil das frutas (Fonte: BONETI, J.I. Efeito da aplicação do HAVOXIL 250, com uso da tecnologia ULTRAFOG, no controle das podridões de maçã em pós-colheita, cv. Fuji. São Joaquim/SC).

Além disso, o teste de prateleira também demonstrou benefícios, com os frutos tratados apresentando menor incidência de podridões em comparação com os frutos não tratados. As aplicações a cada 7 dias mostraram-se mais eficazes do que a cada 14 dias.

Esses resultados destacam o potencial do HAVOXIL 250, combinado com a tecnologia ULTRAFOG® da TERRANOVA, para controlar efetivamente as podridões pós-colheita, garantindo maior qualidade e vida útil das maçãs.

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Pessoas, tecnologia e direito entre as pautas do Encontro de Profissionais da Garantia da Qualidade

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É comum que os profissionais que atuam em gestão da qualidade sejam os mesmos que respondem pela segurança dos alimentos. Pensando nisso, a sbCTA identificou com zelo temas de interesse para as pessoas que acumulam cada vez mais funções e enormes responsabilidades na indústria de alimentos.

A ideia é levar ao público insights que ajudarão na tomada de decisão, valorizando as necessidades humanas de saúde mental, sucesso e felicidade. Estes insights também virão do uso sábio da tecnologia. As apresentações ainda nos inspirarão com estudos de caso, que são ferramentas que poderão ser aplicadas no cotidiano.

Confira a programação preliminar:

09/05

O poder da mentalidade de qualidade aplicada na cadeia de valor. Alex Fernandes.

Conectividade e digitalização em food safety: descomplicando e facilitando a rotina. Hygiena. Camila França e Pedro Paulo Cruz.

Saúde emocional as demandas de qualidade: desafios do dia-a-dia. Daniel Gonçalves, psicólogo clínico.

The Digital and the Sanitized: Integrating Digitalisation for Strategic Supply Chain Hygiene. Vladimir Surkinski, ENFIT

Responsabilidade e corresponsabilidade técnica: como os profissionais da garantia da qualidade podem se proteger frente a demandas jurídicas. Marco Torronteguy

#InovaçãoHigiênica drenagem segura integrada à indústria moderna. Adriana Sakata

Gestão de food safety no e-commerce. Erica Vianna

Felicidade Corporativa – A Jornada da Felicidade na HEINEKEN Brasil. Lívia Azevedo, Diretora de Felicidade Corporativa, Heineken

Dia 10/05 (em construção)

Inteligência artificial na cadeia de alimentos. João Galdino

Inteligência artificial e aprendizagem de máquina aplicados à predição de riscos microbiológicos e controle de qualidade na indústria. Luiz Fernando Valter de Oliveira

Mesa redonda: Esquemas de certificação como impulsionadores de novas competências
Juliane Silva, BRCGS
João Stein, IFS
Juliani Arimura, FSSC 22000
Palova Dieter, SQF

O sucesso não ocorre por acaso. David Savá

Onde: No Instituto Agronômico em Campinas

Inscreva-se aqui

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Como o Bem-estar Animal impacta a produção da carne bovina

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Impulsionado por práticas avançadas aliadas às inovações tecnológicas, o agronegócio evolui para um novo patamar através do Bem-estar Animal. Ao priorizar planejamento, infraestrutura e boas práticas, a indústria oferece produtos de qualidade excepcional, consolidando sua posição de destaque no mercado.

 

Para suprir a alta demanda alimentar, as indústrias e empresas do agronegócio vêm apostando em novas tecnologias com o intuito de ampliar a produtividade. Entretanto, além de avaliar o volume de mercadorias, é importante considerar a qualidade dos produtos oferecidos. Essa preocupação ganha destaque devido ao crescente número de pessoas que zelam pela sustentabilidade, abrangendo tanto o impacto ambiental quanto o tratamento dado aos animais.

A partir disso, foi percebido que investir em Bem-estar Animal poderia estar diretamente ligado a elevados níveis de produção. Desse modo, as cadeias produtivas de proteína animal começaram a focar em planejamento, infraestrutura e boas práticas de manejo, e, como resultado, os produtos passaram a apresentar melhor qualidade, desperdício mínimo e boa entrada no mercado.

Mas o que significa Bem-estar Animal e de que forma ele beneficia produtores e consumidores? E na prática, como garantir o conforto do gado de corte e que impacto isso tem na lucratividade da bovinocultura? Neste artigo, trazemos as respostas.


O que é Bem-estar Animal e seus benefícios?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), o Bem-estar Animal refere-se ao estado em que o animal consegue se ajustar às condições em que vive, estando saudável, confortável, bem nutrido, seguro, expressando seus comportamentos inatos e sem que esteja em estado de dor, angústia, medo e sofrimento.

A preocupação pelo bem-estar animal surgiu na década de 1960, inicialmente relacionado à criação de bovinos e, posteriormente, estendido a outras espécies que suprem as demandas alimentares do ser humano. Além dos cuidados envolverem questões éticas, eles também estão ligados à conscientização a respeito da qualidade dos alimentos consumidos.

Estudos já evidenciaram que, ao viverem sob condições de temperatura e umidade ideais para o bom funcionamento de seu metabolismo, os animais são capazes de produzir leite, ovos e carne em maior quantidade e excelência. E, mesmo com o avanço do melhoramento genético para aves, bovinos e suínos, seu verdadeiro potencial só é alcançado quando há uma atenção conjunta para a saúde, higiene, ambiente, manuseio e tratamento desses animais.

Como garantir as boas práticas de Bem-estar Animal?

Existem algumas melhorias que podem ser implementadas para asseguras o Bem-estar Animal:

  • Investir em boas instalações: os animais devem estar alocados em ambientes com temperatura e umidade ideais, além de terem espaço suficiente para poder se locomover e se deitar.
  • Garantir uma nutrição de qualidade: alimentos balanceados são cruciais para garantir a saúde do animal e a qualidade do produto final. Com bons alimentos, melhor será a digestibilidade dos animais e maior será a capacidade em converter os nutrientes em produtos de qualidade
  • Manter o status sanitário: manter a vacinação em dia. Animais doentes devem ser isolados e tratados separadamente e a propriedade deve ser limpa de acordo com o controle de zoonoses
  • Investir na capacitação da equipe: todas as pessoas que lidam com os animais devem conhecer as particularidades das espécies, saber as boas práticas de manejo e serem capazes de agir com rapidez e eficiência frente a qualquer eventualidade.

Qual o impacto do Bem-estar Animal no negócio?

Hoje, a bovinocultura de corte segue em alta no país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de carne bovina do Brasil aumentou 10,8% no segundo trimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, para um volume equivalente a 2,17 milhões de toneladas de carcaça. Para este ano, a estimativa segue crescente, podendo atingir 11,38 milhões de toneladas.

Já no volume de exportação, o país bateu recorde in natura no primeiro semestre de 2023, conforme divulgado no boletim de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), evidenciando o segundo maior resultado da história na Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Todas essas referências demonstram a importância de investimento neste setor, ampliando os cuidados com a cadeia produtiva de carne bovina, a atenção com o Bem-estar Animal e a cautela com o abate e o manuseio do produto. Dessa forma, a notável expansão da demanda nacional e internacional continuará impulsionando o aumento do volume de produtos tanto em nosso território quanto em destinos internacionais.

A princípio, este processo de aperfeiçoamento eleva os custos operacionais, uma vez que é preciso fazer aplicações em diferentes tecnologias que envolvem infraestrutura, produção de alimento e sanidade. No entanto, a longo prazo, o que antes era visto como gasto, transforma-se em investimento. Essas melhorias impulsionam a produtividade e a qualidade dos resultados, assegurando a utilização eficiente dos recursos e, por conseguinte, aumentando a rentabilidade do negócio.

Também como impacto positivo, existe uma parcela significativa da população, especialmente no âmbito internacional, que está disposta a investir em produtos que se destaquem pela sua qualidade superior e sejam frutos de um sistema de produção que leva em consideração as questões éticas e ambientais. O produtor que incorpora tais responsabilidades ao seu planejamento empresarial está, sem dúvida, trilhando um caminho de sucesso no campo agropecuário.

Manejo pré-abate: impactos críticos na qualidade da carne

O conhecimento do comportamento animal na bovinocultura é vital para evitar produtos de qualidade inferior. O manejo pré-abate inadequado, como o transporte estressante, pode comprometer o bem-estar e a qualidade das carcaças. O desembarque no abatedouro exige cuidados, evitando métodos agressivos e provendo conforto antes das etapas subsequentes do abate.

A qualidade da carne abrange elementos como pH, cor, textura, retenção de água, quantidade de gordura, maciez, sabor e suculência, todos influenciando a decisão de compra do consumidor. O conhecimento dos processos na cadeia produtiva, desde a propriedade rural até a indústria frigorífica, é essencial.

Fatores estressantes desencadeiam reações bioquímicas e sensoriais, resultando em perda de suculência e maciez, como no caso do jejum prolongado, que pode reduzir as reservas de glicogênio e retardar a diminuição do pH. Isso resulta na carne DFD (dark, firm, dry – escura, dura e seca), menos aceitável para o consumidor. Outros elementos como temperatura, umidade, luz, ruído, espaço, resistência ao estresse do animal e genética também afetam negativamente, influenciando na degradação do glicogênio muscular (LAWRIE, 2005).

Em situações de jejum reduzido, altos níveis de glicogênio muscular podem surgir, levando a uma maior produção de ácido lático e a uma diminuição rápida do pH muscular. Esse processo resulta na desnaturação parcial das proteínas, resultando em carne com aparência pálida e flácida, conhecida como PSE (pale, soft, exudative – pálida, mole e exsudativa). Isso é percebido negativamente pelos consumidores, afetando o rendimento, a retenção de água e a absorção do sal de cura. Para minimizar a incidência de carne PSE, recomenda-se o embarque imediato dos animais no frigorífico, evitar o uso excessivo de bastões elétricos, proporcionar água para equilibrar a temperatura corporal, respeitar o período de descanso prévio ao atordoamento e conduzir os animais com tranquilidade, seguindo as normas de bem-estar animal (MAGANHINI et al., 2007).

Entre os desafios mencionados, destaca-se o impacto significativo na palatabilidade e na durabilidade da carne. Porém, garantindo o bem-estar e o manejo adequado ao gado de corte, o pH, a cor, o sabor e a textura do alimento se mostram conformes ao paladar e à saúde dos consumidores.

Boas práticas de manejo durante o pré-abate

Conheça algumas boas práticas para manejo pré-abate de bovinos de corte:

  1.  Transporte adequado até o local de abate;
  2.  Carregar o número apropriado de bovinos nos caminhões de transporte;
  3.  Embarque e desembarque dos animais com tranquilidade, movimentando-os de forma silenciosa e em pequenos grupos;
  4.  Manter as instalações adequadas, evitando extremidades pontiagudas que possam provocar lesões;
  5.  Evitar lotes de bovinos de tamanhos e idades diferentes antes do embarque ou no curral de espera do frigorífico;
  6.  Contar com uma equipe qualificada e treinada;
  7.  Aplicar medicamentos e vacinas em regiões recomendadas;
  8.  Respeitar os animais, minimizando o uso de choques elétricos ou bastões na condução deles.

A importância da capacitação dos funcionários

Para mitigar os efeitos negativos do manejo pré-abate sobre o Bem-estar Animal, é importante investir em treinamentos constantes e capacitação dos funcionários. O gado deve ser manuseado de forma tranquila, sem grandes intercorrências, seguindo os procedimentos de transporte, embarque e desembarque.

No intuito de melhorar o bem-estar dos bovinos, reduzir lesões e alcançar ganhos econômicos, é conveniente considerar a bonificação dos resultados dos funcionários. É essencial, ainda, que todo esse processo seja supervisionado por um líder, garantindo a redução de contusões e fraturas que possam resultar na condenação de partes valiosas da carcaça e da própria qualidade da carne.

Certificação de Bem-estar Animal: conduzindo uma produção responsável e ética

É essencial estabelecer a relação entre o Bem-Estar Animal e a qualidade do produto final, visando inicialmente conscientizar produtores e colaboradores sobre como melhorias no tratamento dos animais elevam a produtividade e a excelência do produto. Num segundo momento, é crucial esclarecer aos consumidores os benefícios de escolher um produto que adere a princípios éticos, resultando em uma valorização substancial.

“A certificação de Bem-estar Animal engloba o sistema de criação, neste caso para bovinos em sistema de confinamento e abate, baseada nas condições das instalações/ estruturas, manejo sanitário, controle de calor, acesso a água e alimentos de boa qualidade, transporte, manejo, capacitação da equipe, etc.”, explica Roberta Cunha, Gerente de Operações da QIMA/WQS, certificadora global que tem a Certificação de Bem-estar Animal como uma das principais soluções em sua cartela de serviços. “Por meio da certificação, produtores e frigoríficos não apenas validam sua conformidade com os requisitos mencionados, mas, acima de tudo, reforçam seu compromisso com esse tema tão crucial atualmente: o Bem-Estar Animal. Produzir não é apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade de fazê-lo com total respeito aos animais”, destaca.

Ao unir esforços para vincular diretamente o bem-estar dos animais à qualidade do produto, estabelecemos uma abordagem mais ética e sustentável na produção de carne. Com a certificação de Bem-Estar Animal como ferramenta central, produtores e frigoríficos não apenas se adequam a padrões rigorosos, mas também assumem um compromisso essencial com o respeito aos animais. Essa perspectiva não só valoriza o produto aos olhos dos consumidores conscientes, como também define um padrão elevado para uma indústria alimentar que busca equilíbrio entre eficiência e responsabilidade ética.

 

Clique aqui e saiba mais sobre as certificações de Bem-estar Animal

Contato:
Departamento de Marketing
marketing@wqscert.com

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A revolução da fruticultura sustentável: tendências e inovações

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O setor de fruticultura no Brasil está em expansão, destacando-se por promover a sustentabilidade, preservar a biodiversidade, gerar empregos e impulsionar o desenvolvimento regional.

A fruticultura brasileira produz cerca de 45 milhões de toneladas ao ano. Devido às boas condições climáticas e de solo, o país possui uma grande diversidade de frutas, produzidas o ano todo, de acordo com as características dos biomas.

A prática de cultivo de frutas baseia-se nos princípios da sustentabilidade econômica, social e ambiental. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), só em 2021 o país exportou mais de 40 espécies, batendo um recorde de 1 bilhão de dólares. O principal destino foi a União Europeia, que rendeu ao Brasil 52,6% das  vendas.

Apesar do notável crescimento na produção, a fruticultura brasileira, que emprega cerca de 5 milhões de pessoas, representa apenas uma pequena fatia do mercado global. Isso abre oportunidades de investimento para agricultores visando expandir o setor e aumentar os lucros nacionais.

A agricultura orgânica, elemento essencial da sustentabilidade, tem espaço para crescer no Brasil em comparação com outros países, como República Dominicana, Equador, Peru e Colômbia. Isso aponta para oportunidades de desvendar novos mercados e atividades ainda não totalmente exploradas.

Fonte: https://agriculture.ec.europa.eu

Expansão de mercado

Embora o Brasil seja o terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás apenas da China e da Índia, suas exportações ainda estão em estágio inicial. Cerca de 95% da produção atende ao mercado interno, havendo potencial para aumentar as exportações. 

 De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o país possui um grande potencial para expandir a produção, o período de oferta e a participação no cenário global. A fruticultura ocupa apenas 0,3% do território, em comparação com os 7,8% ocupados por lavouras. Mesmo assim, gerou um aumento de 9% nos empregos formais ligados à agropecuária. Portanto, este é um momento propício para aqueles que desejam ingressar no setor de fruticultura e contribuir para o aumento do número de exportações.

O histórico de produção das principais frutas, entre elas manga, melão, uva, limão, maçã, melancia e mamão, evidencia um crescimento da produtividade, conforme aponta a Abrafrutas. Num período de 10 anos, de 2010 a 2020, a produção de mangas cresceu 32%, enquanto a área cultivada foi reduzida em 6%; isso representa alta de 40,3% na produtividade.

Fruticultura consciente: produzindo com responsabilidade e sustentabilidade

O mercado internacional de fruticultura é altamente competitivo, exigindo elevados padrões de qualidade na produção e comércio para se destacar. O Brasil está se consolidando como fornecedor de frutas sustentáveis, exigindo certificações independentes e de terceiros para demonstrar compromisso com atributos ambientais, sociais e de gestão.

A divisão de alimentos da QIMA, representada pela QIMA/WQS, QIMA/IBD e QIMA Produce, é uma referência sólida e abrangente para o setor alimentício, oferecendo certificações amplamente reconhecidas pela GFSI (Global Food Safety Initiative) e Inspeções, garantindo os mais elevados padrões de qualidade e conformidade.

Maximizando oportunidades e credibilidade

A adoção dessas práticas eleva a qualidade e competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional, posicionando o país como um dos principais fornecedores de frutas e elevando a visibilidade e prestígio das companhias no mercado internacional.

A obtenção das certificações exige o cumprimento rigoroso das normas de controle de defensivos. Para Alexandre Harkaly, Diretor de Integração Estratégica da QIMA IBD, “os padrões orgânicos podem eventualmente ser implementados para todas as práticas agrícolas. Ir além para preservar a saúde do solo, construir sistemas biodiversos, economizar água e atuar positivamente no social, além de atender às demandas prioritárias dos colaboradores, deve ser o objetivo de todos os agricultores”, afirma.

A QIMA destaca-se na vanguarda dessas certificações, reforçando o compromisso com padrões elevados de produção sustentável. Esta abordagem não apenas beneficia os clientes, mas também posiciona a empresa como líder na promoção de práticas agrícolas éticas e ecológicas.

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Como tornar a avaliação preditiva de risco microbiológico uma realidade na indústria?

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Você já se perguntou como a indústria de alimentos pode antecipar riscos microbiológicos e garantir a segurança dos produtos que chegam à mesa dos consumidores?

No contexto industrial, o termo “risco” pode ser utilizado num sentido mais amplo, abrangendo não só questões de segurança de alimentos, mas também questões de qualidade dos alimentos (uma vez que a qualidade pode ser alterada pela deterioração microbiana). Esses riscos são causados por perigos, que normalmente são abordados em sistemas básicos de controle de qualidade, como APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e BPF (Boas Práticas de Fabricação), por exemplo.

Além desses sistemas, ao longo dos anos as indústrias têm colocado em prática as tecnologias da Qualidade 4.0, que têm o potencial de revolucionar a forma como os alimentos são produzidos, processados e distribuídos.  Os recursos da era digital e da análise de dados são a base para uma gestão de qualidade eficiente. A partir deles, as indústrias passam a tomar decisões mais assertivas, com base em dados oriundos da própria planta de processamento e dos desafios encontrados diariamente na produção.

Dentro deste contexto surgem novas abordagens para o monitoramento microbiológico preventivo, como o uso de biologia molecular, que a partir do sequenciamento de DNA, data science e inteligência artificial, podem identificar micro-organismos preventivamente.

SEQUENCIAMENTO DE DNA E A NOVA ERA DA MICROBIOLOGIA DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Agências de saúde no Brasil e no mundo utilizam o sequenciamento de DNA de nova geração no controle de contaminações microbiológicas. Como exemplo, nos EUA o FDA (Food and Drug Administration) e o CDC (Center for Disease Control and Prevention) usam o sequenciamento de DNA para investigação de surtos causados por micro-organismos.

Os testes para identificação de micro-organismos no ambiente de fabricação ou no produto acabado são um passo importante na avaliação e verificação da eficácia de bons controles de fabricação / higiene e de processo.

Quando patógenos, por exemplo, são detectados em produtos acabados, uma etapa fundamental na análise da causa raiz é identificar a fonte de contaminação, ou seja, rastreabilidade de origem. Essas análises pontuais são realizadas normalmente quando o perigo microbiológico já está presente na planta industrial, sendo observados desvios na produção ou no produto final.

Para não atuar na defensiva aos perigos microbiológicos, nos últimos 10 anos é possível perceber que outras tecnologias vêm sendo aplicadas à microbiologia. Nesse cenário, novos horizontes se abriram com o uso da microbiologia preditiva, data science e inteligência artificial. Essas tecnologias, alimentadas com informações microbiológicas e dados relacionados, criam uma nova perspectiva no monitoramento de produtos e processos.

Se normalmente as indústrias utilizam metodologias para identificar micro-organismos potencialmente prejudiciais, aos humanos ou ao produto final, no futuro breve a perspectiva é que essas tecnologias consigam predizer o risco de um processo ou produto ser contaminado por alguma bactéria ou fungo. A partir dessa informação, os responsáveis pelo controle de qualidade poderão tomar uma ação preventiva antes da contaminação, de fato, acontecer.

 MICROBIOLOGIA PREDITIVA E A ANÁLISE DE RISCOS

A estrutura de análise de risco, conforme definida pela FAO, OMS e Comissão do Codex Alimentarius (CAC, 1999), consiste em três componentes: avaliação, gerenciamento e comunicação de risco. Cada uma delas contempla várias etapas a serem seguidas antes de se ter certeza dos riscos. No entanto, os dados gerados precisam ser rapidamente interpretados para traçar as ações necessárias em cada etapa da análise dos riscos.

Pensando na integralidade do processo, na automatização dos resultados gerados e na necessidade de avaliação rápida dos resultados, a Neoprospecta possui uma grande iniciativa na área de prevenção de riscos, chamada RIR (Relatório de Indicadores de Riscos) que combina diferentes abordagens como sequenciamento de DNA, cálculos matemáticos, matriz HAZOP, banco de dados de micro-organismos e axiomas microbiológicos.

Utilizando análises de sequenciamento de DNA, é realizada uma avaliação estratégica dos micro-organismos identificados em pontos da planta industrial.  Assim, obtém-se um alerta, de forma antecipada, da probabilidade de acontecer um desvio em indicadores como falha em higienização, shelf life, condições higiênico-sanitárias e/ou contaminação por patógenos.

 

O banco de informações de micro-organismos aliado a cálculos matemáticos preditivos faz com que o RIR apresente métricas dos riscos encontrados na produção, além de diagnosticar os locais que devem ter maior controle, evitando desvios do padrão de qualidade. Padrões estes que são estabelecidos pela legislação ou por procedimentos internos da indústria.

A apresentação do RIR é realizada através de um dashboard. Assim, a partir dos resultados, a alta gestão pode tomar uma ação corretiva em tempo hábil com base em dados reais da indústria.

Gráfico – Indicadores de risco na ferramenta RIR

A implementação dessa ferramenta na indústria permite comparar a eficiência de diferentes medidas de redução de risco e, mais precisamente, de diferentes configurações operacionais, prevendo o seu efeito no resultado final do processo. O RIR torna o uso preditivo de dados microbiológicos uma realidade na indústria, sendo um forte aliado da garantia dos padrões de qualidade dos alimentos.

O RIR, além de ser uma ferramenta de predição de riscos, é uma ferramenta extremamente intuitiva para tomada de decisões, tanto pela alta gestão quanto para todos os seus usuários internos da indústria. Diante dos resultados, o usuário consegue criar planos de ações para solucionar os problemas de formas preventivas ou corretivas, acompanhando todo o progresso das ações, os responsáveis e data de finalização das ações.

Dessa forma, os problemas microbiológicos são resolvidos cada vez mais preventivamente, e com completa compreensão da causa raiz, atuando na fonte do problema e trazendo ganhos de produtividade, redução de retrabalho e redução de custos.

AVALIAÇÃO DE RISCO COMO PADRÃO DE QUALIDADE

Algumas normativas da qualidade já trazem em seu escopo a análise preventiva dos riscos microbiológicos.

A FSSC 22000 (Certificação de Sistema de Segurança de Alimentos), por exemplo, em sua 6ª versão, trouxe alterações e aumento da abrangência de alguns requisitos, incluindo tópicos relacionados à avaliação de risco. A norma deixa explícito, por exemplo, que a organização deverá obter um programa de monitoramento ambiental baseado em risco para os patógenos relevantes, organismos deteriorantes e indicadores.

Mais recentemente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou a Portaria SDA Nº 736, de 29 de dezembro de 2022, que aprova os procedimentos para adesão dos abatedouros frigoríficos ao sistema de inspeção post mortem com base em risco, aplicáveis aos frangos de corte. Inicialmente, os frigoríficos que tiverem interesse poderão cadastrar-se no programa do MAPA, mas a partir de 2028 será uma obrigatoriedade o uso de gerenciamento de riscos.

Com a ferramenta de risco da Neoprospecta, as indústrias de alimentos podem explorar as estratégias essenciais para identificar, analisar e mitigar ameaças invisíveis, os tão temidos micro-organismos. Os resultados auxiliam a garantir a excelência da qualidade nas diferentes zonas da produção dos alimentos. 

Nós temos a expertise e uma diversidade de soluções moleculares para identificação e rastreabilidade de micro-organismos-alvos para a indústria de alimentos, como por exemplo, bactérias e fungos, sejam eles patógenos ou deteriorantes de alimentos. O conhecimento gerado por nossas soluções direciona a indústria de alimentos a garantir o controle de qualidade e a saudabilidade dos seus alimentos. 

Você tem dúvidas de como o sequenciamento de DNA e o uso de dados  podem auxiliar na prevenção de micro-organismos? Ou como usar ferramenta preventiva de riscos na sua empresa?

Queremos ouvi-lo, saber quais são as suas dúvidas a respeito do uso da microbiologia preditiva como ferramenta.  Entre em contato conosco no +55 48 988154226 ou comercial@neoprospecta.com

Referências

Baert, L.; McClure, P.; Winkler, A.; Karn, J.; Bouwknegt, M.; Klijn, A.; Guidance document on the use of whole genome sequencing (WGS) for source tracking from a food industry perspective. Food Control. Volume 130, December 2021, 108148. Acesso em: https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2021.108148

CAC (Comissão do Codex Alimentarius). Princípios e diretrizes para a condução da avaliação de risco microbiológico. CAC/GL 30-1999. Organização para a Alimentação e Agricultura e Organização Mundial da Saúde (FAO e OMS) ( 1999 ). Disponível online: https://www.fao.org/fao-who-codexalimentarius/sh-proxy/en/?lnk=1&url=https%253A%252F%252Fworkspace.fao.org%252Fsites%252Fcodex%252FStandards%252FCXG% 2B30-1999%252FCXG_030e_2014.pdf

Lawson, I.; Crafting the microworld: how Robert Hooke constructed knowledge about small things. The Royal Society. Published:16 December 2015. Acesso em: https://doi.org/10.1098/rsnr.2015.0057

New era of smarter food safety- FDA’s blueprint for the future. Acesso em: https://www.fda.gov/food/new-era-smarter-food-safety/new-era-smarter-food-safety-blueprint

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Garantindo a segurança dos alimentos: como preparar sua empresa para o Programa IFS Global Markets

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O Programa IFS Global Markets é um padrão essencial para empresas que desejam garantir a segurança e a qualidade dos alimentos que produzem. Ele abrange todas as etapas da cadeia de produção alimentar, desde a matéria-prima até a embalagem e distribuição do produto. Sua implementação permite que a empresa atenda aos requisitos regulatórios e aumente a confiança do consumidor na qualidade e segurança dos seus produtos.

A implementação do IFS Global Markets pode parecer um processo desafiador, mas a QIMA/WQS, uma das principais empresas de certificação do mundo, desenvolveu este artigo com um passo a passo e os benefícios do Programa para ajudar as empresas a iniciarem o processo em acordo com a versão 3, a mais recente atualização.

Os benefícios do programa IFS Global Markets

O IFS Global Markets é um programa que combina uma lista de verificação e o Protocolo de Avaliação IFS para garantir a segurança de alimentos.
Confira as principais vantagens do IFS Global Markets [1]:

  • Incentivo aos fabricantes de alimentos de diferentes tamanhos e potenciais;
  • Gestão de qualidade e de segurança de alimentos usando um programa de desenvolvimento gradual;
  • Apoio às empresas em relação a uma estrutura de referência para capacitação e implementação que abrange, ainda, uma Avaliação de Mercados Globais padronizada da IFS;
  • Aplicação flexível da abordagem gradual em relação ao tempo, ponto de partida e conquista do nível final;
  • Introdução gradual da abordagem baseada em riscos e processos como ponto de partida;
  • Sistema de gestão de qualidade e segurança de alimentos abrangente, robusto e/ou certificável;
  • Abordagem sistemática e comparável para facilitar e ajudar as empresas dispostas  a obter o Programa IFS Food Standard durante um período de tempo definido;
  • Sistema de avaliação uniforme, consistente e diferenciado;
  • Abordagem para o processo de melhoria contínua junto com o IFS Global Sistema de pontuação de mercados;
  • Organismos de certificação/prestadores de serviços de avaliação e avaliadores qualificados;
  • Comparabilidade e transparência em toda a cadeia de abastecimento;
  • Facilidade no acesso ao mercado local e aceitação mútua ao longo da cadeia de abastecimento.

Mudanças e melhorias da Versão 3 da norma IFS Global Markets

É comum que os padrões relacionados à segurança de alimentos na indústria de alimentos sejam atualizados periodicamente, visando a melhoria contínua dos processos. Nesse sentido, uma das novidades para este ano de 2023 é o lançamento da nova versão do IFS Global Markets Food, o IFS Global Markets Food Versão 3, que tem como objetivo fomentar o desenvolvimento das empresas que atuam nesse setor. É importante destacar que as avaliações do IFS Global Markets Food versão 3 estarão disponíveis a partir de 1º de julho de 2023 e serão obrigatórias a partir de 1º de outubro do mesmo ano.

Para tornar a consecução desse objetivo mais acessível e eficiente, o IFS aprimorou vários pré-requisitos relacionados ao desenvolvimento de processos de segurança e qualidade de produtos. A seguir, apresentamos as principais mudanças e melhorias desta nova versão [2]:

  • A nova versão 3 do IFS Global Markets Food está em total conformidade com as normas IFS Food, Abordagem de Produto e Processo IFS, trilha de avaliação, novo Codex Alimentarius e as últimas legislações aplicáveis.
  • Introdução de 15 novos requisitos que visam garantir a conformidade com as exigências legais e abordar tópicos fundamentais essenciais, possibilitando uma melhoria na implementação de processos de gestão de qualidade e segurança de alimentos
  • De acordo com a metodologia IFS, a avaliação no local receberá 50% do tempo total de avaliação por parte dos avaliadores.
  • Uma diretriz/guia foi integrada à lista de verificação, tornando a implementação e verificação dos requisitos mais prática e conveniente.
  • Foram aprimorados a consistência dos níveis de requisitos e a divisão de alguns deles, de modo a adequá-los aos níveis individuais.
  • A nova versão 3 apresenta novas opções para avaliações, como as avaliações de acompanhamento, de extensão e voluntárias não anunciadas.
  • O programa foi redigido de forma mais consistente e didática, visando facilitar a compreensão dos usuários.

Conheça as Etapas do Processo do Programa IFS Global Markets

Passo 1 – Preparação para a Auditoria

Nesta fase, a empresa interessada em receber a auditoria no programa IFS Global Markets deve se preparar e selecionar um organismo de certificação para realizar a avaliação. A empresa deve também definir o escopo da avaliação e estabelecer um cronograma para as próximas etapas.

Passo 2 – Avaliação Inicial

A certificadora realiza a avaliação inicial, que consiste na verificação da conformidade da empresa com os requisitos estabelecidos pelo IFS Global Markets.

Passo 3 – Plano de Ação

Se durante a avaliação inicial forem identificadas não conformidades, a empresa deve elaborar um plano de ação para corrigir as falhas encontradas.

Passo 4 – Avaliação de Renovação

A avaliação IFS Global Markets tem validade de um ano; portanto, a empresa deve passar por uma nova auditoria para renovar a avaliação. Cada uma dessas etapas é importante para garantir que a empresa esteja em conformidade com os requisitos estabelecidos pelo Programa.

Auditoria de IFS GM com a QIMA/WQS: qualidade e segurança para a indústria de alimentos

Lembre-se de que o padrão IFS Global Markets é uma ferramenta importante para garantir a segurança, a qualidade e a legalidade dos alimentos. Portanto, adequar-se a esse padrão será um diferencial competitivo que pode ser fundamental para a sua empresa no mercado de alimentos.

A QIMA/WQS desempenha um papel fundamental nesse processo. Como empresa líder na realização de auditorias IFS GM no Brasil, possui ampla experiência em ajudar empresas em todo o mundo a implementar padrões de segurança de alimentos, garantindo que estes se mantenham ao longo do tempo através de suporte contínuo.

 

Saiba mais sobre o programa IFS Global Markets versão 3 através do link: https://wqs.com.br/ifs-global-markets-3?xtor=SEC-1125&lang=pt&utm_source=BlogFoodSafetyBrazil&utm_medium=resourcehub_article_startifsgm&utm_campaign=fsb_articlestartifsgm_resourcehub

 


Contato:
Departamento de Marketing
marketing@wqscert.com

Referências

[1] www.ifs-certification.com/images/ifs_documents/IFS_GM_Food_v3_program_EN_1678656693.pdf

[2] www.linkedin.com/pulse/ifs-global-markets-food-vers%C3%A3o-3-confira-/?trk=organization_guest_main-feed-card_feed-article-content&originalSubdomain=pt

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Registro de alimentos na nova regulamentação

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O movimento de modernização regulatória no setor de alimentos busca atualizar e simplificar as regulamentações existentes para tornar o processo de registro de alimentos mais eficiente, sem comprometer a segurança dos alimentos, mas, para isso, faz-se necessária a adoção de abordagens baseadas em ciência, análise de risco e colaboração entre autoridades regulatórias e a indústria alimentícia.

A regulamentação atual dos procedimentos de registro de novos alimentos e ingredientes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi desenvolvida no final da década de 1990 e deu origem à RDC nº 16/1999, que estabelece os procedimentos para o registro de alimentos e novos ingredientes no país. No entanto, esta regulamentação tem sido alvo de críticas devido à sua rigidez e falta de flexibilidade para lidar com diferentes produtos alimentares.

Embora essa regulamentação tenha sido um importante marco na proteção da saúde dos consumidores e na garantia da segurança dos alimentos, as empresas do setor têm apontado a necessidade de modernização dessas normas. Isso porque a regulamentação dificulta a inovação no setor e não permite tratamento proporcional ao risco dos respectivos produtos, levando em conta, inclusive, a atuação internacional.

Entre os objetivos do movimento de modernização regulatória, destacam-se: melhorar a eficiência e a transparência no processo de registro de alimentos, reduzir custos e tempo de desenvolvimento de novos produtos alimentícios, promover a inovação e a concorrência no setor alimentício, fortalecer as medidas de segurança de alimentos e facilitar o comércio internacional de alimentos.

Acompanhando esse movimento, a Anvisa, por sua vez, reconheceu essa demanda e incluiu a matéria em sua agenda regulatória para os anos de 2017 a 2020 e a manteve na agenda de 2021 a 2023. E, em abril de 2023 foi concluída a análise para a Consulta Pública 1.158/23, que abriu para contribuições no período de 3 de maio e 31 de julho, rumo a um novo marco, que definirá os contornos regulatórios facilitando a inovação e a manutenção da competitividade no setor.

Apesar do assunto já tramitar na Anvisa desde 2019, a publicação do Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) somente aconteceu em fevereiro deste ano. Sob condução da Gerência de Avaliação de Risco e Eficácia (GEARE) da Gerência Geral de Alimentos (GGALI), o AIR foi elaborado com a finalidade de dar suporte ao processo de revisão da RDC16/1999, que até então regula o registro de alimentos ou novos ingredientes, definidos como aqueles sem histórico de consumo no país ou aqueles com substâncias já consumidas, mas que venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos atualmente observados na alimentação, não abrangendo, portanto, os aditivos alimentares e os coadjuvantes de tecnologia, para os quais se utilizam procedimentos legais específicos para a avaliação de risco e para a autorização do uso em alimentos (Voto 88/2023/SEI/DIRE2/Anvisa).

Com a análise, identificou-se que a regulação dos novos alimentos e ingredientes está ultrapassada e possui lacunas que não permitem um tratamento proporcional ao risco dos produtos, o que pode resultar em barreiras desnecessárias para a comercialização de novos produtos e ingredientes no mercado, além da insegurança jurídica.

Como objetivo geral, a modernização da regulação pretende atuação em pré-mercado desses novos alimentos e ingredientes, para garantir um tratamento proporcional ao risco à saúde, observando a natureza, a composição, o histórico e condições de uso destes produtos, aumentando a convergência internacional e tornando eficiente a atuação da Anvisa.

Já como objetivo específico busca-se:

a) fornecer maior clareza e objetividade ao conceito legal de novos alimentos e novos ingredientes;
b) definir procedimentos para avaliação, regularização e gerenciamento do risco que sejam coerentes, transparentes e proporcionais aos riscos dos diferentes tipos de novos alimentos e novos ingredientes, e em linha com o cenário internacional;
c) aumentar a previsibilidade sobre a conclusão dos procedimentos para avaliação de risco e regularização de novos alimentos e novos ingredientes, conforme dispõe o voto nº 88.

Visando atender essa nova demanda, a GGALI analisou a legislação nacional e marcos regulatórios de autoridades estrangeiras da União Europeia, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos. Os estudos internacionais demonstram que os países que adotam abordagens regulatórias similares buscam melhorias para reduzir as incertezas sobre o enquadramento dos novos produtos, permitindo uma maior previsibilidade sobre os critérios para definição, avaliação e autorização, conforme tipo e risco. Com base nesses estudos, indicaram a necessidade de um novo marco regulatório para atualização de novos alimentos e ingredientes, dando origem à Consulta Pública 1.158/23.

Há que se levar em conta alguns aspectos fundamentais dispostos na Consulta Pública 1.158/23, como a escolha de autoridades estrangeiras para a convergência regulatória; a divisão de competências com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA); a publicização de consultas sobre a classificação dos produtos; e medidas não normativas para auxiliar o cumprimento de requisitos normativos e conferir maior transparência e eficiência ao processo de avaliação e regularização dos novos ingredientes e alimentos.

Nos termos do Voto nº 88, ocorrido na 5ª Reunião Ordinária Pública de 12 de abril de 2023, a União Europeia e países como Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos foram expressamente escolhidos, pela disponibilidade das informações e dos documentos na língua inglesa nos sítios eletrônicos das Autoridades Reguladoras. No entanto, não há informação de análise de questões desafiadoras enfrentadas na prática por esses países, em comparação às do Brasil, apenas a análise dos atos regulatórios.

Com relação aos produtos de competência do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a CP 1.158/2023 traz a proposta de que devem ser incluídos em instrução normativa da Anvisa somente após a anuência do próprio MAPA.

No tocante à publicização, dispõe que a Anvisa pode rever os procedimentos para regularização e critérios para publicização de informações não confidenciais dos seus pareceres.

Por último, mas não menos importante, as medidas não normativas complementares sugeridas na CP têm o viés de dar suporte para possibilitar o cumprimento dos requisitos normativos, conferindo mais eficácia e transparência ao processo de avaliação e regularização dos novos produtos.

Tal feito alcançado até o momento pelo movimento da modernização regulatória evidencia a necessidade de inovação para o setor alimentício acerca da norma atual, pois a Anvisa, além de atender a demanda, apurou de forma geral e específica as questões que abrangem esse marco, assegurando que essa inovação não deve comprometer a segurança dos alimentos e que estes padrões de segurança devem continuar sendo rigorosos e seguidos para garantir alimentos seguros.

Fato é que, com a abertura da CP1.158/2023, a Anvisa dá um grande passo para o andamento desse processo de inovação regulatória, amplamente defendida e esperada por muitos interessados do setor, que agora conta com a participação ativa do mercado para esse marco tão importante para o segmento de alimentos.

Referências:

[1]Resolução nº 16, de 30 de abril de 1999, referente aos procedimentos de registro de novos alimentos e ingredientes; Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999, que estabelece as diretrizes para avaliação de risco e de segurança de alimentos. Disponível em:http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/%281%29RES_16_1999_COMP.pdf/4bf63dcb-722b-4b77-849c-9502f544ff49. Acesso em 10/05/2023.

[2]  ANVISA. Novos alimentos e ingredientes: Documento de base para discussão regulatória (julho/2020). Disponível em:

http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33880/5833856/Documento+de+base+sobre+novos+alimentos. Acesso em 11/05/2023.

[3]  ANVISA. Diretoria Colegiada – Dicol Reunião Ordinária Pública Disponível em:

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/composicao/diretoria-colegiada/reunioes-da-diretoria/pautas/2023/pauta-da-4a-reuniao-ordinaria-publica-de-29-de-marco-de-2023. Acesso em 11/05/2023.

[4]ANVISA. Consulta Pública n° 1.158, de 24 de abril de 2023 – DOU de 26/04/2023. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/6582266/CONSULTA+PUBLICA+N+1158+GGALI.pdf/ab969721-11ed-420d-97a3-bb488ef821c5. Acesso em 15/05/2023.

[5]  ANVISA. Relatório de Análise de Impacto Regulatório sobre a modernização do marco regulatório, fluxos e procedimentos para novos alimentos e novos ingredientes. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/6582266/Relat%C3%B3rio+de+AIR+Novos+Alimentos.pdf/fdc2f762-15a9-4811-a9ea-cc92add0ddce

[6]  Voto nº88 – Processos Deliberados na 5º Reunião Ordinária de 12/04/2023. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/composicao/diretoria-colegiada/reunioes-da-diretoria/votos/2023/copy3_of_rop-5.2023/2-4-3.pdf. Acesso em 15/05/2023.

[7] Processos Deliberados na 5º Reunião Ordinária de 12/04/2023. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/composicao/diretoria-colegiada/reunioes-da-diretoria/processos/2023/copy8_of_processos-deliberados-na-5a-reuniao-ordinaria-de-12-de-abril-de-2023

Getlaine Coelho Alves é advogada, sócia da Lee, Brock e Camargo Advogados, graduada pela Universidade Nove de Julho. Pós-graduada em Direito Civil e Processual Civil pela Escola Paulista de Direito (EPD). Especialista em Direito do Consumidor pelo Centro Universitário FMU. Especialista Compliance pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialista em LGPD e especializanda em Direito Digital e Inteligência Artificial pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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Food Fraud e Food Defense: um controle adicional na cadeia de alimentos

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Ao longo dos anos a missão das empresas envolvidas na cadeia de alimentos passou de apenas produzir, armazenar e distribuir produtos padronizados, saborosos e saudáveis, cumprindo com a segurança dos alimentos, para prover alimentos seguros, ou seja, alimentos que quando consumidos, de acordo com o seu uso esperado, não acarretarão nenhum dano à saúde do consumidor.

Assim como os demais segmentos industriais, a indústria alimentícia passa por atualizações a cada dia, não somente para lidar com a concorrência através de novas soluções aos consumidores e perpetuação de sua marca, mas também para proteção dos seus negócios e produtos de novas ameaças que emergem com incidentes e mudanças globais relacionadas, principalmente, à cultura e hábitos de consumo, instabilidade financeira e política, guerras, entre outros. Dessa forma, novas metodologias de análise e controle de riscos precisaram ser criadas.

Essas novas ferramentas de análise de risco foram desenvolvidas com o intuito de mitigar a ocorrência de fraude em alimentos e os riscos de contaminação intencional dos produtos, chamados, respectivamente, de Food Fraud e Food Defense. Essas duas metodologias foram incorporadas ao sistema de gestão de segurança de alimentos, antes limitado apenas à implementação e gestão do APPCC/HACCP, logo, obtendo um sistema de gestão mais robusto e completo.

Entendendo a diversidade de conceitos para uma produção de alimentos mais segura e confiável

Com tantos conceitos e ferramentas dentro de um sistema de qualidade e segurança de alimentos, é de extrema importância entendê-los para implementá-los de forma efetiva:

  • Food Safety: tem por objetivo produzir produtos livres de contaminação física, química e microbiológica não intencional. Ferramentas como o APPCC/HACCP são implementados para prevenir que qualquer tipo de contaminação possa atingir os produtos. Um exemplo de contaminação não intencional é a contaminação dos produtos com materiais estranhos que sejam oriundos das matérias-primas.
  • Food Security: refere-se à acessibilidade e disponibilidade de alimentos de qualidade para a população, com o objetivo de garantir o desenvolvimento nutricional de indivíduos em nível regional, nacional ou internacional, ou seja, programas de food security buscam garantir que todas as pessoas tenham acesso a refeições completas e nutritivas.
  • Food Quality: garante a produção de alimentos que atendam aos padrões, especificações e expectativas dos clientes em relação aos aspectos organolépticos e físico-químicos.
  • Food Defense: embora tenha um conceito semelhante ao Food Safety, já que ambos possuem função principal de gerar produtos livres de contaminantes, o que os diferencia é que Food Defense refere-se à proteção contra adulterações intencionais dos alimentos.
  • Food Fraud: tem como objetivo garantir a conformidade das matérias-primas e embalagens utilizadas no processo produtivo para evitar desvios de qualidade e segurança dos alimentos. Além de evitar fraudes com objetivo de ganho econômico, também previne fraudes que possam colocar em risco a segurança do produto, como, por exemplo, a adulteração de leite com água contaminada.

Implementação de programas de Food Fraud e Food Defense: requisito legal ou consciência de proteção da marca?

A implementação de programas de Food Defense e Food Fraud pode ser obrigatória, exigida por requisitos legais de países, de auditorias de certificação de segurança de alimentos ou de requisitos de clientes; ou pode ser voluntária, baseada na importância desses programas para a proteção da marca e segurança dos consumidores. No Brasil, as auditorias de fornecedores estão cada vez mais se baseando em Normas de Certificação reconhecidas pelo GFSI (como BRCGS Food Safety, IFS Food e FSSC 22000), dessa forma, incluindo requisitos de Food Defense e Food Fraud.

Sabotagem e fraudes têm sido presentes na indústria alimentícia ao longo da história. Casos ao redor do mundo indicam a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger a segurança dos produtos. Em 2016, na cidade de Punjab, na Índia, como forma de se vingar do próprio irmão, o dono de uma confeitaria envenenou com pesticidas doces produzidos no local. Em decorrência dessa sabotagem, 30 pessoas vieram a óbito.

Como formas de mitigação, foram desenvolvidos programas como o FSMA e o PAS 96, que oferecem orientações para a proteção dos alimentos.

Criando um sistema efetivo de defesa e segurança de alimentos

Um Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos certificado, de acordo com uma norma reconhecida pelo GFSI, inclui um programa de fraude e defesa dos alimentos. Para implementar requisitos de fraude e defesa, é necessário avaliar riscos e definir medidas de controle e prevenção. Existem várias metodologias disponíveis, sendo que algumas das mais conhecidas são o TACCP e VACCP, que são similares ao HACCP e exigem planos de controle e de mitigação.

A escolha da metodologia de gerenciamento de risco deve ser feita de acordo com a escolha da organização e pautada em sua realidade. Com a avaliação de risco, as empresas de alimentos podem definir medidas de controle e de mitigação para proteger seus produtos contra a fraude e sabotagem intencional, assim como contra contaminação e outras ameaças.

Para realizar uma avaliação TACCP (Threat Assessment and Critical Control Points) ou VACCP (Vulnerability Assessment and Critical Control Points), é possível utilizar uma abordagem semelhante ao HACCP. No TACCP, a avaliação é focada em pontos vulneráveis em que possa ocorrer o ataque de sabotadores ou terroristas, com o intuito, por exemplo, de contaminar intencionalmente os produtos. Já no VACCP são focadas possíveis fraudes que sejam motivadas por ganhos financeiros, indisponibilidade de insumos e histórico de fraudes ao longo da história realizados por fornecedores de insumos. Caso algum ponto vulnerável ou matéria-prima seja identificado como significativo, ações adicionais e de mitigação devem ser estabelecidas para reduzir o risco ou planos de contingência devem ser implementados caso ocorra algum evento indesejado.

Gestão de riscos: a base para a confiabilidade dos alimentos e sustentabilidade das empresas

A implementação de sistema de gestão de segurança dos alimentos, com base nos programas de HACCP, Food Fraud e Food Defense, é fundamental para garantir a integridade e qualidade dos alimentos produzidos e comercializados pelas empresas. O Food fraud e o Food defense são ameaças constantes, pois podem ser impactados pelas situações políticas, sociais e financeiras de uma determinada região ou mundial, sendo assim, podem impactar negativamente a reputação das empresas e seus resultados financeiros, a saúde dos consumidores e até mortes.

Embora não sejam ainda um requisito legal no Brasil, a adoção desses sistemas já é uma exigência difundida por grandes players do mercado e varejistas, o que demonstra a relevância desses programas de gestão de risco no setor alimentício. Por isso, é fundamental que as empresas se ajustem às novas demandas do mercado, garantindo a sustentabilidade de seus negócios, assim como a saúde e segurança dos consumidores.

Saiba mais sobre a certificação de HACCP através do guia, disponível no link https://wqs.com.br/step-haccp-certification

André Teixeira, Analista Técnico na QIMA/WQS

4 min leituraAo longo dos anos a missão das empresas envolvidas na cadeia de alimentos passou de apenas produzir, armazenar e distribuir produtos padronizados, saborosos e saudáveis, cumprindo com a segurança dos […]

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Como as novas tendências do setor de alimentos estão conectadas com a inteligência artificial

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A Inteligência Artificial está cada vez mais presente na indústria de alimentos.  De acordo com informações vinculadas à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), estima-se que 15% das empresas brasileiras utilizem tecnologias digitais. Isto, de forma que estejam aderentes ao movimento da Indústria 4.0, que está relacionada com a combinação de tecnologias, integrando máquinas, pessoas e recursos na flexibilização de processos e proporcionando a aplicabilidade da Inteligência Artificial.

Ainda, conforme estudos realizados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 2016 e 2018, o número de indústrias que utilizam a tecnologia digital passou de 63% para 73%, o que indica que diversas organizações estão dando maior prioridade para a implantação da IA em seus procedimentos, seja no gerenciamento de processos e/ou no controle de alimentos, de forma a contribuir para a melhoria da eficiência das produções de alimentos no Brasil.

A indústria de alimentos é uma das mais importantes e vitais do mundo, responsável por alimentar bilhões de pessoas todos os dias. Pesquisas realizadas pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) indicam que a produção mundial de alimentos deve aumentar em cerca de 60% até 2050, para atender à crescente demanda global por alimentos. Ademais, a indústria de alimentos é um importante pilar da economia mundial, empregando milhões de pessoas e gerando bilhões de dólares em receita a cada ano.

Nesse contexto, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante na indústria alimentícia. A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que está transformando a forma como a indústria de alimentos aborda áreas críticas, como a garantia da segurança de alimentos e a eficiência da produção de alimentos.

Entretanto, os alimentos mais suscetíveis às fraudes são os de origem animal, como a carne, o leite e o peixe e, por conta disso, as novas tecnologias têm avançado em conjunto com as ferramentas e metodologias de detecção alimentar, de forma a trazer maiores contribuições para a saúde pública, beneficiando também a economia.

Uma das principais aplicações da IA na segurança de alimentos é na detecção e prevenção de contaminação de alimentos. A IA pode ser usada para monitorar e analisar grandes volumes de dados, incluindo dados de qualidade da água, temperatura, umidade e outras variáveis críticas que podem afetar a segurança de alimentos. Isso permite que os fabricantes de alimentos identifiquem potenciais riscos de contaminação antes que eles se tornem um problema, o que pode ajudar a evitar surtos de doenças transmitidas por alimentos, inclusive.

Ainda, pode mitigar potenciais riscos de segurança de alimentos. Por exemplo, um modelo de IA pode ser treinado para identificar padrões em dados de qualidade do ar e prever quando pode haver um risco de contaminação bacteriana em uma instalação de produção de alimentos, possibilitando que o fabricante tome medidas preventivas antes que ocorram problemas de segurança de alimentos.

Fato é que a IA desempenha um papel fundamental na segurança de alimentos, ajudando a detectar e prevenir a contaminação de alimentos, prever e mitigar riscos, melhorar a rastreabilidade dos alimentos e a eficiência dos sistemas de inspeção de alimentos.

Há, inclusive, emprego da IA para atingir maior rastreabilidade da complexa cadeia de produção de alimentos (produção, processamento, distribuição, venda, consumo), permitindo que as empresas possam ganhar mais tempo em caso de um recall de alimentos ou outro problema de segurança de alimentos.

Por fim, com a utilização da IA na indústria alimentícia, resta claro que existem diversas vantagens não apenas financeiras, mas também institucionais, considerando a crescente demanda por produtos mais saudáveis e sustentáveis. As empresas ganham credibilidade e um grande impulso concorrencial ao demonstrarem aderência à fabricação de produtos que prezam pela saúde e bem-estar dos consumidores.

 Referências:

1.  Disponível em: https://www.abdi.com.br/projetos/mapa-da-digitalizacao-das-mpes-brasileiras. Acesso em 18 JUN 2023

2.  Disponível em: www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/pqt-investimentos-em-industria-40/#:~:text=Entre%20o%20in%C3%ADcio%20de%202016,investir%20nessas%20tecnologias%20em%202018. Acesso em 18 JUN 2023

 3.   Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/68525-fao-se-o-atual-ritmo-de-consumo-continuar-em-2050-mundo-precisar%C3%A1-de-60-mais-alimentos-e-40. Acesso em 18 JUN 2023

4.   FAO. Food Fraud-Intention, Detection, and Management. Food Saf Tech Toolkit Asia Pacific No 5 Bangkok. 2021;44.

 Autores:

Getlaine Coelho Alves
Sócia da Lee, Brock e Camargo Advogados, graduada pela Universidade Nove de Julho. Pós-graduada em Direito Civil e Processual Civil pela Escola Paulista de Direito (EPD). Especialista em Direito do Consumidor pelo Centro Universitário FMU. Especialista Compliance pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialista em LGPD e especializanda em Direito Digital e Inteligência Artificial pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).


Mateus Reis dos Santos Alves
Advogado de Direito Digital na Lee, Brock, Camargo Advogados, Graduado em Direito pela Universidade Cândido Mendes – Centro (UCAM). Pós Graduando em Direito Digital pelo Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Instituto de Sociedade e Tecnologia (UERJ/ ITS-Rio)

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