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Amendoim x Salmonella – de novo???

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Quando você ouve a palavra amendoim, o que você pensa?
Muitos diriam pasta de amendoim, eu diria micotoxinas, mas certamente, nos últimos dias a FDA diria salmonela.
A associação de amendoim com micotoxinas vem desde 1960, com o fato que ficou conhecido como “Turkey x Disease”, quando um surto de mortes de aves, principalmente de perus. Descobriu-se mais tarde que as mortes foram causadas pela ingestão da ração dos animais que era feita à base de amendoim. Este amendoim estava contaminado com uma substância fluorescente, produzida pelo fungo Aspergillus flavus, descobrindo-se então a Aflatoxina e é claro, as micotoxinas.
A Sunland Inc., empresa cuja a manteiga de amendoim gerou um surto de salmonela que deixou doente 41 pessoas este ano, tem um histórico de problemas de saneamento que datam de 2003, de acordo com relatórios divulgados quarta-feira (14/11/2012).
Inspetores da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA observou uma série de condições insalubres na fábrica da empresa de processamento de manteiga de amendoim, entre 2003 e 2011, revelam os documentos publicados recentemente. Durante a sua investigação na sequência do surto de salmonela este ano, a FDA descobriu que a empresa havia distribuído amendoim e manteiga de amendoim com teste positivo para salmonela em um total de 21 vezes desde 2009.
Durante a inspeção pós-surto, as autoridades de saúde encontraram salmonela em quatro amostras de produto acabado de manteiga de amendoim e uma amostra de amendoim cru sem casca. Duas das estirpes encontradas na manteiga de amendoim são conhecidos como sendo Salmonella Bredeney. Os sorotipos dos outros três ainda estavam sendo analisados quando o relatório foi lançado.
Os testes também revelaram resquícios de Salmonella em 23 amostras de esfregaço de equipamentos de processamento e piso na planta do processo de manteiga de amendoim.Três delas foram S. Bredeney, nove eram outras cepas, e o resto ainda têm de ser analisados, de acordo com o relatório.
Os inspetores observaram uma “falta de controle de fabricação necessários para minimizar o potencial crescimento de microrganismos e contaminação,” em sua inspeção pós-surto, realizada entre 17 de setembro e 16 de outubro de 2012.
Um total de nove outras violações também foram registradas. Entre os problemas que conduzem estas citações foram:
– Equipamentos de processamentos e linhas de embalagens não foram adequadamente limpos;
– As superfícies onde o produto seco é processado estavam úmidas;
– A construção de alguns equipamentos de processamento não permitiam a limpeza adequada;
– Algumas superfícies de contato com alimentos são desiguais, uma condição que permite o acolhimento de patógenos;
– Foi observado que os funcionários não lavavam as mãos antes de manusear o produto, e não era forncedias as instalações adequadas de lavagem de mão.
? Amendoim em casca eram armazenados em recipientes abertos, onde estavam vulneráveis à contaminação;
? O produto não era adequadamente protegido de pragas;
Em um exemplo, fezes de aves foram observadas em um palete de recipientes de manteiga de amêndoa.

Um histórico de problemas de saneamento

Relembrando relatórios de inspeção dos anos anteriores, os mesmos mostraram que esta não foi a primeira vez que a Sunland foi encontrada operando sob condições insalubres. Na verdade, foi a quinta vez em seis anos.
Em 2007, os inspetores descobriram que os funcionários não lavavam as mãos ou os equipamentos de higienização adequadamente, nem dispunham de locais de lavagem de mãos adequados disponível. Buracos foram encontrados tanto nas parede e os equipamentos de fabricação dos produtos eram armazenados em recipientes que não os protegiam de pragas.Um total de seis violações foram citadas no relatório emitido pela FDA para a empresa, pós-inspeção.
A FDA também encontrou salmonela em uma amostra feita a partir da porta de acesso à sala do moedor. As 60 amostras de outras tomadas da instalação deram resultados negativos.
Neste relatório de 2007, a FDA menciona uma inspeção realizada em 2003, no qual cinco violações foram relatadas. Duas delas não tinham sido corrigidas no momento da inspeção de 2007, de acordo com o documento. Estas incluíam o controle de pragas inadequado e partes do edifício em ruínas.
A FDA visitou a fábrica em 2009 e apenas duas das seis violações observadas em 2007 tinham sido corrigidas. Os problemas contínuos, incluindo um fracasso para minimizar o riscos de crescimento microbiano, falha em minimizar os riscos de contaminação na lavagem das mãos e incapacidade de programa integrado contra pragas.
Uma amostra ambiental tomadas durante esta inspeção em 2009, mostrou teste positivo para salmonela.
No ano seguinte, outra inspeção revelou que a empresa ainda não estava tomando as precauções adequadas contra a contaminação ou pragas. Os problemas anteriores parecem ter sido corrigidos, no entanto, os pisos ainda foram encontrados em condições precárias, os trabalhadores do sexo masculino não estavam usando proteção de barba e equipamentos não eram construídos de modo a evitar a adulteração do produto.
Finalmente, em março de 2011, a FDA realizou sua última inspeção na planta da empresa antes do surto deste ano, que começou em junho e durou até setembro. Durante essa visita, os inspetores encontraram duas violações em instalações da empresa: 1) amendoins em casca estavam sendo armazenados desprotegidos contra a contaminação, e 2) inadeuqdas medidas de prevenção de pragas persistiam.
A empresa Sunland relatou em uma carta datada de 13 de abril de 2011, que tinha tomado medidas para corrigir os problemas. A empresa respondeu a FDA com outras semelhantes após as inspeções de 2009 e 2010.

História repetida?

Os resultados desta investigação são estranhamente parecidos com o da Peanut Corporation of America, na sequência do surto de salmonela devastador de 2008-2009 ligadas a produtos de amendoim dessa empresa.
Assim como os produtos da Sunland enviados para testes apresentaram resultados positivos para salmonela, os executivos da APC teria ordenado amendoim para ser enviado para processadores após testes internos terem detectado salmonela em amostras de nozes.
Pelo menos 700 pessoas ficaram doentes pelo surto e nove morreram como resultado de suas infecções.
Vítimas do surto da APC e suas famílias entraram com acusações criminais contra Stewart Parnell, ex-CEO da empresa, que teria enviado um e-mail para o seu gerente de fábrica sobre os amendoins contaminados, ordenando-lhe para “deixá-los soltos.”
A Portales Sunland, em New México e plantas de manteiga de amendoim foram fechadas depois que autoridades de saúde ligados a empresa com surtos de salmonela Bredeney em setembro. Até agora, a empresa ainda tem de retomar as operações.

Referências: 

 http://www.microbiologia.vet.br/micotoxinas.htm

 http://www.foodsafetynews.com/2012/11/long-history-of-health-violations-at-peanut-co-linked-to-salmonella-outbreak/

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Como preparar álcool 70% em casa

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Todos sabemos que o corpo humano é uma fonte inegável de transmissão de microrganismos, principalmente as mãos. Além disso, os equipamentos e utensílios que são utilizados no preparo de alimentos se higienizados de maneira incorreta ou insuficiente, também pode servir de veículo para esses seres, muitas vezes patogênicos.

 Relembrando conceitos

Limpeza: processo que remove sujidades mais “grossas”, resíduos orgânicos, restos de comida, etc;

Desinfecção: utilização de solução sanitizante responsável por eliminar de maneira eficaz, a maioria dos microrganismos presentes no local onde a solução é aplicada.

Higienização: Limpeza + Desinfecção.

 O álcool 70% é um poderoso agente sanitizante, devido a sua ação germicida. Ele age na nos microrganismos através de lise celular e coagulação das proteínas.

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Surto de Norovírus em um Cruzeiro em Sidney

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No dia 23/10/12, os passageiros do “Voyage os the Seas” foram ao caos com um surto de uma doença gastrointenstital, no qual pensa-se ser de norovírus.

Após o surto, os passageiros tiveram que preencher formulários e responder se tinham sofridos recentemente sintomas de gripe ou gastrite. Os que marcaram “sim” foram separados para passarem por exames médicos.

“Com muita cautela, estamos realizando uma limpeza reforçada a bordo do navio e no terminal dos cruzeiros, para ajudar a prevenir qualquer doença que afete os cruzeiros”, disse em comunicado,   o proprietário da Royal Caribbean”.

Entretanto, muitos passageiros informaram que não foram comunicados da causa do surto e a razão dos atrasos.

 Mas providências por parte dos responsáveis foram sim tomadas, segue a prova:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

fonte da imagem: http://barfblog.com/norovirus-outbreak-hits-voyager-of-the-seas-passengers-in-sydney-harbor/

  “Não use os banheiros para vomitar! O vômito vai para um lugar só (o mar)! Obrigado, sua tripulação.”

 Ja é um começo… mas como gerenciar na prática???? “Todos para o convés… e sem respingos, por favor!”

 Não é a primeira vez que acontece casos como esse, em março de 2011, 43 passageiros que desembarcaram no trapiche de Icoaraci, distrito próximo do centro de Belém, no Pará, também apresentaram sintomas de gastroenterite. Na ocasião, a Anvisa e da Secretaria de Saúde de Belém chegaram a vistoriar a embarcação em busca de água e alimentos contaminados.

De acordo com os técnicos especializados, haviam indícios que o surto poderia ter sido causado pelo “norovírus”, cuja contaminação é comum em locais reduzidos e com grande concentração de pessoas, como é o caso de navios e cruzeiros.

A intoxicação alimentar (ou gastroenterite) causada pelo norovírus pode afetar tanto o estômago como o intestino. Em geral, a duração da doença é de um a dois dias, e não causa problemas maiores para a pessoa contaminada. Além da ingestão de alimentos ou líquidos infectados, há outras possibilidades de contágio, tais como um simples contato. Os sintomas mais comuns são vômito, dores abdominais e diarréia.

 Este caso não teria acontecido se…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte da imagem: 

http://ococotasecoblog.blogspot.com.br/2011/06/enquanto-isso-num-banheiro-de-praia.html

Referência: 

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/11/22/navio-holandes-onde-passageira-morreu-teve-caso-de-intoxicacao-alimentar-em-marco.htm

Veja também a história de uma sacola de supermercado e um time de futebol americano que foi derrotado por este vírus.

 

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