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Desinfetantes à base de álcool não são eficazes contra o norovírus

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Estudos realizados pelo CDC – Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos e apresentados no Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina Preventiva de 2011 mostraram que desinfetantes de mãos à base de álcool, especialmente aqueles com concentração superior a 60% de etanol e que normalmente são usados em clínicas e indústrias, apesar de poderem reduzir a contagem de microrganismos nas mãos e também evitarem a propagação de alguns tipos de vírus da gripe, são ineficazes contra o norovírus. O norovírus é responsável por causar uma grave doença gastrointestinal e tem afetado muita gente nos EUA.

O estudo foi conduzido em asilos e clínicas para idosos na região de New England, no nordeste dos EUA. Surtos causados por vírus são comuns nestes locais, talvez por suas características específicas, como por exemplo, quartos e banheiros próximos e divididos, incontinência e higiene insuficiente dos internados em função de demência ou incapacidade física.

Alguns vírus, como o da influenza (gripe), são revestidos por “envelopes” de lipídeos, que o álcool é capaz de romper. Já o norovírus não apresenta este envelope, e por isso, não é afetado e possui resistência ao etanol.

A água sanitária é eficaz contra o norovírus e pode ser usada para descontaminar bancadas e superfícies. Para as pessoas, a melhor estratégia é simplesmente lavar bem as mãos com água e sabão. A maior parte dos sabonetes específicos para as mãos nos centros hospitalares, indústrias e restaurantes são bactericidas, ou seja, não teriam efeito sobre vírus. No entanto, provavelmente o segredo está na fricção durante a lavagem das mãos e no enxágue, que acabam por auxiliar na remoção do norovírus e por isso a lavagem das mãos é mais eficaz que o álcool (que só é passado nas mãos e acabam por “espalhar” o vírus). As instalações limpas com desinfetante à base de álcool apresentaram seis vezes mais chances de desenvolver um surto de norovírus que aquelas lavadas com sabão e água.

Segundo o CDC, produtos à base de álcool podem ser usados “em adição” à lavagem das mãos, e nunca como substitutos.

Fontes:
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/01/25/limpeza-com-alcool-evita-gripe-mas-nao-virus-que-causa-vomitos-e-diarreias.htm
http://www.medscape.com/viewarticle/737884

 

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Doenças transmitidas por alimentos que deixaram sequelas graves – casos reais

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No meio das possibilidades que vão de um breve mal-estar até morte, existe uma categoria de doenças transmitidas por alimentos que deixam sequelas graves, afetando a qualidade de vida de suas vítimas. Vamos à algumas histórias:

CASO 1: Jovem de 20 anos contrai E. coli e luta para andar novamente

Stephanie Smith shops at Teals Market in Cold Spring, Minn., on Tuesday, August 11, 2009. (Ben Garvin for the Times)
Stephanie Smith shops at Teals Market in Cold Spring, Minn., on Tuesday, August 11, 2009. (Ben Garvin for the Times)

A jovem Stephanie Smith, dos Estados Unidos, tinha 20 anos e era professora de dança para crianças quando ingeriu num churrasco de família um hambúrguer contaminado com E. coli em 2007. Após a ingestão da bactéria, a jovem desenvolveu anemia hemolítica, uremia (insuficiência renal aguda), tendo ficado 9 meses internada em hospital, incluindo mais 3 meses de coma induzido para prevenir convulsões. Também ficou paralisada e fez inúmeras sessões de fisioterapia, para ganhar forças e tentar andar novamente sem a necessidade de cadeira de rodas.

A ligação da doença de Stephanie com o hambúrguer foi por acaso, principalmente porque ela praticamente não come carne e porque a tia dela ainda tinha alguns hambúrgueres congelados, da mesma marca e data de fabricação que aqueles que tinham sido consumidos. A mãe de Stephanie havia pensado inicialmente que a contaminação tinha sido dada pelo consumo de espinafres, alimento regular na dieta da filha, que naquela época também tinham sido relacionados a um surto de E. coli. No entanto, as análises apontaram que a cepa de E. coli que infectou Stephanie era geneticamente idêntica a outra que também tinha aparecido em outros casos de contaminação relacionados ao mesmo hambúrguer.

As investigações apontaram que a contaminação ocorreu num hambúrguer fabricado pela Cargill e distribuído e vendido nas lojas do Sam’s Club, da rede Walmart, já que os outros casos também estavam ligados exatamente ao mesmo lote de hambúrguer. Stephanie teve a reação mais extrema e grave de todos os consumidores afetados. O lote foi todo rastreado, e tinha sido fabricado com carne de diversos abatedouros (incluindo de outros países), sendo difícil determinar exatamente em qual ponto ocorreu a contaminação. A Cargill havia feito análise do produto acabado, mas não havia análise de todos os lotes de matéria-prima (faltou o certificado da carne comprada no Uruguai). Além disso, a investigação apontou que a equipe de qualidade da Cargill havia feito auditorias nos fornecedores, e que em alguns deles, havia falhas graves de higiene e segurança de alimentos, mas a comunicação interna foi insuficiente, o problema não chegou à direção da empresa e nenhuma ação foi tomada. As autoridades americanas e canadenses (o produto também foi distribuído no Canadá) também demoraram a alertar o público. A Cargill teve que recolher cerca de 380 toneladas de produtos e arcar com milhares de dólares no tratamento dos consumidores doentes, incluindo as sessões de fisioterapia de Stephanie e seu tratamento hospitalar. E é provável que Stephanie ainda necessite de transplantes, hemodiálise e outros cuidados durante a sua vida.

 

CASO 2: Menina australiana de 7 anos fica tetraplégica e sem capacidade de fala após ingerir refeição contaminada com Salmonella

Monica Samaan, uma menina saudável de 7 anos vivendo num subúrbio de Sydney, entrou em coma durante 6 meses, teve o cérebro profundamente afetado e acabou ficando tetraplégica e sem capacidade de fala após ingerir um lanche de frango da rede KFC contaminado com Salmonella. O caso ocorreu em 2005. Os pais de Monica e um irmão também comeram o mesmo lanche, tiveram diarreia e vômitos, porém se recuperaram rapidamente. Monica hoje tem quase 15 anos, e é completamente dependente de cadeira de rodas e dos cuidados de seus pais e irmãos, e de acordo com os médicos, os danos ao sistema nervoso foram tão profundos que ela não será capaz de falar novamente ou de se mover. A família de Monica entrou com um processo contra o KFC, no valor de 8 milhões de dólares australianos (cerca de 17 milhões de reais), alegando que a contaminação no lanche provocou todos os danos à filha. Após ouvir os depoimentos de todas as partes em abril de 2012, um juiz de Sydney ordenou o pagamento daquele valor como indenização e ressarcimento de todas as despesas que a família de Monica teve com os tratamentos, bem como toda a adaptação da casa e os cuidados que serão necessários até o fim da vida dela. O pai de Monica teve que pedir demissão do emprego para poder ajudar a cuidar da filha. O KFC entrou com recurso, alegando que a família não tinha como comprovar que comeu o lanche e que ficou doente em função dele, e que as lojas possuem o mais alto grau de higiene. Em setembro de 2012, Monica e sua família reencontraram o KFC no tribunal mais uma vez, e os depoimentos apontaram que a loja onde o lanche foi adquirido não apresentava condições adequadas de higiene e segurança de alimentos. Alguns funcionários admitiram que os produtos nem sempre eram manipulados com as mãos limpas ou com luvas e que os produtos que caíam no chão também eram reaproveitados. O KFC alegou “falha na consideração de evidências” e “erro nas constatações factuais por parte do juiz”, além de pesos equivocados dados a certas evidências. Ainda não existe um desfecho para este triste caso. A família de Monica aguarda o pronunciamento do juiz após o recurso do KFC.

 

Mais informações:

http://www.nytimes.com/2009/10/04/health/04meat.html?pagewanted=all

http://www.foodpoisonjournal.com/food-poisoning-watch/stephanie-smith-remains-in-a-wheelchair-fighting-to-walk-and-dance-once-again-she-ate-an-e-c/#.UPloKCd9KSp

http://www.huffingtonpost.com/2012/09/19/monika-samaan-kfc-lawsuit-brain-damage-salmonella_n_1897019.html

http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/news/4282773/5million-compo-for-KFC-chicken-Twister-poisoning-of-wheelchair-bound-Monika-Samaan.html

 Leia também o post:

Doenças transmitidas por alimentos podem ter consequências por toda a vida

 

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Doenças transmitidas por alimentos podem ter consequências por toda a vida

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Entre os dois extremos: ter uma indisposição gastrointestinal passageira e morrer por ingestão de um alimento contaminado, há um universo de sequelas pouco relatadas no Brasil. 

Estudos realizados pela Scientific American mostraram que pessoas que foram afetadas por algum surto de DTA têm maiores chances de desenvolver sequelas e outras doenças para o resto da vida: diabetes, insuficiência renal, artrite, hipertensão e até mesmo ataques cardíacos e derrames.

Algumas delas, tais como danos aos rins causados por toxinas liberadas pelos microrganismos e artrite desencadeada por uma resposta imunológica defeituosa, ocorrem em algumas semanas. Outras, como aumento da pressão sanguínea, podem levar anos para aparecer.

Especialistas dizem que a chance desta ligação entre uma DTA e as doenças crônicas já citadas ser coincidente é remota, e esperam que maiores ações sejam tomadas no sentido de identificar vítimas de DTAs e monitorar a saúde delas em longo prazo. Outros dizem que a prevenção é a chave de tudo – e um manuseio adequado, higiene e segurança dos alimentos diminuiriam o número de casos de DTA e consequentemente, o número de afetados que desenvolvam doenças crônicas e complicações para o resto da vida.

Aproximadamente 90 mil casos de intoxicação e infecção alimentares são registrados a cada ano na Inglaterra e no País de Gales. No entanto, o número real provavelmente está mais próximo de 1 milhão, uma vez que a grande maioria das vítimas não procura o serviço de saúde e não fornecem amostras para serem compiladas nas estatísticas oficiais. No Brasil, este número é obscuro, pois temos falhas muito sérias no registro e comunicação de DTAs, até mesmo por parte dos médicos, além dos problemas de falta de acesso ao serviço de saúde ou então o chamado “tratamento caseiro”, que nunca são contabilizados. Não temos estatísticas confiáveis.

As bactérias causadoras de DTAs que estão mais comumente ligadas a sequelas e problemas crônicos são E. coli, normalmente associada ao consumo de carne bovina mal passada, incluindo hambúrguer e carne picada / moída; Campylobacter, encontrada em carnes cruas ou mal cozidas, em especial no frango e Salmonella, encontrada em ovos, carnes e leite. Apesar de que em alguns casos elas podem ser fatais, a maioria das pessoas afetadas se recupera em poucos dias.

Os estudos ligaram E. coli a falência renal e diabetes; Campylobacter foi relacionada a problemas intestinais e desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barre, uma condição potencialmente fatal em que o sistema imunológico da vítima ataca os próprios nervos, causando atrofia muscular e paralisia; Salmonella foi relacionada a uma das formas de artrite. É bastante assustador imaginar que uma DTA, que geralmente dura apenas alguns dias, pode nos causar efeitos posteriores e complicações crônicas, para o resto das nossas vidas. Pensava-se que a incidência de tais sequelas era baixa, mas até então poucos pesquisadores tinham estudado estes problemas, até os dias de hoje. O fenômeno parece ser muito mais comum do que se imaginava.

É recomendável que as pessoas que tenham sido afetadas por E. coli O157:H7 façam checkups regulares da pressão sanguínea e das funções renais. Porém, a prevenção continua sendo a ação mais importante, já que não podemos fazer muita coisa para reduzir as complicações, porém antes de tudo podemos evitar a exposição ao microrganismo.

A grande maioria das pessoas não irá sofrer as consequências, mas uma pequena parte sim. É por isso que é essencial reduzir o número de DTAs. As regras de ouro que sempre comentamos por aqui – lavar as mãos, cozinhar bem os alimentos e evitar contaminações cruzadas entre carnes cruas e outros alimentos – continuam sendo o grande “remédio” para a prevenção.

 

Fonte: http://www.dailymail.co.uk/health/article-2117948/Food-poisoning-lifelong-consequences-bugs-linked-host-illnesses.html

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GFSI reconhece os esquemas Global Red Meat Standard e CanadaGAP Scheme

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GFSI reconhece os esquemas Global Red Meat Standard (4ª edição, versão 4.1) e CanadaGAP Scheme (Versão 6 – Opções B e C e Manual de Gestão do Programa – Versão 3)

Foi publicado entre os dias 23 de janeiro e 07 de fevereiro de 2013, no site do GFSI – Global Food Safety Initiative – www.mygfsi.com), o comunicado do reconhecimento dos esquemas Global Red Meat Standard – Norma Global para Carnes Vermelhas (4ª edição, versão 4.1) e CanadaGAP Scheme – Boas Práticas Agrícolas do Canadá (Versão 6 – Opções B e C e Manual de Gestão do Programa – Versão 3). Para a Global Red Meat Standard, os escopos reconhecidos são: C) Conversão animal; E I) Processamento de produtos perecíveis de origem animal; E III) Processamento de produtos perecíveis de origem animal e vegetal (produtos mistos). Já no caso do CanadaGAP, os escopos reconhecidos foram: BI) Agricultura – cultivo de vegetais e D) Pré-processamento e manipulação de produtos de origem vegetal.
A Global Red Meat Standard (GRMS – www.grms.org) é uma norma especificamente desenvolvida para a indústria de carnes vermelhas, sendo que seu escopo atual inclui apenas a carne bovina e suína. A GRMS estabelece os requisitos para todos os processos relativos à produção de carne e de seus derivados, e foca em áreas críticas para a obtenção de um nível mais elevado de qualidade e segurança de alimentos. A GRMS teve sua versão inicial publicada em 2006 e recebeu seu primeiro reconhecimento pelo GFSI em 2009. Também já anunciou que pretende incluir no escopo, ainda em 2013, carnes de carneiro, cordeiro, bode e cavalo. Neste caso específico, a extensão de escopo deverá passar por um novo processo de reconhecimento pelo GFSI para garantir que os requisitos ainda estão de acordo com o Documento-Guia do GFSI 6ª Edição (GFSI Guidance Document Sixth Edition).
O CanadaGAP (www.canadagap.ca) é um programa de certificação em segurança de alimentos para empresas que produzem, empacotam e/ou armazenam frutas e vegetais frescos. Lançado em 2008 pelo Conselho Hortifrutícola do Canadá (Canadian Horticultural Council), o esquema é de propriedade da corporação canadense sem fins lucrativos CanAgPlus, desde novembro de 2012. A norma é composta por dois manuais, um específico para cultivo em estufas, e outro para outras operações envolvendo frutas e vegetais, tendo sido desenvolvida pelo setor hortifrutícola e revisada anualmente por oficiais governamentais canadenses, para manter sua solidez técnica. Os manuais são baseados numa análise de perigos rigorosa, aplicando-se os Sete Princípios do HACCP. Em 2010, as opções B e C do CanadaGAP já haviam sido avaliadas e reconhecidas de acordo com a 5ª edição do Documento-Guia do GFSI (GFSI Guidance Document Fifth Edition). O programa atualmente tem mais de 2 mil produtores participantes em todo o Canadá.
Para entender melhor a sistemática de reconhecimento das normas pelo GFSI, convidamos a todos a lerem este post: http://artywebdesigner.com.br/gfsi-e-o-processo-de-benchmarking-para-reconhecimento-de-normas/

Fonte:
http://www.mygfsi.com/gfsifiles/Press_Release_Recognition_of_CanadaGAP.pdf
http://www.mygfsi.com/gfsifiles/Press_Release_Recognition_of_GRMS.pdf

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Checklist para recebimento de materiais

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Caros leitores,

Uma das dúvidas frequentes na consultoria é a criação de checklists, formulários, registros. Como fazer isto de forma fácil e rápida de se preencher, para não ocupar tanto tempo dos funcionários, e ao mesmo tempo contemplar os itens mais importantes? Um dos assuntos solicitados recentemente foi a elaboração de um checklist para recebimento de insumos.

Gostaria de compartilhar um modelo deste checklist, contemplando a verificação do veículo e da carga. O checklist está em Excel e pode ser adaptado a qualquer empresa. Espero que ajude! Um grande abraço a todos e até a próxima!

Baixe aqui o arquivo.

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Segurança de alimentos negligenciada nos programas de gastronomia?

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Hoje em dia, os programas de gastronomia e chefs badalados estão bastante na moda. Aqui no Brasil temos Homens Gourmet (que eu particularmente gosto muito), Brasil no Prato com Carla Pernambuco, Programa da Palmirinha e Cozinha Caseira, exibidos no canal Bem Simples. Na Globo temos a Ana Maria Braga, Hoje em Dia na Record, Manhã Maior na Rede TV!, Delícias do Chef na Gazeta, entre outros. Existe o programa Diário de Olivier e o Que Marravilha! no GNT. Programas internacionais exibidos pela TV por assinatura há muitos, e podemos citar como exemplo: Jamie Oliver, Claire Thomas, Nigella, e as competições e “reality shows” como Top Chef e MasterChef.

Todos eles apresentam receitas deliciosas, muitas delas são práticas e rápidas, todos os pratos são lindos e dão água na boca. Mas será que além do visual e do sabor, a segurança de alimentos também é considerada? Jamie Oliver talvez seja um dos chefs mais conhecidos mundialmente, no entanto ele já foi visto algumas vezes com as unhas sujas, e aparentemente ele se esquece de lavar os vegetais antes do preparo. Até vi uma crítica de uma telespectadora espanhola em relação à higiene das mãos e dos alimentos no próprio blog dele. Claire Thomas ensina receitas fáceis e saudáveis e tem um cabelo lindo e maravilhoso, mas sempre livre, leve e solto na cozinha, sobre os alimentos. Outro dia vi MasterChef na edição australiana, e foi um festival de piercings faciais, chapéus, anéis, esmalte nas unhas entre outras “não conformidades”. Ainda acho os programas brasileiros de culinária um pouco mais cuidadosos em relação à segurança de alimentos. E você, leitor, também tem esta opinião?

Os cursos de gastronomia e os programas de culin

ária e competição de chefs deveriam ressaltar mais a segurança de alimentos e não esquecer que as regras e a legislação também se aplicam a eles.

 

 

 

 

 

 

 

Imagem: crumbsfeedyourfamily

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Segurança de alimentos para nossos pets urgente!

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Queridos leitores, não sei se vocês são como eu, mas sou uma grande fã dos animais: cães, gatos, peixes, pássaros, tartaruga, coelho, cavalo, etc. E por isso, sempre estou preocupada com o bem-estar dos meus amiguinhos de estimação.

Muita gente não sabe, mas os princípios básicos de segurança de alimentos aplicam-se também aos alimentos dados aos animais de estimação. Rações ou snacks contaminados com Salmonella podem causar infecções em cães e gatos. E alimentos para animais que não sejam adequadamente manipulados nas nossas casas podem causar sérias doenças em pessoas também, em especial nas crianças. Eu já coloquei biscoito de cachorro na boca quando era criança, e você? (risos)

Se você também tem animais em casa, uma das coisas mais importantes que você pode fazer pela segurança dos seus bichinhos, pela sua família e pela sua própria segurança, para mantê-los todos livres de doenças transmitidas por alimentos, é lavar as mãos:

– Antes e depois de manusear os alimentos e snacks dados aos animais. Lave as suas mãos por 20 segundos com água quente corrente e sabonete. Dica: Cante “parabéns pra você” duas vezes para ajudar a calcular o tempo.

– Após tocar, acariciar, segurar ou alimentar o seu animal, e especialmente após contato com urina e fezes, lave as suas mãos por 20 segundos.

– Lave as mãos sempre antes de preparar a sua própria comida ou antes de comer.

Como os bebês e as crianças são particularmente suscetíveis a doenças transmitidas por alimentos, mantenha-os afastados das áreas onde os seus animais de estimação se alimentam. Não permita que as crianças toquem ou comam a comida dos animais.

Além de microrganismos, fico também preocupada com outros contaminantes nos alimentos dos animais, como por exemplo, micotoxinas (lembrando que a maioria desses alimentos é fabricada a partir de milho, soja, trigo, arroz e outros grãos, muito suscetíveis à contaminação por micotoxinas, normalmente sendo subprodutos ou rejeitos de moinhos, fábricas de óleo, de amido, etc. e que nem sempre são adequadamente tratados e armazenados). Além disso, é muito comum haver uso de produtos transgênicos (indicados pelo triângulo amarelo com um T nas embalagens). Será que os fabricantes de alimentos para animais têm um mínimo de cuidado na seleção das matérias-primas e no manuseio dos produtos? Quais as consequências para os nossos amiguinhos?

Nos Estados Unidos são registrados anualmente vários recolhimentos de alimentos para animais. Em 2007, algumas rações fabricadas com proteína vegetal importada da China, contaminada com melamina, foram descobertas como sendo a causa da enfermidade de cães e gatos. A proteína foi utilizada também em alimentos para peixes e outros animais que foram destinados ao fornecimento de carne para a alimentação humana, no entanto as autoridades concluíram que o risco para a saúde humana era muito baixo. Muito recentemente, dia 21 de novembro de 2012, um fabricante americano anunciou um recall prioritário de um de seus snacks para cães em que numa amostra houve resultado positivo para a presença de Salmonella. Olhei a lista mais atual publicada no FDA, a grande maioria dos recalls é devido à Salmonella, mas também encontrei recalls por possível excesso de vitamina D ou falta de tiamina (nos alimentos declarados como fortificados), por erros de rotulagem, por presença de material estranho (sim, partículas de plástico duro no alimento, com potencial de causar engasgamento nos cães e gatos), por contaminantes químicos como por exemplo: 1) Contaminação por propilenoglicol em snacks para gatos, com potencial de causar anemia; 2) Contaminação cruzada de alimentos para cavalos com monensina sódica,  substância usada para melhorar o desempenho e o metabolismo dos bovinos, e fatais para os cavalos – sim, isto está escrito nas advertências dos fabricantes de monensina sódica, inclusive houve registro de mortes de cavalos pela ingestão deste alimento contaminado.

Por isso, se os fabricantes ainda não se adequaram, está mais do que na hora. Em casa nós também devemos armazenar corretamente os alimentos para os animais, observar a data de validade, manusear com higiene, lavar os pratinhos, etc. Tanto nossos bichinhos como nós podemos adoecer. Ah, e uma curiosidade: você sabia que a FSSC 22000 (com os PPRs da ISO/TS22002-1, antigo PAS 220) também é aplicável para fabricantes de alimentos para animais de estimação (pet food)? No site da Foundation existe o registro de 14 empresas certificadas no mundo, mas infelizmente nenhuma no Brasil…

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Rótulos das bebidas energéticas ocultam, mentem ou não são precisos nos teores de cafeína

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Após os escândalos de processos judiciais e mortes de jovens presumidamente por consumo de bebidas energéticas, o foco nas quantidades de cafeína destes produtos segue dando o que falar. De acordo com um estudo do Consumer Reports, na grande maioria dos casos a informação dos rótulos das bebidas energéticas com relação ao teor de cafeína é inexistente ou pouco precisa.
No estudo publicado no último dia 25 de outubro, verificou-se que somente 16 das 27 bebidas energéticas mais populares no mercado norte-americano possuem alguma informação em seus rótulos referente ao teor de cafeína.
Por outro lado, 5 destas 16 bebidas energéticas têm uma concentração de cafeína maior do que a declarada nos rótulos. A diferença média entre o teor de cafeína declarado e o valor real é superior a 20%.
O teor de cafeína nas bebidas analisadas neste estudo oscilaram entre 6 e 242 miligramas.
O estudo do Consumer Reports foi publicado pouco depois do início de uma investigação das autoridades norte-americanas em torno da possibilidade de que as cinco mortes ocorridas recentemente estejam relacionadas com o consumo da bebida da marca Monster Energy.
A Monster Beverage Corps, fabricante da bebida Monster Energy, declarou que é altamente improvável que a morte da adolescente de 14 anos, Anais Fournier, esteja vinculada com o consumo de seus produtos, sendo que já foram vendidas mais de 8 bilhões de unidades.
A cafeína pode te deixar mais alerta, aumentar o seu desempenho mental e físico e até mesmo melhorar o seu humor. No entanto, também pode causar nervosismo, insônia, taquicardia ou um ritmo anormal nos batimentos cardíacos e aumentar a pressão sanguínea.
Níveis seguros para o consumo de cafeína ainda estão sendo estudados, mas os dados sugerem que a maioria dos adultos saudáveis podem consumir tranquilamente até 400 mg de cafeína por dia. Mulheres grávidas, até 200 mg, e crianças até 45 a 85 mg dependendo do peso corporal. Uma bebida energética ocasional para adultos provavelmente não terá qualquer consequência.
O processo judicial e a investigação atual provavelmente levarão a uma revisão da legislação que regulamenta a rotulagem de bebidas energéticas.
Um porta-voz da Monster Beverage Corps declarou que a lei não obriga aos fabricantes a publicação nos rótulos dos teores de cafeína nas bebidas energéticas. Os rótulos das duas bebidas da marca Monster Energy avaliadas pelo Consumer Reports alerta quanto ao consumo por crianças, mulheres grávidas e população sensível à cafeína, e inclui um limite diário recomendado para o consumo.

Quer saber mais? Leia os artigos abaixo (em inglês):
http://news.consumerreports.org/health/2012/10/energy-drink-linked-to-cases-of-caffeine-toxicity.html
http://www.consumerreports.org/cro/magazine/2012/12/the-buzz-on-energy-drink-caffeine/index.htm

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EFSA apoia nova tecnologia de reciclagem de PET

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A Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) concluiu que a tecnologia de descontaminação utilizada para obter reciclado pós-consumo do politereftalato de etileno (PET) para uso em materiais de contato com alimentos não apresenta problemas de segurança.
O comitê da EFSA sobre materiais de contato com alimentos, enzimas, aromatizantes e coadjuvantes tecnológicos estudaram a eficiência da descontaminação das quatro empresas que utilizam a tecnologia VACUREMA Prime.
O parecer foi dado depois que a Agência Britânica de Segurança de Alimentos (FSA) e a Sanitarny Glówny Inspektor, da Polônia, solicitaram a avaliação dos processos de reciclagem de plásticos ecológicos e da empresa Polowat, respectivamente.
O Bundesamt für Verbraucherschutz und Lebensmittelsicherheit, da Alemanha, solicitou a avaliação dos processos de reciclagem das empresas Vogtland e STF.

As etapas críticas
O comitê concluiu que a descontaminação em reatores descontínuos e a descontaminação em reatores contínuos são as etapas críticas para a eficiência dos processos e devem ser mantidas sob controle para garantir o rendimento destes processos. Os parâmetros de funcionamento para controlar o rendimento destas etapas críticas são a temperatura, a pressão e o tempo de residência.
O que se obtém nos processos de reciclagem são flocos lavados com soda cáustica quente, obtidos a partir de garrafas de PET usadas previamente para o acondicionamento de alimentos, recolhidas pós-consumo (nas ruas ou nos depósitos de materiais recicláveis). “Contudo, uma pequena fração deste PET recolhido pode ser proveniente de aplicações não alimentícias, como por exemplo, embalagem de sabonete líquido, enxágue bucal, produtos de limpeza para cozinhas, etc., de acordo com a demanda. A quantidade de PET proveniente de embalagens não alimentícias depende do sistema de coleta. De acordo com a base de dados de cotas de mercado, estima-se que a demanda desta fração esteja abaixo dos 5%”, declarou o comitê da EFSA.
Mediante uma tecnologia especial, os flocos de PET lavados e secos são aquecidos por batelada em um reator descontínuo a vácuo, e depois são novamente aquecidos em um reator contínuo também a vácuo, antes de serem extrusados em grânulos (pellets).

Teste de contaminação
A EFSA realizou testes, através da introdução de contaminantes químicos selecionados no processo, e encontrou que a eficiência de descontaminação oscilou entre 98,3% para o lindano (gama-hexaclorociclohexano) e 99,95% para o tolueno na saída do reator descontínuo. Depois da passagem pelo reator contínuo, nenhum destes contaminantes foi detectado. No entanto, o comitê afirmou que as etapas críticas devem ser controladas, documentadas e estarem disponíveis quando forem operadas em condições como as do teste realizado.
“O PET reciclado obtido através dos processos de Plásticos Eco, Vogtland, Polowat e STF e destinado à fabricação de materiais e artigos com a finalidade de contato com todos os tipos de alimentos, tanto em aplicações de enchimento a quente e/ou armazenamento de longo prazo em temperatura ambiente, não é considerado um problema de segurança”, concluiu a EFSA.

Texto original (em espanhol):
http://www.clubdarwin.net/seccion/tecnologia/efsa-respalda-nueva-tecnologia-de-reciclado-de-pet

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GFSI e o processo de “benchmarking” para reconhecimento de normas

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Certamente muitos de vocês, caros leitores, já ouviram falar em normas que são “aceitas” ou “reconhecidas” pelo GFSI (Global Food Safety Initiative – Iniciativa Global para a Segurança de Alimentos). Mas nem todos conhecem qual o papel do GFSI e de que maneira eles reconhecem alguma norma ou esquema de certificação em segurança de alimentos. Respondemos algumas perguntas sobre o GFSI e o processo de benchmarking.

O que é o GFSI? Como surgiu?
O que é o “bechmarking” e qual o objetivo deste processo?
Quais são as normas atualmente reconhecidas pelo GFSI?
Existe uma norma GFSI em que minha empresa pode ser certificada?
Como posso conhecer o que o GFSI considera importante em termos de segurança de alimentos? Existe algum checklist ou ferramenta para auxiliar minha empresa?

Quer saber as respostas? Clique aqui e baixe o conteúdo.

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GFSI reconhece esquemas do SQF

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Reconhecimento do esquema SQF pelo GFSI

No dia 15 de outubro de 2012 foram anunciados pelo GFSI a finalização do processo de benchmarking e o reconhecimento do esquema SQF – Safe Quality Food, Versão 7, Nível 2, para os seguintes escopos:

Al: Criação de animais / pecuária
Bl: Agricultura
C: Pré-processamento de produtos de origem animal
D: Pré-processamento de produtos de origem vegetal
El: Processamento de produtos perecíveis de origem animal
Ell: Processamento de produtos perecíveis de origem vegetal
Elll: Processamento de produtos perecíveis de origem animal e vegetal
ElV: Processamento de produtos estáveis à temperatura ambiente
L: Produção de bioquímicos
M: Produção de embalagens

O esquema SQF é uma norma de certificação de processo e produto. Tem como base o HACCP e um sistema de gestão de segurança de alimentos e qualidade que utiliza o NACMCF (National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Food) – Comitê de Aconselhamento Nacional em Critérios Microbiológicos para Alimentos (está ligado ao USDA – Estados Unidos, que seria equivalente ao Ministério da Agricultura do Brasil) e também os guias e princípios HACCP do Codex Alimentarius. Este esquema foi elaborado com o intuito de dar suporte à indústria e aos produtos de marca, e oferece benefícios aos fornecedores e seus clientes. Produtos manufaturados com uma certificação SQF possuem um alto grau de aceitação no mercado global.

Para maiores informações, acesse o documento do GFSI (em inglês):

< 1 min leituraReconhecimento do esquema SQF pelo GFSI No dia 15 de outubro de 2012 foram anunciados pelo GFSI a finalização do processo de benchmarking e o reconhecimento do esquema SQF – […]

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Como anda a publicação das novas ISO/TS (PAS)?

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O detalhamento dos programas de pré-requisitos (PPR), contidos na cláusula 7.2 da ISO 22000, vem sido publicado para cada setor da cadeia produtiva de alimentos, na forma de especificações (PAS ou ISO/TS).
A mais consolidada e a primeira que foi publicada foi a PAS 220 (hoje chamada ISO/TS 22002-1), que é aplicável aos fabricantes de alimentos, bebidas e ingredientes para alimentos. Em seguida, a que está sendo comentada atualmente é a PAS 223, que especifica os PPR para a indústria de embalagens para alimentos.
E para os outros setores, o que existe e o que está em fase de elaboração? Veja o compilado na tabela abaixo:


OBS: As siglas DTS, AWI e WD que aparecem na tabela acima significam que as especificações ainda estão em estágio de projeto, avaliação, discussão ou revisão, ou seja, é o status em que se encontra atualmente no comitê TC 34/SC 17 da ISO. Todas elas são “TS” (technical specification) = especificações técnicas.

Não temos notícias de que outras especificações para outros setores estejam em desenvolvimento, mas havendo novidades, lançaremos novos posts a respeito. Fique ligado, caro leitor!

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Bebedouro na área produtiva: pode ou não pode?

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Outro dia surgiu no LinkedIn, num dos grupos que eu acompanho, uma questão sobre a presença de bebedouros na área produtiva, sejam eles com os famosos galões de água mineral e os copinhos descartáveis, ou aqueles de pressão, em que o pessoal bebe diretamente da torneira. A pessoa que fez a pergunta teve como foco as áreas de alto cuidado (high care) e alto risco (high risk) da BRC. As mais variadas respostas surgiram, desde aqueles que acreditam que é totalmente proibido, pois os copinhos ou o próprio bebedouro, onde colocamos as mãos e aproximamos a boca, podem ser uma fonte potencial de contaminação. Outros foram menos radicais na opinião, dizendo que seria necessária uma análise de riscos aprofundada. Sugestões para contornar o problema também foram faladas, como por exemplo, permitir pausas aos funcionários, para que possam beber água em outro local (isto pode não ser viável, uma vez que um funcionário que trabalha numa área de alto risco teria que trocar de roupa ao sair e ao entrar, e as pausas teriam que ser longas – muitas entradas e saídas também podem aumentar o risco de carregar contaminação de uma área suja para uma área limpa). Também discutiram a segurança e o bem estar do trabalhador, ou seja, não se pode ignorar a legislação trabalhista local e as condições apresentadas aos funcionários. Eu, particularmente, sou mais adepta da análise de riscos, depende muito do produto fabricado e do nível de higiene definido pela empresa no local onde o bebedouro está instalado. Bebedouros sem copinhos talvez sejam mais facilmente gerenciados, porém também necessitam de higienização frequente. Não podemos esquecer que a empresa é responsável por fornecer água potável e adequada para consumo a todos os funcionários. Comprar água de fontes confiáveis ou realizar tratamentos adequados é obrigatório. Afinal de contas, um surto de doença veiculada através da água, prejudicando a saúde dos funcionários, certamente impacta na segurança dos alimentos que estamos produzindo. E você, leitor, o que acha?

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Alimentos orgânicos: mais seguros e saudáveis que os convencionais?

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De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford, o mercado de orgânicos nos Estados Unidos, de 1997 até 2010, cresceu de 3,7 bilhões de dólares para a marca de 26,7 bilhões de dólares. Mas a pesquisa questiona se pagar mais por um produto orgânico certificado – um alimento produzido e processado sem pesticidas sintéticos, fertilizantes, antibióticos, hormônios ou ingredientes geneticamente modificados – realmente vale a pena.

 A pesquisa, publicada na semana passada, reuniu dados de 17 estudos em humanos e 223 estudos em densidade nutricional e níveis de contaminação e concluiu que, até o momento, a literatura publicada “não fornece evidências suficientes” de que alimentos orgânicos sejam significantemente mais nutritivos, mas a escolha pelo consumo destes alimentos pode reduzir a exposição a pesticidas e bactérias resistentes a antibióticos.

 O estudo concluiu também que, em geral, produtos orgânicos são 30% menos prováveis de conter pesticidas detectáveis, quando comparados com produtos convencionais, mas a grande maioria de todos os produtos testados ficaram abaixo dos níveis de tolerância do governo americano. O estudo também avaliou outra pesquisa que verificou que crianças que trocaram produtos convencionais por uma dieta com orgânicos durante cinco dias tiveram níveis menores de resíduos de pesticidas na urina, mas se estes níveis têm um impacto direto na saúde humana ainda não está “claro”.

 Em relação à contaminação bacteriana, as pesquisas demonstraram que não houve diferença significativa na taxa de contaminação por E. coli – 7% para orgânicos, 6% para os convencionais – mas também notaram que apenas cinco dos estudos que foram pesquisados compararam diretamente este tipo de contaminação. Quando desconsideraram o estudo que só avaliou alface, a análise demonstrou que produtos orgânicos tinham 5% mais risco de contaminação que os convencionais.

 Em contrapartida, no caso de produtos orgânicos e convencionais de origem animal, as pesquisas evidenciaram que ambos estavam amplamente contaminados por patógenos. Os pesquisadores verificaram que diferenças entre contaminação bacteriana entre orgânicos e convencionais de origem animal eram estatisticamente insignificantes.

 Em carne de frango, 67% das amostras orgânicas e 64% das amostras convencionais estavam contaminadas com Campylobacter, enquanto que 35% das amostras orgânicas e 34% das convencionais estavam contaminadas com Salmonella. Carne de porco, no geral, estava contaminada com E. coli – 65% das amostras orgânicas e 49% das convencionais – e a pesquisa não encontrou nenhum estudo que tenha comparado carne de boi orgânica e convencional.

Uma grande diferença que o estudo encontrou foi que produtos de origem animal, convencionais, tinham maior probabilidade de estarem contaminados por patógenos resistentes a três ou mais antibióticos – para frango e porco, as amostras convencionais tinham um risco 33% maior. As diferenças eram ainda maiores quando foi comparada a resistência à ampicilina – orgânicos e frango tinham 35% menos risco de resistência – mas no estudo com os demais antibióticos, produtos convencionais tinham um maior risco. No entanto, a pesquisa concluiu que as diferenças eram estatisticamente insignificantes neste último caso. Os pesquisadores também verificaram que poucos dos estudos avaliados analisaram os mesmos antibióticos nos mesmos produtos de origem animal.

 “Esta prevalência aumentada na resistência aos antibióticos pode estar relacionada ao uso rotineiro de antibióticos na criação dos animais, no método convencional” – disseram os autores. “No entanto, a extensão na qual o uso dos antibióticos na criação dos animais realmente contribui para a resistência dos patógenos aos antibióticos, em humanos, ainda continua em debate porque o uso inadequado e indiscriminado de antibióticos pelas pessoas é a maior causa das infecções resistentes a antibióticos em humanos”.

 Outros artigos publicados no New York Times, no Chicago Sun-Times e no National Public Radio também colocam em cheque a questão da real segurança dos alimentos orgânicos. Os pesquisadores de Stanford alertaram que os resultados de seus estudos devem ser “interpretados com cautela”.

 Não existem estudos de longo prazo sobre os efeitos na saúde de pessoas que se alimentam principalmente de produtos orgânicos versus aqueles que se alimentam basicamente dos convencionais. Tais pesquisas seriam muito caras e difíceis de serem conduzidas, e os estudos atualmente disponíveis variam bastante na metodologia, tamanho das amostragens e extensão, e por este motivo, tirar qualquer conclusão generalizada é muito difícil.

 Ainda assim, os dados desta pesquisa demonstraram que produtos orgânicos podem não valer a pena os dólares extras a serem gastos por consumidores que procuram um benefício para a saúde.

 Michael Pollan, uma das figuras mais influentes nas causas relacionadas a alimentos, afirmou que “apenas encorajaria o público a se educar e não tirar conclusões apenas com valores nominais. Esta questão é complicada, e ainda precisamos de muito mais ciência e estudo. A ausência de provas tanto pode significar que ainda não estudamos o assunto suficientemente ou que ainda não encontramos uma resposta, e não significa que não chegaremos a alguma conclusão. E por enquanto, um princípio precautório: Apesar de que o assunto dos níveis baixos de pesticidas influenciarem ou não na nossa saúde ainda não ter terminado, existem ótimas razões para minimizar o seu consumo”.

 E você, caro leitor? Costuma consumir produtos orgânicos ou convencionais? Você acredita que os alimentos orgânicos sejam realmente mais seguros que os convencionais?

 Este artigo é um resumo (tradução livre) do texto original citado no site:

http://www.foodsafetynews.com/2012/09/organic-food-not-proven-healthier-or-safer-study-finds/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=120905&goback=%2Egde_3225931_member_160182173#%2EUEfJ88W70fg

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OGM: “Ausência de evidência não significa evidência de ausência”

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Qualquer discussão sobre organismos geneticamente modificados (OGM), também conhecidos popularmente por transgênicos, certamente gera polêmica. Há defensores ferrenhos desta tecnologia, assim como há muitas pessoas que ainda desconfiam de seus benefícios e sua segurança para a humanidade e para o meio ambiente.

Segundo o artigo da revista Scientific American Brasil, o que existe hoje é uma campanha defendendo o uso quase indiscriminado dos OGMs, que não levam em consideração os possíveis riscos e muitas vezes apresentando argumentos que podem ser enganosos.

Dentre estes argumentos, podem ser citados:

1)      Nenhum problema de saúde foi registrado nos últimos dez anos por conta do consumo de alimentos transgênicos: Uma década, considerando-se a história biológica do planeta, é um período muito curto de tempo. Em comparação com a magnitude do tempo geológico, é impossível prever as consequências da ingestão de OGMs. Além disso, o não aparecimento imediato de problemas ambientais ou de saúde humana não significa que eles não existam.

2)      A engenharia genética e a produção de transgênicos é uma extensão da reprodução seletiva natural: Há uma grande diferença entre cruzar variedades diferentes (isto vem sendo feito desde o surgimento da agricultura) e introduzir genes de uma espécie em outra distante filogeneticamente. OGMs podem ser mais perigosos em especial quando os novos atributos inseridos artificialmente são capazes de aumentar a sua competitividade de forma rápida. Já que a seleção natural não escolhe seus alvos, ela atuará tanto nos organismos não modificados em laboratório quanto naqueles que foram alterados, podendo levar à reprodução diferencial desses OGMs e à ampliação do tamanho de suas populações em pouco tempo. Desde Darwin, sabe-se que a evolução é imprevisível, e portanto, não é possível determinar o impacto ambiental da seleção destes transgênicos.

3)      Os alimentos transgênicos vão “salvar” o mundo da fome: As questões relativas ao problema da fome estão muito mais relacionadas à distribuição de renda e acesso aos alimentos, do que à produção mundial de alimentos em si, que hoje é suficiente para alimentar, com sobras, toda a população do globo. E parece muito pouco provável que as grandes empresas produtoras dos OGMs alimentícios concordem em reduzir as suas margens de lucro. Uma análise feita pela instituição Amigos da Terra Internacional sobre os alimentos transgênicos, entre 1996-2006, afirma que atributos atraentes nestes alimentos desaparecem na segunda geração. Ainda neste estudo, afirma-se que os OGMs não oferecem qualquer benefício em termos de qualidade e preço para o consumidor, e que nada tem sido feito para aliviar a fome no mundo. Como comentado anteriormente, o problema da fome é político. Não se pode esquecer que a maioria dos grãos transgênicos são destinados para a alimentação na pecuária em países ricos.

Alguns dados são úteis para avaliar a consequência da introdução dos OGMs no ambiente natural. O pesquisador Jeffrey Smith, em seu livro “Roleta Genética”, aponta os seguintes casos: 1) Depois da introdução da soja transgênica no Reino Unido, os casos de alergia a este alimento dispararam; 2) Foi observada alta na mortalidade de ovelhas que pastaram em lavoura de algodão transgênico; 3) Ratos alimentados com milho transgênico apresentam múltiplos problemas de saúde; 4) O número de mortes em galinhas dobrou quando foram alimentadas com milho transgênico em relação ao grupo alimentado com milho comum; 5) Também no Reino Unido, um suplemento alimentar transgênico à base de triptofano matou 100 pessoas e provocou doença em outras 500; 6) Aumentaram as taxas de câncer entre pessoas que ingeriram leite produzido com hormônio de crescimento bovino projetado com técnicas transgênicas.

Para Peter Raven, um dos autores de livros-texto de botânica mais importantes do final do século 20, afirmou que “não há dados científicos de que o processo de transferência de genes de um organismo para outro cause problemas intrínsecos”. Porque supostamente “nada aconteceu” durante um teste controlado com populações pequenas e isoladas não significa que todos os OGMs são seguros ou mesmo que um OGM pesquisado será seguro quando comercializado em larga escala. Em outras palavras, ausência de evidência não significa evidência de ausência.

Pode parecer inacreditável um mundo futuro sem os OGMs. Seus benefícios seriam extraordinários e produziriam um impacto tão positivo na sociedade que a deixaria cada vez mais semelhante aos mundos utópicos da literatura. Segundo Raven, “os danos ambientais causados pela agricultura tradicional e o amplo uso de produtos químicos nas plantações são bem maiores do que os danos causados por plantações de OGMs”. Quem não gostaria de proteger o meio ambiente e promover a biodiversidade? É admissível a esperança neste admirável mundo novo, mas o entusiasmo demasiado sobre essa nova tecnologia deve ser relativizado, pois os efeitos colaterais de sua aplicação estão longe de ser compreendidos. Existem ainda muitas dúvidas sobre o que os OGMs poderão causar à saúde humana e ao meio ambiente.

** Este texto é um resumo do artigo da revista Scientific American Brasil, Edição nº 122, Ano 11 – Julho de 2012.

E qual é a sua opinião em relação aos transgênicos, caro leitor? A utilização de OGMs é realidade na nossa vida, basta visitar qualquer “pet shop” e ver que quase todos os alimentos e “snacks” destinados a cães, gatos, pássaros e outros animais de estimação contém o símbolo abaixo. Nos alimentos para consumo humano, é bem mais raro encontrar o símbolo, mas será que eles realmente contêm menos do que 1% de transgênicos e o consumidor está de fato sendo adequadamente informado, para que possa tomar uma decisão racional, baseada em seus próprios princípios?

Nota da Edição: Você tem uma posição contrária ao apresentado? Deseja fazer um comentário? Nosso blog é aberto a comentários e podemos publicar seu post.

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Guia de interpretação da BRC Food Safety Versão 6

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No último dia 29 de junho foi publicada a versão em inglês britânico do BRC Global Standard for Food Safety – Interpretation Guideline: Issue 6, que é um guia para a interpretação da BRC Global Standard for Food Safety – Issue 6 (BRC Segurança de Alimentos – Versão 6). No dia 17 de julho, foi a vez da publicação do guia em inglês americano. O guia tem como função ajudar os fabricantes de alimentos na obtenção da certificação na norma, apresentando os princípios por trás de cada um dos requisitos, cláusula por cláusula, auxiliando as empresas na interpretação e numa implementação eficaz em todos os setores da indústria alimentícia.
Além do guia de interpretação e implementação, existem também os guias de boas práticas em gerenciamento das reclamações, auditoria interna, rastreabilidade, controle de pragas e detecção de materiais estranhos. Todas elas estão atualmente na versão 2.
Infelizmente, nenhum destes guias é gratuito, e também não há previsão de publicação deles em português, embora já exista a norma em português do Brasil.

Para maiores informações e para adquirir os guias de interpretação e boas práticas, acesse:
http://www.tsoshop.co.uk/brcbookshop/bookstore.asp?FO=1235946&CLICKID=004557

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Consulta pública de norma: PAS 221 (Varejo)

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No último dia 20 de julho, a BSI – British Standard Institution – disponibilizou, na forma de draft (esboço), a nova PAS 221, para consultas e comentários do público. A PAS 221 especifica o programa de pré-requisitos (PPR) para a segurança de alimentos em varejistas, sendo aplicável a qualquer organização envolvida especificamente neste setor, independente do tamanho ou complexidade das operações. Como as demais PAS e ISO/TS 22002, esta especificação deve ser implementada e auditada em conjunto com a ISO 22000, sendo referente ao requisito 7.2.3.
O blog Food Safety Brazil apresenta, em primeira mão, os principais pontos desta PAS 221:
– São 18 capítulos, no mesmo formato do PAS 220 (hoje ISO/TS 22002-1) e PAS 223, e abordam-se basicamente os mesmos assuntos.
– Capítulo 4: Construção e layout das edificações: estabelece que as áreas internas e externas não devem apresentar potencial de contaminação aos produtos manipulados, estocados e vendidos na organização.
– Capítulo 5: Layout das instalações e área de trabalho: áreas de acesso restrito aos funcionários do varejista e áreas de acesso público devem ser construídas e mantidas de forma a facilitar a higiene e práticas que minimizem os perigos para a segurança dos alimentos. Especifica requisitos para movimentação (fluxos de materiais e pessoas), layout interno (localização de equipamentos), condições de pisos, paredes, tetos, portas e áreas de armazenamento de produtos.
– Capítulo 6: Utilidades – água, ar, energia: trata da potabilidade da água, do uso de químicos de caldeira aprovados e seguros para água de consumo humano, qualidade do ar ambiente e ventilação, especificação dos gases em contato com os produtos (ar comprimido, nitrogênio, etc.) e iluminação.
– Capítulo 7: Descarte de resíduos: trata do manejo de resíduos, considerando a prevenção contra contaminação cruzada, adequação de coletores, lixeiras e áreas de resíduos, gerenciamento da retirada e destinação dos resíduos (incluindo os devidos cuidados com o descarte de materiais rotulados) e ralos e escoamento / drenagem de águas residuais.
– Capítulo 8: Adequação, limpeza e manutenção de equipamentos: estabelece que equipamentos devem ser projetados de forma a facilitar a manutenção, conservação e limpeza / sanitização, e aqueles que têm contato com alimentos devem ser constituídos de material adequado para uso em alimentos, sendo resistentes aos processos e produtos de limpeza. Também menciona os controles de temperatura e umidade quando requeridos e estabelecimento de programas de limpeza e de manutenção preventiva.
– Capítulo 9: Gestão de materiais adquiridos e serviços: controle da aquisição de materiais que afetam e segurança dos produtos, critérios de seleção, aprovação e monitoramento de fornecedores e verificação dos produtos adquiridos em relação às especificações de segurança de alimentos.
– Capítulo 10: Controle da contaminação: Programas de prevenção, controle e detecção de contaminações cruzadas, incluindo contaminações físicas, químicas e microbiológicas. Política de vidros e gerenciamento dos alergênicos na preparação de alimentos também são contemplados.
– Capítulo 11: Limpeza e sanitização: estabelecimento de procedimentos documentados de limpeza e sanitização, incluindo, além de outros detalhes, frequências apropriadas, produtos aprovados para uso, estocagem dos químicos de limpeza, inspeções pós limpeza e pré start up das operações, limpeza CIP e monitoramento e validação dos programas de limpeza.
– Capítulo 12: Controle de pragas: deve-se ter um programa de controle de pragas documentado, incluindo a designação de um responsável da empresa para acompanhar os serviços de controle de pragas; produtos aprovados para uso; registro dos tratamentos, inspeções e monitoramentos de pragas realizados; barreiras físicas e outras medidas preventivas contra pragas; utilização de iscas, detectores e armadilhas contra pragas; controle da infestação e medidas de erradicação.
– Capítulo 13: Higiene pessoal e instalações para os funcionários: requisitos para sanitários, lavatórios, vestiários, refeitório; uniformes, roupas protetoras, calçados, toucas; controle da saúde dos manipuladores; gerenciamento dos funcionários que apresentarem doenças transmitidas por alimentos e ferimentos; higiene pessoal (lavagem de mãos, hábitos, comportamento, manutenção da limpeza e organização dos armários pessoais, entre outros).
– Capítulo 14: Retrabalho: produtos destinados ao retrabalho devem ser estocados, manipulados e utilizados de modo que a qualidade, a segurança de alimentos, a rastreabilidade e a conformidade legal sejam mantidas.
– Capítulo 15: Procedimentos de recall de produtos: procedimentos implementados para que produtos inseguros que tenham sido vendidos ou liberados para o mercado sejam identificados, localizados e removidos de todos os pontos necessários da cadeia de abastecimento de alimentos. Atenção especial deve ser dada aos produtos que retornam (são devolvidos ou trocados pelo consumidor), de forma que não sejam colocados novamente nas gôndolas para revenda. Se houver devolução de produtos sem ser por motivo de recall, devem estar estabelecidos procedimentos para inspeção dos produtos devolvidos, para que se assegure que não tenham sido submetidos a uma adulteração ou não estejam violados. Em casos de produtos perecíveis frescos, deve haver procedimento para que não retornem às gôndolas e sejam novamente expostos para revenda.
– Capítulo 16: Armazenamento: requisitos para estocagem adequada de produtos (local limpo, seco, bem ventilado, protegido contra contaminações), monitoramento de umidade e temperatura de armazenamento quando requerido pela especificação dos produtos, segregação e identificação de materiais não conformes, rotação de estoque (FIFO/FEFO).
– Capítulo 17: Informações dos produtos e alerta aos consumidores: devem estar disponíveis ao consumidor informações sobre os produtos, para que seja possível que ele entenda a importância destas informações e faça escolhas conscientes. Devem existir procedimentos para rotulagem, etiquetagem ou identificação dos produtos preparados ou pré-embalados nas instalações do varejista.
– Capítulo 18: Defesa do alimento (food defense), biovigilância e bioterrorismo: áreas e equipamentos potencialmente sensíveis no estabelecimento devem ser identificados e sujeitos a um controle de acesso e proteção. Tais equipamentos podem incluir máquinas de sorvete, de suco de laranja, de café, entre outras.

De modo geral, não se verifica uma diferença grande entre os requisitos da ISO/TS 22002-1 para a indústria de alimentos e esta nova PAS 221. O que é notável é uma preocupação especial com as áreas e atividades de manipulação e empacotamento de produtos preparados no próprio estabelecimento, como por exemplo, açougue, padaria própria, peixaria, entre outros, além das áreas de armazenamento de produtos (estoque do varejista).

Eu, particularmente, gostei bastante desta novidade, e espero ver uma rápida aprovação por parte do GFSI e da Foundation (dona do esquema FSSC), incluindo a acreditação dos organismos de certificação para executar auditorias neste ramo da cadeia de alimentos, e principalmente, uma boa adesão e aplicação por parte dos varejistas, sobretudo aqueles que estão fortemente envolvidos com o GFSI.

A PAS 221 fica em aberto para consulta até 24 de agosto de 2012. Para acesso ao draft e para fazer comentários, entre no site: http://drafts.bsigroup.com/Document/Manage/46857

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Lições aprendidas com o Melão Cantalupe

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Uma análise de um dos mais letais surtos dos EUA foi apresentado no XXIII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos em maio de 2012. O blog Food Safety Brazil teve o privilégio de ter a autorização para publicar o conteúdo. Traduzimos o conteúdo para seu uso pleno!

 

Listeria monocytogenes: Caracterização, Controle e Lições Aprendidas com o Melão Cantaloupe

Prof. P. Michael Davidson e Emefa Monu

Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos Universidade do Tennessee

Membro do Conselho de Diretores do IFT

 

Baixe aqui a apresentação.

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Etapas preliminares do HACCP

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Caros leitores, em comemoração aos 15 anos da adoção do HACCP pelo Codex, estamos publicando uma série de artigos contemplando os 12 passos da implementação do HACCP, ou seja, as 5 etapas preliminares + os 7 Princípios HACCP. Não podemos esquecer, é claro, que o começo de tudo é o estabelecimento dos programas de pré-requisitos, ou seja, as Boas Práticas de Fabricação e condições básicas para manter um ambiente higiênico ao longo da cadeia produtiva de alimentos. Além disso, o compromisso e a conscientização da gerência e direção da empresa é fundamental para uma efetiva implementação do HACCP.
O HACCP é uma ferramenta poderosa da segurança de alimentos, com fundamentos científicos e caráter sistemático, que permite identificar perigos específicos e definir medidas para seu controle. O intuito é estabelecer um sistema de controle de perigos baseado na prevenção, no lugar da análise do produto final. Hoje, mais do que nunca, a adoção do HACCP é obrigatória e pode ser aplicado ao longo de toda a cadeia de alimentos.
Quando estamos nos preparando para implementar o HACCP, a primeira etapa preliminar é a formação da equipe multidisciplinar. A equipe deve ser formada por membros de setores variados da empresa, como por exemplo: Produção, Manutenção, Qualidade, Logística, Suprimentos, entre outras. Estes membros devem estar devidamente capacitados e treinados a utilizar e compreender os princípios do HACCP e de segurança de alimentos, além de ser necessário conhecer o processo produtivo, as características dos insumos e dos produtos acabados, equipamentos e perigos relacionados aos insumos e produtos. Convém nomear um líder da equipe, para gerenciar os trabalhos, e que os membros sejam pessoas disponíveis e interessadas em trabalhar com o assunto de segurança de alimentos. Não existe um número mínimo ou máximo de membros para a equipe HACCP, porém equipes muito enxutas podem ter dificuldade de implementação, por exemplo, por sobrecarga de trabalho ou falta de conhecimento, e equipes muito numerosas dificilmente serão adequadamente gerenciadas, há maior chance de falhas na comunicação, empecilhos para a reunião dos membros, entre outros problemas. Quando não temos pessoal adequadamente treinado ou com conhecimento suficiente, pode-se recorrer a recurso externo, como por exemplo, especialistas independentes, consultores, associações comerciais e industriais, autoridades reguladoras, literatura científica, entre outros.
Formada a equipe, o próximo passo é a descrição completa do produto. A descrição deve incluir características importantes em relação à segurança de alimentos, tais como: ingredientes (composição, sendo recomendado considerar os alergênicos e as informações de rotulagem do produto), propriedades físico-químicas (umidade, pH, atividade de água, entre outras), tratamentos que o produto sofre (exemplos: tratamento térmico, salga, acidificação, congelamento, etc.), tipo e material de embalagem, prazo de validade, condições de armazenamento e de transporte / distribuição. Conhecendo-se profundamente o nosso produto, já é possível definir se ele é ou não suscetível a contaminações microbiológicas, que tipos de compostos estão presentes nele, e também, quem pode consumir (já entrando na terceira etapa preliminar). Não se esqueçam de que é importante identificar os requisitos legais em relação ao produto, se existirem.
Chegando à nossa terceira etapa preliminar, o Codex requer que identifiquemos o uso pretendido para o nosso produto, isto é, de que forma é esperado que o produto seja utilizado ou consumido. Convém que sejam levados em consideração alguns aspectos, tais como: Qual é o proposito do nosso produto (exemplo: insumo para outras indústrias transformadoras ou produto para o consumidor final)? Quem é o mercado (nacional ou estrangeiro)? Que tipo de pessoas consomem ou podem consumir o nosso produto (há alergênicos ou substâncias que possam causar intolerância a um determinado grupo consumidor, existe restrição)? Qual o uso que o consumidor ou o cliente fará do nosso produto (existe possibilidade de utilização do produto para fins que não aquilo que foi inicialmente concebido)? Os requisitos de armazenamento e preparo devem ser rigorosamente observados (ex. obrigatória a estocagem a temperaturas menores ou iguais a -18ºC, aquecimento em forno a 250ºC por 20 minutos antes do consumo)? Quais as exigências que o nosso cliente faz com relação ao produto e ao seu uso? Esta etapa é muito importante para começarmos a pensar nos perigos prováveis relacionados a um mau consumo, e que tipo de controles teremos na nossa produção, para evitar que a saúde e integridade do consumidor sejam prejudicadas.
Notem que o HACCP é bastante lógico, e as etapas e princípios têm uma razão de ser, especialmente na ordem em que são apresentados. Fique ligado nos próximos posts a respeito das demais etapas preliminares e dos 7 Princípios.

Boa leitura!

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E quando não há legislação para um contaminante?

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Prezados leitores, no XXIII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CBCTA), que ocorreu no início de maio na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), houve uma palestra da Me. Lígia Lindner Schreiner, da ANVISA, sobre Regulação de Contaminantes em Alimentos. Este assunto certamente nos interessa muito, certo? Temos sempre dúvidas sobre a que materiais recorrer para definir os níveis aceitáveis para os perigos que levantamos nos planos APPCC, sobretudo os perigos químicos. Lígia esclareceu alguns aspectos da atual legislação e das preocupações da ANVISA, que podemos citar como exemplo, a Resolução nº 07 de 18/02/2011, que trata dos limites máximos tolerados para micotoxinas em alimentos.

E quando não temos legislação específica sobre um determinado contaminante no nosso alimento, objeto do nosso estudo? Onde vamos buscar referência? Como saber se existe algum nível seguro? Estas questões foram comentadas por Lígia, e a resposta foi a seguinte, que me chamou a atenção: “se não existe legislação estabelecendo um limite máximo para um determinado contaminante, então significa que a tolerância é zero, ou seja, a presença deste contaminante no alimento (em qualquer concentração) não é aceita”.

A ANVISA bem que poderia publicar uma portaria dizendo exatamente isso, que quando não há limites especificados, então não existe tolerância. Pelo menos, teríamos um embasamento legal para tomarmos as nossas decisões de níveis aceitáveis dos perigos nos nossos planos APPCC. E o que vocês acham disso, caros colegas leitores?

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