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Distribuição geográfica das certificações em segurança de alimentos no Brasil (GFSI)

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A certificação em uma norma de segurança de alimentos é uma conquista que traz muitos diferenciais competitivos para as empresas brasileiras. Ter um certificado é como ter um passaporte para fornecimento para empresas globais, ou para exportação aos mercados que geralmente pagam melhor pelos produtos oferecidos. É uma questão econômica e de estratégia para o crescimento, ou até a sobrevivência de muitos negócios. Assim, a cada ano, temos mais e mais empresas entrando para o grupo das que têm um sistema de gestão certificado. Mas qual é a distribuição geográfica das certificações em segurança de alimentos no Brasil? Quais são as normas preferidas e onde estão localizadas?

A primeira informação que acho importante compartilhar são os números totais de empresas certificadas no Brasil segundo o GFSI. Estes dados são do final de julho de 2024, disponibilizados pelos representantes de cada esquema e incluem alimentos e embalagens para alimentos.

Como podemos observar, o esquema FSSC 22000 lidera a preferência nacional para escopos de fabricação, com 779 empresas certificadas em alimentos e embalagens,  seguida por BRCGS, com 241 empresas, também de alimentos e embalagem. A terceira posição é para IFS, seguida por uma relativamente nova no Brasil, a SQF.

 

De forma individual, podemos visualizar a distribuição geográfica de cada esquema de certificação:

FSSC 22000

O diâmetro dos círculos é proporcional ao número de círculos em uma mesma cidade. O menor diâmetro equivale a uma empresa, o maior diâmetro equivale a 15 empresas na mesma cidade, havendo valores intermediários.

BRCGS Food and Packaging

O diâmetro dos círculos é proporcional ao número de círculos em uma mesma cidade. O menor diâmetro equivale a uma empresa; o maior diâmetro equivale a 9 empresas na mesma cidade, havendo valores intermediários.

IFS

O diâmetro dos círculos é proporcional ao número de círculos em uma mesma cidade. O menor diâmetro equivale a uma empresa; o maior diâmetro equivale a 3 empresas na mesma cidade.

SQF

Aqui cada círculo representa uma empresa certificada por cidade.

Total das empresas certificadas no Brasil em pelo menos uma norma do GFSI:

O diâmetro dos círculos é proporcional ao número de círculos em uma mesma cidade. O menor diâmetro equivale a uma empresa; o maior diâmetro equivale a 15 empresas na mesma cidade.

Em termos percentuais, a distribuição é a seguinte:

Distribuição das empresas certificadas em segurança dos alimentos reconhecida pelo GFSI

A distribuição geográfica é um reflexo da história da região, características do clima e distribuição dos eixos econômicos. Por exemplo:

Agradecimentos aos representantes de cada esquema de certificação por disponibilizarem os dados no mês de julho:

Juliani Arimura (FSSC 22000)

Juliane Silva (BRCGS)

Caroline Nowak (IFS)

Palova Dieter (SQF)

Contribuiu neste post Marcela Kesselring, Hilton Dias de Oliveira, Edvaldo R. de Oliveira.

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Um pouco sobre nosso VI Workshop – “O que esperar do futuro em S.A. e embalagens”

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Iniciaremos compartilhando algumas palestras deste encontro que reuniu especialistas, profissionais das áreas de alimentos e de embalagens e nossos leitores. Nosso VI Workshop ocorreu nos dias 15 e 16 de agosto de 2024 no CREA em São Paulo.

A imagem acima foi da abertura das palestras. Tive a honra de iniciar com a temática que introduziu as demais palestras sobre o futuro da segurança de alimentos e embalagens, que está sendo moldado por várias tendências emergentes e avanços tecnológicos.

Minha palestra, juntamente com as demais apresentações, pode ser conferida aqui. Abordei Blockchain, a Inteligência Artificial e Big Data, embalagens inteligentes, seguras e sustentáveis, normas e regulamentações mais rigorosas reconhecidas pela GFSI, biotecnologia e melhoria da nutrição, Práticas Agrícolas Sustentáveis, redução do desperdício de alimentos, aumento do controle de qualidade automatizado, desenvolvimento de métodos de controle de patógenos.

A tecnologia blockchain está sendo cada vez mais utilizada para rastrear a origem dos alimentos e garantir a transparência na cadeia de suprimentos. Isso pode ajudar a detectar rapidamente a fonte de contaminação e reduzir os riscos de surtos alimentares, evitando recalls, por exemplo. Permite o rastreamento completo dos alimentos desde a origem até o consumidor final, criando um histórico completo do produto. Como os registros no blockchain são imutáveis e acessíveis a todos os participantes da cadeia de suprimentos, isso aumenta a transparência. Consumidores e reguladores podem verificar a autenticidade dos produtos e as práticas usadas em sua produção, aumentando a confiança. Em caso de um surto de contaminação de alimentos, o blockchain permite a identificação rápida da fonte do problema. Também reduz o risco de fraudes alimentares ao registrar todas as transações de forma transparente e segura. Isso impede a adulteração de produtos e a substituição por alternativas de qualidade inferior.

A integração do blockchain com dispositivos de “Internet das Coisas” (IoT) permite a coleta e registro automático de dados ao longo da cadeia de suprimentos. Sensores IoT podem monitorar condições como temperatura e umidade durante o transporte e armazenagem, registrando essas informações no blockchain para garantir que os alimentos sejam mantidos em condições seguras.

Abordei também o uso de embalagens inteligentes, que incluem sensores e códigos QR e podem monitorar a qualidade dos alimentos em tempo real. Elas podem alertar consumidores e varejistas sobre problemas de segurança, como a deterioração dos produtos ou a presença de contaminantes, exemplificando com os sensores de temperatura, inibidores de gases, indicadores de frescor, monitoramento de umidade.

Outro tópico foi a IA e a análise de big data que estão sendo usadas para prever riscos e otimizar processos de segurança de alimentos. Algoritmos podem identificar padrões de contaminação e sugerir medidas preventivas, através de plataformas integradas com sistemas de gestão de segurança de alimentos (como HACCP) para fornecer uma visão holística e coordenada da segurança de alimentos e via dashboard e relatórios com painéis de controle interativos e relatórios detalhados permitindo uma análise rápida e informada, facilitando a tomada de decisões baseada em dados.

Sobre o desenvolvimento de novos materiais de embalagens, o foco está em desenvolver materiais mais sustentáveis e seguros. Isso inclui embalagens biodegradáveis e compostáveis, bem como materiais que podem inibir o crescimento microbiano, como bioplásticos, materiais à base de celulose e proteínas, materiais recicláveis e renováveis.

Comentei sobre o quanto as normas e esquemas reconhecidos pela GFSI promovem a harmonização dos padrões de segurança de alimentos reconhecidos internacionalmente. Com o avanço das tecnologias de rastreabilidade, como blockchain e sistemas de monitoramento avançados, espera-se que os regulamentos futuros sejam ainda mais focados na transparência e na capacidade de rastrear produtos ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Além disso, as normas e esquemas da GFSI continuarão a evoluir para refletir novos desafios e descobertas na área de segurança de alimentos e de embalagens, garantindo que os alimentos sejam seguros para consumo globalmente.

Sistemas automatizados para controle de qualidade estão se tornando mais comuns, permitindo a detecção precoce de contaminantes e a manutenção de padrões de segurança mais elevados. O estudo do microbioma dos alimentos está ajudando a entender melhor a relação entre microrganismos e segurança de alimentos. Isso pode levar ao desenvolvimento de novos métodos para controlar patógenos e promover a saúde do consumidor.

A biotecnologia está sendo utilizada para criar alimentos mais seguros e nutritivos. Isso inclui o uso de técnicas de edição de genes para desenvolver culturas resistentes a doenças e a contaminação, como o arroz dourado rico em vitamina A e o milho resistente a insetos, reduzindo a necessidade de pesticidas.  Também abordei melhorias na nutrição através de biofortificação de bananas com vitamina A, feijão com mais ferro. A biotecnologia, especialmente através da edição de genes, está desempenhando um papel fundamental na criação de alimentos mais seguros, nutritivos e sustentáveis, ajudando a enfrentar desafios globais como a segurança de alimentos, a nutrição e a sustentabilidade ambiental.

Enfim, a sustentabilidade está se tornando uma prioridade na indústria de alimentos. Práticas agrícolas sustentáveis e a redução do desperdício de alimentos estão sendo integradas aos esforços de segurança de alimentos para garantir um abastecimento seguro e sustentável de alimentos, abordando os desafios globais como a segurança de alimentos, a resiliência climática e a redução da pegada ambiental da agricultura. A colaboração entre todos os stakeholders da cadeia de suprimentos é essencial para alcançar esses objetivos de forma eficaz e duradoura.

Programas de educação para consumidores sobre práticas seguras de manuseio e preparo de alimentos estão se tornando mais comuns. Isso ajuda a reduzir os riscos de contaminação por práticas inadequadas na cozinha da sua casa.

No futuro próximo para a segurança de alimentos e embalagens, espera-se uma integração crescente de tecnologias avançadas para garantir a qualidade, segurança e sustentabilidade dos alimentos.

Promover práticas seguras de manuseio e preparo de alimentos entre os consumidores, juntamente com o desenvolvimento de embalagens avançadas e sustentáveis, são passos essenciais para moldar um futuro onde a segurança de alimentos é prioridade e as preocupações ambientais são atendidas. A tripartite com a colaboração entre governos, indústria e consumidores é fundamental para garantir que essas tendências continuem a evoluir de maneira positiva e sustentável.

Essas tendências estão moldando um futuro onde a segurança de alimentos é fortalecida por tecnologias inovadoras, práticas sustentáveis e maior conscientização, atendendo às demandas crescentes dos consumidores e reguladores por alimentos seguros, transparentes e responsáveis. Comecemos nas nossas preparações caseiras, que ainda representam altas estatísticas de toxinfecções alimentares.

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Tecnologia, sustentabilidade e cooperação serão o futuro da segurança de alimentos

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A segurança de alimentos é uma preocupação global que afeta diretamente a saúde pública, a economia e o comércio internacional. À medida que o mundo avança tecnologicamente e enfrenta desafios ambientais, a segurança de alimentos deve evoluir para enfrentar novos riscos e aproveitar oportunidades emergentes. Este texto explora as tendências e inovações que moldarão o futuro da segurança de alimentos.

1. Avanços tecnológicos

A tecnologia desempenhará um papel crucial na transformação da segurança de alimentos. Entre as inovações mais promissoras estão:
Blockchain: A rastreabilidade dos alimentos será aprimorada com a adoção do blockchain, permitindo que todos os participantes da cadeia de suprimentos registrem e acessem dados de forma transparente e segura. Isso não apenas reduzirá a incidência de fraudes alimentares, mas também facilitará a identificação rápida de fontes de contaminação em caso de surtos.
Internet das Coisas (IoT): Sensores inteligentes conectados à IoT monitorarão em tempo real as condições de armazenamento e transporte dos alimentos, garantindo que permaneçam dentro das faixas de temperatura e umidade seguras. Isso minimizará o risco de deterioração e contaminação.
Inteligência Artificial (IA): Algoritmos de IA analisarão grandes volumes de dados para prever e identificar riscos potenciais de segurança. Eles poderão detectar padrões em surtos de doenças transmitidas por alimentos e prever problemas antes que ocorram, permitindo uma resposta proativa.

2. Sustentabilidade e Segurança de Alimentos

A sustentabilidade está se tornando uma prioridade no setor alimentício, e a segurança de alimentos deve acompanhar essa tendência:
Agricultura vertical e hidropônica: Essas práticas agrícolas reduzirão a dependência de pesticidas e fertilizantes químicos, resultando em alimentos mais seguros. Além disso, a produção local em ambientes controlados diminuirá o risco de contaminação durante o transporte.
Embalagens sustentáveis: Novas tecnologias de embalagem, como materiais biodegradáveis e comestíveis, serão desenvolvidas para manter a segurança dos alimentos enquanto reduzem o impacto ambiental. Essas embalagens poderão incluir sensores integrados que indicam a frescura dos alimentos.

3. Regulações e políticas públicas

As políticas governamentais continuarão a evoluir para garantir a segurança de alimentos em um ambiente global em mudança:
Harmonização internacional: A colaboração entre países para harmonizar regulamentos facilitará o comércio internacional e garantirá padrões uniformes de segurança. Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) desempenharão papéis cruciais nesse processo.
Educação e capacitação: Investimentos em programas de educação e capacitação para agricultores, produtores e manipuladores de alimentos serão essenciais para garantir a implementação de práticas seguras em toda a cadeia de suprimentos.

4. Desafios emergentes

O futuro da segurança de alimentos também enfrentará novos desafios que exigirão soluções inovadoras:
Mudanças climáticas: O aquecimento global e as mudanças nos padrões climáticos afetarão a produção agrícola e a disponibilidade de alimentos, aumentando a vulnerabilidade a contaminações e surtos de doenças. Será necessário desenvolver cultivares resistentes a pragas e doenças e adaptar as práticas agrícolas às novas condições climáticas.
Resistência Antimicrobiana: O uso excessivo de antibióticos na pecuária está levando ao aumento da resistência antimicrobiana, que representa uma ameaça significativa à segurança de alimentos. Serão necessárias novas estratégias para monitorar e controlar o uso de antibióticos, bem como desenvolver alternativas seguras e eficazes.

5. A importância da colaboração

A segurança de alimentos é uma responsabilidade compartilhada que requer a colaboração de todos os atores envolvidos, desde produtores até consumidores:
Parcerias Público-Privadas: A cooperação entre governos, empresas e organizações não-governamentais será fundamental para desenvolver e implementar soluções eficazes. Essas parcerias podem promover a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, bem como a disseminação de melhores práticas.
Consciência do consumidor: Consumidores informados desempenham um papel crucial na segurança de alimentos. Campanhas educativas e de conscientização sobre práticas seguras de manipulação e armazenamento de alimentos ajudarão a prevenir surtos de doenças transmitidas por alimentos.
O futuro da segurança de alimentos será moldado por avanços tecnológicos, práticas sustentáveis, políticas públicas eficazes e uma colaboração global. Embora desafios emergentes exijam atenção e inovação contínuas, as oportunidades para melhorar a segurança de alimentos são vastas. Ao adotar uma abordagem proativa e colaborativa, podemos garantir um futuro em que todos tenham acesso a alimentos seguros e saudáveis.
Viviani Vasconcelos é engenheira de alimentos pela Escola de Engenharia Mauá, mestre em Nutrição e Dietética pela Universidad Europea Miguel de Cervantes (Espanha) e Lead Assessor FSSC 22000 pelo IRCA. Atua há mais de 20 anos com assuntos regulatórios para alimentos e bebidas, auditorias e sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos

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Evento – FSSC Insights Day 2024 será em outubro, no Brasil

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Que sempre falamos das novidades e mudanças na FSSC você sabe e pode acompanhar em nossa barra de pesquisa. Mas fiquem agora sabendo que, pela primeira vez no Brasil, a Foundation FSSC tem o orgulho de anunciar o evento FSSC Insights Day 2024, que acontecerá no dia 16 de outubro de 2024.

Será um dia dedicado à troca de conhecimentos, experiências e conexões valiosas para todos os envolvidos na indústria de bens de consumo. Este evento imperdível oferece uma oportunidade única para profissionais e especialistas se aprofundarem nos Esquemas FSSC 22000 e FSSC 24000, que são referências globais em certificação de segurança de alimentos e sustentabilidade.

Com o tema “Construindo Confiança e Sustentabilidade na Indústria de Bens de Consumo”, o FSSC Insights Day 2024 promete ser uma jornada enriquecedora. Os participantes terão a chance de explorar as últimas tendências e melhores práticas que estão moldando o futuro da indústria. Este evento destaca o compromisso da Foundation FSSC em promover confiança e impacto positivo em nível global, desde sua fundação em 2009.

A Foundation FSSC é reconhecida por liderar o caminho na certificação da indústria, apoiando organizações na implementação de sistemas de gestão robustos, alinhados com os padrões ISO. Além disso, o evento reforça a importância de um programa de integridade sólido e de uma plataforma de garantia avançada, elementos cruciais para o sucesso sustentável de qualquer empresa no mercado atual.

O FSSC Insights Day 2024 é mais do que um simples evento: é uma oportunidade de criar um futuro mais sustentável e confiável para a indústria de bens de consumo. Os participantes terão a chance de se conectar com outros profissionais, compartilhar desafios e soluções, e aprender diretamente de especialistas que estão na vanguarda da inovação e da sustentabilidade.

Não perca a chance de participar deste evento transformador e de fazer parte de uma comunidade comprometida com a excelência e a sustentabilidade. Marque na sua agenda e junte-se a nós no FSSC Insights Day 2024 para construir um futuro melhor para todos!

Para saber como se inscrever, clique aqui.

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Princípios básicos do funcionamento de detectores de metal

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Detectores de metal são ótimos dispositivos para prevenir que contaminantes físicos metálicos, sejam ferrosos, não ferrosos ou inox, cheguem aos consumidores. Por esta razão, muitas vezes acabam por tornar-se PCC (Pontos Críticos de Controle) em planos de HACCP.

Um detector de metais tem como princípio de ação um sistema constituído por três bobinas equilibradas, que ao serem perturbadas, permitem detectar partículas ferrosas, não ferrosas e aço inoxidável.

Para tanto, as bobinas são alojadas em um contentor não metálico, paralelas uma com a outra, sendo que a bobina central é de transmissão (rádio frequência) e as outras duas laterais são de recepção (receptores de rádio ou antenas).

Figura 1: Alinhamento das bobinas de um detector de metais 

A bobina de transmissão emite uma frequência alta que induz corrente nas duas bobinas de recepção, criando campos magnéticos que são capazes de detectar metais.

Quando uma partícula metálica atravessa o campo magnético da primeira bobina, ocorre uma perturbação do sistema em relação à segunda bobina, criando uma voltagem de desequilíbrio. Esta voltagem é amplificada e processada por um módulo eletrônico, indicando a detecção do metal.

Figura 2: Princípio de desequilíbrio entre as bobinas gera sinal detectável

Para o perfeito funcionamento deste sistema, é preciso que haja, próximo do local onde o detector de metais está instalado, uma ZONA LIVRE DE METAIS como estruturas, eixos e rolos metálicos, além, é claro, de fontes magnéticas ou similares. Esta condição é necessária em cada lado da abertura do detector de metais, evitando que o equilíbrio magnético seja perturbado por fontes que não os contaminantes do produto em processo.

A SENSIBILIDADE de um detector corresponde ao diâmetro da partícula metálica esférica que “sempre” poderá ser detectada quando atravessar o centro da abertura do detector de metais, considerando as diferenças em relação às partículas metálicas, não metálicas e aço inoxidável.

Após um detector de metais ser instalado numa planta industrial, sua sensibilidade deverá ser sempre validada, justamente para avaliar se algo está intervindo no campo magnético e reduzindo a sensibilidade ou causando falhas aleatórias, e se for o caso, a zona livre de metais deve ser revisada ou o equipamento ajustado.

O tipo de metal e o tamanho da abertura do detector de metais influenciam a sensibilidade de detecção realizável.

Tamanho da abertura 

Uma abertura menor por onde o produto passa para ser submetido ao detector de metais cria uma maior densidade de fluxo dos campos magnéticos. Desta forma, detecta partículas menores de metal com maior facilidade.

O centro da abertura é a área de menor sensibilidade, porque proporciona um nível baixo de densidade de fluxo dos campos magnéticos, por isso uma amostra de teste deve ser passada preferencialmente pelo centro, que é o pior caso.

Por este princípio, fica evidente que detectores de queda que permitem o produto passar por um cilindro de pequeno diâmetro tendem a ser mais eficientes do que os detectores de metal de esteira.

Figura 3: Modelo de detector de metais de esteira 

Porém, quando modelos de esteira são os mais aplicáveis pelo desenho da linha industrial, sempre são mais eficientes para pacotes isolados do que para caixas com vários pacotes.

Tipo de metal 

Diferentes metais apresentam diferentes permeabilidades e condutividades:

  1. Permeabilidade – representa a capacidade de um metal ser penetrado por magnetismo;
  2. Condutividade – representa a capacidade para transmitir correntes elétricas.

Assim:

METAIS FERROSOS METAIS NÃO FERROSOS AÇO INOXIDÁVEL
COMPOSIÇÃO Possuem, pelo menos, 90% de ferro em sua composição, além de carbono Não possuem ferro em sua estrutura ou possuem baixíssima concentração O aço inoxidável é uma liga de ferro e cromo, podendo conter níquel, molibdênio, nióbio, titânio e outros elementos
EXEMPLO Aço carbono, ferro fundido e o ferro laminado Metais e ligas com alumínio, cobre, chumbo, zinco, titânio, estanho, prata e ouro Aço 304, aço 304 L, aço 316, aço 316 L, aço aço 410, aço 420, aço 430
FACILIDADE DE DETECÇÃO Fácil Fácil Difícil
PERMEABILIDADE AO MAGNETISMO Magnético Não magnético Existem magnéticos (austenítico¹) e totalmente não magnéticos
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Boa Boa Variável dependendo da composição do inox

(1) O aço inox, popularmente conhecido como aço inoxidável austenítico, consiste em uma liga metálica formada por ferro e cromo.

A posição/ orientação de cada tipo de metal em relação ao campo magnético também terá impacto em sua detecção. Para entender este conceito imagine um pedaço de fio metálico e veja no esquema a seguir seu comportamento em relação ao campo magnético:

Figura 4: Facilidde de detecção segundo tipo de metal em relação ao posicionamento/ orientação no campo magnético

Contudo, se ao invés de um fio metálico, o corpo for uma esfera perfeita, o comportamento para ambos os casos será similar. Justamente por isso, corpos de prova para testes de detectores de metal são constituídos normalmente por esferas.

Influência dos produtos

Por fim, importante mencionar que os próprios alimentos podem gerar sinal no sistema de bobinas do detector de metais, principalmente quando apresentarem alta salinidade, umidade ou acidez, como é o caso de carnes, molhos, condimentos e sopas, além é claro, de produtos já embalados com material metalizado.

Para tornar possível a inspeção neste tipo de produto é necessário eliminar ou reduzir este sinal, o que pode ser feito reduzindo a sensibilidade do detector de metais, a frequência ou realizar uma compensação do produto:

  1. Quando se reduz a sensibilidade do detector de metais progressivamente, até tornar o sinal do produto não detectável, dependendo do produto, se o sinal for alto, prejudicará a detecção dos contaminantes e isso prejudicará sua segurança.
  2. Sobre a redução de frequência, um detector de metais opera numa frequência normal entre 10 e 500 kHz, sendo que numa frequência baixa o sinal de efeito do produto fica menor, porém, o do aço inoxidável também, e com isso, é reduzida a sensibilidade para este tipo de metal.
  3. Quanto à compensação do produto, trata-se da utilização de filtros especiais que podem amplificar os sinais do detector de forma diferenciada. Assim, o filtro é ajustado de acordo com cada tipo de produto, o que requer diferentes programações para diferentes produtos.

Dependendo das características intrínsecas do alimento, limitações podem fazer com que a tecnologia de detecção de metais seja inapropriada. Neste caso, outras tecnologias podem apresentar melhores soluções, como por exemplo, o uso de raio X.

Falhas operacionais 

Não basta ter um bom detector de metais. Cuidados precisam ser tomados para evitar falhas que permitam que alimentos contaminados cheguem aos consumidores:

  • Se o produto rejeitado é deixado sem identificação ou num recipiente aberto, pode ser devolvido facilmente à produção por um erro operacional ou descuido, em especial nos horários de produção críticos, como trocas de turno;
  • Utilização errada do equipamento pelos operadores, fazendo testes de checagem de forma equivocada, podem tornar sua eficácia inócua;
  • Manutenções e instalação de novos equipamento ou o uso de equipamentos eletrônicos próximos do detector de metais podem influenciar no campo magnético e em sua sensibilidade;
  • O desenho e posição do contaminante podem impedir que o detector de metais faça a detecção e isso pode ocorrer eventualmente, por uma questão de probabilidade.

Boas Práticas Operacionais 

  • O produto rejeitado deve sempre ficar numa caixa de rejeitos identificada com fechadura ou tipo cofrinho;
  • Um dispositivo de advertência deve ser incorporado para indicar quando a caixa está cheia;
  • Devem ser mostrados aos operadores da linha os vários pedaços de metal achados para construir confiança no equipamento;
  • A manutenção de registros confiáveis adequados deve ser feita para destacar quais linhas industriais parecem ter suspeitosamente poucos rejeitos e quais apresentam problemas crônicos;
  • O acesso aos controles do equipamento deve ser limitado a pessoas autorizadas com competência para esta finalidade;
  • Medidas para casos de desvio (para processo e produto) devem ser tomadas sempre que testes com corpos de prova demonstrarem que o detector está falhando;
  • Ações corretivas nas linhas de processo devem sempre ser realizadas, em especial, após a detecção de metais fora da rotina esperada pelo equipamento;
  • Ações preventivas em termos de manutenção devem sempre ser realizadas para prevenir liberação de fragmentos de metais na linha industrial, lembrando que o detector de metais é um seguro para falhas end of pipe e não um “extrator” de metais;
  • Produto capturado pelo detector deve ser inspecionado em local apropriado, fora da área de produção, para identificar sua origem e formas de evitar reincidência;
  • O ponto ideal de inspeção deve ser imediatamente após o empacotamento ou tão perto da embalagem final quanto possível.

Gostou do artigo? Tem experiências que deseja compartilhar no uso de detectores de metal? Quer acrescentar alguma informação? Deixe nos comentários!

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Alimento ozonizado, alimento seguro: 1º selo de qualidade em ozônio do Brasil

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“Alimento ozonizado, alimento seguro” é um selo de qualidade para marcas de alimentos que usam ozônio no processo de produção. O selo foi criado pelo fabricante de equipamentos de ozônio brasileiro myOZONE para que empresas do setor de alimentos pudessem informar seus clientes que os seus alimentos utilizam o ozônio em seus processos de produção.

O selo atesta que o alimento embalado utiliza a tecnologia de ozônio em etapas de seu processo produtivo e possui um processo validado com sucesso através de pesquisa científica desenvolvida pela myOZONE em parceria com Universidade Federal de Viçosa -UFV e a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Um processo bem implementado de ozônio em uma indústria de alimentos garante que os produtos foram ozonizados e possuem qualidade superior aos não ozonizados. Isto porque o ozônio é uma tecnologia emergente muito eficiente capaz de eliminar insetos, microrganismos e ainda degradar agroquímicos. Parece mentira, mas é pura verdade. O ozônio é capaz de fazer tudo isso quando implementado de forma correta.

Lançado em 2024, o selo “ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO” promete ganhar força na indústria de alimentos do Brasil. Utilizar este selo em seus produtos demonstra a preocupação da empresa com o meio ambiente e reforça o compromisso da empresa com a qualidade dos alimentos que ela produz.

A primeira empresa brasileira certificada pela myOZONE foi a cerealista gaúcha Do Sítio Alimentos que recebeu em Julho de 2024 o primeiro selo de qualidade de alimento ozonizado no Brasil. A implementação do ozônio foi realizada nas linhas de feijão preto e feijão carioca comercializados pela empresa e teve tanto sucesso que o empresário Maico Gross já pensa em expandir a tecnologia para outros alimentos. A tecnologia começou a ser implementada em maio de 2023 e desde então a empresa não teve mais nenhum caso de devolução de produtos contendo insetos vivos. Devoluções assim podem causar não só prejuízos econômicos como também danos à imagem e marca da empresa.


Figura 1: Selo de qualidade alimento ozonizado

 Figura 2: Primeiro alimento ozonizado certificado do Brasil

O protocolo utilizado para o tratamento do feijão foi desenvolvido pelo pesquisador Eugénio da Piedade Edmundo Sitoe, doutor em engenharia agrícola e pesquisador-chefe da myOZONE. A pesquisa foi realizada nas dependências do laboratório de pós-colheita do departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa.

Figura 3- Preparação do feijão para pesquisa realizada no laboratório da UFV

A pesquisa comprovou que o ozônio elimina ovos e insetos de grãos de feijão armazenados e também controla fungos responsáveis pelo envelhecimento precoce de grãos. Durante a pesquisa, os pesquisadores infestaram uma massa de grãos com o inseto Zabrotes. Após a postura dos ovos, os insetos adultos foram retirados da massa de grãos.

O produto que não recebeu o ozônio teve seus ovos eclodidos e larvas consumiram o feijão. Além disso, o fungo Aspergillus causou envelhecimento precoce no produto  (figura 4 – esquerda). Já no feijão tratado com ozônio os ovos não eclodiram, houve controle da ação do fungo e o feijão manteve seu padrão de qualidade (figura 4 – direita).

Figura 4: Avaliação do feijão não tratado (esquerda) e tratado (direita)

A myOZONE tem o compromisso de desenvolver e transferir a tecnologia para todos os tipos de alimentos no Brasil. A segunda empresa que estará em breve certificada será a empresa catarinense Belas Aves, umas das mais conceituadas indústrias de ração para aves do Brasil que também sofria prejuízos com devoluções de seus produtos pela presença de insetos vivos dentro em suas embalagens.

Iniciativas como estas precisam ser divulgadas para que o consumidor seja educado a valorizar este tipo de iniciativa. Isto porque, cada vez mais, consumidores estão se tornando cada vez mais atentos ao nível de compromisso e de qualidade, composição e a forma como os alimentos são processados pelas empresas. A empresa que investe no ozônio precisa também investir na divulgação dos produtos que tiveram seus processos certificados.

Uma empresa que se preocupa em aplicar ozônio em seus alimentos precisa divulgar suas ações para que seus clientes saibam e valorizem suas iniciativas. O uso deste selo agrega valor à marca da empresa e aos seus produtos.

Acreditamos que o selo ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO ganhará rapidamente fama e aceitação pelos produtores de alimentos. Certamente as empresas que investirem na tecnologia serão recompensadas pelo aumento das vendas e fortalecimento da marca como uma empresa que se preocupa com seus consumidores que entenderão o nível de excelência e o valor do ozônio para o seu negócio.

O que significa ter selo de qualidade: Alimento Ozonizado?

Imagine um cenário onde se tem uma linha de produção com altíssima qualidade, que consegue entregar os melhores produtos e serviços com a eficiência esperada e que promove os melhores indicadores ao seu negócio. Um novo cliente aparece na empresa e pede para que você ateste que seu processo garanta esta qualidade de alguma forma, para que ambas as partes confiem no que foi avaliado e entendam o nível de excelência empregado.

Este é o conceito do sistema de implementação de ozônio desenvolvido pela myOZONE. O selo atesta que o ozônio contribui para garantir um alimento com maior segurança e qualidade. Após a empresa ter seu protocolo validado em um dos laboratórios de ozônio da myOZONE  na Universidade Federal de Viçosa ou na Unicamp ela recebe o certificado de empresa OZONE MANAGER e autorização para utilizar o selo Alimento Ozonizado Alimento Seguro em seus produtos validados.

O selo atesta que a empresa conseguiu implementar com sucesso o ozônio em seu processo produtivo envolvendo diversas áreas da empresa, incorporando o ozônio e tornando-o parte do dia a dia da empresa.

Quais vantagens o selo ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO pode proporcionar?

Quanto mais uma empresa consegue demonstrar aos seus clientes o quão engajada está com o uso da tecnologia do ozônio e o quanto se preocupa com a qualidade dos seus produtos, mais ela ganhará a sua confiança. E esse fato vai além, tornando-se também um diferencial competitivo para o negócio, pois o ozônio proporciona aumento na validade dos alimentos.

Ter um selo ALIMENTO OZONIZADO ALIMENTO SEGURO agrega valor à empresa como um todo. Ter uma certificação da myOZONE validada pela UFV ou a Unicamp representa um reconhecimento nacional e internacional de qualidade.

Os revendedores e consumidores finais ganham muito por comprar alimentos ozonizados, pois garantem um alimento mais seguro, com  maior tempo de prateleira e aumento de receita da empresa com a redução de perdas e devoluções de produtos infestados e/ou degradados por microrganismos. Os revendedores podem repassar parte deste ganho para seus clientes, melhorando ainda mais a satisfação desses consumidores.

A marca da empresa passa a ser atrelada aos seus produtos que possuem padrões maiores de qualidade, entregando também mais confiabilidade aos seus colaboradores, clientes e consumidores finais.

A myOZONE é a principal empresa do Brasil especializada na implantação de ozônio industrial. Possui convênios permanentes com a Universidade Federal de Viçosa – UFV e a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – com laboratórios de ozônio próprios que auxiliam empresas em pesquisas e desenvolvimento de protocolos com ozônio e implementarem com sucesso o ozônio nas empresas.

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Destaques do IX Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade – Grand Finale

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Hoje finalizamos os destaques do IX Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade.

Wilson Tamega Jr., da VISA de São Paulo, explicou em sua palestra, os conceitos das diretrizes e responsabilidades da Diretoria Colegiada – o conjunto de diretores que são os responsáveis por determinas resoluções (RDC) da ANVISA.

Wilson ponderou que a ação de vigilância é baseada na precaução e prevenção, entendendo que não existe risco zero, pois sempre há a incerteza científica. Se quiser entender mais sobre este tema, leia Assuntos regulatórios nas indústrias de alimentos: entrevista com a colunista Talita Andrade.

Sobre a responsabilidade técnica, enfatizou que os RT devem saber argumentar quando houver uma notificação, para que façam defesas de maneira adequada.

Ressaltou ainda a importância de as empresas terem auditores externos para avaliar as instalações, sem o vício do trabalho diário, podendo visualizar melhor falhas e pontos de melhorias. Importante também é controlar pragas e preparar corretamente os vestiários e sanitários para que os colaboradores consigam utilizá-los corretamente, com acessibilidade e respeito.

Por fim, convidou a todos a participar das consultas públicas e contribuir para a evolução das normas! Faça sua parte, contribua e acompanhe a agenda regulatória da ANVISA em Anvisa aprova Agenda Regulatória 2024-2025 — Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa (www.gov.br).

Em seguida, tivemos a apresentação de Luiz Fernando Oliveira, co-founder e CEO da Neoprospecta. Ele apresentou a BiomeHub, uma empresa focada em Saúde, e a Neoprospecta, o outro braço, focado em genômica para indústrias. Explicou que trabalham com big data, machine learning e sequenciamento de DNA. Trouxe o conceito de microbiologia 4.0, com IA aplicada, levando a tomada de ações rápidas.

Usando dados de sequenciamento de banco de dados de microrganismos em processos, pode-se gerar dashboards com base em risco de ocorrências de falha de higienização, redução de vida de prateleira e risco para saúde do consumidor. Com modelos de IA, focam em reduzir ou aumentar amostragens, através de modelos estatísticos e de aprendizagem de máquina, calculando o risco médio por ponto, mantendo o poder de confiança no método estatístico.

Os modelos devem ser sempre supervisionados, com inserção inicial de dados históricos e explicação para o sistema da criticidade dos patógenos ou outros perigos, para que se coloquem pesos adequados e se defina quando é possível ou não fazer reduções em planos de amostragem.

É importante lembrar que nem sempre será possível gerar redução de custos com redução de planos de coletas ou análises. Algumas vezes, como o sistema trabalha com riscos, vai apontar que é necessário fazer um aumento no plano amostral, para garantir a segurança dos alimentos.

A mesa redonda entre as principais certificadoras de indústrias de alimentos no Brasil foi muito rica!

A primeira representante foi Palova Dieter, da SQF. Esta norma começou na Austrália, em 1994, foi adquirida pelos EUA e hoje faz parte do GFSI. Está presente em mais  de 40 países, com mais de 12.000 certificados. Segundo ela, hoje existe uma demanda crescente por profissionais qualificados e com experiência em normas SQF, para implantação nas empresas, além de treinadores, auditores, supervisores técnicos e consultores.

A Fundação FMI fornece globalmente bolsas anuais para formação de auditores, que estão em falta no mercado. Mais recursos podem ser acessados em www.sqfi.com, onde pode-se encontrar check lists, dicas e outras referências para criação de procedimentos em diversos temas ligados à segurança de alimentos.

Em seguida, Juliani Arimura, representante da FSSC 22.000 no Brasil, falou sobre as normas 22.000 (para indústria e bens de consumo) e 24.000 (social).  São 15 anos de norma, com mais de 35.000 acreditados, com 6 versões, sendo a última revisão lançada em 2023.

João Stein, representante da IFS, falou sobre como impulsionar novas competências. A IFS é originária da Alemanha e desenvolve normas e programas de desenvolvimento para que seus clientes possam atingir a acreditação. Já com 10 anos no Brasil, conta com mais de 30.000 certificados. No site www.ifs-certification.com há guias para criação de competências técnicas, com temas diversos para ajudar na formação de profissionais da qualidade. É uma norma orientada a produtos e processos, com base na ISO 17065, com visão sistêmica, com auditores qualificados e processos de auditoria padronizados, com escopos específicos por tipo de produtos.

E fechando a mesa, falou Juliane Silva, representante da BRCGS – junto com a LGC Assure. A norma tem origem no Reino Unido, inicialmente foi planejada para harmonizar auditorias na cadeia de fornecimento. Ela apresentou o BRCS Professional, um programa que reconhece profissionais das empresas certificadas, que tenham competências para implementar sistema de gestão conforme as normas GFSI. Também formam consultores (mais informações aqui).

Todos trouxeram informações essenciais para quem quer se formar ou trabalhar como consultor e ou auditor!

E para fechar este evento fantástico, tivemos uma dinâmica para desvendar os pilares da motivação, com Vivaldo Staut, do EBPNL. Ele nos transportou para as bases da ciência do alto desempenho, uma reflexão super pertinente!

Certamente, foi um dos melhores eventos de que já participei! Esperamos vocês no X Encontro.

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O que não mata engorda, e o que não engorda, mata

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Já dizia minha avó: “o que não mata engorda”. Esse é um ditado popular muito conhecido pelas pessoas de gerações mais antigas, e que se baseia principalmente no consumo de alimentos e seus cuidados ao serem consumidos, ou melhor, na falta de cuidados ao serem ingeridos. Mas o oposto (o que não engorda mata) também é válido.

Há muitos anos alimentar-se tinha como objetivo único saciar a fome. Com o decorrer do tempo, fazer refeições começou a ter outro significado: o benefício para a  saúde e viver mais e melhor. Além disso, outro assunto tornou-se preocupação e também começou a ser prioridade na produção de alimentos: sua segurança e inocuidade.

Ao longo dos anos, em várias partes do mundo, infelizmente existem inúmeros registros de problemas graves causados pelo consumo de alimentos, inclusive com perda de vidas. Atualmente existem esforços por parte da sociedade, autoridades, profissionais e estabelecimentos produtores de alimentos para evitar que essa terrível história se repita, mas nem sempre essa missão alcança êxito.

E o que esperar para o futuro quando se fala em Segurança de Alimentos? Assim como tudo na vida, as coisas mudam, evoluem e facilitam nossa vida. Por exemplo: estamos numa era com incontáveis aplicativos digitais que fazem hoje o que seria impensável anos atrás e a mesma coisa acontece em relação à produção e fornecimento de alimentos.

A bola da vez é a tão comentada IA (Inteligência Artificial). Veja como as novas tendências do setor de alimentos estão conectadas com a inteligência artificial. Assim como a IA, a IoT (Internet das Coisas) também ajuda a monitorar as condições de armazenamento e transporte em tempo real, garantindo que os alimentos sejam mantidos em condições ideais para consumo.

Os avanços da ciência têm trazido bons resultados com a robótica e sistemas avançados na forma de produzir, o que se convencionou chamar de Indústria 4.0. Leia aqui sobre o potencial da Indústria 4.0 favorecendo a segurança dos alimentos. A área de microbiologia também avança: PMP como ferramenta de microbiologia preditiva em alimentos.

Os governos ao redor do mundo estão criando regulamentações mais rigorosas para garantir a segurança dos alimentos, especialmente em resposta a novos desafios e surtos. Aqui no Brasil inclusive vivenciamos isso de tempos em tempos: Socorro!!! Mudanças na legislação da ANVISA – Confira o que mudou.

Outro fator atual é a sustentabilidade e não poderia ser diferente em se tratando da produção de alimentos seguros: Sustentabilidade e Segurança de Alimentos de mãos dadas. 

Além disso, já existe um movimento de educação aos consumidores, pois grande parte dos surtos e contaminações acontecem nas casas. Desta forma será cada vez mais comum surgirem ações educativas para a população em geral e para as novas gerações: conheça a cartilha para crianças que ensina Segurança de Alimentos.

A engenharia genética e outras biotecnologias avançaram na produção de alimentos mais resistentes a pragas e doenças, diminuindo a necessidade de pesticidas e outros produtos químicos. Vale ressaltar também a importância da nanotecnologia.

E tudo isso tem um impacto positivo sobre a forma de produzir alimentos com segurança. Todos esses avanços visam criar no futuro um ambiente de produção e fornecimento de alimentos mais seguros, transparente e sustentável garantindo assim a nutrição e saúde de todos.

Por fim, poderemos criar na nossa geração um novo ditado popular: “O que não engorda e nem mata faz bem.”

José Gonçalves de Miranda Júnior é graduado em Tecnologia Agroindustrial (Alimentos) na Universidade do Estado do Pará. Tem pós-graduação em Engenharia de Alimentos – Desenvolvimento de produtos  e especialização em Segurança de Alimentos. Atua há 15 anos na área de Qualidade e Segurança de Alimentos em diversas indústrias. 

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Conexões para a segurança de alimentos

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Quando as indústrias de matérias-primas, alimentos e de embalagens trabalham com responsabilidade para garantir a segurança dos alimentos, o efeito é refletido na segurança alimentar no mundo.

É papel dos profissionais que estão inseridos nesta cadeia de fornecimento seguir atentos, com mentalidade de riscos ao trabalhar nos processos.

Em um mundo dinâmico, incerto e que vive consequências de mudanças climáticas, comportamentais humanas, tecnológicas e de saúde , as ferramentas de gestão são cada vez mais aliadas do nosso esforço de mitigar riscos.

A conexão entre os elos da cadeia de fornecimento é o que garante a segurança do alimento para o consumidor. Fortalecer as barreiras em cada interface importa. Como pensar em um novo produto, sem projetar a embalagem que irá protegê-lo, evitando descartes por má conservação ou contaminação?

Como usar matérias-primas de provedores que não analisam seus riscos na fabricação e transporte?

Isso tudo sem falar dos desafios de gestão dos alergênicos e dos riscos de migração que podem prejudicar a saúde do consumidor!

Somamos todos estes desafios ao da sustentabilidade, em um planeta que pede socorro por sua preservação e restauração com enorme demanda por materiais sustentáveis e igualmente eficientes.

Que nós, profissionais ligados à área de segurança de alimentos, nos inspiremos para seguir nesse movimento forte de melhoria contínua.

Nossos esforços devem apoiar a segurança alimentar. Somos um grande time que envolve empresas, organizações da sociedade civil, governos e consumidores. Cada um de nós pode contribuir para a construção de um futuro com acesso a alimentos seguros e nutritivos para todos.

Vamos juntos!

Aline Jovanelli Dias é bacharel em Química. Atua há 25 anos na área de Qualidade em indústrias dos segmentos químico, automotivo e farmacêutico

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IFS Focus Day 2024 será em 26 de setembro: inscreva-se

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No dia 26 de setembro, São Paulo será palco de um dos eventos mais esperados do ano para os profissionais da área de segurança de alimentos, indústria e setor varejista: o IFS Focus Day 2024.

O IFS Focus Day é um evento anual organizado pela IFS (International Featured Standards).

Por que participar do IFS Focus Day?

Se você é um profissional da área de segurança de alimentos, trabalha na indústria alimentícia ou no varejo, o IFS Focus Day é um evento imperdível. Aqui estão algumas razões para garantir sua participação:

  • Atualizações nas Normas IFS: Recentemente, a IFS passou por importantes atualizações em suas normas. No evento, você terá a oportunidade de se aprofundar nessas mudanças e entender como elas impactarão os processos e certificações em sua empresa.
  • Networking de alto nível: Reúna-se com líderes da indústria, especialistas em segurança alimentos e representantes do varejo. O evento oferece um ambiente propício para a troca de experiências e a construção de relacionamentos profissionais valiosos.
  • Conteúdo relevante e atualizado: Palestras elaboradas para abordar os principais desafios e oportunidades do setor. Confira os temas das palestras que estarão no centro das discussões (acesse o link de inscrição no final deste texto).
  • Inovações e tendências: Fique por dentro das últimas inovações que estão transformando o setor de segurança de alimentos. O evento é uma excelente oportunidade para aprender sobre as melhores práticas e as tendências emergentes que impactarão o mercado nos próximos anos.

 Como participar?

As inscrições para o IFS Focus Day já estão abertas e as vagas são limitadas! Garanta sua participação acessando o site oficial do evento aqui.

Não perca esta oportunidade única de se atualizar e de se conectar com os principais players do setor de segurança de alimentos.

Nos vemos em São Paulo no IFS Focus Day 2024!

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Micotoxinas e o impacto na alimentação animal

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As micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos filamentosos durante seu processo de crescimento e podem contaminar os alimentos destinados ao consumo humano e animal, causando perdas produtivas, problemas reprodutivos, doenças e, em algumas situações mais graves, até óbito.

Esses metabólitos são de difícil controle, porque estão associadas às condições de umidade, temperatura e oxigênio desde as etapas de plantação, crescimento e estocagem de diferentes grãos. E apesar de serem produzidas por fungos, as micotoxinas podem permanecer nos alimentos mesmo após a destruição dos fungos que as produziram.

Os gêneros dos fungos mais comumente associados com toxinas que ocorrem naturalmente são Aspergillus, Penicillium e Fusarium e as principais micotoxinas que ocorrem nos grãos e seus subprodutos cultivados no Brasil são: aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, tricotecenos e ocratoxina A.

Caso alimentos contaminados por essas micotoxinas sejam fornecidos na alimentação animal, diferentes espécies como bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equídeos podem apresentar sintomas de doenças hepáticas, neurológicas, nefrológicas, entéricas ou podem ter baixa de desempenho produtivo, reprodutivo e pouco ganho de peso. Algumas situações, a depender da idade do animal e da quantidade de alimento contaminado ingerido, podem ocasionar inclusive óbito de alguns indivíduos ou parte de um rebanho gerando grandes prejuízos aos produtores rurais.

Como o Brasil apresenta clima predominantemente tropical com boa incidência de chuvas e extensas áreas de plantação de grãos, temos condições bastante favoráveis ao desenvolvimento dos fungos produtores das micotoxinas.

O blog já trouxe material demonstrando que no Brasil o risco de doenças em animais causadas por micotoxinas segue alto.

O quadro abaixo traz informações sobre as principais micotoxinas, alimentos mais propensos à contaminação e principais fatores de produção dessas micotoxinas:

Micotoxinas

Aflatoxinas

Zearalenona

Fumonisinas

Tricotecenos

Ocratoxina A

Fungos que mais produzem

Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus

Fusarium

Fusarium

Fusarium

Aspergillus e Penicillium

Alimentos mais propensos à contaminação

Amendoim,  castanhas, nozes, milho e cereais em geral

Milho e cereais de inverno

Milho e cereais de inverno

Milho e cereais de inverno

Milho e grãos estocados

Principais fatores da produção

Armazenamento em condições inadequadas

Temperaturas frias associadas à alta umidade

Estação seca seguida de alta umidade e temperaturas moderadas

Temperatura fria, alta umidade e problemas no armazenamento

Deficiências no armazenamento

Fonte: O que são Micotoxinas? – LAMIC – Laboratório de Análises Micotoxicológicas (ufsm.br)

 Sobre as principais micotoxinas e os prejuízos causados aos animais:

  • Aflatoxinas: são produzidas pelos fungos do gênero Aspergillus, e causam principalmente alterações hepáticas.
  • Fumonisinas: são produzidas por fungos do gênero Fusarium, ocorrem em diversos cereais, principalmente milho, atingindo quantidades que costumam levar a intoxicações subclínicas. Há relatos de diminuição do ganho de peso, por alterações no sistema intestinal e hepático. Em equinos podem causar problemas neurológicos e em suínos estão relacionadas a problemas pulmonares.
  • Zearalenona: produzida por fungos do gênero Fusarium. É contaminante de diferentes cereais, como milho, trigo, cevada, arroz. Essa toxina produz efeitos semelhantes ao estrógeno, interferindo em índices reprodutivos dos animais acometidos, sendo que os suínos são os mais suscetíveis entre os animais domésticos.
  • Ocratoxina A: micotoxina produzida por espécies de fungos como Aspergillus e Penicillium. Entre as ocratoxinas, esta é a mais tóxica e tem propriedades nefrológicas, carcinogênicas e teratogênicas.
  • Tricotecenos: são produzidas por fungos dos gêneros Fusarium, Cefalosporium, Myrothecium, Stachybotrys e Trichoderma, em algumas situações podem estar associadas a outras micotoxinas produzidas pelos fungos do gênero Fusarium, como a fumonisinas e zearalenona. Os suínos também são bastante susceptíveis a elas, podendo apresentar problemas gastrointestinais, que geram baixo ganho de peso.

O controle das micotoxinas é um desafio importante e requer cada vez mais estudos, acompanhamento e análises, tanto de grãos oferecidos aos animais por empresas produtoras de ração animal quanto avaliação das condições em que esses grãos são armazenados nas propriedades rurais. O fator umidade é um dos mais lembrados em estudos que tratam da mitigação da produção de micotoxinas, sendo um parâmetro estocar grãos em locais com umidade inferior a 10 – 13%. O controle de oxigênio é bastante realizado na produção de silagem em fazendas, mas essa não é uma alternativa viável pensando em áreas de plantio.

Considerando as doenças causadas pelas micotoxinas ou mesmo a baixa no desempenho do rebanho, com perda em ganho de peso e alterações reprodutivas, as micotoxinas precisam de constante monitoramento e de políticas e estudos que auxiliem no seu controle.

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Atenção passageiros, qual o próximo destino da Segurança de Alimentos?

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Quando falamos em futuro, logo pensamos em inteligência artificial e em como esta ferramenta, que já está tão presente em nosso dia a dia, pode ser explorada e trazer melhorias para nossas vidas. Considerando este contexto de futuro para a segurança de alimentos, será que poderemos pensar em um cenário empolgante e desafiador, em que a inteligência artificial poderá monitorar os perigos online de uma forma ainda inalcançável? Robôs com IA que garantirão a continuidade do processo e a diminuição de erros? Planos APPCC sendo atualizados instantaneamente? Embalagens inteligentes e desenvolvidas a partir de dados compilados por esta inteligência, proporcionando segurança e sustentabilidade ambiental? Hum….talvez esse seja mesmo um futuro muito promissor e esteja iminente.

Em um passado não tão distante víamos a preocupação apenas em vender alimentos. Legislações e regras não existiam ou eram escassas e as informações eram pouco padronizadas, como podemos ler um pouco aqui. Com o passar do tempo, as legislações foram sendo criadas, pessoas foram sendo treinadas, surgiram as certificadoras e tudo evoluiu até chegar aos dias de hoje. A preocupação não está mais em apenas vender alimentos, mas também em fornecer um produto seguro, atendendo inúmeras legislações, normas e esquemas de certificação (ANVISA , MAPA, FSSC 22000, BRCGS, IFS, entre outros) e com informações mais claras para o consumidor, com melhores padrões nos rótulos e nas informações, resultado de um conjunto de ações de pessoas de diversas áreas.

Com o passar do tempo, novos temas são abordados, o funil torna-se cada vez mais apertado e o que antes eram detalhes vai se transformando em planos de ação, controles, treinamentos, fiscalizações etc.

Atualmente preocupa-se com o design sanitário dos equipamentos, os planos para uma produção sustentável, com redução de perdas e o fortalecimento da cultura de segurança de alimentos. Ufa! Com tantas novas ações, será então que já olhamos para tudo? Será então que não há mais nenhum “pelo em ovo” ou coisas assim perdidas por aí? Empresa certificadas, legislações funcionando, parece que está tudo certo… Ou será que mesmo assim estamos olhando apenas para a ponta do iceberg? Como será que esse olhar nos levará à resposta sobre o futuro?

Voltando para o presente, estamos em um momento em que tudo vira uma verdade absoluta nas redes sociais, em que mentiras sem embasamento derrubam anos de estudos. A cultura é o que fortemente se destaca como um campo a ser melhor trabalhado. E por estes e por outros motivos não podemos pensar na cultura somente dentro das organizações. Pare e reflita: quando você conversa com seu vizinho, será que a cultura chegou até ele? Ou ele ainda está procurando papelão em carne bovina e jurando que a linguiça de tal marca é imprópria para consumo, e o leite em pó é mil vezes melhor do que o de caixinha por “ser puro”? Como anda a relação entre segurança de alimentos e as redes sociais?

Sob essa lente, talvez o futuro da segurança de alimentos esteja no fortalecimento da cultura, mas não falo especificamente da cultura das empresas que atingiram a maturidade nem tampouco das pequenas fábricas que ainda engatinham neste requisito ou ainda daquelas grandes que estão se mexendo para sair do modo “sempre foi assim”.

Será que a inovação, o grande futuro que esperamos, não está mais perto do que imaginamos apenas ao olhar para fora? É preciso estourar a bolha das organizações e trabalhar a cultura com quem mais se beneficia e literalmente se alimenta dela, AS PESSOAS! Sim! São elas, as pessoas, que mais trazem e trouxeram força para as regulamentações de alimentos. Projetos como o Põe no Rótulo e o próprio Food Safety Brazil exemplificam belamente como o conhecimento público pode fortalecer e impulsionar mudanças positivas, promovendo uma cultura de segurança de alimentos. E desta forma, com o fortalecimento e engajamento social, aliados aos avanços tecnológicos, chegaremos ao futuro desta cultura linda e pela qual somos tão apaixonados.

E então, passageiros, já haviam pensado assim? Vamos juntos embarcar nesta viagem com destino ao futuro da segurança de alimentos, munidos de muita cultura, não esquecendo da tecnologia, da IA, dos planos de APPCC online e de toda essa bagagem? Encontro vocês lá!

Por Fábia Carolina Lavoyer Llorente

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Sorteio de vagas para o VII Workshop Food Safety Brazil – Público remoto

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Foi com imensa satisfação que encerramos o VI Workshop Food Safety Brazil, que aconteceu nos dias 15 e 16 de agosto, no CREA-SP. A presença física ou remota de cada profissional foi essencial para o sucesso deste evento, e gostaríamos de agradecer de coração a participação de todos. Tivemos momentos enriquecedores de aprendizado e troca de experiências, com palestras que abordaram temas fundamentais para o avanço da segurança dos alimentos no Brasil.

Acreditamos que todos saíram com novos conhecimentos e insights que certamente serão aplicados em suas práticas diárias, contribuindo para a melhoria contínua da qualidade e segurança dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores. E já estamos analisando a planilha de feedback desta edição para melhorar em 2025 (caso não tenha preenchido, clique aqui).

Além disso, temos o prazer de anunciar que realizamos o sorteio das vagas para o VII Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá em 2025, para os espectadores remotos. Os sorteados para participar gratuitamente do próximo workshop foram:

  1. Nathalia Carolina Capacla Zaque
  2. Maria Cristina Leão
  3. Thaynan
  4. Kátia Furquim

Parabéns aos ganhadores! Escrevam-me no vpresidente@foodsafetybrazil.org. Esperamos que vocês aproveitem ao máximo essa oportunidade no próximo ano. Para aqueles que desejam conferir como foi o sorteio, o vídeo completo pode ser acessado clicando aqui.

Estamos extremamente motivados e já planejando com muito carinho o VII Workshop Food Safety Brazil, que promete trazer ainda mais conteúdos relevantes e momentos de interação valiosos. Contamos com a presença de todos vocês mais uma vez, para juntos continuarmos essa jornada em prol da segurança dos alimentos.

Mais uma vez, agradecemos a todos os que fizeram parte deste evento inesquecível.

Continuem acompanhando nossas redes sociais e e-mails para as novidades e futuros eventos. Até o próximo workshop!

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Mudanças climáticas e as normas de SG

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O assunto mudanças climáticas chegou pra valer nas normas de Sistemas de Gestão.

Abaixo são citadas algumas normas que já atendem ao IAF e ao conjunto ISO 22000 e FSSC 22000 v.6, por consequência do #5 do BoS, com a obrigação deste fenômeno de escala global como secas, inundações e ondas de calor; aguardando em leis, postura do consumidor e a relevância de estratégias que são importantes para os negócios, além do mapeamento das partes interessadas, mas na prática, serve para todas as normas ISO e mais cedo ou tarde, alcançará todas as outras.

ISO 9001 ISO 14001 ISO 45001 ISO 50001 ISO 37001 ISO 37301
ISO/IEC 22000-1 ISO/IEC 27001 ISO 22000 ISO 39001 ISO 28000 ISO 41001

NoAmendment 2024: climate action changes”, o requisito 4.1 das ISO requer que a determinação destas questões refira-se ao estabelecimento do contexto interno e externo da Organização, considerada na cláusula 5.4.1 da ISO31.000:2018. Por exemplo, na ISO 22000, o fornecimento de matéria-prima pode ser afetado, prejudicando a qualidade do ingrediente; enquanto na ISO 45001, a qualidade da água para consumo humano pode estar comprometida nas Organizações.

Existe uma definição de mudanças climáticas na ISO 6707 de que não se trata de um evento isolado, mas sim de mudanças que persistem por um período de tempo e tem sido assim. A definição precisa é: “mudanças no estado do clima que podem ser identificadas por mudanças no meio e/ou na variação das propriedades, e que persistem por um período prolongado, talvez décadas ou mais”.

Há orientações para avaliações de riscos IFRS (International Financial Reporting Standards), através da Resolução 192 CVM (Comissão de Valores Mobiliários): a partir de 2026 passa a ser obrigatório o relato de riscos climáticos conforme o IFRS2 para todas as empresas de capital aberto no Brasil.

Mudanças climáticas são naturais ou antrópicas (por ações humanas). Após revolução industrial está acontecendo muito rapidamente, representado CO2, CH4 e N2O (GEE), que são necessários mas com as queimadas estamos aumentando as quantidades dos gases fisicamente na atmosfera por mais de 100 anos e vem aumentando a temperatura média global (em 2023 foi muito acima do que nos anos anteriores), sendo que com 1,5ºC há consequências com impactos em segurança de alimentos, principalmente chuvas e influências do El Niño, ou seja, todos estamos influenciados por estes fenômenos, com limites extremos mais fortes e mais frequentes. No RS após 4 meses se repetiram as enchentes e não estamos preparados como na Austrália, para lidar, como por lá estão com o oposto, o fogo de incêndios.

As Organizações devem fazer um inventário de GEE – mapeamento das atividades da empresa que emitem GEE (envolver área Meio Ambiente). No Brasil, há a referência FGVces com escopos 1 (operacional), 2 (energia elétrica) e 3 (indiretas: fontes de emissões de transportes) para auxiliar na medição de dados coletados rotineiramente.

As emissões são categorizadas em três escopos:

  • Escopo 1: emissões diretas sob controle operacional da organização – consumo de diesel e escape de ar condicionado.
  • Escopo 2: emissões indiretas atreladas ao consumo de energia elétrica não renovável – energia elétrica consumida.
  • Escopo 3: emissões indiretas derivadas de atividades cujo controle operacional é administrado por terceiros – destinação para aterros sanitários, viagens a negócios com combustíveis fósseis (opção pelo remoto).

Dois temas de atuação são: mitigação (combustíveis renováveis e processos mais eficientes) e adaptação (o que a empresa fará para agir em relação ao que já está acontecendo – impacto de fornecedores e transportes com as inundações do RS).

Sobre mitigação em 2015 com 196 países na COP21, em vigor desde novembro de 2016, onde assinaram o compromisso no Acordo de Paris de reduzir emissões para limitar o aquecimento global em até 1,5ºC, mas em 2023 foi 1,18ºC com meta baseada na ciência a meta pede para reduzir, exige com que o planeta pare imediatamente de consumir combustíveis fósseis. Mobilizar empresas para atingir emissões líquidas zero (Net-Zero) até 2050.

Há a I-RECs (International REC Standard) que emite Certificados Internacionais de Energia Renovável, atestam a origem limpa da energia elétrica utilizada. Não é compensação, mas entram como estratégia de mitigação. Abate as emissões do inventário de GEE.

Assim, na prática o que considerarmos no requisito 4.1 das ISO então?

  • Compromissos voluntários assumidos sobre o tema;
  • Sustentabilidade da cadeia de suprimentos;
  • Mudanças no ambiente regulatório da Organização com restrições ao uso de determinados materiais ou fontes de energias, obrigações de eficiência, programas governamentais compulsórios;
  • Disponibilidade e uso de fontes de energias renováveis X não renováveis;
  • Impactos de localização geográfica das instalações das Organizações sujeitas às forças da Natureza, impactando as operações;
  • Neutralização da “pegada de carbono”;
  • Avaliação de impactos que as organizações causam ou podem causar em relação ao seu porte, ramo de atuação e tecnologias empregadas em suas operações;
  • O ciclo de vida dos produtos e o tratamento pós-vida útil;
  • Eficiência nos processos com uso de recursos, matérias-primas, energia e geração de resíduos, emissões e efluentes;
  • A utilização inadequada da matéria-prima resulta em um maior consumo de recursos naturais. Além disso, o desperdício de produtos já fabricados, como uma folha de papel, significa que todas as emissões de CO2 geradas durante sua produção foram em vão. Por isso, a reciclagem é tão importante, pois seu processo emite muito menos gás carbônico do que fabricar novos produtos.

E para o requisito 4.2 verifique que as partes interessadas não impõem requisitos sobre mudanças ou desempenho ambiental, assim considerar as obrigações legais aplicáveis, como órgãos ambientais podem ser condicionantes de licenciamentos ou clientes externos incluir o tema em auditorias de due dilligence. Orgãos como a CVM (Brasil) e a SEC (EUA) já regulamentam questões de ESG incluindo este tema e até mesmo a sociedade civil exercendo pressão para que as Organizações demonstrem como lidam com as mudanças climáticas em suas atividades, produtos e/ou serviços.

Reflita se a sua organização está se movimentando para mitigar as mudanças climáticas, não apenas preservar o meio ambiente, mas também proteger:

  • a segurança de alimentos e a alimentar;
  • a saúde pública;
  • a estabilidade econômica global.

Exigindo esforços colaborativos e políticas estratégicas para promover um futuro sustentável, este é o nosso “olhar estratégico” sobre.

Enfim, temos oportunidades relacionadas ao clima. Podem surgir como parte do desenvolvimento de respostas aos riscos específicos relacionados ao clima, por exemplo o acesso a novos mercados e novas tecnologias  de captura e armazenamento de carbono. Afinal, incorporar os riscos das mudanças climáticas na estrutura de gerenciamento de risco existente é provavelmente a melhor maneira de garantir que o impacto das mudanças climáticas seja devidamente considerado na tomada de decisão da sua organização. Torna as empresas mais eficientes e sustentáveis. Isso agrega valor ao negócio e fortalece a imagem corporativa.

 

Referência: Palestra do VI Workshop do Food Safety Brazil em São Paulo, palestrante Claudio Bicudo Mendonça, da ARCA Sustentabilidade.

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Priorização Inteligente: como a matriz GUT otimiza planos de ação na indústria alimentícia

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No mundo da qualidade e segurança dos alimentos, a eficiência na gestão de pendências é crucial. A matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) destaca-se como uma ferramenta eficaz para priorizar ações em planos de ação, especialmente quando existem altos volumes de tarefas decorrentes de checklists internos, normas de certificação, auditorias e regulamentações.

Mas o que é exatamente a matriz GUT e como ela pode ser uma aliada estratégica na indústria de alimentos?

A matriz GUT é um método simples e eficiente de classificação que ajuda a identificar quais problemas devem ser abordados primeiro, baseando-se em três critérios principais: Gravidade, Urgência e Tendência. Neste artigo, exploraremos como essa ferramenta pode ser implementada para melhorar a qualidade e a segurança dos alimentos, otimizando processos e garantindo que as pendências mais críticas sejam resolvidas de maneira rápida e eficaz.

A matriz GUT funciona atribuindo uma pontuação para cada pendência ou problema baseado nos três critérios mencionados:

  • Gravidade (G): Refere-se ao impacto potencial do problema na qualidade ou segurança dos alimentos. Um problema com alta gravidade pode comprometer diretamente a saúde dos consumidores ou causar grandes prejuízos financeiros.
  • Urgência (U): Indica o tempo disponível para resolver o problema antes que ele cause danos. Pendências com alta urgência exigem ações imediatas para evitar consequências negativas.
  • Tendência (T): Reflete a probabilidade de o problema piorar com o tempo. Se uma pendência tem uma tendência crescente, significa que, se não for resolvida rapidamente, pode se agravar, tornando-se mais difícil de controlar.

Cada um desses critérios recebe uma nota de 1 a 5, sendo que 1 significa um impacto mínimo e 5 um impacto máximo. A pontuação final de cada pendência é calculada multiplicando os valores atribuídos a Gravidade, Urgência e Tendência (G x U x T). As pendências com as pontuações mais altas são aquelas que devem ser priorizadas nos planos de ação.

Pendência Gravidade (G) Urgência (U) Tendência (T) Pontuação GUT

(G x U x T)

Pendência A: Falta de controle de temperatura em uma câmara de armazenamento 4 5 3 60
Pendência B: Ausência de treinamento para novos colaboradores em procedimentos de higiene 3 3 4 36
Pendência C: Falta de manutenção preventiva de máquinas 2 2 2 8

No exemplo acima, a pendência A tem a maior pontuação e deve ser tratada com a maior prioridade. Isso mostra como a matriz GUT pode facilitar a decisão sobre onde concentrar os recursos e esforços para garantir a segurança e qualidade dos alimentos.

Aqui no blog, apresentamos um artigo com um estudo de caso que utiliza a matriz GUT para priorizar não conformidades em uma indústria de linguiças. Essa ferramenta complementa de forma eficaz o método 5W2H.

A matriz GUT não é apenas uma ferramenta de priorização, mas também um meio de assegurar que as ações corretivas na indústria alimentícia sejam conduzidas de forma organizada e eficiente. Ao usá-la, as empresas podem focar a resolução dos problemas mais críticos, garantindo que recursos limitados sejam usados onde são mais necessários, minimizando riscos e garantindo a conformidade com normas e regulamentos.

A implementação desta matriz nos planos de ação permite uma gestão mais eficaz das pendências, resultando em uma melhoria contínua dos processos, aumento da confiança do consumidor e, acima de tudo, na entrega de alimentos seguros e de qualidade.

Imagem: Fauxels

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Segurança de alimentos no espaço: novos desafios

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Em  junho de 1959, a NASA, Agência Espacial Americana, contratou a empresa Pillsbury, com o objetivo de produzir alimentos que pudessem ser consumidos em gravidade zero, e ao mesmo tempo, serem seguros. Foi a partir daí que surgiu uma das mais famosas ferramentas relacionadas à produção de alimentos seguros, o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Para conhecer um pouco mais sobre essa história, faça uma breve leitura do artigo “Uma breve história do HACCP”.

A chegada do homem à Lua e a realização de viagens espaciais tornou realidade algo que antes eram histórias de ficção científica, fazendo com que além de todo o cuidado com as pesquisas e construções de espaçonaves e foguetes, também houvesse a preocupação quanto à segurança dos alimentos no espaço.

A partir daí inúmeras pesquisas realizadas por empresas especializadas nesse assunto ao redor do mundo fizeram com que todo o cuidado que a NASA tinha em relação à segurança de alimentos, também se estendesse à produção de alimentos aqui na Terra.

Nos tempos atuais, começamos a dar novos passos em relação à  corrida espacial,  já que não apenas astronautas, mas também turistas espaciais começam a frequentar o espaço com viagens ainda não tão acessíveis a toda população devido ao alto custo. Vislumbrando as próximas décadas, podemos prever  que as idas de humanos ao espaço se tornarão cada vez mais frequentes. Em se tratando de alimentação, quais as tendências e cuidados a se tomar?

As várias áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação das indústrias de alimentos e centros de pesquisas de renomadas universidades já dominam os riscos a serem avaliados, os perigos a serem controlados e os impactos à saúde humana quanto ao consumo na Terra. Fora do nosso planeta, a situação é outra, uma vez que o espaço ainda é um campo desconhecido em termos de produção, armazenamento, validade e consumo de alguns alimentos. Imagine um alimento com migalhas que podem ficar facilmente suspensas no ar em um ambiente de baixa gravidade ou um alimento rico em sal (o corpo  armazena sódio no espaço de forma diferente e pode causar osteoporose acelerada). Esses são alguns tipos de perigos a serem considerados.

Em obras de ficção, como o desenho animado “Os Jetsons”, vimos episódios de alimentos com embalagens em tubos como pasta de dente que os personagens usavam para se alimentar. No filme “Perdido em Marte (2015)”,  o protagonista tem a difícil missão de produzir batatas em solo marciano. São apenas alguns exemplos para ter ideia do quão desafiador é pensar sobre isso. Mas já temos algo que pode chegar próximo disso, como os alimentos 3D, que são alternativas a serem aprimoradas para o espaço e aqui na Terra também.

Diante disso, existe um vasto campo para pesquisa, envolvendo a produção de alimentos, sua composição, resíduos, as reações bioquímicas, as tecnologias para congelamento, desidratação, termoestabilização e potenciais perigos conhecidos e desconhecidos.

Certo é que o futuro já chegou e precisamos ter em mente que todas essas novidades voltadas para alimentos no espaço também servirão para melhorar a segurança dos alimentos aqui na Terra. Basta lembrar o APPCC citado no início desse texto. E vamos rumo às estrelas.

Por José Gonçalves de Miranda Júnior

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Uso de clorexidina como sanitizante na indústria de alimentos

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A clorexidina é um antisséptico amplamente utilizado em diversas áreas, incluindo a indústria de alimentos, devido às suas propriedades eficazes contra uma ampla gama de microrganismos.

Este composto químico é especialmente valorizado por sua capacidade de eliminar bactérias, fungos e vírus, garantindo a segurança dos alimentos e a manutenção da qualidade. No entanto, em relação a fungos e vírus, seu espectro de ação não é tão elevado.

Na indústria de alimentos, a sanitização é uma etapa crucial para prevenir contaminações e garantir a saúde do consumidor. A clorexidina é frequentemente utilizada em superfícies que entram em contato direto com os alimentos, como equipamentos, utensílios e áreas de manipulação. Sua eficácia deve-se à capacidade de se ligar às membranas celulares dos microrganismos, resultando na destruição das células e na inibição da multiplicação bacteriana.

Uma de suas principais vantagens em comparação com outros sanitizantes é a permanência. Após a aplicação, ela forma uma película que continua a agir por um tempo prolongado, oferecendo uma proteção contínua contra a contaminação. Isso é especialmente importante em ambientes onde a limpeza frequente é necessária.

Além disso, a clorexidina é considerada segura para uso em ambientes alimentares quando utilizada conforme as recomendações adequadas. É importante ressaltar que sua utilização deve ser acompanhada por boas práticas de higiene e limpeza, garantindo que não haja resíduos que possam contaminar e comprometer a qualidade dos alimentos.

É essencial que as indústrias adotem protocolos rigorosos ao utilizar este composto, incluindo a diluição correta do produto e o tempo necessário para sua ação eficaz. Treinamentos regulares para os funcionários também são fundamentais para garantir que todos compreendam a importância da sanitização e do uso correto dos produtos.

A concentração adequada de clorexidina para sanitização de equipamentos na indústria de alimentos geralmente varia entre 100 mg/L (0,01%) a 200 mg/L (0,02%). Essa faixa é considerada eficaz para a eliminação de microrganismos sem deixar resíduos prejudiciais nos equipamentos.

A clorexidina é eficaz contra uma variedade de microrganismos patogênicos que podem estar presentes na indústria de alimentos. Alguns dos principais incluem:

  • Salmonella spp.: causadora de infecções alimentares, especialmente em carnes e ovos.
  • Escherichia coli (E. coli): principalmente as cepas patogênicas, que podem causar intoxicações alimentares.
  • Listeria monocytogenes: patógeno importante em produtos lácteos e carnes processadas.
  • Staphylococcus aureus: pode levar a intoxicações alimentares devido à produção de toxinas.
  • Campylobacter jejuni: comum em aves e responsável por muitas infecções alimentares.

Para eliminar Salmonella, a concentração de clorexidina geralmente recomendada é de pelo menos 200 mg/L (0,02%) para superfícies e equipamentos na indústria de alimentos.

É importante seguir as recomendações do fabricante do produto específico que se está utilizando, pois as formulações podem variar. Além disso, sempre deve haver um cuidado com o tempo de contato, que normalmente é de 1 a 5 minutos, dependendo da carga microbiana e das instruções do fabricante. Uma limpeza prévia é necessária para maximizar a eficácia do sanitizante.

Mesmo sendo um agente antimicrobiano eficaz, existem alguns motivos para seu baixo uso nas indústrias de alimentos:

  1. Toxicidade residual: A clorexidina pode deixar resíduos que não são seguros para consumo humano. Em ambientes alimentares, a presença de qualquer resíduo químico é uma preocupação séria, pois pode contaminar os produtos alimentares. Logo, caso a empresa opte por usá-la, deve incluir uma etapa de enxague após o tempo de ação do sanitizante, com monitoramento de resíduos.
  2. Efeitos sobre sabor e aroma: Quando presente de forma residual, pode afetar o sabor e aroma dos alimentos, o que é indesejável.
  3. Regulação e aprovação: Muitos países têm regulamentações rígidas sobre os produtos que podem ser usados na indústria de alimentos e a clorexidina pode não ser aprovada para uso em superfícies que entram em contato com alimentos.
  4. Espectro de ação: Embora seja eficaz contra várias bactérias, sua eficácia em relação a vírus e fungos pode não ser tão alta quanto a de outros sanitizantes, como o hipoclorito de sódio ou peróxido de hidrogênio, que são amplamente utilizados na indústria de alimentos.
  5. Custo e disponibilidade: Outros sanitizantes podem ser mais econômicos e facilmente disponíveis, o que os torna preferíveis na indústria de alimentos.
  6. Inativação por matéria orgânica: A eficácia da clorexidina pode ser reduzida na presença de matéria orgânica, o que é comum em instalações de processamento de alimentos, onde resíduos podem afetar a ação do sanitizante. Desta forma, uma boa limpeza antes da sua aplicação deve ser realizada.

Esses fatores combinados fazem com que a clorexidina não seja a primeira escolha para sanitização em ambientes alimentares, onde a segurança e a eficácia são prioritárias.

Em resumo, a clorexidina mostra-se uma opção eficaz e segura para sanitização na indústria de alimentos, contribuindo significativamente para prevenção de contaminações. Sua aplicação adequada pode resultar em um ambiente mais limpo e seguro para o processamento e manipulação de alimentos.

Por Annelize Lima

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Ovos e ovoprodutos: uma perspectiva frente às mudanças climáticas

5 min leituraAo fazer as compras do mês, certamente já nos deparamos com a alta dos preços nas gôndolas e a proporção inversa da quantidade de sacolas que vão para casa e da quantidade de dinheiro que fica no supermercado.

As mudanças climáticas têm impactado diretamente a alta dos preços dos alimentos (já vimos o caso do azeite, do arroz e do cacau), e consequentemente o bolso do consumidor e, ainda pior, a segurança dos produtos.

Mas, e os ovos? Por que se preocupar com eles?

Quem não pega uma pequena cartela de ovos em sua cesta do supermercado, seja o ovo tradicional em casca ou, para quem prefere praticidade, uma caixinha de ovo pasteurizado ou um pacotinho de ovo em pó? Se não leva o ovo diretamente, certamente o leva no seu bolinho, macarrão, panetone, molhos e diversos outros alimentos que o utilizam como ingrediente.

Hoje o Brasil é o 5° maior produtor mundial de ovos com um consumo de 242 unidades de ovo per capita/ano, um aumento de 195% desde 1997, segundo dados de 2024 da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

De acordo com projeções da ABPA, espera-se um aumento tanto da produção como do consumo de ovos para este ano de 2024, porém, também espera-se um aumento nos preços, devido ao alto custo com milho, energia elétrica, combustível e embalagem.

Essa projeção de alta no custos da produção já tinha sido apontada em outros estudos nos quais foram abordados os efeitos das mudanças climáticas na produção de ovos. O aumento constante da temperatura ambiente já vinha acontecendo a cada ano, afetando diretamente as perdas tanto de produtividade como da qualidade dos ovos e, também, indiretamente, as produções dos insumos utilizados na sua produção, como os grãos para ração (milho e soja) e também a energia elétrica.

A perda de produtividade dos ovos está relacionada à alta taxa de mortalidade das poedeiras. As ondas de calor intoleráveis às galinhas causam insolação e, por consequência, mortalidade. Além disso, a alta temperatura ambiente gera uma redução significativa na produção diária de ovos devido ao estresse e também pelo aumento no consumo de água, o que faz reduzir o consumo de ração.

Um dos fatores apontados por um pesquisador da área, Lamarca, é a falta de preparo dos produtores, que muitas vezes, pela inviabilidade econômica, não têm galpões climatizados. Em sua pesquisa, ele mostra que no interior de São Paulo, na cidade de Bastos, onde há grande produção de ovos, os produtores não possuem essa estrutura preparada para ondas de calor, isto é, não possuem climatização. Isto ocasionará alta taxa de mortalidade quando ocorrer esse evento e o autor ainda ressalta que esta cidade, bem como sua região, apresenta grande risco da ocorrência de ondas de calor.

Frente a esse cenário, os produtos de ovos deparam-se com diversos desafios, como a busca por novas formas de alojamento, suplementação para a ração, inovação e remodelagem dos sistemas de ventilação, entre outros.

Então, o impacto é só no bolso?

Não. Como já esperado, estudos relatam que as mudanças climáticas são um dos fatores que contribuem para o surgimento de novos vírus, bactérias e parasitas nos últimos anos, sendo que há uma alteração na distribuição de doenças em nível global, resultando em um estímulo aos surtos de doenças que afetam a produção agrícola, tanto na produção de ovos como da carne.

Diversos patógenos têm seu comportamento afetado pelas mudanças climáticas. A Salmonella foi apontada como um risco para contaminação de alimentos tanto no setor agrícola como nas indústrias de alimentos. Existe ainda um estudo que mostra um aumento de sua incidência em poedeiras quando há um aumento da temperatura ambiente.

Outra questão a se considerar é que, com o aumento do risco de zoonoses emergentes, com as mudanças na sobrevivência de patógenos e mudanças na distribuição de vetores e parasitas devido às mudanças climáticas, pode-se exigir um aumento no uso de medicamentos veterinários e aditivos, possivelmente resultando em níveis aumentados de resíduos em alimentos de origem animal. Isso representaria não apenas riscos agudos e crônicos para a saúde humana, mas poderia levar ao surgimento de resistência antimicrobiana (RAM) em patógenos humanos e animais. Devido à frequência crescente de bactérias resistentes a antibióticos, os humanos estão se tornando mais suscetíveis, com as mudanças climáticas contribuindo para essa suscetibilidade.

Diante disso, é importante destacar alguns pontos para a indústria de ovoprodutos:

  • É necessário cada vez mais estreitar o relacionamento da indústria com os fornecedores/produtores de ovos in natura e acompanhar as alterações que as mudanças climáticas têm causado para que, em parceria, possam traçar planos para mitigar as consequências futuras;
  • A Salmonella spp em ovos in natura deve ser avaliada com maior critério;
  • É importante uma atenção especial em relação às mudanças que podem ocorrer, principalmente, nas vacinas e agrotóxicos utilizados na cadeia de produção avícola para manter um monitoramento de análises de contaminantes atualizado;
  • O cuidado e a manutenção da cadeia do frio deve ser ainda maior devido aos impactos do aumento da temperatura mundial, além de monitorar e correlacionar às não conformidades por quebra da cadeia do frio;
  • As alterações climáticas correlacionam-se com o desperdício de alimentos ao longo de toda a cadeia de produção, sendo assim, um ponto relevante nas avaliações de perdas e desperdícios.

E para o consumidor final é importante manter os cuidados já conhecidos quando se trata de ovos: armazenar na geladeira, mas não na porta e fazer uma boa cocção no seu preparo.

Apesar de perspectivas de futuro desafiadoras na cadeia de produção de ovos e ovoprodutos, se houver união entre os elos da cadeia, trabalho em conjunto com o governo e órgãos de vigilância e ainda, ações proativas em relação às previsões climáticas, o futuro poderá ser mais seguro e surpreendente!

Jéssica M. O. Pacanaro é engenheira de alimentos pela Universidade Estadual de Maringá e especialista em Segurança de Alimentos. Atua há 8 anos em indústria de ovos, com gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos e também com norma de certificação de bem-estar animal.  

Referências

AHAOTU, E. O.; OSUJI, F. C.; IBE, L. C.; SINGH, R. R. Climate change in poultry production: a review. International Journal of African Sustainable Development, v. 10(2), p. 362-370, 2019.

GOMEZ-ZAVAGLIA, A.; MEJUTO, J. C.; SIMAL-GANDARA, J. Mitigation of emerging implications of climate change on food production systems. Food Research International, v.134, 2020.

IRIVBOJE, O. A.; OLUFAYO, O. O.; IRIVBOJE, Y. I. Impact of climate change on poultry production: A review. Nigerian Journal of Animal Production, v.48(4), p. 59-69, 2021.

LAMARCA, D. S. F.; PEREIRA, D. F.; MAGALHÃES, M. M.; SALGADO, D. D. Climate Change in Layer Poultry Farming: Impact of Heat Waves in Region of Bastos, Brazil. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 20, p. 657-664, 2018.

MAGGIORE, A.; AFONSO, A.; BARRUCCI, F.; DE SANCTIS, G. Climate change as a driver of emerging risks for food and feed safety, plant, animal health and nutritional quality. Publication 2020:EN-1881. European Food Safety Authority, Parma, Italy, 2020.

RAVICHANDRAN, P.; MOHAMED, A. K. A Study of the Perceived Effects of Climate Changes on Commercial Layer Egg Industry with Respect to Total Production, Egg Price Behavior, and Diseases among Layer Poultry Farmers at Namakkal District, Tamilnadu, India. The Pacific Journal of Science and Technology, v.16, p. 345-351, 2015.

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O que esperar do futuro em Segurança de Alimentos

3 min leituraO minuto seguinte e o próximo dia já serão o futuro para o qual trabalhamos. Nos momentos em que pensamos, levamos nossos filhos às escolas, atendemos aos nossos clientes, enviamos e recebemos nossas mercadorias, embalamos e fazemos nossas compras nos mercados, nesse exato momento, centenas de matérias-primas estão abastecendo os processos para produzir a energia que nos levará a executar essas e outras tarefas, além da mais nobre, é claro, a nossa vida.

É a mágica da simultaneidade e da cumplicidade, porque nós, profissionais da área de alimentos, somos os propulsores da produção e da manutenção da vida. Trabalhamos por nós e para os que mais amamos. O produto do nosso trabalho não é só o alimento, são as novas ideias, as descobertas e os sonhos que surgirão dos corpos nutridos, num movimento incessante e dinâmico, porque, a todo instante, alguém está se alimentando.

Temos leis, normas e guias que se desdobram para que cada etapa de cada processo resulte em produtos seguros e apesar disso, da nossa excelência, conhecimento e dedicação, ainda há pessoas adoecendo depois de se alimentarem. Contaminantes em níveis excessivos e proibidos, fragmentos estranhos ainda são detectados nos alimentos; até agora, pessoas morrem de intoxicação alimentar, alimentos vencidos são encontrados à venda, há vítimas de contaminação cruzada ou da falta das boas práticas de fabricação.

Centenas de pequenas operações conectam-se e se integram para entregar um produto alimentício ao consumidor. Os meios de transporte, os fabricantes de embalagens, utensílios e produtos usados nas linhas industriais incluem um número tão expressivo de pessoas que somente uma ligação muito forte entre elas poderia entregar, juntamente com o produto, a garantia da inocuidade.

Os elos da vasta cadeia da produção do alimento estreitam-se, novas etapas são introduzidas, elementos recém-desenvolvidos são incorporados e documentações são atualizadas, mas será que todas as informações foram aprendidas?

Já estudamos que todas as operações podem ser melhoradas. A melhoria contínua da segurança do alimento está no profissional de olhos vigilantes e mente observadora, na indústria comprometida e no serviço bem prestado, nas legislações e normas atualizadas, na evolução dos ingredientes, mas o futuro da segurança em alimentos está na conscientização, ou melhor, no verbo conscientizar, que denota dinâmica e envolvimento.

É preciso garantir a universalização do conhecimento, do que já temos e daquele que está por vir.  Grandes dimensões territoriais e desigualdades são obstáculos para acesso e disseminação de conceitos. Nem todos conhecem as premissas básicas da higiene e da manipulação de alimentos e nem todos entendem os riscos advindos da não prática dos cuidados necessários. Desafio ainda maior é obter a conscientização, de caráter individual e particular, e até íntimo, subjetivo. Quando somos conscientes fazemos o certo em quaisquer circunstâncias, quer sejamos observados ou não, é questão de consciência mesmo.

Não é impensável a possibilidade de encontrar colaboradores uniformizados da área de alimentos, que saem dos banheiros sem lavar as mãos e retornam ao local de manipulação. Podem ser vistos estabelecimentos alimentícios com estruturas revestidas com materiais rugosos e acabamento que não atende ao padrão sanitário, sendo que as normas estabelecem que deveria ser superfície lisa, clara e de fácil higienização.

Há casos de atendentes de lojas de alimentação que anotam os pedidos e eles próprios, sem qualquer higienização, pegam os ingredientes com as mãos para colocar nos pratos. Não se sabe, também, quantas pessoas falam diretamente sobre a nossa refeição pronta, colocada nos pratos, até o momento em que ela nos é servida. Há casos de restaurantes onde a estética e decoração prevaleceram sobre os conceitos das boas práticas de fabricação. Exemplos simplistas diante da complexidade dos processos de preparação no campo, nas indústrias ou no serviço, mas a causa da contaminação pode estar nos detalhes. Desenvolver e evoluir sem esquecer o fundamental no processamento do alimento, essa é a questão.

A capacitação dos profissionais da área de alimentos é sempre um aprendizado e um exercício determinante na conscientização para a segurança do alimento. Conquistar o interlocutor, conseguir a internalização do conhecimento necessário e obter o seu comprometimento na realização das suas tarefas, em todas as esferas, todos os dias, em todas as situações, porque ele está consciente do impacto de uma falha sobre a saúde humana, isso é, no meu ponto de vista, o futuro da garantia de um alimento seguro.

Locenir Fátima Vidorette Matsui é bióloga e profissional da Qualidade. Tem mais de 20 anos de experiência na área de alimentos, atuando em grandes empresas do ramo açucareiro, com desenvolvimento, implantação e monitoramento de sistemas da Qualidade e Segurança de Alimentos. Já trabalhou no Brasil, Síria, Argentina e Estados Unidos. 

Este post foi o vencedor do Concurso Cultural Food Safety Brazil 2024

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Promoção Relâmpago: Descontos para grupos de leitores no VI Workshop Food Safety Brazil!

2 min leituraVocê, que é um profissional dedicado à segurança de alimentos, não pode perder a oportunidade de participar PRESENCIALMENTE do VI Workshop Food Safety Brazil, que acontecerá nos dias 15 e 16 de agosto, no CREA-SP. Além de uma programação recheada de palestras confirmadas e conteúdos relevantes, estamos lançando uma promoção relâmpago imperdível para garantir que você esteja conosco neste evento essencial para a sua carreira!

Como funciona a promoção?

Para tornar o evento ainda mais acessível e promover uma maior interação entre os participantes, decidimos criar um grupo no WhatsApp com descontos progressivos baseados no número de pessoas no grupo. Confira como funciona:

– 15 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 10% de desconto no valor do ingresso.
– 30 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 15% de desconto no valor do ingresso.
– 45 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 30% de desconto no valor do ingresso.
– 100 pessoas no grupo: Todas as pessoas no grupo garantem 50% de desconto no valor do ingresso.

Como participar ?

1º Entre no nosso grupo do WhatsApp: Ao entrar no grupo, você já estará a um passo de garantir seu desconto. O link para o grupo será disponibilizado em nossas redes sociais e no nosso site oficial.

2º Convide seus colegas e amigos: Compartilhe o link do grupo com seus colegas de trabalho, amigos e outros profissionais da área. Quanto mais pessoas no grupo, maior será o desconto para todos!

3ºAguarde o resultado: O resultado será postado na sexta-feira às 16h. Fique atento ao nosso grupo e redes sociais para saber quantas pessoas conseguimos reunir e qual será o desconto final!

Benefícios do Workshop

Participar do VI Workshop Food Safety Brazil é uma oportunidade única para se atualizar sobre as últimas tendências e práticas em segurança de alimentos. O evento contará com palestras de especialistas renomados, além de ser um espaço para networking e troca de experiências entre profissionais da área.

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Não perca tempo! Entre no nosso grupo do WhatsApp, convide seus amigos e colegas e aproveite essa promoção relâmpago para garantir seu desconto. Lembre-se, o resultado será divulgado na sexta-feira às 16h. Então, corra e garanta já a sua vaga com um super desconto!

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Aproveite essa chance única de se capacitar e economizar ao mesmo tempo. Nos vemos no VI Workshop Food Safety Brazil!

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