< 1 min leitura
1

Como consumir ovos em casa

< 1 min leitura

Mito 3:

Comer gema crua faz bem para a saúde! Vale desde a gemada como massa de bolo crua, passando pelas sobremesas…

Procedimento correto: Os ovos (tanto gema como a clara) podem estar contaminados com bactérias, principalmente Salmonella, podendo ser fonte de surtos alimentares. Os ovos devem ser totalmente cozidos ou fritos antes de serem ingeridos, de forma que atinja a temperatura de 74° C. O consumo de ovos com gema mole ou de sobremesas que levam ovos crus como ingrediente sem receber tratamento térmico posterior também é inseguro.  Dados do Ministério da Saúde indicam que alimentos crus, como ovos e carnes vermelhas, são responsáveis, em média, por 34,5% dos surtos de doenças transmitidas por alimentos que ocorrem no Brasil.

Resumo: Não coma ovos crus, nem preparações que levem ovos crus ou mal cozidos.

< 1 min leituraMito 3: Comer gema crua faz bem para a saúde! Vale desde a gemada como massa de bolo crua, passando pelas sobremesas… Procedimento correto: Os ovos (tanto gema como a […]

3 min leitura
5

O papel da Equipe de Segurança de Alimentos e a ISO 22000

3 min leitura

Segundo a ISO22000 a equipe de segurança de alimentos deve ser competente e ter formação adequada, treinamento, habilidade e experiência. Estes atributos são importantes para que a mesma seja capaz de realizar todas as atividades previstas na norma sob sua responsabilidade, a saber:
Atribuições da equipe de segurança de alimentos:
1- A equipe de segurança de alimentos deve assegurar que toda informação relacionada a mudanças esteja incluída na atualização do sistema de gestão da segurança de alimentos.
As mudanças podem estar relacionadas a: produtos ou novos produtos; matérias primas, ingredientes e serviços; sistemas de produção e equipamentos; Instalações, localização e ambiente que envolve a produção; programas de limpeza e sanitização; sistemas de embalagem, estocagem e distribuição; níveis de qualificação de pessoal e/ou definição de responsabilidades e autoridade; requisitos estatutários e regulamentares; conhecimento relacionado à perigos de segurança de alimentos e medidas de controle; requisitos de clientes, setoriais e outros requisitos que a organização observa; questões relevantes vindas de partes externas interessadas; reclamações, indicando perigos de segurança de alimentos associados ao produto e outras condições que tenham impacto sobre a segurança de alimentos.

2- A equipe de segurança de alimentos deve aprovar os Programas de Pré-requisitos
OS PPR devem ser apropriados às necessidades organizacionais relacionadas à Segurança dos Alimentos; ser apropriados ao tamanho e tipo de operação e à natureza dos produtos que são produzidos e/ou manuseados; e ser implementado ao longo do sistema de produção, tais como programas aplicáveis em geral ou programas aplicáveis a um produto em particular ou linha operacional. Deve contemplar os seguintes assuntos:
a) construção e leiaute de edifícios e utilidades associadas;
b) leiaute das instalações, incluindo local de trabalho e facilidades para os empregados;
c) suprimento de ar, água, energia e outras utilidades;
d) serviços de suporte, incluindo descarte de resíduos e efluentes;
e) a adequação de equipamentos e sua acessibilidade para limpeza, manutenção e manutenção corretiva;
f) gestão de materiais (por exemplo, matérias primas, ingredientes, produtos químicos e embalagens), suprimentos (por exemplo, água, ar, vapor e gelo), descarte (resíduos e efluentes) e manipulação de produtos (por exemplo, estocagem e transporte);
g) medidas de prevenção da contaminação cruzada;
h) limpeza e sanitização;
i) controle de pragas;

3- A equipe de Segurança dos Alimentos deve verificar a precisão dos fluxogramas através de uma verificação in loco.
Os fluxogramas devem ser claros, precisos e suficientemente detalhados, Os fluxogramas devem, conforme apropriado, incluir o seguinte:
a) seqüência e interação de todos os passos do processo;
b) processos externos e trabalhos sub contratados;
c) onde matérias primas, ingredientes e produtos intermediários entram no fluxo;
d) onde retrabalho e recirculação podem ocorrer;
e) onde os produtos finais, produtos intermediários, sub produtos e resíduos são liberados ou removidos.
Os fluxogramas verificados devem ser mantidos como registros.

4- A equipe de Segurança dos Alimentos deve conduzir a análise de perigos
A análise de perigos deve determinar quais perigos necessitam ser controlados, o grau de controle requerido para garantir a Segurança dos Alimentos e qual combinação de medidas de controle é requerida. Todos os perigos de Segurança dos Alimentos que podem ocorrer em relação ao tipo de produto, tipo de processo e instalações de processamento devem ser identificados e registrados.

5- A equipe de segurança de alimentos deve validar medidas de controle e/ou combinações dessas medidas de controle.
A validação deve demonstrar que as medidas de controle selecionadas são capazes de alcançar o controle necessário para o perigo, para o qual elas foram designadas e que são efetivas e capazes de, em combinação, assegurar o controle do(s) perigo(s) identificado para obter produtos finais que satisfaçam os níveis aceitáveis definidos.

6- A equipe de segurança de alimentos deve sistematicamente avaliar os resultados individuais da verificação planejada
As atividades de verificação devem confirmar que os PPR estão implementados; que a entrada para a análise de perigos é atualizada continuamente; que PPRO e os elementos do plano APPCC estão implementados e são efetivos; que os níveis de perigo estão dentro dos níveis identificados como aceitáveis e que outros procedimentos requeridos pela organização estão implementados e são efetivos. Ações devem ser tomadas em caso de não conformidades.

7- A equipe de segurança de alimentos deve analisar os resultados de atividades de verificação, incluindo os resultados das auditorias internas e auditorias externas.
A análise deve ser realizada para: confirmar que o desempenho geral do sistema está conforme ao planejamento organizado e aos requisitos do sistema de gestão da segurança de alimentos estabelecido pela organização, identificar a necessidade de atualização e melhoria do sistema de gestão da segurança de alimentos, identificar tendência que indiquem uma maior incidência de produtos potencialmente inseguros; estabelecer informação para planejamento do programa de auditorias internas em relação à condição e à importância das áreas a serem auditadas, e fornecer evidencias que quaisquer ações corretivas e de correção que foram tomadas são efetivas.

8- A equipe de segurança de alimentos deve avaliar o sistema de gestão da segurança dos alimentos em intervalos planejados.
A avaliação e as atualizações devem ser baseadas: na comunicação, externa e interna; em outras informações a respeito da coerência, adequação e da eficácia do sistema de gestão da segurança de alimentos; na saída da análise dos resultados de atividades da verificação, e na saída da análise critica da Alta Direção.

A critério da organização, outras atividades podem ser direcionadas para a Equipe de Segurança de Alimentos. Que outras atribuições a equipe assumiu em sua empresa?

3 min leituraSegundo a ISO22000 a equipe de segurança de alimentos deve ser competente e ter formação adequada, treinamento, habilidade e experiência. Estes atributos são importantes para que a mesma seja capaz […]

< 1 min leitura
0

Guia para consumidores – Segurança de Alimentos no Lar

< 1 min leitura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Essa cartilha foi desenvolvida pelo SENAI para conscientizar os consumidores sobre os riscos que correm de contrair doenças veiculadas por alimentos e traz muitas orientações práticas. Divida com amigos e pessoas queridas, é uma aula para todos nós!

Baixe o conteúdo completo:

[wpdm_file id=41

Saiba mais sobre o programa desenvolvido pelo SENAI e ajude a compartilhar este conteúdo.

< 1 min leitura                    Essa cartilha foi desenvolvida pelo SENAI para conscientizar os consumidores sobre os riscos que correm de contrair doenças veiculadas por […]

< 1 min leitura
0

Ricota e Listeria monocytogenes no Brasil

< 1 min leitura

Qualidade microbiológica de ricotas comerciais e os riscos associados
à presença de Listeria monocytogenes

 Luciana Maria Ramires ESPER1*, Dirce Yorika KABUKI2, Arnaldo Yoshiteru KUAYE2

No presente estudo foi avaliada a qualidade microbiológica de ricotas comercializadas na região de
Campinas-SP e caracterizado o potencial patogênico das cepas isoladas de Listeria monocytogenes. Um total
de 45 amostras de ricota foi submetido às análises de contagens de coliformes termotolerantes, estafilococos
coagulase positiva, bolores, leveduras e detecção de Salmonella sp. e Listeria monocytogenes. Os resultados
apontaram que 46,7% (21/45) das ricotas estavam em desacordo com os padrões microbiológicos para
alimentos estabelecidos pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Resolução
RDC 12/2001. O número de amostras que apresentaram contagens acima das permitidas pela legislação
em relação aos coliformes termotolerantes foi de 46,7% e em relação a estafilococos coagulase positiva foi
de 2,2%, além de 6,7% das amostras apresentaram Listeria monocytogenes. Não foi isolada Salmonella das
amostras analisadas. Destaca-se a presença de L. monocytogenes em 6,7% (3/45) das amostras com perfil
genético actA tipo 4 e hly tipo 1 e pertencente à linhagem I, potencialmente patogênico ao homem. Este
estudo indica que o produto analisado merece maior atenção por parte da comunidade científica, bem
como pelo setor produtivo e órgãos de vigilância sanitária com o intuito de empreender a melhoria da
qualidade e consequente, segurança ao consumidor.

O paper foi gentilmente disponibilizado pela autora Luciana Esper. Para acessá-lo, clique aqui.

< 1 min leituraQualidade microbiológica de ricotas comerciais e os riscos associados à presença de Listeria monocytogenes  Luciana Maria Ramires ESPER1*, Dirce Yorika KABUKI2, Arnaldo Yoshiteru KUAYE2 No presente estudo foi avaliada a […]

2 min leitura
24

Perguntas e respostas sobre a Portaria SMS 2619/2011

2 min leitura

 

 

 

 

 

Recebi algumas  dúvidas  sobre a Portaria SMS 2619/2011 entrou em vigor em março deste ano e resolvi compartilhar aqui no blog. Boa leitura!!

1-     Quais são os segmentos de negócio que são obrigados a cumprir a Portaria SMS 2619/11?

São obrigados a cumprir a Portaria SMS 2619/11 os estabelecimentos que realizam atividades relacionadas à importação, exportação, extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte, armazenamento, distribuição, embalagem e reembalagem, fracionamento, comercialização e uso de alimentos – incluindo águas minerais, águas de fontes e bebidas -, aditivos e embalagens para alimentos.

 2-     Onde a Portaria SMS 2619/2011 é válida?

A Portaria SMS 2619/11é válida em todo o município de São Paulo. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Portaria SMS.G nº 1.210/06.

 3-     Existindo a Portaria Municipal 2619/11, os estabelecimentos de São Paulo ficam desobrigados de cumprir com os regulamentos estaduais e federais?

Não. Além da legislação municipal, os estabelecimentos que realizam quaisquer das atividades descritas acima ficam obrigados a cumprir as legislações federais e estaduais. Em caso de divergência de informação, sempre se deve implementar o requisito mais criterioso.

 4-     Existe prazo para adequação aos requisitos da Portaria SMS 2619/11?

A  Portaria SMS 2619/2011 entrou em vigor 90 dias após a data de sua publicação, ou seja entrou em vigor em março deste ano.

 5-     O que pode acontecer com um estabelecimento que não atende a Portaria SMS 2619/2011?

A desobediência ao disposto no Regulamento aprovado por esta Portaria configura infração sanitária, punível nos termos da legislação específica e da Lei Municipal nº 13.725, de 09 de janeiro de 2004 (Código Sanitário do Município de São Paulo).

6-     Qual é a importância da Portaria SMS 2619/2011?

Este regulamento apresenta como anexo o Regulamento de Boas Práticas e de Controle de condições sanitárias e técnicas das atividades relacionadas à importação, exportação, extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte, armazenamento, distribuição, embalagem, reembalagem, fracionamento, comercialização e uso de alimentos, águas minerais e de fontes, bebidas, aditivos e embalagens para alimentos.

 Você possui outras dúvidas sobre o assunto? Comente!

2 min leitura          Recebi algumas  dúvidas  sobre a Portaria SMS 2619/2011 entrou em vigor em março deste ano e resolvi compartilhar aqui no blog. Boa leitura!! 1-     Quais […]

3 min leitura
1

ANVISA publica estudo sobre sódio em alimentos processados

3 min leitura

Uma pesquisa publicada em 16/10/2012 no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA aponta sobre o teor de sódio presente em diversos alimentos. O Informe Técnico nº 50/2012 é um estudo bem elaborado, que compilou diversos dados relacionados à alimentação da população brasileira.

No estudo é relatado que, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, há grandes prevalências de consumo excessivo de açúcares e de gorduras saturadas, bem como baixa ingestão de fibras e inadequação de vários micronutrientes. A pesquisa ainda revela que o Brasil está atravessando, nas últimas décadas, uma transição nutricional caracterizada pela diminuição dos casos de desnutrição e aumento do sobrepeso e da obesidade. Esse crescimento acelerado da obesidade foi verificado em todas as fases do ciclo da vida e estratos da população.

Sobre o consumo de sódio, o trabalho inicialmente alerta para a presença de grande quantidade dessa substância no biscoito de polvilho  que foi de 1.092 miligramas (mg) de sódio para cada 100g do produto. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2.000 mg de sódio por dia”, explica o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares. Um pacote de biscoito de polvilho de 100 gramas (g) possui, em média, mais da metade de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia.

O estudo da Anvisa também analisou os teores de sódio nos queijos. Uma amostra do queijo parmesão apresentou o maior valor absoluto de sódio entre todas as 500 amostras da pesquisa, e atingiu a marca de 3.052 mg do nutriente para cada 100g do produto. Em segundo lugar, ficou a versão ralada do queijo parmesão, cujo teor de sódio foi de 2.976mg para cada 100g de produto.

Outro ponto avaliado pela pesquisa foi a variação do teor de sódio entre as diversas marcas de um mesmo alimento. Neste quesito, os queijos minas frescal, parmesão e a ricota fresca lideraram a lista. No caso do queijo parmesão, essa diferença chega a 13,7. No caso do queijo minas frescal, a quantidade de sódio encontrado pode variar mais de 14 vezes de marca para marca e no pão de queijo pronto para o consumo essa variação é de quase oito vezes.

A média do teor de sódio no macarrão instantâneo ficou em 1.798 mg para cada 100 g do alimento. Esse valor está dentro do pactuado, em abril de 2011, entre o Ministério da Saúde e as associações das indústrias de alimentos para reduzir a quantidade de sódio nesses alimentos. O acordo prevê o valor máximo de 1.920,7 mg de sódio para cada 100 g de macarrão instantâneo.
Entretanto, o estudo da Agência também detectou problemas. Em termos de valor absoluto, o valor máximo de sódio encontrado em uma amostra de macarrão instantâneo foi de 2.160 mg para cada 100g de alimento, valor maior do que o acordado entre as indústrias e o Ministério da Saúde. Vale lembrar que, neste caso, já está contabilizada a quantidade de sódio presente do tempero pronto que acompanha esses alimentos.

O sódio representa aproximadamente 40% da composição do sal. Além disso, é considerado um nutriente de preocupação de saúde pública que está diretamente relacionado ao desenvolvimento das Doenças Crônicas não Transmissíveis: hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças renais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência renal.

A notícia completa e o link para a íntegra do estudo podem ser encontrados no site da ANVISA.


3 min leituraUma pesquisa publicada em 16/10/2012 no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA aponta sobre o teor de sódio presente em diversos alimentos. O Informe Técnico nº 50/2012 […]

2 min leitura
5

Luvas: o dilema do quando e como usar

2 min leitura

Um dos maiores pontos de discussão durante a implantação das regras de Boas Práticas de Fabricação é a  utilização das luvas descartáveis.
Enquanto alguns exaltam o uso das luvas, outros repudiam fervorosamente sua utilização.
E você, em qual desses movimentos se encontra: Pró ou Contra?

Para facilitar a visualização das facilidades e dificuldades geradas pela utilização das luvas descartáveis, uma tabela será utilizada para identificar, inclusive, em quais momentos o uso deste item se faz obrigatório diante de legislações.

pros_uso_luvas

Para conhecer até onde a alergia pode chegar, vale a pena conferir o trecho de uma reportagem específica sobre alergias no site do G1.

Resumindo então, o bom senso é fundamental na utilização de luvas descartáveis e deve se contar com profundo treinamento e conscientização dos colaboradores que irão utilizá-las, para que regras fundamentais não sejam quebradas, tais como:
– As luvas descartáveis utilizadas durante a manipulação de alimentos devem ser trocadas sempre que houver troca de atividade.
– As luvas devem ser descartadas imediatamente após terem sido retiradas das mãos.
– As mãos devem ser higienizadas imediatamente antes de colocar as luvas.
– As luvas descartáveis não devem ser usadas em procedimentos que diretamente envolvam calor, como cozimento, fritura, preparo de grelhados e assados e, quando do uso de máquinas de moagem, tritura, moldagem, mistura, e outras que acarretem riscos de acidentes.
Quando as luvas descartáveis utilizadas são constituídas do material látex, vale a pena ainda lembrar a respeito das alergias cruzadas que podem ser geradas a partir da manipulação com luvas de um alimento que será fornecido a uma pessoa que possua sensibilidade a alguns alimentos como banana e kiwi. Para quem ficou curioso a respeito desta interação, vale a pena conferir os artigos “Entrevista ASBAI – alergias alimentares” e “Alergias Cruzadas”.

2 min leituraUm dos maiores pontos de discussão durante a implantação das regras de Boas Práticas de Fabricação é a  utilização das luvas descartáveis. Enquanto alguns exaltam o uso das luvas, outros […]

4 min leitura
0

Direto da Arábia Saudita, o ponto de vista de um brasileiro

4 min leitura

 Ele havia acabado de se casar, quando recebeu a proposta de trabalhar na Arábia Saudita. Se desfez de seus presentes ainda embalados, levou a esposa na mala e começou nova vida em outras terras, experimentando uma cultura totalmente contrastante com a nossa. Essa é a história de Tomaz Zurita, que concedeu com exclusividade uma entrevista ao blog Food Safety Brazil. 

Por que um brasileiro na Arábia Saudita, responsável pela gestão do BRC em uma empresa líder em embalagens?
Por quê não? Foi o que eu pensei quando recebi um email de um outro brasileiro que era um dos gerentes aqui em Jidá (Jeddah), oferecendo a posição. Uma série de fatores me trouxeram para cá. Primeiro, como em qualquer contratação, havia um interesse mútuo. Da minha parte em relação ao conteúdo do trabalho e à experiência internacional. Da parte da empresa em relação a minha experiência com sistemas de gestão integrados que incluísse segurança de alimentos. As empresas que operam no Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo, dependem fortemente de profissionais estrangeiros. Além disso, a Tetra Pak Brasil tem 2 das fábricas que normalmente circulam entre as melhores do grupo em termos de gestão da qualidade, inovação e manufatura classe mundial. Por essa razão os profissionais brasileiros são bem vistos. Isso certamente contou a meu favor.

Quais normas de certificação são mais reconhecidas na região?
As normas ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 predominam como em qualquer outra parte do mundo. Em relação às normas de gestão da segurança de alimentos, ISO 22000, BRC Food e BRC Packaging despontam. Também há diversas empresas utilizando esquemas de certificação não acreditada como selos de HACCP e GMP oferecido pelos grandes organismos de certificação.

Quais os temas em debate em relação à segurança de alimentos na Arábia Saudita?
O país é essencialmente importador, utiliza o idioma árabe e tem fortes restrições religiosas. Isso gera preocupações no que diz respeito a rotulagem. Outro assunto em foco são as boas práticas de manipulação no setor de hospitalidades, já que pequenos estabelecimentos e comércio informal são extremamente comuns. Mesmo as grandes redes de hotéis e restaurantes tem grandes desafios em manter padrões de qualidade e higiene devido à rotatividade e diversidade de funcionários com baixa qualificação.
Por outro lado, alguns temas de grande importância como as boas práticas de transporte, armazenamento e varejo são praticamente ignorados. E por sinal, essa deficiência afeta diretamente o Brasil, já que somos o principal fornecedor de carne bovina e de frango para a região e os cuidados com a cadeio do frio, por exemplo, deixam a desejar em muitas situações.

De que forma as diferenças culturais foram desafiadoras para o desenvolvimento do seu trabalho?
Eu trabalho com colegas de aproximadamente 30 nacionalidades. Talvez o inglês e o boné com o logo da empresa são as únicas coisas em comum. Cada um tem seu sotaque e graus diferentes de entendimento da língua. A linguagem não-verbal também é variada. Certos movimentos do corpo e gestos inocentes para uma cultura podem ser extremamente ofensivos para outra.
Especificamente sobre segurança dos alimentos, é notável a diferença nos padrões de higiene pessoal. É um grande desafio para padronizar as BPF que dependem fortemente de atitudes pessoais e auto-disciplina. Um exemplo curioso, porém real, é o seguinte: imaginem como é difícil localizar um fornecedor de protetores faciais (esses descartáveis de tecido-não-tecido “made in China”) que forneçam tamanho extra-extra grande para atender os colaboradores muçulmanos com barba longa e volumosa.
Outro aspecto diferente é a forma como cada cultura dá importância ao trabalho, às responsabilidades com prazos e resultados e às ambições de crescimento profissional. Há os que não medem esforço e topam trabalhar jornadas longas, horas extras, cobrir colegas em férias, etc. Há os que largam a caneta no meio de uma atividade quando dá o tempo, porém se organizam bem para entregar as tarefas conforme prometido e há aqueles que dependem quase que exclusivamente de um empurrão para concluir atividades ou seguir certas regras previamente acordadas. É certo que estas diferenças dependem de pessoa para pessoa, mas é possível identificar algums padrões em grupos de mesma nacionalidade ou de mesma identidade cultural-religiosa.
Aqui também não trabalham mulheres.
Enfim, há muitas outras que eu poderei comentar se os leitores se interessarem.

Nos dê um breve panorama da indústria de alimentos e correlatos na região.
Como eu comentei anteriormente, a Arábia Saudita, assim como a maioria dos países vizinhos dependem em grande parte da importação de produtos alimentícios e correlatos tais como ingredientes, aditivos, produtos de origem animal, frutas, café e chá, cereais, molhos. Outros produtos como óleos, laticínios, snacks, sucos e bebidas carbonatadas são produzidos localmente, porém em sua maioria por empresas multinacionais. Os produtos realmente locais são basicamente vegetais e hortaliças, pães e produtos regionais como alguns temperos, frutas, conservas.
Os mercados do Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo e norte da África têm sido muito dinâmicos. Em muitos setores, o crescimento da demanda e consequentes aumentos de produção/importação só perdem para os níveis observados na China. Também é notável como foi rápida a recuperação das empresas de alimentos nos países afetados diretamente pela “Primavera Árabe”. Assim que a cadeia logística se recuperou, estradas e portos se abriram, suprimento de energia normalizou, as empresas retomaram seu ritmo anterior em questão de 3 a 6 meses.

O que é tendência na área de embalagens?
Hoje se fala muito em embalagens com menor impacto ambiental. Seja pela redução do uso de matérias primas, pelo uso de materiais renováveis, pela redução do uso de energia ou pela reciclagem pós-consumo. Se pensarmos que a embalagem define a forma do produto final, é fácil entender também que as embalagens tem um papel fundamental na eficiência da distribuição em termos do uso do espaço em transporte, estacagem e ponto de venda. A pegada de carbono é o conceito chave que direciona, digamos, os esforços
Poucas empresas conseguem desenvolver atividades em todas estas direções. É necessário mobilizar muita gente. Desde P&D, desenvolvimento de fornecedores, eficiência de manufatura, logística, relações com governos e sociedade, etc. É uma questão de importância estratégica para as empresas líderes.

Quer dar um recado para os leitores do blog?
Na verdade tenho dois recados:
1) Fiquem atentos e agarrem as oportunidades que a vida nos oferece.
2) Para o s meus amigos que sempre me perguntam: não existem Petro-dólares. Pronto, falei.
Tomaz Zurita é Engenheiro de Produção pela Poli-USP. Foi consultor e gerente operacional da Food Design. Trabalhou com análise de perigos, qualificação de equipamentos e validação de processos na Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos. É responsável pelo sistema de gestão integrado e líder do pilar de meio ambiente da Tetra Pak Arabia.

4 min leitura Ele havia acabado de se casar, quando recebeu a proposta de trabalhar na Arábia Saudita. Se desfez de seus presentes ainda embalados, levou a esposa na mala e começou nova […]

< 1 min leitura
7

10 diferenças entre APPCC Codex e APPCC ISO 22000

< 1 min leitura

Na consultoria, um questionamento bem comum que recebemos é para esclarecer as principais diferenças entre o APPCC baseado no Codex Alimentarius e o APPCC baseado na ISO 22000.  Outras perguntas sobre o tema são: Qual é o melhor? Qual é o mais fácil de se implementar? E ainda: quais são os impactos de cada um? Escrevo este post visando esclarecer estas dúvidas.

Acredito que o primeiro ponto que deve ser esclarecido é que o APPCC segundo a ISO 22000 não se trata de uma novidade completa. Ele integra os princípios do APPCC e as etapas de aplicação desenvolvidas pelo Codex Alimentarius, ou seja a versão do APPCC requisitada pela norma ISO é baseada na metodologia descrita pelo Codex, de modo a atender plenamente aos requisitos já existentes.  Mas é verdade que a versão da ISO 22000 acrescentou novos elementos…

As 10 principais diferenças são:

Clique aqui para baixar o arquivo.

< 1 min leituraNa consultoria, um questionamento bem comum que recebemos é para esclarecer as principais diferenças entre o APPCC baseado no Codex Alimentarius e o APPCC baseado na ISO 22000.  Outras perguntas […]

2 min leitura
0

Análise de Perigos em Conservantes

2 min leitura

Conservante é uma beleza, hein? A gente faz e acontece na produção do alimento, embala de qualquer jeito, a cadeia de frio é aquela coisa que todos conhecem e tá lá  o alimento – firme e forte, sem oferecer riscos ao consumidor, uma beleza.

É claro que se você já passou mais de 6 meses em uma indústria sabe bem que não é assim que funciona. Os nossos amigos microrganismos, a Sra Bactéria e o Sr Fungo, muitas vezes nem dão bola para a panacéia de conservantes que está no alimento, crescendo festivamente até em condições improváveis (que já viu nugget “congelado” com crescimento aparente de bolor levanta a mão!). O conservante só funciona em determinadas condições, e principalmente se não houver abuso. Ele ajuda, mas não faz milagre.

E, para ajudar, tem que ter alguns cuidados, não é? Quem monta plano HACCP certamente vai lá e coloca na descrição do produto ou até nas medidas de controle: presença de conservante. Aí, dependendo da situação, o conservante vai parar no programa de pré-requisitos ou entra no plano HACCP mesmo.

E que cuidados há de se ter com este aditivo?

Primeiro, o conservante precisa estar funcional e dentro da concentração especificada pelo fornecedor. Para controlar isso, valem as dicas de consultar o FCC ou o JECFA que já citei antes e incluir estas informações na inspeção de entrada ou na homologação do fornecedor.

Segundo, ele precisa ser adequadamente armazenado, para não perder funcionalidade durante o shelf-life. Lá na especificação do fornecedor tem um campo sobre temperatura e umidade de armazenamento? Pode colocá-lo na sua análise. Quer saber mais sobre o assunto? Divirta-se procurando informações a respeito em bancos de dados científicos.

Terceiro, ele precisa ser corretamente pesado para a fórmula em questão: não adianta colocar no plano que a salsicha leva 0,015% de nitrito quando na prática ela pode levar tanto 0,005%, quanto 0,05%. Se não há um sistema ERP, algum tipo de controle de atendimento à formulação deve ser criado. Quem sabe um colaborador pesa e o outro confere, antes da mistura? Ou alguém verifica os pesos das matérias-primas após a produção?

Por fim, o conservante deve estar homogeneamente distribuído pelo produto. É fácil misturar 15g de nitrito em 100kg de massa de salsicha? São quantidades muitos diferentes entre si, e a chance de termos um ponto com alta concentração de nitrito e outro com nenhuma é grande. Vale aqui trabalhar com conservantes mais diluídos, fazendo esta diluição in-company ou comprando assim já do fornecedor, e fazer um trabalho de validação de mistura.

E como a gente valida mistura? Ah, isso sim é tema para um próximo post!

Até a próxima, pessoal!

2 min leituraConservante é uma beleza, hein? A gente faz e acontece na produção do alimento, embala de qualquer jeito, a cadeia de frio é aquela coisa que todos conhecem e tá […]

< 1 min leitura
1

Ciclamato de Sódio retirado da lista GRAS pelo FDA

< 1 min leitura

Foi em 21/10/1967 que o FDA passou a desconsiderar o ciclamato de sódio como substância segura, ou  Generally Recognized as Safe.

Esta substância era usada no Japão como um adoçante artificial (“chikuro”) até ser banida em 1969, graças ao trabalho de Kojima e Ichibagase, na década de 60, que apresentaram publicações em que confirmavam ciclamato de sódio (e portanto, igualmente o de potássio) não era eliminado plenamente, mas é metabolizado como ciclohexilamina, uma substância cancerígena.

O ciclamato, associado à sacarina na proporção 10:1, até então consumido em grandes quantidades nos EUA, foi interpretado pelo FDA como indutor de câncer de bexiga em ratos. Posteriormente a estes estudos, o US Department of Health, Education and Welfare proibiu seu uso nos EUA em 1969, quando apresentou-se que este composto não possuía qualquer valor no tratamento da obesidade ou diabetes

Apesar destas pesquisas e decisões, o World Health Organization’s Joint Expert Committee on Food Additives em 1977 aprovou o ciclamato de sódio como adoçante em alimentos e bebidas. Contudo, os americanos continuam com a proibição. O uso do ciclamato de sódio é liberado em mais de 55 países, incluindo Brasil, Alemanha, Finlândia, Paquistão, África do Sul, Suíça e Canadá.

Os ciclamatos, quando ingeridos em grandes quantidades, produzem diarréia em humanos.

 

http://www.fda.gov/Food/FoodIngredientsPackaging/FoodAdditives/FoodAdditiveListings/ucm091048.htm?utm_campaign=Google2&utm_source=fdaSearch&utm_medium=website&utm_term=sodium%20cyclamate&utm_content=2

< 1 min leituraFoi em 21/10/1967 que o FDA passou a desconsiderar o ciclamato de sódio como substância segura, ou  Generally Recognized as Safe. Esta substância era usada no Japão como um adoçante artificial (“chikuro”) […]

2 min leitura
0

Programa Alimentos Seguros agora para Consumidores

2 min leitura

O Programa Alimentos Seguros é um marco para a Segurança de Alimentos em nosso país. Desde o seu nascimento em 2001, iniciado no segmento indústria, muitas empresas modificaram sua cultura em prol da segurança de alimentos e novas frentes tem sido conquistadas. Para falar sobre, convidamos Zeide Lúcia Gusmão, do SENAI, uma das instituições pilares do PAS.

Quais são os objetivos e público alvo do PAS?

 Promover a segurança dos alimentos e bebidas em toda a cadeia produtiva do setor, ampliando a competitividade das empresas brasileiras nos mercados nacional e internacional, como também reduzir o risco das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) aos consumidores. O público alvo é amplo, abrangendo produtores rurais, indústrias de alimentos e bebidas e demais emrpesas da cadeia produtiva de alimentos, órgãos governamentais, sistema educacional e consumidores.

Que resultados o PAS já obteve desde o início de sua atuação?

–  16.992 profissionais capacitados como consultores, auditores e multiplicadores, fiscais do governo e funcionários de empresas

–  35.000 Seminários de sensibilização ou palestras

– 14.996 empresas que implantaram BPF

-1.348 produtos com implantação de APPCC

Qual é a importância do consumidor para a segurança dos alimentos?

 O consumidor está no final da cadeia, e ele vai escolher, transportar, preparar, conservar e consumir o alimento. Assim, ter informações e orientações sobre a segurança do alimento permitirá reduzir os riscos dele sofrer um mal estar ou doenças que sejam provocadas pelo alimento contaminado.

 Quais as estratégias adotadas pelo PAS para promover a conscientização dos consumidores para a questão da segurança dos alimentos?

 Criamos o PAS Consumidor, onde temos manuais, cartilhas e guias para a sua orientação. Promovemos também eventos em locais de grande circulação, quando trabalhamos com os conceitos do alimento seguro.

 Quais serão os próximos passos do Programa? 

 Continuamos trabalhando em toda a cadeia produtiva do alimento: campo , transporte, indústria, distribuição, serviços alimentícios e consumidores. Temos o foco em trabalhar com cadeias produtivas específicas, como o PAS Mel, PAS Uva para processamento, PAS Açaí, PAS Leite e PAS Carne.

 Também temos o PAS Educação, trabalhamos com 20 escolas de 2009 a 2011, 5 delas públicas, o que pode ser um viés para trabalharmos a partir de 2013. Os professores dos alunos de 05 a 11 anos passam por uma capacitação para que possam ensinar os conteúdos de forma transversal nas aulas de diferentes disciplinas. Sabemos que as crianças hoje são muito informadas e influenciam o comportamento em casa e na hora da compra e são a base para a formação de cidadãos mais conscientes.  Nas aulas são usados recursos lúdicos para explicar por exemplo contaminação em uma maçã através da história da Branca de Neve ou do filme  Ratatouille, no qual discute-se o certo e o errado na cozinha.

 Em breve o blog Food Safety Brazil disponibilizará cartilhas do programa para download!

Zeide Lúcia Gusmão é mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, MBA em Gestão de Negócios com Ênfase em Novas Tecnologias, graduada em Ciências Biológicas. Atualmente trabalha no SENAI Departamento Nacional como Especialista de Desenvolvimento Industrial  e coordena o Programa Alimentos Seguros (PAS) e a Rede SENAI de Alimentos e Bebidas, tendo interação com instituições públicas e privadas, de forma a garantir a difusão do conhecimento, metodologias e tecnologias para melhoria no atendimento à indústria. 

 

2 min leituraO Programa Alimentos Seguros é um marco para a Segurança de Alimentos em nosso país. Desde o seu nascimento em 2001, iniciado no segmento indústria, muitas empresas modificaram sua cultura […]

< 1 min leitura
3

Pós Graduação em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional

< 1 min leitura

Se você já se graduou, corra que dá tempo de se inscrever para o processo seletivo de especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

As linhas de Pesquisa são: Tecnologia das Fermentações e Processos Bioquímicos; Microbiologia de Alimentos e Segurança Alimentar; e Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Os pré-requisitos e o processo seletivo devem ser consultados nos editais, pois podem variar de acordo com o curso. A taxa de inscrição é apenas R$70. Os interessados devem fazer inscrição no site www.ifrj.edu.br, em Concursos – Ensino Pós-Graduação – Lato Sensu e Stricto Sensu. Os editais estão disponíveis na página do IFRJ. 

As informações adicionais sobre o curso, assim como o contato telefônico e o endereço eletrônico,

poderão ser consultados na seção sobre cursos de pós-graduação na página do IFRJ, na Internet.

Já o mestrado segue duas linhas de pesquisa: (1)gestão da segurança alimentar e meio ambiente e (2)tecnologia, biotecnologia e inovação na industria de alimentos.


< 1 min leituraSe você já se graduou, corra que dá tempo de se inscrever para o processo seletivo de especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional no Instituto Federal de Educação, Ciência e […]

2 min leitura
1

Estamos vivendo a era da Contaminação Cruzada Global?

2 min leitura

Don Zinc, Ph.D.  do Center for Food Safety and Applied Nutrition resgatou o case de 2006 quando um surto de do E. Coli O157:H7 em espinafre fez 5 vítimas fatais e 276 doentes em cinco estados dos Estados Unidos.

Pois bem, na época as autoridades ficaram estarrecidas com a questão: mas como um patógeno sempre associado a produtos de origem animal foi ocorrer em um produto vegetal?

Percebam a proximidade da plantação de espinafre e da área de criação de bovinos, vizinhas “de porta”. Num contexto como este, como proteger o solo e a água de irrigação? Como gerenciar os dejetos dos animais? Após assistir esta palestra, cheguei a conclusão que chegamos a um dilema fruto do que eu batizaria de “Contaminação Cruzada Global”. No passado, o campo, as residências, as pastagens e as indústrias estavam geograficamente separadas a ponto de não termos grandes preocupações. Com o aumento populacional, está cada vez mais difícil preservar cada ecossistema, uma vez que estamos ocupando cada vez mais áreas e todas elas estão se aproximando num ciclo muito perigoso.

Na faculdade e na minhas iniciações científicas em microbiologia nos anos 90, havia uma linha divisória muito clara separando alimentos de alto risco e baixo risco, nas quais as carnes, ovos e laticínios estavam disparados no topo da lista de preocupações. Vegetais contaminados por conta da água eram assuntos para países em desenvolvimento e com saneamento básico muito precário. Mas hoje estamos falando dos Estados Unidos da América! Estamos falando de Listeria monocytogenes em melão cantaloupe, de Salmonella em amendoim, alface ou tomates, norovírus em morangos. E a E.coli O157:H7 portanto não é mais exclusividade de hambúrguer mal passado.

Para dar mais um exemplo de como as fronteiras são transponíveis, um período de cheias como este, como evitar a contaminação cruzada eventualmente existente em diferentes cultivos vizinhos?

 

E essa contaminação também pode ocorrer para dioxinas, metais pesados, defensivos agrícolas… mas isso é assunto para outro post!

As figuras foram tiradas da palestra que aconteceu na Abrapa, Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, no XI Simpósio  Internacional de Inocuidade de alimentos que aconteceu no dia 17 de Setembro, evento sempre impecavelmente organizado pelo comitê técnico.

 

2 min leituraDon Zinc, Ph.D.  do Center for Food Safety and Applied Nutrition resgatou o case de 2006 quando um surto de do E. Coli O157:H7 em espinafre fez 5 vítimas fatais […]

4 min leitura
0

Corantes artificiais causam hiperatividade em crianças?

4 min leitura

Há estudos sugerindo que pode haver uma relação entre a ingestão de aditivos alimentares e efeitos comportamentais em crianças, mas sua validade é controversa.

Quando se trata de corantes artificiais, a questão fica ainda mais complexa por envolver o antagonismo “natural x artificial”, assunto já discutido aqui.

Em geral, as pesquisas que fazem este tipo de associação utilizam metodologias discutíveis, quando não incorretas. Vamos analisar um caso que teve certa repercussão, sobretudo na Europa.

Um estudo de pesquisadores ingleses publicado em 2007 na revista The Lancet concluiu que a ingestão de uma mistura de corantes artificiais associada ao conservante benzoato de sódio poderia causar um aumento da hiperatividade em certos grupos de crianças. No estudo, a maneira de “medir” a hiperatividade foi um indicador denominado de Global Hiperactivity Aggreggate (GHA). Este índice numérico não tem validade clínica e foi criado apenas para este estudo. Ele foi calculado por meio de uma pontuação dada ao comportamento das crianças por seus professores, por observadores situados nas salas de aula e por seus pais. Para as crianças de 8-9 anos, o índice também incluiu um teste computadorizado de atenção.

Na pesquisa, duas misturas de bebidas foram dadas às crianças na forma de suco de frutas:
– Mistura A, contendo quatro tipos de corantes artificiais e mais o conservador benzoato de sódio;
– Mistura B, contendo outros quatro tipos de corantes artificiais e também o conservador benzoato de sódio.
A escolha da mistura A foi baseada num polêmico estudo anterior sobre o mesmo assunto e a mistura B representava os corantes mais utilizados em produtos alimentícios no Reino Unido. O benzoato é um conservante usado geralmente em refrigerantes e outras bebidas.

Como controle, um terceiro grupo de crianças recebeu apenas placebo, ou seja, sucos de frutas sem corantes e sem conservante.

O experimento durou 6 semanas e apresentou os seguintes resultados:
– Nas crianças de 3 anos, houve aumento significativo do indicador GHA para o grupo que recebeu a mistura A em comparação com o grupo de controle. 
– Para o grupo de 8-9 anos, houve efeito significativo no índice GHA das crianças que receberam as misturas A e B quando comparadas às que receberam placebo.

Erros e lacunas

Por solicitação da Autoridade Europeia de Controle de Alimentos (EFSA), um grupo de 19 cientistas avaliou a pesquisa e emitiu um detalhado parecer científico, publicado no EFSA Journal, em 2008.

Primeiramente, utilizando os dados originais, este painel de cientistas constatou erro na análise estatística dos resultados apresentados e recalculou o valor GHA. Pelo cálculo correto, concluiu-se que:
– Nas crianças de 3 anos, não houve aumento significativo do indicador GHA nem para o grupo que recebeu a mistura A nem para o que recebeu a mistura B, em comparação com o grupo que recebeu placebo. 
– Somente para o grupo de 8-9 anos, houve efeito significativo no índice GHA das crianças que receberam apenas a mistura A, quando comparadas às que receberam placebo.

Além disso, o Painel também fez os cálculos utilizando um índice GHA no qual as pontuações dadas pelos pais foram excluídas, ou seja, considerando apenas as pontuações de observadores independentes e dos professores. Os resultados desta nova análise indicaram que os efeitos significativos registrados inicialmente nas crianças de 3 anos foram largamente direcionados pela observação dos pais. Em pesquisas deste tipo, não se recomenda a utilização de pais como observadores do comportamento dos filhos. 

O Painel concluiu que o estudo provê uma evidência limitada de que uma mistura de corantes sintéticos mais benzoato de sódio tem um pequeno efeito na atividade e atenção de algumas crianças selecionadas na população em geral, embora os efeitos não sejam observados para as crianças de todas as faixas etárias e não sejam consistentes para as duas misturas testadas.

A descoberta pode ser relevante apenas para indivíduos específicos numa população, que sejam sensíveis aos aditivos alimentares ou aos corantes sintéticos em particular. Contudo, não é possível avaliar a prevalência desta sensibilidade na população em geral e dados confiáveis sobre sensibilidade aos aditivos isoladamente não são disponíveis.

O significado clínico dos efeitos observados permanece obscuro, uma vez que não se sabe se estas pequenas alterações na atenção e atividade poderiam interferir no trabalho escolar ou em outras funções intelectuais.

O parecer dos especialistas ainda enumerou outras lacunas e falhas metodológicas do estudo, como a impossibilidade de avaliar os resultados com respeito aos efeitos unitários dos aditivos testados e o fato de o indicador GHA não ter significado clínico. Também não se conhece nenhum mecanismo biológico capaz de induzir efeitos comportamentais pelo consumo de corantes artificiais.

Analisando as evidências e as consideráveis incorreções, o Painel dos cientistas da Autoridade Europeia decidiu que os dados do estudo não podem ser usados para promover alterações da Ingestão Diária Aceitável (IDA) dos corantes analisados nem do benzoato de sódio.

Fontes:

McCann, D., Barrett, A., Cooper, C., Crumpler, D., Dalen, L., Grimshaw, K., Kitchin, E., Lok, K., Porteous, L., Prince, E., Sonuga-Barke, E., O’Warner, J., Stevenson, J., 2007. Food additives and hyperactive behaviour in 3-year-old and 8/9-year-old children in the community a randomized, double-blinded, placebo-controlled trial. The Lancet, Vol. 370, Issue 9598, 1560-1567.

Scientific Opinion of the Panel on Food Additives, Flavourings, Processing Aids and Food Contact Materials (AFC) on a request from the Commission on the results of the study by McCann et al. (2007) on the effect of some colours and sodium benzoate on children’s behaviour. The EFSA Journal (2008) 660, 1-53.

Leia também:

Exposição de crianças aos corantes artificiais continua preocupando

Adoçantes artificiais ajudam a engordar??

Batata geneticamente modificada, que não escurece e produz menos acrilamida, é liberada nos EUA

4 min leituraHá estudos sugerindo que pode haver uma relação entre a ingestão de aditivos alimentares e efeitos comportamentais em crianças, mas sua validade é controversa. Quando se trata de corantes artificiais, […]

< 1 min leitura
0

GFSI reconhece esquemas do SQF

< 1 min leitura

Reconhecimento do esquema SQF pelo GFSI

No dia 15 de outubro de 2012 foram anunciados pelo GFSI a finalização do processo de benchmarking e o reconhecimento do esquema SQF – Safe Quality Food, Versão 7, Nível 2, para os seguintes escopos:

Al: Criação de animais / pecuária
Bl: Agricultura
C: Pré-processamento de produtos de origem animal
D: Pré-processamento de produtos de origem vegetal
El: Processamento de produtos perecíveis de origem animal
Ell: Processamento de produtos perecíveis de origem vegetal
Elll: Processamento de produtos perecíveis de origem animal e vegetal
ElV: Processamento de produtos estáveis à temperatura ambiente
L: Produção de bioquímicos
M: Produção de embalagens

O esquema SQF é uma norma de certificação de processo e produto. Tem como base o HACCP e um sistema de gestão de segurança de alimentos e qualidade que utiliza o NACMCF (National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Food) – Comitê de Aconselhamento Nacional em Critérios Microbiológicos para Alimentos (está ligado ao USDA – Estados Unidos, que seria equivalente ao Ministério da Agricultura do Brasil) e também os guias e princípios HACCP do Codex Alimentarius. Este esquema foi elaborado com o intuito de dar suporte à indústria e aos produtos de marca, e oferece benefícios aos fornecedores e seus clientes. Produtos manufaturados com uma certificação SQF possuem um alto grau de aceitação no mercado global.

Para maiores informações, acesse o documento do GFSI (em inglês):

< 1 min leituraReconhecimento do esquema SQF pelo GFSI No dia 15 de outubro de 2012 foram anunciados pelo GFSI a finalização do processo de benchmarking e o reconhecimento do esquema SQF – […]

3 min leitura
2

Eduque sua criança para a segurança de alimentos

3 min leitura

Não sou Educador, por profissão. Sou Engenheiro. Mas as atividades ligadas ao desempenho de minhas funções sempre me colocaram diante do público, com o propósito de transmitir (e absorver) conhecimento. Para isto, utilizamos técnicas de oratória, promovemos a integração do grupo, estimulamos as perguntas, realizamos atividades práticas, jogos, entre outras estratégias. Todas elas adequadas ao público.
Nas famílias, em casa, assumimos uma série de outros compromissos. Isto não anula nossa percepção e crença em que a transformação dos hábitos para o consumo seguro de alimentos deve ser discutida no ambiente familiar. E, sim, este é o mês das crianças! A maior oportunidade para criar uma sociedade mais consciente está nas crianças. Aos meus pequenos, digo sempre ser mais importante lavar as mãos do que conhecer a tabela periódica. Isto é extensível ao asseio pessoal completo, ao uso da boa educação com os mais velhos, à travessia na faixa de pedestres e à separação do lixo reciclável. Para mim, tão ou mais importantes quanto resolver uma equação. Apenas boas notas não vão fazer de sua criança um bom cidadão.
Tenho obsevado, mais comumente em restaurantes, comportamentos inadmissíveis em crianças cujos pais são cúmplices de suas “travessuras”. Recentemente, em um rodízio de massas, vi uma criança brincar animadamente de tocar o interior dos pratos com as mãos nas mesas vazias que aguardavam clientes. Enquanto percorria o salão, se divertindo com a “brincadeira” e cantarolando uma canção, sua mãe observava e fazia gracinhas para o anjinho, à distância. Tudo normal, desde que você não seja o próximo a sentar-se ali com sua família. Em um hotel, certa vez, durante o café da manhã, vi uma criança de aproximadamente cinco ou seis anos, antes de escolher o seu, levar à boca todos os copos que estavam expostos sobre a mesa, aguardando os próximos hóspedes. Ali, para quem dormiu um pouco a mais, já era. Os pais, claro, alheios a tudo isto.
Uma série de outros exemplos pode ser discutida. Alguns são até mais comuns, como ocorrências em restaurantes de autoatendimento, que envolvem cabelos soltos, gotas de saliva, espirros (crianças estão normalmente na altura dos balcões), pegadores caídos dentro das cubas dos alimentos, enfim. Por vezes, pensei se isto valeria uma postagem e fui finalmente motivado por uma observação de minha sobrinha, aos dez anos de idade. No dia das últimas eleições municipais, decidimos que votaríamos juntos, eu ela. Acredito, mesmo, que os deveres cívicos também devem ser transmitidos aos nossos filhos (além de higiene). No caminho, na padaria em que nos habituamos a tomar sorvete, pedi um sanduíche de mortadela. Pois bem, minha pequena me encheu de orgulho ao ver a atendente fatiar a peça em uma máquina com resíduos de queijo e disse ao meu ouvido: “tio, isto representa risco de contaminação grave, não é?”. Com todas estas letras: “isto representa risco de contaminação grave”, dito exatamente desta forma. Logo, expliquei a ela sobre contaminação cruzada, sobre populações de microrganismos características de cárneos e lácteos, mas também dei a ela exemplos mais sérios, daquilo que seria realmente uma “contaminação grave”. Entretanto, tive a certeza de que venho desempenhando um bom papel e resolvemos ali mesmo, no balcão, brincar um pouquinho de “auditoria”, pois ela adora. Antes do lanche ficar pronto, ela apontou panos de limpeza não descartáveis nos balcões, lixeiras sem tampa e uma caixa de laranjas no chão, sob a pia. “Estou criando um monstro”, pensei. Mas prefiro assim.
Acredito que as escolas podem fazer este papel. Não existe massa crítica suficiente como a nossa, que frequenta este blog, para gerar tal transformação. Mas, de qualquer forma, o trabalho deve começar por nós. Cuidemos de nossas crianças. Vamos prepará-las para a vida.
E antes de ir embora, ela reclamou com a atendente que havia abelhas no balcão dos doces. Uma graça.
Até a próxima!

3 min leituraNão sou Educador, por profissão. Sou Engenheiro. Mas as atividades ligadas ao desempenho de minhas funções sempre me colocaram diante do público, com o propósito de transmitir (e absorver) conhecimento. […]

2 min leitura
2

Grécia autoriza a venda de alimentos vencidos por preço menor

2 min leitura

A crise econômica na Grécia pode afetar a segurança dos alimentos consumidos pelos gregos e visitantes daquele país. Notícia publicada hoje (16/10), no site da Revista Exame, informa que o país vai permitir a venda de alimentos vencidos por um preço inferior ao original.

 Yorgos Moraitakis, assessor do Ministério de Desenvolvimento, Competitividade, Transporte e Comunicações, declarou nesta segunda-feira que: “Esta regulamentação existe há muitos anos e é algo permitido também no resto da Europa. A única coisa que fizemos foi detalhar que estes produtos devem ser vendidos a um preço baixo. Não entendo por que está causando tanto barulho.”

O Decreto Ministerial exclui a carne e os laticínios da lista de produtos perecíveis que podem ser vendidos e estabelece um limite máximo de datas nas quais pode ser continuada a comercialização.

Victor Tsiafutis, da Associação de Consumidores “Qualidade de vida”, uma das mais antigas da Grécia, interpreta essa decisão como “um ato imoral” e critica: “Em vez de tomar iniciativas para controlar os preços, permitem a venda de alimentos com data de validade superada”. Para Yannis, a venda de alimentos vencidos representa também um dilema moral, ao dividir os consumidores em dois grupos: os que podem pagar os alimentos básicos e os que, por pobreza, “se veem obrigados a recorrer a alimentos de qualidade duvidosa”.

Até onde uma crise dessas pode chegar? Sabemos que a validade de um produto é estabelecida após diversos testes de prateleira. E se essa data limite é superada, como garantir aos consumidores que o produto vencido não causará alguma doença? Espero que, com essa decisão, apareçam poucos casos de doenças veiculadas por alimentos e que a Grécia não aumente os seus gastos na área da saúde. Será?

2 min leituraA crise econômica na Grécia pode afetar a segurança dos alimentos consumidos pelos gregos e visitantes daquele país. Notícia publicada hoje (16/10), no site da Revista Exame, informa que o […]

< 1 min leitura
0

Hoje é o dia mundial da lavagem das mãos

< 1 min leitura

 

15 de Outubro é O Dia Mundial da Lavagem das Mãos.

A campanha, iniciada na Semana Mundial da Água de Estocolmo em 2008,   é dedicada a aumentar a consciência da lavagem das mãos com sabão como uma abordagem chave para a prevenção de doenças.
A iniciativa consolidou a Parceria Público-Privada para a Lavagem das Mãos, mobilizando órgãos governamentais e também grandes empresas que fabricam produtos de higiene pessoal e industrial. O Dia Global de Lavar as mãos teve lugar pela primeira vez em 15 de outubro de 2008, a data fixada Assembléia Geral da ONU, de acordo com o ano de 2008 como o Ano Internacional do Saneamento . 

O tema para o ano inaugural Dia Mundial da Lavagem das Mãos foi foco em crianças escolares. Os membros comprometeram-se a obter o número máximo de crianças em idade escolar a lavagem das mãos com sabão em mais de 70 países e com isso reduzir a mortalidade por doenças diarreicas.

Vamos fazer a nossa parte e divulgar esta prática tão importante e simples!

Saiba mais clicando aqui.

< 1 min leitura  15 de Outubro é O Dia Mundial da Lavagem das Mãos. A campanha, iniciada na Semana Mundial da Água de Estocolmo em 2008,   é dedicada a aumentar a consciência da […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas