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Como consumir ovos em casa

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Mito 3:

Comer gema crua faz bem para a saúde! Vale desde a gemada como massa de bolo crua, passando pelas sobremesas…

Procedimento correto: Os ovos (tanto gema como a clara) podem estar contaminados com bactérias, principalmente Salmonella, podendo ser fonte de surtos alimentares. Os ovos devem ser totalmente cozidos ou fritos antes de serem ingeridos, de forma que atinja a temperatura de 74° C. O consumo de ovos com gema mole ou de sobremesas que levam ovos crus como ingrediente sem receber tratamento térmico posterior também é inseguro.  Dados do Ministério da Saúde indicam que alimentos crus, como ovos e carnes vermelhas, são responsáveis, em média, por 34,5% dos surtos de doenças transmitidas por alimentos que ocorrem no Brasil.

Resumo: Não coma ovos crus, nem preparações que levem ovos crus ou mal cozidos.

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O papel da Equipe de Segurança de Alimentos e a ISO 22000

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Segundo a ISO22000 a equipe de segurança de alimentos deve ser competente e ter formação adequada, treinamento, habilidade e experiência. Estes atributos são importantes para que a mesma seja capaz de realizar todas as atividades previstas na norma sob sua responsabilidade, a saber:
Atribuições da equipe de segurança de alimentos:
1- A equipe de segurança de alimentos deve assegurar que toda informação relacionada a mudanças esteja incluída na atualização do sistema de gestão da segurança de alimentos.
As mudanças podem estar relacionadas a: produtos ou novos produtos; matérias primas, ingredientes e serviços; sistemas de produção e equipamentos; Instalações, localização e ambiente que envolve a produção; programas de limpeza e sanitização; sistemas de embalagem, estocagem e distribuição; níveis de qualificação de pessoal e/ou definição de responsabilidades e autoridade; requisitos estatutários e regulamentares; conhecimento relacionado à perigos de segurança de alimentos e medidas de controle; requisitos de clientes, setoriais e outros requisitos que a organização observa; questões relevantes vindas de partes externas interessadas; reclamações, indicando perigos de segurança de alimentos associados ao produto e outras condições que tenham impacto sobre a segurança de alimentos.

2- A equipe de segurança de alimentos deve aprovar os Programas de Pré-requisitos
OS PPR devem ser apropriados às necessidades organizacionais relacionadas à Segurança dos Alimentos; ser apropriados ao tamanho e tipo de operação e à natureza dos produtos que são produzidos e/ou manuseados; e ser implementado ao longo do sistema de produção, tais como programas aplicáveis em geral ou programas aplicáveis a um produto em particular ou linha operacional. Deve contemplar os seguintes assuntos:
a) construção e leiaute de edifícios e utilidades associadas;
b) leiaute das instalações, incluindo local de trabalho e facilidades para os empregados;
c) suprimento de ar, água, energia e outras utilidades;
d) serviços de suporte, incluindo descarte de resíduos e efluentes;
e) a adequação de equipamentos e sua acessibilidade para limpeza, manutenção e manutenção corretiva;
f) gestão de materiais (por exemplo, matérias primas, ingredientes, produtos químicos e embalagens), suprimentos (por exemplo, água, ar, vapor e gelo), descarte (resíduos e efluentes) e manipulação de produtos (por exemplo, estocagem e transporte);
g) medidas de prevenção da contaminação cruzada;
h) limpeza e sanitização;
i) controle de pragas;

3- A equipe de Segurança dos Alimentos deve verificar a precisão dos fluxogramas através de uma verificação in loco.
Os fluxogramas devem ser claros, precisos e suficientemente detalhados, Os fluxogramas devem, conforme apropriado, incluir o seguinte:
a) seqüência e interação de todos os passos do processo;
b) processos externos e trabalhos sub contratados;
c) onde matérias primas, ingredientes e produtos intermediários entram no fluxo;
d) onde retrabalho e recirculação podem ocorrer;
e) onde os produtos finais, produtos intermediários, sub produtos e resíduos são liberados ou removidos.
Os fluxogramas verificados devem ser mantidos como registros.

4- A equipe de Segurança dos Alimentos deve conduzir a análise de perigos
A análise de perigos deve determinar quais perigos necessitam ser controlados, o grau de controle requerido para garantir a Segurança dos Alimentos e qual combinação de medidas de controle é requerida. Todos os perigos de Segurança dos Alimentos que podem ocorrer em relação ao tipo de produto, tipo de processo e instalações de processamento devem ser identificados e registrados.

5- A equipe de segurança de alimentos deve validar medidas de controle e/ou combinações dessas medidas de controle.
A validação deve demonstrar que as medidas de controle selecionadas são capazes de alcançar o controle necessário para o perigo, para o qual elas foram designadas e que são efetivas e capazes de, em combinação, assegurar o controle do(s) perigo(s) identificado para obter produtos finais que satisfaçam os níveis aceitáveis definidos.

6- A equipe de segurança de alimentos deve sistematicamente avaliar os resultados individuais da verificação planejada
As atividades de verificação devem confirmar que os PPR estão implementados; que a entrada para a análise de perigos é atualizada continuamente; que PPRO e os elementos do plano APPCC estão implementados e são efetivos; que os níveis de perigo estão dentro dos níveis identificados como aceitáveis e que outros procedimentos requeridos pela organização estão implementados e são efetivos. Ações devem ser tomadas em caso de não conformidades.

7- A equipe de segurança de alimentos deve analisar os resultados de atividades de verificação, incluindo os resultados das auditorias internas e auditorias externas.
A análise deve ser realizada para: confirmar que o desempenho geral do sistema está conforme ao planejamento organizado e aos requisitos do sistema de gestão da segurança de alimentos estabelecido pela organização, identificar a necessidade de atualização e melhoria do sistema de gestão da segurança de alimentos, identificar tendência que indiquem uma maior incidência de produtos potencialmente inseguros; estabelecer informação para planejamento do programa de auditorias internas em relação à condição e à importância das áreas a serem auditadas, e fornecer evidencias que quaisquer ações corretivas e de correção que foram tomadas são efetivas.

8- A equipe de segurança de alimentos deve avaliar o sistema de gestão da segurança dos alimentos em intervalos planejados.
A avaliação e as atualizações devem ser baseadas: na comunicação, externa e interna; em outras informações a respeito da coerência, adequação e da eficácia do sistema de gestão da segurança de alimentos; na saída da análise dos resultados de atividades da verificação, e na saída da análise critica da Alta Direção.

A critério da organização, outras atividades podem ser direcionadas para a Equipe de Segurança de Alimentos. Que outras atribuições a equipe assumiu em sua empresa?

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Guia para consumidores – Segurança de Alimentos no Lar

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Essa cartilha foi desenvolvida pelo SENAI para conscientizar os consumidores sobre os riscos que correm de contrair doenças veiculadas por alimentos e traz muitas orientações práticas. Divida com amigos e pessoas queridas, é uma aula para todos nós!

Baixe o conteúdo completo:

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Saiba mais sobre o programa desenvolvido pelo SENAI e ajude a compartilhar este conteúdo.

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Ricota e Listeria monocytogenes no Brasil

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Qualidade microbiológica de ricotas comerciais e os riscos associados
à presença de Listeria monocytogenes

 Luciana Maria Ramires ESPER1*, Dirce Yorika KABUKI2, Arnaldo Yoshiteru KUAYE2

No presente estudo foi avaliada a qualidade microbiológica de ricotas comercializadas na região de
Campinas-SP e caracterizado o potencial patogênico das cepas isoladas de Listeria monocytogenes. Um total
de 45 amostras de ricota foi submetido às análises de contagens de coliformes termotolerantes, estafilococos
coagulase positiva, bolores, leveduras e detecção de Salmonella sp. e Listeria monocytogenes. Os resultados
apontaram que 46,7% (21/45) das ricotas estavam em desacordo com os padrões microbiológicos para
alimentos estabelecidos pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Resolução
RDC 12/2001. O número de amostras que apresentaram contagens acima das permitidas pela legislação
em relação aos coliformes termotolerantes foi de 46,7% e em relação a estafilococos coagulase positiva foi
de 2,2%, além de 6,7% das amostras apresentaram Listeria monocytogenes. Não foi isolada Salmonella das
amostras analisadas. Destaca-se a presença de L. monocytogenes em 6,7% (3/45) das amostras com perfil
genético actA tipo 4 e hly tipo 1 e pertencente à linhagem I, potencialmente patogênico ao homem. Este
estudo indica que o produto analisado merece maior atenção por parte da comunidade científica, bem
como pelo setor produtivo e órgãos de vigilância sanitária com o intuito de empreender a melhoria da
qualidade e consequente, segurança ao consumidor.

O paper foi gentilmente disponibilizado pela autora Luciana Esper. Para acessá-lo, clique aqui.

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Perguntas e respostas sobre a Portaria SMS 2619/2011

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Recebi algumas  dúvidas  sobre a Portaria SMS 2619/2011 entrou em vigor em março deste ano e resolvi compartilhar aqui no blog. Boa leitura!!

1-     Quais são os segmentos de negócio que são obrigados a cumprir a Portaria SMS 2619/11?

São obrigados a cumprir a Portaria SMS 2619/11 os estabelecimentos que realizam atividades relacionadas à importação, exportação, extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte, armazenamento, distribuição, embalagem e reembalagem, fracionamento, comercialização e uso de alimentos – incluindo águas minerais, águas de fontes e bebidas -, aditivos e embalagens para alimentos.

 2-     Onde a Portaria SMS 2619/2011 é válida?

A Portaria SMS 2619/11é válida em todo o município de São Paulo. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Portaria SMS.G nº 1.210/06.

 3-     Existindo a Portaria Municipal 2619/11, os estabelecimentos de São Paulo ficam desobrigados de cumprir com os regulamentos estaduais e federais?

Não. Além da legislação municipal, os estabelecimentos que realizam quaisquer das atividades descritas acima ficam obrigados a cumprir as legislações federais e estaduais. Em caso de divergência de informação, sempre se deve implementar o requisito mais criterioso.

 4-     Existe prazo para adequação aos requisitos da Portaria SMS 2619/11?

A  Portaria SMS 2619/2011 entrou em vigor 90 dias após a data de sua publicação, ou seja entrou em vigor em março deste ano.

 5-     O que pode acontecer com um estabelecimento que não atende a Portaria SMS 2619/2011?

A desobediência ao disposto no Regulamento aprovado por esta Portaria configura infração sanitária, punível nos termos da legislação específica e da Lei Municipal nº 13.725, de 09 de janeiro de 2004 (Código Sanitário do Município de São Paulo).

6-     Qual é a importância da Portaria SMS 2619/2011?

Este regulamento apresenta como anexo o Regulamento de Boas Práticas e de Controle de condições sanitárias e técnicas das atividades relacionadas à importação, exportação, extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte, armazenamento, distribuição, embalagem, reembalagem, fracionamento, comercialização e uso de alimentos, águas minerais e de fontes, bebidas, aditivos e embalagens para alimentos.

 Você possui outras dúvidas sobre o assunto? Comente!

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ANVISA publica estudo sobre sódio em alimentos processados

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Uma pesquisa publicada em 16/10/2012 no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA aponta sobre o teor de sódio presente em diversos alimentos. O Informe Técnico nº 50/2012 é um estudo bem elaborado, que compilou diversos dados relacionados à alimentação da população brasileira.

No estudo é relatado que, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, há grandes prevalências de consumo excessivo de açúcares e de gorduras saturadas, bem como baixa ingestão de fibras e inadequação de vários micronutrientes. A pesquisa ainda revela que o Brasil está atravessando, nas últimas décadas, uma transição nutricional caracterizada pela diminuição dos casos de desnutrição e aumento do sobrepeso e da obesidade. Esse crescimento acelerado da obesidade foi verificado em todas as fases do ciclo da vida e estratos da população.

Sobre o consumo de sódio, o trabalho inicialmente alerta para a presença de grande quantidade dessa substância no biscoito de polvilho  que foi de 1.092 miligramas (mg) de sódio para cada 100g do produto. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2.000 mg de sódio por dia”, explica o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares. Um pacote de biscoito de polvilho de 100 gramas (g) possui, em média, mais da metade de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia.

O estudo da Anvisa também analisou os teores de sódio nos queijos. Uma amostra do queijo parmesão apresentou o maior valor absoluto de sódio entre todas as 500 amostras da pesquisa, e atingiu a marca de 3.052 mg do nutriente para cada 100g do produto. Em segundo lugar, ficou a versão ralada do queijo parmesão, cujo teor de sódio foi de 2.976mg para cada 100g de produto.

Outro ponto avaliado pela pesquisa foi a variação do teor de sódio entre as diversas marcas de um mesmo alimento. Neste quesito, os queijos minas frescal, parmesão e a ricota fresca lideraram a lista. No caso do queijo parmesão, essa diferença chega a 13,7. No caso do queijo minas frescal, a quantidade de sódio encontrado pode variar mais de 14 vezes de marca para marca e no pão de queijo pronto para o consumo essa variação é de quase oito vezes.

A média do teor de sódio no macarrão instantâneo ficou em 1.798 mg para cada 100 g do alimento. Esse valor está dentro do pactuado, em abril de 2011, entre o Ministério da Saúde e as associações das indústrias de alimentos para reduzir a quantidade de sódio nesses alimentos. O acordo prevê o valor máximo de 1.920,7 mg de sódio para cada 100 g de macarrão instantâneo.
Entretanto, o estudo da Agência também detectou problemas. Em termos de valor absoluto, o valor máximo de sódio encontrado em uma amostra de macarrão instantâneo foi de 2.160 mg para cada 100g de alimento, valor maior do que o acordado entre as indústrias e o Ministério da Saúde. Vale lembrar que, neste caso, já está contabilizada a quantidade de sódio presente do tempero pronto que acompanha esses alimentos.

O sódio representa aproximadamente 40% da composição do sal. Além disso, é considerado um nutriente de preocupação de saúde pública que está diretamente relacionado ao desenvolvimento das Doenças Crônicas não Transmissíveis: hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças renais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência renal.

A notícia completa e o link para a íntegra do estudo podem ser encontrados no site da ANVISA.


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Luvas: o dilema do quando e como usar

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Um dos maiores pontos de discussão durante a implantação das regras de Boas Práticas de Fabricação é a  utilização das luvas descartáveis.
Enquanto alguns exaltam o uso das luvas, outros repudiam fervorosamente sua utilização.
E você, em qual desses movimentos se encontra: Pró ou Contra?

Para facilitar a visualização das facilidades e dificuldades geradas pela utilização das luvas descartáveis, uma tabela será utilizada para identificar, inclusive, em quais momentos o uso deste item se faz obrigatório diante de legislações.

pros_uso_luvas

Para conhecer até onde a alergia pode chegar, vale a pena conferir o trecho de uma reportagem específica sobre alergias no site do G1.

Resumindo então, o bom senso é fundamental na utilização de luvas descartáveis e deve se contar com profundo treinamento e conscientização dos colaboradores que irão utilizá-las, para que regras fundamentais não sejam quebradas, tais como:
– As luvas descartáveis utilizadas durante a manipulação de alimentos devem ser trocadas sempre que houver troca de atividade.
– As luvas devem ser descartadas imediatamente após terem sido retiradas das mãos.
– As mãos devem ser higienizadas imediatamente antes de colocar as luvas.
– As luvas descartáveis não devem ser usadas em procedimentos que diretamente envolvam calor, como cozimento, fritura, preparo de grelhados e assados e, quando do uso de máquinas de moagem, tritura, moldagem, mistura, e outras que acarretem riscos de acidentes.
Quando as luvas descartáveis utilizadas são constituídas do material látex, vale a pena ainda lembrar a respeito das alergias cruzadas que podem ser geradas a partir da manipulação com luvas de um alimento que será fornecido a uma pessoa que possua sensibilidade a alguns alimentos como banana e kiwi. Para quem ficou curioso a respeito desta interação, vale a pena conferir os artigos “Entrevista ASBAI – alergias alimentares” e “Alergias Cruzadas”.

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Direto da Arábia Saudita, o ponto de vista de um brasileiro

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 Ele havia acabado de se casar, quando recebeu a proposta de trabalhar na Arábia Saudita. Se desfez de seus presentes ainda embalados, levou a esposa na mala e começou nova vida em outras terras, experimentando uma cultura totalmente contrastante com a nossa. Essa é a história de Tomaz Zurita, que concedeu com exclusividade uma entrevista ao blog Food Safety Brazil. 

Por que um brasileiro na Arábia Saudita, responsável pela gestão do BRC em uma empresa líder em embalagens?
Por quê não? Foi o que eu pensei quando recebi um email de um outro brasileiro que era um dos gerentes aqui em Jidá (Jeddah), oferecendo a posição. Uma série de fatores me trouxeram para cá. Primeiro, como em qualquer contratação, havia um interesse mútuo. Da minha parte em relação ao conteúdo do trabalho e à experiência internacional. Da parte da empresa em relação a minha experiência com sistemas de gestão integrados que incluísse segurança de alimentos. As empresas que operam no Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo, dependem fortemente de profissionais estrangeiros. Além disso, a Tetra Pak Brasil tem 2 das fábricas que normalmente circulam entre as melhores do grupo em termos de gestão da qualidade, inovação e manufatura classe mundial. Por essa razão os profissionais brasileiros são bem vistos. Isso certamente contou a meu favor.

Quais normas de certificação são mais reconhecidas na região?
As normas ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 predominam como em qualquer outra parte do mundo. Em relação às normas de gestão da segurança de alimentos, ISO 22000, BRC Food e BRC Packaging despontam. Também há diversas empresas utilizando esquemas de certificação não acreditada como selos de HACCP e GMP oferecido pelos grandes organismos de certificação.

Quais os temas em debate em relação à segurança de alimentos na Arábia Saudita?
O país é essencialmente importador, utiliza o idioma árabe e tem fortes restrições religiosas. Isso gera preocupações no que diz respeito a rotulagem. Outro assunto em foco são as boas práticas de manipulação no setor de hospitalidades, já que pequenos estabelecimentos e comércio informal são extremamente comuns. Mesmo as grandes redes de hotéis e restaurantes tem grandes desafios em manter padrões de qualidade e higiene devido à rotatividade e diversidade de funcionários com baixa qualificação.
Por outro lado, alguns temas de grande importância como as boas práticas de transporte, armazenamento e varejo são praticamente ignorados. E por sinal, essa deficiência afeta diretamente o Brasil, já que somos o principal fornecedor de carne bovina e de frango para a região e os cuidados com a cadeio do frio, por exemplo, deixam a desejar em muitas situações.

De que forma as diferenças culturais foram desafiadoras para o desenvolvimento do seu trabalho?
Eu trabalho com colegas de aproximadamente 30 nacionalidades. Talvez o inglês e o boné com o logo da empresa são as únicas coisas em comum. Cada um tem seu sotaque e graus diferentes de entendimento da língua. A linguagem não-verbal também é variada. Certos movimentos do corpo e gestos inocentes para uma cultura podem ser extremamente ofensivos para outra.
Especificamente sobre segurança dos alimentos, é notável a diferença nos padrões de higiene pessoal. É um grande desafio para padronizar as BPF que dependem fortemente de atitudes pessoais e auto-disciplina. Um exemplo curioso, porém real, é o seguinte: imaginem como é difícil localizar um fornecedor de protetores faciais (esses descartáveis de tecido-não-tecido “made in China”) que forneçam tamanho extra-extra grande para atender os colaboradores muçulmanos com barba longa e volumosa.
Outro aspecto diferente é a forma como cada cultura dá importância ao trabalho, às responsabilidades com prazos e resultados e às ambições de crescimento profissional. Há os que não medem esforço e topam trabalhar jornadas longas, horas extras, cobrir colegas em férias, etc. Há os que largam a caneta no meio de uma atividade quando dá o tempo, porém se organizam bem para entregar as tarefas conforme prometido e há aqueles que dependem quase que exclusivamente de um empurrão para concluir atividades ou seguir certas regras previamente acordadas. É certo que estas diferenças dependem de pessoa para pessoa, mas é possível identificar algums padrões em grupos de mesma nacionalidade ou de mesma identidade cultural-religiosa.
Aqui também não trabalham mulheres.
Enfim, há muitas outras que eu poderei comentar se os leitores se interessarem.

Nos dê um breve panorama da indústria de alimentos e correlatos na região.
Como eu comentei anteriormente, a Arábia Saudita, assim como a maioria dos países vizinhos dependem em grande parte da importação de produtos alimentícios e correlatos tais como ingredientes, aditivos, produtos de origem animal, frutas, café e chá, cereais, molhos. Outros produtos como óleos, laticínios, snacks, sucos e bebidas carbonatadas são produzidos localmente, porém em sua maioria por empresas multinacionais. Os produtos realmente locais são basicamente vegetais e hortaliças, pães e produtos regionais como alguns temperos, frutas, conservas.
Os mercados do Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo e norte da África têm sido muito dinâmicos. Em muitos setores, o crescimento da demanda e consequentes aumentos de produção/importação só perdem para os níveis observados na China. Também é notável como foi rápida a recuperação das empresas de alimentos nos países afetados diretamente pela “Primavera Árabe”. Assim que a cadeia logística se recuperou, estradas e portos se abriram, suprimento de energia normalizou, as empresas retomaram seu ritmo anterior em questão de 3 a 6 meses.

O que é tendência na área de embalagens?
Hoje se fala muito em embalagens com menor impacto ambiental. Seja pela redução do uso de matérias primas, pelo uso de materiais renováveis, pela redução do uso de energia ou pela reciclagem pós-consumo. Se pensarmos que a embalagem define a forma do produto final, é fácil entender também que as embalagens tem um papel fundamental na eficiência da distribuição em termos do uso do espaço em transporte, estacagem e ponto de venda. A pegada de carbono é o conceito chave que direciona, digamos, os esforços
Poucas empresas conseguem desenvolver atividades em todas estas direções. É necessário mobilizar muita gente. Desde P&D, desenvolvimento de fornecedores, eficiência de manufatura, logística, relações com governos e sociedade, etc. É uma questão de importância estratégica para as empresas líderes.

Quer dar um recado para os leitores do blog?
Na verdade tenho dois recados:
1) Fiquem atentos e agarrem as oportunidades que a vida nos oferece.
2) Para o s meus amigos que sempre me perguntam: não existem Petro-dólares. Pronto, falei.
Tomaz Zurita é Engenheiro de Produção pela Poli-USP. Foi consultor e gerente operacional da Food Design. Trabalhou com análise de perigos, qualificação de equipamentos e validação de processos na Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos. É responsável pelo sistema de gestão integrado e líder do pilar de meio ambiente da Tetra Pak Arabia.

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10 diferenças entre APPCC Codex e APPCC ISO 22000

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Na consultoria, um questionamento bem comum que recebemos é para esclarecer as principais diferenças entre o APPCC baseado no Codex Alimentarius e o APPCC baseado na ISO 22000.  Outras perguntas sobre o tema são: Qual é o melhor? Qual é o mais fácil de se implementar? E ainda: quais são os impactos de cada um? Escrevo este post visando esclarecer estas dúvidas.

Acredito que o primeiro ponto que deve ser esclarecido é que o APPCC segundo a ISO 22000 não se trata de uma novidade completa. Ele integra os princípios do APPCC e as etapas de aplicação desenvolvidas pelo Codex Alimentarius, ou seja a versão do APPCC requisitada pela norma ISO é baseada na metodologia descrita pelo Codex, de modo a atender plenamente aos requisitos já existentes.  Mas é verdade que a versão da ISO 22000 acrescentou novos elementos…

As 10 principais diferenças são:

Clique aqui para baixar o arquivo.

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Análise de Perigos em Conservantes

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Conservante é uma beleza, hein? A gente faz e acontece na produção do alimento, embala de qualquer jeito, a cadeia de frio é aquela coisa que todos conhecem e tá lá  o alimento – firme e forte, sem oferecer riscos ao consumidor, uma beleza.

É claro que se você já passou mais de 6 meses em uma indústria sabe bem que não é assim que funciona. Os nossos amigos microrganismos, a Sra Bactéria e o Sr Fungo, muitas vezes nem dão bola para a panacéia de conservantes que está no alimento, crescendo festivamente até em condições improváveis (que já viu nugget “congelado” com crescimento aparente de bolor levanta a mão!). O conservante só funciona em determinadas condições, e principalmente se não houver abuso. Ele ajuda, mas não faz milagre.

E, para ajudar, tem que ter alguns cuidados, não é? Quem monta plano HACCP certamente vai lá e coloca na descrição do produto ou até nas medidas de controle: presença de conservante. Aí, dependendo da situação, o conservante vai parar no programa de pré-requisitos ou entra no plano HACCP mesmo.

E que cuidados há de se ter com este aditivo?

Primeiro, o conservante precisa estar funcional e dentro da concentração especificada pelo fornecedor. Para controlar isso, valem as dicas de consultar o FCC ou o JECFA que já citei antes e incluir estas informações na inspeção de entrada ou na homologação do fornecedor.

Segundo, ele precisa ser adequadamente armazenado, para não perder funcionalidade durante o shelf-life. Lá na especificação do fornecedor tem um campo sobre temperatura e umidade de armazenamento? Pode colocá-lo na sua análise. Quer saber mais sobre o assunto? Divirta-se procurando informações a respeito em bancos de dados científicos.

Terceiro, ele precisa ser corretamente pesado para a fórmula em questão: não adianta colocar no plano que a salsicha leva 0,015% de nitrito quando na prática ela pode levar tanto 0,005%, quanto 0,05%. Se não há um sistema ERP, algum tipo de controle de atendimento à formulação deve ser criado. Quem sabe um colaborador pesa e o outro confere, antes da mistura? Ou alguém verifica os pesos das matérias-primas após a produção?

Por fim, o conservante deve estar homogeneamente distribuído pelo produto. É fácil misturar 15g de nitrito em 100kg de massa de salsicha? São quantidades muitos diferentes entre si, e a chance de termos um ponto com alta concentração de nitrito e outro com nenhuma é grande. Vale aqui trabalhar com conservantes mais diluídos, fazendo esta diluição in-company ou comprando assim já do fornecedor, e fazer um trabalho de validação de mistura.

E como a gente valida mistura? Ah, isso sim é tema para um próximo post!

Até a próxima, pessoal!

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