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Pautas Fixas nas Reuniões da ESA: um modelo

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Um dos principais méritos dos Sistemas de Gestão é que estes são invariavelmente apoiados em práticas consagradas que se tornaram, portanto, as premissas básicas deste modelo. Entre regras básicas acerca de controle de documentos e registros e outros tais quais tão simples quanto, destaco o compromisso da Alta Direção com a definição e a comunicação de responsabilidades e autoridades do pessoal que opera e mantém eficaz o SGSA.
Neste cenário, o papel da Equipe de Segurança de Alimentos já está definido ao longo do texto da Norma ISO 22000. Em onze oportunidades, a ESA é convocada a participar, opinar, responsabilizar-se entre outras obrigações que trataremos ao longo deste texto.
Curiosamente, a primeira aparição da ESA na Norma me causa, até hoje, algum desconforto. Em 5.6.2, Comunicação Interna, diz-se que “a Organização deve assegurar que a ESA seja informada…”. Ora, vejamos o estrago que tal instrução pode causar. Particularmente, sempre prefiro (e instruo meus clientes) que as ESA sejam pró-ativas. É muito mais seguro ter uma Equipe que vai atrás da informação, do que qualquer outra que espere pelos fatos que viram notícia (e alguns fatos simplesmente não viram…).
Assim, optamos normalmente pela condução das reuniões da ESA através de uma pauta fixa de discussões, incluindo todos os itens abordados em 5.6.2, obrigando-os a discutir a cada encontro os temas propostos.
A ESA também aparece na Norma em 6.2.1 (Recursos Humanos), 7.3.2 (Equipe de Segurança de Alimentos) e 7.8 (Planejamento da Verificação), mas apenas em relação a sua composição , competências e comunicação para a análise de dados.
Daqui para frente, no decorrer da leitura da Norma, em diversas outras circunstâncias, a participação da ESA poderá requerer a inclusão nesta mesma pauta fixa de discussões, o que recomendo fortemente.
A pauta fixa pode ser recheada conforme solicitam 7.2.2 (Programa de Pré-Requisitos), 7.3.5.1 (Fluxogramas), 7.4.1 (Análise de Perigos), 8.1 (Validação), 8.4.2 (Avaliação dos Resultados da Verificação), 8.4.3 (Análise dos Resultados das Atividades de Verificação) e 8.5.2 (Atualização do SGSA).
Em resumo, a comunicação interna deve ser assegurada também (ou principalmente) durante as reuniões da ESA. As atas destas reuniões, inclusive, são evidências bastante valiosas de que a ESA discute assuntos relacionados ao SGSA em seus encontros. Além de assegurar a comunicação interna, a adoção da prática da pauta fixa disciplina os encontros e mantém as tarefas em dia, sem atrasos e correrias desnecessárias.
Vejamos, então, um exemplo de pauta fixa com a qual inicio os trabalhos em meus clientes (que obviamente ajustam este modelo a suas necessidades), com os temas 1 a 6 obrigatórios e 7 e 8 eventuais:
1) Gestão de Mudanças (para atendimento ao requisito normativo 5.6.2)
São discutidas as alterações recentes em assuntos que impactam o SGSA, conforme definidos nos itens a) a m) do referido requisito;
2) Aprovação do Programa de Pré-Requisitos (para atendimento ao requisito normativo 7.2.2)
São discutidas as atualizações relacionadas ao PPR e conferida aprovação formal nos documentos em questão;
3) Verificação in loco dos Fluxogramas (para atendimento ao requisito normativo 7.3.5.1)
Caso exista alteração recente nos fluxogramas, a ESA deve reunir-se in loco para sua checagem e registro adequado;
4) Análise de Perigos (para atendimento ao requisito normativo 7.4.1)
Caso exista alteração considerada relevante na discussão do primeiro item da pauta, a ESA deve iniciar a Análise de Perigos;
5) Validação (para atendimento ao requisito normativo 8.1)
Caso exista alteração no Estudo APPCC, a ESA deve propor processos necessários para validar novas medidas de controle;
6) Avaliação dos Resultados da Verificação (para atendimento ao requisito normativo 8.4.2)
A ESA deve avaliar cada resultado da verificação planejada durante o período recente;
7) (EVENTUAL) Análise dos Resultados das Atividades de Verificação (para atendimento ao requisito normativo 8.4.3)
Em ocasião próxima à Análise Crítica, a ESA deve analisar os resultados das atividades de verificação, registrar e preparar o relato de forma adequada à apresentação à Alta Direção;
8) (EVENTUAL) Atualização (para atendimento ao requisito normativo 8.5.2)
Em intervalos planejados (semestrais, anuais etc) a ESA deve dedicar-se à avaliação do SGSA e propor as alterações necessárias.

Além de evidenciar a comunicação interna através de suas atas, o modelo de pauta fixa proposto acima deve garantir que o Sistema seja mantido atualizado. Uma ESA participativa e em dia com suas tarefas representa metade do caminho rumo ao sucesso.
E vocês? Em que ponto do caminho estão?
Caros leitores, até a próxima!

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Desafios da avicultura brasileira

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Brasil é o terceiro maior produtor de carne de frango e o primeiro exportador.  Podemos perceber assim quão relevante foi a palestra da Dsc. Zootecnista Sulivan Alves, Coordenadora Técnica da UBABEF (União Brasileira de Avicultura), que aconteceu  no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

O clima brasileiro, a disponibilidade de grãos e o sistema integrado de produção fazem com que o ambiente no Brasil seja tão favorável para avicultura. Estas vantagens conferem ao país a versatilidade de conseguir atender a diferentes mercados, como, por exemplo, o Japão, onde a carne de pescoço é especialmente requisitada, ou aos povos muçulmanos, para os quais é necessário um procedimento de abate específico.

A avicultura possui uma cadeira integrada bastante complexa, que contempla desde assistência técnica aos produtores, gestão de cadeia produtiva, garantia da qualidade e biossegurança. Esta evolução sofrida até os dias de hoje possibilitou ao frango fazer parte do cotidiano do brasileiro devido ao preço e as características da carne – que é mais saudável que a carne vermelha. Atualmente, a média de consumo no Brasil está em torno de 47 kg de carne de frango/ habitante/ ano.

               O principal paradigma existente nos dias de hoje é: Como a ave é produzida em tão pouco tempo? São hormônios que fazem com que o frango cresça?  A Sra Sulivan apontou que o motivo pelo qual o frango fica pronto para abate em aproximadamente 42 dias não é a utilização de hormônios, mas sim uma combinação de forte trabalho genético e alimentação balanceada.

Estudos atuais mostram que crianças de 0 a 5 anos consomem menos carne de frango, justamente porque os pais acreditam que o crescimento forçado do animal se dá basicamente devido à utilização de hormônios.

Segundo apontamentos da Dsc Sulivan, juntamente com os trabalhos de seleção genética e evolução da nutrição para os animais, há ainda a utilização de drogas veterinárias, que são os antimicrobianas.  Estas substâncias têm uso preventivo e terapêutico e são melhoradores de desempenho, uma vez que atuam na flora intestinal – favorecendo crescimento de bactérias benéficas. Ela relata ainda que estas substâncias também têm uso racional e controlado, de modo que podem somente ser utilizadas antes do animal ser levado para o abate.

Existe hoje um movimento em prol do banimento dos melhoradores de desempenho, pois questiona-se a possibilidade de a resistência passar para os humanos. Até o presente momento não há comprovação desta hipótese, mas muitos países banem por precaução. Com isto há muita queda do desempenho na produção de aves, e, como resposta atualmente há muitos estudos para utilização de alternativas como probioticos/ prebióticos.

               Foi apontado ainda que a cadeia produção de aves no Brasil possui controles para garantia da saúde e do bem estar dos animais, bem como controle de resíduos e contaminantes, além de garantia de padrões e rígido monitoramento de patógenos.

A cada demanda que o Brasil recebe de um país diferente para qual exporta é realizada uma avaliação e discussão sobre o tema. Todavia, normalmente o país precisa atender às solicitações para continuar exportando.  A Sra Sulivan traz como exemplos o case recente de Fluoroquinolonas do Canadá, ou o requerimento de análises de liberação por container pela Arábia Saudita, ou ainda monitoramento de dioxinas por container na Africa do Sul.

Cada uma destas demandas, uma vez requisitada e validada, é incorporada no PNCRC (Plano de Controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem Animal), e esta adição encarece a exportação da carne de frango brasileira.

Fonte da imagem: material do palestrante

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BPF em Serviços de Alimentação

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Critérios de Boas Práticas em Serviços de Alimentação – do papel à prática

 Publicado na revista Controle de Contaminação em Janeiro 2012  pg 37-39 Ano 12 n 129

Autoria Juliane Dias e Vanessa Maccari

Só em 2009, as consultoras Juliane Dias e Vanessa Maccari, da Flavor Food Consulting, contabilizaram mais de 900 auditorias de conformidade à RDC 216/2004, em 10 centros comerciais na grande São Paulo e interior, tanto em grandes redes de praças de alimentação como em lojas individuais.

 O que têm em comum os estabelecimentos que apresentam elevado grau de conformidade? Quais são os fatores de resistência e dificuldades daquelas lojas que apresentam notas sofríveis e não conseguem executar o que está nos procedimentos documentados (quando existentes)? 

Clique aqui para baixar o artigo completo.

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Caixas de madeira ou caixas de plástico?

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Caixas de madeira ou caixas de plástico? Quais serão as mais higiênicas no transporte e acondicionamento de produtos hortifrutigranjeiros?

No transporte e acondicionamento de produtos hortofrutícolas, as tradicionais caixas de madeira têm vindo a ser substituídas por caixas de plástico, sobretudo por se considerar que o plástico é um material mais higiênico e de mais fácil limpeza do que a madeira.

Em um estudo efetuado na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, comparou-se a contaminação microbiana de embalagens de madeira com as de plástico, tendo-se concluído que não existem diferenças significativas entre os dois materiais. Do estudo pode concluir-se que a contaminação microbiana elevada, verificada em algumas caixas de madeira e de plástico, é resultado da falta de limpeza das caixas antes da sua reutilização.

 

Por: Ana Luísa Fernando, DCTB/UBiA, FCT/UNL

No transporte e acondicionamento de produtos hortofrutícolas, as tradicionais caixas de madeira têm vindo a ser substituídas por caixas de plástico, sobretudo por se considerar que o plástico é um material mais higiénico e de mais fácil limpeza do que a madeira. Mas será que as caixas de madeira são menos higiénicas do que as de plástico?

Num estudo efectuado na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, comparou-se a contaminação microbiana de embalagens de madeira utilizadas no transporte e comercialização de produtos hortofrutícolas com as de plástico. As amostras foram recolhidas no MARL (Mercado Abastecedor da Região de Lisboa), local escolhido por apresentar um elevado número de trocas comerciais e também de variedade de produtos, onde estes dois tipos de embalagens são comummente utilizados. Para controlar a contaminação das embalagens utilizadas no transporte de produtos hortofrutícolas quantificou-se a flora microbiana existente na sua superfície. Escolheram-se os microrganismos que são habitualmente identificados com mais frequência em produtos hortofrutícolas, e que podem como tal contaminar as embalagens, bem como os que podem resultar do manuseamento das embalagens pelos operadores e pelas suas condições de utilização e de armazenamento.

Os resultados obtidos neste ensaio mostraram o seguinte:

a)      a contaminação das embalagens é sobretudo devida a microrganismos mesófilos, ou então psicrófilos. Os bolores e leveduras são os microrganismos predominantes, seguindo-se as bactérias coliformes e o B. cereus.

b)     A contaminação de embalagens de hortícolas foi superior à das embalagens de frutos.

c)      em termos de contaminação microbiana, não se verificaram diferenças significativas entre as caixas de madeira e as caixas de plástico.

De acordo com os resultados obtidos neste ensaio e de acordo com as observações efectuadas no local da amostragem, verificou-se que as embalagens que apresentaram valores mais elevados de contaminação microbiológica (madeira ou plástico), eram também aquelas que apresentavam uma maior falta de higiene e de limpeza. Os resultados obtidos neste estudo apontam para a possibilidade de contaminação e desenvolvimento microbiano nos materiais usados nas embalagens de produtos hortofrutícolas, sobretudo devido à ausência de boas práticas de higiene. É, portanto, fundamental que se realize a higienização, a limpeza e a desinfecção das caixas destinadas a acondicionar produtos hortofrutícolas para evitar a proliferação de microrganismos, antes da sua utilização/reutilização. Estes requisitos são válidos para os dois tipos de material estudados, ou seja, é necessário ter estes cuidados quer os materiais sejam de madeira, quer sejam de plástico.

 E você leitor, qual é a sua opinião?

Mais informações em:

Higiene de embalagens de produtos horofrutículas, comparação entre embalagens de madeira e de plástico

 

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Bioacumulação em peixes e moluscos bivalves

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A principal mensagem da palestra do Professor João P.M. Torres, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi que contaminantes são substâncias tóxicas persistentes, que resistem a transformação física, química e biológica. Estas substâncias transportam-se para longas distâncias e, o principal é: elas bioacumulam, ou seja, permanecem estáveis dentro dos organismos vivos.

Esta palestra aconteceu no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

Quando falamos de contaminantes, referimo-nos a pesticidas, bifenilas, dioxinas, HPAs, PBDEs entre outros. As dioxinas estão freqüentemente presentes em carnes, leites, e seus respectivos derivados. Sua incidência vem decrescido com o tempo. Os polibromados são substâncias adicionadas a plásticos, e, devido a bioacumulação, estão sendo encontradas em peixes e também no leite materno.

O estudo conduzido pelo professor Torres e sua equipe aponta que os predadores normalmente possuem mais acúmulo de contaminantes que suas presas. Este fenômeno pode ser observado quando é identificado leite contaminado de mães de regiões brasileiras onde a alimentação é feita basicamente de peixe – animal este que habita os rios poluídos da região estudada.

As informações apresentadas são provenientes de estudos conduzidos para peixes e moluscos bivalves, e conclui-se que ainda que a bioacumulação seja um fenômeno importante para ser considerado e estudado. É seguro, por exemplo, comer Tillápia no Brasil – uma vez que os índices de contaminantes são pequenos. E para que houvesse um risco toxicológico na alimentação de bivalves, esta deveria ser a única fonte de consumo de uma pessoa.

A pergunta final é: e quando considerar a composição de alimentação como um todo? E quando consideramos a bioacumulação proveniente de todos os alimentos que ingerimos no nosso dia-a-dia? O Professor Torres aponta esta como a real questão a ser ainda estudada.

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Causos de auditor – graxa mais do que alimentícia

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Essa eu não presenciei, mas ouvi de um colega auditor. Durante uma auditoria na área de manutenção surgiu a polêmica se uma determinada graxa de uso na produção era de grau alimentício ou não. A discussão sobre o tema  já ia se estendendo bastante e nada de aparecer nenhuma evidência que comprovasse a adequação do tal lubrificante. Já irritado e sem maiores argumentos só restou ao responsável pela manutenção o último recurso: enfiar o dedo indicador no pote de graxa e levar uma porção generosa da maçaroca à boca. “Tá vendo?” – perguntou triunfante, ainda com a boca cheia.

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“Segurança de Alimentos” ou “Segurança Alimentar”?

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Muitos pensam que estas duas expressões tem o mesmo significado, chegando a ser confundidas até em trabalhos acadêmicos, mas, no Brasil, possuem significados claramente diferentes.

 Veja o quadro abaixo:

seguranca_alimentar_de_alimentos

Já em Portugal as duas expressões tem o mesmo significado, sendo a expressão “Segurança Alimentar” mais usada. Segundo a D.G.F.C.Q.A. – Direcção Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar – do governo Português, Segurança Alimentar é “Produção, transformação, distribuição e fornecimento de alimentos que não prejudicam a saúde do consumidor”.

 

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Causos de auditor – reunião de fechamento

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Essa eu ouvi por aí. Reunião de encerramento de auditoria de segunda parte em uma usina de açúcar, em tempos já idos, muito antes de se falar em ISO 22000. Sala cheia. O chefão entra imponente, senta e declara, solene: “Antes de começar a reunião, eu quero apresentar o meu 38”, sacando o revólver e colocando o mesmo com estardalhaço em cima da mesa. O auditor olha para a arma, olha para a cara do indivíduo, pensa um pouco e se sai com essa: “Pois antes de começar a reunião, quero apresentar o meu 42”, tirando o sapato e colocando lado a lado com o 38, com mais barulho ainda. Não conheço detalhes sobre o desfecho, mas parece que o auditor não só sobreviveu para contar a história, como a reunião transcorreu às mil maravilhas…

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Um método simples de definir critérios metrológicos

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O ocorrido em uma das últimas auditorias na qual participei veio confirmar o que escrevi no artigo Calibrado, mas nem tanto. E exemplifica como um detalhe que passa despercebido pode afetar os resultados de uma medição e, consequentemente, a tomada de decisão do tipo que pode liberar um lote potencialmente inseguro ou reprovar um lote que apresenta-se conforme.

Durante a visita, constatei que vários termômetros traziam um ajuste na forma de uma etiqueta, indicando que o resultado lido deveria ser adicionado ou subtraído de um valor, que girava em torno de 0,4oC. Alto, considerando-se que uma das medições feitas tinha uma tolerância de processo de 1,0oC. Pedi para olhar o histórico de verificação dos termômetros e constatei que para um mesmo instrumento, ora a verificação requeria ajuste para mais, ora para menos. Minha desconfiança se confirmou quando me foi apresentado o certificado de calibração do termômetro de referência, com uma incerteza de 0,7oC. Ou seja, a falta de análise crítica do certificado levou a adotar como referencial um termômetro com péssimo desempenho.

Como evitar situações como essa? Definindo critérios de aceitação para seleção e calibração de instrumentos de medição, tomando como parâmetro a tolerância do processo. Segue alguns passos simples para isso, sendo que o valores adotados como critérios são meras sugestões, mas que não fogem muito do recomendável. Considere que a escolha dos valores dependerá do nível de precisão desejada, contra-balanceada com o investimento possível.

1. Seja T, a tolerância de processo, R a resolução do instrumento de medição e U a incerteza do mesmo. Por exemplo, se um método analítico orienta incubar a placa a uma temperatura de 34 a 36oC, a tolerância é T=1oC.

2. Um instrumento é adequado para monitorar esse processo se apresentar resolução R<T/3. No exemplo acima, o termômetro deve apresentar resolução menor que 0,33oC.

3. Quando calibrado, o certificado de calibração deve apresentar uma incerteza U<T/6. No nosso caso, U<0,16oC.

Existem outras maneiras de estabelecer critérios para seleção e aprovação da calibração de instrumentos de medição. Mas fica aí uma sugestão relativamente simples e eficaz para assegurar medições mais confiáveis.

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Melões e patógenos – o que está acontecendo?

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Já foi o tempo em que a preocupação com a contaminação por patógenos passava longe do universo das frutas frescas. Um artigo da Food Safety News destaca que não é um “problema com cantaloupe”  e sim um “problema de manipulação”. Com o recente surto de Salmonella typhimurim em melão, além do já comentado caso de Listeria monocytogenes na mesma fruta, decidimos conversar com a pesquisadora científica em microbiologia do ITAL, Dra Neliane Ferraz Silveira, para nos explicar o que está acontecendo.
Primeiro foi a L. monocytogenes. Agora a S.typhimurium, dois patógenos de ocorrência inédita nesta fruta. O que está acontecendo?
Os melões sãoo cultivados diretamente no solo, dessa forma, os perigos biologicos são os mesmos do solo onde estao sendo cultivados;Tanto a Salmonella como a Listeria podem sobreviver no solo por meses e anos, vindos de adubos organicos, contaminados com material de esgoto . Dessa forma esses patogenos podem contaminar o melao nas varias etapas do processo como na colheita, onde se encontram animais domesticos, veiculos sujos , caixas, pallets contaminados; no manuseio: pessoas sem habitos de higiene como é comum no trabalhador rural, os utensilios utilizados, desde tratores, caminhoes, objetos de corte; e na empresa processadora ou embaladora, onde há falta de higiene nos equipamentos, formaçõa de biofilmes nestes, especialmente desses 2 patogenos,o que é bem comum; entre outras causas. Dai a contaminar o produto é muito rapido. A utilização de água contaminada ou poluida na irrigação e outras operações inerentes é tambem fonte primária de contaminação do melão por patogenos dessa natureza . Resumindo: a falta de observação de boas práticas agricolas e de fabricação são apontadas como falhas nesses casos.

Como se proteger destes perigos? A cloração doméstica é eficaz?
No processo, dotando as boas praticas de fabricação, comprando materias primas de locais que forneçam laudos ou através de documentos, que garantam a aplicação das boas praticas agricolas,ou ainda, auditorias realizadas pelo comprador nos seus fornecedores, são algumas medidas que ajudam a industria na redução da ocorrencia desses perigos biológicos.

Quanto a lavagem com cloro, sempre vai ser benvindo esse tipo de procedimento, porém, quando o microrganismo entra por lesões externas, fica dificil,… tem nichos protetores nas polpas de frutas, que podem proteger a bactéria, especialmente a Listeria….(que costuma se esconder atras de monócitos….)….

No Brasil, o consumo desta fruta apresenta os mesmos riscos que nos EUA?
Sim, pois são coletadas do solo, e ai entra toda a preocupação com a adoção das boas práticas. O importante mesmo seria conscientizar o trabalhador. No México, ja ouvi noticias de que houve a contaminação dessa fruta por patogenos, que vieram carreados pelas iguanas. Mantendo boas práticas, do campo a mesa, esses perigos são reduzidos em qualquer país do mundo.O treinamento e a conscientização são relevantes. Países industrializados podem ter a conscientização mais consolidada.

Há exemplos de outros patógenos que são um perigo comum em outros países mas que inexistem em outros? Por que razão isso acontece?
Não dá mais hoje em dia para garantir que nunca teremos a contaminação por um certo patógeno, que nao existe aqui no Brasil. Com a globalização, comercio de produtos, tudo é possivel. Pode até ser que um patogenos especifico como a E coli O157:H7, “boom” dos anos 90, nos EUA, não tenha ocorrido aqui no Brasil, exatamente nessa linhagem como foi encontrado lá. Talvez fatores genéticos, específicos, dessa linhagem não tenham sido isoladas. Isso pode ser atá por falta de uma metodologia de detecção idêntica,ou outro impedimento técnico qualquer; porém linhagens semelhantes, pertencentes ao grupo das entero- hemorragicas com o mesmo efeito na saúde do consumidor ocorreram, e provocaram o mesmo cenário. Tivemos um surto em manga contaminada com Salmonella em manga, em 2007. Outro fato: a falta de comunicação oficial talvez por desconhecimento do consumidor e muitas vezes da falta de consciência da área medica dos casos de toxinfecção alimentar, possam ter contribuido para omissão de ocorrências oficiais.

A midia agora até que anda notificando mais quando o consumidor “põe a boca no trombone”, porém precisamos melhorar muito nessa area de conscientização, que exige interação da saúde pública com o consumidor, além de conhecimento técnico especializado, o que poderia ser dado por profissionais da area de alimentos.


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Contaminação Cruzada na cozinha

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CONTAMINAÇÃO CRUZADA – Você já sabe, mas é bom lembrar: os alimentos crus devem ficar longe dos prontos para consumo. Não permita que os sucos de carnes cruas entrem em contato com alimentos que serão servidos sem cozimento.

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Condensação em uma câmara de resfriamento

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Esta é a visão do teto de uma câmara de resfriamento em um abatedouro de aves. Podemos notar a intensa condensação e também a precariedade da porta da câmara. As duas não conformidades (condensação e porta quebrada/enferrujada) podem estar associadas. Os Programas de Autocontrole relacionados são de Ventilação e de Manutenção. Não conformidades relacionadas ao Programa de Águas Residuais também podem influenciar a situação encontrada.

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Uma década de importação de alimentos chineses (EUA)

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A Food and Water Watch, publicou um relatório sobre os impactos de uma década de importação de alimentos chineses nos EUA.

Na imagem abaixo, se pode ter uma idéia do volume de alimentos que ingressam neste país. Por exemplo, ao se comer tilápia nos EUA, há 75% de chances que ela seja chinesa.

As maiores  preocupações do relatório, que são embasadas por referência bibliográfica, transcrevi aqui.

“A proliferação do uso de agroquímicos e drogas veterinárias introduz perigos adicionais aos alimentos importados da china. Pescado, suínos e aves usam antibióticos e drogas veterinárias para incrementar a produtividade. De 2007 a 2008, 14% de toda a rejeição de importados chineses foi devido a níveis elevados de resíduos de drogas veterinárias em pescado e frutos do mar, segundo o FDA. O uso ilegal de antibiótico para produzir crescimento de gado é descontrolado. Mesmo drogas veterinárias que o governo chinês baniu, como clembuterol, administrado para os animais apresentarem carne mais macia e pele mais rosada, ainda são usados, mesmo com anos de registros de consumidores afetados por estes resíduos. Por exemplo, antibióticos são facilmente encontrados  em mel chinês. A china domina o mercado internacional de mel e se tornou o principal fornecedor dos EUA, suprindo mais de 70 milhões de libras em 2006. Em 2010 o FDA bloqueou enorme quantidade de mel chinês após detecção de antibióticos. Drogas veterinária e fungicidas são amplamente usados em aquicultura para combater doenças nos criadouros superlotados. A China é de longe o maior criador de peixes do mundo, correspondendo a mais de 60% da produção mundial. Muitos criadouros são salobros e fétidos, sendo necessárias quantidades de drogas veterinárias como antibióticos, levando à resistência microbiana e causando um problema de saúde pública. Em 2007 o FDA baniu a importação de camarão, enguias, bagre e carpa após detecções repetidas de antibióticos não autorizados, drogas veterinárias e químicos em frutos do mar”.

 

Acesse o relatório completo:

A Decade of Dangerous Food Imports from China

 

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Instrução de trabalho diferente

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Independente do sistema de gestão adotado por uma empresa de qualquer ramo, é de consenso geral que uma das ferramentas mais importantes para garantir a uniformidade do sistema consiste na comunicação, pensando desde objetivos da empresa, diretrizes, a procedimentos e atividades a serem executadas.

Quando falamos em processos produtivos, as instruções de trabalho sempre foram consideradas um dos meios mais eficazes para garantir a padronização de processos, monitoramentos, composições entre outros.

Em processos iniciais que envolvem a pesagem e pré mistura dos materiais não é raro encontrar as formulações descritas em instruções de trabalho específicas e disponíveis na área, mas também não é incomum encontrar quem defenda que essa divulgação de informações pode colocar em risco segredos industriais, como formulações de produtos.

Desta forma, durante uma auditoria, enquanto checava o conhecimento de um colaborador da área de pesagem a respeito da política de qualidade e segurança de alimentos, verifiquei que não havia instruções disponíveis na área.

Ao ser questionado a respeito da metodologia de mistura, o colaborador estendeu sua mão, apontando para algumas anotações feitas com caneta na palma de sua mão. Quando questionado a respeito das anotações, o líder da área alertou que desta forma, além do colaborador ter acesso às informações, haveria proteção dos segredos industriais, uma vez que até ao final do dia, contando as lavagens de mãos que o colaborador realizaria, as informações teriam sido consumidas pela água e sabonete.

Me coloquei em uma posição entre pedir a validação do número de lavagens de mãos até o desaparecimento das informações e o absurdo desta medida de controle, que não só induzia ao erro e contrariava as regras de controle de documentos, como colocava os colaboradores numa posição de não confiança por parte da empresa.

E você, o que faria diante dessa justificativa para segurança de informações?

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Indicações de armadilhas luminosas para insetos

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As armadilhas luminosas são dispositivos utilizados para a captura de insetos voadores, utilizadas em indústrias em geral, tendo grande importância nos estabelecimentos que manipulam ou produzem alimentos em geral. Utilizam lâmpadas que emitem luz ultravioleta UV-A, e que exercem grande atratividade sobre os insetos em geral.
Estas armadilhas eliminam os insetos por eletrocussão ou podem capturá-los em seu refil adesivo.
No caso da eletrocussão, existe o risco de contaminação por fragmentos dos insetos e por sua fauna de micro-organismos, pois quando são atraídos para a armadilha luminosa, acabam “explodindo” devido a descarga elétrica que recebem, e parte de seus fragmentos acabam sendo lançados para fora da armadilha. Nas armadilhas adesivas não existe este risco, pois, após ser atraído para a armadilha, os insetos são capturados em um refil adesivo e substituível, podem ser descartado em lixo comum.
Os dois modelos possuem ampla utilização e importância, sendo cada um indicado para situações específicas. Enquanto as armadilhas de eletrocussão podem ser utilizadas em áreas já contaminadas, e possui baixa manutenção, as armadilhas adesivas podem ser utilizadas em áreas de manipulação e produção de alimentos e requerem substituição frequente do refil adesivo.

      

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2 min leitura  As armadilhas luminosas são dispositivos utilizados para a captura de insetos voadores, utilizadas em indústrias em geral, tendo grande importância nos estabelecimentos que manipulam ou produzem alimentos em geral. […]

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Cinética de destruição de ocratoxina na torrefação de café

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Kinetics of ochratoxin A destruction during coffee roasting

Mariano B.M. Ferraz , Adriana Farah , Beatriz T. Iamanaka , Daniel Perrone , Marina V. Copetti ,
Viviane X. Marques, Alfredo A. Vitali, Marta H. Taniwaki,*

Food Control 21 (2010) 872–877

In the present study, Coffea arabica was artificially contaminated with spores of toxigenic Aspergillus westerdijkiae.

The contaminated coffee was roasted in a vertical spouted bed roaster at four different temperatures (180 C, 200 C, 220 C and 240 C) and three different time periods (5, 8 and 12 min), in order to obtain more accurate results for the development of the kinetic model for ochratoxin A (OTA). Chlorogenic acids (CGA) content during coffee roasting was also evaluated to investigate the effect of the heat employed to destroy OTA in these health promoting compounds. Coffee treated with spouted bed roasting significantly reduced the OTA level from 8% to 98%. The spouted bed roasting proved to be a very efficient  procedure for OTA reduction in coffee, and its reduction depended directly on the degree of roasting.

OTA degradation during coffee roasting followed first order reaction kinetics. Using the apparent activation energy of OTA degradation and the temperature-dependent reaction rate, there was a compliance with the Arrhenius equation. This model was capable of predicting the thermal induced degradation of OTA and may become an important predicting tool in the coffee industry. The present study was also able to propose roasting conditions appropriate to destroy OTA and maintain most of the CGA at the same time.

Clique aqui para baixar.

Original gentilmente cedido pela pesquisadora do ITAL e autora Marta Taniwaki.

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Contaminantes em Leite da Nestlé – Plano de Monitoramento

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Elaine Moreschi, da Nestlé, nos contou um pouco sobre a estrutura do Plano de Contaminantes potenciais em leite e derivados no Brasil. Esta palestra aconteceu no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

O primeiro passo da empresa é realizar a coleta de informações, que são provenientes basicamente de 3 fontes:

  • Legislações: Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Produtos de Origem Animal – PNCRB

No ano de 2011, 3,7% das amostras analisadas no PNCRB foram da espécie bovina – leite. As análises que constam no plano para leite são: anabolizantes, betagonistas, praguicidas, antimicrobianos, antiparasitários, anticoccidianos, antiinflamatórios não hormonais, sedativos, contaminantes inorgânicos, micotoxinas e HPAs. Os resultados do PNCRB de 2011 apontam nenhuma não-conformidade identificada em leite.

 

  • Planos de monitoramento: Resultados internos (Análises realizadas em amostras coletadas ao longo do ano nas diferentes unidades da empresa), RASFF (Sistema de Alerta da União Européia), Publicações científicas;

 

  • Informações de uso no campo: Pesquisa semestral de venda de drogas veterinárias a antiparasitários por região, Pesquisa contínua de uso em produtores próprios, Informações de outras fontes.

Em seguida, acontece e definição de ações:

  • Definição da lista de compostos que devem ser analisados para liberação do leite fresco na sua chegada na unidade;
  • Definição da lista de compostos que serão monitorados periodicamente;
  • Definição de lista de compostos que serão verificados no produto acabado

O controle de antibióticos é feito em diferentes momentos: no produtor, nos tanques de resfriamento, nos caminhões de transporte, nos silos de armazenamento, no transporte entre unidades e no produto acabado.

Finalmente, é realizada a análise crítica dos resultados do plano de monitoramento do ano corrente. O plano é acompanhado mensalmente, mas a análise crítica é realizada anualmente, ocasionando na proposta para o ano seguinte.

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Quais de vocês consomem alimentos radioativos?

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Esta foi a pergunta que o Sr. Bert Popping – Diretor Científico de Desenvolvimento da Eurofins da Alemanha, nos fez no segundo dia da Conferência Internacional em Segurança dos Alimentos, Controle de Qualidade e Gerenciamento de Risco em Produtos Agrícolas – evento este organizado pela Eurofins nos dias 19 e 20 de Julho.

Repito a pergunta do Sr. Bert Popping: Quais de vocês consomem produtos radioativos?

Quase todo alimento é radioativo. O Potássio 40 é um elemento radioativo e apresenta uma radioatividade natural. Este elemento é freqüentemente encontrado na composição de alimentos. São outros exemplos de elementos que apresentam radioatividade natural o Urânio 235 e 238, bem como o Carbono 14, entre outros.

O Sr Bert Popping explica que alimento radioativo é aquele que contem em sua composição elementos radioativos, que emitem pulsos de energia. Um alimento radioativo (alta energia) não é considerado seguro. Já um alimento irradiado é o que sofreu exposição à radiação, para, por exemplo, eliminar microrganismos. Esta tecnologia é considerada segura. Vamos, em seguida, explicar a diferença entre os dois: alimentos radioativos e alimentos irradiados.

A cada 1 kg de frutas que ingerimos, consumimos também em média 50 Bq*. (*bq = Bequerel –  é a quantidade de material radiativo em que um átomo se transforma por segundo; unidade de desintegração). Para cada 1 litro de leite: 50 Bq. E para cada quilo de carne, 100 Bq.

A radioatividade passa para os alimentos da incorporação de radionuclídeos do solo pelas raízes das plantas e também pelo ar. Assim, uma pessoa absorve aproximadamente 4mSv por ano (mSv: dose de radiação). Aproximadamente 4% deste valor é proveniente dos alimentos.

De acordo com o Sr Popping, existem até hoje algumas alguns vestígios de Chernobil no que se refere a radioatividade: uma vez que ainda há radioatividade presente no mar nos arredores do Japão, peixes desta área podem, por ventura, ser provenientes de uma área ainda infectada. Não somente peixes do Japão podem apresentar radiação, mas de outros países nos arredores. Outros exemplos são containers que são contaminados por radiação no Japão e são usados em todo mundo, ou ainda brinquedos da China. Tudo que é proveniente desta região tem potencial de contaminação por radiação.

O Sr Bopping menciona ainda que a irradiação de alimentos, no entanto, é muito usada para redução de carga microbiana. É freqüentemente aplicada em carnes, por exemplo. É uma tecnologia considerada segura, pois o alimento que passa neste sistema não é, necessariamente, radioativo. A carga utilizada á muito pequena, e não entra em contato direto com o produto.

Os raios alfa e beta não possuem grande penetração. Se o alimento estiver exposto (sem embalagens), o próprio raio beta é efetivo para o tratamento. No entanto, se houver uma caixa de papelão envolvendo o alimento, por exemplo, é necessário utilizar raio gama para o tratamento para conseguir certa efetividade.

Na Europa, os produtos que sofreram tratamento pro irradiação devem trazer um selo de identificação, uma vez que muitos consumidores europeus ainda estão relutantes com a tecnologia. Na China, no entanto, é muito freqüente a utilização de irradiação para tratamento de alimentos.

 

Fonte da imagem: Material Palestra B Popping

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A cerimônia da salva – rudimentos de Food Defense

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Neste blog já falamos de Food Defense em outros posts, mas o conceito na verdade não tem nada de novo. Há muito tempo na história já se registraram medidas para evitar a contaminação intencional. Neste post estamos falando do período entre séculos XVI a XIX, e do reinado da Espanha, descrito por Maria Emília Gonzalez. 

A mais utilizada medida era a “cerimônia da salva”, que era a degustação que o copeiro mais veterano ou mordomo especializado faziam da comida e bebida que seriam servidas ao rei e figuras ilustres,  para ter certeza que não estava envenenada, um perigo perfeitamente possível na época. 

Outras medidas de controle foram sendo incorporadas. Uma foi a adoção de taças de cristal para que se pudesse visualizar a aparência do vinho e eventuais alterações e a outra, que permaneceu vigente até o reinado de Alfonso XII, era que a comida se mantinha trancada à chave e escoltada militarmente até o local de consumo, onde ficava em armários-estufa vigiados até a hora de ser servida. 

Referência: Maria Emilia González, autora do livro A la mesa con los reyes de España, citada pelo Eroski Consumer.

Imagem: Feast for the eyes

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Implementação de sistemas de gestão em indústrias de alimentos

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O artigo apresenta pontos-chave para uma gestão eficaz, todos baseados no atendimento de especificações e na garantia da segurança de alimentos.

Este conteúdo deu origem ao sonho de se publicar o livro “Implementação de Sistemas da Qualidade e Segurança dos Alimentos“. 

Autoria Juliane Dias e Luciana Heredia

Clique aqui para fazer o download do conteúdo publicado na revista Controle de Contaminação em  Março 2009 Ano 11 no 119

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