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Cartilha ensina a cuidar dos alimentos dentro de casa

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Devo lavar os ovos antes de colocá-los na geladeira? E a carne, por que não posso descongelar fora da geladeira?

Estas e outras dúvidas certamente passam pela cabeça de muitas pessoas na hora de armazenar ou de preparar os alimentos em casa. A boa notícia é o lançamento de um guia prático, que esclarece estas e outras dúvidas rapidamente. Trata-se do Manual Prático: Como Cuidar dos Alimentos Dentro de Casa, de autoria de Carina Moro Benis, disponível gratuitamente aqui.  

Carina (foto) tem graduações em Tecnologia de alimentos e em Nutrição e atualmente é doutoranda do programa de Ciência de Alimentos da Universidade Estadual de Londrina. O blog conversou com ela para saber mais detalhes deste projeto.

Como surgiu o manual

Durante sua dissertação de mestrado, Carina participou de um projeto de implantação de boas práticas de manipulação de alimentos na merenda escolar de Londrina, PR. Nesse período, teve início a pandemia de Covid-19, e todos os alunos atendidos pelo projeto, assim como boa parte da sociedade, passaram a permanecer em casa.

Nesse contexto, surgiu a oportunidade de avaliar, por meio de um questionário, como as famílias desses alunos cuidavam dos alimentos em casa. “A partir das respostas, percebi que existiam muitas dúvidas e práticas incorretas de manipulação, oferecendo risco à saúde de um público que, em grande parte, era vulnerável”, diz a autora. “Diante dessa realidade, pensei em criar um material didático e acessível, que pudesse orientar as famílias sobre como garantir alimentos seguros dentro de casa, prevenindo doenças transmitidas por alimentos e água”, complementa.

O manual traz informações práticas para todas as etapas da manipulação de alimentos, incluindo higiene pessoal e da cozinha, escolha, higienização e armazenamento dos alimentos, preparo e pós-preparo, prevenção da contaminação cruzada, uso de detergentes, manejo do lixo doméstico, leitura de rótulos e verificação da validade dos alimentos.

“Neste manual, tomei muito cuidado para orientar de forma simples, evitando polêmicas e explicações longas. O objetivo é atingir não apenas as famílias que participaram da pesquisa, mas também qualquer outra pessoa que o consultar, ajudando a tornar o cuidado com os alimentos mais seguro e parte do cotidiano”.

Carina agradece a participação das professoras Wilma Spinosa e Fernanda Bana, coordenadoras do projeto, de Rafael Françoso, que cuidou da parte gráfica e de Humberto Soares, pela colaboração geral.

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Sistemas para gestão documental devem considerar a experiência do usuário

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Nos cenários cada vez mais conectados e considerando a importância da rastreabilidade e confiabilidade da informação documentada aplicável ao Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos (SGSA), é muito comum as empresas contratarem soluções externas para armazenar e garantir a gestão documental.

Usualmente, ao serem levantados os requisitos para contratação de um sistema de gestão documental, os times de qualidade e tecnologia da informação se unem para levantar no mercado as possibilidades que alinhem custo e as necessidades.

No entanto, um dos pontos que muitas vezes fica esquecido e que posteriormente pode se tornar uma dor de cabeça para estas áreas é considerar o quão intuitivo e funcional são estes sistemas para os usuários. Uma escolha ruim pode acabar gerando grande insatisfação ou até mesmo um excesso de trabalho na orientação dos usuários, atendimento de chamados para sanar problemas internos ou a má utilização das soluções contratadas.

No texto de hoje, vamos abordar alguns aspectos que devem ser considerados ao contratar estas soluções, tanto na questão de rastreabilidade da informação documentada quanto na experiência do usuário.

Primeiramente, pensando de uma maneira geral no que as normas exigem, os registros e documentação do SGSA devem:

  • Ser protegidos contra perda de confidencialidade, integridade, etc.;
  • Ter controle de alterações;
  • Ter uma estrutura padronizada que contenha identificação do documento, aprovadores, registro de revisão, etc.;
  • Estar disponíveis para uso conforme requerido.

Tendo em vista o exposto acima, considero que um dos primeiros pontos a serem considerados é: o quão automatizado é o sistema para garantir o básico da gestão documental?

É importante avaliar se o sistema possui algumas funcionalidades automáticas, como:

  • O fluxo de aprovação é parametrizado para acontecer de forma automática, isto é, após cadastrar os usuários pelo quais o documento deve passar, uma etapa segue de forma sequencial para a outra sem necessitar da intervenção do usuário?
  • O sistema possui funcionalidades de distribuição de cópias controladas de forma automática após parametrização?
  • Os registros de revisão são mantidos, facilitando a rastreabilidade de alterações e versões anteriores?
  • É possível cadastrar alguns níveis de segurança para cada tipo de documento, ou seja, customizando quais usuários têm acesso à consulta, revisão ou alteração do documento? Caso alguma alteração seja realizada, é possível rastrear quem a realizou?

Após avaliar este primeiro ponto, vale considerar o quão intuitivo e de fácil uso é a interface do sistema, pensando justamente na experiência dos usuários e visando a redução de retrabalhos ou orientações excessivas que podem demandar tempo das áreas guardiãs do sistema.

Ao avaliar a interface, considere os seguintes pontos:

  • A organização em que os documentos estarão dispostos dentro do sistema permite fácil identificação até mesmo para quem acabou de chegar à empresa e não conhece a estrutura documental?
  • Para encontrar determinado documento dentro do sistema, as pastas ou subdivisões estabelecidas são intuitivas e claras ao usuário? Neste item, vale considerar o número de cliques que o usuário precisa fazer até chegar ao documento. Quanto mais cliques, maior a subcategorização dos itens, o que pode se tornar algo difícil de memorizar.
  • Em auditorias ou inspeções, os documentos são facilmente localizados e é possível comprovar de forma clara e rápida os itens requeridos como registros de revisões, versão do documento, aprovadores, etc.?

Além de todos os pontos acima e considerando a questão de custo, que muitas vezes é decisiva nas empresas, ressalto a importância de ter manuais claros e concisos que permitam aos usuários consultas rápidas das principais dúvidas.

Avaliando estes pontos iniciais, a contratação de um sistema para gestão documental pode deixar de se tornar uma dor de cabeça para as áreas responsáveis e sim uma ferramenta que facilita atender os padrões normativos e regulatórios.

Viviane Gonçalves de Oliveira é engenheira química pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), com MBA em Qualidade, Gestão e Engenharia de Processos pela PUC-RS. Possui experiência na indústria de alimentos e embalagens, com atuação desde 2018 nas áreas de controle, garantia e gestão da qualidade. Nos últimos anos, dedica-se à implementação e manutenção de Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos (SGSA), com foco no cumprimento das legislações e requisitos normativos. 

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Tecnologia: uma nova visão para a qualidade e segurança de alimentos

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tecnologia tem transformado profundamente a forma como as indústrias alimentícias operam, especialmente nas áreas de Qualidade e Segurança de Alimentos. Com o avanço de ferramentas digitais, sensores inteligentes e sistemas integrados, é possível garantir maior controle, rastreabilidade e eficiência nos processos, alinhando-se aos requisitos da norma FSSC 22000.

Na prática, a tecnologia permite monitorar em tempo real parâmetros críticos de produção, como temperatura, umidade e pressão, reduzindo o risco de desvios que possam comprometer a segurança dos alimentos. Além disso, sistemas automatizados de coleta e análise de dados facilitam a tomada de decisões baseadas em evidências, promovendo uma cultura de melhoria contínua.

FSSC 22000 reforça a importância de sistemas robustos de gestão da segurança de alimentos, e a tecnologia é uma aliada essencial nesse contexto. Softwares de gestão da qualidade, por exemplo, ajudam a controlar documentos, registrar não conformidades, acompanhar planos de ação e garantir a conformidade com os requisitos legais e normativos.

Outro ponto relevante é o uso da tecnologia para capacitação e engajamento das equipes. Plataformas digitais de treinamento, realidade aumentada e gamificação tornam o aprendizado mais dinâmico e eficaz, contribuindo para uma maior conscientização dos colaboradores sobre boas práticas de fabricação e segurança de alimentos.

Por fim, a tecnologia também fortalece a transparência e a confiança do consumidor. Com sistemas de rastreabilidade digital, é possível acompanhar toda a cadeia produtiva, desde a matéria-prima até o produto final, garantindo segurança, qualidade e responsabilidade.

Investir em tecnologia não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para as indústrias alimentícias que desejam se manter competitivas, seguras e em conformidade com normas como a FSSC 22000.

Por Djeane M. S. Fares

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Planejamento e gestão de mudanças: o desafio constante das indústrias de alimentos

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Em um cenário de constantes mudanças de legislações, requisitos normativos, tecnologias de processos, equipamentos e até mesmo de pessoas-chave para a segurança de alimentos, o tema de planejamento e gestão de mudanças torna-se um desafio constante para as empresas.

Da perspectiva da norma FSSC 22000, nota-se certa dificuldade ou até mesmo resistência das áreas no entendimento do que realmente deve ser considerado como uma mudança. Além disso, a falta de percepção da necessidade de planejamento prévio com avaliação dos impactos na segurança de alimentos pode muitas vezes comprometer o atendimento aos requisitos normativos.

Mas em resumo, o que diz a norma?

O conceito principal de planejamento e gestão de mudanças no esquema FSSC 22000 está disposto nos seguintes tópicos:

  • Item 6.3 da ABNT NBR ISO 22000: o planejamento de mudanças aborda que elas devem ser realizadas e comunicadas de maneira planejada, considerando seu propósito, as potenciais consequências à integridade do SGSA, a disponibilidade de recursos e a alocação ou realocação de responsabilidade e autoridades.

Mas, além deste requisito principal, há também itens que caminham juntos na gestão de mudanças, a citar:

  • Requisito adicional, item 2.5.13. Design e desenvolvimento de produtos: na alteração ou desenvolvimento de um produto, deve ser avaliado o impacto da alteração no SGSA;
  • Requisitos adicional, item 2.5.15. Gestão de equipamentos: deve ser estabelecido um processo de gestão de mudança baseado no risco;
  • Itens de comunicação, dispostos tanto na ABNT NBR ISO 22000 quanto nos requisitos adicionais: a mudança tem impacto no cliente? Quem devo comunicar internamente sobre a mudança?

Diante destes itens, o principal desafio está em criar a consciência nas áreas de que, ao realizar mudanças, elas devem ser planejadas e as equipes responsáveis pelo atendimento dos padrões de segurança de alimentos envolvidas na avaliação prévia dos impactos no SGSA.

Como garantir isso na prática?

O ponto de partida para criar a consciência da importância do tema é ter procedimentos claros. Algumas perguntas servem para reflexão do quão clara e entendível está a documentação sobre o assunto:

Qual meio utilizo para identificar a mudança? Há algum formulário, digital ou físico, para registro? Caso sim, este documento contempla de forma clara os tipos principais de mudança, a quem devo comunicar ou envolver e quais as ações de saída?

Se a parte documental estiver bem estruturada, de maneira sistemática para evitar confusões ou erros, há maiores chances de não existir ruídos na comunicação.

Exemplo de formulário que aborda os itens de forma estruturada:

TIPO DE MUDANÇA QUEM COMUNICAR POSSÍVEL IMPACTO NO SGSA
Atualização legislativa ou normativa aplicável ao SGSA
  • Equipe de Segurança de Alimentos
  • Áreas internas impactadas pela mudança
  • Avaliar documentos que citam a legislação ou norma
  • Avaliar se há impacto nos processos produtivos
Alteração na formulação do produto
  • Equipe de Segurança de Alimentos
  • Clientes
  • Áreas internas impactadas pela mudança
  • Revisão do Plano APPCC
  • Homologação de novo fornecedor

Avaliada a documentação, é hora de treinar as pessoas no procedimento. A ação de treinar pode parecer repetitiva em alguns casos, no entanto é preciso garantir que as áreas estejam alinhadas no tema.

Outra alternativa para melhor avaliação de gestão de mudanças é implementar comitês de avaliação, com frequências que devem ser estabelecidas de acordo com o volume de mudanças que a organização realiza. Nestes comitês, as áreas que realizam a mudança devem apresentar de forma clara e objetiva o que se planeja alterar e um comitê formado por membros da Equipe de Segurança de Alimentos e demais áreas impactadas faz uma avaliação interdisciplinar dos impactos no SGSA e estabelece previamente as ações para adequação.

A partir destes passos, podemos mitigar algumas surpresas causadas por mudanças que só são descobertas durante auditorias ou inspeções. Estas situações poderiam ter sido adequadamente planejadas para completo atendimento aos requisitos normativos e regulatórios.

Viviane Gonçalves de Oliveira é engenheira química pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), com MBA em Qualidade, Gestão e Engenharia de Processos pela PUC-RS. Tem experiência na indústria de alimentos e embalagens, com atuação desde 2018 nas áreas de controle, garantia e gestão da qualidade. Nos últimos anos, dedica-se à implementação e manutenção de Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos (SGSA), com foco no cumprimento das legislações e requisitos normativos aplicáveis. 

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Do acidente ao acerto: como a cultura de aprendizado eleva a qualidade e segurança dos alimentoss

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No setor de alimentos, segurança e qualidade não são negociáveis. Mas para ir além do básico e realmente garantir produtos excelentes, precisamos de mais do que apenas regras e fiscalização. Precisamos construir uma cultura forte de qualidade e segurança.

Isso significa que cada pessoa da equipe entende de verdade a importância do que faz e se sente à vontade para contribuir e fazer a diferença.

Normalmente, enxergamos erros e falhas como algo muito ruim, que deve ser evitado a todo custo. Só que, numa cultura realmente sólida, essa visão muda completamente: um erro se transforma numa oportunidade de ouro para aprender.

Em uma cultura de qualidade robusta, é crucial criar um espaço seguro para aprender. Um lugar onde falhar não signifique castigo. Pelo contrário, significa investigar o que aconteceu, entender o porquê e, o mais importante, melhorar a partir disso. É assim que se transforma um tropeço num verdadeiro passo adiante.

Para que os erros se transformem em motores de melhoria, alguns pilares são essenciais:

  • Comunicação aberta e transparente: É vital que as pessoas se sintam totalmente à vontade para relatar não só os erros que já rolaram, mas também o que não está conforme, os “quase-acidentes” (aqueles que por pouco não deram errado) e qualquer observação que possa apontar um risco. Se não houver um canal seguro para essa conversa, os problemas poderão ficar escondidos, e as consequências serão péssimas. A liderança precisa incentivar essa abertura, mostrando que qualquer informação, mesmo que desconfortável, é valorizada para evitar problemas maiores.
  • Responsabilidade compartilhada, não culpabilização individual: Em vez de sair caçando um culpado, a cultura de segurança precisa focar a raiz dos problemas. Muitas vezes, um erro individual é só um sintoma de falhas maiores no sistema, como processos ruins, falta de treinamento, equipamentos com defeito ou comunicação falha. Ao investigar sem apontar dedos, o time se concentra em fortalecer o sistema como um todo.
  • Investigação aprofundada e focada no aprendizado: Quando algo acontece (ou quase acontece), a investigação não pode ser superficial. Devemos ir além do “quem” e mergulhar fundo no “porquê” e no “como”. Ferramentas como a Análise de Causa-Raiz (RCA) ajudam a descobrir o que contribuiu e onde as barreiras falharam – ou nem existiam. O objetivo é tirar lições claras que possam ser aplicadas para evitar que a mesma coisa aconteça de novo.
  • Treinamento contínuo e adaptativo: Tudo o que a gente aprende com erros e incidentes deve ser imediatamente incluído nos programas de treinamento. Isso significa atualizar procedimentos, dar instruções claras sobre novas práticas e garantir que todo mundo (inclusive quem acabou de chegar) receba o preparo necessário. Treinamento não é uma coisa que se faz uma vez e pronto; é um processo constante de reforço e adaptação.
  • Liderança pelo exemplo: A alta gerência tem um papel fundamental em moldar essa cultura de aprendizado. Líderes que mostram um compromisso de verdade com a segurança, que admitem seus próprios erros (quando cabível) e que promovem ativamente um ambiente de aprendizado inspiram confiança e engajamento. A mensagem precisa ser cristalina: qualidade e segurança são responsabilidades de todos e o aprendizado é o caminho para melhorar sempre.

Benefícios de uma cultura de aprendizado com erros

Uma cultura que abraça o aprendizado com erros traz benefícios que podem ser vistos e sentidos:

  • Melhora contínua da qualidade e segurança: Cada falha vira um degrau para ter sistemas mais fortes, processos mais seguros e produtos de melhor qualidade.
  • Aumento da confiança e motivação da equipe: Pessoas que se sentem seguras para relatar problemas ficam mais engajadas e confiantes em suas contribuições.
  • Redução de custos: Prevenir incidentes e otimizar processos significa menos retrabalho, desperdício e a chance de evitar recalls caros.
  • Fortalecimento da reputação da marca: Empresas com uma cultura de segurança proativa são mais resistentes a crises e constroem uma imagem de confiança com os clientes e órgãos reguladores.
  • Inovação: Ao incentivar a análise crítica e a busca por soluções, a organização pode descobrir jeitos novos e melhores de fazer as coisas.

Em outras palavras

Já sabemos que alcançar a excelência em segurança e qualidade de alimentos não é um ponto final, mas uma jornada que nunca para. O grande segredo? Ver cada desafio como uma oportunidade.

Quando se consegue criar um ambiente onde os erros são vistos como lições – e não como algo para ser castigado – o resultado é incrível. As empresas de alimentos não só diminuem os riscos, como também constroem uma base sólida para inovar. Isso gera confiança e garante que produtos seguros e de alta qualidade cheguem sempre à mesa das pessoas. É simples assim: aprender com o que deu errado é o que nos faz acertar de forma consistente.

Por Thiago Pontes

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O Jardim da Qualidade: pare de apenas arrancar ervas daninhas e regue as flores

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Sabe qual é a grande diferença entre uma produção que alcança a qualidade e uma que vive a qualidade? A primeira foca apagar incêndios e corrigir o que deu errado. Já a segunda está focada em cultivar o que dá certo. Em vez de ver a produção como um campo minado de riscos a serem evitados, que tal enxergá-la como um jardim a ser cultivado?

O problema é que passamos tempo demais arrancando as “ervas daninhas” (os erros, as não conformidades). E isso é necessário, claro. Mas e as “flores”? As atitudes proativas, a atenção aos detalhes, o cuidado extra? Elas ficam invisíveis.

Uma cultura de qualidade genuína nasce quando a gente aprende a regá-las, a dar a elas a luz do sol do reconhecimento.

Para fazer isso, a gente precisa de um novo método, que vai além de apenas seguir procedimentos. Vamos chamar de “O Ciclo da Visibilidade Positiva”:

  • Um olhar diferenciado: o primeiro passo é mudar o foco. Em vez de procurar o erro, a liderança precisa ter um “olhar de jardineiro”: procurar genuinamente e ativamente as boas práticas. Isso pode ser um colaborador que organiza sua área de trabalho de forma impecável, um time que adere 100% a um novo protocolo ou alguém que sugere uma pequena melhoria de processo. Não é sobre o grande feito; é a consistência nas pequenas ações que constrói a excelência.
  • O fertilizar: o reconhecimento é o fertilizante. Ele deve ser imediato, específico e público. Quando você vê uma flor, não espera para elogiá-la. Você a elogia na hora. Diga em voz alta, na frente da equipe: “Pessoal, quero destacar o trabalho da Maria. A atenção dela na checagem de hoje evitou um problema potencial. Isso é o que chamamos de qualidade.” A celebração do acerto tem um poder de multiplicação que a correção do erro jamais terá.
  • A colheita: O resultado desse ciclo é uma colheita de engajamento e proatividade. Quando o esforço é visto e valorizado, o cérebro das pessoas entende que “fazer a coisa certa” compensa. O reconhecimento não só motiva quem o recebe, mas inspira toda a equipe a buscar o mesmo destaque. Ele transforma o cumprimento de uma regra em um desejo de superação. E é aí que a qualidade deixa de ser uma obrigação e se torna um valor.

Uma cultura de qualidade forte não se mede pela ausência de falhas, mas pela presença de uma excelência visível e celebrada. O verdadeiro poder da indústria de alimentos está na capacidade de cada pessoa do time se sentir um jardineiro, responsável por regar as flores, sabendo que seu cuidado faz todo o campo florescer.

Em outras palavras

A excelência em segurança e qualidade de alimentos não é um destino, mas um jardim que precisa ser cuidado todos os dias. Em vez de focar apenas arrancar as ervas daninhas dos erros, o verdadeiro segredo é regar as flores das atitudes positivas. Ao valorizarmos genuinamente o esforço, transformamos a equipe de meros executores em cuidadores da qualidade. Isso gera confiança, inspiração e, no final, um resultado mais bonito e forte para todos.

E você, na sua empresa, está apenas arrancando as ervas daninhas ou já começou a regar as flores?

Por Thiago Pontes

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Perdas e desperdícios de alimentos: novo foco da FSSC 22000 nas indústrias alimentícias

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O tema perdas e desperdícios de alimentos ganhou protagonismo com a inclusão do requisito 2.5.16 na norma FSSC 22000, reforçando o papel das indústrias alimentícias na construção de sistemas mais sustentáveis e responsáveis. A nova exigência vai além da segurança de alimentos, abordando também o impacto ambiental, social e econômico do desperdício ao longo da cadeia produtiva.

De acordo com a FSSC 22000, as organizações devem identificar, monitorar e, sempre que possível, reduzir as perdas e desperdícios de alimentos em seus processos. Isso inclui desde o recebimento de matérias-primas até o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos. A norma exige que as empresas estabeleçam metas, implementem controles e mantenham registros que demonstrem o comprometimento com a redução desses desperdícios.

Na prática, isso significa revisar procedimentos operacionais, avaliar pontos críticos de perda e engajar as equipes na busca por soluções criativas e eficazes. O reaproveitamento de subprodutos, a melhoria no planejamento de produção e o controle rigoroso de validade e armazenamento são algumas estratégias que podem ser adotadas.

Além disso, o requisito 2.5.16 incentiva a colaboração com fornecedores e parceiros logísticos para garantir que as perdas sejam minimizados em toda a cadeia. A transparência e a comunicação clara são fundamentais para alcançar esse objetivo.

Ao incorporar esse novo requisito, a FSSC 22000 amplia sua abordagem, conectando segurança de alimentos com sustentabilidade. Reduzir perdas e desperdícios não é apenas uma exigência normativa — é uma responsabilidade ética e estratégica para o futuro do setor alimentício.

Por Djeane M. S. Fares

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ESG: como a qualidade e segurança de alimentos contribuem para um futuro mais sustentável

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O conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) ganha cada vez mais espaço nas estratégias das indústrias alimentícias, e a área de qualidade e segurança de Alimentos tem um papel fundamental nesse cenário. A integração de práticas responsáveis e sustentáveis ao sistema de gestão da qualidade fortalece o compromisso da empresa com o meio ambiente, a sociedade e a governança corporativa.

No pilar ambiental do ESG, a qualidade e segurança de alimentos contribuem diretamente ao promover o uso eficiente de recursos, a redução de perdas e desperdícios (item inclusive alinhado ao requisito 2.5.16 da FSSC 22000) e o controle rigoroso de resíduos e efluentes. Processos bem definidos e monitorados evitam retrabalhos, descartes desnecessários e impactos ambientais negativos.

No aspecto social, a área de qualidade garante que os alimentos produzidos sejam seguros, íntegros e adequados ao consumo, protegendo a saúde pública e promovendo a confiança do consumidor. Além disso, a capacitação contínua das equipes, o respeito às condições de trabalho e a valorização da cultura de segurança de alimentos fortalecem o engajamento interno e a responsabilidade social da empresa.

Já no pilar de governança, a qualidade e segurança de alimentos asseguram a conformidade com legislações, normas como a FSSC 22000 e requisitos de clientes. A rastreabilidade, a gestão de riscos e a transparência nos processos são elementos essenciais para uma governança sólida e ética — princípios centrais do ESG.

Portanto, investir em qualidade e segurança de alimentos é também investir em ESG. Essa conexão estratégica fortalece a reputação da marca, atrai investidores conscientes e contribui para um sistema alimentar mais seguro, justo e sustentável.

Por Djeane M. S. Fares

Imagem: Markus Winkler

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O mito do maestro: por que a Cultura de Qualidade é a sintonia da orquestra, e não um solo do líder

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Vamos ser sinceros: quando se fala em “cultura de qualidade”, muita gente pensa em pilhas de documentos, auditorias complexas e processos que parecem mais atrapalhar do que ajudar. Mas e se a gente mudasse esse olhar? E se, em vez de um peso, a cultura de qualidade fosse a melodia que faz a empresa funcionar em perfeita harmonia?

Pense numa orquestra. A música que ouvimos não é resultado de um único músico, mas da sintonia entre todos os instrumentos. A cultura de qualidade funciona da mesma forma.

Ela não está em um documento assinado pela diretoria, nem é responsabilidade exclusiva de uma área. É uma intenção compartilhada, presente em cada pessoa, do chão de fábrica ao escritório, que busca fazer o melhor possível.

Não é preciso temer a cultura de qualidade. Ela não atrasa, não trava. Pelo contrário, é a partitura que permite à orquestra tocar com precisão, velocidade e sem erros. É o alicerce que transforma esforço em eficiência e produtividade.

Sinergia em ação: uma nova forma de pensar

O primeiro passo é mudar o foco. Em vez de centralizar tudo no “maestro” (seja ele o líder ou a área de qualidade), é preciso reconhecer o papel de cada músico. A liderança tem a missão de garantir que todos os instrumentos estejam afinados, mas a melodia só acontece quando todos participam.

Isso significa valorizar o processo, os detalhes e a colaboração entre áreas. A equipe de manutenção cuida da afinação, o operador executa com precisão, o engenheiro revisa a partitura. A excelência nasce da soma desses esforços, e não de uma atuação isolada.

Qualidade que impulsiona: produtividade com ritmo

Ainda há quem veja a qualidade como um custo ou uma perda de tempo. Mas a verdade é que fazer certo desde o início é sempre mais eficiente do que corrigir depois. A cultura de qualidade, com seu foco na prevenção, elimina os ruídos que atrapalham o desempenho — erros, retrabalhos, atrasos.

Quando todos estão alinhados, tocando a mesma música, o ritmo da produção torna-se mais fluido. A orquestra avança com segurança e agilidade, sem precisar parar para corrigir falhas.

A intenção que une: o grande concerto

A qualidade verdadeira aparece quando cada pessoa entende seu papel e a importância dele para o todo. É a engenheira de alimentos que não apenas segue normas, mas compreende seu propósito e se sente responsável pela segurança de quem vai consumir o produto. É o operador que trabalha com dedicação, sabendo que sua precisão impacta diretamente o resultado final.

Mais do que seguir procedimentos, a cultura de qualidade é sobre a intenção de fazer o melhor. Quando essa intenção é compartilhada, a empresa transforma-se em uma orquestra capaz de executar uma verdadeira obra-prima.

Em outras palavras…

Na indústria de alimentos, a excelência não se mede pelo número de auditorias aprovadas, mas pela harmonia de uma equipe que atua em sincronia. Produtividade e alta qualidade não são opostos. São forças complementares, impulsionadas por uma cultura onde todos se sentem parte da orquestra e querem tocar a melhor música.

E na sua empresa, quem está tocando os instrumentos? A música que vocês fazem já soa como uma obra-prima?

Por Thiago Pontes

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Cultura de Segurança de Alimentos: um compromisso que começa com atitudes

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A Cultura de Segurança de Alimentos é mais do que um requisito normativo — é um valor que deve estar presente no dia a dia das indústrias alimentícias. Segundo a norma FSSC 22000, promover essa cultura significa garantir que todos os colaboradores, independentemente do cargo, compreendam a importância de produzir alimentos seguros e estejam comprometidos com práticas que assegurem a integridade dos produtos.

Essa cultura começa com a liderança. Gestores e responsáveis técnicos devem ser os primeiros a demonstrar comportamentos alinhados com a Cultura de Segurança de Alimentos, influenciando positivamente suas equipes. A comunicação clara, a escuta ativa e o exemplo diário são ferramentas poderosas para fortalecer esse compromisso.

Outro ponto essencial é a capacitação contínua. Treinamentos regulares, dinâmicos e contextualizados ajudam a manter o tema vivo na rotina dos colaboradores. A FSSC 22000 destaca que a conscientização deve ser constante e não apenas em momentos de auditoria ou crise. A cultura se constrói com pequenas atitudes diárias, como o uso correto de EPIs, a higienização adequada das mãos e o cumprimento rigoroso dos procedimentos operacionais.

Além disso, é fundamental criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para relatar desvios ou riscos sem medo de punições. A confiança é um pilar da Cultura de Segurança de Alimentos, pois permite a identificação precoce de falhas e a melhoria contínua dos processos.

Por fim, vale lembrar que a Cultura de Segurança de Alimentos não é um projeto com início, meio e fim. Ela é um processo contínuo, que exige vigilância, engajamento e evolução constante. Quando bem implementada, ela protege a saúde do consumidor, fortalece a reputação da empresa e contribui para a sustentabilidade do negócio.

Por Djeane M. S. Fares

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