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Deve ser proibido o nome “carne” em produtos sem carne?

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Nos freezers dos supermercados, ao lado dos pedaços de carne, agora há “carne vegana”. Ela pode ser em tiras ou moída, pode ser um bife ou uma salsicha, pode ter sabor frango ou gado.

Há público consumidor entusiasmado para alimentos à base de proteína vegetal e este segmento vem crescendo impulsionado pelos investimentos de gigantes agroalimentares como a Cargill, Danone, BRF e Nestlé.

Contudo, é correto chamar este tipo de produto de “carne”?

A França sai na frente e diz que não pode!

“Se for feito de plantas, não chame de carne”.

Declaração da Interbev (Associação francesa da indústria de carnes)

A partir de outubro, o uso de nomes como “bife”, “salsicha” ou “linguiça” não poderá mais ser usado em alimentos à base de proteínas vegetais, de acordo com um decreto francês, objetivando evitar confusão sobre as alternativas à carne.

Esta provisão é um primeiro passo em território francês, pioneiro na proteção dos seus nomes, que deveria ser alargada em nível europeu“.

Declaração da Interbev

A palavra “hambúrguer” utilizada por muitas marcas, incluindo grandes empresas americanas, para atrair consumidores, continuaria a ser permitida, uma vez que não se refere especificamente à carne.

Na União Europeia, a França é o primeiro país a impor este tipo de restrição, porém há tendência de que medidas como esta sejam seguidas por outros países, apesar de em 2020 os legisladores da UE terem rejeitado uma proposta semelhante que era fortemente apoiada pelos agricultores que produzem produtos cárneos feitos realmente de carne.

Na União Europeia termos como “leite”, “manteiga” e “queijo” já são proibidos em produtos que não são de origem animal.

 

No Brasil foi protocolado um Projeto de Lei (PL 2876/2019) que dispõe sobre a utilização da palavra “carne” e seus sinônimos nas embalagens, rótulos e publicidade de alimentos.

De acordo com este PL, torna-se proibida a utilização de termos como “carne de jaca”, “carne de soja”, “bacon vegano”, “salsicha de soja”, “hambúrguer vegetal” ou outra denominação que estabeleça ligação entre produtos cárneos e vegetais, mas até o momento o projeto segue em fase preliminar de tramitação.

Veja a o andamento da tramitação do referido PL clicando aqui.

Os defensores de produtos deste segmento dizem que os termos carne, salsicha, linguiça, bacon e outros associados a nomes tradicionais são importantes para ajudar os consumidores a identificar o conceito do produto. Por outro lado, há outros que dizem que o uso destes nomes flerta com práticas de food fraud, uma vez que podem induzir consumidores a erros na hora da compra.

E você, o que acha? Deixe a sua opinião sobre o tema.

Leia mais em:

https://www.hipersuper.pt/2022/07/04/franca-proibe-uso-nomes-carne-alimentos-base-proteinas-vegetais/

Quais são os perigos de uma alimentação à base de plantas?

Plant-based food: será que as carnes vegetais são seguras?

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POPs – Dicas de como construir e revisar seus Procedimentos Operacionais Padronizados na indústria de alimentos

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Você sabe elaborar POPs, ou Procedimentos Operacionais Padronizados? Citarei aqui de forma clara e objetiva todos os itens que seu procedimento deve conter.

A Vigilância Sanitária, por meio da Resolução RDC 275/2022, regulamenta os procedimentos operacionais padronizados aplicados aos estabelecimentos produtores ou industrializadores de alimentos. Esta norma estabelece quais são os Procedimentos Operacionais Padronizados obrigatórios para garantir condições higiênico-sanitárias necessárias ao processamento/industrialização de alimentos, complementando as Boas Práticas de Fabricação.

Este regulamento coloca como obrigatório os seguintes POPs, que devem ser construídos conforme a realidade de cada indústria de alimentos:

  1. Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios;
  2. Controle da potabilidade da água.
  3. Higiene e saúde dos manipuladores.
  4. Manejo dos resíduos.
  5. Manutenção preventiva e calibração de equipamentos.
  6. Controle integrado de vetores e pragas urbanas.
  7. Seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens.
  8. Programa de recolhimento de alimentos.

Além disso, é necessário lembrar que para muitos desses temas você deve buscar outras legislações complementares, não se restringindo apenas a esta RDC.

Quando construímos ou revisamos documentos, é preciso ter conexão entre a cultura, processo e pessoas. Além disso, devemos estabelecer como iremos garantir a sistemática de implementação dentro da indústria.

Mas afinal, quais são os itens que devem conter os meus POPs?

  • Objetivo: descrever o que é aquele documento, para que ele serve. É importante ser bastante assertivo e sucinto.
  • Referências: Não cite apenas a legislação RDC 275/2002, cite documentos, livros, arquivos utilizados para a construção do documento.
  • Campo de aplicação: É importante definir onde esse procedimento será aplicado.
  • Definições: Nem sempre será necessário este item. É importante para definir termos e siglas. Utiliza-se esta área como um glossário.
  • Responsabilidades: É de extrema importância fazer um detalhamento neste campo. Dependendo da atividade, há colaboradores específicos para exercer a função, então não é legal generalizar esse campo para todos os procedimentos, como é comumente visto por aí.
  • Descrição do procedimento: Você precisa descrever o que realmente deve acontecer dentro deste tema, com riqueza de detalhes. É recomendável que a descrição do texto seja no tempo verbal presente. Existem diversos requisitos específicos que devem ser demonstrados, como por exemplo:

– Se o serviço é terceirizado;

– Quais são as especificações do local de armazenamento de resíduos;

– Tempo de contato de produtos químicos;

– Qual a origem da água da indústria.

  • Monitoramento: a norma determina que se faça o monitoramento dos POPs. O monitoramento deve ser feito conforme a realidade de cada empresa e na frequência que for a mais adequada. É mandatório que essa atividade seja registrada.
  • Medidas corretivas: Deve-se definir neste campo quais são as medidas corretivas em caso de não conformidade. Seja direto e específico, levantando as possíveis não conformidades para cada POP.
  • Registros: Os registros devem ser indicados em cada POP.

É importante incluir no final dos documentos o histórico de alterações, onde serão identificadas todas as alterações realizadas nos documentos. Informe a data e o motivo de cada modificação.

Após elaboração é necessário manter uma sistemática de revisão, para garantir que todas as informações levantadas em cada procedimento encontram-se atualizadas e que não exista nenhum documento obsoleto em linha.

O primeiro passo é ter uma visão geral do seu sistema de qualidade, conectando todos os procedimentos, registros, instruções de trabalho. O ideal é uma documentação hierárquica, sem nenhum documento desconectado.

O segundo passo é estabelecer como você irá controlar o sistema SGQ. Isso pode ser feito de várias maneiras: servidor local, planilhas em Excel, programas de gerenciamento de documentos, entre outras. É importante conseguir visualizar as seguintes informações para que você possa ter um absoluto controle sobre seus documentos.

Nº Documento Título Emissão Atualização Revisão Responsável Número Locais
Aprovação cópias físicas arquivo

Ressalvo que os procedimentos devem estar atualizados conforme a última versão da legislação. É sempre válido consultar o site da vigilância. Após as devidas atualizações, você deve treinar a operação e substituir todas as cópias obsoletas de cada documento na fábrica.

Imagem: foto de Mizuno K no Pexels

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QIMA/WQS cria Certificação de Bem-Estar Animal no Confinamento de Bovinos

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Agregando mais uma solução à cartela de serviços relacionados ao Bem-estar animal, a QIMA/WQS desenvolveu, junto com especialistas reconhecidos na área, a Certificação de Bem-estar Animal no Confinamento de Bovinos.  

Saber a procedência dos produtos levados à mesa e as condições em que os animais foram criados é uma exigência por parte dos consumidores que vem crescendo cada vez mais. Em alinhamento a essa reinvindicação e à demanda do mercado por qualidade e transparência, a QIMA/WQS desenvolveu, em parceria com a empresa BE.Animal, o Grupo ETCO da UNESP de Jaboticabal – SP e da UFMT de Sinop – MT,  a certificação de Bem-estar Animal no Confinamentos de Bovinos, chamada Confinar Bem.

Princípios do bem-estar animal no confinamento

O preceito básico para o bem-estar do rebanho é fazer com que os animais se adaptem ao ambiente. Para que essa adaptação ocorra, é preciso seguir uma série de requisitos para oferecer as condições mais favoráveis para os bovinos em confinamentos, levando em consideração todos os processos, desde a recepção e processamento dos animais, passando pela avaliação da disponibilidade e qualidade de água e alimento, até o manejo final de embarque dos animais terminados.

“Nutrição, saúde, conforto e comportamentos adequados são os princípios básicos para garantir um bom nível de bem-estar para os animais e trazer bons resultados”, explica Roberta Cunha, Gerente de Operações da QIMA/WQS. “Para que o processo de engorda em confinamento ocorra sem percalços, os princípios básicos de bem-estar animal devem ser rigorosamente seguidos durante todo o período de confinamento dos bovinos”, completa.

Certificação para bovinos confinados

Atualmente, a certificação de Bem-estar Animal tem contemplado principalmente as plantas frigoríficas, abrangendo bovinos, suínos e aves. A certificação Bem-estar Animal para Confinamento – Confinar Bem engloba os requisitos de criação, porém com um protocolo específico para bovinos de corte.

O desenvolvimento da norma pela QIMA/WQS sob a supervisão de Luiz Freitas, Diretor de Vendas, e Roberta Cunha, Gerente de Operações, em conjunto com as equipes da BE.Animal e do Grupo ETCO da UNESP e UFMT (Mateus Paranhos da Costa, Fernanda Macitelli e Janaina Braga), levou em conta os “5 Domínios do Bem-estar Animal” – Nutrição, Saúde, Ambiente,  Comportamento e Estados Mentais – para definição dos pontos a serem avaliados.

“O monitoramento das condições de bem-estar de bovinos em confinamentos, além de proporcionar as informações necessárias para assegurar boas condições de bem-estar aos animais, tem potencial para ir ainda mais adiante, melhorando também a saúde humana, aumentando a produtividade, reduzindo o impacto no meio ambiente, protegendo as comunidades rurais, reduzindo o risco de acidentes de trabalho, aumentando a eficiência do trabalho e promovendo a segurança e a qualidade dos alimentos”, comenta o professor Mateus Paranhos, destacando os benefícios que a oferta de bem-estar animal pode promover, de modo geral, para a sociedade.

Foram necessários mais de 12 meses para desenvolver a norma sob pilares comprovados cientificamente, criando um checklist aplicável às condições de clima, manejo e raça dos animais usualmente confinados no Brasil.

Aplicabilidade confirma a solidez do protocolo

O programa-piloto da certificação de Bem-estar Animal no Confinamento de bovinos – Confinar Bem, foi aplicado na Agropecuária Vista Alegre, localizada no município de Presidente Bernardes, em março deste ano.  Como resultado, foi possível comprovar a robustez do protocolo e sua aplicabilidade nos confinamentos do Brasil.

O checklist foi elaborado abordando temas importantes no cotidiano do confinamento, com foco definido no bem-estar animal. As aplicações e monitoramentos são simples e eficazes, tornando o dia a dia dos animais, da tropa de lida e de todos os colaboradores mais saudável e seguro.

“Quando soubemos do projeto e entendemos os conceitos, imediatamente nos prontificamos a abrir as porteiras para que a QIMA/WQS também nos conhecesse e, juntos, iniciássemos essa caminhada, na qual tenho a grande certeza de que é um caminho sem volta”, declara Danilo Santos, Gerente de Produção da Better Beef.

De acordo com Danilo, existe uma série de vantagens trazidas com a certificação. O gestor exemplifica citando a segurança nos processos, reconhecimento de parceiros e a melhoria na qualidade de vida dos animais e de todos os envolvidos. “Todos saem ganhando com essa certificação”, finaliza.

A certificação, de acordo com o Programa Confinar Bem, traz diversos benefícios para os envolvidos, incluindo:

  • Transparência do processo produtivo para o consumidor
  • Aumento e fidelização de mercado consumidor.
  • Garantia de implementação das boas práticas de manejo que garantam o bem-estar
  • Possibilidade de melhorar o desempenho dos animais confinados, reduzindo as taxas de morbidade e mortalidade.
  • Facilitar a aplicação de melhores práticas ambientais, sociais e de governança.
  • Assumir papel de liderança na promoção do conceito de produção sustentável.
  • Assegurar maior controle e segurança nas operações da empresa.
  • Facilitar acordos comerciais com clientes mais exigentes.
  • Ser mais atrativo para novos investimentos.
  • Maior segurança na tomada de decisão.
  • Oferecer oportunidade para melhorar a imagem da empresa junto ao mercado.
  • Gerar credibilidade e atrair novos parceiros, como no caso do Boitel, por exemplo.
  • Oferecer perspectivas para melhorar as condições de trabalho.
  • Aprimorar atração e retenção de funcionários em todos os cargos da empresa.

Fazendas que possuem confinamento de bovinos e que atendam aos requisitos mínimos do checklist podem obter a certificação de Bem-estar Animal no Confinamento de bovinos – Confinar Bem. Interessados podem entrar em contato com a QIMA/WQS através do email info.wqs@wqscert.com

Bem-estar Animal no Confinamento de Bovinos vira tema de webinar

Os interessados em se aprofundar no assunto da certificação terão a oportunidade de assistir, no dia 9 de agosto, o webinar promovido pela QIMA/WQS e pela BE.Animal. No evento digital, o professor Mateus Paranhos da Costa, co-fundador da BE.Animal, e Luiz Freitas, Diretor de Vendas da QIMA/WQS, irão discorrer sobre a norma.

A contribuição do bem-estar animal para a sustentabilidade dos confinamentos brasileiros e a colaboração do processo de certificação do confinamento para a construção da imagem positiva de um negócio são alguns dos temas a serem abordados no webinar pelos dois membros à frente do desenvolvimento da certificação.

As inscrições já estão abertas através do link https://us06web.zoom.us/webinar/register/6816578021205/WN_jvlny3EmR2yM_NGopALZFg

 

Sobre a QIMA/WQS

A QIMA/WQS foi fundada em 1993 com o nome de WQS. Ela entrou no grupo QIMA em 2019. Com sede nos Estados Unidos (Charlotte) e no Brasil (Botucatu), a companhia tem presença global, tendo realizado acima de 18.000 auditorias para mais de 9.000 clientes

Para mais informações sobre a certificação com a QIMA/WQS, visite o site: https://wqs.com.br

Sobre a BE.Animal

A BE.Animal é uma empresa que desenvolve estratégias para a adoção e aperfeiçoamento de boas práticas de bem-estar animal nas diversas cadeias produtivas da pecuária. Ao combinar ciência, campo e mercado a BE.Animal tem uma proposta estruturante: quebra paradigmas, fortalece os elos da cadeia e entrega estratégias que criam valor e perduram no tempo. A convergência de pesquisa, experiência e pragmatismo permite liderar e executar projetos que integram o mercado e campo de forma sustentável.

CONTATO:

Departamento de Marketing
marketing@wqscert.com

Leia também:

https://foodsafetybrazil.org/qima-wqs-e-nutron-cargill-lancam-programa-nutron-bemleite-de-certificacao-de-bem-estar-animal/

https://foodsafetybrazil.org/importancia-do-bem-estar-animal-para-sua-empresa/

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