4 min leitura
3

Atualizações do Esquema FSSC 22.000 às vésperas de entrar em vigor a versão 5

4 min leitura

O Esquema FSSC 22.000 v.5 publicou em sua homepage algumas alterações que foram:

No primeiro item sobre a lista de decisões do BoS as mudanças foram:

– O documento Requisitos do processo de atualização do FSSC 22000 V5 aplicável para organismos certificadores (CBs) e acreditadores (Abs) foi revisado (implementação imediatamente e é mandatório)

– Um novo documento de orientação ISO 22000 foi desenvolvido para nossos licenciados parceiros (em vigor a partir de 1/1/20 como voluntário)

– Para as categorias da cadeia alimentar C, D, I, G e K, o seguinte GFSI adicional o requisito se aplica:

  • além da cláusula 7.1.6 da ISO 22000: 2018, a organização deve ter um procedimento de compras em situações de emergência para garantir que os produtos ainda estão em conformidade com os requisitos especificados e o fornecedor foi avaliado (em vigor a partir de 1/1/20 e é mandatório)

– Para a categoria de cadeia alimentar I (embalagens), o seguinte requisito GFSI adicional se aplica:

  • além da cláusula 8.5.1.3 da ISO 22000: 2018, a organização deve ter requisitos específicos, caso a embalagem seja usada para transmitir ou fornecer um efeito funcional nos alimentos (por exemplo, extensão da vida útil). (1/1/20 e mandatório)

– Para a categoria CI de cadeia alimentar, os seguintes requisitos adicionais do GFSI se aplicam:

  • além da cláusula 9.2 da ISO / TS 22002-1: 2009, a organização deve ter uma política para a aquisição de animais, peixes e frutos do mar que estão sujeitos ao controle de substâncias proibidas (por exemplo, produtos farmacêuticos, medicamentos veterinários, metais pesados e pesticidas);
  • além da cláusula 10.1 da ISO / TS 22002-1: 2009, a organização deve especificar requisitos para um processo de inspeção em estábulos e / ou evisceração para garantir que os animais sejam adequados para consumo;
  • além da cláusula 16.2 da ISO / TS 22002-1: 2009, a organização deve especificar requisitos que definem o tempo pós-abate e temperatura em relação ao resfriamento ou congelamento dos produtos. (1/1/20 mandatório)

– Para a cadeia alimentar da categoria G (prestação de serviços de transporte e armazenamento), programas atuais de pré-requisito, a norma NEN / NTA 8059: 2016 será substituída pela recém publicada ISO / TS 22002-5: 2019 com base em uma avaliação de lacunas. (1/1/2021 mandatório)

– Os seguintes requisitos modificados se aplicam ao requisito de esquema abaixo:

3.5.3 Atribuição de subcategorias (inicial e extensão)

1) Após a aprovação inicial, os auditores devem ser aprovados / qualificados por

subcategoria (consulte a Parte 1, tabela 1). Para atribuir subcategorias a um

auditor, o OC deve demonstrar que está em conformidade com os

seguintes requisitos:

  1. a) experiência:
  2. seis (6) meses de experiência profissional na subcategoria (onde alimentos

trabalho de consultoria de segurança ou qualidade é usado para demonstrar o trabalho experiência, a quantidade de mandatos será de até seis meses)

OU

  1. cinco (5) auditorias contra um esquema aprovado pelo GFSI, HACCP holandês ou

ISO 22000 na subcategoria como auditor qualificado OU

iii. cinco (5) auditorias contra um esquema aprovado pelo GFSI, HACCP holandês

ou ISO 22000 na subcategoria como estagiário sob a supervisão de um auditor qualificado para a subcategoria OU

  1. Uma combinação dos anteriores
  2. b) competência específica demonstrada na subcategoria
  3. c) atender aos critérios de competência do OC para a subcategoria

2) O OC deve ter critérios de competência definidos para cada subcategoria a garantir o conhecimento de produtos, processos, práticas e leis aplicáveis e regulamentos da subcategoria relevante. Competência em todo o mundo subcategoria deve ser demonstrada. Onde o OC se dividiu ainda mais subcategorias, deve ficar claro para quais partes da subcategoria o auditor está qualificado. (1/1/2020 mandatório)

– O modelo de certificado CB foi revisado para incluir um rodapé omitido e referência correta à norma ISO 22000: 2018. (1/1/20 mandatório)

Na segunda alteração, o documento fornece os requisitos para o processo de atualização do FSSC 22000 V4.1 para o FSSC 22000 V5, devido aos motivos:

  • Publicação da nova norma ISO 22000: 2018
  • Inclusão da lista de decisões do Conselho de Interessados
  • Conformidade com os requisitos GFSI
  • Processo de melhoria contínua

As partes interessadas relevantes consideradas são:

  • Organismos de certificação (OCs)
  • Organismos de acreditação (ABs)
  • Organizações de treinamento (TO)

Incluiram uma revisão possível dos diferentes cenários de auditoria de atualização da v5:

2017 2018 2019 2020 2021 2022
V. 3.2

Recertificação

v. 4.1 S1

Atualização

 v. 4.1 S2

Não anunciada

v. 5.0

Recertificação

V. 5.0 S1

Anunciada ou sem aviso prévio

v. 5.0 S2

Anunciada ou sem aviso prévio

v. 3.2 S1 v. 4.1 S2

Atualização

v. 4.1 Recertificação v. 5.0 S1 Atualização v.5.0 S2

Sem aviso prévio

v. 5.0 Recertificação
v. 3.2 S2 v. 4.1 Recertificação v. 4.1 S1 Anunciada v. 5.0 S2 Atualização V. 5.0 Recertificação v. 5.0 S1 Sem aviso prévio
v. 3.2 S2 v. 4.1 Recertificação v. 4.1 S1

Sem aviso prévio

v. 5.0 S2 Atualização v. 5.0 Recertificação v. 5.0 S1

Anunciada ou sem aviso prévio

 

Na terceira mudança, houve alteração no Anexo 4 – CB templates dos certificados FSSC v.5, incluindo 8 modelos de layout dos certificados:

  1. FSSC 22000
  2. FSSC 22000 com sede (ver Parte III, seção 5.2.1)
  3. FSSC 22000 com atividades externas (consulte a Parte III, seção 5.2.2)
  4. FSSC 22000 com atividades em vários locais (consulte a Parte III, seção 5.3)
  5. FSSC 22000-Quality
  6. FSSC 22000-Quality com sede
  7. FSSC 22000-Quality com atividades externas
  8. FSSC 22000-Quality com atividades em vários locais

A quarta atualização refere-se à categoria G (transporte e armazenamento) sobre as lacunas entre a NEN / NTA 8059: 2016 e a nova ISO / TS 22002-5: 2019 para o PPR específico desse escopo.

Já a 5ª mudança, trata-se de um guia de orientação da nova ISO22.000:18 para a implementação de HACCP, a fim de garantir um sistema eficaz de gerenciamento de segurança de alimentos.  Aqui, as empresas podem se apoiar nos seguintes aspectos:

  • Alinhamento na estrutura de alto nível ISO, que traz nova estrutura e nova gestão requisitos do sistema em relação ao pensamento baseado em risco no nível organizacional (figura 1 – compara as estruturas anexo SL com a HLS);
  • Elevação de PPROs mais próximos dos PCCs para o ‘Plano de controle de perigos’ no lugar do plano HACCP, com esclarecimentos sobre o requisito de categorização e gerenciamento dos dois tipos de medidas de controle de riscos significativos (tabela 3 – mostra as diferenças entre PPROs e PCCs na ISO 22000: 2018);
  • Mudança significativa que é o controle de processos, produtos e serviços fornecidos externamente, incluindo elementos desenvolvidos externamente da gestão da segurança de alimentos (abordados nas cláusulas 7.1.5 e 7.1.6 da ISO 22000: 2018).

E você, que está certificado ou em busca desse protocolo, já sabia dessas mudanças e até já está se adequando? Conte-nos!

4 min leituraO Esquema FSSC 22.000 v.5 publicou em sua homepage algumas alterações que foram: Lista de decisões do Conselho de Stakeholders Anexo 4 Modelos de certificado CB Requisitos de processo de atualização […]

3 min leitura
0

Principais mudanças da versão 5 da FSSC 22000

3 min leitura

No dia 3/6/19 foi publicada a versão 5  da FSSC 22000  e este post traz as principais mudanças:

1) Os principais fatores que iniciaram o desenvolvimento desta versão foram:
– publicação da nova norma ISO 22000: 2018  em 19 de Junho de 2018;
– período de transição de 3 anos para  para a nova norma ISO 22000: 2018 , conforme determinado pelo International Accreditation Forum (IAF) até 29 junho de 2021;
– permissão de auditorias de sistemas de gestão integrada para FSSC 22000-Qualidade;
– melhoria dos requisitos da versão anterior;
– conformidade com a Iniciativa Global Food Safety (GFSI) – Requisitos de Benchmarking;
– conformidade com os requisitos dos órgãos acreditadores competentes.

2) O esquema consiste em 6 partes e 2 apêndices, além disso, há 7 anexos. Por último, existem documentos de orientação sobre vários tópicos para fornecer suporte adicional. Todos os documentos podem ser baixados gratuitamente no site do protocolo holandês (https://www.fssc22000.com/scheme/scheme-documents/).

3) A parte 2 contempla os requisitos adicionais (item 2.5), a serem seguidos pelas organizações certificadas ou as que buscam essa certificação reconhecida pelo GFSI, que são:
2.5.1) Gestão de Serviços, além cláusula 7.1.6 da ISO 22000: 2018, a organização deve assegurar que, em caso de serviços de análises laboratoriais externos são usados para a verificação e/ou validação de segurança de alimentos (não apenas de insumos críticos), estas devem ser realizadas por um laboratório competente, que tem a capacidade de produzir resultados de testes precisos e repetitivos usando métodos de ensaio validados e as melhores práticas (por exemplo, participação bem sucedida em programas de ensaios de proficiência, os programas aprovados por agências reguladoras ou acreditação de normas internacionais, como ISO 17025);

2.5.2) Rotulagem dos produtos, além cláusula 8.5.1.3 do ISO 22000: 2018, a organização deve assegurar que os produtos acabados são rotulados de acordo com toda a segurança de alimentos aplicáveis (maior ênfase nesse caso), incluindo alergênicos, requisitos estatutários e regulamentares no país de venda pretendida.

2.5.3) Defesa de alimentos (food defense) com texto mais objetivo: a organização deve ter um procedimento documentado implementado para realizar uma avaliação da ameaça para identificar e avaliar potenciais ameaças, desenvolver e implementar medidas de mitigação de ameaças significativas, com um plano de defesa de alimentos com as medidas de mitigação nos processos e produtos no âmbito SGSA da organização.

2.5.4) Mitigação de fraudes alimentares (food fraud) também com texto mais objetivo: a organização deve ter um procedimento documentado no local para realizar uma avaliação de vulnerabilidades de fraude alimentar para identificar e avaliar as potenciais vulnerabilidades, desenvolver e implementar medidas de mitigação de vulnerabilidades significativas, com um plano de mitigação de fraude alimentares documentado que especifique as medidas de mitigação que cobrem os processos e os produtos no âmbito SGSA da organização.

2.5.5) Uso do logo: as organizações certificadas, organismos de certificação e organizações de formação que ministram treinamentos (atenção que não são apenas as organizações certificadas) devem utilizar o logotipo apenas para atividades de marketing, website e materiais promocionais. A organização certificada não tem permissão para usar o logotipo FSSC 22000, qualquer declaração ou fazer referência ao seu status de certificado em um produto, sua rotulagem, sua embalagem (primária, secundária ou qualquer outra forma) e de qualquer outra forma que implica que o esquema FSSC 22000 aprova um produto, processo ou serviço.

2.5.6) Gestão de alergênicos (aplicável aos escopos das categoriais C, E, FI, G, I e K – aumento de escopos) a organização deve ter um plano de gestão de alergênicos documentado incluindo a avaliação de risco abrangendo todas as fontes potenciais de contaminação cruzada e as medidas de controle para reduzir ou eliminar o risco desta.

2.5.7) Monitoramento ambiental (categorias C, I e K): risco baseado em programa de monitoramento ambiental, com procedimento documentado para a avaliação da eficácia de todos os controles afim de evitar a contaminação a partir do ambiente de fabricação e esta deve incluir, no mínimo, a avaliação dos controles microbiológicos e alérgenos presentes e dados das atividades de monitorização, incluindo a análise de tendência.

2.5.8) Formulação de produtos somente para a categoria D, a organização deve dispor de procedimentos para gerenciar o uso de ingredientes que contêm nutrientes que podem ter impacto adverso à saúde animal.

2.5.9) Transporte e entrega somente para a categoria FI, a organização deve assegurar que o produto é transportado e entregue sob condições que minimizam o potencial para a contaminação.

Sua empresa já está se preparando para essa versão? Conte-nos !

3 min leituraNo dia 3/6/19 foi publicada a versão 5  da FSSC 22000  e este post traz as principais mudanças: 1) Os principais fatores que iniciaram o desenvolvimento desta versão foram: – […]

2 min leitura
3

Guia prático para um upgrade suave na FSSC 22000 v 5.0

2 min leitura

Você sabia que está prevista para maio de 2019 a publicação da FSSC 22000 na versão 5.0? Esta atualização bastante profunda incorporará a ISO 22000:2018 e novos requisitos adicionais do Foundation, além de manter a ISO TS 22000 de cada categoria. De 91 requisitos da ISO 22000, 68 foram alterados. Alguns foram completamente modificados! As alterações demandarão mudanças no desenho do sistema e em algumas rotinas das empresas já certificadas. A incorporação do anexo HSL, herdado da ISO 9001:2015, e um novo olhar a alguns tópicos do APPCC são itens de maior impacto. Os requisitos adicionais serão publicados no site www.fssc.org  e eventualmente podem trazer novidades, já que se esperam revisões no texto.

 

Siga o passo-a-passo para uma transição suave para a FSSC 22000 v 5.0:

1) Capacite a ESA e pessoal-chave na nova versão da ISO 22000
2) Capacite a ESA e pessoal-chave em gerenciamento de riscos aplicado à
segurança dos alimentos. Caso sejam certificados na ISO 9001, a carga
horária poderá ser menor, contudo recomendamos pelo menos um treinamento de alinhamento para ampliar o escopo.
3) Realize a análise de contexto, identificação das partes interessadas e suas necessidades, além do gerenciamento de riscos e oportunidades.
4) Revise seu programa de pré-requisitos, considerando os requisitos
adicionais do Foundation.
5) Revise o APPCC já considerando as mudanças da ISO 22000:2018
6) Revise os procedimentos de gestão com base na ISO 22000:2018
7) Implemente um procedimento de gerenciamento de mudanças

Não seja pego desprevenido.

As auditorias na versão 5.0 começarão a acontecer em janeiro de 2020.

A Flavor Food, dentro de um pacote estruturado de consultoria, oferece um
kit de soluções para realizar essa transição de forma consistente, prática e
compatível com a realidade da sua empresa
, como você já sabe.

A ABNT circulou a consulta pública da ISO 22000:2018, já tendo sido encerrado o período de contribuições.  A versão consolidada você deverá adquirir em breve no site www.abnt.org.br


Fale conosco para saber mais.
contato@flavorfood.com.br
WhatsApp. 19 997337845

2 min leituraVocê sabia que está prevista para maio de 2019 a publicação da FSSC 22000 na versão 5.0? Esta atualização bastante profunda incorporará a ISO 22000:2018 e novos requisitos adicionais do Foundation, além […]

2 min leitura
1

O que é a FSSC 22.000-Q?

2 min leitura

Nossos leitores solicitaram maiores informações sobre a certificação FSSC 22.000-Q. O modelo deste  certificado pode ser visto aqui, após aprovação na auditoria adicional voluntária do Esquema, integrando o sistema de gestão de Qualidade ao de Segurança de Alimentos. 

Vamos discutir neste post o que há de diferente entre o Esquema FSSC 22.000 e o FSSC 22.00-Q. A letra “Q”, que é de Qualidade, onde há a integração da ISO 9001:2015 (vigente), pois a FSSC 22.000:05 utiliza como referência normativa a ISO 9001:00.

O benefício deste é a oportunidade de integrar o gerenciamento da qualidade de alimentos ao escopo da certificação FSSC 22000.

Para atender a essa demanda, um módulo adicional voluntário da ISO 9001:2008 foi incluído no sistema de certificação FSSC 22000, possibilitando a oferta de uma certificação combinada FSSC 22000 e ISO 9001. Desde 1º de março de 2015, a certificação FSSC 22000-Q está disponível para organizações que desejam incluir o gerenciamento da qualidade de alimentos em seu escopo de certificação. Somente organizações que são FSSC 22000 certificadas podem integrar a ISO 9001 e adquirir um certificado FSSC 22000-Q. Organizações podem ainda continuar a optar por uma certificação separada ISO 9001, como, por exemplo, o atendimento aos clientes de diversos segmentos. Exemplificando: uma indústria química que produz CMC (carboximetilcelulose, um espessante) atende clientes dos ramos alimentícios e automobilísticos, mas esses últimos não conhecem ou não aplicam a certificação de alimentos, então optam por ter certificados separados.

Informações adicionais são publicadas como perguntas e respostas para apoiar o uso e desenvolvimento deste módulo neste endereço eletrônico: http://www.fssc22000.com/documents/pdf/faq/fssc-22000-q-q_a-november-20151126.pdf

Não devemos nos esquecer de que a norma ISO 9001 é, e provavelmente continuará sendo, a porta de entrada para a implementação de sistemas de gestão pela maioria das organizações. Ainda que não seja um requisito, a certificação de 3ª parte permanecerá um dos principais motores da norma, encorajando as organizações a olharem além da conformidade com um conjunto de requisitos. Outro exemplo tangível é a nova ISO 14001 de 2015, que contém requisitos de sustentabilidade relacionados, como relato e comunicação externa e  controle e planejamento da cadeia de valor.

Entendo que a nova versão da ISO 22.000 publicada em 19 de junho de 2018 não estabelece critérios específicos para o desempenho de segurança de alimentos, nem é prescritiva sobre o projeto de um sistema de gestão, mas está harmonizada com a estrutura de alto nível (HLS) colocando mais ênfase nas metas e objetivos integrados aos processos de negócio, ou seja, ela já faz a “fusão” com a versão em vigor da ISO 9001:15, desenvolvendo negócios sustentáveis por meio da identificação do contexto da organização, seus stakeholders e análise de risco, garantindo o controle de riscos combinando os PPRs, os PPROs e o plano HACCP, garantindo a conformidade com os requisitos (legal / clientes / partes interessadas), melhorando continuamente os processos baseados na medição objetiva e abordagem baseada em risco.

As vantagens principais da versão de 2018 na ISO 22.000, que compõe o Esquema, são:

  • Compatibilidade aprimorada de padrões
  • Mais fácil implementar novos padrões
  • Mais fácil integrar padrões em um sistema de gerenciamento
  • Aumentar o valor para os usuários
  • Maior eficácia no desenvolvimento de padrões para os comitês técnicos
  • Ter “pensamento baseado em riscos” cujo propósito não é eliminar o risco, mas entendê-lo de forma a tirar vantagem dos riscos positivos e minimizar os riscos negativos.

Resumidamente, a nova ISO 22.000:2018 já incluiu a estrutura da ISO 9001:15. Daí surge o questionamento: será que a FSSC 22.000-Q continuará existindo?

Fonte da imagem: Neville Clark 

2 min leituraNossos leitores solicitaram maiores informações sobre a certificação FSSC 22.000-Q. O modelo deste  certificado pode ser visto aqui, após aprovação na auditoria adicional voluntária do Esquema, integrando o sistema de gestão […]

2 min leitura
3

Requisitos adicionais da FSSC 22000 vigentes a partir de janeiro pegam empresas de surpresa

2 min leitura

Empresas certificadas em FSSC 22000 que foram auditadas neste início de ano podem estar sendo pegas de surpresa segundo relato recente de uma organização que passou por uma auditoria de acompanhamento. Já está sendo cobrado o cumprimento dos novos requisitos direcionados aos Organismos de Certificação (OC) que foram publicados no site da FSSC 22000.

Alguns são mais gerais para a indústria de alimentos e se aplicam a praticamente toda a cadeia:

-2.1.4.1, o OC é obrigado a avaliar se a organização, no caso de de uma emergência, um fornecedor não aprovado deve ser avaliado e o produto deve atender às especificações (apenas para as categorias de cadeia alimentar C, I, G e K).

-5.7, o OC deve avaliar se a organização possui um procedimento de gerenciamento de incidentes que é testado regularmente (somente para as categorias de cadeia alimentar C, D, I, G e K)

-Além da cláusula 7.9 da ISO 22000: 2005 e de acordo com os requisitos legais e regulamentares em muitos países, a EC deve avaliar se a organização especificou os requisitos de rastreabilidade para identificação exclusiva de seus produtos finais (somente para cadeia alimentar categorias C, I e K).

Outros mais específicos:

-4.6.3, o OC deve avaliar se a organização especificou requisitos determinando que quando materiais reciclados, material à base de plantas ou aditivos funcionais forem usados, deve haver dados suficientes para garantir o contato seguro com alimentos e a documentação das alegações (somente para a categoria de cadeia alimentar I).

-2.1.4.8.2, o Organismo de Certificação deve avaliar se a organização gerencia adequadamente o uso de ingredientes que contêm substâncias que podem ser deletérias para certas classes de animais (para as categorias de cadeia alimentar DI e DII só).

-2.1.4.8.2, o Organismo de Certificação deve avaliar se a organização gerencia adequadamente o uso de ingredientes que contêm substâncias que podem ser deletérias para certas classes de animais (para as categorias de cadeia alimentar DI e DII só).

Não quer ser pego de surpresa? Corra ao site, leia a relação completa e confira se a sua empresa já atende os requisitos:

http://www.fssc22000.com/documents/graphics/version-4-1-downloads/decisionlist-bos-26nov18-final.pdf

 

2 min leituraEmpresas certificadas em FSSC 22000 que foram auditadas neste início de ano podem estar sendo pegas de surpresa segundo relato recente de uma organização que passou por uma auditoria de […]

2 min leitura
7

Novas informações sobre atualização do esquema FSSC 22000 v.5

2 min leitura

A FSSC divulgou em seu site informações sobre o processo de atualização do esquema de certificação da atual versão 4.1 para a versão 5. As principais razões para mudanças na nova versão da FSSC 22000 v.5 são:

– Publicação do novo padrão ISO 22000: 2018

– Inclusão da lista de decisões do Conselho de Partes Interessadas

– Conformidade com os requisitos da GFSI

– Processo de melhoria contínua

A seguir algumas informações importantes que foram divulgadas:

– O novo esquema (versão 5) será publicado em maio de 2019;

– As auditorias na versão 4.1 só poderão ser feitas até 31/12/2019;

– As auditorias para atualização do certificado deverão ocorrer entre 01/01/2020 até 31/12/2020;

– Certificados da versão 4.1 serão válidos até 29/06/2021;

– Serão mantidas as Fases 1 e 2 da auditoria;

– Não haverá alteração no tempo de auditoria (leia mais sobre tempo de auditoria neste post).

Organismos de certificação (OC)

A publicação trouxe informações importantes para os Organismos de Certificação, que terão até 31/12/2019 para atualizar o escopo. Caso o prazo não seja atendido deverão informar a Fundação.  Todo o pessoal envolvido no processo de certificação deverá receber treinamento na versão 5 do esquema.

Os auditores deverão passar por uma requalificação. Serão válidos como evidências registro do treinamento incluindo um exame. O conteúdo deverá conter:

– Requisitos padrão da ISO 22000: 2018

– Requisitos adicionais do FSSC 22000 v.5 (consulte a Parte II dos requisitos do esquema)

– Novos auditores: o OC deve seguir os requisitos descritos no Esquema FSSC 22000 v.5 para qualificação de auditor.

Organismo de Acreditação

Também foram definidos requisitos para os organismos de acreditação. Estes deverão avaliar se todos os requisitos da versão 5 foram incluídos no sistema de gerenciamento dos organismos de acreditação, se o pessoal envolvido foi treinado e auditores qualificados. As deficiências identificadas no sistema de gestão deverão ser tratadas em plano de ação.

Organizações de treinamento

Já as Organizações de treinamento licenciadas pela Fundação FSSC só poderão oferecer treinamentos do novo esquema após a publicação do mesmo em maio/2019, antes disto somente pode ser oferecida a versão vigente (4.1).

Veja o comunicado completo no link:

http://www.fssc22000.com/documents/graphics/version-4-1-downloads/fssc-22000-v5-upgrade-process-dec18.pdf

2 min leituraA FSSC divulgou em seu site informações sobre o processo de atualização do esquema de certificação da atual versão 4.1 para a versão 5. As principais razões para mudanças na nova […]

< 1 min leitura
6

FSSC 22000 em português – requisitos adicionais em tradução livre

< 1 min leitura

Você já deve ter tentado procurar na internet a “norma” FSSC 22000 em português e talvez tido alguma dificuldade.

A história deste esquema de certificação, que é o preferido no Brasil é um pouco peculiar, dado que diferentemente de outras normas de certificação em segurança dos alimentos, o esquema é uma “colcha de retalhos” pois ele foi sendo composto por anexos à medida que ia se adequando aos requisitos do GFSI.

Lembrando: a FSSC 22000 é uma composição de normas.

FSSC 22000 = ISO 22000 + ISO TS 22002-1 + Requisitos adicionais

Desta composição, somente é de acesso público e gratuito, o módulo de requisitos adicionais.

Toda esta introdução é para dar a boa notícia que um leitor do blog, o Alessandro da Silva, que é assessor da qualidade e especialista em gestão, teve o cuidado e carinho de traduzir este módulo da FSSC 22000 e agora ela está disponível para todos nós! Observação: trata-se de uma tradução livre, leve isso em consideração.

Clique aqui e faça bom uso!

< 1 min leituraVocê já deve ter tentado procurar na internet a “norma” FSSC 22000 em português e talvez tido alguma dificuldade. A história deste esquema de certificação, que é o preferido no […]

2 min leitura
5

Uma opção de árvore decisória para a FSSC 22.000

2 min leitura

Sempre que vamos implantar um Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos somos questionados sobre uma forma simplificada para entendermos e classificarmos uma etapa de processo como PCC ou PPR ou PPRO.

Algumas empresas criam seus próprios fluxos lógicos para esta decisão, considerando os requisitos legais, normativos e até exigências de clientes.

Entretanto, diferentemente do Codex alimentarius e até do MAPA, nos quais temos a árvore decisória, a FSSC 22000:2017 v. 4.1 não traz esse diagrama, porém dispõe de uma sequência, também lógica, em forma de texto, que está lá na ISO 22000:2005 (traduzida em 2006 pela ABNT) no item 7.4.4 da letra “a” até a letra “g”. Veja:

Com o objetivo de agilizar o processo de entendimento das empresas e facilitar a implantação, elaborei uma sugestão de árvore decisória atendendo aos requisitos da ABNT NBR ISO 22000:2006 e portanto aos requisitos da FSSC 22000 v. 4.1 também. Olha só:

O que achou? Conte nos comentários para mim. Até o próximo post.

Autora convidada: 

 

Viviane Godeguez.

Profissional com 15 anos de experiência em consultoria em assuntos regulatórios para Alimentos e Bebidas. Atuando na garantia da qualidade com Interpretação e internalização de legislação nacional (ANVISA, MAPA, INMETRO, MJ, MT e correlatos) e internacionais referentes a alimentos (rotulagem, aditivos, registro, regulamento técnico de identidade e qualidade, processos); suporte técnico e legal às diversas áreas de produção dos alimentos, acompanhamento em projetos de novos produtos, análise sensorial; avaliação do processo de fabricação e formulação segundo a respectiva legislação vigente; elaboração do dossiê / documentos com todas as informações legais exigidas para desenvolvimento do rótulo e registros (nome do produto, tabela nutricional, lista de ingredientes e outros); análise de rótulo e elaboração e acompanhamento do processo de registro. Idiomas inglês, espanhol e italiano. Mestre em Nutrição e Dietética, pela Universidad Europea Miguel de Cervantes (Espanha). Experiência em organizar e ministrar eventos técnicos, tutorias em EAD – Ensino à Distância, além de auditorias e implantação de Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos segundo as normas ISO 9000, ISO 22000, Codex Alimentarius, ISO 14000, ISO 17025, Auditora Líder FSSC 22000 pelo IRCA. Foi Coordenadora Técnica na ABIMA. Gerente comercial do e-commerce: www.tudoparalaboratorios.com.br. Conteudista SGS Academy, professora Convidada IPOG no MBA de engenharia da gestão da segurança para alimentos. Coordenadora Técnica na REMESP e profissional convidada para assessorar os eventos e Marketing da ABEA. Participação de campanhas sociais e de sustentabilidade.

 

https://www.linkedin.com/in/viviani-g-57122994/


2 min leituraSempre que vamos implantar um Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos somos questionados sobre uma forma simplificada para entendermos e classificarmos uma etapa de processo como PCC ou PPR […]

2 min leitura
5

Como se preparar para a implementação da nova norma ISO 22.000:2018 (III)

2 min leitura

Dando continuidade à série para auxiliar nossos leitores na migração para a nova versão da norma ISO 22.000:2018, trataremos nesse post da abordagem de riscos, associados aos seus objetivos.

O pensamento baseado em risco permite que uma organização determine os fatores que podem fazer com que seus processos e seu SGSA se desviem dos resultados planejados e estabeleça controles para evitar ou minimizar os efeitos adversos. Na versão ISO 22.000:2018, o tema é considerado em dois níveis, organizacional (3.3.2) e operacional (3.3.3), o que é consistente com a abordagem do processo.

O item 3.3.2 da nova ISO 22.000 aborda o Gerenciamento de risco organizacional

Risco é o efeito da incerteza e qualquer incerteza pode ter efeitos positivos ou negativos. No contexto da gestão de risco organizacional, um desvio positivo decorrente de um risco pode proporcionar uma oportunidade, mas nem todos os efeitos positivos do risco resultam em oportunidades.

Para estar em conformidade com os requisitos deste documento, uma organização planeja e implementa ações para tratar dos riscos organizacionais (cláusula 6). A abordagem dos riscos estabelece uma base para aumentar a eficácia do SGSA, obtendo melhores resultados e evitando efeitos negativos.

Já no item 3.3.3, a análise de risco aborda também os Processos Operacionais. O conceito de pensamento baseado em risco segundo os princípios do HACCP no nível operacional está implícito nessa versão. As etapas subsequentes do HACCP podem ser consideradas como as medidas necessárias para prevenir ou reduzir os riscos a níveis aceitáveis para garantir que os alimentos sejam seguros no momento do consumo (cláusula 8).

As decisões tomadas na aplicação do HACCP devem basear-se na ciência, livre de preconceitos e documentadas. A documentação deve incluir quaisquer premissas-chave no processo de tomada de decisão.

Didaticamente estão resumidos na figura abaixo os dois ciclos PDCA:

Fiquem atentos aos próximos posts sobre as mudanças, afinal, como dizia William G. Ward: “Há os que se queixam do vento, os que esperam que ele mude e os que procuram ajustar as velas.”

Fonte: https://www.iso.org/publication/PUB100430.html

2 min leituraDando continuidade à série para auxiliar nossos leitores na migração para a nova versão da norma ISO 22.000:2018, trataremos nesse post da abordagem de riscos, associados aos seus objetivos. O […]

2 min leitura
4

Como se preparar para a implementação da norma ISO 22.000:2018 (II)

2 min leitura

Dando continuidade à série para auxiliar nossos leitores na migração para a versão ISO 22.000:2018, abordaremos a estrutura de alto nível (High Level Structure –  HLS).

A ISO decidiu em 2012 que todas as normas do sistema de gestão devem usar um quadro comum contendo:

  • Estrutura Unificada de Alto Nível (HLS)
  • Texto Comum e Terminologia

As vantagens principais são:

  • Compatibilidade aprimorada da norma
  • Mais fácil de implementar novos normas
  • Mais fácil de integrar normas em um sistema de gerenciamento
  • Aumentar o valor para os usuários
  • Maior eficácia no desenvolvimento de normas para os comitês técnicos.

As 10 seções agora no lugar das 8 da versão de 2005, são:

1 Escopo

2 Referências normativas

3 Termos e definições

4 Contexto da organização

4.1-Compreendendo a organização e seu contexto

4.2-Compreendendo as necessidades e expectativas das partes interessadas

4.3-Determinação do escopo do sistema de gestão de segurança de alimentos

4.4-Sistema de gestão de segurança de alimentos

5 Liderança

5.1 Liderança e comprometimento

5.2 Políticas

5.3 Funções organizacionais, responsabilidades e autoridades

6 Planejamento                                                                              

6.1 Ações para abordar riscos e oportunidades

6.2 Objetivos do sistema de gestão de segurança de alimentos e planejamento

para alcançá-los

6.3 Planejamento de mudanças

7 Suporte

7.1 Recursos

7.2 Competência

7.3 Consciência

7.4 Comunicação

7.5 Informação documentada

8 Operação

8.1 Planejamento e controle operacional
8.2 Programas de pré-requisitos (PPRs)
8.3 Sistema de Rastreabilidade
8.4 Prontidão e resposta a emergências
8.5 Controle de Perigo
8.6 Atualizando as informações especificando os PPRs e o plano de controle de perigos
8.7 Controle de monitoramento e medição
8.8 Verificação relacionada a PPRs e o plano de controle de risco
8.9 Controle de não conformidades de produtos e processos

9 Avaliação de desempenho

9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação
9.2 Auditoria interna
9.3 Análise crítica pela administração

10 Melhoria

10.1 Não conformidade e ação corretiva
10.2 Melhoria contínua
10.3 Atualização do sistema de gerenciamento de segurança de alimentos

Anexo A – Referência cruzada entre o Codex HACCP e ISO 22.000:2018
Anexo B: Referência cruzada entre a ISO 22.000:2018 e a ISO 22000:2005

Em breve publicaremos a parte III desta série de posts, na qual falaremos sobre abordagem de risco.

Para acompanhar esta série desde o início, clique aqui. 

2 min leituraDando continuidade à série para auxiliar nossos leitores na migração para a versão ISO 22.000:2018, abordaremos a estrutura de alto nível (High Level Structure –  HLS). A ISO decidiu em […]

3 min leitura
5

Procedimento para controle de alergênicos em embalagens para alimentos

3 min leitura

A publicação da nova versão da FSSC 22000 (versão 4.1) em julho/2017 trouxe como uma das novidades o requisito adicional relacionado especificamente ao gerenciamento de alergênicos:

Deve existir um plano documentado de gerenciamento de alérgenos que inclua:

a) Avaliação e identificação de potencial contato cruzado por alergênicos;

b) Medidas de controle para reduzir ou eliminar o risco de contato cruzado;

c) Validação e verificação de efetiva implementação.

Todos os produtos finais intencionalmente ou potencialmente contaminados com materiais alergênicos devem ser rotulados de acordo com regulamentos de acordo com requisitos de rotulagem do país de fabricação e de destino do produto”.

Esse requisito é aplicável ao segmento de fabricantes de embalagem primária para indústria de alimentos, e no primeiro momento surgiram as dúvidas: “Se não temos MP/ingrediente alimentício em nosso processo, ainda assim teremos que fazer um procedimento? O que deverá constar neste plano?”

Este post traz algumas sugestões do que você pode incluir no seu procedimento:

1. Avaliação dos insumos x composição – esta avaliação consiste em verificar se existe na lista de ingredientes do insumo alguma proteína alergênica listada na RDC 26/15. Atenção especial ao látex natural!

2. Avaliação dos lubrificantes grau alimentício x composição – por ser grau alimentício, este tipo de lubrificante é composto de ingredientes alimentícios, e em alguns casos pode ser derivado de óleo de amendoim ou óleo de soja, por exemplo.

Estas informações (1) e (2) serão obtidas pela comunicação com os fornecedores. Você pode enviar um questionário específico sobre o tema, solicitar uma declaração formal que confirme ausência de alergênicos na composição, etc.

  • Avaliação do risco de contaminação cruzada de alimentos pelos colaboradores. Para esta análise considerar: existe local definido e específico para o consumo de alimentos? Esta área está localizada distante das instalações fabris? Os colaboradores cumprem o procedimento de não trazer e guardar alimentos em armários/vestiários? Antes de iniciar as atividades os colaboradores fazem a correta higienização das mãos?
  • Existemnas proximidades da planta fábricas que processam alimentos? Atenção especial para alimentos em pó (leite em pó, por exemplo) que podem propiciar a contaminação cruzada. Obs.: os insufladores captam ar do ambiente externo para dentro da sua planta. Essa avaliação levará a pensar nas barreiras, por exemplo: “os filtros dos insufladores são adequados? São inspecionados periodicamente?”.

5 – Após avaliação do potencial de contaminação cruzada de alérgenos, é necessário demonstrar quais medidas de controles já estão ou devem ser implementadas.

Seguem alguns exemplos:

Potencial de contaminação

Medidas de controle

Presença de alergênico na composição do insumo – Realizar análise das fichas técnicas dos insumos adquiridos

– Enviar questionário sobre alergênicos aos fornecedores

– Solicitar ao fornecedor declaração formal de ausência de alergênicos para cada insumo

Presença de alergênico na composição do lubrificante grau alimentício – Realizar análise das fichas técnicas dos lubrificantes adquiridos

– Enviar questionário sobre alergênicos aos fornecedores

– Solicitar ao fornecedor declaração formal de ausência de alergênicos para cada lubrificante

Contaminação cruzada de alimentos alergênicos pelos colaboradores – Definir área específica localizada distante das instalações da fábrica, para o consumo de alimentos pelos colaboradores, e também definir os horários para alimentação

– Em casos específicos, avaliar necessidade de troca de uniforme antes e após consumo de alimentos.

– Proibir a guarda de alimentos no armário do vestiário

– Reforçar a importância da higienização de mãos antes de retornar às atividades

– Conscientizar colaboradores sobre alergênicos e os riscos de contaminação cruzada em caso de não atendimento dos procedimentos definidos

6 – Para finalizar, é necessário comprovar que as medidas de controles definidas são de fato eficazes, ou seja, validar e verificar a efetiva implementação. Para isto você pode, por exemplo, incluir na auditoria de PPR periódica o item gerenciamento de alergênicos e checar se o que foi proposto está sendo cumprido.

3 min leituraA publicação da nova versão da FSSC 22000 (versão 4.1) em julho/2017 trouxe como uma das novidades o requisito adicional relacionado especificamente ao gerenciamento de alergênicos: “Deve existir um plano […]

2 min leitura
0

Como se preparar para a implementação da nova ISO 22.000:2018

2 min leitura

Começamos aqui uma série para auxiliar nossos leitores na migração para a nova versão da norma ISO 22.000:2018, publicada em 19/06/18. O prazo é de 3 anos para se adequarem às mudanças nos requisitos, implementando um plano gradativo a partir da definição das ações adicionais necessárias. Esta segunda edição cancela e substitui a primeira edição (ISO 22000: 2005), que foi tecnicamente revisada pela adoção de uma sequência de cláusulas revisadas. Esperamos que curtam e interativamente nos contactem para as discussões. Vamos lá!

Iniciamos esse primeiro post abordando o porquê da necessidade da revisão. Desde a primeira publicação, muita coisa mudou nas relações entre os elos da cadeia produtiva de alimentos, e as organizações que decidiram optar por este padrão, dentro de seu programa de melhoria contínua, passaram a enfrentar novos desafios em segurança de alimentos, incluindo contaminações intencionais em nível mundial.

As normas da série ISO são revisadas a cada cinco anos para determinar se uma revisão é necessária, para garantir que permaneçam relevantes e úteis para qualquer organização. E assim foi feito, mesmo que com atraso!

A versão traz um maior alinhamento à estrutura dos padrões ISO 9001, 14001, 45001, bem como esclarecimentos de conceitos chaves, tais como:

1 – A estrutura de alto nível: para tornar a vida mais fácil para as empresas (e auditores) que utilizam mais do que um padrão de sistema de gestão, a nova versão da ISO 22000 segue a mesma estrutura que todas as outras normas do sistema de gestão ISO, a High Level Structure (HLS).

2 – A abordagem de risco: a norma agora inclui uma abordagem diferente para entender o risco. O “pensamento baseado no risco” permite que uma organização determine os fatores que podem fazer com que seus processos e seu SGSA se desviem dos resultados planejados e estabeleça controles para evitar ou minimizar os efeitos adversos.

3 – O ciclo PDCA: a norma clarifica o ciclo Plan-Do-Check-Act, tendo dois ciclos separados no padrão trabalhando em conjunto: um abrangendo o sistema de gestão (estratégico) e outro cobrindo os princípios do HACCP (operacional). O ciclo PDCA permite que uma organização garanta que seus processos tenham recursos e gerenciamento adequados e que as oportunidades de melhoria sejam determinadas e implementadas.

4 – O processo de operação: uma descrição clara é dada para as diferenças entre termos-chave como: Pontos de Controle Críticos (PCCs), Programas de Pré-requisitos Operacionais (PPROs) e Programas de Pré-Requisitos (PPRs), com foco na segurança de alimentos relacionada com a presença de riscos no momento do consumo (consumo pelo consumidor).

Fica aqui o convite para que nos sigam nos próximos posts sobre este tema!

2 min leituraComeçamos aqui uma série para auxiliar nossos leitores na migração para a nova versão da norma ISO 22.000:2018, publicada em 19/06/18. O prazo é de 3 anos para se adequarem […]

4 min leitura
0

Empresas de embalagens para alimentos: vale a pena ter a certificação FSSC 22000?

4 min leitura

Quer saber o que as empresas de embalagens de alimentos com certificação FSSC 22000 dizem sobre os benefícios de ter esta norma?

Em uma pesquisa realizada no Brasil, foi possível identificar os principais resultados obtidos após a certificação.

Para as organizações, certificar-se é um processo voluntário, mas de grande importância considerando que a adoção da prática de gestão tem vantagem principalmente no mercado internacional. A certificação garante que a organização esteja sempre buscando melhoria nos seus processos administrativos e produtivos (CARVALHO; PALADINI, 2006), além de ser um meio de aproximação entre clientes e empresas, pois o atendimento das necessidades e das expectativas dos clientes, através da utilização de um sistema padrão de gestão, pode ser convertido em melhoria dos resultados para as organizações (TARÍ; MOLINA, 2002).

Os benefícios declarados que já obtiveram as dezoito empresas respondentes estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1- Benefícios obtidos após certificação na FSSC 22000

Benefícios

Melhoria da qualidade e segurança de seus produtos

Maior conscientização dos colaboradores

Aumento da satisfação e/ou confiança dos clientes

Melhoria na imagem da empresa

Melhoria organizacional interna

Redução número de auditorias de cliente

Captação de novos clientes

Comunicação mais organizada e objetiva

Aumento da produtividade

Redução de produtos não conformes

Redução de reclamação de cliente

Redução de não conformidades

Nº de Citações

13

11

11

7

6

6

5

2

2

2

2

2

Fonte: Elaboração do autor

No âmbito dos benefícios resultantes da certificação, é indispensável a avaliação sobre as motivações que levaram as empresas a certificarem-se. Interessante observar no presente trabalho que mesmo as organizações que não demonstraram motivação para a certificação através de fatores internos organizacionais, consideraram que a melhoria da qualidade e segurança de seus produtos (13 citações) e a conscientização dos colaboradores (11 citações) em relação à segurança do produto, estiveram entre os três maiores benefícios da certificação. Desta forma, pode-se afirmar que a melhoria dos produtos e serviços foi consequência da busca da certificação motivada pela satisfação dos clientes.

Esse resultado contradiz a ideia de que os benefícios da certificação estão diretamente relacionados com as características das motivações para a implementação de uma norma e sistema de gestão, conforme sugerido por alguns autores (MAEKAWA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2013).

A pesquisa constatou também benefícios externos da certificação, principalmente o aumento da satisfação e confiança dos clientes (11 citações) e melhoria na imagem da empresa (7 citações).

Uma das empresas, após três anos da obtenção do certificado da FSSC 22000, fez o seguinte relato por meio do responsável pelo sistema de gestão integrado da empresa, que coordenou a implementação da norma desde o princípio: “É perceptível que o maior benefício foi o foco em segurança de alimentos, uma vez que internamente foram elevados os padrões de higiene, organização e importância da segurança do produto pelos colaboradores. Também verificamos que aos olhos dos clientes a empresa se mostrou verdadeiramente compromissada com a segurança do produto que chega ao consumidor final e isso tem facilitado a comercialização, resultando em um crescimento financeiro nos últimos anos. Também constatamos redução de reclamações de clientes ao longo deste período, o que gera ainda mais um impacto positivo na relação entre a organização e eles”.

A melhoria nos processos, produtos e serviços, que são resultados relacionados ao processo interno, é o benefício largamente identificado nos trabalhos de literatura sobre certificação de norma de gestão da qualidade, conforme pesquisa bibliográfica realizada.

O aumento na confiança e satisfação do cliente podem ser explicados uma vez que o processo de certificação obriga a organização a estabelecer e manter em melhoria contínua todos os processos da organização. Isto, por sua vez, obriga os colaboradores a terem uma melhor organização e disciplina na execução do seu trabalho diário, tornando-os mais eficientes no que fazem. Essa mudança promove melhores resultados internos no processo, reduzindo desta forma, problemas relacionados à qualidade final do produto (Ribeiro, 2012).

Foi também avaliado o grau de satisfação da organização, considerando as motivações iniciais em implementar a FSSC 222000 e os resultados obtidos após a certificação desta norma. Segundo as informações dos respondentes (44% satisfeito e 26% muito satisfeito), pode-se concluir que a maioria das empresas está no mínimo satisfeita.

Ressalta-se que a percepção dos benefícios e satisfação em ter a certificação FSSC 22000, apresentadas nesta pesquisa foi avaliada em um espaço curto de tempo, uma vez que se trata de uma norma recentemente publicada.

Os benefícios gerados pela certificação são muitos e estão relacionados tanto a melhorias internas no sistema de gestão da organização e na segurança dos produtos fabricados quanto a ganhos financeiros e de mercado. Sabe-se que o custo total para obter e manter a certificação na FSSC 22000 é alto, pois envolve no mínimo investimentos em contratação de serviço de treinamento e capacitação para os membros da ESA e colaboradores da empresa; contratação de serviço de consultoria e de auditoria interna; adequações de infraestrutura predial, instalações e de equipamentos; realização de análises laboratoriais de insumos, produtos e ambiente (ar, água e equipamentos); processo de auditorias de certificação anual, entre outros. Desta forma, se a motivação para implementar e certificar na FSSC 22000 for estritamente por paridade competitiva e estratégia de mercado, é recomendável uma avaliação financeira previamente à decisão de buscar a certificação FSSC 22000, a fim de verificar se o retorno previsto ao longo do tempo sustenta o custo de ter esta norma. Isto implica em realizar uma análise de quais são ou serão os clientes em potencial, o volume de venda atual versus previsto após a certificação da norma e a manutenção de contratos existentes.

Referência:

CANTANHEDE, VanessaPEREIRA, Karen Signori e BARRETO, Daniel Weingart. FSSC 22000 Packaging Implementation: a Plastics Industry Research. Polímeros [online]. In press. .  Epub 15-Mar-2018. ISSN 0104-1428.  http://dx.doi.org/10.1590/0104-1428.06816.

4 min leituraQuer saber o que as empresas de embalagens de alimentos com certificação FSSC 22000 dizem sobre os benefícios de ter esta norma? Em uma pesquisa realizada no Brasil, foi possível […]

2 min leitura
1

Preparados para a versão ISO 22000:2018?

2 min leitura

No VII Encontro de Profissionais da Qualidade sbCTA, dia 28/05/18, palestrei sobre a nova versão da ISO 22000 (FDIS) abordando a visão geral das principais mudanças propostas e seus impactos, e trago aqui um breve resumo.

A versão final foi aprovada com 94% de consenso (votos contra: Austrália, Irlanda e EUA), dentre os especialistas de mais de 30 países, com publicação em junho de 2018 e prazo de 3 anos para as empresas se adequarem.

O foco da palestra foi a nova estrutura das cláusulas e as mudanças “chave” em comparação com a versão anterior da norma, de 2005.

Essa revisão tem os seguintes objetivos: a harmonização dos requisitos para gestão em segurança de alimentos em um nível global; a norma contribui para assegurar a segurança de alimentos através de toda a cadeia de alimentos, do ambiente rural à mesa do consumidor e a norma não estabelece critérios específicos para desempenho de segurança de alimentos, nem é prescritiva sobre o projeto de um sistema de gestão.

As vantagens principais são:

  • Compatibilidade aprimorada da norma com outras ISOs;
  • Facilitar o trabalho das organizações na interpretação e implementação, e ajudar a avaliação do auditor;
  • Mais fácil de integrar normas em um sistema de gerenciamento, evitando duplicações em sistemas integrados;
  • Gerar maior foco em cada requisito.

As principais mudanças relevantes são:

  • Estrutural (mudanças devido à adaptação do HLS), e
  • Conceitual (outras mudanças que são específicas da ISO 22000).

Na estrutura da versão 2018 se encaixa a ISO 9001/2015, assim:

Nos conceitos, foram introduzidos e/ou fortalecidos:

  • Abordagem por processo
  • Ciclos PDCA (estratégicos para o negócio e operacionais para o produto – HACCP)
  • Gestão de riscos (Recomendação ABNT NBR ISO 31000:2018)

Também houve mudanças em terminologias e glossário.

Finalizei a palestra respondendo ao seguinte questionamento: “Como se preparar para a implementação da nova norma?” As etapas recomendadas para a migração foram:

  • Conheça o conteúdo e os requisitos da ISO 22000: 2018. Se você é um usuário atual da ISO 22000: 2005, deve se concentrar nas mudanças nos requisitos.
  • Assegure-se de que o pessoal relevante em sua organização seja treinado e compreenda os requisitos e as principais mudanças.
  • Identifique as lacunas que precisam ser abordadas para atender aos novos requisitos e estabeleça um plano de implementação.
  • Implemente ações e atualize seu sistema de gerenciamento para atender aos novos requisitos.
  • Avalie a eficácia da implementação através de auditorias internas e defina ações adicionais necessárias.

Então, estão preparados? Esperamos ter ajudado com essas “dicas”!

Imagem em destaque: Centauri Business Group 

2 min leituraNo VII Encontro de Profissionais da Qualidade sbCTA, dia 28/05/18, palestrei sobre a nova versão da ISO 22000 (FDIS) abordando a visão geral das principais mudanças propostas e seus impactos, […]

2 min leitura
2

Agora é OFICIAL: Nova Edição ISO 22000:2018 acabou de sair!!!

2 min leitura

Manter uma cadeia de alimentos segura e sustentável é um desafio contínuo! A nova edição da ISO 22000  apresenta uma resposta oportuna e melhoria contínua no sistema de gestão de segurança de alimentos. A gestão da segurança dos alimentos abrange a prevenção, eliminação e o controle de riscos alimentares, desde o local de produção até o ponto de consumo. Como os riscos à segurança de alimentos podem ser introduzidos em qualquer estágio do processo, todas as empresas da cadeia de suprimento de alimentos devem exercer controles de risco adequados. A segurança dos alimentos só poderá ser mantida através dos esforços combinados de todas as partes: governos, produtores, varejistas e consumidores finais.
Destinado a todas as organizações nas indústrias de alimentos e rações, independentemente do tamanho ou setor, a ISO 22000: 2018 – Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos – é requisito para qualquer organização na cadeia de alimentos.

Especialistas em segurança de alimentos de mais de 30 países trabalharam fortemente para atualizar a norma. A nova edição traz clareza e alinhamento às normas existentes para que as empresas possam integrar os seus sistemas de gestão. As melhorias anunciadas incluem:

Adoção da nova Estrutura de Alto Nível (High Level Structure) de 10 elementos do Anexo SL, baseada na estrutura e texto comum a todas as normas do sistema de gestão ISO, facilitando para as organizações a combinação da ISO 22000 com outros sistemas de gerenciamento. Com isso, teremos facilidade em integrar e alinhar a Segurança dos Alimentos com a Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho.

Para uma melhor compreensão e tratativa dos riscos, a norma inclui uma nova abordagem. Um conceito vital no negócio e nos riscos de alimentos – que distingue entre o risco no nível operacional e no nível de negócios estratégicos do sistema de gestão. A norma esclarece o ciclo PCDA (Plan-Do-Check-Act) abrangendo os dois ciclos claros e distintos: o Sistema de Gestão Segurança de Alimentos como um todo e os Princípios do APPCC.

A nova norma oferece uma descrição mais clara para diferenciar os riscos à segurança dos alimentos, os termos-chaves como Pontos Críticos de Controle (PCCs), Programas de Pré-requisitos Operacionais (PPROs) e Programas de Pré-requisitos (PPRs) combinado aos elementos-chave reconhecidos como a comunicação interativa e gerenciamento de sistemas.

Segundo o presidente do comitê técnico ISO/TC 34, Jacob Faergemand, para atender às necessidades do mercado de segurança de alimentos e  a todas as organizações envolvidas, a ISO 22000 é criada por consumidores, governança, consultorias, indústrias e pesquisa. Quando um sistema de gerenciamento de segurança de alimentos é desenvolvido pelos usuários da ISO 22000, você garante que os requisitos do mercado sejam atendidos.

A nova edição da ISO 22000:2018 cancela e substitui a ISO 22000:2005. As organizações certificadas com esta norma têm três anos a partir da data de publicação para fazer a transição para a nova versão.

Quer ver uma apresentação em português com as alterações e impactos da norma? Clique aqui.

Fonte: https://www.iso.org/news/ref2301.html

2 min leituraManter uma cadeia de alimentos segura e sustentável é um desafio contínuo! A nova edição da ISO 22000  apresenta uma resposta oportuna e melhoria contínua no sistema de gestão de […]

4 min leitura
0

Fatores que facilitam a implementação da FSSC 22000 em empresas de embalagens

4 min leitura

Utilizando como referência uma pesquisa sobre o tema que foi parte de um projeto de doutorado na UFRJ, apresentaremos os fatores principais que foram fundamentais e facilitaram a implementação da FSSC 22000 em empresas fabricantes de embalagens para alimentos.

1.    Sistema de gestão previamente implementado

É de se esperar que o processo para obtenção do certificado de uma nova norma seja mais difícil quando a organização não possua nenhuma experiência prévia de gestão. Predominantemente, considerado por aproximadamente 61% das empresas que já eram anteriormente certificadas em outra(s) norma(s), ter um sistema de gestão consolidado foi um grande facilitador para implementação da FSSC 22000.

Primeiramente, é importante esclarecer o conceito de sistema de gestão. De acordo com o dicionário, o significado de sistema é a reunião dos elementos que se interligam de modo a formar um todo organizado. Já gestão significa a ação de gerir, de administrar, de governar ou de dirigir negócios. Desta forma, sistema de gestão pode ser entendido como um conjunto de componentes interligados pela orientação e controle da ação.

A norma ISO 9001 apresenta a definição de um sistema de gestão como um conjunto de elementos inter-relacionados ou interagindo para estabelecer a política e objetivos e para atingir esses objetivos (CORBETT, 2006).

As normas de sistema de gestão específicas, por exemplo de meio ambiente, qualidade, segurança de alimentos, apresentam um formato comum, sendo a ISO 9001 utilizada como o modelo para um número de outros padrões. Dentro do programa de certificação da FSSC 22000, especificamente a norma ISO 22000 trata fundamentalmente da implementação de um sistema de gestão de segurança de alimentos. A ISO 22000 foi alinhada à ISO 9001 a fim de aumentar a compatibilidade entre elas.

Assim, quando uma empresa já é certificada em uma norma e possui na prática a cultura de um sistema de gestão, isto significa que um bom nível de comprometimento e organização já existe. Desta forma se torna mais simples implementar uma outra norma, pois somente terão que ser incorporados os requisitos específicos deste novo padrão, e não a complexa mudança para um sistema de gestão.

2.    Compromisso da Alta Direção

Mais da metade das empresas informou que o compromisso da alta direção foi fundamental para o alcance da certificação na norma.

Implementar uma nova norma significa gerar uma mudança na organização, e uma mudança para ser bem sucedida precisa de uma liderança apoiadora que a reconheça como parte integral da estratégia do negócio expressando seu compromisso e apoio, não devendo ser um apoio pontual ou casual concentrado somente no alcance da certificação. Os resultados da pesquisa reafirmaram o que autores diversos já citaram na literatura.

De acordo com o trabalho desenvolvido por Soriano (2001), e com a pesquisa bibliográfica por ele realizada entre doze autores, o sucesso de qualquer sistema de gestão da qualidade depende prioritariamente de um forte comprometimento da alta direção.

Através da liderança e das medidas tomadas, a alta direção pode criar um ambiente em que as pessoas sejam completamente envolvidas e no qual um sistema de gestão da qualidade possa funcionar de forma eficaz (Ribeiro, 2012).

As motivações podem gerar resultados distintos em função do grau de comprometimento dos dirigentes, da conscientização em relação a deficiências empresariais existentes e da disponibilidade de recursos financeiros, físicos e humanos (MAEKAWA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2013).

3.    Recursos financeiros disponíveis

A provisão de recursos adequados para o estabelecimento, implementação, manutenção e atualização do sistema de gestão da segurança de alimentos é requisito mandatório da norma ISO 22000 e inclui recursos humanos, infraestrutura e ambiente de trabalho (ABNT, 2006). Uma vez que a implementação dos requisitos da FSSC 22000 é bastante onerosa, era de se esperar que a provisão de recursos financeiros seria um dos fatores também com muitas citações pelos respondentes. E somente é possível quando existe o comprometimento da alta direção, o que confirma a importância e causa de ser um facilitador para a certificação em uma norma.

Pode-se inferir que nestas empresas pesquisadas houve duas razões que propiciaram a facilidade em dispor de recursos para implementação da norma: a necessidade de obter a certificação em função da pressão exercida pelo mercado e o fato de as empresas que participaram desta pesquisa serem de médio-grande porte.

4.    Pessoal

O conhecimento técnico na norma e o comprometimento dos colaboradores foram aspectos considerados facilitadores durante a implementação da FSSC 22000, por sete organizações.

Estes dados chamaram atenção, uma vez que estes mesmos atributos foram apontados pelas empresas como algumas das principais dificuldades para o alcance da certificação.  Isso traz à reflexão o quão relevante são as pessoas no processo de mudança e implementação da norma, ora podendo contribuir, ora dificultar no alcance dos objetivos de uma organização. Curiosamente, vale destacar que após a certificação, um dos grandes benefícios apontados pelas empresas foi a maior conscientização dos colaboradores em relação à segurança do produto, o que pode reforçar que, uma vez vencida a resistência dos funcionários, esse aspecto se converte em benefício para a organização.

5.    Suporte técnico

Em relação à contratação de consultoria, 13 das 18 empresas declararam ter recebido consultoria de empresa especializada na norma. Dentre estas, quatro empresas relacionaram este suporte como um dos principais facilitadores para o alcance da certificação. Este é um indicativo de que as empresas valorizam o suporte técnico durante a implementação da norma, e em certos casos, dependem deste serviço para alcançar a certificação. Relato de uma das empresas: “Destacamos como fundamental a consultoria externa, pois nos deu a orientação que não tínhamos para a certificação e renovou as esperanças de todos em conseguirmos a meta de prazo que dispúnhamos”. Além da consultoria, pode-se considerar também outras possibilidades de recursos técnicos e suporte, como por exemplo, o apoio de empresa júnior de universidades, contratação de treinamento e capacitações com ênfase na aplicação prática dos requisitos na norma, benchmarking com outras empresas, etc.

Referência:

CANTANHEDE, VanessaPEREIRA, Karen Signori e BARRETO, Daniel Weingart. FSSC 22000 Packaging Implementation: a Plastics Industry Research. Polímeros [online]. In press. .  Epub 15-Mar-2018. ISSN 0104-1428.  http://dx.doi.org/10.1590/0104-1428.06816.

4 min leituraUtilizando como referência uma pesquisa sobre o tema que foi parte de um projeto de doutorado na UFRJ, apresentaremos os fatores principais que foram fundamentais e facilitaram a implementação da […]

5 min leitura
0

Como implementar e manter um Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos

5 min leitura

A palestra de Fernando Ubarana, que é HACCP Expert Zone AMS – Nestlé, no VII Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade sbCTA no dia 29/05/18 nos deu a “receita de bolo” (alusão à foto) de como implementar e manter um SGSA, de modo claro, objetivo, assertivo e tantos outros elogios da platéia presente e presenteada com essa delícia!

Apesar de mencionar que dificilmente conseguimos estabelecer uma fórmula ou “receita” para implementação de um SGSA, certamente há alguns “ingredientes” ou aspectos essenciais que devemos considerar, sendo que a melhor abordagem para a implementação de um Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos irá depender essencialmente de fatores internos e externos da organização, como o nível de competência atual em segurança de alimentos, da complexidade regulatória local, das exigências das diferentes partes interessadas com o SGSA e da cultura da qualidade e segurança de alimentos presente. Em função disso, é difícil estabelecer uma metodologia única ou receita para a implementação. Em sua apresentação, ele explorou alguns aspectos que, por experiência, se mostram essenciais para o sucesso na implementação de um SGSA seja qual for o cenário ou contexto em que a empresa estiver inserida.

A abordagem brilhantemente foi:

Escolher o referencial normativo “correto”, ou seja, várias normas podem ser usadas como base para a estruturação de um SGSA. Todas as normas aprovadas pela GFSI apresentam em sua estrutura básica o estabelecimento, implementação dos PPRs, aplicação dos princípios do HACCP e incorporação de princípios de gestão da qualidade. Não há uma norma que podemos chamar de maneira absoluta de “correta”. Cabe à organização escolher aquela que melhor se encaixe em sua realidade interna e externa. A determinação cuidadosa de um referencial normativo que seja adequado à realidade da organização irá prover a base para o sucesso na implementação do SGSA;

Estruturar o SGSA com base na melhoria contínua, ou seja, com base na aplicação de princípios de gestão, como a abordagem de processos e a melhoria contínua. A nova estrutura de normas ISO, incluindo a nova versão da ISO 22000:2018, que será publicada este ano utilizam uma estrutura fortemente baseada no ciclo PDCA. Aplicar esta abordagem de maneira viva e ativa é essencial para o sistema de gestão. Além da aplicação dos princípios de gestão da qualidade, é necessária a consistência técnica na operação, através da aplicação consistente e embasada dos programas de pré-requisitos e dos princípios do HACCP. Isso envolve também a aplicação da abordagem PDCA com um viés mais técnico para promover a atualização e fortalecimento continuo desta consistência técnica na gestão dos perigos à segurança de alimentos;

Estabelecer Política e Objetivos, devendo-se questionar qual é o papel da organização na cadeia produtiva de alimentos e em que a política contribui de forma efetiva com o seu aprimoramento. Neste sentido, a avaliação contexto interno e externo no qual a organização se encontra inserida é fundamental. Ao invés de simplesmente atribuir uma política porque a “norma manda”, deve-se realmente enxergar as questões de segurança de alimentos e o posicionamento da organização como algo vital para a organização. Isso pode auxiliar a definir uma política (e objetivos associados) mais alinhada aos objetivos de negócio da organização. Os objetivos que sustentam a política, pensados estrategicamente, devem ser cascateados nos diferentes processos, estabelecendo objetivos de meio que podem estar relacionados desde à gestão direta dos perigos através do HACCP como aspectos comportamentais e estruturais ligados aos PPRs;

Prover e Gerenciar Recursos. A questão da provisão e gerenciamento de recursos é central para a implementação efetiva de um SGSA. Os PPRs são a base e boa parte dos problemas relacionados à contaminação de produtos têm como base alguma falha ou limitação relacionadas à infraestrutura ou ambiente de trabalho. Isso pode envolver diferentes aspectos como edificações, equipamentos (incluindo equipamentos de medição e controle), manutenção, limpeza, zoning, controle de pragas, monitoramento ambiental, estruturas de segurança pensando em defesa de alimentos e outros aspectos não necessariamente relacionados a PPR como tecnologia de informação e automação. Um bom mapeamento da situação de adequação atual com relação aos PPRs, a normas mínimas ou às melhores práticas permitirá a adequada alocação de recursos para adequação, pois podemos encontrar realidades muito diferentes de adequação dos PPRs de fábrica para fábrica;

Manter o Conhecimento Organizacional em Segurança de Alimentos, pois se avaliarmos a fundo boa parte dos issues de segurança de alimentos, certamente iremos encontrar, com uma análise um pouco mais elaborada, causas relacionadas a lacunas de competência relacionadas a fatores que podem afetar a segurança de alimentos, em diversos níveis. Quem higieniza o equipamento está adequadamente treinado para a realização correta desta tarefa? Quem realiza o monitoramento microbiológico de linhas e produtos tem a competência necessária para realizar as amostragens e análises e interpretar os resultados? Mas, principalmente, quem projetou o equipamento citado anteriormente tinha conhecimento dos requisitos de projeto sanitário associados a esse processo? As pessoas são, portanto, o recurso mais crítico e valioso para a produção de alimentos seguros. Então, todo o pessoal que afeta a segurança de alimentos deve ser competente. Mas mais do que as pessoas, a organização deve ser competente em segurança de alimentos e manter, desenvolver e atualizar este conhecimento ao longo do tempo.

A manutenção da competência das funções, que juntas forma a competência da organização é fundamental. Isso pode ser dar através da documentação adequada de requisitos, estudos HACCP detalhados, procedimentos e estabelecendo matrizes de competência detalhadas para todas as funções envolvidas. Programas de treinamento bem estruturados incluindo objetivos de aprendizagem, público-alvo, técnicas de aprendizagem e métodos de avaliação de eficácia são também de grande ajuda.

Envolver todos os aspectos da operação, sendo que é importante pensar em operação não só como produção, que certamente está no centro da produção de alimentos seguros, mas qualquer outro processo que pode afetar a segurança de alimentos. Isto pode incluir manutenção, qualidade, controle de fornecedores, compras, engenharia e até a área comercial, além é claro da Alta Direção.

Verificar efetivamente o SGSA é fundamental. Esta atividade deve ser planejada e constar nos programas de pré-requisitos (PPR) e HACCP. Portanto, é de se esperar que o foco inicial da verificação esteja na operação, nos controles básicos do dia-a-dia, desde avaliação de comportamentos e infraestrutura até os controles de processo, como PCCs e PPROs. Diferentes níveis de verificação podem ser estabelecidos para os PPRs, desde verificações rotineiras de turno que podem ser conduzidas pela própria operação, quanto verificações que podem ter frequências variáveis de acordo com o tipo de PPR.

Uma verificação mais geral cobrindo todos os elementos-chave do sistema de gestão (PPR, Principios do HACCP, Comunicação Interativa e Gestão) é a auditoria interna. Esta definição de auditoria que vai além da tradicional “levantar evidências de que critérios estabelecidos são atendidos” é interessante por mostrar como uma auditoria pode realmente contribuir para a melhoria do sistema de gestão da segurança de alimentos;

Gerenciar mudanças, atualizar e melhorar, pois todos os diferentes níveis de verificação vistos devem assegurar ações que efetivamente promovam a melhoria. De acordo com o nível de verificação, ações mais simples do tipo “ver e agir” são necessárias. No entanto, nestes casos deve-se fazer uma clara avaliação de tendências para se identificar as necessidades de ações corretivas nas causas. Além disso, se um problema não pode ser resolvido em um nível é necessário escaloná-lo até que se chegue ao nível adequado que tenha autoridade e poder de decisão para resolvê-lo. Em alguns casos, projetos mais complexos podem ser necessários. O ciclo de melhoria deve ser alimentado pelas necessidades de mudanças (que devem ser gerenciadas) e aprendizados decorrentes de não conformidades (ações corretivas).

Fernando finalizou com uma citação memorável: “Costuma-se dizer que em um estudo aprofundado de causas há uma grande oportunidade de encontrar uma mudança como parte da causa-raiz”. A gestão de mudanças deve avaliar detalhadamente os impactos nos diferentes aspectos do Sistema de Gestão Integrado, incluindo a segurança de alimentos, avaliar seus impactos e as ações necessárias para mitigá-los.

Nossos sinceros agradecimentos ao palestrante Fernando, do público presente e dos leitores desse blog que podem saborear “fatias do bolo”!

Imagem:  Dicas na internet  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5 min leituraA palestra de Fernando Ubarana, que é HACCP Expert Zone AMS – Nestlé, no VII Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade sbCTA no dia 29/05/18 nos deu a “receita […]

4 min leitura
3

Orientação sobre Mitigação de Fraude Alimentar (documento da FSSC 22000)

4 min leitura

Para ajudar a implementar os requisitos de mitigação de fraude alimentar da FSSC 22000, recomenda-se o seguinte modo de trabalho:

1) Estabelecer uma equipe de mitigação de fraude alimentar

2) Realizar uma Avaliação de Vulnerabilidade de Fraude Alimentar (FFVA)

3) Identificar e selecionar medidas de mitigação proporcionais

4) Documentar a avaliação da vulnerabilidade, medidas de mitigação, verificação e procedimentos de gestão de incidentes em um Plano de Mitigação de Fraude Alimentar apoiado pelo Sistema de Gestão de Segurança Alimentar

5) Desenvolver uma estratégia eficaz de treinamento e comunicação e implementar o Plano de Mitigação de Fraude Alimentar

Nota: abordar todos os tipos de fraude alimentar, conforme definido pela GFSI (ou seja, substituição, melhorias não aprovadas, falsificação, bens roubados ou outros); abordar todos os produtos desde mercadorias recebidas (por exemplo: matérias-primas, materiais de embalagem) até mercadorias de saída (por exemplo: produtos (semi) acabados).

É importante observar que toda vulnerabilidade identificada não será determinada automaticamente como significativa e não será necessário que seja abordada automaticamente por uma medida de mitigação. É importante identificar tantas vulnerabilidades quanto possível, para que possam ser avaliadas. Por exemplo: carne de cavalo em carne bovina não foi originalmente considerada uma vulnerabilidade que exigia uma medida de mitigação. Após incidentes graves, a avaliação da vulnerabilidade pode determinar que isso seja significativo, de forma que uma medida de mitigação seja necessária.

Ao conduzir um FFVA, vários fatores devem ser levados em conta, tais como:

  • Vulnerabilidade econômica (quão economicamente atraente é a fraude)
  • Dados históricos (aconteceu)
  • Detectabilidade (por exemplo: como é fácil detectar, triagem de rotina presente)
  • Acesso a matérias-primas, materiais de embalagem e produtos acabados na cadeia de suprimentos
  • Relacionamento com o fornecedor (por exemplo: relacionamento longo ou compra no local)
  • Certificação através de um sistema de controle específico setorial para fraude e autenticidade
  • Complexidade da cadeia de fornecimento (comprimento, origens e onde o produto é substancialmente alterado ou processado)

Muitos outros aspectos podem ser levados em consideração, conforme apropriado. Várias ferramentas foram desenvolvidas para auxiliar as empresas na criação de um FFVA, uma delas é SSAFE3, ferramenta que está disponível gratuitamente. A chave para avaliar as vulnerabilidades é: “pense como um criminoso”.

A certificação de fornecedores (para frente e para trás) por sistemas de controle específicos do setor, especializados para prevenir ou mitigar a fraude alimentar, pode substituir a própria triagem de rotina analítica. Um exemplo é a certificação de fornecedores por meio de um esquema de certificação voluntária no setor de sucos e purês de frutas e vegetais. O mapeamento da cadeia de suprimentos, incluindo fatores como dados socioeconômicos, comportamentais, geopolíticos e históricos, pode ser uma ferramenta útil. Muitas vezes, a Mitigação de Fraude Alimentar (ou elementos dela) precisa ser abordada no nível da organização comercial e não apenas em nível local.

Ao conduzir o FFVA, é permitido agrupar materiais para começar (por exemplo: matérias-primas similares ou produtos acabados semelhantes). Quando riscos significativos são identificados dentro de um grupo, uma análise mais aprofundada pode ser necessária.

Ao definir uma estratégia de Mitigação, as vulnerabilidades potenciais identificadas devem ser avaliadas quanto à sua importância. Uma matriz de risco semelhante ao HACCP pode ser usada (por exemplo: Probabilidade de ocorrência x Consequências). Rentabilidade é um fator importante de probabilidade de ocorrência. Uma estratégia de mitigação para os riscos significativos deve ser desenvolvida e documentada.

O plano deve ser apoiado pelo Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos (SGSA) da organização para todos os seus produtos, o que significa que ele deve conter elementos do sistema como treinamento, auditorias internas, revisão administrativa, etc., bem como medidas de mitigação operacional, atividades de verificação, correções e ações corretivas, responsabilidades, manutenção de registros, atividades de verificação e melhoria contínua. Exemplos de atividades de verificação podem ser verificação de origem / rótulo, teste, auditorias de fornecedores, gerenciamento de especificação. Além disso, também o SGSA necessita da inclusão do elemento de prevenção de fraude alimentar em políticas, auditorias internas, revisão de gestão, etc.

Equipe de Mitigação de Fraude Alimentar e treinamento

A Avaliação de Vulnerabilidade de Fraude Alimentar é realizada por uma equipa multidisciplinar com uma vasta gama de competências (Segurança, Jurídico, Compras, Produção, Investigação e Desenvolvimento, Assuntos Regulamentares, Qualidade). É provável que a composição da equipe de Mitigação de Fraude Alimentar seja diferente daquela para sua Avaliação de Ameaça de Defesa de Alimentos / HACCP. A composição da equipe pode evoluir com o tempo, à medida que a compreensão da oportunidade de fraude alimentar evolui. Expertise externa pode ser necessária. O treinamento da equipe é obrigatório. Muitas opções de treinamento estão disponíveis, um exemplo é a Universidade Estadual de Michigan, que oferece cursos gratuitos baseados na web (guia de auditoria MOOC Food Fraud – MOOC = curso on-line massivo aberto).

Auditoria

A fraude alimentar representa um risco significativo e é importante que, em todo o mundo, a indústria alimentar tome medidas. No entanto, os auditores devem perceber que não são investigadores do crime; eles não esperam detectar fraudes ou confirmar que um programa antifraude é capaz de “evitar fraudes”. Os auditores devem auditar apenas quão bem a empresa se protegeu e verificar se todos os elementos exigidos pela FSSC 22000 estão em vigor. Esta abordagem está muito de acordo com a verificação de um plano HACCP durante a auditoria de segurança alimentar.

Espera-se que a introdução da mitigação de fraude alimentar nos FSMS da organização se torne mais detalhista ao longo do tempo. No primeiro estágio, é mais realista focar no sistema / estratégia que seja adequado ao objetivo, em vez de se concentrar na eficácia das medidas de mitigação.

Como auditor, as seguintes perguntas são recomendadas para serem feitas:

  • existe uma equipe com as competências / conhecimentos corretos?
  • uma avaliação de vulnerabilidade foi realizada e documentada?
  • Todos os tipos de vulnerabilidades são cobertos (substituição, melhorias não aprovadas, falsificação, falsificação, bens roubados ou outros)?
  • profundidade da avaliação de vulnerabilidade (dados históricos, motivações econômicas, detectabilidade etc.)?
  • amplitude da avaliação de vulnerabilidade (todos os materiais cobertos)?
  • existe uma metodologia para determinar o significado das vulnerabilidades?
  • quando vulnerabilidades significativas são identificadas, existe um plano de mitigação por escrito?
  • existe um sistema de verificação presente em conformidade com o parágrafo 8.4 da ISO 22000 (Food Safety Management System Verification)?
  • A análise é revista regularmente e a frequência é adequada?
  • a equipe de resposta a emergências está preparada (ISO 22000, parágrafo 5.7)?
  • Todos os itens acima foram efetivamente incluídos e implementados por meio do FSMS da organização (por exemplo: registros, conhecimento de pessoas, segurança do site, auditorias internas, análises de gerenciamento)?

Para consultar o conteúdo na íntegra, clique aqui. 

Autor convidado: Everton Bordignon

4 min leituraPara ajudar a implementar os requisitos de mitigação de fraude alimentar da FSSC 22000, recomenda-se o seguinte modo de trabalho: 1) Estabelecer uma equipe de mitigação de fraude alimentar 2) […]

4 min leitura
0

Principais dificuldades na implementação da FSSC 22000 nas empresas de embalagens – II

4 min leitura

Dando continuidade ao assunto que é tema deste post, apresentaremos outro grande desafio enfrentado por empresas de embalagens que estão implementando a FSSC 22000: a resistência dos colaboradores.

Em toda e qualquer organização onde o SGSA é implementado, tem de haver um bom nível de comprometimento do pessoal que ali trabalha. Porém, a resistência dos funcionários a uma mudança de cultura organizacional já é naturalmente esperada como um grande desafio durante a implementação de uma nova norma, pois novas regras surgem e hábitos e atividades são modificados ou inseridos. Este aspecto pode, de fato, dificultar o bom funcionamento de um sistema de gestão e se tornar uma barreira no estabelecimento e cumprimento dos requisitos.  Algumas razões podem ser: fraca liderança, supervisão inconsistente, ambiente de trabalho abaixo do padrão, treinamento inadequado ou ineficaz e a falta de compreensão dos objetivos e metas da organização.

A resistência do pessoal está relacionada ao processo de mudança da cultura organizacional. Segundo Oliveira e Pinheiro (2010), esta mudança não é uma tarefa simples, pois requer iniciativas que interfiram na maneira de pensar, se comunicar, se relacionar e trabalhar dos colaboradores em prol do sistema de gestão que está sendo implementado.

Uma das organizações da pesquisa realizada (você pode ver na íntegra aqui) relatou que “a mudança de cultura atrelada à baixa formação da mão de obra dificultou a compreensão da importância dos requisitos e comportamentos necessários para garantia da segurança de alimentos” e outra relatou que a postura dos colaboradores era “sempre fizemos embalagem e nunca tivemos problema, e não havia essa quantidade de controle e frescura”.

Um bom sistema de gestão é baseado na cultura organizacional, nos elementos culturais pré-existentes e na flexibilidade de cultura organizacional para integrar novos valores e normas específicas (COSTACHE, FUNAR E ADAMESCU, 2009). A cultura de segurança de alimentos significa os padrões de crenças, valores e comportamento aprendido durante a história de uma organização que são manifestados nas atividades diárias (BALL, 2015). No quadro abaixo são apresentadas as principais características que diferem organizações com a cultura de segurança de alimentos das que não a têm.

Segundo Oliveira e Pinheiro (2010), a resistência à mudança está intimamente ligada à forma de pensar e agir das pessoas e também em relação à cultura organizacional e tem sido entendida como um dos principais entraves à melhoria das organizações. Suas causas estão relacionadas à incerteza, à ameaça de interesses próprios, a diferentes percepções sobre a necessidade da mudança e à falta de tolerância.

Quadro 1- Aspectos que diferenciam empresas que possuem e não possuem a cultura de segurança de alimentos

Ausência da cultura de segurança de alimentos Presença da cultura de segurança de alimentos
Falta de compromisso da alta direção para segurança de alimentos Equipe de gestão altamente comprometida
Pouca percepção da importância da segurança de alimentos Faz da segurança de alimentos prioridade alta
Baixo cumprimento dos requisitos regulamentares Está em conformidade com regulações
Pouca consideração das consequências das ações negativas Está em conformidade com sistema documentado

Fonte: Ball, 2015

A mudança de cultura, seguida pela resistência dos funcionários, foram as maiores dificuldades identificadas em uma pesquisa realizada pelo INMETRO (2005), por meio de entrevistas com 100 empresas certificadas na ISO 9001.

Também Maekawa, Carvalho e Oliveira (2013) em sua pesquisa sobre a norma ISO 9001, destacaram como maiores obstáculos à implementação de sistemas a resistência à mudança pelos funcionários e a baixa capacitação da mão de obra.

Quando as mudanças em uma organização ocorrem de forma rápida, isso requer que os gestores reavaliem como eles poderão desenvolver e implementar estratégias. Basicamente podem ser realizadas de duas maneiras. Uma maneira, mais tradicional, é a utilização da abordagem “top-down”, o que quer dizer de cima para baixo. Neste método a alta direção faz uso de sua autoridade para implementar a mudança, o que tem se mostrado ineficiente, já que o cumprimento das novas diretrizes é temporário. Outra maneira é envolver as pessoas que serão afetadas pela mudança, comunicando as necessidades para tal, de uma maneira positiva, motivando os colaboradores, permitindo e solicitando a participação deles em reuniões de planejamento, na elaboração de procedimentos e na tomada de decisões chaves. Assim eles se tornam também os agentes da mudança e sentem que tem autonomia e autoridade durante este processo (TEIK, 2009).

É muito importante que as empresas trabalhem para tornar a norma parte integral e sistêmica dentro das organizações, incorporando-a de fato à sua cultura e estrutura (MAEKAWA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2013).

COSTACHE, FUNAR E ADAMESCU (2009) recomendam primeiramente que os gestores que compõem a alta direção enviem mensagens mediante seu próprio comportamento a fim de ser um exemplo a ser seguido pelos colaboradores; além disso, os gestores deverão dar suporte aos treinamentos dos seus colaboradores, e juntamente com as equipes avaliar o progresso alcançado; e também os gestores deverão revisar e apoiar periodicamente o desenvolvimento de uma cultura organizacional orientada na direção do sistema de gestão que está sendo implementado.

Uma estratégia que pode ser adotada para auxiliar a redução da resistência dos colaboradores é estabelecer programas de treinamentos específicos por setor, envolvendo-os na discussão sobre os procedimentos, ressaltando a importância de sua atividade e solicitando a eles, sugestões de melhoria. Assim, ainda que mais demorado e dispendioso do que, por exemplo, realizar um único treinamento para toda empresa, esta estratégia além de transmitir conhecimento para o pessoal, auxilia na mudança de atitude e comportamento deles.

Ressalta-se que um dos fatores mais importantes no processo de mudança é a atitude das pessoas. Por isso, se elas forem devidamente esclarecidas e conseguirem entender os motivos por que ela está ocorrendo, podem espontaneamente aceitá-la, facilitando o processo de implementação de um sistema de gestão.

Referência:

CANTANHEDE, VanessaPEREIRA, Karen Signori e BARRETO, Daniel Weingart. FSSC 22000 Packaging Implementation: a Plastics Industry Research. Polímeros [online]. In press. .  Epub 15-Mar-2018. ISSN 0104-1428.  http://dx.doi.org/10.1590/0104-1428.06816.

 

Acesse esta série de posts desde o início clicando aqui.

4 min leituraDando continuidade ao assunto que é tema deste post, apresentaremos outro grande desafio enfrentado por empresas de embalagens que estão implementando a FSSC 22000: a resistência dos colaboradores. Em toda […]

2 min leitura
0

A greve dos caminhoneiros e a segurança de alimentos

2 min leitura

Em que ponto a greve/paralisação dos transportes rodoviários pode comprometer a segurança de alimentos?

Um assunto recente surgiu e está preocupando muitas pessoas, uma forte recomendação de intensificar a fiscalização para verificar a qualidade dos alimentos que chegarão com o início da desmobilização dos caminhoneiros. As características principais para tal fiscalização seriam as sensoriais (cor, odor e textura) e os sinais de adulteração dos produtos que possam ser consequência, por exemplo, da quebra na cadeia de frio no transporte, o que pode interferir na segurança do alimentos.

O cenário atual proporciona às empresas a oportunidade de colocar em prática a sistemática recém estabelecida de Prevenção de Fraudes em Alimentos, requisito adicionado no esquema FSSC 22000.

Mas até que ponto podemos considerar a real possibilidade de fraude nos alimentos que estão parados na greve?

Diante do exposto, se de fato essa possibilidade vier a ocorrer podemos classificá-la como uma motivação de anomalia econômica.

De acordo com o Guia de Mitigação de Alimentos da USP / Food Chemicals Codex, este fator destina-se a descrever a vulnerabilidade dos ingredientes à fraude em alimentos com base em anomalias econômicas que acontecem no mercado para o ingrediente. Dado que a fraude em alimentos é impulsionada por oportunidades econômicas, anomalias na economia de alimentos específicos ou fontes de alimentos que podem ser um indicador de problemas potenciais. Os preços abaixo de mercado, especialmente para produtos em que os custos estão aumentando, ou os fornecimentos escassos, tem sido um indicador em casos de fraudes em alimentos.

Outro ponto, considerando também que os veículos devem fornecer proteção contra danos ou contaminação dos produtos e que o controle de temperatura e da umidade deve ser aplicado e documentado, um ponto extremamente importante a ser avaliado é a condição do caminhão, pois devido ao tempo de permanência nas estradas e sem a devida limpeza e higienização existe a possibilidade dele apresentar condições de risco aos materiais/insumos transportados.

De acordo com o site “O Globo”, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não tem nenhum plano de atuação nacional diante do risco de sanitário causado pela greve dos caminhoneiros. A reguladora orienta que os consumidores procurem as vigilâncias sanitárias, estadual ou municipal, da sua região, que respondem diretamente pela fiscalização.

Autor Convidado: Everton Bordignon

2 min leituraEm que ponto a greve/paralisação dos transportes rodoviários pode comprometer a segurança de alimentos? Um assunto recente surgiu e está preocupando muitas pessoas, uma forte recomendação de intensificar a fiscalização […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas