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Surto de Norovírus em um Cruzeiro em Sidney

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No dia 23/10/12, os passageiros do “Voyage os the Seas” foram ao caos com um surto de uma doença gastrointenstital, no qual pensa-se ser de norovírus.

Após o surto, os passageiros tiveram que preencher formulários e responder se tinham sofridos recentemente sintomas de gripe ou gastrite. Os que marcaram “sim” foram separados para passarem por exames médicos.

“Com muita cautela, estamos realizando uma limpeza reforçada a bordo do navio e no terminal dos cruzeiros, para ajudar a prevenir qualquer doença que afete os cruzeiros”, disse em comunicado,   o proprietário da Royal Caribbean”.

Entretanto, muitos passageiros informaram que não foram comunicados da causa do surto e a razão dos atrasos.

 Mas providências por parte dos responsáveis foram sim tomadas, segue a prova:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

fonte da imagem: http://barfblog.com/norovirus-outbreak-hits-voyager-of-the-seas-passengers-in-sydney-harbor/

  “Não use os banheiros para vomitar! O vômito vai para um lugar só (o mar)! Obrigado, sua tripulação.”

 Ja é um começo… mas como gerenciar na prática???? “Todos para o convés… e sem respingos, por favor!”

 Não é a primeira vez que acontece casos como esse, em março de 2011, 43 passageiros que desembarcaram no trapiche de Icoaraci, distrito próximo do centro de Belém, no Pará, também apresentaram sintomas de gastroenterite. Na ocasião, a Anvisa e da Secretaria de Saúde de Belém chegaram a vistoriar a embarcação em busca de água e alimentos contaminados.

De acordo com os técnicos especializados, haviam indícios que o surto poderia ter sido causado pelo “norovírus”, cuja contaminação é comum em locais reduzidos e com grande concentração de pessoas, como é o caso de navios e cruzeiros.

A intoxicação alimentar (ou gastroenterite) causada pelo norovírus pode afetar tanto o estômago como o intestino. Em geral, a duração da doença é de um a dois dias, e não causa problemas maiores para a pessoa contaminada. Além da ingestão de alimentos ou líquidos infectados, há outras possibilidades de contágio, tais como um simples contato. Os sintomas mais comuns são vômito, dores abdominais e diarréia.

 Este caso não teria acontecido se…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte da imagem: 

http://ococotasecoblog.blogspot.com.br/2011/06/enquanto-isso-num-banheiro-de-praia.html

Referência: 

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/11/22/navio-holandes-onde-passageira-morreu-teve-caso-de-intoxicacao-alimentar-em-marco.htm

Veja também a história de uma sacola de supermercado e um time de futebol americano que foi derrotado por este vírus.

 

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Site Food Politics

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Numa economia de mercado, todos são livres para consumir o que quiserem. Será mesmo?

No site www.foodpolitics.com, Marion Nestle explora o universo regulatório nos Estados Unidos e mundial para mostrar como essas decisões impactam nosso perfil de consumo, ao regular o preço e disponibilidade dos alimentos através de subsídios, por exemplo. Ou ao apresentar esta ou aquela pirâmide alimentar. Ou ao definir padrões mais ou menos rígidos de inspeção ou de qualidade na produção.

Numa cada vez mais complexa cadeia de suprimento alimentar (o que pode significar que o atum que você come no sushi do buffet por quilo da esquina venha da Índia), fica difícil avaliar que segurança de alimentos podem oferecer fornecedores que nem conhecemos, nem nossos parceiros, nem nossas agências reguladoras.

Aliás, já pensaram quais interesses são servidos pelas legislações publicadas todos os dias? Marion Nestle sim!

Ps.: E o que a política alimentar dos EUA tem a ver com o Brasil? Bem, como dizia o filósofo Chacrinha, nada se cria tudo se…

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Rótulos das bebidas energéticas ocultam, mentem ou não são precisos nos teores de cafeína

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Após os escândalos de processos judiciais e mortes de jovens presumidamente por consumo de bebidas energéticas, o foco nas quantidades de cafeína destes produtos segue dando o que falar. De acordo com um estudo do Consumer Reports, na grande maioria dos casos a informação dos rótulos das bebidas energéticas com relação ao teor de cafeína é inexistente ou pouco precisa.
No estudo publicado no último dia 25 de outubro, verificou-se que somente 16 das 27 bebidas energéticas mais populares no mercado norte-americano possuem alguma informação em seus rótulos referente ao teor de cafeína.
Por outro lado, 5 destas 16 bebidas energéticas têm uma concentração de cafeína maior do que a declarada nos rótulos. A diferença média entre o teor de cafeína declarado e o valor real é superior a 20%.
O teor de cafeína nas bebidas analisadas neste estudo oscilaram entre 6 e 242 miligramas.
O estudo do Consumer Reports foi publicado pouco depois do início de uma investigação das autoridades norte-americanas em torno da possibilidade de que as cinco mortes ocorridas recentemente estejam relacionadas com o consumo da bebida da marca Monster Energy.
A Monster Beverage Corps, fabricante da bebida Monster Energy, declarou que é altamente improvável que a morte da adolescente de 14 anos, Anais Fournier, esteja vinculada com o consumo de seus produtos, sendo que já foram vendidas mais de 8 bilhões de unidades.
A cafeína pode te deixar mais alerta, aumentar o seu desempenho mental e físico e até mesmo melhorar o seu humor. No entanto, também pode causar nervosismo, insônia, taquicardia ou um ritmo anormal nos batimentos cardíacos e aumentar a pressão sanguínea.
Níveis seguros para o consumo de cafeína ainda estão sendo estudados, mas os dados sugerem que a maioria dos adultos saudáveis podem consumir tranquilamente até 400 mg de cafeína por dia. Mulheres grávidas, até 200 mg, e crianças até 45 a 85 mg dependendo do peso corporal. Uma bebida energética ocasional para adultos provavelmente não terá qualquer consequência.
O processo judicial e a investigação atual provavelmente levarão a uma revisão da legislação que regulamenta a rotulagem de bebidas energéticas.
Um porta-voz da Monster Beverage Corps declarou que a lei não obriga aos fabricantes a publicação nos rótulos dos teores de cafeína nas bebidas energéticas. Os rótulos das duas bebidas da marca Monster Energy avaliadas pelo Consumer Reports alerta quanto ao consumo por crianças, mulheres grávidas e população sensível à cafeína, e inclui um limite diário recomendado para o consumo.

Quer saber mais? Leia os artigos abaixo (em inglês):
http://news.consumerreports.org/health/2012/10/energy-drink-linked-to-cases-of-caffeine-toxicity.html
http://www.consumerreports.org/cro/magazine/2012/12/the-buzz-on-energy-drink-caffeine/index.htm

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5º Seminário Anual sobre Contaminantes em Alimentos – CONALI

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O blog Food Safety Brazil teve sua participação facilitada no 5º Seminário Anual sobre Contaminantes em Alimentos – CONALI no ITAL, em Campinas – SP, de 08 e 09/10/12.

Os destaques foram:

Boas Notícias

 1 – LEITE apresenta níveis de endectocidas dentro de níveis aceitáveis.

Endectocidas são as drogas usadas contra parasitas externos e internos em bovinos e suínos.

 Foram analisadas 104 amostras de yogurte e 205 de leite e os resultados demonstraram que o consumo de produtos lácteos não representa risco à população de Campinas para as drogas Eprinomectina, Moxidectina, Abamectina, Doramectina e Ivermectina.

 2 – BENZENO E CLOROPROPANÓIS

Estudos inéditos de margem de exposição (MOE) demonstraram que não a exposição da população brasileira a estes compostos não é preocupante, não necessitando de ações da saúde pública

Entretanto deve-se evitar consumo excessivo de guaraná e suco de pêssego que apresentaram os maiores níveis de benzeno.

3 – Desenvolvido método de detecção de adulteração em bebidas

Andressa Nogueira da UNESP de Botucatu apresentou trabalho em que comprova a possibilidade de detecção de adulteração de bebidas com o uso de isótopos estáveis ambientais.

As fraudes mais comuns em bebidas são:
– Sucos de frutas com uso excessivo de açúcar ao invés da póla da fruta;
– refrigerantes com o suco da fruta abaixo do limite legal;
– vinhos e fermentados com adição de álcool ou açúcar em excesso
– vinagres que usam álcool como matéria prima
– cervejas com uso abusivo de adjuntos (milho e arroz)

 Notícias Preocupantes

1 – A população brasileira vem consumido furano em níveis muito preocupantes. Café e papinhas para bebês são os principais vilões

Trabalho apresentado pelo Dr. Eduardo Vicente – ITAL

 Molécula de furano

O furano, considerado provável ou possível carcinógeno humano, é formado durante processos térmicos nos alimentos, como, por exemplo, durante a torrefação do café, associado à degradação térmica de carbohidratos dentre outras rotas.

O cálculo da exposição da população para o furano revelou que este contaminante é uma preocupação potencial de saúde pública, tanto para a população infantil quanto para a população geral. O consumo de papinhas industrializadas à base de carnes e legumes foi responsável por aproximadamente 90% da exposição da população infantil ao furano por este tipo de alimento e o consumo de café foi responsável por 78% da exposição total ao furano considerando a população adulta. A Margem de Exposição (MOE) ao furano foi de 507 a 2004 sendo que valores abaixo de 10000 são preocupantes à saúde pública.

A situação torna-se ainda mais grave pois não existe comprovação de medidas eficazes para a redução do furano.

2 – Região de Santo Amaro da Purificação – BA contaminada por chumbo

Trabalho apresentado por Daniela Arquete – ANVISA

O problema é antigo mas até hoje persistem concentrações ambientais elevadas e na população exposta.

O chumbo é neurotóxico, leva a uma diminuição do QI e aumento da pressão arterial. Em 2010 morreram 163 nigerianos por contaminação com chumbo, a maioria crianças menores de 5 anos.

3 – Encontrado níveis de alumínio acima do permitido em mistura para bolos, bolos prontos e alguns produtos à base de soja                                    

Trabalho apresentado por Daniela Arquete – ANVISA

Foram pesquisados 1081 produtos disponíveis no mercado na região de Campinas – SP.

De todos os alimentos investigados o BOLO foi identificado como a principal fonte potencial de exposição ao alumínio, onde segundo cálculo de perfil de consumo as crianças estão consumindo até 15 mg Alumínio por kg de peso corpóreo proveniente de bolos, sendo que a recomendação do JECFA (europeia) é de no máximo 2.

 O fermentos químicos 541i e 541ii e o antiumectantes INS 554 presentes em diversos produtos são os grandes vilões. Perigo também aumentado especificamente para bebês que se alimentam com grande parte da dieta à base de soja.

O Alumínio apresenta toxicidade ligada ao sistema neurológico e reprodutivo.

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Rotavírus em Alimentos: revisão de literatura

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RESUMO

O rotavírus é um agente etiológico de doenças alimentares, cuja contaminação é de natureza infecciosa transmitida através de consumo de alimentos ou água. O presente estudo reúne informações sobre este agente etiológico, a melhor forma de prevenir a contaminação dos alimentos pelo rotavírus, a fim de evitar a propagação de agentes etiológicos veiculados por alimentos. O patógeno afeta animais, homens adultos e principalmente crianças com menos de cinco anos de idade, podendo levar ao óbito. Tem distribuição mundial e apresenta uma significativa morbidade e mortalidade em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Ocorre com mais freqüência em períodos secos nas regiões temperadas, e durante todo o período do ano em regiões tropicais. Tem grande potencial infectante e é eliminado em grande quantidade nas fezes sendo a transmissão fecal-oral. Não são eliminados da água pelos métodos convencionais de tratamento. Os indivíduos com infecção assintomática representam um obstáculo ao controle endêmico, sendo a doença autolimitante. O afastamento da função do indivíduo infectado torna-se obrigatório evitando-se propagação. Devem ser seguidas as orientações e normas para manipuladores, além da vacinação em crianças pequenas.

Matheus Roberto Machado Camargo
Alfredo Tavares Fernandez, Karla Coelho Marques
Rev. Higiene Alimentar, v. 26, p. 93-97, n. 206/207, março/abril 2012

Resumo cedido gentilmente pela revista Higiene Alimentar para o blog Food Safety Brazil.

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Reutilizar copos no avião é uma boa?

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Creio que muitos dos amigos leitores já se viram diante do seguinte dilema: implementar um determinado controle para preservar a saúde do consumidor esbarra em consumo de recursos naturais. Luvas, toucas, aventais, tudo isso usa nossa querida e tão depredada mãe natureza. Mas fora isso, temos a questão dos descartáveis.

Estou escrevendo este post de um avião, local onde recém estão começando as campanhas como “reutilize seu copo até o final do vôo”. Ótima iniciativa, pois afinal de contas, para os que têm muita sede, fácil fácil se gasta uns quatro copinhos numa viagem de média duração.

No entanto me lembro que há poucos anos, justamente ao sugerir a reutilização para um comissário, a resposta foi: “Senhora, por questões sanitárias não podemos tocar em copos onde já houve consumo. Vou lhe servir em um copo novo”. Na época, apesar do desperdício, me senti protegida, afinal de contas, faz todo sentido do mundo evitar que uma aeromoça que irá servir dezenas de pessoas não seja o pivô da contaminação cruzada ao tocar a saliva de bordas e bases de copos.
Agora me pergunto: a importante missão de preservar o meio ambiente nos expõe a riscos? Um treinamento dos envolvidos seria suficiente? Tive a impressão, em uma das companhias, que a comissária estava se esforçando para não apoiar a boca da garrafa na borda do copo usado enquanto pedia para o próprio passageiro segurá-lo. Detalhe: ele estava sentado lá na janela, em uma fileira de três pessoas. Tudo me pareceu acrobático, mas feito de forma intencional e consciente.
Um avião é um espaço confinado, onde temos a oportunidade de realizar “intercâmbios biológicos” dos mais diversos. Se estivéssemos em tempos de obsessão pela higiene, como foi na época da gripe suína, seria esse reaproveitamento viável?

 

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Como resfriar alimentos – com fotos

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Muito didático o blog do Health Media Lab.

Ele mostra com poucas palavras e muitas fotos como fazer um confiável procedimento de resfriamento de alimentos

Eu diria nesses anos todos visitando cozinhas, que este é um procedimento que aproximadamente zero estabelecimentos  praticam. E também zero “chefs” de cozinha em casa fazem.

Considerando nossas temperaturas tropicais, como garantir que um alimento que saiu da ebulição (100oC ou as vezes mais) vai chegar a 10oC em duas horas* numa cozinha que está a 35oC esperando em uma bancada???  

NUNCA, e isso é lei básica da física.  E nem colocando em uma geladeira lotada, que será aberta e fechada muitas vezes.

Então o que fazer? BANHO DE GELO!!!

Não é tão difícil, só precisam evitar molhar o alimento com o próprio gelo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(*) É isso que temos estabelecido por lei na RDC 216/04 da ANVISA. 

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Poluentes Orgânicos Persistentes: eles estão entre nós

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Num post anterior, falei da importância do monitoramento ambiental para a segurança dos alimentos. Citei o caso do pesticida DDT e dos danos causados ao ecossistema pelo seu uso. Assim como o DDT, há um grupo de compostos, de origem variada e com diferentes fórmulas químicas, que por seus efeitos adversos ao meio ambiente e à saúde humana, foram denominados POPs (do inglês “Persistent Organic Pollutants”, traduzido para “Poluentes Orgânicos Persistentes”).  Além de sua toxicidade, estes compostos têm em comum algumas características especiais:

  • estabilidade ou persistência no meio ambiente por longo tempo antes de sua decomposição;
  • a bioacumulação: por serem compostos lipossolúveis, acumulam-se nos tecidos vivos;
  • a biomagnificação: sua concentração nos tecidos vivos aumenta à medida que avançamos da base para o topo da cadeia alimentar (vide caso do DDT no post já citado);
  • a capacidade de ser transportado por longas distâncias, seja pelo ar, pela água, por animais migratórios ou por produtos contaminados.

Os POPs são provenientes de três categorias de substâncias:

  1. pesticidas utilizados na agricultura;
  2. produtos químicos industriais cuja dispersão ambiental não foi intencional;
  3. subprodutos de vários tipos de processos industriais ou de  combustão.

Os primeiros indícios do perigo potencial destes compostos surgiram há mais de 50 anos quando resíduos de DDT foram encontrados em tecidos humanos e no leite materno. Pouco tempo depois, descobriu-se que a diminuição da espessura das cascas de ovos de aves marinhas era causada pelo DDT. Sabe-se também que alguns POPs têm a capacidade de interferir e causar danos ao sistema endocrinológico humano e animal. Estas substâncias fazem parte do grupo de “Desreguladores Endócrinos”, assunto também já discutido aqui.

A presença de  POPs em rações animais e em alimentos como  peixes e laticínios tornou-se questão de segurança de alimentos em escala mundial. A partir de 2004, passou a vigorar um tratado internacional, a Convenção de Estocolmo, que classificou 12 substâncias como POPs, proibindo ou restringindo seu uso. São elas: Aldrin, clordano, Dieldrin, Endrin, Heptacloro, Hexaclorobenzeno, Mirex, Toxafeno, Bifenilas Policloradas, DDT, Dioxinas e Furanos. No Brasil, o Decreto 5472, de 2005, promulgou o texto da Convenção de Estocolmo. Em 2009, foram incluídas mais dez substâncias na lista e em 2011, foi a vez do pesticida Endosulfan entrar para o grupo dos produtos banidos.

A Convenção de Estocolmo também criou um Plano de Monitoramento Global dos POPs no ar, no leite humano e no sangue humano. No Brasil, por exemplo, o leite humano é monitorado em São Paulo e em Belo Horizonte e já há dados disponíveis para poder comparar os resultados com o resto do mundo, mas isso é assunto para um outro post.  

Texto elaborado com base no material apresentado por Maria Yumiko Tominaga na IV Conferência Internacional em Segurança de Alimentos, realizada  pela Eurofins em Indaiatuba, SP, em julho de 2012. 

Leia também:

Jogo dos 7 erros: quais as informações obrigatórias que faltam nesta embalagem?

O monitoramento ambiental e a segurança de alimentos

PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) podem ser usadas livremente em alimentos? Entenda a regulamentação

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Controle de Qualidade de Leite UHT

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Para obtenção de um alimento lácteo de qualidade, esse conceito está relacionado com a flora microbiana do leite cru utilizado como matéria-prima. Dependendo da temperatura  condições e extensão da estocagem do leite, vários grupos de microrganismos podem passar por um período de crescimento intensivo.

Em um tratamento térmico UHT o ponto mais importante desse processo é o binômio tempo e temperatura, que garante a obtenção de um processo de esterilização e a segurança desse alimento. É importante que o processo ocorra sem falhas, incrustações em tubulações diminuem a eficiência térmica desses sistemas e problemas na higienização de tubulações podem contribuir para a sobrevivência de microrganismos e bactérias patogênicas.

Dentre os vários microrganismos que podem contaminar o leite “in natura” por meio das fezes e camas dos animais, poeira, equipamentos e utensílios deficientemente higienizados, destacam-se as bactérias pertencentes ao gênero Bacillus, especialmente Bacillus cereus. São bactérias habitantes naturais do solo que estão freqüentemente presentes no leite cru, sendo a resistência ao calor uma característica comum, pelo fato de esporularem, essas características tornam esse microrganismo um potencial deteriorante do produto podendo gerar grandes perdas econômicas para empresa e colocar em risco a saúde do consumidor.

O processo UHT possui a capacidade de destruir quase todas as células vegetativas, porém alguns esporos podem permanecer viáveis, sendo fundamental o monitoramento da qualidade microbiológica do produto a para a segurança do consumidor.

Uma das técnicas de monitoramento da qualidade microbiológica empregada com produtos lácteos UHT é a contagem em placa. Essa metodologia começou a ser desenvolvida no final do século XIX, a técnica de contagem padrão em placa utilizada para mensurar a contaminação de um produto alimentício reflete a qualidade da matéria-prima, bem como as condições de processamento, manuseio e estocagem, permitindo estimar o tempo de prateleira do alimento em questão.

A metodologia de contagem padrão em placa é usada para estimar a população bacteriana em uma amostra, sendo também chamada de contagem de colônias aeróbicas, contagem de aeróbicos em placa, contagem de mesófilos ou contagem total em placa.  A incubação das placas é realizada a temperatura de 32±1ºC por um período de 48±2 horas e a enumeração de microrganismos mesófilos aeróbios é feita selecionando as placas que cotenham entre 25 e 250 colônias.

Outra metodologia para análise de alimentos que foram submetidos ao tratamento térmico UHT é a ATP- Bioluminescência. Bioluminescência é a produção e emissão de luz por um organismo vivo. O ATP é um nucleotídeo e sua função é fornecer energia, e está presente em todas as células, ele desaparece após a morte celular. O ATP em associação com o complexo luciferina-luciferase contribui para a reação de formação de luz.

O sistema para análise de produtos submetidos ao tratamento térmico foi desenvolvido especialmente para excluir o ATP oriundo de outras fontes, (ATP Livre, ATP Parede Celular) restando apenas o ATP microbiano. O resultado da análise baseia-se na quantidade de luz emitida na liberação desse ATP e a sua conversão em luz.

Essa metodologia possui alguns diferenciais pois nem todos os microrganismos crescem em meios tradicionais, o ATP serve para testar aeróbios, anaeróbios e microaerófilos e a redução do tempo de análise com a adoção dessa metodologia, pois a análise é concluída após 48-72 horas de produção, facilitando a redução do inventário da empresa, diminuindo os custos com estocagem.

 

Daniel L. Tasca

Technical Specialist
3M Food Safety

 

 

 

www.3mfoodsafety.com.br

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Desenho sanitário contra a contaminação cruzada

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privada-mexicana-768x1024No México as válvulas de descarga são acionadas por pedal. Neste modelo, o acionamento é na altura do vaso, mas há locais em que são no piso. Ainda em algumas empresas ou shoppings, o acionamento é por sensor de presença.

Uma medida simples e higiênica. Por que não encontramos estas opções por aqui? 

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EFSA apoia nova tecnologia de reciclagem de PET

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A Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) concluiu que a tecnologia de descontaminação utilizada para obter reciclado pós-consumo do politereftalato de etileno (PET) para uso em materiais de contato com alimentos não apresenta problemas de segurança.
O comitê da EFSA sobre materiais de contato com alimentos, enzimas, aromatizantes e coadjuvantes tecnológicos estudaram a eficiência da descontaminação das quatro empresas que utilizam a tecnologia VACUREMA Prime.
O parecer foi dado depois que a Agência Britânica de Segurança de Alimentos (FSA) e a Sanitarny Glówny Inspektor, da Polônia, solicitaram a avaliação dos processos de reciclagem de plásticos ecológicos e da empresa Polowat, respectivamente.
O Bundesamt für Verbraucherschutz und Lebensmittelsicherheit, da Alemanha, solicitou a avaliação dos processos de reciclagem das empresas Vogtland e STF.

As etapas críticas
O comitê concluiu que a descontaminação em reatores descontínuos e a descontaminação em reatores contínuos são as etapas críticas para a eficiência dos processos e devem ser mantidas sob controle para garantir o rendimento destes processos. Os parâmetros de funcionamento para controlar o rendimento destas etapas críticas são a temperatura, a pressão e o tempo de residência.
O que se obtém nos processos de reciclagem são flocos lavados com soda cáustica quente, obtidos a partir de garrafas de PET usadas previamente para o acondicionamento de alimentos, recolhidas pós-consumo (nas ruas ou nos depósitos de materiais recicláveis). “Contudo, uma pequena fração deste PET recolhido pode ser proveniente de aplicações não alimentícias, como por exemplo, embalagem de sabonete líquido, enxágue bucal, produtos de limpeza para cozinhas, etc., de acordo com a demanda. A quantidade de PET proveniente de embalagens não alimentícias depende do sistema de coleta. De acordo com a base de dados de cotas de mercado, estima-se que a demanda desta fração esteja abaixo dos 5%”, declarou o comitê da EFSA.
Mediante uma tecnologia especial, os flocos de PET lavados e secos são aquecidos por batelada em um reator descontínuo a vácuo, e depois são novamente aquecidos em um reator contínuo também a vácuo, antes de serem extrusados em grânulos (pellets).

Teste de contaminação
A EFSA realizou testes, através da introdução de contaminantes químicos selecionados no processo, e encontrou que a eficiência de descontaminação oscilou entre 98,3% para o lindano (gama-hexaclorociclohexano) e 99,95% para o tolueno na saída do reator descontínuo. Depois da passagem pelo reator contínuo, nenhum destes contaminantes foi detectado. No entanto, o comitê afirmou que as etapas críticas devem ser controladas, documentadas e estarem disponíveis quando forem operadas em condições como as do teste realizado.
“O PET reciclado obtido através dos processos de Plásticos Eco, Vogtland, Polowat e STF e destinado à fabricação de materiais e artigos com a finalidade de contato com todos os tipos de alimentos, tanto em aplicações de enchimento a quente e/ou armazenamento de longo prazo em temperatura ambiente, não é considerado um problema de segurança”, concluiu a EFSA.

Texto original (em espanhol):
http://www.clubdarwin.net/seccion/tecnologia/efsa-respalda-nueva-tecnologia-de-reciclado-de-pet

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Aplicação de Ozônio em Alimentos

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RESUMO
O ozônio é um poderoso sanitizante que deve atender às expectativas da indústria, à aprovação das agências regulamentadoras e à aceitação do consumidor. Os efeitos de destruição de micro-organismos nas áreas de alimentação da indústria para higienização de alimentos e equipamentos, assim como os mínimos efeitos causados com o descarte no meio ambiente são observados na aplicação desse excelente desinfetante químico. Uma de suas principais vantagens para a indústria alimentícia sobre os desinfetantes comumente empregados é a eliminação de resíduos perigosos no alimento ou nas superfícies de contato. As desvantagens mais significativas são o alto custo da tecnologia empregada e o treinamento de colaboradores. O ozônio tem um futuro promissor como potente sanitizante com aplicações eficazes na indústria alimentícia.

Baixe aqui o trabalho completo.

Rev. Higiene Alimentar, v. 24, n. 190/191, p. 88-94 novembro/ dezembro 2010.
Rosângela de Barcellos Santos, Cleber Rabelo da Roza

Palavras-chave: Higiene. Sanitizante. Água. Regulamentação.

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Tendências alimentares na Europa

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O velho continente  influencia muito o Brasil em relação ao mercado de alimentos. É o nosso principal destino de exportações, segundo dados do Ministério da Agricultura. Também é considerado um bloco formador de opinião, e por essa razão, conversamos com Gislene da Silva Razavet, que desde 2007 vive na França, atuando no segmento de lácteos. Ela nos preparou uma dissertação especial para entendermos o momento que a Europa está vivendo.

A Europa passa por uma grande mudança de hábitos alimentares, devido à vários fatores como a crise econômica, uma legislação mais restrita sobre os funcionais e um retorno à simplicidade.

 Alimentos funcionais, orgânicos, comércio justo, produtos locais, sem corantes, com aroma natural, sem aspartame. Esses são só alguns exemplos do tipo de chamadas que podemos encontrar nas prateleiras da Europa, o que provoca às vezes uma grande confusão na cabeça do consumidor.

 A quantidade de produtos industriais é imensa. As vezes é mais barato comprar os produtos congelados ou enlatados que os produtos frescos, algumas frutas encontram-se na forma de geleias, sucos, mas não se encontra mais o produto fresco.

 Como uma boa parte da alimentação na Europa é composta de produtos industriais, existe uma tendência de retorno à simplicidade. Quanto menos ingredientes, aditivos, melhor. Os corantes artificiais praticamente não existem mais, nem nas balas ou confeitos, ou melhor, o mínimo de corante possível. Uma migração aos aromas naturais e uma tentativa de reduzir os aditivos.

 A naturalidade é sem duvida um pedido do consumidor, mas que as empresas ainda não conseguem atender à 100%, pois desde que há um compromisso do sabor, o consumidor prefere os aditivos à um produto inferior. O sabor é o rei, esta acima de tudo, mesmo dos benefícios de saúde.

 Os alimentos funcionais fizeram euforia durante uma boa década (antioxidantes, Omega, probióticos  produtos que auxiliam o regime), mas com a crise, o consumidor se torna mais critico e duvidoso de certos benefícios, compara mais e se pergunta se realmente o custo vale à pena.

Junto à isso, houve uma uniformização da legislação sobre os alegações funcionais à nível Europeu e somente uma centena de benefícios foram aprovados, então as empresas não podem mais comunicar diretamente sobre a funcionalidade dos seus produtos.

 Esta acontecendo uma segmentação: migração às marcas brancas e distribuidores (a maioria da população), mais baratas uns 5-10% ou para produtos realmente mais premium: orgânicos, comércio justo, sem aditivos, ou naturais.

 Outra mudança é a redução das embalagens, é preciso dizer que neste assunto o Brasil esta à anos luz de avanço da Europa, pois nossa industria se desenvolveu num contexto de economia, a industria europeia se desenvolveu num contexto de abundância.

Tudo é embalado individualmente, um grande desperdício. Por questões econômicas e ambientais existe um esforço de reduzir o supérfluo e priorizar o reciclável, que é outro pedido do consumidor.

Gislene da Silva Razavet

– Gerente de Produtividade Internacional na área de Leite de Outubro 2011 até a presente date, responsável pela Europa Central, Europa do Sul, Turquia e Africa do Sul.

– Responsavel de grupo desenvolvimento de produtos laticos Light de Julho de 2007 à Setembro de 2011 na França.

– Gerente de Desenvolvimento de Produtos na area de panificação de 2005 à Julho de 2007 na Arcor do Brasil.

– Coordenadora de Desenvolvimento de Produtos na area de biscoitos de 2001 à 2004 na Danone Brasil.

– Coordenadora de Processo Industrial na area de biscoitos de 1999 à 2000 na Danone Brasil.

– Estagiaria de Processo Indutrial na área de biscoitos em 1998.

– Autora da página: http://www.facebook.com/Alimentoduravel

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Quantos brasileiros morrem de DTA a cada ano?

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Definitivamente nossas estatísticas não refletem a realidade. Nos Estados Unidos (EUA), aproximadamente 76 milhões de casos, 325.000 hospitalizações e 5 mil mortes. 

Os números que consegui apurar estão no Portal Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde.

O Boletim Epidemiológico, que somente cobre dados até 2004, menciona que até este ano,  foram notificados ao Ministério da Saúde 3.737 surtos, com o acometimento de 73.517 pessoas e registro de 38 óbitos.

Estariam nestes registros, estes dois brasileiros?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fabrício, percussionista da banda Eva, morto em julho de 2007 , menos de 24 horas após comer ostras cruas. Tinha apenas 29 anos.

 

 

 

 

 

 

 

Sócrates, ídolo do futebol, se foi aos 57 anos. Já estava com a saúde debilitada por consequência do alcoolismo, mas uma intoxicação alimentar deflagrou o quadro de infecção generalizada.

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Guia para consumidores – Segurança de Alimentos no Lar

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Essa cartilha foi desenvolvida pelo SENAI para conscientizar os consumidores sobre os riscos que correm de contrair doenças veiculadas por alimentos e traz muitas orientações práticas. Divida com amigos e pessoas queridas, é uma aula para todos nós!

Baixe o conteúdo completo:

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Saiba mais sobre o programa desenvolvido pelo SENAI e ajude a compartilhar este conteúdo.

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Ricota e Listeria monocytogenes no Brasil

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Qualidade microbiológica de ricotas comerciais e os riscos associados
à presença de Listeria monocytogenes

 Luciana Maria Ramires ESPER1*, Dirce Yorika KABUKI2, Arnaldo Yoshiteru KUAYE2

No presente estudo foi avaliada a qualidade microbiológica de ricotas comercializadas na região de
Campinas-SP e caracterizado o potencial patogênico das cepas isoladas de Listeria monocytogenes. Um total
de 45 amostras de ricota foi submetido às análises de contagens de coliformes termotolerantes, estafilococos
coagulase positiva, bolores, leveduras e detecção de Salmonella sp. e Listeria monocytogenes. Os resultados
apontaram que 46,7% (21/45) das ricotas estavam em desacordo com os padrões microbiológicos para
alimentos estabelecidos pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Resolução
RDC 12/2001. O número de amostras que apresentaram contagens acima das permitidas pela legislação
em relação aos coliformes termotolerantes foi de 46,7% e em relação a estafilococos coagulase positiva foi
de 2,2%, além de 6,7% das amostras apresentaram Listeria monocytogenes. Não foi isolada Salmonella das
amostras analisadas. Destaca-se a presença de L. monocytogenes em 6,7% (3/45) das amostras com perfil
genético actA tipo 4 e hly tipo 1 e pertencente à linhagem I, potencialmente patogênico ao homem. Este
estudo indica que o produto analisado merece maior atenção por parte da comunidade científica, bem
como pelo setor produtivo e órgãos de vigilância sanitária com o intuito de empreender a melhoria da
qualidade e consequente, segurança ao consumidor.

O paper foi gentilmente disponibilizado pela autora Luciana Esper. Para acessá-lo, clique aqui.

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ANVISA publica estudo sobre sódio em alimentos processados

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Uma pesquisa publicada em 16/10/2012 no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA aponta sobre o teor de sódio presente em diversos alimentos. O Informe Técnico nº 50/2012 é um estudo bem elaborado, que compilou diversos dados relacionados à alimentação da população brasileira.

No estudo é relatado que, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, há grandes prevalências de consumo excessivo de açúcares e de gorduras saturadas, bem como baixa ingestão de fibras e inadequação de vários micronutrientes. A pesquisa ainda revela que o Brasil está atravessando, nas últimas décadas, uma transição nutricional caracterizada pela diminuição dos casos de desnutrição e aumento do sobrepeso e da obesidade. Esse crescimento acelerado da obesidade foi verificado em todas as fases do ciclo da vida e estratos da população.

Sobre o consumo de sódio, o trabalho inicialmente alerta para a presença de grande quantidade dessa substância no biscoito de polvilho  que foi de 1.092 miligramas (mg) de sódio para cada 100g do produto. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2.000 mg de sódio por dia”, explica o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares. Um pacote de biscoito de polvilho de 100 gramas (g) possui, em média, mais da metade de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia.

O estudo da Anvisa também analisou os teores de sódio nos queijos. Uma amostra do queijo parmesão apresentou o maior valor absoluto de sódio entre todas as 500 amostras da pesquisa, e atingiu a marca de 3.052 mg do nutriente para cada 100g do produto. Em segundo lugar, ficou a versão ralada do queijo parmesão, cujo teor de sódio foi de 2.976mg para cada 100g de produto.

Outro ponto avaliado pela pesquisa foi a variação do teor de sódio entre as diversas marcas de um mesmo alimento. Neste quesito, os queijos minas frescal, parmesão e a ricota fresca lideraram a lista. No caso do queijo parmesão, essa diferença chega a 13,7. No caso do queijo minas frescal, a quantidade de sódio encontrado pode variar mais de 14 vezes de marca para marca e no pão de queijo pronto para o consumo essa variação é de quase oito vezes.

A média do teor de sódio no macarrão instantâneo ficou em 1.798 mg para cada 100 g do alimento. Esse valor está dentro do pactuado, em abril de 2011, entre o Ministério da Saúde e as associações das indústrias de alimentos para reduzir a quantidade de sódio nesses alimentos. O acordo prevê o valor máximo de 1.920,7 mg de sódio para cada 100 g de macarrão instantâneo.
Entretanto, o estudo da Agência também detectou problemas. Em termos de valor absoluto, o valor máximo de sódio encontrado em uma amostra de macarrão instantâneo foi de 2.160 mg para cada 100g de alimento, valor maior do que o acordado entre as indústrias e o Ministério da Saúde. Vale lembrar que, neste caso, já está contabilizada a quantidade de sódio presente do tempero pronto que acompanha esses alimentos.

O sódio representa aproximadamente 40% da composição do sal. Além disso, é considerado um nutriente de preocupação de saúde pública que está diretamente relacionado ao desenvolvimento das Doenças Crônicas não Transmissíveis: hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças renais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência renal.

A notícia completa e o link para a íntegra do estudo podem ser encontrados no site da ANVISA.


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Direto da Arábia Saudita, o ponto de vista de um brasileiro

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 Ele havia acabado de se casar, quando recebeu a proposta de trabalhar na Arábia Saudita. Se desfez de seus presentes ainda embalados, levou a esposa na mala e começou nova vida em outras terras, experimentando uma cultura totalmente contrastante com a nossa. Essa é a história de Tomaz Zurita, que concedeu com exclusividade uma entrevista ao blog Food Safety Brazil. 

Por que um brasileiro na Arábia Saudita, responsável pela gestão do BRC em uma empresa líder em embalagens?
Por quê não? Foi o que eu pensei quando recebi um email de um outro brasileiro que era um dos gerentes aqui em Jidá (Jeddah), oferecendo a posição. Uma série de fatores me trouxeram para cá. Primeiro, como em qualquer contratação, havia um interesse mútuo. Da minha parte em relação ao conteúdo do trabalho e à experiência internacional. Da parte da empresa em relação a minha experiência com sistemas de gestão integrados que incluísse segurança de alimentos. As empresas que operam no Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo, dependem fortemente de profissionais estrangeiros. Além disso, a Tetra Pak Brasil tem 2 das fábricas que normalmente circulam entre as melhores do grupo em termos de gestão da qualidade, inovação e manufatura classe mundial. Por essa razão os profissionais brasileiros são bem vistos. Isso certamente contou a meu favor.

Quais normas de certificação são mais reconhecidas na região?
As normas ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 predominam como em qualquer outra parte do mundo. Em relação às normas de gestão da segurança de alimentos, ISO 22000, BRC Food e BRC Packaging despontam. Também há diversas empresas utilizando esquemas de certificação não acreditada como selos de HACCP e GMP oferecido pelos grandes organismos de certificação.

Quais os temas em debate em relação à segurança de alimentos na Arábia Saudita?
O país é essencialmente importador, utiliza o idioma árabe e tem fortes restrições religiosas. Isso gera preocupações no que diz respeito a rotulagem. Outro assunto em foco são as boas práticas de manipulação no setor de hospitalidades, já que pequenos estabelecimentos e comércio informal são extremamente comuns. Mesmo as grandes redes de hotéis e restaurantes tem grandes desafios em manter padrões de qualidade e higiene devido à rotatividade e diversidade de funcionários com baixa qualificação.
Por outro lado, alguns temas de grande importância como as boas práticas de transporte, armazenamento e varejo são praticamente ignorados. E por sinal, essa deficiência afeta diretamente o Brasil, já que somos o principal fornecedor de carne bovina e de frango para a região e os cuidados com a cadeio do frio, por exemplo, deixam a desejar em muitas situações.

De que forma as diferenças culturais foram desafiadoras para o desenvolvimento do seu trabalho?
Eu trabalho com colegas de aproximadamente 30 nacionalidades. Talvez o inglês e o boné com o logo da empresa são as únicas coisas em comum. Cada um tem seu sotaque e graus diferentes de entendimento da língua. A linguagem não-verbal também é variada. Certos movimentos do corpo e gestos inocentes para uma cultura podem ser extremamente ofensivos para outra.
Especificamente sobre segurança dos alimentos, é notável a diferença nos padrões de higiene pessoal. É um grande desafio para padronizar as BPF que dependem fortemente de atitudes pessoais e auto-disciplina. Um exemplo curioso, porém real, é o seguinte: imaginem como é difícil localizar um fornecedor de protetores faciais (esses descartáveis de tecido-não-tecido “made in China”) que forneçam tamanho extra-extra grande para atender os colaboradores muçulmanos com barba longa e volumosa.
Outro aspecto diferente é a forma como cada cultura dá importância ao trabalho, às responsabilidades com prazos e resultados e às ambições de crescimento profissional. Há os que não medem esforço e topam trabalhar jornadas longas, horas extras, cobrir colegas em férias, etc. Há os que largam a caneta no meio de uma atividade quando dá o tempo, porém se organizam bem para entregar as tarefas conforme prometido e há aqueles que dependem quase que exclusivamente de um empurrão para concluir atividades ou seguir certas regras previamente acordadas. É certo que estas diferenças dependem de pessoa para pessoa, mas é possível identificar algums padrões em grupos de mesma nacionalidade ou de mesma identidade cultural-religiosa.
Aqui também não trabalham mulheres.
Enfim, há muitas outras que eu poderei comentar se os leitores se interessarem.

Nos dê um breve panorama da indústria de alimentos e correlatos na região.
Como eu comentei anteriormente, a Arábia Saudita, assim como a maioria dos países vizinhos dependem em grande parte da importação de produtos alimentícios e correlatos tais como ingredientes, aditivos, produtos de origem animal, frutas, café e chá, cereais, molhos. Outros produtos como óleos, laticínios, snacks, sucos e bebidas carbonatadas são produzidos localmente, porém em sua maioria por empresas multinacionais. Os produtos realmente locais são basicamente vegetais e hortaliças, pães e produtos regionais como alguns temperos, frutas, conservas.
Os mercados do Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo e norte da África têm sido muito dinâmicos. Em muitos setores, o crescimento da demanda e consequentes aumentos de produção/importação só perdem para os níveis observados na China. Também é notável como foi rápida a recuperação das empresas de alimentos nos países afetados diretamente pela “Primavera Árabe”. Assim que a cadeia logística se recuperou, estradas e portos se abriram, suprimento de energia normalizou, as empresas retomaram seu ritmo anterior em questão de 3 a 6 meses.

O que é tendência na área de embalagens?
Hoje se fala muito em embalagens com menor impacto ambiental. Seja pela redução do uso de matérias primas, pelo uso de materiais renováveis, pela redução do uso de energia ou pela reciclagem pós-consumo. Se pensarmos que a embalagem define a forma do produto final, é fácil entender também que as embalagens tem um papel fundamental na eficiência da distribuição em termos do uso do espaço em transporte, estacagem e ponto de venda. A pegada de carbono é o conceito chave que direciona, digamos, os esforços
Poucas empresas conseguem desenvolver atividades em todas estas direções. É necessário mobilizar muita gente. Desde P&D, desenvolvimento de fornecedores, eficiência de manufatura, logística, relações com governos e sociedade, etc. É uma questão de importância estratégica para as empresas líderes.

Quer dar um recado para os leitores do blog?
Na verdade tenho dois recados:
1) Fiquem atentos e agarrem as oportunidades que a vida nos oferece.
2) Para o s meus amigos que sempre me perguntam: não existem Petro-dólares. Pronto, falei.
Tomaz Zurita é Engenheiro de Produção pela Poli-USP. Foi consultor e gerente operacional da Food Design. Trabalhou com análise de perigos, qualificação de equipamentos e validação de processos na Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos. É responsável pelo sistema de gestão integrado e líder do pilar de meio ambiente da Tetra Pak Arabia.

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Análise de Perigos em Conservantes

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Conservante é uma beleza, hein? A gente faz e acontece na produção do alimento, embala de qualquer jeito, a cadeia de frio é aquela coisa que todos conhecem e tá lá  o alimento – firme e forte, sem oferecer riscos ao consumidor, uma beleza.

É claro que se você já passou mais de 6 meses em uma indústria sabe bem que não é assim que funciona. Os nossos amigos microrganismos, a Sra Bactéria e o Sr Fungo, muitas vezes nem dão bola para a panacéia de conservantes que está no alimento, crescendo festivamente até em condições improváveis (que já viu nugget “congelado” com crescimento aparente de bolor levanta a mão!). O conservante só funciona em determinadas condições, e principalmente se não houver abuso. Ele ajuda, mas não faz milagre.

E, para ajudar, tem que ter alguns cuidados, não é? Quem monta plano HACCP certamente vai lá e coloca na descrição do produto ou até nas medidas de controle: presença de conservante. Aí, dependendo da situação, o conservante vai parar no programa de pré-requisitos ou entra no plano HACCP mesmo.

E que cuidados há de se ter com este aditivo?

Primeiro, o conservante precisa estar funcional e dentro da concentração especificada pelo fornecedor. Para controlar isso, valem as dicas de consultar o FCC ou o JECFA que já citei antes e incluir estas informações na inspeção de entrada ou na homologação do fornecedor.

Segundo, ele precisa ser adequadamente armazenado, para não perder funcionalidade durante o shelf-life. Lá na especificação do fornecedor tem um campo sobre temperatura e umidade de armazenamento? Pode colocá-lo na sua análise. Quer saber mais sobre o assunto? Divirta-se procurando informações a respeito em bancos de dados científicos.

Terceiro, ele precisa ser corretamente pesado para a fórmula em questão: não adianta colocar no plano que a salsicha leva 0,015% de nitrito quando na prática ela pode levar tanto 0,005%, quanto 0,05%. Se não há um sistema ERP, algum tipo de controle de atendimento à formulação deve ser criado. Quem sabe um colaborador pesa e o outro confere, antes da mistura? Ou alguém verifica os pesos das matérias-primas após a produção?

Por fim, o conservante deve estar homogeneamente distribuído pelo produto. É fácil misturar 15g de nitrito em 100kg de massa de salsicha? São quantidades muitos diferentes entre si, e a chance de termos um ponto com alta concentração de nitrito e outro com nenhuma é grande. Vale aqui trabalhar com conservantes mais diluídos, fazendo esta diluição in-company ou comprando assim já do fornecedor, e fazer um trabalho de validação de mistura.

E como a gente valida mistura? Ah, isso sim é tema para um próximo post!

Até a próxima, pessoal!

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Programa Alimentos Seguros agora para Consumidores

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O Programa Alimentos Seguros é um marco para a Segurança de Alimentos em nosso país. Desde o seu nascimento em 2001, iniciado no segmento indústria, muitas empresas modificaram sua cultura em prol da segurança de alimentos e novas frentes tem sido conquistadas. Para falar sobre, convidamos Zeide Lúcia Gusmão, do SENAI, uma das instituições pilares do PAS.

Quais são os objetivos e público alvo do PAS?

 Promover a segurança dos alimentos e bebidas em toda a cadeia produtiva do setor, ampliando a competitividade das empresas brasileiras nos mercados nacional e internacional, como também reduzir o risco das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) aos consumidores. O público alvo é amplo, abrangendo produtores rurais, indústrias de alimentos e bebidas e demais emrpesas da cadeia produtiva de alimentos, órgãos governamentais, sistema educacional e consumidores.

Que resultados o PAS já obteve desde o início de sua atuação?

–  16.992 profissionais capacitados como consultores, auditores e multiplicadores, fiscais do governo e funcionários de empresas

–  35.000 Seminários de sensibilização ou palestras

– 14.996 empresas que implantaram BPF

-1.348 produtos com implantação de APPCC

Qual é a importância do consumidor para a segurança dos alimentos?

 O consumidor está no final da cadeia, e ele vai escolher, transportar, preparar, conservar e consumir o alimento. Assim, ter informações e orientações sobre a segurança do alimento permitirá reduzir os riscos dele sofrer um mal estar ou doenças que sejam provocadas pelo alimento contaminado.

 Quais as estratégias adotadas pelo PAS para promover a conscientização dos consumidores para a questão da segurança dos alimentos?

 Criamos o PAS Consumidor, onde temos manuais, cartilhas e guias para a sua orientação. Promovemos também eventos em locais de grande circulação, quando trabalhamos com os conceitos do alimento seguro.

 Quais serão os próximos passos do Programa? 

 Continuamos trabalhando em toda a cadeia produtiva do alimento: campo , transporte, indústria, distribuição, serviços alimentícios e consumidores. Temos o foco em trabalhar com cadeias produtivas específicas, como o PAS Mel, PAS Uva para processamento, PAS Açaí, PAS Leite e PAS Carne.

 Também temos o PAS Educação, trabalhamos com 20 escolas de 2009 a 2011, 5 delas públicas, o que pode ser um viés para trabalharmos a partir de 2013. Os professores dos alunos de 05 a 11 anos passam por uma capacitação para que possam ensinar os conteúdos de forma transversal nas aulas de diferentes disciplinas. Sabemos que as crianças hoje são muito informadas e influenciam o comportamento em casa e na hora da compra e são a base para a formação de cidadãos mais conscientes.  Nas aulas são usados recursos lúdicos para explicar por exemplo contaminação em uma maçã através da história da Branca de Neve ou do filme  Ratatouille, no qual discute-se o certo e o errado na cozinha.

 Em breve o blog Food Safety Brazil disponibilizará cartilhas do programa para download!

Zeide Lúcia Gusmão é mestre em Planejamento e Gestão Ambiental, MBA em Gestão de Negócios com Ênfase em Novas Tecnologias, graduada em Ciências Biológicas. Atualmente trabalha no SENAI Departamento Nacional como Especialista de Desenvolvimento Industrial  e coordena o Programa Alimentos Seguros (PAS) e a Rede SENAI de Alimentos e Bebidas, tendo interação com instituições públicas e privadas, de forma a garantir a difusão do conhecimento, metodologias e tecnologias para melhoria no atendimento à indústria. 

 

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