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Rotular ou não rotular traços de alergênicos: eis a questão?

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A notícia que circula pelos canais acessados pelos alérgicos e por suas famílias é a de que alguns lotes de um creme vegetal que não contém leite em sua composição e, por isso, é consumido livremente por alérgicos a proteínas do leite, está causando reações. Mas e como isso poderia acontecer, se o leite não faz parte da lista de ingredientes?
 
A indústria fabricante de tal creme vegetal também produz produto que contém leite em sua formulação e ambos os produtos são processados no mesmo maquinário. Como regra, os alérgicos não costumam adquirir produtos feitos em maquinários compartilhados, tendo em vista que porções ínfimas do alérgeno podem desencadear reações, mas a produtora de tal creme vegetal sempre garantiu, seja pelo atendimento telefônico, seja por meio de mensagens eletrônicas, que “cada produto é fabricado em um período diferente e antes de iniciar a produção de uma variante os equipamentos passam por um rigoroso processo de limpeza, não havendo assim o risco de contaminação por ingredientes da produção anterior”.
 
Teria havido alguma falha no processo de higienização? Teriam realizado um teste após a limpeza, a fim de confirmar a ausência de proteínas? Teria restado uma quantidade de proteína em quantidade não aferível pelo teste, mas capaz de causar reações?
Enquanto não houver regras tratando da obrigatoriedade da rotulagem de alérgenos e dos critérios pertinentes, consumidores alérgicos e indústria ficarão desprotegidos. Os consumidores, porque estão sujeitos a reações adversas que podem ser bastante críticas (fatais, até). A indústria, porque não terá regras estipulando parâmetros para rotulagem de traços e, assim, pode sofrer condenações em juízo pela ausência de informações neste sentido no rótulo, eis que, pelo Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor deve apresentar informações claras e precisas acerca do produto, vedando-se a oferta de produtos que possam colocar em risco a saúde e segurança dos consumidores, sob pena de responsabilidade por defeito de informação.

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Manual de orientação para investigação em surtos de DTA

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Aconteceu um surto por Doença Transmitida por Alimentos. E agora?

Aparte da atenção às vítimas, um verdadeiro processo investigativo deve ser iniciado. Por onde começar?

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Santa Catarina, dá as dicas para os “detetives” aqui.

 

 

 

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Alimentos com baixa atividade de água – higienização a seco

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10 entre 10 técnicos da área de alimentos aprendem na escola a importância da lavagem de mãos, como o piso, paredes e tetos devem ser feitos de material lavável, como drenos devem estar estrategicamente localizados dentro da fábrica e outras mil aplicações que envolvem água. Contudo, boa parte da indústria foge (ou deveria fugir) da água rotineiramente, realizando limpezas a seco na grande maioria das vezes. São as empresas da cadeia de alimentos de baixa atividade de água – produtores, distribuidores e varejistas de farinhas em geral, leite em pó, ingredientes secos, chocolate, cereais matinais, entre outros. Por que a água é vilã para estes alimentos?

Apesar de não crescer em ambientes com a­w baixa, S. enteriditis e S. aureus permanecem viáveis por até 4 dias em superfícies de aço inox, podendo ser transferida para o alimento e posteriormente ativada com a introdução de água. Além disso, a baixa atividade de água torna a Salmonella mais resistente ao calor. Ambos os fatores indicam que, apesar de serem considerados de baixo risco, os alimentos secos precisam de cuidados específicos para a prevenção deste tipo de contaminação – pois uma vez contaminados, não há mais barreiras suficientemente seguras antes do consumo.

Após uma série de recalls envolvendo alimentos com baixa atividade de água (manteiga de amendoim e proteína vegetal hidrolisada, por exemplo), a GMA (Associação Americana de Produtores de Gêneros Alimentícios) produziu um guia bastante útil para a prevenção da contaminação de Salmonella neste tipo de produto. O guia é dividido em 5 partes, que podem ser acessadas aqui. O FDA também abordou o assunto, fazendo referência a este guia.

Uma das recomendações mais centrais do guia é a eliminação de qualquer fonte de água que possibilitaria a viabilização das células de Salmonella que porventura estejam presentes. Sendo assim, o guia faz uma recomendação expressa sobre o uso de limpeza a seco, entre outras medidas para diminuir a presença de água nos ambientes, como eliminação de drenos e prevenção de infiltrações e condensados. Vale salientar que a limpeza a seco deve seguir passos criteriosos para ser eficiente, como:

  • uso de utensílios adequados e dedicados por setor, como escovas, espátulas e vassouras laváveis, duráveis, sem partes soltas;
  • coleta do material seco com um aspirador de pó;
  • uso de pellets secos de CO2 ou óleo quente para remoção de sujidades mais resistentes;
  • após a limpeza, uso de sanitizantes que se evaporam rapidamente;
  • evitar o uso de ar comprimido, devido à dispersão de poeira e contaminação possíveis.

Vale a pena ler o Guia na íntegra para conhecer todas as medidas propostas.

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Lições aprendidas com o maior recall de carnes do Canadá

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O maior recall de carnes na história canadense começou em setembro de 2012, com o encerramento das atividades da unidade Lakeside, em Alberta, da empresa XL Foods Inc. Esta planta era a segunda maior do Canadá, representando um terço da capacidade da produção nacional de carnes processadas, e foi fechada por ordem da CFIA (Agência Canadense de Inspeção de Alimentos), quando foi encontrada carne contaminada por Escherichia coli O157:H7 proveniente desta unidade. As consequências das falhas operacionais desta planta, por fim, resultaram na venda da unidade à JBS Canadá.

Os primeiros relatórios após o encerramento da unidade sugeriram que a cultura corporativa disseminada na planta não priorizava a segurança de alimentos. Os resultados iniciais da inspeção da CFIA indicaram que embora existisse o estudo HACCP na fábrica, ele não estava totalmente implementado e não era regularmente atualizado. Mais especificamente, não existia a definição de ações a serem tomadas caso ocorresse alguma análise positiva para E. coli, havia avaliação inconsistente das tendências dos resultados positivos, não havia processo para incluir resultados de análises pelos clientes, a manutenção dos registros era insuficiente e foram detectadas deficiências nos procedimentos e técnicas de amostragem.

Os dirigentes do sindicato representante dos operadores da fábrica também sugeriram que a liberação e a expedição do produto mascaravam os parâmetros e resultados relacionados à segurança de alimentos. Isto não deveria desculpar os funcionários da linha de frente em relação às suas responsabilidades neste assunto, mas é responsabilidade dos líderes corporativos e dos gestores o estabelecimento da cultura da segurança de alimentos, as expectativas, a política da empresa e os treinamentos necessários para cada funcionário, para servirem de guia na tomada de decisão.

Keith Warriner, professor e diretor do Programa de Segurança de Alimentos e Garantia da Qualidade da Universidade de Guelph, disse após os balanços do recall: “A cultura de segurança de alimentos é onde são dados o poder e a responsabilidade aos funcionários, e os gestores também devem respeitar as normas e protocolos. Um ponto era evidente neste caso da XL Foods: eles tinham todos os procedimentos escritos, tinham HACCP, que leva anos a ser desenvolvido e num custo alto, mas nada estava realmente sendo colocado em prática. É fácil dizer ‘providenciem nova legislação, contratem mais fiscais’, mas isto não é a solução para a segurança de alimentos. A melhor segurança de alimentos é aquela onde você tem o controle e a autopropriedade da segurança de alimentos, então você faz coisas que são corretas”.

Na sequência do evento, o governo canadense encomendou um estudo independente para descobrir o que de fato levou à distribuição de produtos contaminados. Os resultados deste estudo foram publicados em maio de 2013, e foram extremamente críticos em relação tanto ao pessoal da planta, quanto aos fiscais da CFIA. E a conclusão disso?

Da Seção 9 do Relatório: O recall dos produtos da XL Foods Inc. foi exacerbado por um número de fatores-chave. A manutenção dos registros da empresa era fraca. A fábrica estava despreparada para mostrar prontamente informações relevantes sobre o produto e a distribuição às autoridades fiscais.

A coordenação da comunicação com o público deixou os consumidores confusos e preocupados. Num período de várias semanas, eles ouviram que mais e mais produtos não deveriam ser consumidos. Não é surpresa que as pesquisas de opinião mostram que a maior preocupação dos canadenses é a contaminação de E. coli O157:H7 nos alimentos, que acreditam que ela está em franca ascensão.

E tudo isso era possível de ser prevenido. A segurança de alimentos é composta de dois elementos essenciais: um sistema, e as pessoas que implementam este sistema. O sistema de segurança de alimentos do Canadá é complexo. Considerando as várias jurisdições que governam o país, este sistema necessariamente envolve muitas partes. Apesar de alguns desafios, ele funciona. É reconhecido mundialmente por ter uma boa abordagem em segurança de alimentos. Mas a melhoria contínua é vital para que o Canadá continue como uma referência.

O principal elemento (e o maior desafio) da segurança de alimentos são as pessoas. Os sistemas não servem de nada se não houver o conhecimento, o acompanhamento e o comprometimento por parte dos indivíduos. A segurança de alimentos deve ser uma cultura adotada e praticada em todos os níveis da organização, desde o presidente da empresa, até o auxiliar de produção do turno da noite, desde o veterinário responsável, até o inspetor da carne. Estes indivíduos têm um papel fundamental na saúde dos consumidores, e deveriam levar muito a sério esta responsabilidade.

 

Fonte:

http://www.foodsafetymagazine.com/fsm-edigest/lessons-from-canadae28099s-largest-ever-meat-recall/

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Uma breve história do HACCP

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Pode-se dizer que o mês atual é bastante significativo para a segurança de alimentos no mundo. Em junho de 1959, a NASA, agência espacial americana, contratou a empresa Pillsbury, com o objetivo de produzir alimentos que pudessem ser consumidos em gravidade zero, e ao mesmo tempo, serem seguros. Aproveitando essa data especial, trazemos abaixo uma breve história do HACCP, a ferramenta de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle:

1959 – A Pillsbury é contratada pela NASA

A alimentação obviamente iria desempenhar um papel crítico no programa espacial americano.  O grupo inicialmente envolvido com esse tema era formado por Herbert Hollander, Mary Klicka, e Hamed El-Bisi dos laboratórios do exército americano em Natick, Massachusetts e o Dr. Paul A. Lachance do Manned Spacecraft Center. A empresa Pillsbury se uniu ao programa, como subcontratada em 1959 com Howard E. Baumann representando a empresa como cientista chefe.

1971 – O HACCP é discutido na National Conference of Food Protection

O HACCP sai do contexto meramente experimental e restrito à NASA, para ser amplamente divulgado. A National Conference on Food Protection, nos Estados Unidos, discute a aplicação dos PCCs e das Boas Práticas de Fabricação na produção de alimentos seguros.

1972 – A Pillsbury cria um programa de treinamento em HACCP para a FDA

O programa de treinamento da Pillsbury para o FDA em 1972, entitulado “Food Safety through the Hazard Analysis and Critical Control Point System“, marca a primeira vez em que o HACCP é utilizado publicamente.

1973 – Adoção na regulamentação de alimentos enlatados de baixa acidez

O sistema HACCP é adotado nas regulamentações de alimentos enlatados de baixa acidez, na sequência de um incidente de botulismo envolvendo a sopa Bon Vivant Vichyssoise.

1975 – Cresce o escopo do HACCP

O HACCP era baseado inicialmente em três princípios (atuais princípios 1, 2 e 4), A Pillsbury adotou dois princípios a mais (atuais princípios 3 e 5) para sua organização em 1975. Essa mudança foi posteriormente reconhecida pela National Academy of Sciences (NAS) utilizada como referência pelas inspeções governamentais da FDA.

 

1985 – Recomendações da NAS

A NAS recomenda a aplicação do HACCP em várias categorias de alimentos não enlatados.

 

1987 – Formação do NACMCF

A partir de uma proposta da NAS é desenvolvido o National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Foods (NACMCF). O NACMCF foi responsável inicialmente por definir os conceitos e guias de aplicação para o HACCP’.

 

Anos 90 – O HACCP conquista o mundo

As etapas preliminares e os agora sete princípios tornam-se  o padrão, formando os 12 passos do Codex Alimentarius para a implementação da ferramenta. Em 1993, na Europa: o HACCP entra oficialmente para as regulamentações da Comunidade Europeia com a diretiva  Hygiene of food matters. O FDA estabelece o HACCP como obrigatório para diversas categorias de produtos, como: pescados e frutos do mar, produtos cárneos e bebidas.  Diversos países, inclusive o Brasil, seguem essa tendência. No Brasil é publicada a regulamentação para a área de pescados como ARPCC (Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle), definição que trazia um erro conceitual. Posteriormente, foi consolidado no Brasil como APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle).

Os anos 90 representaram o grande período de difusão mundial do HACCP e também marca o surgimento de diversas certificações de sistemas de gestão acreditados que usam o HACCP como base, em países como Holanda, Dinamarca, Reino Unido, França, Alemanha, Dinamarca e  Austrália, dentre outros.

2005 – A publicação da Norma ISO 22000

A publicação  da Norma ISO 22000 em setembro de 2005 muda a cara do HACCP, expandindo seus conceitos e incorporando-o a um sistema de gestão inteligentemente construído com base no ciclo PDCA de melhoria contínua. Outra mudança de conceito importante é a possibilidade de aplicar a ferramenta em qualquer organização da cadeia produtiva de alimentos, e não só na indústria, como foi o conceito corrente por muitos anos. O HACCP passa definitivamente a fazer parte do dia-dia das organizações, que têm como objetivo estratégico a produção de alimentos realmente seguros para seus consumidores.

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Boston sediará conferência sobre Alergia Alimentar para Restaurantes

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Em 5 de novembro de 2013, haverá a 2a conferência sobre Alergia Alimentar para Restaurantes em Boston, promovida pelo AllergyEats, um conhecido guia online de restaurantes americanos que oferecem opções de refeições para alérgicos. A ideia do evento é difundir conceitos relacionados à alergia alimentar, que atinge entre 4% e 5% da população americana, cuja segurança para desfrutar de refeições em restaurantes depende de um nivelamento de informações referentes aos cuidados que se deve ter ao se preparar uma refeição para quem tem restrições alimentares, desmitificando o tema, com orientações desde a seleção dos ingredientes até as medidas a serem tomadas para que não haja contaminações durante o preparo dos pratos. Dentre os palestrantes, haverá proprietários de restaurantes, médicos e pessoas ligadas à defesa da população com alergia alimentar.

Maiores informações no site do evento.

 

Autora do Post: Maria Cecília Cury Chaddad

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Merenda escolar envenenada na Índia, licitações irregulares no Brasil

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Foram 25 criancinhas mortas em Bihar, e no total, 48 pessoas internadas*. Mas  A última refeição delas foi um curry de arroz, feijão e batata. Os alunos reclamaram do sabor estranho e então só aí a cozinheira a provou e também passou mal imediatamente, vindo a falecer.


 

“Meus filhos foram à escola para aprender. Voltaram para casa chorando e se queixando de dor”, contou o pai de duas crianças afetadas ao canal de televisão NDTV.

“Peguei-os em meus braços, mas não paravam de chorar e de se queixar de uma dor de estômago terrível”, acrescentou.

  As autoridades ainda não sabem como a contaminação aconteceu exatamente.

O odor exalado dos corpos das crianças era de composto organofosforado, altamente tóxico e usado como pesticida ou solvente. O carreador foi o óleo de cozinha reciclado.

Por isso blog Food Fraud Initiative analisa o caso e pondera que o cenário “cheira à fraude ou adulteração” o que sempre tem viés econômico. Há um histórico de adulterações no mundo envolvendo óleo diluído ou misturado com outros de qualidade desconhecida. Embora alimentos servidos em merenda escolar  sejam de baixo custo, são negociados em alta escala e portanto prato cheio para corruptos e fraudadores.

Cerca de 10% dos estudantes indianos dependem da merenda escolar para garantir o almoço diário e metade deles tem subnutrição. A população realizou protestos violentos, apedrejando uma delegacia destruindo veículos da polícia.

Aqui no Brasil uma merendeira desequilibrada adicionou veneno de rato em Porto Alegre em um caso onde não houve vítimas graves ou fatais. O juiz incrivelmente acabou concluindo que ela não poderia ser indiciada por homicídio, já que as duas embalagens de anticoagulantes viradas na panela não dariam conta de matar humanos.

Mas os problemas não estão só naquele continente. A lista de irregularidades em processos de licitação e oferta de alimentos de baixa qualidade e inseguros é enorme no Brasil. Esta reportagem do Globo,  resume tudo:

Metade do país apura fraude na merenda escolar

Estaríamos vulneráveis a uma tragédia?

Sobre surtos envolvendo merenda escolar, aguardem um novo post!

(*) A imprensa tem atualizado os dados das vítimas constantemente.

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Salmonella em tomate recebe atenção especial do FDA

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Qual mistério esconde um simples tomate fresco? A Agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA considera o tomate um enigma e tem um grupo de pesquisadores trabalhando exclusivamente sobre ele. O mistério do tomate tem a ver com a sua vulnerabilidade à contaminação por Salmonella. De 1973 a 2010, foram 15 surtos em vários estados americanos atribuídos à contaminação de tomates crus por Salmonella, sendo que 12 deles ocorreram a partir de 2000. Estes surtos resultaram em quase 2.000 doenças confirmadas e três mortes. Considerando o número de pessoas que comem tomates, a taxa de infecção por Salmonella é muito baixa, mas por ser um alimento muito popular, o risco deve ser o menor possível.
“As condições em que se desenvolvem os tomates são as mesmas em que a Salmonella prospera”, diz Eric Brown, diretor da Divisão de Microbiologia da FDA. “Mas o tomate sempre apresentou um desafio extra pela curta duração da sua colheita. Quando parecia que tomates contaminados estavam causando doenças, a colheita já tinha terminado.”
Assim, o foco da FDA mudou ao longo da última década para reduzir a contaminação desde o início do cultivo do tomate. Para dar aos pesquisadores acesso a condições e ameaças reais, a FDA estuda os tomates em uma fazenda experimental situada ao lado de fazendas que já foram fontes de contaminação por Salmonella.
A equipe de cientistas já coletou mais de mil bactérias no solo e na água em busca de um inimigo natural da Salmonella e encontrou uma bactéria chamada Paenibacillus, que é benigna para os seres humanos, mas mata a Salmonella. A FDA está trabalhando com a Agência de Proteção Ambiental (EPA) para facilitar o desenvolvimento de um tratamento orgânico contendo Paenibacillus que mataria Salmonella e outros organismos prejudiciais.
Esta será uma ferramenta de combate a Salmonella particularmente valiosa na região do meio-atlântico, onde os agricultores muitas vezes fumigam seis polegadas abaixo do solo para matar as bactérias nocivas. Estes métodos, ironicamente, podem criar mais oportunidades para os patógenos como a Salmonella colonizarem as raízes das plantas de tomate.

A importância da água e da microflora
O trabalho dos pesquisadores já resultou em dois estudos publicados em revistas cientificas de destaque. Num deles, descobriram que a qualidade da água é um fator chave. Os tomates podem ser contaminados em etapas específicas de crescimento, indicando a importância do uso de água potável para irrigar a plantação ou para aplicação de pesticidas.
Em outro estudo, foram analisados os ambientes de produção de tomate da Califórnia, Virginia e Flórida. Foram feitas associações entre o tipo de microflora base (incluindo algas, fungos e bactérias) e cultivos de tomate com alto ou baixo risco de contaminação por Salmonella. Os pesquisadores também estão considerando outros fatores, como a proximidade entre lavouras e criações de aves, fonte potencial de Salmonella. Esta pesquisa pode ser capaz de identificar as condições que tornam a Califórnia uma região mais segura para as culturas de tomate.
Uma outra linha de trabalho desta equipe é pesquisar os genes das bactérias causadoras de doenças. A FDA vem desenvolvendo sequências genéticas bacterianas que farão parte de um banco de dados público que permitirá aos cientistas identificar rapidamente as bactérias causadoras de doenças e localizar sua origem.
A pesquisa sobre o tomate é compartilhada de forma contínua em uma base comum com sistemas da indústria e da agricultura.
A indústria do tomate tem trabalhado em estreita colaboração com a agência para estabelecer as suas próprias normas de segurança. Diretrizes para toda a indústria foram adotadas em 2008. Em 2009, a indústria emitiu normas de auditoria em segurança de alimentos para os produtores e empacotadores. A FDA usou esses padrões da indústria como base para seus documentos divulgados em 2009, contendo recomendações para redução dos riscos microbianos em toda a cadeia de abastecimento de tomate.

E no Brasil?
Entre 2010 e 2012, a Embrapa realizou uma avaliação microbiológica em tomates de produção orgânica e convencional vendidos em feiras e supermercados na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo era detectar a presença de Salmonella e E. coli. As análises foram feitas em mais de 500 amostras e em nenhuma foi registrada a presença destes patógenos, concluindo-se que os tomates comercializados na cidade do Rio de Janeiro estavam seguros para consumo.

Referência:
http://www.fda.gov/ForConsumers/ConsumerUpdates/ucm359658.htm

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Qual é a diferença entre recolhimento e recall?

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 A indústria trabalha para que seus produtos não ofereçam riscos à saúde e à satisfação de seus clientes. Contudo, nem as melhores do mundo estão imunes à falhas e muitas vezes estas só são percebidas quando o alimento já está na casa do consumidor ou em vias de chegar lá.

Então qual é a diferença entre Recolhimento e Recall?

Ambos estão instituídos para contenção, pois embora toda indústria alimentícia (responsável!) possua controles de processo, bloqueio e liberação de produtos, existe ainda a possibilidade de que um produto não-conforme (sendo por qualidade, segurança de alimentos ou não atendimento de legislação) seja liberado para o mercado.

Todavia, existe uma significativa diferença entre eles:

*Recolhimento: O recolhimento acontece quando é necessária a remoção de produtos não conformes (sendo por qualidade, segurança de alimentos ou não atendimento de legislação) até os pontos de vendas ou distribuidores. Ou seja, o recolhimento não se estende aos produtos vendidos aos consumidores.

 *Recall: O Recall acontece quando é necessária a remoção de produtos não conformes (sendo por qualidade, segurança de alimentos ou não atendimento de legislação) e a abrangência estende-se não somente aos canais de distribuição, mas inclusive aos produtos já em poder dos consumidores.

Se o produto já foi distribuído ao consumidor, para recuperá-lo então há necessidade de um Recall. Por este motivo, o Recall demanda comunicação com o consumidor, que pode ser feita através de anúncios na mídia, por exemplo.

O Recall tem como principais objetivos:

  • Proteger a saúde pública informando aos consumidores da presença no mercado de um alimento potencialmente inseguro;
  • Facilitar a identificação eficaz e eficiente dos produtos afetados;
  • Remover alimentos inseguros da cadeia de distribuição, dando-lhes a destinação adequada.

Por isso, pode acontecer ainda o seguinte cenário:

A empresa pode detectar um problema de alteração de cor no produto acabado. Este defeito não impacta na segurança do consumidor. Por este motivo, após avaliação estratégica, a empresa pode definir iniciar somente um recolhimento ao invés de recall. A decisão vai depender da análise estratégica da empresa, considerando índices de reclamações, impacto na marca entre outros itens. Mas, uma vez que não há risco de saúde pública, o recolhimento pode sim ser uma opção.

Por evolver decisões estratégicas para a empresa, os processos de recolhimento e recall devem sempre envolver a alta direção.

Seguem alguns exemplos de Recall, onde foi necessária chamada pública (os mais famosos e recentes):

Achocolatado Toddynho Original 200ml:

  • Empresa: Pepsico
  • Lotes L4 32 05:30 a L4 32 06:30, com validade até 19 de fevereiro de 2012
  • Motivo: falha no processo de limpeza acarretando em presença de Soda cáustica no produto, e consequente queimadura na boca no momento do consumo.
  • Presença de risco para o consumidor: Sim.

Suco de Maçã AdeS 1,5 litros:

  • Empresa: Unilever
  • Lote: processo de recall do lote de iniciais AGB 25, embalagem com 1,5 litros, fabricado em 25/02/2013 e válido até 22/12/2013
  • Motivo: falha no processo de limpeza acarretando em presença de Soda cáustica no produto, e consequente queimadura na boca no momento do consumo.
  • Presença de risco para o consumidor: Sim.
No Brasil, pode-se consultar ocorrências de recall no site do Ministério da Justiça ou do Procom de São Paulo.

A Anvisa publicou recentemente uma Consulta Pública para tratar o assunto Recolhimento de Alimentos, você pode ler mais sobre o tema aqui.

O livro “Implementação de Sistemas da Qualidade e Segurança de Alimentos” – vol 1, da nossa colega Juliane Dias, também fala mais sobre o tema Recolhimento vs Recall. É sempre uma boa leitura.

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Comunicação de alergênicos é tema de post vencedor de concurso cultural

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Por conta de uma possível reação do meu filho, entrei em contato com uma empresa européia bastante comprometida na área de hipersensibilidade e obtive uma resposta que mexeu com algumas das minha premissas (jurídicas). Percebi haver, de fato, pessoas que são mais sensíveis que a margem de segurança para rotulagem de traços ou para sua dispensa (50 ppm para leite de vaca, segundo informou a empresa, dado que não decorre de norma legal).

Pois bem, o produto em questão, que compartilha linha de produção com outros produtos, tem menos do que os 50 ppm de leite e, assim, não são há rotulagem preventiva. Todavia, percebi alteração no padrão de sono do meu filho, por conta de refluxo, nas 3 tentativas de oferecer o mesmo produto (mesmo pacote, inclusive).
Diante de tal cenário, me veio a sensação de que seria mais seguro haver 3 classes de indicações nos rótulos/sites/SACs:
– contém leite de vaca, soja, trigo, etc
– pode conter traços de leite de vaca, soja, trigo, etc
– não contém leite de vaca, soja, etc (para os casos em que a linha é dedicada/não processa determinados alérgenos)
Com norma estabelecendo algo neste sentido, as pessoas mais sensíveis seriam efetivamente atendidas e o risco de reação seria minimizado.
Contudo, pelo que estudei, essa gradação existe apenas na Austrália e Nova Zelândia para a presença/ausência de glúten, sendo certo que, a partir de 2010, a rotulagem de um produto como “sem glúten” somente poderia ocorrer na hipótese na qual não fosse possível detectar a presença do glúten (atualmente, o teste mais preciso disponível no mercado tem capacidade para detectar até 3mg/100mg de acordo com informações extraídas do site Celiac Disease) e a rotulagem como “pouco glúten” (“low gluten”) seria aplicável na hipótese de a quantidade de glúten não ultrapassar o limite de 20 mg/100 g (200 ppm).
Todavia, em relação aos alérgenos, a grande verdade é que a rotulagem preventiva ainda é um tema em debate.
O tema ganha mais relevância see considerarmos que nem todos os casos são de pessoas que apresentam refluxo, facilmente medicável; há pessoas que reagem de forma mais severa, como o filho de uma conhecida que, em processo de teste traços de leite em sua dieta em andamento, ingeriu biscoito com traços rotulados (de uma outra empresa) e teve reação anafilática, o que indica que a presença de leite no produto se dava de forma significativa.
E agora? Como atender a esta parcela da população?

 

Maria Cecília Cury Chaddad é advogada e autora deste post. Ela venceu o concurso cultural do blog Food Safety Brazil e ganhou uma vaga no treinamento de pré-requisitos do curso de auditor de Food Safety promovido pela ABEA e Flavor Food Consulting.

Fique atento/a às oportunidades.

 

 

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Unicamp oferece curso em microbiologia preditiva

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A faculdade de engenharia de alimentos da Unicamp irá oferecer o curso “Aplicações de Microbiologia Preditiva”

O objetivo é capacitar os interessados no uso de modelagem preditiva de crescimento, sobrevivência e inativação de microrganismos, usando as ferramentas computacionais disponíveis e analisando suas aplicações práticas.

 Inscrições: 25/7/2013 a 16/10/2013

  • Oferecimento: 21/10/2013 a 25/10/2013
  • Local do curso: Faculdade de Engenharia de Alimentos
  • Carga Horária: 40 horas aulas
    Horas Presenciais: 40

Maiores informações e inscrições, clique aqui.

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Como garanto a minha segurança de alimentos?

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Uma vez que  alimentar-se é mandatório,  alimentar-se com segurança pode ser uma opção? Podemos fazer escolhas mais seguras, e ter mais confiança no que comemos?

 Perguntei a profissionais renomados da área de microbiologia como cuidam da própria segurança e olha só o que eles priorizam:

 “O principal para mim é uma água de boa qualidade, então fico atenta à limpeza da caixa d’água a cada seis meses. Eu também não consumo carne mugindo de crua e nem super torrada, e o leite por favor, só pasteurizado!!!! Nada de comprar o leite integral vendido clandestinamente em garrafas PET por aí!” pondera Maria Isabel Medeiros, coordenadora do Grupo de Segurança de Alimentos do ITAL e pesquisadora na área de lácteos.

 Já o professor Flávio Schmidt, coordenador do curso de qualidade e segurança de alimentos da FEA-Unicamp está atento ao ponto de venda. “Prefiro os supermercados que tratam bem seus produtos, de forma organizada e limpa, pois existem algumas lojas que não manuseiam de forma adequada suas cargas e as embalagens estão constantemente danificadas. Procuro as íntegras, não amassadas ou colapsadas. Para produtos congelados eu confiro se as peças estão soltas, pois a maioria é congelada individualmente e uma aglomeração indica descongelamento e recongelamento”.  Neliane Ferraz pesquisadora em microbiologia no ITAL, concorda com ele que a procedência e prazo de validade, principalmente se o produto for refrigerado devem fazer parte do crivo.

 O controle de temperatura é uma prioridade na opinião de Êneo Alves, da ProAlimento, e Maria Teresa Destro, da USP.  Ele enfatiza que “a segurança dos alimentos prontos reside principalmente no controle da temperatura de cocção (74°C) e da exposição dos alimentos, que deve estar acima de 50°C ou abaixo de 10° e ficar até 3 horas entre estas temperaturas. A professora garante que guarda em geladeira (<7°C) os alimentos que devem ser mantidos frios e em banho maria, ou no forno (70°C), os que devem ser mantidos aquecidos; coloca as sobras de alimentos na geladeira imediatamente e os reaquece até estarem realmente quentes para consumo.

 Quase todos os entrevistaram mencionaram preocupação com a higiene de vegetais consumidos crus e a importância da desinfecção com hipoclorito de sódio, mas nenhum foi tão taxativo quando o professor de microbiologia de alimentos da Unicamp, Anderson Sant´Ana. “Em restaurantes evito o consumo de folhosas. Como sempre vegetais cozidos e ou legumes/frutas”. Como ele é viajado, deixa claro que quando está nos EUA, não consome saladas cruas.  Maionese e molhos também são riscados do cardápio nas refeições fora de casa, bem como carne de porco que pareça mal passada. A lista de “manias” inclui não deixar alimentos refrigerados fora da geladeira, nem mesmo quando ainda nem terminou a refeição.

E você leitor, tem algum hábito para proteger sua saúde das doenças causadas por alimentos? Compartilhe conosco!

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Adoçantes: conheça melhor a sucralose. É segura?

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Com o crescimento da obesidade, muita gente acredita que deve abrir mão dos doces para emagrecer; Mas existe uma boa notícia para quem adora doce: adoçantes de baixa caloria oferecem um meio de reduzir calorias em bebidas e alimentos doces, que podem ajudar a emagrecer ou manter o peso. Os adoçantes também são uma maneira de fazer com que os diabéticos diminuam a ingestão de carboidratos.

Já falamos sobre adoçantes antes. Relembre aqui os posts sobre aspartame e adoçantes artificiais.

Hoje vamos falar especificamente da sucralose. Trata-se de um adoçante que confere dulçor a bebidas e alimentos sem adicionar calorias ou carboidratos. O processo para obtenção da sucralose parte da própria sacarose (açúcar de mesa), alterando-se sua estrutura, através da substituição de três grupos OH (oxigênio – hidrogênio) na molécula de sacarose por três átomos de cloro, resultando num produto não calórico e intensamente doce. O nosso corpo não metaboliza a molécula de sucralose em caloria para nos fornecer energia como faz com a sacarose, mas a sucralose consegue ativar as mesmas papilas gustativas na língua para a nossa percepção do dulçor. Aliás, a sucralose tem um poder adoçante aproximadamente 600 vezes maior que a sacarose, e pode ser usada para cozinhar e assar, sem degradação, devido à sua alta estabilidade.

A sucralose é segura? É acumulativa? A maior parte da sucralose consumida não é absorvida e passa através do organismo. A pequena parte absorvida é excretada pela urina, sem acúmulo no corpo. A sucralose foi estudada extensivamente por cientistas e especialistas por todo o mundo (mais de 100 estudos de segurança em 20 anos de pesquisa), que concluíram que este adoçante é seguro para o consumo humano. Hoje, a sucralose está aprovada em pelo menos 80 países. Nos Estados Unidos, foi aprovada pelo FDA em 1999 para uso em todas as categorias de alimentos e bebidas.

Os estudos relacionados à segurança consideraram possíveis efeitos em diferentes condições de saúde, incluindo crescimento e desenvolvimento, risco de câncer, toxicologia, aparecimento de anormalidades (por exemplo, defeitos em fetos) e efeitos no sistema nervoso. Cientistas que participaram de uma vasta gama de pesquisas revisaram os dados e concluíram que não há efeitos danosos no consumo da sucralose, mesmo para os casos de pessoas que consomem as maiores quantidades. Isto significa que é possível consumir produtos com sucralose regularmente, sem preocupação. Em testes realizados com animais, inclusive com quantidades equivalentes ao dulçor de mais de18 kgde açúcar por dia, por toda a vida, não foram evidenciados sinais de que a sucralose possa ser cancerígena ou trazer malefícios ao longo do tempo.

Qualquer pessoa pode consumir sucralose, inclusive mulheres grávidas e lactantes. As pesquisas apontaram que a sucralose não tem qualquer efeito prejudicial às grávidas e aos bebês. Mesmo com a informação de que a sucralose possa ser consumida em dieta pré e pós-natal, uma mulher grávida ou lactante deve sempre consultar seu médico ou nutricionista em relação às necessidades nutricionais para apoiar sua saúde e a do bebê durante a gravidez e a infância.

Não há evidências de que a sucralose possa causar qualquer danos às crianças, ou que tenha efeitos secundários para qualquer indivíduo. A sucralose pode ser usada como parte da dieta das crianças para auxiliar na redução dos riscos de obesidade, sem privá-las do consumo de produtos doces.

No Brasil, a ANVISA autoriza o uso de sucralose em vários grupos de alimentos e bebidas, porém com limite máximo de uso, através da Resolução RDC nº 18 de 24/03/2008 (Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos).

Em que pese todas as informações sobre a segurança no consumo da sucralose (inclusive em grandes quantidades, conforme afirmam os estudos), é sempre aconselhável que seja adotada uma dieta balanceada e sem exageros.

Fonte:

http://www.foodinsight.org/Resources/Detail.aspx?topic=Everything_You_Need_to_Know_About_Sucralose

http://www.foodinsight.org/Content/5519/Sucralose%20cons%20piece_web.pdf


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Resenha crítica: EMBRAPA: Análise das violações encontradas em alimentos nos programas nacionais de monitoramento de agrotóxicos

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A Embrapa elaborou no mês de junho, uma análise das violações encontradas em alimentos nos programas nacionais de monitoramento de agrotóxicos. Segundo os autores,  o Brasil consolidou-se nos últimos anos, como destaque na produção agrícola mundial, com isso também houve grande aumento na utilização de agrotóxicos.

Os agrotóxicos são utilizados visando aumento da produtividade e aumento de área cultivada. Em 2009, o consumo no Brasil superou 300 mil toneladas, o que representa um aumento de 50% em 4 anos. Com o aumento do uso de agrotóxicos, aumenta também a preocupação com os resíduos dessas substâncias nos alimentos e a segurança dos alimentos oferecidos à população. No Brasil existem alguns programas de monitoramento para avaliação dos resíduos de agrotóxicos em alimentos consumidos  in natura, que fazem a avaliação contínua dos níveis desses resíduos.

O programa de Análises de Resíduos e Agrotóxicos em Alimentos  (PARA) da ANVISA teve início em 2001, e conta com ajuda das Coordenações de Vigilância Sanitária dos estados para realização da coleta dos alimentos nos supermercados. A metodologia utilizada para as análises é baseada na recomendação da comissão do Codex Alimentarius. No início do programa eram avaliadas somente 9 culturas em quatro estados,  já em 2009, 26 estados com 20 culturas participaram do programa. A avaliação do programa classifica os resultados como NA quando são identificadas amostras com resíduos de agrotóxicos não permitidos para a cultura, LMR para os resíduos acima do limite máximo permitido e amostras que apresentem as duas situações. Em 2009, 29% das amostras foram consideradas insatisfatórias, sendo que dessas 82% foram notificadas como NA, 9,7% como LMR e 8,3% apresentam as duas condições.  As culturas que apresentaram os menores índices de violação foram a banana, batata, feijão e maçã, já as campeãs nos níveis insatisfatórios foram o pimentão, uva, pepino e morango.  A avaliação dos resultados obtidos pelo programa PARA demonstram que esses resultados são recorrentes, e podem ser explicados por alguns fatores que compõem a realidade da agricultura brasileira. As amostras acima de LMR indicam a incorreta utilização dos agrotóxicos, em desacordo com as recomendações dos rótulos e bulas. Já as amostras NA apontam a ausência de opções de produtos agrotóxicos no mercado para as culturas com menor retorno de investimento, conhecidas como ”minor crops”, obrigando os produtores a utilizarem agrotóxicos não autorizados.

O Ceagesp e o MAPA são responsáveis pelo plano nacional de controle de resíduos e contaminantes (PNCRC), analisando os resíduos em 12 culturas, principalmente voltadas para as culturas menores.  Em 2009, 9,6% das amostras foram consideradas insatisfatórias, sendo que não foram observadas violações em amostras de bananas e uva, e as culturas que apresentaram o maior índice de reprovações foram alface e morango. No período de1994 a2005, das amostras analisadas, 45,6% apresentaram a utilização de agrotóxicos não autorizados e 4,5% limite de uso acima do permitido.

O morango foi  o campeão de resíduos de agrotóxicos em 2009

 

Quando comparados os dois programas, observam-se algumas diferenças nos resultados, o que pode ser explicado pelas diferenças de amostragem e metodologias de análise, uma vez que amostras coletadas em diferentes regiões com condições de aplicação específicas apresentam variações.

Concluindo, destaca-se a importância do fortalecimento dos canais de comunicação que possibilitem um maior esclarecimento dos produtores, da fiscalização dos órgãos competentes e o controle da rastreabilidade, permitindo a identificação dos locais de uso inadequado dos agrotóxicos e melhor direcionamento dos esforços para adequação dos produtos agrícolas. A publicação da  Instrução Normativa Conjunta (INC) nº1 pela ANVISA, IBAMA e MAPA representa um importante avanço para a ampliação de agrotóxicos permitidos para culturas menores, pois permite a extrapolação dos limites máximos de resíduos de culturas representativas para essas culturas.

Veja o trabalho completo clicando aqui:

http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/960481/1/Doc92.pdf

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Publicado o Relatório Anual do RASFF 2012

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Você conhece o Rapid Alert System for Food and Feed (RASFF)? Trata-se de um sistema que permite às autoridades na comunidade europeia compartilharem informações sobre medidas tomadas em resposta à sérios riscos na cadeia produtiva de alimentos.  Clique aqui e consulte. A ferramenta permite utilizar critérios diversos de pesquisa. Trata-se de um modelo interessante em tempos em que o recall de alimentos vem passando por discussões interessantes no Brasil.

Esse mês foi publicado o relatório anual RASFF 2012 com informações completas sobre as ocorrências notificadas no último ano. Acesse o relatório completo aqui e aproveite para conhecer o interessante site Food Law Latest.

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Contaminação cruzada: pães e lixeira

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Parece tão óbvio: não coloque alimentos em contato com as lixeiras… mas aconteceu em uma franqueada de fast food.

Orientação e educação sempre ao pessoal que trabalha na cozinha.

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Estudo aponta que alimentos geneticamente modificados podem prejudicar suínos

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O debate sobre alimentos geneticamente modificados envolvendo cientistas ganhou peso num dos últimos estudos que apontam que porcos alimentados com grãos geneticamente modificados sofreram de maior taxa de inflamação severa do estômago e as fêmeas desenvolveram úteros mais pesados.

Alguns especialistas afirmaram que o estudo traz evidência de um problema que justifica novas pesquisas, enquanto outros o rejeitaram como ciência alarmista e “porcaria”. O estudo também destaca as dificuldades que os pesquisadores enfrentam quando os proprietários das patentes negam acesso a sementes geneticamente modificadas (GM) para as pesquisas.

 O estudo, conduzido por estudiosos australianos e norte-americanos e publicados neste mês de junho no Journal of Organic Systems (Jornal de Sistemas Orgânicos), acompanhou 168 porcos desde o desmame até atingirem o peso para o abate, ao longo de aproximadamente 23 semanas. Metade dos porcos (84) recebeu uma dieta baseada em milho e soja GM, enquanto que a outra metade recebeu bastante similar, porém com milho e soja convencionais (não GM).

Os pesquisadores encontraram algumas diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos de porcos, após compararem esses grupos com base em aproximadamente 20 parâmetros diferentes, incluindo ganho de peso, úlcera estomacal e anormalidades nos rins. Os porcos alimentados com grãos GM, no entanto, apresentam taxas significativamente mais altas de inflamação severa do estômago, bem como uma média de úteros 25% mais pesados em relação ao peso corporal.

A inflamação do estômago foi classificada numa escala entre nula, suave, moderada e severa durante necropsias cegas, ou seja, os relatores não sabiam se eles estavam examinando o estômago de um porco alimentado com grãos GM ou não GM. Uma tabela com quatro fotos anexada ao artigo deste estudo mostrou um exemplo de cada uma das quatro escalas de inflamação, que variou de um acinzentado (nula) a uma combinação de rosado e amarelo-bile (severa). O dado que mais preocupou os autores foi: 23 porcos alimentados com grãos GM sofreram de inflamação severa do estômago, enquanto que no caso dos porcos não GM, foram apenas 9 que apresentaram o problema. Esta grande diferença é um alarme que merece novos estudos, de acordo com Michael Hansen, cientista Ph.D. sênior da Consumers Union.

Os críticos do estudo não têm esta certeza. Mark Lynas, autor de mudanças climáticas notáveis e um ex-crítico (que virou defensor) dos organismos GM, destacou que 60 porcos alimentados com grãos não GM tiveram inflamação estomacal suave ou moderada, contra 41 porcos alimentados com grãos GM, e apenas 4 porcos não-GM tiveram a inflamação classificada como nula, enquanto que no caso dos porcos GM, foram computados 8 com a mesma classificação.

“É claro, um número menor de porcos GM pode apresentar inflamação suave ou moderada no estômago se houver uma porcentagem maior já classificada como severa”, disse Michael Hansen.

Outro ponto de discórdia reside na variação potencial na composição nutricional entre grãos GM e não-GM fornecidos aos porcos nesta pesquisa. Devido às restrições dos titulares das patentes dos produtos GM, os pesquisadores foram obrigados a comprar cada tipo de grão dos distribuidores do varejo, ao invés de terem plantado os grãos num ambiente conhecido e numa condição controlada.

De acordo com os autores, a soja e o milho GM utilizados foram considerados pelas agências governamentais como equivalentes às variedades de grãos não GM, em termos de composição e características nutricionais. Mas a falta de ter tido conhecimento no ambiente da plantação e controle do crescimento dos grãos coloca potencialmente em xeque os resultados da pesquisa, de acordo com Kent Bradford, diretor Ph. D. do Centro de Biotecnologia de Grãos e Sementes da Universidade da Califórnia em Davis.

“Estes grãos são produtos diferentes. Por exemplo, os grãos de soja podem ter uma ampla gama de fitoestrogênios. A quantidade varia muito entre cada produção.”, afirmou Bradford.

E você, leitor? Acha que os alimentos GM podem trazer alguma consequência para nós também, além da tendência apresentada no estudo em relação aos porcos?

 

Mais informações:

http://www.foodsafetynews.com/2013/06/study-says-gmo-feed-may-harm-pigs/#.Uce6jzRwqSo

 

 

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10 anos da RDC nº172 – BPF para estabelecimentos industrializadores de amendoins processados e derivados

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Segundo dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) na safra de 2010/2011 o Brasil produziu 242,3 mil toneladas de amendoim. O cultivo da semente é feito em todo país, mas São Paulo é responsável por 80% da produção nacional.

Em 2010, o Brasil exportou 54 mil toneladas da semente, o equivalente a 22% da produção. O restante é utilizado no mercado interno e sua destinação concentra-se na área de confeitos, salgadinhos e doces. Entre os doces destaques especiais para paçoca e o pé-de-moleque, verdadeiros ícones da cultura popular, com grande aceitação de norte a sul do país.

De acordo com dados de uma pesquisa realizada pelo IBOPE, por encomenda da ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados – 66% da população brasileira costuma consumir amendoim, esta porcentagem é maior quando se trata de derivados como paçoca (75%) e o pé de moleque (71%).

Porém, o amendoim é um dos produtos agrícolas mais susceptíveis à contaminação por aflatoxina, que é um metabólito tóxico produzido por fungos do gênero Aspergillus flavus e A. parasiticus os quais em condições favoráveis de temperatura e umidade se desenvolvem durante o cultivo e a estocagem de produtos agrícolas.

A ingestão de aflatoxina em altas concentrações pode resultar em intoxicação chamada de aflatoxicose. As principais toxinas de interesse são designadas de B1, B2, G1 e G2. Entretanto, a aflatoxina B1 é geralmente predominante, sendo também a mais tóxica. A aflatoxina causa necrose aguda, cirrose e carcinoma de fígado em diversas espécies animais. A toxicidade pode ser influenciada por fatores ambientais, quantidade e duração de exposição, idade, estado de saúde e nutricional. Por serem resistentes ao calor representam um grande risco quando presentes no alimento. Efeitos agudos de gastroenterites podem ser identificados; contudo os efeitos crônicos resultam de ingestão moderada e ao longo do tempo, dificultando o reconhecimento da associação entre a toxina e a doença. Para mais informações acesse o site do CVE

Por serem possíveis veiculadores de aflatoxina amendoins processados e derivados constituem risco a saúde pública, por este motivo há 10 anos a ANVISA estabeleceu a Resolução RDC – nº172, 04 de julho de 2003, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Industrializadores de Amendoins Processados e Derivados e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Industrializadores de Amendoins Processados e Derivados.

Abaixo estão os principais itens tratados nesta resolução:

4. Seleção de fornecedores de amendoim cru;

            5. Processamento de amendoins e derivados

                        5.1Recepção das matérias-primas, ingredientes e embalagens;

                        5.2 Armazenamento das matérias-primas, ingredientes e embalagens;

                        5.3 Seleção amendoim cru;

                        5.4 Produção de amendoins processados e derivados;

                        5.5 Armazenamento e transporte do produto final;

                        5.6 Controle de Qualidade produto final;

                        5.7 Rotulagem de amendoins processados e derivados;

                        5.8 Responsável pelo processamento;

                        5.9 Documentação e registro;

                        5.10 Disposições gerais – Lista de verificação.

           

            Os principais tópicos da Lista de Verificação são:

  1. 1.     Edificações e instalações
  2. 2.     Equipamentos móveis e utensílios
  3. 3.     Manipuladores
  4. 4.     Seleção dos fornecedores de amendoim cru
  5. 5.     Processamento de amendoins e derivados
  6. 6.     Documentação (incluindo atendimento aos POP´s)

 Ao final da lista de verificação o estabelecimento pode ser classificado em 3 grupos:

            Grupo 1 – Estabelecimento de baixo risco

            Grupo 2 – Estabelecimento de médio risco

            Grupo 3 – Estabelecimento de alto risco

                                  

Fontes:

http://www.abicab.org.br/amendoim/historia-3/

http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Aflatoxinas.htm

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/503f2c00474579428651d63fbc4c6735/RDC_172_2003.pdf?MOD=AJPERES

 

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Aflatoxinas em amendoim estão sob controle: dados divulgados em 2013

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Faz 10 anos hoje que foram aprovadas as normas de Boas Práticas de Fabricação específicas para indústrias de amendoins e derivados, constantes na Resolução 172/2003, da Anvisa. A publicação desta Norma fez parte de um esforço tanto governamental quanto do setor privado para melhorar a qualidade do amendoim brasileiro, seriamente comprometida na época pela contaminação por aflatoxinas.  

Aflatoxinas são substâncias produzidas por fungos filamentosos do gênero Aspergillus consideradas agentes carcinogênicos pela Organização Mundial de Saúde. Sua ocorrência é maior no amendoim devido à afinidade do fungo Aspergillus flavus por este alimento e, principalmente, quando as condições de umidade e temperatura são favoráveis ao seu crescimento.  

Num estudo publicado em 2002, pesquisadoras da Unicamp e do Instituto Adolfo Lutz analisaram um grande número de trabalhos envolvendo micotoxinas realizados no Brasil entre 1991-2000 e chamaram a atenção para os níveis alarmantes de aflatoxinas presentes no amendoim. Em 2001, as principais indústrias de amendoim do país, reunidas em sua associação, a ABICAB, lançaram o selo “Pro-Amendoim”, um programa de autorregulamentação com foco na prevenção das aflatoxinas e com objetivo de estimular a produção de amendoim dentro dos padrões nacionais e internacionais de qualidade.  Atualmente 10 empresas fazem parte do programa.

A indústria também partiu para uma atuação conjunta com os produtores, buscando selecionar as variedades da planta mais resistentes ao fungo e um melhor manejo das condições de produção, colheita, beneficiamento e armazenagem do amendoim.

A contaminação diminuiu depois disto?  

Em março de 2013, uma pesquisa sobre o monitoramento de aflatoxinas em amendoim e derivados comercializados na região de Marília (SP) foi divulgada pela revista científica Alimentos e Nutrição / Brazilian Journal of Food and Nutrition, da Unesp (SP).  O estado de São Paulo concentra grande parte da produção brasileira de amendoim, sobretudo nas regiões da Alta Mogiana e Alta Paulista, onde está o município de Marília. O estudo, conduzido por uma equipe do Instituto Adolfo Lutz, traz dados do período 2002-2009. Neste intervalo, um total de 75 amostras de amendoim cru e derivados foram analisadas, sendo que apenas 16% delas apresentaram índice detectável de aflatoxina (< 2 µg/kg) e somente 6 amostras (8% do total) tinham níveis de aflatoxinas acima do limite tolerado no Brasil (20 µg/kg). No amendoim cru, duas das 10 amostras estavam contaminadas e, entre as paçocas, 4 das 47 amostras (8,5%) continham aflatoxinas em nível acima do aceitável. Também foram testados amendoim frito, com cobertura de chocolate, com cobertura colorida e amendoim tipo japonês, sendo que nenhuma das 18 amostras apresentou índice detectável de aflatoxina.  A separação entre índice detectável e índice aceitável deve-se ao fato de que persistem dúvidas se os teores de aflatoxinas tolerados não constituem realmente um risco à saúde pública, pois para um consumo constante, vários autores consideram que a segurança total só seria alcançada com a ausência de contaminação.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também monitora os índices de aflatoxina no amendoim através do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/Vegetal). As amostras neste caso são apenas de amendoim cru destinado ao uso pelo consumidor. No ano-safra 2010-2011 foram analisadas 57 amostras do produto, com 45 delas apresentando teor de aflatoxina abaixo de 20 µg/kg (79% de conformidade). No último levantamento, divulgado em janeiro de 2013 e correspondente ao ano-safra 2011-2012, o nível de conformidade foi de 90%. Como o programa do MAPA foi instituído em 2008, não há números anteriores a esta data para avaliar a evolução da conformidade.

Os dados levantados nestas pesquisas devem ser vistos com cautela, pois há limitações evidentes de amostragem e de área abrangida, mas parecem ser bons indícios de que os esforços governamentais e da iniciativa privada resultaram em produtos de amendoim mais seguros para o consumidor.

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MAPA divulga informações sobre o monitoramento de pesticidas e contaminantes em vegetais

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou no dia 27 de junho, a relação das 21 culturas agrícolas que serão monitoradas em relação aos resíduos de praguicidas e contaminantes na safra 2013-2014. A medida faz parte de um programa anual, instituído em 2008, com objetivo de monitorar a frequência e os níveis de resíduos e contaminantes em vegetais, além de investigar e controlar os produtos agropecuários provenientes de propriedades suspeitas de violações (PNCRC/Vegetal). A cada ano, uma Instrução Normativa é publicada contendo as culturas e os parâmetros monitorados no ano-safra correspondente. Este ano, as culturas serão as seguintes: abacaxi, alho, amêndoa de cacau, amendoim, arroz, banana, batata, café, castanha do Brasil, cebola, feijão, kiwi, maçã, mamão, manga,  milho, pimenta, soja, tomate, trigo e uva.

Ao todo, o plano prevê análise de 1875 amostras. Os produtos serão coletados nos estabelecimentos produtores, beneficiadores e nas centrais de abastecimento. No último levantamento, divulgado em janeiro de 2013, as culturas que apresentaram os menores índices de conformidades foram: pêssego (14%), pimentão (38%), trigo (47%) e morango (50%).

Conforme a percepção de representantes do MAPA, nem sempre as não conformidades registradas no monitoramento de pesticidas comprometem a segurança dos produtos, pois em alguns casos, referem-se a resíduos de pesticidas ainda não aprovados para aquela cultura, mas em processo de aprovação e presentes em nível baixo, portanto podem não configurar um risco à saúde.

No caso do pêssego, os frutos importados da Argentina e Chile tiveram índice zero de conformidade, pois os ativos encontrados não são previstos nas normas brasileiras para uso no pêssego, mas são autorizados para outras culturas (com uma única exceção). Houve, porém, amostras da fruta coletadas no RS e SC que continham ometoato, um ativo proibido no Brasil. Em relação ao trigo, o baixo índice geral deveu-se ao produto importado da Argentina, que continha três ativos proibidos em nosso país, sendo que um deles também foi detectado no trigo produzido em MG. Já o trigo produzido no PR e DF teve 100% de aprovação. Para mais detalhes, consulte a tabela completa, com dados por região e princípio ativo, clicando aqui

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