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GFSI expande escopo e inclui armazenamento e distribuição

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Foi publicada no dia 07 de outubro de 2013 a versão 6.3 do documento-guia do GFSI. Esta nova versão inclui os requisitos-chave de segurança de alimentos para o setor de armazenamento e distribuição, aumentando o escopo do documento-guia. A partir desta extensão, esquemas (normas) que trazem requisitos para certificação do setor de armazenamento e distribuição poderão ser submetidos ao reconhecimento total do GFSI a partir do procedimento de benchmarking.  Para entender melhor o documento-guia e o reconhecimento de normas pelo GFSI, convidamos a todos a lerem este post: http://artywebdesigner.com.br/gfsi-e-o-processo-de-benchmarking-para-reconhecimento-de-normas/

 

Para definir os requisitos-chave para o setor de armazenamento e distribuição, o grupo de trabalho do GFSI estava envolvido desde dezembro de 2011 neste assunto. Programas de pré-requisitos (Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição), APPCC e elementos de gestão da segurança de alimentos estão entre os requisitos fundamentais. O grupo definiu também os requisitos de competência para os auditores do setor de armazenamento e distribuição e considerou o detalhamento de como seriam as certificações de empresas multi-site.

 

Hoje, os escopos que estão incluídos no documento-guia do GFSI são:

 

AI: Criação de animais / pecuária (Farming of Animals)

AII: Aquicultura (Farming of Fish

BI: Cultivo de vegetais (Farming of Plants)

BII: Cultivo de grãos e leguminosas (Farming of Grains and Pulses)

C: Conversão animal (Animal Conversion)

D: Pré-processamento e manipulação de produtos vegetais (Pre Processing and Handling of Plant Products)

EI: Processamento de produtos perecíveis de origem animal (Processing of Animal Perishable Products)

EII: Processamento de produtos perecíveis de origem vegetal (Processing of Plant Perishable Products)

EIII: Processamento de produtos perecíveis de origem animal e vegetal (produtos mistos) (Processing of Animal and Plant Perishable Products – Mixed Products)

EIV: Processamento de produtos estáveis à temperatura ambiente (Processing of Ambient Stable Products)

F: Alimentação animal (Production of Feed)

J: Armazenamento e distribuição de alimentos perecíveis e alimentos em temperatura ambiente, destinados a humanos e animais (Storage  and Distribution – Perishable & Ambient  Food  and  Feed)

L: (Bio) Químicos (Production of (Bio) Chemicals)

M: Embalagens para alimentos (Production of Food Packaging)

 

Entre 2013 e 2014, está prevista a inclusão de mais escopos no documento-guia do GFSI, como por exemplo, serviços de alimentação (G: Catering) e equipamentos para processamento de alimentos (K: Manufacture of Food Processing Equipment).

 

Fonte:

http://www.myforumupload.com/ftpaccess/foodsafety/2013_10_GFSI_Press_Release_Storage_&_Distribution_Key_Elements_Publication.pdf

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Sanidade do frango brasileiro

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A sanidade do frango brasileiro foi destaque da apresentação da Conferência Internacional da Eurofins “Produção de carne e desafios para exportação – de higiene e medicamentos veterinários aos obstáculos dos países nas importações: como os produtores brasileiros enfrentam esses desafios.”

Pelas imagens abaixo, podemos confirmar que estamos “limpos” no que diz respeito à gripe aviária e doença de Newcastle. 

 

Observe com a Europa encontra situação de comprometimento, sendo um de nossos principais mercados.

Ricardo Santin, UBABEF, na palestra “Indústria do Frango: perspectivas de exportação e barreiras para o comércio, no dia 08 de agosto de 2013. 

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Devemos diminuir o consumo de arroz por causa do arsênio?

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A mídia está sempre pronta para gerar polêmicas, achando fatos e iniciando discussões, mas não tem a mesma agilidade na hora de informar o desfecho de muitos assuntos que alardeou.

No caso de surtos alimentares, por exemplo, a conclusão das análises nem sempre é divulgada ou então é feita de forma muito discreta. Por exemplo: alguém sabe no que deu o caso das crianças envenenadas na Índia pela merenda escolar?   

Esta introdução foi para falar do desfecho de um tema que abordei três vezes neste blog: a contaminação do arroz por arsênio nos EUA e no Brasil.

Recapitulando: a organização de consumidores Consumer Reports divulgou no final de 2012 dados preocupantes sobre a contaminação por arsênio em mais de 200 produtos contendo arroz. Por ser cultivado em áreas inundadas, o arroz absorve arsênio do solo ou da água muito mais facilmente do que a maioria das plantas. No organismo humano, o arsênio inorgânico tem efeitos carcinogênicos a longo prazo.

Como não existia nos EUA um limite de tolerância para o arsênio na maioria dos alimentos, a Consumer Reports sugeriu aos consumidores limitar o consumo de tais produtos e cobrou do FDA, o Órgão que controla alimentos naquele país, que definisse limites de arsênio pelo menos para produtos de arroz e sucos de frutas.  

O FDA inicialmente divulgou um resultado parcial de suas próprias análises de arsênio e prometeu mais resultados e uma avaliação completa do caso até o final de 2012. Em julho deste ano, comentei aqui sobre a demora do FDA em analisar este assunto e também sobre a mesma contaminação constatada no arroz brasileiro, conforme estudo da USP divulgado pela grande mídia em maio último. No post, questionei inclusive a demora da Anvisa em publicar a Norma que atualiza os limites toleráveis de arsênio para o arroz e outros alimentos, visto que a mesma esteve em consulta pública em 2010.

Pois bem, coincidentemente tanto FDA quanto a Anvisa resolveram esta questão quase simultaneamente. A FDA divulgou nota em 06 de setembro informando que testou mais de 1300 alimentos e que os níveis de arsênio encontrados nas amostras não são altos o suficiente para causar um dano imediato à saúde. No entanto, a respeito do impacto destes níveis em longo prazo, a Agência informou que ainda conduzirá um estudo mais abrangente. Por ora, recomendou às pessoas que diversifiquem os grãos na dieta, incluindo, por exemplo, trigo, cevada e aveia como outras possibilidades além do arroz. A Agência destacou esta mesma alternativa para o caso dos alimentos para bebês à base de arroz. Por sua vez, a Consumer Reports reforçou estas recomendações do FDA e elaborou uma tabela com os consumos diários máximos de diversos produtos à base de arroz consumidos nos EUA.

No Brasil, a novidade foi a publicação em 30 de agosto da Resolução 42, da Anvisa, que atualiza os níveis máximos de arsênio, chumbo, mercúrio, cádmio e estanho toleráveis nos alimentos. A Norma brasileira não faz distinção entre arsênio inorgânico e orgânico e estabelece para o arroz um teor máximo de 0,30 mg/kg. Como este novo valor é três vezes superior ao limite anterior estabelecido na Portaria 685 de 1998, o estudo da USP encontrou um nível de arsênio no arroz abaixo deste limite (222 ng/g ou 0,222 mg/kg). Portanto, não haveria motivo para preocupação. Será mesmo? Melhor aguardar os próximos capítulos. 

Leia também:

Organização de consumidores pressiona FDA a se posicionar sobre arsênio em arroz

Como se determina a segurança de um novo aditivo alimentar?

Batata geneticamente modificada, que não escurece e produz menos acrilamida, é liberada nos EUA

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525 notificações por micotoxinas na Europa

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Acabamos de testemunhar uma notificação de aflatoxinas em pipoca, conforme mencionado no post Aflatoxinas na mira da Anvisa.

Esse número é bom ou é ruim? Ele é representativo para a realidade brasileira e susceptibilidade à contaminação, levando em conta as boas práticas agrícolas, boas práticas de fabricação e armazenamento?

Um caminho para ajudar nesta análise é espiar a realidade de outros “mundos”, como por exemplo a Comunidade Européia.

Em 2012, foram 525 notificações, sendo 484 por aflatoxina segundo o último Relatório Anual do RASFF. Esse número aparentemente escandaloso para nossas subnotificações, é um enorme progresso se comparado com a incidência de 2011.

 

 

 

 

 

As nuts – nozes, amêndoas e também o amendoim, encabeçam a lista dos alimentos mais suscetíveis. Vegetais e frutas também estão na lista e no caso, o principal vilão foi o figo seco. Cereais tem importância, assim como rações tem sido acompanhadas e interditadas, dado que quando contaminadas poderão refletir em doses significativas aflatoxina M1 no leite bovino. 

O que vocês acham desses números?

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Desoxinivalenol, micotoxina mais conhecida como DON

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Relativamente nova, a Resolução RDC n°7 de fevereiro de 2011, traz os limites máximos para diversas micotoxinas em alimentos.

O Brasil é um dos países líderes na produção de alimentos agrícolas, e possui condições ambientais muito favoráveis para o desenvolvimento de fungos nesses alimentos, porém o controle de micotoxinas é um assunto que ainda traz muitas dúvidas aos produtores e processadores, e pouco vem sendo monitorado.

 Segundo o EMBRAPA, as micotoxinas são toxinas produzidas por fungos e bolores, com moléculas com estruturas que variam de simples anéis heterocíclicos com peso molecular até 50Da, até anéis heterocíclicos irregularmente dispostos com peso molecular acima de 500Da. Alguns estudos, descrevem cerca de 400 tipos diferentes de micotoxinas, o que dificulta sua identificação e controle.

O desoxinivalenol, conhecido como DON e vomitoxina, é uma micotoxina que pertence à família dos tricotecenos, e pode ser produzido por diferentes gêneros de bolores. O gênero mais comum são os bolores Fusarium, mas também são destacados os gêneros Mirothecium, Cephalosporium, Verticimosporium e Stachybotrys.

 O DON ocorre principalmente em cereais, como arroz e trigo,  podendo ocorrer antes da colheita ou até mesmo após a colheita, quando em condições ambientais adequadas até 35°C e com umidade relativa entre 80 e 90%. Para esses cereais, a Resolução RDC n°7, definiu os limites máximos tanto para os cereais in natura quanto para seus produtos. Ou seja tanto o trigo quanto à farinha de trigo e a soja e o óleo de soja devem ser monitorados e atenderem aos limites.

 Uma justificativa para a extensão do controle para os subprodutos pode ser explicada pela alta estabilidade apresentada pelo DON, sendo resistente à temperaturas de até 180°C. Segundo Dashofer, o DON também não é volátil e somente pode ser desativado sob condições drásticas ácidas ou alcalinas, em presença de hidretos de alumínio, lítio ou peróxidos.

 A ingestão de alimento contaminado possui os sintomas comuns de intoxicações alimentares como dores abdominais,  dores de cabeça, tonturas,  irritação na garganta, náuseas, vômitos e diarreia com presença de sangue nas fezes, e podem começar a aparecer em um intervalo de 5 a 30 minutos após o consumo.  Existem ainda estudos sobre a ingestão regular desses contaminantes serem responsáveis por tumores e doenças crônicas em órgãos vitais.

 Como as micotoxinas são produzidas por fungos e bolores, as medidas já conhecidas, para evitar seu crescimento são eficientes para evitar a presença das micotoxinas nos alimentos, ou seja, é importante manter o teor de umidade abaixo de 12%, umidade relativa abaixo de 60% e evitar exposição dos grãos ao stress, como geadas, calor e alterações de pH que os deixam mais suscesstíveis ao ataque microbiológico. Além disso pelo crescimento desses microorganismos ocorrerem na superfície dos cereais, percebeu-se que os produtos extraídos da camada interna do grão apresentam menor teor de desoxinivalenol em relação ao produto intermediário e a camada externa do grão, ou seja alguns processos de limpeza dos grãos também oferecem boa eficiência no controle.

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Mitos e verdades sobre a segurança de alimentos

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Comemorando ainda o mês das crianças, postarei uma matéria feita por Howard Seltzer, Conselheiro Nacional da Educação do Centro de Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada da FDA, que retrata mitos e verdades sobre alimentos bastante consumidos pelos baixinhos. O texto original pode ser conferido em: http://www.foodsafety.gov/blog/arentquiteright.html

 Vamos lá!

 Quando se fala que massa de biscoito crua é apenas um problema para as crianças ou que o microondas elimina os germes, você pode estar ouvindo coisas sobre segurança dos alimentos que podem estar incorretas, o que pode acarretar doenças. No entanto, apenas no mês de setembro, mês Nacional da Educação sobre Segurança Alimentar, a parceria sem fins lucrativos para o Ensino de Segurança Alimentar, em cooperação com o Departamento de Agricultura dos EUA e a Food and Drug Administration, estão lançando uma campanha para corrigir equívocos comuns sobre a segurança alimentar.

 Para 2013, os mitos retratados são:

 MITO 1: Apenas as crianças comem massa de biscoito e/ou de bolo cru. Se mantivermos as crianças longe destes produtos crus antes de serem assado, não será um problema!

 Resposta: Apenas a lamber a colher com a massa crua pode deixá-los doentes!

 Ninguém de qualquer idade deve comer massa de biscoito crua ou massa de bolo, pois poderá conter microrganismos que causam doenças. Portanto, não faça isso! Se forem pré-embalados ou caseiros, o calor do cozimento é necessário para matar os microrganismos que possam estar nos ingredientes crus. A final, cozido, o produto é muito mais seguro e mais gostoso! E lembre-se, as crianças que comem massa de biscoito cru e massa de bolo estão em maior risco de contrair uma intoxicação alimentar do que a maioria dos adultos.

 MITO 2: Quando as crianças normalmente “Esquentam e Comem” logo em seguida lanches e alimentos no microondas. Eles não têm que se preocupar com a segurança dos alimentos, pois  as microondas matam os microrganismos!

 Resposta: As micro-ondas não são mágicas!

 É o calor que as micro-ondas geram que mata os microrganismos! Alimentos cozidos em forno de microondas devem ser aquecidos a uma temperatura interna de segurança. Microondas muitas vezes aquecem os alimentos de forma irregular, deixando alguns pontos nos alimentos onde os microrganismos podem sobreviver. As crianças podem utilizar micro-ondas corretamente seguindo cuidadosamente as instruções da embalagem. Até simples lanches vêm com instruções que devem ser seguidas para garantir um produto seguro. Utilize um termômetro se as instruções assim disserem!

 MITO 3: Quando as crianças lavam as mãos, apenas molha-lás com água corrente é o suficente para eliminar os microrganismos.

 Resposta: Esfregando as mãos com água e sabão é a melhor maneira!

 A água é apenas uma parte do que você precisa para deixar as mãos limpas! Lavar as mãos corretamente é uma ótima maneira de reduzir o risco de intoxicação alimentar. Veja como:

Molhe as mãos com água corrente limpa e aplique sabão. Esfregue até fazer espuma e esfregue-os bem. Não se esqueça de esfregar as “costas” das mãos, entre os dedos e sob as unhas. Continue esfregando por pelo menos 20 segundos. Seque as mãos com uma toalha limpa, papel toalha ou um secador de ar.

 MITO 4: Meus filhos só comem frutas pré-embalados e legumes próprios para lanches, pois não precisam serem lavados antes de comê-los.

 Resposta: Prepare seus filhos para a segurança dos alimentos!

 Dar aos seus filhos lanches saudáveis é uma grande vantagem para eles! Mas só porque o produto é embalado, nem sempre significa que ele está pronto para consumo. Leia o rótulo do produto para se certificar que diz: “pronto para comer” ou “lavado”. Se sim, ele pode ser consumido. Se não disser, lave as mãos e depois enxugue as frutas ou legumes em água corrente. Seque com uma toalha de pano limpo ou uma toalha de papel para reduzir ainda mais os germes que podem estar presentes.

 

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A fabricação de colágeno é segura?

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Hoje nossa colunista Cristina Leonhardt está de aniversário e nos presenteia com uma entrevista bastante esclarecedora através de sua bagagem de quem trabalha com ingredientes e aditivos, matérias-primas presentes em quase todas as indústrias alimentícias. Sua experiência com colágeno também nos possibiliza uma visita especial ao segmento.

Principal matéria-prima para a fabricação de gelatina e colágeno, a pele bovina recebe tratamento químico bastante agressivo nos curtumes. Alguns produtos utilizados são autorizados  também pelo próprio SIF (Serviço de Inspeção Federal) para tratamento de peles para a indústria do vestuário, com utilização maciça do cromo. Qual o grau de confiança que podemos ter em relação à eliminação deste metal pesado como um perigo?

O processo de curtimento para a derme bovina utilizada em alimentação não envolve cromo. O processo que usa cromo gera o produto wet blue, que é usado no segmento de estofados, calçados, automotivo, etc. O MAPA exige que os curtumes que destinam parte da sua produção à alimentação humana tenham setores completamente separados dos demais para este processo. Não há legislação nacional para produtos colagênicos para alimentação humana, desta forma o processo baseia-se na legislação europeia (Regulamento (CE) nº 853/2004), que limita a quantidade de cromo a 10ppm. Nosso histórico de avaliações indica que os níveis reais são sempre inferiores a isto.

 Quais medidas são adotadas pelo MAPA, e que sejam confiáveis, em relação à certificação e rastreabilidade bovina, assegurando que um subproduto do abate, o couro, possa ser transformado em alimento sem oferecer risco à saúde?

Os curtumes que nos atendem passam por processos de fiscalização do MAPA, que exige que todo couro seja obtido de animais sadios abatidos sob fiscalização dele. Todos os couros são legais, ou seja, comprados com declaração de procedência, guias de trânsito e documento comercial e foram devidamente liberados pelo frigorífico com autorização do SIF local. Além disso, há fiscalização do MAPA via um inspetor dentro do curtume e um inspetor do curtume dentro do frigorífico. Esta fiscalização também envolve o processo de boas práticas da obtenção da derme bovina – por exemplo, exigindo o uso de toucas, higienização de equipamentos, armazenamento adequado, químicos devidamente separados, entre outros. A derme transformada em alimento pela JBS é 100% desenvolvida pela Unidade Colágeno, garantindo o uso de produtos químicos adequados à alimentação humana. Temos um setor técnico responsável unicamente pelo abastecimento da fábrica com dermes adequadas à alimentação – realizando fiscalizações periódicas, desenvolvendo e acompanhando processos, realizando a rastreabilidade desde o fornecedor, lote a lote.

Posteriormente, nosso processo é fiscalizado pelo MAPA (somos a única produtora nacional de colágeno com SIF para alimentação humana). Além disso, temos um robusto sistema de auto-controle implantado, já que, na inexistência de legislação local, a empresa estabeleceu uma série de controles ao longo dos anos (tanto nos seus fornecedores, quanto no processo interno) para atendimento da legislação internacional de alimentos e das expectativas de seus clientes.

Diversas condições insalubres são percebidas nos curtumes e na transformação das peles em alimento. Elas incluem o contato com produtos químicos agressivos e seus vapores, altas temperaturas, entre outras condições. O elevado turnover é característico deste segmento. É possível perceber este impacto no resultado dos produtos? Apenas os treinamentos frequentes são suficientes para capacitar os colaboradores e evitar desvios?

O turnover de curtumes tem diminuído ao longo dos últimos anos, devido à preocupação com ergonomia e condições adequadas de trabalho. Por exemplo, cada vez mais as indústrias químicas do segmento coureiro vêm desenvolvendo insumos que atendam ao processo com qualidade e que sejam menos agressivos, reduzindo odores, facilitando manuseio, reduzindo número de reações espontâneas. Os curtumes tem automatizado e normatizado seus processos, aumentado controles e implantado procedimentos.

Como a transformação de pele em alimento somente ocorre nesta unidade no Brasil, vou falar da minha empresa. Nosso turnover é bem pequeno, abaixo de 1,5% ao mês, pois a empresa toma uma série de medidas para contê-lo: programas de motivação e retenção, adequação de condições insalubres, automação das linhas, presença marcante do setor de Segurança do Trabalho e RH na rotina e outros procedimentos internos.

Pela minha experiência, o turnover causa detrimento à segurança de alimentos em qualquer empresa, não sendo específico da área de produtos colagênicos. Tampouco condições insalubres são exclusivas do setor. Minha leitura é que o assunto segurança merece mais atenção do empresariado nacional, em todos os segmentos.

Que dicas você dá para as empresas que tem que utilizar especiarias importadas na hora de gerenciar pesticidas e micotoxinas?

 Pesticidas: Faça sua lição de casa: compre de olhos abertos, entenda o produto, como ele é produzido, o que pode ser esperado dele. E analise. Muito, repetidamente, todos os lotes pelo menos até montar um histórico de cada fornecedor. Faça auditorias in loco ou contrate uma empresa que as faça por você.

Micotoxinas: atente-se à armazenagem, transporte, umidade de embarque e desembarque dos produtos. Acompanhe desembarques: inspeção visual já pega muita coisa, mas mesmo assim analise, muito, repetidamente, todos os lotes pelo menos até montar um histórico de cada fornecedor. Faça auditorias in loco ou contrate uma empresa que as faça por você.

 Ambas: Compre de empresas confiáveis e lembre-se que a qualidade tem um custo. Ou seja, preço não deve ser o balizador do negócio, principalmente considerando que as especiarias participam em pequena quantidade no custo final do produto, mas tem um potencial de estrago imenso se não forem bem produzidas. Estude, leia aqueles artigos técnicos pendentes no seu HD. Informe-se sobre o que está comprando.

 

 

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Dia do SACo cheio

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Famílias que convivem com alergia alimentar precisam estar muito atentas aos alimentos que consomem e, embora a população de alérgicos seja estimada em 8% das pessoas até 18 anos e entre 3 e 5% dos adultos, não há, no Brasil, legislação que imponha o dever de rotulagem destacada nos casos em que há alérgeno(s) presente(s) no(s) alimentos.

Assim, além de os consumidores alérgicos terem que carregar relação de possíveis nomenclaturas para o ingrediente que lhe causa reação, há também risco da presença inadvertida de traços de alérgenos em alguns alimentos que compartilham linha de produção, do que resulta a insuficiência da leitura de rótulos. Mais do que isso: perigosa em vista do risco de reações advindas do consumo de alimento contendo alérgenos, ainda que em quantidade pequena (os traços), que podem causar reações severas em alguns casos de alergia.

Por tal razão, o correto encaminhamento do tratamento da alergia alimentar, que se resume a uma dieta bem feita, depende da leitura de rótulos combinada com contatos com serviços de atendimento ao consumidor, a fim de que seja possível verificar se há risco de traços no alimento ou se é caso de opção efetivamente segura.

Infelizmente, a experiência mostrou a essas famílias que muitos dos serviços de atendimento ao consumidor não estão preparados para lidar com esta parcela de clientes, apresentando respostas um tanto estapafúrdias como as destacadas abaixo:

Caso 1:

“Agradecemos o contato feito com a [empresa]

No momento, não dispomos da lista de produtos sem traços desses ingredientes”.

Caso 2:

“Agradecemos o seu contato com a [empresa].

Informamos que não dispomos deste tipo de serviço, quanto a indicação de produtos para casos específicos.

Não sendo possível atendê-la em sua solicitação neste momento.

Solicitamos que a senhora adquira informações junto ao médico, ou verifique os componentes no verso das embalagens dos produtos”.

Os casos acima apontam situações em que não só não houve informação, como a indústria, que produz o alimento, entendeu ser razoável sugerir ao consumidor que questionasse ao médico quais os produtos fabricados por ela que seriam seguros para seu consumo.

Mais temerários que estes, são os casos em que há informações, mas são incorretas, imprecisas, como nos casos em que o atendente informa a um consumidor que questiona sobre a presença de leite que o produto não contém lactose ou quando, questionado sobre presença de carne de vaca, diz que a gelatina, feita com tutano, é segura para o consumo.

Diante deste quadro de respostas insatisfatórias, um grupo de mães se uniu para fazer o que se denominou de SACo Cheio, um movimento que resulta em mutirão de telefonemas a uma mesma empresa a fim de forçar que o time do serviço de atendimento ao consumidor escale o tema a time técnico, que reporte o aumento da estatística de chamados relacionados à alergia alimentar aos profissionais de marketing e, assim, com esta força-tarefa, haveria um melhor mapeamento dos alimentos seguros para as pessoas com alergia alimentar.

Como resultado parcial, percebeu-se que, se de um lado, algumas das indústrias contatadas em um dos mutirões identificaram, de fato, a demanda dos alérgicos e passaram a transmitir informações mais precisas, de outro, houve quem tenha passado a se enclausurar de tal maneira contra este mercado a ponto de alegar que poderiam ter traços de alérgenos em toda a sua linha de produção, sem sequer fazer ressalva para provável inexistência de risco de contaminação com crustáceos ou peixe:

“Bom Dia, [consumidor] Agradecemos seu contato. Referente ao solicitado, infelizmente não temos em nossa linha de produtos com total restrição de alérgenos, pois podem conter cruzamento na mesma linha de fabricação. Será transmitido ao conhecimento de nosso Depto de Pesquisa e Desenvolvimento, a sugestão de fabricar produtos nesse segmento”.

Apesar deste nível de resposta apresentado inclusive por empresa de grande porte, o SACo Cheio tem membros e esperança renovada e, enquanto não houver lei, buscará as informações necessárias para garantir a saúde de sua família. Vale destacar que a ideia não é expor negativamente as indústrias que utilizam alérgenos como ingrediente, mas identificar o que há de seguro no mercado e compartilhar resultados com demais membros dos grupos de famílias de pessoas com alergia alimentar.

 

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40% da carne comercializada na Bahia é clandestina

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A reportagem da Record mostra cenas fortes.  Animais eviscerados no chão, vísceras lavadas no riacho e até um pedaço de carne sendo arrastado por um gramado. Tudo para ser vendido. Um  cachorro aparece vigiando o “material”.

O documentário menciona que segundo o Ministério Público, 40% da carne comercializada é clandestina, e portanto manipulada sem inspeção.

Isso é Brasil.

 

 

http://noticias.r7.com/videos/alerta-da-carne-bahia-tem-alto-indice-de-abate-clandestino-veja-flagras/idmedia/52292aa20cf27b7f73a4610e.html

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Uso de PCR para investigar surtos ligados a ovos e salada de maionese

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O consumo médio de ovos no Brasil foi de apenas 94/unidades/habitante/ano em 2000, enquanto que em outros países o consumo é três vezes maior. Acredita-se que o pouco consumo de ovos em nosso país esteja associado a restrições a fatores culturais estéticos e de saúde, como colesterol elevado e presença de contaminantes. A incidência de surtos de intoxicação alimentar por salmonelas em diversos países chamou a atenção para fontes comuns de infecção. As investigações epidemiológicas identificaram o consumo de ovos ou alimentos com eles, pelos responsáveis pela maioria dos surtos. A metodologia oficial de diagnóstico de salmonelas em alimentos envolvem cinco fases com muita manipulação, e cerca de 96 horas pela bactéria com a ainda a necessidade de tipificação sorológica. A reação em cadeia pela polimerase (PCR) é rápida e eficaz, dependendo apenas de métodos de extração do material genético e para a retirada de substâncias que possam interferir na técnica. Neste trabalho avaliou-se a técnica do PCR em ovos, maioneses e saladas de batatas envolvidas em surtos de toxinfecção alimentar em comparação com a metodologia bacteriológica convencional. Os resultados obtidos demonstraram a recuperação de 12/30 pelo bacteriológico, 14/30 pela PCR com extração pelo tratamento térmico e 17/30 com extração pelo fenol-clorofórmio. O aumento da recuperação aliado ao menor tempo de execução, variando de 30 horas até 54 horas, conforme a metodologia de pré-enriquecimento da amostra e a metodologia de extração utilizadas, são pontos favoráveis à indicação do uso do PCR para diagnóstico de rotina das salmonelas presentes em ovos e derivados. 

Baixe aqui o artigo completo.

Higiene Alimentar, vol 16 no 100 pg 75-86 set 2002

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