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Estamos na semana mundial de conscientização sobre a resistência aos antimicrobianos

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Estamos na semana mundial de conscientização sobre a resistência aos antimicrobianos e ao uso de antibióticos. Para celebrar a data, a OMS (Organização Mundial da Saúde) está divulgando um material sobre o assunto, que pode ser acessado aqui.

Na própria página há também um parecer publicado após consenso estabelecido em Genebra, com o seguinte teor: “Deixemos de administrar antibióticos a animais sãos para prevenir a propagação da resistência aos antimicrobianos”. 

resistencia_antibioticos_OMS

Informações gentilmente enviadas por:

Dra. Simone M. Raszl

DVM, MSc, PhD Food Science – Food Safety and Surveillance, Specialist – Responsável pela área de food safety  na Organização Panamericana da Saúde / OMS na região das Américas e Caribe

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Antibióticos em produtos de origem animal: o que fazer com o resíduo gerado no início dessa cadeia?

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A indústria de proteína animal tem figurado papel de destaque na geração de resíduos contaminantes provenientes do uso de produtos fármacos. A produção de animais para abate em grande escala, os desafios sanitários e a pressão custo x benefício para produtores tem impulsionado o crescimento vertiginoso da indústria de medicamentos veterinários para animais no campo. A maior parte desses fármacos são utilizados via ração, devido ao menor desperdício e eficácia. Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da Coordenação de Fiscalização de Produtos Veterinários, no relatório de produtos com licença vigente em 2014 constam 6.573 produtos fármacos de uso autorizado no Brasil (BRASIL, 2015).

No início da cadeia de produtos de origem animal encontra-se a indústria de alimentação animal e seus processos produtivos de rações com uso de medicamentos promotores de crescimento e terapêuticos. A geração de resíduos provenientes desses processos é inevitável. Em 2015, a produção de ração no Brasil encerrou o ano com 69 milhões de toneladas (SANI, 2015).

O resíduo sólido gerado após a produção de rações medicadas se deve ao processo de limpeza de linha. Conforme prevê a legislação vigente para área, a Instrução Normativa nº 14/2016, a indústria deve conduzir um estudo para validação de um procedimento de limpeza de linha que comprove um residual de contaminação menor que 1% da dose medicamentosa utilizada. Devido às características de layout dos equipamentos e matérias primas utilizadas no processo de fabricação de rações, não é possível realizar uma higienização/limpeza úmida com uso de água, detergentes ácidos e alcalinos líquidos. No lugar desta, realizamos uma limpeza a seco com o uso de material sólido para arraste de sujidade na linha de produção, que pode ser uma matéria prima de uso na formulação como milho moído, desse modo geramos um resíduo sólido. Este resíduo sólido gerado deve ser descartado de acordo com a metodologia ambiental legal para classificação de resíduos, que indica o destino adequado e seguro para seu descarte.

A norma regulamentadora no contexto da indústria de alimentação animal para o gerenciamento de resíduos é a Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, que se aplica a pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

A PNRS define que os resíduos sólidos sigam a seguinte classificação:

  • Quanto à origem, para a qual nos enquadramos no item f: resíduos industriais gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
  • Quanto à periculosidade, a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; e b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Os antibióticos utilizados como promotores de crescimento ou em nível terapêutico têm sido motivo de grande preocupação da comunidade científica nos últimos anos, devido aos poucos estudos e resultados sobre as implicações destes para saúde humana, de animais e do meio ambiente, e se faz necessário uma maior preocupação com a forma de descarte desse resíduo proveniente de processos produtivos de rações medicadas. Conhecer a origem do resíduo contaminante e classificar o mesmo de acordo com as normas legais é o início de um processo para garantir uma forma segura para disposição final desse resíduo.

Nesse sentido, conduzimos um estudo com objetivo de realizar a classificação para os resíduos sólidos provenientes da atividade de limpeza de linha após produção de rações com uso de medicamentos, em uma fábrica de rações para aves e suínos localizada no Paraná, de acordo com a norma ambiental pertinente.

A classificação do resíduo sólido foi realizada de acordo com os requisitos da norma NBR 10004/2004 para Classificação de resíduos sólidos, NBR 10005/2004 para Procedimento de obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos e NBR 10006/2004 para Procedimento de obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, que pede a caracterização do resíduo para:

  1. Massa bruta: avalia critérios de Inflamabilidade, Corrosividade e Reatividade;
  2. Extrato Lixiviado: avalia o carreamento de contaminantes através do perfil do solo pela água, conforme os limites máximos estabelecidos no anexo F da norma;
  3. Extrato Solubilizado: avalia o potencial de o resíduo liberar contaminantes em cursos de água, através da solubilização em água, conforme os limites máximos estabelecidos no anexo G da norma.

A metodologia de análise utilizada pelo laboratório seguiu a norma de referência recomendada pela NBR 10004/2004. Para todas as análises foram utilizados métodos da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos USEPA – SW 846.

A classificação do resíduo sólido gerado de limpezas de linha entre produções de rações medicadas (milho moído com resíduo de medicamento) enquadrou-o como sendo resíduo Não Perigoso Classe II A – Não Inerte.

Com a alternativa de envio do resíduo para um eventual descarte em uma empresa de tratamento de resíduos Classe II, a redução de custos comparada a um tratamento para resíduos perigosos chega a 88%, porém é importante a condução de estudos mais aprofundados no que tange à dinâmica e cinética química do residual desses compostos no solo, de modo a prevenir passivos ambientais que possam trazer algum risco futuro ao meio ambiente e a cadeia de produção de alimentos como um todo.

Melhor que descartar, mesmo que de forma segura, é evitar o resíduo e/ou, principalmente, validar o seu reprocesso quando as características de matérias primas, linha de produção e grade de sensibilidade animal permitirem.

Referências

ABNT NBR 10004. ABNT NBR 10004:2004 Classificação de Resíduos Sólidos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, p. 1-71. 2004.

ABNT NBR 10005. ABNT NBR 10005 Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, p. 1-20. 2004.

ABNT NBR 10006. ABNT NBR 10006:2004 Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, p. 1-25. 2004.

ABNT NBR 10007. ABNT NBR 10007:2004 Amostragem de Reíduos Sólidos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, p. 1-21. 2004.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.. Disponivel em: <http://www.agricultura.gov.br/>. Acesso em: 04 janeiro 2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa N° 65/2006, dispõe sobre requisitos para fabricação de produtos destinados a alimentação animal com medicamentos veterinários, p. 1-8. 2006.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa N°04/2007, dispõe sobre requisitos de boas práticas de fábricação a ser implementados em fábricas que produzem alimentos destinados a alimentação animal, p. 1-5. 2007.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa N°14/2016, dispõe sobre requisitos para fabricação de produtos destinados a alimentação animal com medicamentos veterinários,  2016.

BRASIL. Decreto 4.954 de 14 de janeiro de 2004, aprova o regulamento da Lei nº 6.984, de 16 de dezembro de 1980, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes destinados a agricultura, e dá outras providencias, 2004.

BRASIL. Ofício Circular Nº 11/09 CPAA/DFIP/DAS, de 23 de abril de 2009, detalha instruções específicas para controles e validação do processo de limpeza de linha para produção de rações com uso de medicamentos veterinários, 2009.

LELIS, M. P. N. Compostagem de Resíduos Orgânicos. In: Curso de Capacitação e Treinamento para Implantação e Gerenciamento de Coleta Seletiva e Centrais de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos. Bituruna, 2007.

REGITANO, J. B.; LEAL, R. M. P. Comportamento e Impacto Ambiental de Antibióticos Usados na Produção Animal Brasileira. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO SOLO, 2010.

SANI, A. Boletim Informativo do Setor de Alimentação Animal. Números da Agroindústria, p. 1-4. 2015.

SISINNO, Cristina L. S. Disposição em aterros controlados de resíduos sólidos industriais não inertes: avaliação dos componentes tóxicos e implicações para o ambiente e para a saúde humana. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 369-374, mar-abr, 2003.

Ingrid R. de Oliveira Mengue Klaus é tecnóloga em alimentos, especialista em Gestão da Qualidade e Segurança de Alimentos.  Atua há mais de 10 anos na indústria de alimentação humana e animal, em diversas áreas ligadas ao Sistema de Gestão da Qualidade. Atualmente é coordenadora do Controle de Qualidade em uma empresa de nutrição animal.

Imagem: Novo Jornal

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Resistência aos antibióticos – Impacto para Segurança de Alimentos

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Para algumas bactérias como Salmonella e Campylobacter, a utilização de antibióticos em animais para consumo aumenta a resistência.

É inevitável que bactérias encontrem formas de resistir aos antibióticos desenvolvidos por seres humanos, razão pela qual a ação agressiva muitas vezes é necessária para evitar a resistência que se propague. O simples uso de antibióticos cria resistência.

A resistência aos antibióticos é a capacidade de microrganismos em resistir aos efeitos de drogas. Quando isso ocorre, mesmo com a aplicação do antibiótico os microrganismos não são destruídos e o seu crescimento não é parado. Embora algumas pessoas estejam em maior risco do que outras, não é possível evitar completamente o risco de infecções resistentes aos antibióticos.

Há ligação entre o uso de antibióticos em animais diretamente ligados a produção de alimentos e a resistência a antibióticos em ocorrência de infecções em seres humanos. Por isso, os antibióticos que são clinicamente importantes para o tratamento de infecções em seres humanos devem ser usados em animais produtores de alimentos somente sob supervisão veterinária e apenas para gerenciar e tratar a doença infecciosa, e, portanto, não para promover o seu crescimento.

Abaixo ilustração de como a resistência a antibióticos ocorre, de acordo com o Center of Disease Control and Prevention:

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Breve histórico sobre Antibióticos

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O Center of Disease Control and Prevention disponibiliza muitas informações sobre o tema.

 

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Produção Agrícola vs Antibióticos

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Na produção avícola, o principal objetivo é a obtenção de alta produtividade aliada à qualidade dos produtos finais. Para isso, utilizam-se aditivos alimentares, como os antibióticos, com a função de promover o crescimento. O uso indiscriminado dos antibióticos na alimentação animal, desde o princípio da década de 50, pode ter resultado no desenvolvimento de populações bacterianas resistentes, determinando desequilíbrio na simbiose entre o microbiota desejável e o animal. De acordo com o professor João Palermo Neto, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o ganho de peso mais rápido é a principal vantagem do antibiótico. O produto “normaliza a microbiota intestinal do animal, evitando processos inflamatórios subclínicos que não são detectados e que prejudicam a absorção de nutrientes”. As inflamações são comuns em granjas com alta concentração de animais.

Estimativas indicam que cerca de 80% dos antibióticos comercializados hoje nos EUA são direcionados à indústria veterinária. Autoridades em saúde são unânimes em ressaltar que ainda não é possível comprovar a relação entre o consumo de carnes de animais criados com antibiótico e o aparecimento das super-bactérias. Mas os questionamentos, sobretudo nos países desenvolvidos, crescem à medida em que os casos de óbitos por resistência a medicamentos sobem nas estatísticas hospitalares e entram na pauta de discussões dos simpósios internacionais de saúde. De acordo com estudos preliminares da Anvisa, em 2008 foi encontrado salmonelas resistentes a drogas humanas e veterinárias. Esse microrganismo está envolvido diretamente com doenças causadas por intoxicações alimentares. Para que tais problemas não se tornem um problema de saúde mundial, é necessário que se encontrem alternativas para promotores de crescimentos (antibióticos).

Os prováveis substitutos promotores de crescimento devem manter as ações benéficas dos antibióticos e eliminar as indesejáveis, como a resistência bacteriana. Uma alternativa seria o uso dos pro-bióticos, produtos constituídos por microrganismos vivos ou suas L-forms (sem a parede celular). Uma vez introduzidos no organismo animal, podem colonizar o novo ambiente, promover melhor equilíbrio da flora intestinal, produção de enzimas digestivas e vitaminas do complexo B, e estimular a imunidade da mucosa intestinal, protegendo-a contra toxinas pré-formadas por outros organismos. O uso de pro-biótico como promotor de crescimento pode resultar em maior ganho de peso, melhor índice de conversão alimentar, maior rendimento de carcaça e melhor palatabilidade da carne de frangos de corte e perus, como relatam os estudiosos DILWORTH e DAY (1978), OWINGS et al. (1990), JENSEN e JENSEN (1992), BERTECHINI e HOSSAIN (1993), ENGLAND et al. (1996) e JIN et al. (1998).

E é nesse contexto que grandes grupos começam a promover mudanças no modo de produção animal nos EUA. A primeira a anunciar uma nova política sobre a questão foi o McDonald’s. Em março de 2015, a rede americana de fast-food, que tem procurado adotar um cardápio mais saudável em meio a resultados financeiros ruins, anunciou que não venderá mais nos EUA produtos com carne de frango tratado com antibióticos de uso humano. A decisão vale só a partir de 2017, mas deflagrou um movimento em cascata de grandes fornecedores de frango no país: Tyson Foods e Pilgrim´s Pride declararam a eliminação gradual desses medicamentos. Ao acompanhar a tendência em todo país norte americano, a FDA pretende eliminar o uso de 283 produtos veterinários que também têm uso humano, na expectativa de que isso evite que mais bactérias ganhem resistência.

Fonte de imagem: Proteste.

 

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Revista americana encontra antibiótico em camarões importados

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Após a realização de estudos, foi possível descobrir alguns antibióticos, que são ilegais no cultivo de camarão. Além disso foram encontradas também algumas bactérias que causam intoxicação alimentar nos camarões importados.

Tais testes foram realizados pela Consumer Reports, que é uma revista americana onde possui publicação mensal. A mesma tem atuação desde 1936 e é líder em publicações referente a análises e comparações de produtos de consumo e serviços.

A Consumer Reports quer que o governo americano aumente o financiamento para o FDA para que ele possa inspecionar e testar mais os camarões importados e assim manter os contaminados fora do abastecimento de alimentos.

A pesquisa foi realizada com 342 pacotes de camarão cru e cozido congelado adquiridos em grandes redes supermercados e lojas de produtos naturais. Onze deles apresentaram traços de antibióticos.

O que a pesquisa deseja apresentar é que o FDA precisa aplicar melhor a legislação quanto a questão de análises e que é necessário investimento nesse segmento.

Vale a pena ressaltar que o uso de antibióticos em camarões não é aprovado pelo FDA e é ilegal a importação do mesmo. O uso de antibióticos contribui para a resistência dos microrganismos causando assim o uso indiscriminado de altas dosagens, que é um risco para a saúde pública. Além disso, pode causar problemas ambientais.

Conforme o artigo citado, em 2014 o FDA testou apenas 1% dos camarões importados para o EUA.

A questão do antibiótico foi só o início do estudo. Foi descoberto também bactérias como a E. coli e Vibrio. Cerca de 60% das amostras apresentaram resultado insatisfatório para a presença desses microrganismos. Lembrando que Vibrio é comumente testado em ostras e não em camarão.

A revista convida o FDA a intensificar os testes em portos dos EUA e em fazendas de camarão. E também adicionar Vibrio á lista de bactérias que são testadas para o camarão.

Dados importantes!

94% do camarão consumido nos EUA é importada de fazendas na Indonésia, Tailândia e índia e na maior parte não é inspecionado.

 

Aqui no Brasil, há o Plano nacional de controle de resíduos biológicos em produtos de origem animal, mas ele só analisa antibióticos de uso proibido no país, como o cloranfenicol e nitrofuranos. O uso de antibiótico não é permitida em camarões, mas na prática muitos deles são utilizados. Mas infelizmente o seu uso também não vem sendo fiscalizado pelas autoridades sanitárias do nosso país.

E agora quem irá nos salvar?

As informações referente ao estudo foram apresentadas no site: foodpoisoningbulletin

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Semana Européia sobre a conscientização do uso de antibióticos

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A prescrição correta e uso de antibióticos parece uma pauta confinada aos profissionais de saúde, em particular médicos e farmacêuticos e os pacientes.

Mas não é bem assim: a indústria de alimentos tem correlação com essas importantes drogas, seja para o uso veterinário nos animais de corte, seja para terapias humanas, incluindo as doenças transmitidas por alimentos. Assim, também aproveitamos esta semana para refletir sobre um tema de interesse coletivo: a possibilidade de cura de doenças infecciosas.

Saiba mais sobre esta semana no site canadense  http://antibioticawareness.ca/ e no site da ECDC da Europa.

Reveja aqui no blog posts sobre resistência microbiana aqui no blog:

Pesquisadores encontram bactérias resistentes a antibióticos em carne de sol na Bahia

Bactéria resistente a antibióticos é encontrada em alimento pela primeira vez

Como está a luta contra a resistência microbiana aos antibióticos?

Bibliografia sobre resistência microbiana a antibióticos/

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Resíduos de medicamentos veterinários em produtos do origem não animal na Europa

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A presença de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de origem animal são uma preocupação em termos de segurança alimentar. O Regulamento n° 470/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de maio de 2009 classifica as substâncias farmacologicamente activas utilizadas nos medicamentos veterinários para garantir a segurança alimentar, estabelece o seu conteúdo admissível nos alimentos de origem animal e fixa os limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos ditos alimentos.
O relatório referente a 2013 do sistema RASFF (Rapid Alert System for Food and Feed), da União Europeia, indica que houve, durante o ano de 2013, cerca de 39 notificações relacionadas com a presença de substâncias proibidas (substâncias cujo uso em medicamentos veterinários foi expressamente proibida). A maioria destas notificações (29) deveu-se à presença de cloranfenicol (antibiótico de amplo espectro) nos alimentos. Destas, um número significativo de notificações (20) estava relacionado com o seu uso na preparação de enzimas (xilanase, amílase, pectinase, gluconase entre outras), as quais apresentavam contaminação. Estas enzimas podem destinar-se a rações mas podem, também, ser usadas no processamento de alimentos (produção de vinho, produção de cerveja, panificação). A toxicidade associada ao cloranfenicol deriva da sua natureza lipófila e da sua capacidade para inibir a síntese proteica em ribossomas do tipo procariota.
Todas as enzimas e preparações enzimáticas tiveram origem em três companhias indianas, quer de uma forma direta quer de forma indireta (via Japão), na importação para a Europa. Devido a este incidente foi acordado que o MRPL (“minimum required performance limits”, ou seja o limite mínimo de desempenho requerido na análise) de 0.3 µg/kg de cloranfenicol nos alimentos de origem animal, estabelecido pela Decisão da Comissão 2002/657/EC, se deveria aplicar não só a alimentos de origem animal, mas também a enzimas e preparações enzimáticas, pré-misturas, compostos para rações, ingredientes destinados ao processamento alimentar e em alimentos de origem não animal.
As enzimas, preparações enzimáticas, pré-misturas ou ingredientes alimentares (produtos semi-preparados) nos quais a presença de cloranfenicol seja quantificável (e em que o MRPL é de pelo menos 0.3 µg/kg de cloranfenicol), não poderão ser usadas em rações ou na produção de alimentos, não podem ser colocados no mercado e têm de ser retirados do mercado. O mesmo se aplica a compostos para rações e alimentos prontos a comer. No entanto, nestas últimas matrizes a presença de cloranfenicol em quantidades quantificáveis não foi observada.
Uma vez que as autoridades indianas não providenciaram informação sobre a fonte da contaminação, e consequentemente não forneceram garantias para as exportações futuras de enzimas para a União Europeia, foi decidido estabelecer, no âmbito da regulação da Comissão 669/2009, um aumento, em 50%, da frequência de controlo na importação de todos os produtos contendo enzimas ou preparados enzimáticos com origem na Índia, a partir de abril de 2014.
As notificações referentes a outros perigos para a segurança alimentar identificadas no relatório publicado pelo RASFF serão objecto de análise mais detalhada em próximas notícias do blogue.
Saiba mais em http://ec.europa.eu/rasff

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Entrevista sobre fármacos em produtos de origem animal

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O prof Jonas Augusto Paschoal, que concedeu esta entrevista, vai palestrar no Simpósio ILSI Brasil sobre avanços científicos e regulatórios sobre Contaminantes Químicos em Alimentos, que acontecerá no dia 05/08 na Food Ingredients, e abordará o tema de fármacos em produtos de origem animal. Desde já ele compartilha informações valiosas sobre o tema.

 É comprovada cientificamente a correlação entre resistência microbiana em terapêutica humana x uso de antibióticos como promotores de crescimento?

Não conheço dados da literatura científica que comprovem de forma direta a relação entre causa e efeito relacionando o uso de antibióticos como promotores de crescimento como a causa do desenvolvimento de resistência microbiana em terapêutica humana. O que muitos estudos científicos demonstram é o surgimento da resistência microbiana decorrente do uso de antibióticos.

A eficácia e consequente importância do uso dos antibióticos na medicina veterinária também estão cientificamente demonstradas. Os antibióticos podem ser utilizados com diferentes propostas, com fins terapêuticos, profiláticos, metafiláticos e/ou como aditivos zootécnicos (promotores de crescimento).

Os prós e contras do uso dos antibióticos na medicina veterinária compõem, respectivamente, os ingredientes da relação benefícios versus custos, cujo balanço, à luz do que se conhece hoje, não permite a exclusão dessa prática como forma de se amenizar o risco à saúde humana e animal decorrente do potencial desenvolvimento da resistência microbiana.

O emprego de antibióticos como promotores de crescimento em relação às outras finalidades mencionadas implica no tratamento de animais com menores dosagens por um maior período de tempo. Cientificamente, sabe-se que estas características na forma de uso dos antibióticos favorece o desenvolvimento da resistência microbiana. Tem-se, portanto, que o uso de antibióticos como promotores de crescimento é considerado uma prática de risco ao desenvolvimento da resistência microbiana, constituindo-se numa prática zootécnica muito discutida no mundo todo há muito tempo, sendo, inclusive, proibida em muitos países, principalmente naqueles do continente europeu.

Qual é o cenário no Brasil em relação à prevalência de resíduos de fármacos em produtos de origem animal?

Um dos aspectos envolvidos na segurança de uso de antibióticos veterinários consiste no fato de que os fármacos de uso em humanos não podem ser regulamentados para uso em animais destinados à produção de alimentos (ainda que o possam para animais domésticos – pets).

Todo medicamento veterinário precisa ser administrado conforme as boas práticas de uso, que visam garantir a eficácia do mesmo, bem como, prevenir que, em caso de animais destinados à produção de alimentos, os produtos a serem destinados ao consumo humano não contenham resíduos dos fármacos empregados em níveis acima dos considerados toxicologicamente seguros. Nesses casos, são prescritos os chamados períodos de carência (período de tempo que deve ser aguardado entre a última administração do medicamento e o abate do animal ou coleta dos ovos, leite ou mel).

O Brasil dispõe do Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Produtos de Origem Animal (PNCRC), instituído e dirigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que, através dos laboratórios credenciados, promove amostragens e análises dos mais diferentes tipos de alimentos de origem animal com fins de fiscalização de uso de uma grande variedade de medicamentos veterinários, tanto para aqueles de uso autorizado como de outros considerados de uso proibido.

Em 2013, o MAPA publicou os resultados (Instrução Normativa nº 7, de 27 de março de 2013) obtidos das análises pertinentes à ação do PNCRC em carnes (bovina, suína, de aves, de avestruz e equina), em leite, ovos, mel e pescado, referentes ao exercício do ano de 2012. Das 14.956 análises laboratoriais, 99,54% estavam conforme o padrão do programa, isto é, com resultados para resíduos de contaminantes em níveis acima dos limites estabelecidos como sendo toxicologicamente seguros.

Num país de expressiva produção pecuária como o Brasil, o número de amostras colhidas para as análises de fiscalização ainda parece baixo quando se pensa na extrapolação da representatividade desses resultados em termos de uma avaliação nacional adequada.

 Que linha de pesquisa tem interessado os pesquisadores atualmente?

Sem dúvida alguma, estudos que visem o desenvolvimento de alternativas à prática do uso de antibióticos na medicina veterinária correspondem ao anseio da ciência e da opinião pública em geral.

No entanto, até o presente momento não se comprovou a viabilidade do uso de qualquer outro recurso que pudesse substituir essas substâncias com a mesma eficiência no combate a doenças infecciosas, garantindo simultaneamente o mesmo nível de produtividade pecuária.

Sabe-se que a existência de uma maior variabilidade de fármacos para o combate de doenças infecciosas é de grande importância, de modo que cada vez mais, novos fármacos estão sendo estudados.

Incessante esforço científico vem sendo feito também ao longo dos anos na busca do estabelecimento de métodos analíticos sensíveis, seletivos, rápidos e de menor custo, que possam facilitar as análises de rotina para fiscalização dos alimentos de origem animal quanto à presença de resíduos de medicamentos veterinários em níveis de concentração que poderiam comprometer a segurança alimentar.

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Bactéria super-resistente a antibióticos é encontrada em alimentos pela primeira vez

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Pesquisadores canadenses encontraram, pela primeira vez em um produto alimentar, um tipo de bactéria com elevada resistência aos antibióticos. Isto significa que, agora, o risco de exposição a este perigo atingiu mais um estágio. A bactéria é resistente aos carbapenens, um dos últimos antibióticos no arsenal da medicina, agente de largo espectro de ação usado justamente contra bactérias multirresistentes. A pesquisa foi publicada na revista Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle de Doenças do Canadá.

De acordo com o artigo, em janeiro de 2014, testes de rotina encontraram um microrganismo produtor de carbapenemase em lulas que estavam à venda em um supermercado de produtos chineses em Saskatoon, Canadá. Carbapenemases são enzimas que destroem os carbapenenos. As bactérias encontradas nas lulas têm um gene que as faz produzir a enzima e este gene pode ser transmitido para outras bactérias.  Embora a bactéria possa não ser patogênica (o estudo informa que ela não foi completamente identificada, parece ser Pseudomonas fluorescens), a preocupação reside na disseminação do fator de resistência ao antibiótico.

Os cientistas já tinham encontrado este tipo de bactérias no meio ambiente e em animais, mas nunca no próprio alimento. A lula foi provavelmente importada da Coréia do Sul. Até esta descoberta, os cientistas e os médicos pensavam que a maioria das bactérias resistentes aos antibióticos que causavam infecções potencialmente fatais só eram encontradas em contextos hospitalares e se espalhavam através de pessoas infectadas.

Esta descoberta indica que um segmento muito mais amplo da população está potencialmente em risco. Mas há formas de luta: no caso em questão, se a lula for cozida a uma temperatura interna final segura, as bactérias serão destruídas. O problema fica sendo a contaminação cruzada na cozinha.  Se os alimentos consumidos crus, como saladas, entrarem em contacto com a lula crua ou utensílios e superfícies contaminados por ela, a bactéria pode facilmente contaminar alguém e se espalhar.  

Os cientistas canadenses não sabem como a lula adquiriu as bactérias. Ela pode ter sido contaminada durante o processamento, transporte, manuseio ou a partir do ambiente. Segundo eles, esta descoberta cria uma “necessidade urgente de expandir o acompanhamento e monitoramento desses microrganismos”. 

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A luta contra a resistência microbiana aos antibióticos

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Não têm surgido boas notícias sobre a resistência microbiana aos antibióticos recentemente.  A crescente resistência das Salmonellas, inclusive, já foi abordada aqui.  Semanas atrás, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou que este problema é “tão grave que ameaça as conquistas da medicina moderna”. A resistência microbiana aos antibióticos é um desafio também para a segurança de alimentos, pois os patógenos disseminados por alimentos passam pelo mesmo processo. Entende-se por resistência aos antibióticos o fato de um microrganismo (bactéria, fungo, vírus ou parasita) já não responder a uma droga para a qual era originalmente sensível. Isto significa que os tratamentos convencionais não funcionam mais; que as infecções são mais difíceis ou impossíveis de controlar; que o risco de disseminação da infecção para outros é aumentado e que a doença e a internação hospitalar são prolongadas, com aumento dos custos econômicos e sociais. Concluindo: o risco de morte é maior.

Uma parceria entre os EUA e a União Européia (UE) foi firmada em 2009, chamada “Transatlantic Taskforce on Antimicrobial Resistance”. Este grupo de trabalho transatlântico tem três áreas de concentração de atividades: promover o uso adequado de antibióticos, aturar na prevenção de infecções resistentes a drogas em humanos e criar estratégias para a criação de novas drogas. Dias atrás, após 5 anos, foi divulgado seu primeiro relatório. Segundo o documento, cerca de 25.000 pessoas morrem anualmente na Europa em razão de infecções resistentes a drogas. Nos EUA, o número de mortes anuais é de cerca de 23.000. Milhares de pessoas sobrevivem à batalha depois de longos e dispendiosos períodos de hospitalização. E não há novos antibióticos em desenvolvimento.
O relatório faz um grande número de recomendações às autoridades, destacando-se, entre outras, a preocupação pelo uso indiscriminado de antibióticos na criação de animais. A conclusão é de que ainda há um longo caminho a percorrer, em particular nas áreas da prevenção de infecção e no desenvolvimento de novos medicamentos. Uma era pós-antibiótico, em que infecções comuns e lesões menores poderão matar é uma possibilidade muito real para o século 21. Você pode ler o relatório completo do grupo de trabalho clicando aqui.

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Bibliografia sobre resistência microbiana a antibióticos

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Esta bibliografia lista as últimas publicações científicas e literatura econômica sobre a contribuição do uso rotineiro  de antibióticos na criação de animais e a crescente crise de saúde pública que é a resistência a antibióticos.  Pesquisas sobre como os antibióticos usados em animais contribuem para a resistência tem mais de 30 anos. . De acordo com Dr. Frederick J. Angulo, diretor associado de ciências do Centers for Disease Control and Prevention’s National Center for Environmental Health and the Agency for Toxic Substances and Disease, disse em agosto de  2009, no artigo do  Journal of the American Veterinary Medical Association:

“Há consenso científico que antibióticos usados em animais de consumo contribuem para a resistência em humanos. E há crescentes evidências que tal resistência resulta em efeitos adversos à saúde humana em nível populacional. Antibióticos são finitos e um recurso precioso e precisamos promover a prudência e juízo no uso dos mesmos.”

Saiba mais aqui:

  

http://www.pewhealth.org/reports-analysis/issue-briefs/bibliography-on-antibiotic-resistance-and-food-animal-production-85899368032

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Salmonella apresenta cada vez mais resistência a antibióticos

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A crescente resistência das bactérias ao tratamento com antibióticos tem chamado a atenção das autoridades públicas em diversas partes do mundo.

No Reino Unido, autoridades médicas compararam a resistência aos antibióticos ao terrorismo e ao aquecimento global. No Brasil, a Anvisa lançou neste mês de junho um plano para o enfrentamento de microrganismos multirresistentes que tem início no Rio Grande do Sul.

É sabido que o aumento do consumo de antibióticos em geral tende a eliminar as bactérias mais fracas e selecionar as mais fortes, ou seja, leva ao aparecimento de superbactérias, resistentes a muitos antibióticos. A isto, soma-se o fato de que o desenvolvimento de novos antibióticos diminuiu nas últimas décadas. A última classe foi descoberta em 1987 e desde 2009 são lançados no máximo dois antibióticos por ano. A indústria farmacêutica prioriza a busca de remédios mais lucrativos, como os de uso prolongado para os tratamentos de diabetes e câncer.

As bactérias patogênicas que contaminam alimentos não escaparam deste contexto. No Canadá, foi divulgado recentemente um estudo que demonstra a resistência crescente da Salmonella enterica ao tratamento com antibióticos. A S. enterica é a forma mais comum de Salmonella responsável por intoxicação alimentar e infecta humanos e animais.

O estudo se concentrou na S. enterica sorovar Kentucky, demonstrando sua maior resistência ao tratamento com o medicamento ciprofloxacina. A pesquisa é baseada na observação de 76 isolados de S. enterica Kentucky submetidos ao Programa de Vigilância da Resistência Antimicrobiana no período 2003-2009. Dos 76 casos, 35 foram sensíveis a todos os antimicrobianos testados, porém 23 destes isolados (30%) apresentaram resistência à ciprofloxacina.  Além disso, a proporção de isolados de S. enterica Kentucky com resistência à ciprofloxacina saltou de 22% em 2003 para 57% em 2009. Resistências semelhantes têm sido observadas na Europa, como demonstra outro estudo do Instituto Pasteur.

Na luta contra as superbactérias, os especialistas indicam várias medidas simultâneas, como o uso racional de antibióticos, a busca por novas drogas e o uso combinado das já existentes, e sobretudo ações preventivas, como o  controle das infecções hospitalares e o fortalecimento da vigilância epidemiológica como um todo. Mesmo assim, persiste a preocupação de que este problema seja uma bomba-relógio prestes a explodir.

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Resistência antimicrobiana de Salmonella spp. isoladas de fazendas de camarão

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Antimicrobial susceptibility of Salmonella isolated from shrimp farms in Ceará State,
Brazil
Fatima Cristiane Teles de Carvalho,  Norma Suely Evangelista Barreto,  Cristhiane Moura Falavina dos Reis, Ernesto Hofer e Regine Helena Silva dos Fernandes Vieira

Resumo – O uso convencional de antibióticos, principalmente em cultivos intensivos, tem aumentado a resistência
antimicrobiana, selecionando patógenos resistentes. Este trabalho objetivou testar a susceptibilidade antimicrobiana de 23 cepas de Salmonella spp., isoladas de água, sedimento e camarão, de quatro fazendas de carcinicultura no Estado do Ceará,a diferentes antimicrobianos comerciais. Os sorovares testados frente aos antibióticos foram Salmonella Newport 14 (61%), Salmonella Anatum 05 (22%), Salmonella Albany 03 (13%) e Salmonella Soahanina 01 (4%). As cepas isoladas apresentaram perfil de resistência à tetraciclina de 39% e sensibilidade intermediária de 61%. Para o ácido nalidíxico, a resistência ficou em 17% e para a gentamicina em 04%. Perfil de multirresistência foi observado em 03 (13%) sorovares de Salmonella Albany e 01 (04%) de Salmonella Newport. Os resultados obtidos alertam quanto ao uso indiscriminado de antibióticos na carcinicultura, prática que contribui para a seleção de linhagens resistentes a estes antimicrobianos normalmente empregados no combate a infecções alimentares humanas.

Palavras-chave – Camarão marinho. Poluição. Atividade antimicrobiana.

 Acesse o trabalho completo aqui.

http://www.ccarevista.ufc.br/seer/index.php/ccarevista/article/viewFile/891/381

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Resistência microbiana a antibióticos de Salmonella isolada de frangos

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OCORRÊNCIA DE SALMONELLA SP EM CORTES DE FRANGO E SUSCETIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS UTILIZADOS NA TERAPIA HUMANA.

O presente estudo teve por objetivos isolar e identificar Salmonella sp em cortes de frango e avaliar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos mais utilizados na terapia humana. Foram analisadas 60 amostras de cortes de frango, obtidas em abatedouro local. As técnicas de preparo das amostras para pesquisa de Salmonella sp seguiram a padronização do Food and Drug Administration / Bacteriological Analytical Manual. A metodologia empregada no isolamento das cepas de Salmonella sp e os testes de sensibilidade foram realizados conforme as metodologias oficiais. Foram identificadas cinco cepas de Salmonella sp de acordo com a identificação bioquímica e sorológica. Das cinco cepas de Salmonella sp isoladas, 33,33% destas apresentaram 100% de resistência aos antimicrobianos: tetraciclina, amicacina, cloranfenicol, sulfazotrim e cefoxicitina e 8,33% das bactérias apresentaram sensibilidade aos antibióticos tobramicina e ampicilina. Conforme a RDC Anvisa 12/2001, 8% dos cortes de frango analisados apresentaram-se contaminados por Salmonella sp e, portanto, foram cosiderados impróprios para o consumo humano. Apesar do pequeno percentual de ocorrência de Salmonella sp, faz-se necessária à adoção de medidas higiênico-sanitárias mais criteriosas no abate e conservação, uma vez que, uma única ave contendo Salmonella sp é suficiente para contaminar outras durante o processamento.

 

Dulcimara Aparecida Coelho, Paulo Márcio de Faria e Silva, João Evangelista FIORINI,  Sandra Maria Oliveira Morais Veiga

O trabalho completo poderá ser lido na revista Higiene Alimentar.

Hig. aliment;26(204/205):132-137, jan.-fev. 2012. graf.

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Aprendizado sobre tratamento de E.coli após surto europeu

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É um fato aceito entre os médicos especialistas que uma infecção de E. coli não deve ser tratada com antibióticos, uma vez que estes medicamentos podem piorar a doença. Mas uma nova revisão de estratégias utilizadas para tratar as vítimas de surto Europeu do ano passado mostra que uma combinação de dois ou mais antibióticos pode ter ajudado os pacientes se recuperarem da síndrome hemolítico-urêmica (SHU) – uma complicação potencialmente fatal da infecção por E. coli.

O surto de 2011, no Norte da Alemanha, foi caracterizado por um número atipicamente elevado de casos de SHU. Das mais de 4.000 pessoas doentes por E. coli O154:H4, 22% desenvolveram essa complicação, que pode ser letal. Por outro lado, a E. coli O157: H7, a E.coli produtora de toxina Shiga mais comum dos EUA progride para HUS em 5 a 10% dos pacientes.

SHU ocorre quando as toxinas Shiga liberadas por bactérias E. coli causa danos nos vasos sanguíneos, impedindo o fluxo de sangue adequado, uma vez que as células vermelhas do sangue pode ficar entupidas nos vasos. Privado de sangue, o rim não pode desempenhar sua função de expelir as toxinas através da urina.

Se pensava que os antibióticos aumentavam a chance de um paciente ter, aumentando a morte da bacteriana e desencadeando ainda mais a liberação de toxinas Shiga. Mas um estudo publicado esta semana no British Medical Journal sugere que alguns antibióticos podem realmente ajudar a tratar a doença renal.

Cientistas analisaram 298 pacientes de HUS tratados em 23 hospitais no Norte da Alemanha durante o surto de 2011, descobrindo que os pacientes tratados com pelo menos dois antibióticos eram menos propensos a sofrer a síndrome, não necessitando cirurgia intestinal e não apresentaram sinais de choque tóxico. A taxa de mortalidade entre os indivíduos foi menor do que entre os outros pacientes.

“Antibióticos definitivamente não pioram o curso da infecção e acreditamos que eles são benéficos nos estágios posteriores da doença, quando a fase prodrômica (inicial) está no final”, concluem os autores – uma equipe de 62 especialistas médicos e microbiológicos.

Outra estratégia que não se mostrou eficaz de acordo com este estudo foi plasmaferese, uma terapia que remove o plasma sanguíneo, o trata e retorna para o corpo do paciente. A Sociedade Alemã de Nefrologia recomendava este tratamento, no início de 2011 pois se acreditava que o processo poderia remover a toxina Shiga a partir da corrente sanguínea.

Dos 298 pacientes incluídos no estudo, 251 (84 por cento) foram tratados com plasmaferese. Mas os investigadores descobriram que os pacientes que não receberam esta terapia tiveram a mesma taxa de recuperação dos demais.

Os autores sugerem que os estudos concluindo que a plasmaferase é um tratamento eficaz e não se deve esquecer que foi aplicado no pico da atividade da doença, depois que naturalmente sofreria um declínio.

Já para a E.coli O157:H7, pesquisadores seguem acreditando que o tratamento com antibióticos é prejudicial aos pacientes com SHU. Um estudo da Washington University Medical Center in St. Louis publicada em março, concluir que crianças que receberam antibióticos tiveram mais propensão de desenvolver a SHU.

Fonte: http://www.foodsafetynews.com/2012/07/european-e-coli-outbreak-sheds-new-light-on-treatment-strategies/

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Será que carne de frango tem hormônio?

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São inúmeras histórias sobre assunto e quem fala isso é porque não conhece sobre o ciclo da avicultura comercial. Mas se os frangos não têm hormônio, então como eles crescem tão rápido?

 A evolução tecnológica na criação de frangos está baseada principalmente no melhoramento genético e na alimentação adequada das aves. Uma pesquisa publicada no livro “O mundo do Frango”, de Rubison Olivo, comprova este fato, onde Havenstein et al. (2003) compararam linhagens disponíveis no ano de 1957 com linhagens de 2001 e dietas adequadas para cada época. Os pesquisadores concluíram que a genética foi responsável por 85 a 90% na melhoria do desempenho, ficando a nutrição com 10 a 15%. O quadro abaixo ilustra bem esta comparação. Na primeira coluna estão as linhagens genéticas, na segunda coluna estão os tipos de rações administradas em 1957 e em 2001 e nas demais colunas estão os dados encontrados de peso das aves em determinada idade, descrita em dias.

Os critérios de ambiência na criação também foram importantes para esta evolução, promovendo conforto térmico das aves, bem estar animal e melhorando a produtividade.

Mas será que as empresas não usam nem um pouquinho de hormônio?

Bom, certamente pesquisas já devem ter sido feitas, contudo a administração de hormônios em frangos de corte seria muito difícil e praticamente inviável. Primeiro, porque se fosse administrado hormônio via subcutânea ou intramuscular, sairia muito caro fazer injeções ave por ave. Para termos uma idéia, só no Estado de Santa Catarina são abatidos mais de 3,5 milhões de aves por dia, sendo que o Estado do Paraná possui uma produção ainda maior. Por via oral também seria complicado, pois hormônio para ser absorvido e não digerido pela ave também não iria sair nada barato.

Além disso, outra questão a ser observada é que se fosse administrado hormônio em um frango de corte, com idade de abate em torno de 45 dias, não haveria tempo suficiente para atuação da substância no organismo da ave, até porque com essa idade os órgãos sexuais ainda não estão completamente desenvolvidos.

 Apesar de todos esses argumentos, no ano de 2009 o Ministério da Agricultura incluiu no sorteio do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes – PNCRC análises de resíduos de hormônios em carne de frango. Os resultados foram todos negativos.

 Portanto, os frangos de hoje se desenvolvem tão rápido devido à seleção genética, nutrição específica e ambiência adequada. Essa história de que carne de frango tem hormônio realmente não procede.

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