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Impactos da Covid-19 na segurança dos alimentos

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Neste post de fim de ano quero chamar atenção ao assunto do ano. Para se ter uma ideia, no Brasil, assim como no mundo, a pandemia de coronavírus foi o assunto mais pesquisado, junto de suas variações e novos termos que tivemos que aprender para lidar com a Covid-19. É, pessoal, não adianta “tapar o sol com a peneira”, o assunto mais tratado em qualquer roda de conversa foi esse. Não dá para negar que essa doença afetou e continua impactando o mundo inteiro. Para nós da área de alimentos foi um ano de grandes desafios, de reinvenção e inovação. Quem imaginava que seria viável uma auditoria remota, por exemplo? E o que dizer do crescimento do trabalho home office?

Na contramão de muitos setores, a indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou crescimento de 0,8% em faturamento e 2,7% em produção física no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).

Dentre os fatores que contribuíram para estes resultados, destacam-se o aumento das exportações e o excelente desempenho do varejo no mercado interno movido pelo aumento do consumo das famílias dentro dos domicílios em decorrência da pandemia, afinal quantas pessoas passaram a preparar suas refeições? Pessoas que nem imaginavam cozinhar na vida e aprenderam ou se aprimoraram na função. Os canais de food service, no entanto, registraram  queda de 29,5% nas vendas. Com a ascensão do e-commerce durante a pandemia, surgiram novos hábitos de consumo e a possibilidade de adquirir os mais diversos produtos alimentícios pela internet, e com isso indústrias de massas (pães e bolos) por exemplo, esperam faturamento mais positivo que o ano anterior.

Bom, mas nós sabemos que nada disso veio de graça, os desafios foram GIGANTES. Vários fatores adversos se impuseram aos nossos processos e precisaram ser superados rapidamente. Quem não teve problema com o fornecimento de embalagens, por exemplo, ou com a falta de mão de obra em virtude de funcionários que precisaram ser afastados? Com isso, os custos de produção aumentaram, mesmo assim o setor gerou empregos e manteve o abastecimento adequado nos quatro cantos do país, o que nesse ano podemos contar como uma vitória.

Enquanto muitos setores foram paralisados, a indústria alimentícia continuou operando, com as devidas restrições e manutenções constantes para evitar o contágio entre os próprios funcionários, a fim de abastecer a sociedade, mantendo os níveis de produtividade, eficiência de suas linhas de produção e com níveis de segurança em um rigor ainda maior com relação à higiene em seus processos. A indústria neste momento precisou também enfrentar os aumentos sazonais de demanda, devido ao maior consumo de alimentos das pessoas em casa durante a quarentena e também pelo fato de as compras terem se tornado mais concentradas, como medida de evitar visitas mais constantes ao supermercado e assim preservar-se do contato com outras pessoas.

É justo dizer que a Covid-19 não apenas mudou o mundo e causou danos incomensuráveis à saúde pública global, mas também alterou a maneira tradicional como o mundo conduz seus negócios.

Os testes de covid-19 continuam a se expandir, mas a necessidade real para reparar a economia é uma vacina, que permanece por enquanto cercada de incertezas. Assim que estiverem disponíveis em volumes necessários,  programas agressivos de vacinação podem começar a permitir que funcionários de alto risco voltem ao mercado de trabalho. Nesse ínterim, é provável que os funcionários de baixo risco continuem trabalhando ou retornem ao trabalho em breve, usando estratégias gerenciadas localizadas e específicas.

O que tudo isso tem a ver com a segurança dos alimentos? Que dados relevantes podemos apurar ate aqui?

É cada vez mais necessário haver gestão de qualidade de processo.
Supermercados e restaurantes sentiram um aumento considerável da necessidade de monitoramento e rastreabilidade dos seus suprimentos para desenvolver fornecedores que tenham uma boa gestão de estoque para atender de forma mais segura seus clientes, abastecer supermercados, restaurantes e conter o aumento dos preços.

Nenhuma evidência de transmissão em alimentos
Atualmente, e felizmente, não há evidências de que o novo coronavírus possa ser transmitido por alimentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não é possível uma transmissão pela comida. Essa declaração foi dada depois que a China descobriu partículas do coronavírus em alimentos importados. Isso não quer dizer que os insumos utilizados no preparo, acondicionamento ou embalagens não possam “conduzir” o vírus.

Importância da higiene das mãos

Apesar de ser uma recomendação antiga, esse ano aprendemos de fato como e quando higienizar as mãos. Essa operação era mais conhecida entre manipuladores de alimentos, mas muitos consumidores e frequentadores de restaurantes simplesmente esqueciam dessa ação. Passamos a usar o alcool gel como auxiliar na higiene das mãos,

Uso de máscaras

Objeto de questionamentos quanto à sua segurança e adequação para uso generalizado no início da pandemia —a OMS (Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras autoridades sanitárias hesitaram, de início, em recomendá-las, também por temor de desabastecimento de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde na linha de frente de combate aos Sars-CoV-2 —, as máscaras, em especial as caseiras, logo se tornaram um item essencial, e muitas vezes obrigatório, para quem quer se aventurar fora de casa nestes tempos.

Apesar de obrigatórias ou recomendadas em espaços públicos e outras situações, as máscaras foram alvo de muitas dúvidas sobre sua real eficácia e erros de utilização. Mas a ciência também produziu muito conhecimento sobre elas neste período, demonstrando que, se bem feitas e usadas, as máscaras são, lado a lado com a higiene pessoal e o distanciamento social, as principais estratégias para ajudar a conter a disseminação do vírus. E assim devem permanecer por muito tempo, mesmo após a chegada de uma ou mais eventuais vacinas contra a doença.

Não há evidência de disseminação do vírus por animais domésticos

Modelos de infecção animal estão sendo explorados para obter uma melhor compreensão da gama potencial de hospedeiros para SARS-CoV-2 em um esforço para ajudar os veterinários e profissionais de saúde pública a entender melhor qual papel, se houver, os animais podem desempenhar na atual pandemia. Os resultados desses estudos indicaram até agora que morcegos, furões, hamsters sírios dourados e gatos podem ser infectados experimentalmente com o vírus e, então, espalhar a infecção para outros animais da mesma espécie em ambientes de laboratório. Porcos, galinhas e patos, no entanto, até agora não foram infectados ou disseminaram o SARS-CoV-2. Para obter mais informações, visite a página da Web COVID-19 da American Veterinary Medical Association .

Ainda há muito trabalho a ser feito nessa área, mas a boa notícia agora é que parece haver um potencial limitado de disseminação do vírus por meio de animais domésticos. Independentemente da situação, garanta boas práticas de segurança em todos os momentos. Por exemplo, sempre manuseie carne crua com cuidado para evitar a contaminação de alimentos crus e evite consumir produtos de animais crus ou mal cozidos.

Preocupações com a segurança dos alimentos em alta 
Consumidores tiveram dúvidas e preocupações sobre a doença e a segurança dos alimentos quase desde o início do surto. As preocupações são compreensíveis, pois nossa comida é manipulada por vários indivíduos antes de consumirmos, e aprendemos que o vírus pode se espalhar por indivíduos infectados pelas superfícies de contato comuns.

Existem, no entanto, algumas coisas importantes a serem consideradas. Em primeiro lugar, é um vírus respiratório, não um vírus entérico, o que significa que infecta os pulmões, não o trato gastrointestinal. Em segundo lugar, a maior parte da carne crua vendida será cozida antes do consumo. Qualquer vírus que estivesse presente naquela carne seria morto pelas temperaturas de cozimento. Terceiro, existem protocolos existentes para diminuir a transmissão de microrganismos patogênicos de manipuladores de alimentos. Diante da pandemia, esses procedimentos foram aumentados, como a lavagem mais frequente das mãos ou uso de luvas em fábricas e restaurantes, uso de máscaras ou protetores faciais por funcionários de serviços de alimentação e higienização mais frequente das superfícies de contato em fábricas de alimentos, supermercados e serviços de alimentação.

Os consumidores também estão tomando mais precauções, como o uso de desinfetante para as mãos ou luvas antes e depois de fazer compras no supermercado e remover os alimentos de delivery dos recipientes e transferi-los para outros recipientes antes do consumo ou refrigeração.

Segurança do trabalhador de produção
Registros de covid-19 entre trabalhadores em fábricas de processamento de alimentos cárneos principalmente, colocaram os holofotes na segurança do trabalhador. As fábricas desenvolveram protocolos próprios e com base científica para proteger seus funcionários e garantir o abastecimento da população. Estes protocolos permanecem em constante evolução à medida que entendemos mais sobre a transmissão, prevenção e risco da doença.

A importância do treinamento

Esse ano ficou clara a importância da realização constante de treinamento e monitoramento para garantir que as medidas estão sendo tomadas de maneira eficaz, pois qualquer relaxamento nas normas e procedimentos podem trazer consequências graves para o processo.

Aprendemos o que é distanciamento social

Ficou claro que o distanciamento social é outra forma importante de limitar a infecção. Foi necessário limitar o contato com as pessoas, fazer reuniões por videoconferência, e nelas alguém pagou “mico” em algum momento, com áudio desligado, animais de estimação aparecendo mais que o orador, etc. Além disso,  foi necessário reorganizar mesas de trabalho, espaços de descanso, reorganizar dias de trabalho, sem falar das atividades remotas…

Saneamento da instalação

Se antes a sanitização era importante e o setor de higienização devia ser valorizado, imagine agora… Os procedimentos de higiene operacional devem ser cada vez mais impecáveis e com sistema de monitoramento eficaz a fim de prever e conter falhas. Não é possível esquecer nenhuma superfície como portas, maçanetas, cortinas de plástico, mesas de descanso, barreiras sanitárias, interruptores de luz, telefones, corrimãos, maçanetas de microondas, máquinas de venda automática, banheiros, portas de armários, dispensadores de sabonete, latas de lixo, porta-toalhas de papel, secadores de mão, interruptores de luz, cadeiras, arquivos, teclados, mouses, copiadoras, cafeteiras, utensílios de escrita, rádios, etc. Certifique-se de incluir todas as superfícies nos programas de higienização. O uso do álcool se mostrou eficaz e essencial para auxiliar nesta batalha.

Controle de Visitantes

Antes havia restaurante que convidava o cliente a conhecer a cozinha, hoje é necessário mudar a postura e para ganhar a confiança dos clientes muitas estratégias novas surgiram como vídeos, lacres e posts nas redes sociais. Sem falar na mudança de hábitos que passamos a adotar ao chegar em casa, assunto que renderia um post inteiro.

E o que o futuro nos reserva?

Não dá pra saber infelizmente, e cada vez mais viveremos na incerteza. Porém uma coisa ficou clara neste ano, a necessidade de se reinventar sempre, de ser rápido e proativo diante do caos, a necessidade de ser certeiro nas ações e de não se apavorar diante do desconhecido. Acredito que sairemos mais fortes, no mínimo mais experientes e espertos para lidar com as adversidades. Aos apaixonados por alimento e por desafios, bem-vindos ao time. Continuaremos apaixonados e dedicados à produção de alimentos, enfrentaremos o futuro com conhecimento de base científica para proteger não apenas o abastecimento de alimentos, mas também as pessoas responsáveis pela produção destes alimentos para que sejam seguros ao consumidor.

Fontes:

https://www.foodsafetymagazine.com/enewsletter/impact-of-sars-cov-2-on-the-meat-industry-and-food-safety/

https://www.suino.com.br/o-impacto-do-covid-19-na-seguranca-da-industria-de-alimentos-e-bebidas/

https://afrebras.org.br/noticias/industria-de-alimentos-e-bebidas-cresce-1-no-primeiro-semestre-de-2020/#:~:text=No%20primeiro%20semestre%20de%202020%2C%20a%20ind%C3%BAstria%20de%20alimentos%20e,2%2C7%25%20em%20produ%C3%A7%C3%A3o.&text=Segundo%20a%20Abia%2C%20o%20aumento,conjunto%20%C3%A0%20expans%C3%A3o%20das%20exporta%C3%A7%C3%B5es

https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca

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Como reduzir o risco de propagação de covid-19 durante a alimentação em home office

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A doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, a covid-19, foi identificada pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto de covid-19 constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia.

Em pouco tempo, o mundo mudou e a população global teve que se adaptar ao confinamento. Grande parte de nossa atividade econômica global parou. Os alimentos e o acesso à alimentação foram impactados pelo surto em nossa sociedade, com imagens de prateleiras vazias de supermercados exibidas pela mídia.

Com a tentativa de frear a propagação do vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou algumas medidas de proteção como: higienizar as mãos, cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar, evitar aglomerações e manter-se em isolamento domiciliar.

Foram interrompidos os serviços cotidianos e a rotina diária de muitas pessoas, que passaram a realizar trabalho remoto (home office), reuniões virtuais e cancelaram suas viagens.

Os estabelecimentos de refeições coletivas e serviços de alimentação passaram, em grande parte, a oferecer delivery ou drive thru  e os aplicativos de fast food facilitaram o dia a dia para as pessoas que optaram por este tipo de alimentação. Porém, há uma carência de informações sobre os cuidados para higienização ao adquirir e receber os alimentos e práticas básicas de higiene alimentar segura devem ser observadas.

Os materiais como plástico, metal, vidro e papel podem ser veículos de contaminação por coronavírus. Pesquisas recentes avaliaram a sobrevivência do vírus em superfícies diferentes e constatou-se que o vírus pode permanecer viável por até 72 horas em plástico e aço inoxidável, até quatro horas em cobre e até 24 horas em papelão.

Refeições adquiridas por delivery e drive thru

Os serviços de delivery e drive thru, por sua vez, devem respeitar as orientações de higiene e limpeza e disponibilizar máscaras, luvas e álcool em gel 70% para seus colaboradores. Os cuidados devem ser realizados para evitar a propagação do vírus pelo contato com as superfícies das embalagens dos alimentos.

Dessa forma, ao receber alimentos pelos serviços de delivery ou drive thru, deve-se aplicar álcool em gel 70% nas mãos, utilizar máscaras, higienizar com água e sabão as mãos.

Ao fazer o pagamento do alimento, dar prioridade aos pagamentos virtuais. Se for necessário realizar o pagamento pessoalmente, mantenha uma distância mínima de pelo menos 1 metro da outra pessoa e se tocar na maquininha de cartão, passe álcool em gel 70% no momento e lave muito bem as mãos assim que puder.

É importante observar a higienização das bancadas, pias, louças e demais utensílios que for utilizar na refeição.

Ao consumir o alimento, transfira a refeição adquirida para outra tigela ou prato e descarte a embalagem.

Refeições preparadas em casa (home)

Não há evidências de que o vírus possa ser transmitido por alimentos, porém deve-se levar a sério a manipulação dos alimentos e sanitização, a limpeza e higienização do local de preparo das refeições e de quem está preparando as refeições (manipulador de alimentos).

O uso das boas práticas de higiene é necessário, isto porque considerando-se a disseminação dos surtos de doenças de origem alimentar, observa-se que o maior percentual acontece nas residências.

Para evitar a contaminação ao preparar os alimentos, deve-se lavar as mãos regularmente, depois de usar o banheiro, depois de manusear alimentos crus. Manter uma boa higiene pessoal é essencial especialmente quando se trabalha com alimentos.

Os alimentos cozidos devem passar pelo processo de cocção completa (atingindo 70ºC em todas as suas partes), e aqueles consumidos crus devem ser previamente lavados e sanitizados utilizando-se de compostos clorados, como a água sanitária. Recomenda-se a dosagem de 200 mg de cloro residual livre por litro de água para sanitizar por imersão e após deve-se enxaguar em água corrente.

A manipulação de objetos como o celular, no momento de preparo ou consumo das refeições, pode trazer riscos de contaminação durante a ingestão dos alimentos e deve ser evitado.

Praticar a higiene das mãos e usar máscaras é importante em todos os momentos e é a melhor maneira de se proteger da covid-19. Sempre que possível, mantenha uma distância de pelo menos 1 metro entre você e os outros, principalmente se estiver ao lado de alguém que tosse ou espirra.

Quando for ao supermercado e ao levar para casa suas compras das lojas, evite colocar as sacolas no mesmo balcão da cozinha em que você prepara os alimentos, descarte as embalagens para evitar a contaminação de superfícies e outras áreas. Evite circulação desnecessária nas ruas e demais locais públicos ou privados. Não compartilhe objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, pratos e copos. Durma bem e tenha uma alimentação saudável.

Home office e o distanciamento social

A covid-19 se disseminou e cresceu em magnitude. É necessário atualizar-se à medida que fatos e informações adicionais sobre a pandemia se tornam disponíveis. Os cuidados com a higienização são fundamentais para evitar a contaminação e devem ser seguidos diariamente. Não existe nenhum tipo de alimento milagroso, medicamento ou suplemento que possa prevenir o contágio deste vírus. O que podemos fazer é reforçar a higienização, limitar o contato social e melhorar o nosso sistema imunológico dando atenção especial a uma alimentação saudável e planejada ao longo do dia. Medidas como estas precisam ser implementadas e ajustadas para reduzir o risco de propagação da covid-19 durante a alimentação em casa.

Confinar-se em casa e realizar o trabalho em home office é prudente e o distanciamento social é a melhor medida preventiva que as pessoas podem estabelecer.

 Autoras: Janice da Costa Miri, mestranda em Tecnologia de Alimentos no Instituto Federal Goiano, campus Rio Verde, e Mayra Conceição Peixoto Martins Lima,  do Instituto Federal Goiano, campus Rio Verde

Referências

– Conselho Federal de Nutricionistas. Recomendações do CFN: boas práticas para atuação do nutricionista e do técnico em nutrição e dietética durante a pandemia de coronavírus. https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2020/03/nota_coronavirus_3-1.pdf.

– CUNHA, C.B.C; MORAES, F.R; MONTEIRO, V.S; FEITOSA, F.G.M.A; SILVA, I.T.C. Microbiological evaluation of the cell phones of the professionals of a Surgical Center in a beneficent Hospital. J Epidemiol Infect Control 2016.

– FREITAS J.B. Serviços delivery em tempos de Covid-19: o que é preciso saber ao receber os alimentos? UFES,2020.

– KAMPF G; TODT D; PFAENDER S; STEINMANN E. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. J Hosp Infect 2020.

– LOKHANDWALA, Snehal; GAUTAM, Pratibha. Indirect impact of COVID-19 on Environment: A brief study in Indian Context. Environmental research, p. 109807, 2020.

– MIGUS, Arnold et al. COVID-19 epidemic phases: criteria, challenges and issues for the future. Bulletin De L’Academie Nationale De Medecine, 2020.

– Ministério da Saúde. Surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/17/Apresentacao-Surtos-DTA-2018.pdf.

– NICOLA, M. et al. The socio-economic implications of the coronavirus pandemic (COVID-19): A review. International journal of surgery (London, England), v. 78, p. 185, 2020.

– VAN DOREMALEN, N; BUSHMAKER, T; MORRIS, D; HOLBROOK, M; GAMBLE, A; WILLIAMSON, B; et al. Aerosol and surface stability of HCoV-19 (SARS-CoV-2) compared to SARS-CoV-1. medRxiv 2020; 9 mar. https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.03.09.20033217v2.

– WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. COVID-19 and food safety: guidance for food businesses. Interim Guidance) (https://www. who. int/publications-detail/covid-19-and-food-safety-guidance-for-food-businesses, 07 April 2020).

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O uso de luvas e máscaras no segmento alimentício devido à pandemia de Covid-19 conforme recomendação da ANVISA

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Já falamos sobre o uso de máscaras em tempo de pandemia causada pelo novo coronavírus no post “Pandemia e o uso de máscaras em serviços de alimentação e indústrias de alimentos”. Ali descrevemos que, até o momento daquela publicação, não havia a evidência e nem mesmo a obrigatoriedade do uso de máscaras no segmento alimentício determinada por órgãos fiscalizadores de alimentos como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Porém, caso a empresa adotasse como medida de proteção o uso desse equipamento, deveria estar atenta a questões fundamentais como a higiene pessoal de seus colaboradores.  No post “Minha máscara caseira realmente me protege?”, nosso colunista Marco Túlio Bertolino falou sobre o uso de máscaras caseiras, aquelas confeccionadas com panos e diversos tipos de tecidos, analisando a sua efetividade para o uso em indústrias de alimentos, bebidas e embalagens, como proteção voltada à food safety. O autor diz não acreditar no uso deste equipamento como um meio de prevenção: “Diria que não, seja por ainda não existirem evidências científicas de sua efetividade; também devido à falta de padrões para sua confecção com indicação de materiais e designs adequados; e o mais importante, devido à necessidade constante que estas máscaras têm de higienização, que a colocam em desvantagem quando comparadas com as máscaras descartáveis já testadas e aprovadas.”

Sabemos, porém, que o cenário relacionado à pandemia do novo coranavírus se atualiza constantemente. Assim, a ANVISA lançou em 03 de junho de 2020 a Nota Técnica nº 47/2020/SEI/GIALI/GGFIS/DIRE4/ANVISA que trata do uso de luvas e máscaras em estabelecimentos da área de alimentos no contexto do enfrentamento da Covid-19, dando ênfase às recomendações relacionadas ao uso de máscaras, além de tratar do uso de luvas como EPI (Equipamento de Proteção Individual) para conter a contaminação dos indivíduos pelo novo vírus da família corona e como fazer uso desses equipamentos de proteção.

Luvas:

A nota técnica enfatiza que o uso desse EPI por si só não garante a proteção contra a  Covid-19 e que seu uso não é uma obrigatoriedade da legislação sanitária de alimentos, nem em serviços de alimentação e nem em indústria de alimentos, dando destaque à importância da lavagem das mãos efetiva para minimizar a contaminação e a transmissão do vírus. Caso a empresa opte pelo uso desse item pelos seus colaboradores, ela deve disponibilizar esse material para troca frequente e sempre que necessária. Nesse quesito podemos concluir que o uso de luvas descartáveis deve ser feito mediante uma análise de riscos, inclusive avaliando se a higienização de mãos não seria mais eficaz do que o uso desse equipamento. 

Máscaras:

A nota técnica destaca que o uso de máscaras contribui efetivamente para o combate à Covid-19 de acordo com recomendações do Ministério da Saúde e que esse equipamento, ainda que não haja obrigatoriedade federal, deve ser utilizado em serviços de alimentação e indústria de alimentos já que as máscaras minimizam o risco de contaminação entre indivíduos, principalmente onde existe a dificuldade de se manter o distanciamento mínimo de 1 metro. A nota destaca ainda que o uso incorreto desse EPI pode ser prejudicial para evitar a contaminação e que as empresas devem implementar regras sobre o tipo de material utilizado, seu uso, sua troca e os métodos de higienização. Alguns pontos devem ser evidenciados em relação ao uso de máscaras, conforme abaixo:                                                                                              

  • Uso: Esse equipamento é de uso individual e não deve ser compartilhado entre os indivíduos. Elas devem ser ajustadas ao rosto e cobrir a boca e o nariz e serem corretamente higienizadas. As máscaras devem estar em bom estado de conservação e ajustadas ao rosto. Esse EPI não pode ser retirado para falar, nem ser colocado no queixo ou no topo da cabeça;
  • Troca: As máscaras devem ser fornecidas no início da jornada de trabalho e a troca deve ser avaliada individualmente em relação ao tipo de atividade que os operadores executam, mas de uma forma geral, orienta-se a troca de 2-3 horas no máximo. Caso a máscara fique suja ou úmida, deve ser substituída em tempo menor. A retirada das máscaras deve ser feita pela parte de trás, sem tocar no tecido;
  • Higiene de mãos: Esse hábito deve ser mantido, mesmo que a empresa opte pelo uso de máscaras. Ao tocar (evitar) a máscara, deve ser realizada a higiene das mãos, bem como antes de sua colocação e após sua utilização e retirada;
  • Tipos de máscaras: Existem alguns tipos de máscaras que são recomendadas, sendo que as profissionais N95/PFF2 devem ser utilizadas por profissionais da saúde; as máscaras artesanais e não profissionais devem atender as recomendações do Ministério da Saúde e da Anvisa.
  • Higiene das máscaras: As máscaras do tipo TNT não devem ser reutilizadas, as confeccionadas com tecido devem ser lavadas no máximo 30 vezes. A lavagem deve ser diária e a forma correta de higienização consiste em desinfecção em água com solução clorada (duas colheres de sopa de cloro na concentração de 2,0% à 2,5% para um litro de água), deixando de molho 20 minutos e proceder com o enxague e lavagem com sabão neutro. Passar a máscara com ferro quente e não misturar com outras roupas.
  • Recomendações após o uso: O descarte de máscaras de TNT deve ser feito em sacos fechados ou em lixeiras mantidas tampadas, em local seguro para descarte. Em caso de uso do EPI reutilizável, disponibilizar sacos plástico ou de papel para guardar as máscaras após seu uso, antes de sua higienização.

Figura 1 – Informativo Uso de Máscaras

Fonte: Nota Técnica n° 47/2020 – Anvisa

Podemos concluir, de acordo com a nota técnica, que o uso de luvas deve ser realizado com cautela pelas empresas de alimentos, já que ele não garante a prevenção ao coronavírus e ainda inibe a lavagem de mãos dos manipuladores. Já o uso de máscaras contribui de forma efetiva para a redução e disseminação do vírus, devendo ser feito de forma correta e com procedimentos bem determinados e estabelecidos pela organização. Caso um colaborador apresente sintomas de COVID-19, ele deve ser afastado de suas funções, conforme determina a ANVISA.

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Check-list para reabertura do comércio pós-Covid-19 – Tradução da Food Standards Agency

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Este check-list tem o objetivo de ajudar as empresas de serviços de alimentação na reabertura de seus negócios pós-Covid-19. Foi desenvolvido pelo governo do Reino Unido e o traduzi em um formato já de pontuação para facilitar as ações corretivas e a verificação dos pontos fortes e fracos de cada empresa. Este documento contempla os seguintes aspectos: planejamento e preparação para o início das operações, checagem do local (incluindo gestão de pragas, lavatório de mãos e condições dos equipamentos), checagem de produtos e ingredientes e medidas de distanciamento.

Clique AQUI para baixar.

Roberta Godoy
Engenheira de Alimentos
Mestre em Ciência Tecnologia de Alimentos
Consultora em Segurança dos Alimentos

A fonte original encontra-se no site da Food Standards Agency:  aqui. 

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Como receber alimentos por delivery com segurança em tempos de Covid-19

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Este texto é para você, consumidor final, uma vez que não é novidade o uso cada vez maior de delivery por todos nós, para diversos produtos e para alimentos principalmente. Diversas startups surgiram e estão se consolidando no que diz respeito a alimentação, mas em tempos de Covid-19, será que é seguro receber alimentos em casa? Como devo receber a entrega com segurança? Você já pensou nestas questões? Aqui vamos nós.

Em tempos em que o serviço de delivery passou a ser essencial por uma questão de saúde pública, há uma preocupação geral relacionada à segurança na entrega.  Neste caso é preciso esclarecer como você pode tornar a entrega muito mais segura.

Os estudos (ANVISA, FDAEuropean Food Safety Authority (EFSA), etc) não são totalmente conclusivos sobre a possibilidade de transmissão do vírus por meio dos alimentos.  No entanto, é de conhecimento geral que o microrganismo sobrevive em superfícies, o que varia conforme o material, por isso é necessário cuidado ao receber entregas em casa.

1. Como escolher o estabelecimento

A insegurança em relação ao coronavírus ainda é grande para todo mundo. Devido a isso, muitos clientes podem desistir de consumir por delivery — afinal, quem garante que não há riscos mesmo sem sair de casa? Claro que, inicialmente você vai buscar estabelecimentos conhecidos e que julga atender as normas de  Boas Práticas de Manipulação exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas se olharmos nos aplicativos veremos “pipocar”  diariamente novos estabelecimentos que estão na busca de consumidores que preferem não sair de casa em tempos de pandemia. Neste caso fica difícil conhecer e comprovar pessoalmente se o estabelecimento segue as normas. Procure se informar pelas mídias o que se fala sobre este estabelecimento, quais ações ele deixa claro que está tomando frente às novas demandas, aliás cabe a ele informar quais medidas está tomando para evitar a proliferação do vírus. Minha dica é dar preferência a estes estabelecimentos.

2. Como receber o entregador

Alguns aplicativos oferecem a entrega sem contato físico, mas neste caso você precisa estar atento ao local onde o produto será deixado pois se for na calçada, no piso ou sobre um balcão na entrada do prédio, estes locais devem ser seguros. Pense que outros produtos podem ser deixados sobre esta superfície. Ao optar pela entrega sem contato, você pode preparar um local para que o produto seja nele colocado (uma bandeja plástica ou algum gancho acoplado ao portão por exemplo, que pode ser higienizado depois). Não esqueça de verificar se a embalagem está bem lacrada. Se você optar pela entrega presencial, tome as ações de segurança como uso de máscara (tanto você como o entregador, tem que exigir! pois há pessoas e entregadores sem máscara ou usando-as de forma inadequada), mantenha distanciamento, não toque o rosto até realizar a higiene das mãos, uma vez que você precisa tocar em maçanetas, comandos de elevador, etc. Trate as superfícies como se elas estivessem contaminadas, afinal de contas não dá para ter certeza sobre o que está ou não contaminado. Lembre-se que você precisa cuidar da sua saúde e daqueles a sua volta.

3. Como realizar o pagamento

O pagamento deve ser realizado preferencialmente via aplicativo ou online, para evitar contato com dinheiro e máquinas de cartão. Caso utilize maquinas, certifique-se da desinfecção frequente com álcool a 70%. Se precisar realizar pagamento em dinheiro evite solicitar troco; se for necessário. use um envelope ou saco plástico para evitar contato e logo em seguida não esqueça de higienizar as mãos, seja com álcool gel ou água e sabão.

4. Que tipo de alimento posso pedir

O ideal é evitar  alimentos crus e alimentos mal passados. Muitos estabelecimentos estão divulgando suas ações a fim de deixar o cliente mais tranquilo quanto as medidas adotadas para evitar contaminação de alimentos desta categoria, cabe ao estabelecimento divulgar estas ações.

5. Recebi o pedido. É só abrir e comer?

Infelizmente não, é preciso tomar mais algumas medidas. Veja a seguir:

  1. Ao entrar em casa não se esqueça de trocar o calçado, principalmente se você mora em edifícios, uma vez que andou em áreas comuns como elevador e hall;
  2. Escolha um local para desembalar os produtos que não seja o local em que vai se alimentar. Eu recomendo usar uma bancada ou mesa sem toalhas e que seja fácil de higienizar depois;
  3. Com as mãos limpas, pegue a entrega, desinfete a embalagem com álcool a 70%, abra a embalagem e transfira a comida para um recipiente limpo;
  4. Não esqueça de descartar a embalagem que trouxe o produto, imediatamente;
  5. Para bebidas, faça a desinfecção do frasco, se for garrafa ou lata dá para lavar com água e sabão e enxaguar bem, depois basta secar com papel toalha antes de abrir.
  6. Após levar, finalmente, os alimentos até a mesa, não se esqueça de higienizar as mãos e daí sim, boa refeição!

Sabemos que não é necessário pânico, porém com cuidados redobrados, é mais fácil evitar o contágio. O distanciamento social, uso de máscaras e a higiene são as melhores maneiras de prevenção que existem no momento. Vamos vencer esta pandemia com medidas aparentemente simples, porém muito importantes.

Para não esquecer as dicas, preparei o infográfico-resumo a seguir:

Para obter as notícias e informações mais atualizadas sobre a pandemia de coronavírus, visite sites confiáveis como os da OMS,  Anvisa, etc.

4 min leituraEste texto é para você, consumidor final, uma vez que não é novidade o uso cada vez maior de delivery por todos nós, para diversos produtos e para alimentos principalmente. […]

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Hibernação de equipamentos em época de Covid-19

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Refletindo os efeitos do isolamento social e redução de consumo provocados pela Covid-19, a baixa demanda na capacidade instalada das indústrias devido às atividades suspensas ou com níveis operacionais reduzidos (é o momento ideal para antecipar manutenções preventivas programadas), a redução de custos tornou-se uma opção por hibernar parte de ou todos os equipamentos, que devem atentar para as boas práticas a fim de permitir uma rápida retomada quando a crise pandêmica passar.

Temos que programar as manutenções (planejar as atividades, cronograma de execução, definição de responsáveis por cada tarefa e treinamento de membros da equipe ainda não familiarizados com os procedimentos) para afastar riscos de corrosão ou de danos superficiais de partes e componentes, que são ocorrências comuns que podem prejudicar a integridade dos equipamentos para o momento da retomada da produção, definindo os critérios para análise dos equipamentos que seguem ativos para produção e os que serão hibernados.

Comece com a análise e a definição dos equipamentos que continuam ou não em operação. Como garantir que o equipamento está protegido? Se há umidade, como saber se foi totalmente retirada? Como fazer manutenção de equipamentos que não estão sendo utilizados? A seguir, algumas boas práticas recomendadas:

– Operação de desligamento

– Inspeção e checklist de manutenção

– Identificação e informação

– Riscos por inatividade

– Desgaste

– Componentes eletrônicos

– Umidade excessiva

– Plano de lubrificação

– Contaminações diversas

– Corrosão e ferrugem

– Tempo ocioso

Com essas dicas, estão prontos para hibernação de seus equipamentos e a retomada no pós-corona/crise? Afinal, hibernação com sucesso tem-se: Ativo Limpo; Ativo protegido; Ambiente Limpo; Ativo Saudável, com isso, em um exemplo, em usina de açúcar, garante-se o desempenho dos equipamentos retirados ou não durante a entressafra proporcionando que voltem a operar com a mesma confiabilidade do final de safra ou ao término da quarentena.

Imagem: manual de boas práticas para a indústria da Mobil.

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Coronavírus e a LGPD incorporados na cultura das organizações

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O título “Coronavírus e a LGPD incorporados na cultura das organizações” traz à tona uma reflexão de mudança abrupta. As pessoas tiveram que repentinamente, em suas casas, sem muito tempo de preparo, planejarem os trabalhos remotos e seus riscos; transformação dos seus negócios, pressionadas pela velocidade das mudanças provocadas pela revolução digital. As empresas precisam se ajustar ao “novo normal”, qualquer que seja ele. Entender que é a própria sobrevivência do negócio que está em jogo e que a revolução digital permite mudanças revolucionárias e não apenas evolucionárias. E a Covid-19 vai acelerar este processo, desmoronando diversos setores, que até há poucos meses atrás eram sólidos.

Checar o local de trabalho do colaborador home office é adequado? Ter recursos apropriados e controles de acessos/dispositivos (computador e celular) existentes são feitos na sua empresa? Somente a cultura da empresa e os alertas de controles (senhas digitais, antivírus, reconhecimento de íris) são suficientes? O conceito é gestão de mudanças dentro dessa nova realidade. O novo ambiente de operações de processos são as ferramentas digitais, por isso a mentalidade de riscos pede consciência (reconhecerem), porque os trabalhos remotos trazem novos riscos.

Quando os canais e operações tradicionais são impactados pela pandemia há certamente um aumento no valor de produtos e operações digitais, seja na indústria de alimentos ou qualquer outra da cadeia de suprimentos. Isso é um alerta para as empresas investirem em negócios digitais, não apenas software e hardwares mas na infraestrutura da casa de seus colaboradores, tais como: tipo de computador, velocidade da internet e conexão estável, cadeira adequada (ergonomia), pagamento da conta de energia elétrica, interferências de ruídos dos ambientes, entre outros; além do possível vazamento de dados confidenciais e a grande carga horária trabalhista.

Nas auditorias remotas do SGSA o organismo certificador deve reforçar na cláusula contratual sobre a confidencialidade, que prevalece, mas foi ajustada, garantindo, administrativamente e legalmente, que haverá destruição de qualquer documento recebido por quaisquer aplicativos, após a auditoria. Riscos da parte técnica em auditorias remotas: conexão ambiente-local péssimo (trabalho pelo celular sem VPN (Virtual Private Network) e não desktop, e se o celular for roubado?), acesso aos servidores sem monitoramento, falta de controle de privilégios de usuários sem permissão, trabalhar sem perspectiva de voltar à empresa fisicamente, uso de redes não seguras (senha do tipo: 1,2,3,4,5,6), máquinas sem proteção (familiares usam também), sistema operacional obsoleto (computador pessoal) ou bloqueios, anotações/documentos impressos e conversas registradas, acessos a sites e links maliciosos e uso de máquinas que não garantem o desempenho das partes interessadas.

As ferramentas de colaboração com controles de segurança e suporte de rede são assuntos discutidos principalmente porque, inicialmente em agosto de 2020 entraria em vigor a lei geral de proteção de dados (LGPD), postergada para 03/05/2021, que tem o objetivo de controlar o avanço dos cibercrimes, fortalecer os direitos dos cidadãos sobre seus dados e que tem grande preocupação nesse tempo de quarentena, com a disponibilização de dados nas residências das pessoas (home office), causando incertezas de quais pessoas visualizam ou fotografam as telas, podendo até gerar interrupções de trabalhos em empresas com missões críticas.

Em organizações onde os recursos de trabalho remoto ainda não foram estabelecidos, os líderes precisam elaborar soluções provisórias a curto prazo, incluindo a identificação de requisitos de casos de uso, tais como mensagens instantâneas para comunicação em geral, soluções de compartilhamento/reunião de arquivos e acessos aos aplicativos corporativos como os sistemas informatizados, criar um comitê de Segurança da Informação para analisar os procedimentos internos; sem temerem a pulverização de informações que são de suas empresas.

Tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) também podem ser exploradas para automatizar tarefas como a triagem de candidatos e o atendimento aos clientes, utilizando canais digitais, como videoconferência e transmissão ao vivo para atender aos vários cenários envolvendo mudanças de contratos e as vendas. O valor dos canais digitais aumenta à medida que as pessoas confiam mais nas plataformas online para seus suprimentos diários. As empresas podem aproveitar então os mercados online e as plataformas sociais, para compensar parte da perda de demanda na crise econômica em que nos encontramos. Eles podem configurar páginas/contas oficiais e integrar recursos para o e-commerce, tornando os produtos adaptados para torná-los vendáveis através da internet.

Para os colaboradores, os dados não podem ser confusos, de fontes não verificadas ou, pior, com a enorme falta de dados, que podem levar ao aumento da ansiedade e tornar as empresas despreparadas para retornar às operações normais quando a curva de contágio achatar mais. Acredita-se que essa ansiedade possa ser aliviada se as empresas puderem aproveitar os dados para apoiar uma melhor tomada de decisão e comunicar o progresso com mais eficiência aos seus colaboradores. Buscar fontes de governos e autoridades de saúde locais e internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), OPAS, MS, ANVISA são recomendados. Os líderes de comunicação corporativa e de RH podem estar envolvidos também para avaliar o conteúdo, interpretar e ajustar as políticas da empresa/negócio. As empresas devem criar um site, aplicativo ou linha direta para compartilhar essas informações regularmente, sendo que, no contexto atual, recomenda-se diariamente. Os colaboradores também podem usar essas plataformas para notificar a empresa sobre suas condições de saúde e procurar apoio emergencial e serviços de atendimento.

A conscientização faz parte da demanda de TI integrado com RH e Marketing para a segurança da informação, com foco em privacidade, para não vazar ou violar alguma informação de colaboradores contaminados (a pessoa é o vetor de risco – fica no computador a informação e sua exposição). Conectar através da rede social dos filhos, dar treinamento de segurança digital para a família (exemplo, senha do e-mail pessoal) para chegar no “emocional” do colaborador, que vai repetir na empresa esse comportamento, se não, podem chegar até a aplicação de multas devido a reputação da marca (de até 2% do faturamento das empresas (com valor máximo de até R$ 50 milhões).

Conte-nos se você tem esse “olhar” sobre os compartilhamentos de dados para os trabalhos em casa em meio a pandemia! Vocês ajustaram suas práticas com esse viés tecnológico à luz da segurança da informação (foco em comportamento) na área de alimentos? Preparados para a disrupção?

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Oportunidades de negócios durante a pandemia de Covid-19

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Você precisa da adversidade para encontrar ou aprofundar a realização de novos negócios? Este é um momento de grandes oportunidades e desafios aos consumidores e empresas, assim é hora de repensar as estratégias de se alimentar e gerar os alimentos. Use-as!

O impacto no estilo de vida das pessoas e organizações demonstra as reações dos consumidores brasileiros com 77% das pessoas evitando locais aglomerados (#ficaemcasa), 18% realizando compras online (oportunidade para perfil de idosos com sites seguros e interfaces práticas e rápidas), 21% estocando alimentos (impulso para conservas, os enlatados, os “shelf-stable” e outros alimentos não perecíveis), 79% lavam as mãos com maior frequência (oportunidade sanitária com bons hábitos de higiene pessoal e vendas de produtos químicos) e 81% estão preocupados que a pandemia afete seu estilo de vida (ganhando maior procura os alimentos que aumentam a imunologia (claim), essa já explorada por algumas marcas de alimentos para fortalecer o corpo durante a crise (afetividade). O brasileiro procura a imunidade em produtos naturais, como a vitamina C na laranja, mas há um impedimento dos ingredientes naturais que não estão bem estabelecidos e aprovados, porém acredita-se que novas tecnologias e formulações serão aprovadas a toque de caixa, neste cenário.

A crise afeta todos, porém mais o grupo “60 plus”, poderiam através das plataformas virtuais forçarem os idosos, que têm resistência de colocar dados do cartão bancário na internet, passarem a comprar dessa maneira  (hot site focado para sênior). Focar alimentos divertidos e não com cara de remédio, ou seja, engajar o idoso em um mercado latente.

Uma grande oportunidade são os delivery usando tecnologias para reforçar as preparações com cuidado e segurança, convertendo a desconfiança, a insegurança e o medo em comunicação eficaz para gerar a confiança no preparo da refeição – link com o consumidor, através das medidas sanitárias (fazer um vídeo/lives, escrever no site), dar opções de cafés e happy hours e almoços virtuais (é super pro-ativo com entregas das marcas), podendo funcionar também como drive-thru. A questão central é como saber se o restaurante é confiável? Falta comunicação, os restaurantes devem fazer um acordo com as plataformas para mostrar as diferenças (vai uma ideia: passar o dedo no nome do restaurante e ver a cozinha, por exemplo). Já tem entregadores que antes do cliente pagar a refeição pedida em máquina de cartão, eles passam álcool gel ou o cliente insere e digita ou a máquina é protegida com filme plástico que se troca entre os clientes ou podem pagar antes ao fazerem seus pedidos. Essa é a única diferença até agora, vamos usar e abusar da criatividade então!

Deliverys diferenciados, com uma live mostrando por que seu negócio é lembrado, seja a receita, a experiência, o valor agregado, um kit “home office” (entrada, prato principal, sobremesa congelada e cápsulas de café) para reproduzirem em suas residências, gerando entretenimento ao invés de tédio (devido a ficar muito tempo em casa), porque brincar de chef em casa entretém e é delicioso.

Aplicativos de entrega de comida ou entregadores informais têm outros sistemas alternativos? Há menos regulação do mercado formal, eles vão suprir a lacuna na crise? O Brasil não tem dados ainda sobre isso.

Para o engajamento do consumidor às empresas de alimentos, podem estar presentes nas lives de chefs de cozinhas renomados (podem realizar em suas residências com os ingredientes disponíveis), com produtos semi-elaborados e ao final além de obterem as receitas os consumidores podem encomendar os insumos como opção de interação virtual feita em sua própria casa, com bom gosto, nutritivas, saborosas e inserindo alguns na arte da culinária, quiçá despertando a paixão gastronômica e formação de futuros chefs.

No Brasil, com desemprego, recessão e orçamento baixo pedem para que geremos valor através de preços baixos, criando cardápios fixos com custos baixos, menos sobras e estas vão para mini-mercados/feiras/festas.

Assim como o festival de música no Instagran, porque não fazer o de gastronomia também? Premiar o melhor prato, melhor receita, sem custo algum (uso de plataformas na internet) e assim se mantém viva a marca da sua empresa.

Espalhar gentileza, com muitas pessoas em épocas de dificuldades, são atitudes solidárias, como passear com cães de idosos ou fazer compras para eles. Empresas com ações para um mundo melhor, que é o que os consumidores esperam, as vendas convertidas em doações para o SUS ou no combate ao coronavírus. Esse momento é rico para haver uma distribuição mais igualitária. Acredita-se que haverá um fundo pelo qual as grandes empresas ajudarão o planeta a se salvar economicamente.

Nesse momento em que os alimentos são o centro das atenções, a mensagem é: não fique parado! Aproveite a oportunidade de engajar o consumidor em casa e seja solidário, tal como os colaboradores que mantêm a cadeia de alimentos abastecida para não gerar o caos social, mesmo estando valentemente se expondo no dia-a-dia, pois eles não podem ficar em casa por nós!

Post baseado no webinar “Covid-19: O que está acontecendo agora?” com Laura Peach (Mintel) para Tacta.

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Guia para a indústria de alimentos: Melhores práticas e planejamento para situação imediata

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O surto de coronavírus já afetou grande parte dos países no mundo, e muitos deles encontram-se em quarentena tentando de alguma forma diminuir a propagação do vírus.

O objetivo desta tradução é auxiliar nas melhores práticas e orientação operacional para a indústria de alimentos nos problemas que estão ocorrendo hoje.

As orientações são para toda a cadeia de fornecimento, clientes, associados e fornecedores.

Clique AQUI e baixe o conteúdo.

Marcelo Avolio, engenheiro químico, gestor da Qualidade.

Veja também:

Guia para a indústria de alimentos: Melhores práticas de curto prazo no enfrentamento do coronavírus

Preparação para enfrentar Pandemia de Coronavírus na Indústria de Alimentos (tradução)

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Guia para a indústria de alimentos: Melhores práticas de curto prazo no enfrentamento do coronavírus

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Os desafios para o enfrentamento do coronavírus são muito dinâmicos, bem como a publicação de materiais fruto destas experiências. Mais uma vez, a organização “The Food Industry Association”, ou FMI, compartilhou orientações úteis para a indústria de alimentos. Agora é a vez do “Melhores práticas de curto prazo no enfrentamento ao coronavírus”.

Nosso grupo de tradutores voluntários colocou à disposição mais este documento, do original:

Guidance for the Food Industry: Coronavirus Outbreak II. Short-Term Best Practices

Conteúdo:

  • Administrando e ajudando seus colaboradores
  • Ajudando seus clientes
  • Abordando a  cadeia de suprimentos
  • Recursos adicionais

Sabemos que a realidade americana é distinta da brasileira, sendo nossos problemas e soluções diferentes. Por exemplo: lá, um empregado doente afastado nem sempre tem direito a salário, o que pode incentivar um colaborador a insistir a ir para o trabalho, mesmo não se sentindo bem.

Por outro lado, o poder de articulação da indústria e da cadeia de suprimentos parece ser bastante ágil. Por exemplo: já aconteceram acordos entre empresas com capacidade delivery excedente, suprindo a de outras com esta deficiência. As soluções digitais também já se encontravam implementadas, ou a viabilidade de implementá-las é maior.

Inspire-se nestas sugestões!

Já publicamos também:

Preparação para enfrentar Pandemia de Coronavírus na Indústria de Alimentos (tradução)

Clique AQUI e baixe o guia.

 

Sobre a FMI:

Como associação da indústria de alimentos, a FMI trabalha com e em nome de toda a indústria para promover uma cadeia de suprimento de alimentos para consumidores mais segura, saudável e eficiente. A FMI reúne uma ampla gama de membros em toda a cadeia de valor – de varejistas que vendem a consumidores, produtores que fornecem alimentos e outros produtos, bem como a grande variedade de empresas que prestam serviços críticos – para ampliar o trabalho coletivo da indústria. www.FMI.org

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