2 min leitura
2

EFSA apoia nova tecnologia de reciclagem de PET

2 min leitura

A Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) concluiu que a tecnologia de descontaminação utilizada para obter reciclado pós-consumo do politereftalato de etileno (PET) para uso em materiais de contato com alimentos não apresenta problemas de segurança.
O comitê da EFSA sobre materiais de contato com alimentos, enzimas, aromatizantes e coadjuvantes tecnológicos estudaram a eficiência da descontaminação das quatro empresas que utilizam a tecnologia VACUREMA Prime.
O parecer foi dado depois que a Agência Britânica de Segurança de Alimentos (FSA) e a Sanitarny Glówny Inspektor, da Polônia, solicitaram a avaliação dos processos de reciclagem de plásticos ecológicos e da empresa Polowat, respectivamente.
O Bundesamt für Verbraucherschutz und Lebensmittelsicherheit, da Alemanha, solicitou a avaliação dos processos de reciclagem das empresas Vogtland e STF.

As etapas críticas
O comitê concluiu que a descontaminação em reatores descontínuos e a descontaminação em reatores contínuos são as etapas críticas para a eficiência dos processos e devem ser mantidas sob controle para garantir o rendimento destes processos. Os parâmetros de funcionamento para controlar o rendimento destas etapas críticas são a temperatura, a pressão e o tempo de residência.
O que se obtém nos processos de reciclagem são flocos lavados com soda cáustica quente, obtidos a partir de garrafas de PET usadas previamente para o acondicionamento de alimentos, recolhidas pós-consumo (nas ruas ou nos depósitos de materiais recicláveis). “Contudo, uma pequena fração deste PET recolhido pode ser proveniente de aplicações não alimentícias, como por exemplo, embalagem de sabonete líquido, enxágue bucal, produtos de limpeza para cozinhas, etc., de acordo com a demanda. A quantidade de PET proveniente de embalagens não alimentícias depende do sistema de coleta. De acordo com a base de dados de cotas de mercado, estima-se que a demanda desta fração esteja abaixo dos 5%”, declarou o comitê da EFSA.
Mediante uma tecnologia especial, os flocos de PET lavados e secos são aquecidos por batelada em um reator descontínuo a vácuo, e depois são novamente aquecidos em um reator contínuo também a vácuo, antes de serem extrusados em grânulos (pellets).

Teste de contaminação
A EFSA realizou testes, através da introdução de contaminantes químicos selecionados no processo, e encontrou que a eficiência de descontaminação oscilou entre 98,3% para o lindano (gama-hexaclorociclohexano) e 99,95% para o tolueno na saída do reator descontínuo. Depois da passagem pelo reator contínuo, nenhum destes contaminantes foi detectado. No entanto, o comitê afirmou que as etapas críticas devem ser controladas, documentadas e estarem disponíveis quando forem operadas em condições como as do teste realizado.
“O PET reciclado obtido através dos processos de Plásticos Eco, Vogtland, Polowat e STF e destinado à fabricação de materiais e artigos com a finalidade de contato com todos os tipos de alimentos, tanto em aplicações de enchimento a quente e/ou armazenamento de longo prazo em temperatura ambiente, não é considerado um problema de segurança”, concluiu a EFSA.

Texto original (em espanhol):
http://www.clubdarwin.net/seccion/tecnologia/efsa-respalda-nueva-tecnologia-de-reciclado-de-pet

2 min leituraA Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos (EFSA) concluiu que a tecnologia de descontaminação utilizada para obter reciclado pós-consumo do politereftalato de etileno (PET) para uso em materiais de contato […]

3 min leitura
0

Caixas de madeira ou caixas de plástico? Ainda a mesma questão…

3 min leitura

No acondicionamento de produtos hortifrutigranjeiros, o material mais utilizado tradicionalmente era a madeira. No entanto, atualmente, a tendência tem sido a sua substituição por caixas de plástico: são mais duradouras, podem ocupar menos espaço quando vazias, pois podem ser encaixadas ou empilhadas, e, sobretudo, porque se considera que o plástico é um material menos suscetível à contaminação microbiana. Mas será isto verdade?

Num estudo efetuado na Universidade Nova de Lisboa, Portugal, pretendeu-se avaliar a suscetibilidade de cada um dos materiais (madeira e plástico) à contaminação do ambiente circundante a que estão sujeitas as caixas durante o transporte, armazenamento e comercialização de produtos hortifrutigranjeiros. Para esse efeito, foi estudada a evolução da contaminação microbiana dos materiais em estudo, madeira e plástico, em diferentes condições ambientais, durante um período de três meses.

Os materiais previamente higienizados e desinfetados foram incubados em diferentes condições: C1: 4-7ºC, 80–82%H, para simular o ambiente em refrigeração; C2: 20ºC, 55-60%H, para simular o ambiente em espaços de armazenamento fechado e com temperatura controlada; C3: 15-30ºC, 50-80%H, para simular o ambiente em diversas situações de armazenamento e transporte, quer interior, quer exterior, assim como o efeito da oscilação dos vários factores ambientais. Para determinar a contaminação das embalagens, ao nível microbiológico, escolheram-se os microrganismos que são habitualmente identificados com mais frequência em produtos hortofrutícolas bem como os que podem resultar do manuseamento das embalagens pelos operadores e pelas suas condições de utilização: contagem de microrganismos totais viáveis a 22ºC e a 36ºC, contagem de bolores e leveduras a 25ºC e a 37ºC, contagem de bactérias coliformes, contagem de enterococos, contagem de Escherichia coli, contagem de Clostridium perfringens, contagem de Pseudomonas e contagem de Bacillus cereus.
De acordo com os resultados obtidos, pode afirmar-se que para as diversas condições ambientais estudadas não se verificou que a madeira possa ser mais susceptível à contaminação do que o plástico (figuras 1 – 4). Neste ensaio, verificou-se também que os materiais sujeitos à contaminação em ambiente exterior, onde as amplitudes térmicas e de humidade foram superiores, apresentaram uma contaminação microbiana significativamente mais elevada do que a observadas nos materiais que foram armazenados em refrigeração (4-7ºC) e a uma temperatura (20ºC) e humidade (55–60%H) controladas. Estes resultados vêm realçar a importância das condições de armazenamento, transporte e comercialização no controlo da higiene de embalagens alimentares.

 

 

 

 

 

  Figura 1: Contagem de microrganismos totais viáveis a 22 ºC e a 36ºC (log ufc/cm2), nas amostras recolhidas ao longo de três meses nas diversas condições ambientais, nos dois tipos de materiais (madeira e plástico).

 

 

 

 

 

Figura 2: Contagem de bolores e leveduras a 25 ºC e a 37ºC (log ufc/cm2), nas amostras recolhidas ao longo de três meses nas diversas condições ambientais, nos dois tipos de materiais (madeira e plástico).

 

 

 

 

 

Figura 3: Contagem de Enterococos e Clostridium perfringens (log NMP/cm2), nas amostras recolhidas ao longo de três meses nas diversas condições ambientais, nos dois tipos de materiais (madeira e plástico).

 

 

 

 

 

 

 

Figura 4: Contagem de Pseudomonas (log NMP/cm2) e Bacillus cereus (log ufc/cm2), nas amostras recolhidas ao longo de três meses nas diversas condições ambientais, nos dois tipos de materiais (madeira e plástico).

 

Mais informações em:

http://run.unl.pt/handle/10362/1958

3 min leituraNo acondicionamento de produtos hortifrutigranjeiros, o material mais utilizado tradicionalmente era a madeira. No entanto, atualmente, a tendência tem sido a sua substituição por caixas de plástico: são mais duradouras, […]

4 min leitura
0

Direto da Arábia Saudita, o ponto de vista de um brasileiro

4 min leitura

 Ele havia acabado de se casar, quando recebeu a proposta de trabalhar na Arábia Saudita. Se desfez de seus presentes ainda embalados, levou a esposa na mala e começou nova vida em outras terras, experimentando uma cultura totalmente contrastante com a nossa. Essa é a história de Tomaz Zurita, que concedeu com exclusividade uma entrevista ao blog Food Safety Brazil. 

Por que um brasileiro na Arábia Saudita, responsável pela gestão do BRC em uma empresa líder em embalagens?
Por quê não? Foi o que eu pensei quando recebi um email de um outro brasileiro que era um dos gerentes aqui em Jidá (Jeddah), oferecendo a posição. Uma série de fatores me trouxeram para cá. Primeiro, como em qualquer contratação, havia um interesse mútuo. Da minha parte em relação ao conteúdo do trabalho e à experiência internacional. Da parte da empresa em relação a minha experiência com sistemas de gestão integrados que incluísse segurança de alimentos. As empresas que operam no Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo, dependem fortemente de profissionais estrangeiros. Além disso, a Tetra Pak Brasil tem 2 das fábricas que normalmente circulam entre as melhores do grupo em termos de gestão da qualidade, inovação e manufatura classe mundial. Por essa razão os profissionais brasileiros são bem vistos. Isso certamente contou a meu favor.

Quais normas de certificação são mais reconhecidas na região?
As normas ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 predominam como em qualquer outra parte do mundo. Em relação às normas de gestão da segurança de alimentos, ISO 22000, BRC Food e BRC Packaging despontam. Também há diversas empresas utilizando esquemas de certificação não acreditada como selos de HACCP e GMP oferecido pelos grandes organismos de certificação.

Quais os temas em debate em relação à segurança de alimentos na Arábia Saudita?
O país é essencialmente importador, utiliza o idioma árabe e tem fortes restrições religiosas. Isso gera preocupações no que diz respeito a rotulagem. Outro assunto em foco são as boas práticas de manipulação no setor de hospitalidades, já que pequenos estabelecimentos e comércio informal são extremamente comuns. Mesmo as grandes redes de hotéis e restaurantes tem grandes desafios em manter padrões de qualidade e higiene devido à rotatividade e diversidade de funcionários com baixa qualificação.
Por outro lado, alguns temas de grande importância como as boas práticas de transporte, armazenamento e varejo são praticamente ignorados. E por sinal, essa deficiência afeta diretamente o Brasil, já que somos o principal fornecedor de carne bovina e de frango para a região e os cuidados com a cadeio do frio, por exemplo, deixam a desejar em muitas situações.

De que forma as diferenças culturais foram desafiadoras para o desenvolvimento do seu trabalho?
Eu trabalho com colegas de aproximadamente 30 nacionalidades. Talvez o inglês e o boné com o logo da empresa são as únicas coisas em comum. Cada um tem seu sotaque e graus diferentes de entendimento da língua. A linguagem não-verbal também é variada. Certos movimentos do corpo e gestos inocentes para uma cultura podem ser extremamente ofensivos para outra.
Especificamente sobre segurança dos alimentos, é notável a diferença nos padrões de higiene pessoal. É um grande desafio para padronizar as BPF que dependem fortemente de atitudes pessoais e auto-disciplina. Um exemplo curioso, porém real, é o seguinte: imaginem como é difícil localizar um fornecedor de protetores faciais (esses descartáveis de tecido-não-tecido “made in China”) que forneçam tamanho extra-extra grande para atender os colaboradores muçulmanos com barba longa e volumosa.
Outro aspecto diferente é a forma como cada cultura dá importância ao trabalho, às responsabilidades com prazos e resultados e às ambições de crescimento profissional. Há os que não medem esforço e topam trabalhar jornadas longas, horas extras, cobrir colegas em férias, etc. Há os que largam a caneta no meio de uma atividade quando dá o tempo, porém se organizam bem para entregar as tarefas conforme prometido e há aqueles que dependem quase que exclusivamente de um empurrão para concluir atividades ou seguir certas regras previamente acordadas. É certo que estas diferenças dependem de pessoa para pessoa, mas é possível identificar algums padrões em grupos de mesma nacionalidade ou de mesma identidade cultural-religiosa.
Aqui também não trabalham mulheres.
Enfim, há muitas outras que eu poderei comentar se os leitores se interessarem.

Nos dê um breve panorama da indústria de alimentos e correlatos na região.
Como eu comentei anteriormente, a Arábia Saudita, assim como a maioria dos países vizinhos dependem em grande parte da importação de produtos alimentícios e correlatos tais como ingredientes, aditivos, produtos de origem animal, frutas, café e chá, cereais, molhos. Outros produtos como óleos, laticínios, snacks, sucos e bebidas carbonatadas são produzidos localmente, porém em sua maioria por empresas multinacionais. Os produtos realmente locais são basicamente vegetais e hortaliças, pães e produtos regionais como alguns temperos, frutas, conservas.
Os mercados do Oriente Médio, especialmente nos países do Golfo e norte da África têm sido muito dinâmicos. Em muitos setores, o crescimento da demanda e consequentes aumentos de produção/importação só perdem para os níveis observados na China. Também é notável como foi rápida a recuperação das empresas de alimentos nos países afetados diretamente pela “Primavera Árabe”. Assim que a cadeia logística se recuperou, estradas e portos se abriram, suprimento de energia normalizou, as empresas retomaram seu ritmo anterior em questão de 3 a 6 meses.

O que é tendência na área de embalagens?
Hoje se fala muito em embalagens com menor impacto ambiental. Seja pela redução do uso de matérias primas, pelo uso de materiais renováveis, pela redução do uso de energia ou pela reciclagem pós-consumo. Se pensarmos que a embalagem define a forma do produto final, é fácil entender também que as embalagens tem um papel fundamental na eficiência da distribuição em termos do uso do espaço em transporte, estacagem e ponto de venda. A pegada de carbono é o conceito chave que direciona, digamos, os esforços
Poucas empresas conseguem desenvolver atividades em todas estas direções. É necessário mobilizar muita gente. Desde P&D, desenvolvimento de fornecedores, eficiência de manufatura, logística, relações com governos e sociedade, etc. É uma questão de importância estratégica para as empresas líderes.

Quer dar um recado para os leitores do blog?
Na verdade tenho dois recados:
1) Fiquem atentos e agarrem as oportunidades que a vida nos oferece.
2) Para o s meus amigos que sempre me perguntam: não existem Petro-dólares. Pronto, falei.
Tomaz Zurita é Engenheiro de Produção pela Poli-USP. Foi consultor e gerente operacional da Food Design. Trabalhou com análise de perigos, qualificação de equipamentos e validação de processos na Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos. É responsável pelo sistema de gestão integrado e líder do pilar de meio ambiente da Tetra Pak Arabia.

4 min leitura Ele havia acabado de se casar, quando recebeu a proposta de trabalhar na Arábia Saudita. Se desfez de seus presentes ainda embalados, levou a esposa na mala e começou nova […]

2 min leitura
0

Consulta pública para materiais celulósicos – filtros de café

2 min leitura

A composição das embalagens de alimentos fabricadas com celulose e dos papéis utilizados na cocção e na filtração a quente são temas de duas consultas públicas abertas pela Anvisa na última quarta-feira (5/9). As propostas de consultas públicas, que recebem contribuições durante 60 dias, buscam harmonizar a legislação brasileira com o regulamento técnico do Mercosul – um passo estratégico para o comércio na região. Atualmente, as normas para embalagens e filtros estão contidas na Portaria 177/99.

As contribuições enviadas à Consulta Pública 51, a CP 51/2012 , auxiliarão a Agência a concluir o regulamento técnico sobre os materiais, embalagens e equipamentos celulósicos que permanecem em contato com os alimentos industrializados.
A proposta traz a atualização da lista positiva de substâncias que serão autorizadas a compor as embalagens de alimentos. Exemplos destes componentes, incluídos na proposta de regulamento, são alguns tipos de agentes de colagem interna e superficial das embalagens a base de amidos, e os amidos modificados.

Já a CP 52/2012, também iniciada na última quarta-feira, irá recolher contribuições para a norma técnica a ser aplicada aos papéis utilizados na cocção e na filtração a quente, como os filtros de café. Para os filtros, submetidos a altas temperaturas, há também uma lista de componentes que podem ser utilizados em sua fabricação. Na proposta de regulamento foram incluídas, por exemplo, mais algumas opções de agentes antimicrobianos para papéis com esta finalidade.
Os textos base preparados pela Anvisa para as duas consultas públicas e os formulários padrão para encaminhar sugestões estão disponíveis no site da Agência.

Fonte e informação completa: site da Anvisa

2 min leituraA composição das embalagens de alimentos fabricadas com celulose e dos papéis utilizados na cocção e na filtração a quente são temas de duas consultas públicas abertas pela Anvisa na […]

3 min leitura

Aviso ao consumidor – quando é dever? Case em latas

3 min leitura

 

A leitora Heloísa Batista nos enviou uma foto muito interessante de sua viagem de férias a Argentina. Ela reparou que em todas as embalagens de latas de seu frigobar havia a mensagem “No consumir directamente del envase”.

Fui pesquisar então a origem desta mensagem e caí no “Guía de rotulado para alimentos envasados“.  Nele ficou claro que para nossos hermanos argentinos, trata-se de um requisito legal:

En el rótulo de las bebidas enlatadas con o sin alcohol, gasificadas o no, deberá consignarse con caracteres de buen realce y visibilidad y en un lugar destacado de la cara principal, la siguiente leyenda: “NO CONSUMIR DIRECTAMENTE DEL ENVASE” (15. Resolución Conjunta 83/2008 SPRRS y 312/2008 SAGPyA: Art. 235 tris capítulo V. CAA). 

O objetivo do aviso na embalagem é que todos os estabelecimentos tenham consciência da importância da lavagem das latas antes da venda e consumo, assim como criar no consumidor o hábito de cobrar essa medida, para que todos consumam produtos sem o risco de contrair alguma doença.

Comparando com a realidade brasileira, o que temos aqui é a transferência da responsabilidade para quem revende as bebidas, através da Portaria CVS6/99, válida para o Estado de São Paulo e que estabelece que se deve lavar em água potável as embalagens impermeáveis, antes de abrí-las (item 19.8). Já a Resolução 216/04, de abrangência nacional apresenta texto ainda mais indireto: “Quando aplicável, antes de iniciar a preparação dos alimentos, deve-se proceder à adequada limpeza das embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes, minimizando o risco de contaminação”. ( item 4.8.7)

De acordo com um estudo feito pelo CETEA em 2003, verifica-se que o maior nível de contaminação encontra-se nas embalagens de bebidas comercializadas por quiosques e ambulantes devido às más condições de armazenagem e manuseio no ponto de venda. Este estudo comprovou que as latas quando acondicionadas em embalagem secundária apresentaram um grau de contaminação muito pequeno (94,4% das amostras analisadas apresentaram contaminação inferior a 50 UFC/cm2) demonstrando que o problema não era proveniente do local de fabricação.

Ainda de acordo com o estudo realizado, a lavagem das latas com água corrente reduziu, em média, a contaminação microbiológica em 98,4% e 31,2% de aeróbios mesófilos e de bolores e leveduras, respectivamente; enquanto que a lavagem com detergente doméstico e água corrente reduziu, em média, tal contaminação em 99,8% e 72,0%, respectivamente.

Diante destes dados, a Procuradoria Pública do Rio de Janeiro notificou a ANVISA que reconheceu a necessidade de inclusão da advertência nas embalagens de bebidas orientando a sua lavagem antes do consumo, merecendo destaque o trecho em que esta Agência “aprova a divulgação da mensagem nas embalagens de latas de bebidas alertando o consumidor sobre a necessidade de lavar a lata antes do consumo ou não beber diretamente da lata obtida para consumo imediato”.

Anvisa reconheceu o fato, mas não houve ação concreta. O procurador fez o pedido e ANVISA respondeu  que era o MAPA que regulava sobre bebidas, e este por sua vez replicou que a contaminação se dá no ponto de venda e não na fabricação de bebidas e que esta era uma medida para promoção da saúde de responsabilidade da Anvisa. Como nenhuma ação de fato foi tomada, a Procuradoria Pública do Rio de Janeiro abriu uma ação pública contra a ANVISA em 2009

Ainda em 2009, ciente de que muitos consumidores acreditam que os lacres protetores que algumas marcas de bebida trazem em suas embalagens são suficientes para eliminar o perigo de contaminação devido à sensação de higiene que eles conferem aos produtos, a PRO TESTE avaliou se esses lacres realmente protegem as embalagens. O teste que simulou o resfriamento das bebidas com gelo proveniente de água contaminada demonstrou que a contaminação foi transferida da mesma forma para todas as latas, seja com ou sem lacre, demonstrando a ineficácia desta medida.

Em artigo publicado denominado O lacre não protege as latinhas, a PRO TESTE apoiou o Ministério Público e solicitou à Anvisa que todas as latas de cerveja tragam a advertência: “Esta embalagem deve ser lavada antes de aberta.”

A preocupação não é novidade em Taubaté, SP, uma vez que desde 2006  existe a LEI Nº 3.926, DE 11 DE ABRIL DE 2006, na qual se define que os estabelecimentos comerciais que vendem bebidas em latas para consumo de imediato ficam obrigados a afixar cartazes com os seguintes dizeres: “Lavar a lata antes de consumir a bebida”. Baixar aqui:  [wpdm_file id=30]

E você, é a favor ou contra ao aviso na embalagem de bebidas? Será que esta é uma medida eficaz para a preservação da saúde?

 

Autoria: Ana Cláudia Frota. Colaboração Heloísa Batista, Luis Fernando Mattos e Humberto Soares.

3 min leitura  A leitora Heloísa Batista nos enviou uma foto muito interessante de sua viagem de férias a Argentina. Ela reparou que em todas as embalagens de latas de seu frigobar […]

2 min leitura
0

Perfluoclorados são retirados do mercado americano

2 min leitura

Está no site do FDA o posicionamento que espontaneamente os fabricantes não irão mais utilizar o agente repelente de gorduras do interior das embalagens usado em sacos de pipoca, embalagens de fast food e animais de companhia.

O  ácido perfluro-octanoico, também conhecido nos EUA como C8  já havia sido testado e aprovado, fazendo parte da lista positiva do FDA para materiais de contato em alimentos, porém achados científicos relacionados a exposição crônica levaram  a indústria a tomar esta medida, ainda que estudos conclusivos para efeitos em humanos não tenham sido finalizados.

Traduzo trecho do posicionamento do FDA:

” Estudos científicos recentes levantaram preocupações de seguran~ca para um tipo de químico perfluorinado, conhecido como C8. Estes compostos tem cadeia longa de 8 carbonos ou mais. Os estudos indicam que estes  compostos C8 persistem no ambiente e podem ter efeitos tóxicos em humanos e animais.

Em resposta a estes estudos, o FDA iniciou uma abrangente revisão dos dados disponíveis sobre os componentes do C8 e trabalhou com diversos fornecedores para remover os agentes repelentes do mercado.  Como resultado desta iniciativa, estes fabricantes voluntariamente pararam de distribuir produtos contendo o composto C8 para propósito de servir de contato com alimentos em  01 de Outubro de 2011.   Estoques remanescentes destes produtos podem ser utilizados até o fim.

Isso significa que os produtos permanecerão no mercado por um período de tempo relativamente curto. Como os danos do compostos C8 perfluorinados são resultado de exposição crônica, o FDA determinou que este período de venda não impacta na saúde pública. A agência também fará uma pesquisa de mercado para determinar se algum fabricante ainda estará usando os compostos C8.”

No link abaixo estão as cartas de compromisso, datadas do segundo semestre de 2011, em que a DuPont, Basf e Clariant, uma vez esgotados seus estoques, não mais utilizarão as substâncias.

Update on Greaseproofing Agents

O blog Ecodebate cita prejuízo do desenvolvimento da glândula mamária e potencial carcinogênico dos perfluoclorados

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia menciona estudos que revelam que principalmente mulheres com doses elevadas de PFOA no sangue podem apresentar disfunções na tireoide quando compara-se com  indivíduos com uma quantidade pequena da substância no organismo.

Não está clara em nossa legislação se é permitido o uso destas substâncias nas listas positivas.

 

 

2 min leituraEstá no site do FDA o posicionamento que espontaneamente os fabricantes não irão mais utilizar o agente repelente de gorduras do interior das embalagens usado em sacos de pipoca, embalagens […]

Compartilhar
Pular para a barra de ferramentas