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GFSI publica Requisitos de Benchmarking versão 2024

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O GFSI publicou, em dezembro de 2024, os Requisitos de Benchmarking (Benchmarking Requirements – BMRs) versão 2024.

Você pode acessar os requisitos completos diretamente no site do GFSI.

Se quiser entender mais sobre o papel do GFSI nos protocolos de certificação, o post “Você sabe qual é o papel da GFSI?” e este resumo do próprio GFSI podem ajudar.

Processo de revisão

O processo de revisão foi iniciado em outubro de 2022, através do GFSI’s Technical Subcommittee.

O desenvolvimento dos BMR v2024 foi realizado durante o primeiro semestre de 2024, pelo GFSI’s Benchmarking and Harmonisation Working Group, grupo composto por empresas do varejo, manufatura e serviços de alimentação, organismos de certificação e detentores de esquemas de certificação (Certification Programme Owners – CPO).

De julho a setembro de 2024 o trabalho foi submetido a consulta pública. Os mais de 2.500 comentários foram analisados e incluídos na BMR v2024. É possível ler os resultados da consulta pública de forma consolidada ou na íntegra.

Principais mudanças nos BMR v2024

O GFSI publicou um documento onde relaciona as mudanças chave dos BMR v2024 em relação à v2021.1. As principais razões para a nova versão são:

  • Harmonização global: alinhamento dos BMR com as novas versões do Codex General Principles of Food Hygiene e ISO 22003
  • Processo de Benchmarking simplificado: otimização do processo de benchmarking para melhor eficiência e eficácia, clarificando e simplificando critérios, prazos e processos
  • Priorização da cultura de segurança dos alimentos: tema foi mais claramente incluído nos programas de gestão
  • Processos personalizados para organizações multi-site: requisitos mais claros para certificação de organizações multi-site

Impacto para as certificadoras e organizações

A partir de 06 de janeiro de 2025, os CPO podem buscar reconhecimento em relação aos BMR v2024. Programas atualmente reconhecidos na v2020.1 podem solicitar reconhecimento à nova versão a qualquer momento dentro de um prazo de 9 meses, sendo compulsório a partir de 5 de setembro de 2025.

Como indicado na imagem abaixo, o GFSI, por meio dos BMRs, define requisitos para conteúdo e gerenciamento dos programas de certificação. Desta forma, os novos requisitos da v2024 geram impacto direto sobre os esquemas de certificação e, consequentemente, sobre os organismos de acreditação e certificação que atendem esses esquemas e, em último caso, nas empresas que buscam certificação.

                  Fonte: GFSI Benchmarking & Recognition, 2019

 Em resposta ao feedback dos CPO reconhecidos pelo GFSI, foram publicados dois documentos de apoio para maior esclarecimento sobre como demonstrar atendimento aos BMR v2024: Manual do Processo de Benchmarking e Manual de Implementação de Benchmarking.

Com essas mudanças, para os próximos meses, provavelmente veremos movimentações nos esquemas de certificação, incluindo requisitos que as empresas, certificadoras e acreditadoras precisam atender.

Imagem em destaque: mygfsi

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IFS Focus Day 2024 – IFS Progress Food: avanços, dados e impactos no Brasil – I

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A certificação IFS (International Featured Standards) é reconhecida globalmente por estabelecer padrões de segurança e qualidade nas indústrias de alimentos, logística e outros setores. Como um tema estratégico para o setor, o evento IFS Focus Day 2024, realizado em São Paulo no dia 26 de setembro, trouxe destaques significativos sobre a IFS Progress Food, uma certificação que alia rigor técnico e aplicabilidade prática. Este artigo reúne os aprendizados do primeiro ano da versão 3 das avaliações, destacando resultados, desafios e impactos no Brasil.

Panorama da Certificação IFS: crescimento contínuo

Abrindo o evento, Caroline Nowak apresentou dados que evidenciam o crescimento constante da certificação IFS. Até agosto de 2024, mais de 20 mil certificados foram emitidos globalmente, abrangendo diversos segmentos:

  • Food: 14.531 certificados
  • Logística: 2.414 certificados
  • Broker: 1.953 certificados
  • Wholesale e Cash & Carry: 626 certificados.

O Brasil, líder na América Latina, possui atualmente 278 certificações, destacando-se frente a países como Argentina (211) e México (133). Esses números refletem o compromisso do setor com padrões internacionais, mesmo diante de desafios regulatórios e operacionais.

Adoção da nova versão no Brasil

A implementação da versão 3 da certificação IFS Progress Food no Brasil foi marcada por desafios e aprendizados. Entre 2022 e 2024, o número de avaliações cresceu significativamente, com maior adesão aos níveis básico e intermediário, refletindo esforços das empresas em garantir conformidade. No Brasil, os segmentos mais auditados incluem:

  1. Grãos (23%)
  2.  Carne vermelha, branca, de aves e derivados (16%)
  3.  Produtos lácteos (14%)
  4. Frutas e vegetais (12%)
  5. Produtos secos, outros ingredientes e suplementos (10%)

Reflexões e aprendizados do primeiro ano

João Ricardo Stein reforçou a importância da segurança de alimentos como pilar essencial da indústria global de alimentos. No contexto da IFS Progress Food, o primeiro ano de avaliações da nova versão trouxe lições valiosas e oportunidades de aprimoramento, especialmente no Brasil.

Aprendizados essenciais

Os resultados revelaram áreas prioritárias que exigem maior atenção das empresas. Entre os principais desafios identificados estão a gestão de rastreabilidade, o controle de corpos estranhos e a rotulagem de alergênicos.

Esses pontos refletem a necessidade de fortalecer práticas já estabelecidas e garantir conformidade com padrões básicos de segurança de alimentos e requisitos legais. Além disso, a implementação de novos requisitos introduziu uma camada adicional de complexidade para as auditorias, destacando a importância de capacitação contínua e alinhamento com as melhores práticas globais.

Oportunidades para a indústria

Apesar dos desafios, as empresas certificadas têm grandes oportunidades de crescimento e inovação. Entre as estratégias sugeridas estão:

  • Treinamento técnico: investir na formação de equipes para atender a critérios específicos, como rastreabilidade e rotulagem.
  • Melhoria de infraestrutura: adotar tecnologias que automatizem processos críticos e aumentem a precisão dos controles.
  • Parcerias estratégicas: trabalhar em conjunto com consultorias e organismos de certificação para alcançar níveis mais altos de conformidade.

O primeiro ano da nova versão da IFS Progress Food evidenciou a necessidade da indústria enfrentar mudanças e buscar excelência. O fortalecimento de aspectos fundamentais de segurança de alimentos  e qualidade é crucial para garantir a sustentabilidade das operações e a confiança do consumidor.
A certificação não é apenas uma exigência do mercado, mas um compromisso contínuo com a melhoria e a inovação. Para as empresas brasileiras, isso representa uma oportunidade única de liderar pelo exemplo, destacando-se em um cenário global altamente competitivo.

Como a sua empresa está se preparando para atender às exigências da IFS? Compartilhe sua experiência conosco!

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GFSI, FSSC, BRCGS, IFS e SQF: entenda esta sopa de letrinhas

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Imagine que você está comprando alimentos no supermercado e quer ter certeza de que tudo está seguro e tem alta qualidade. Para isso, você pode procurar selos de qualidade nos produtos, assim como observamos certificações em eletrodomésticos ou brinquedos.

Agora, no mundo dos alimentos, existem várias certificações que as empresas podem obter para mostrar que seus produtos são seguros. Aqui entram as siglas como FSSC, BRCGS, IFS e SQF. Essas certificações são como “garantias de qualidade” que as empresas recebem após passar por rigorosas auditorias.

Mas quem garante que essas certificações realmente significam qualidade e segurança? É aqui que entra a GFSI (Global Food Safety Initiative).

O que é a GFSI? 

GFSI NÃO é uma certificação, mas uma iniciativa global que define os critérios de segurança de alimentos que uma certificação precisa atender para ser reconhecida internacionalmente. Pense na GFSI como um “controle de qualidade” para as próprias certificações.

Como funciona a GFSI?

  1. Definição de Critérios: A GFSI estabelece padrões e requisitos globais para garantir que qualquer certificação de segurança de alimentos reconhecida por ela siga as melhores práticas da indústria.
  2. Reconhecimento de Certificações: Certificações como FSSC, BRCGS, IFS e SQF são reconhecidas pela GFSI. Elas passam por um rigoroso processo de avaliação para garantir que atendem aos critérios globais de segurança de alimentos.
  3. Confiança para consumidores e empresas: Quando você vê um produto com uma certificação reconhecida pela GFSI, pode confiar que esse alimento passou por um rigoroso processo de verificação de segurança e qualidade.

Principais certificações reconhecidas pela GFSI

  • BRCGS (Brand Reputation through Compliance Global Standards): Originalmente conhecido como BRC, este esquema é amplamente utilizado em todo o mundo e abrange várias normas, incluindo segurança de alimentos, embalagem e materiais de embalagem, armazenamento e distribuição.
  • IFS (International Featured Standards): Este esquema é popular na Europa e é usado principalmente por varejistas e atacadistas. Inclui normas para alimentos, logística e outras áreas.
  • FSSC 22000 (Food Safety System Certification 22000): Baseado na norma ISO 22000, este esquema é amplamente aceito no mundo e cobre toda a cadeia de fornecimento de alimentos.
  • SQF (Safe Quality Food): Este esquema é muito utilizado na América do Norte e Austrália, oferecendo normas para segurança e qualidade dos alimentos.
  • GlobalG.A.P.: Este esquema é focado na produção agrícola primária, cobrindo frutas, vegetais, produção animal e outros produtos agrícolas.
  • CanadaGAP: Este é um esquema específico para o Canadá, focado na segurança de produtos frescos e vegetais.
  • PrimusGFS: Popular na América do Norte, este esquema é utilizado principalmente na indústria de frutas e vegetais.
  • Japan Food Safety Management Association (JFSM): Um esquema de certificação de segurança de alimentos específico do Japão.

Correlacionando tudo

Pense no GFSI como um selo de aprovação que diz: “Esses sistemas de certificação são bons”. Se uma fábrica tem uma certificação citada acima, significa que ela segue práticas seguras e de alta qualidade, conforme reconhecido pelo GFSI.

Mas afinal, qual o papel das certificadoras?

As certificadoras são como “auditores” que visitam as fábricas para verificar se elas estão seguindo as regras desses sistemas de certificação. Elas realizam auditorias e inspeções para garantir que tudo esteja em ordem. Se tudo estiver conforme, elas emitem um certificado que diz: “Esta fábrica segue as melhores práticas de segurança e qualidade de alimentos”.

Resumindo

  1. GFSI: Supervisiona e aprova outros sistemas de certificação.
  2. BRGCS, IFS, FSSC, SQF, GlobalG.A.P, CanadaGAP, PrimusGFS, JFSM: Sistemas de certificação específicos aprovados pelo GFSI.
  3. Certificadoras: Auditores que verificam se as fábricas seguem as regras desses sistemas e emitem certificados.

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Você sabe qual é o papel da GFSI?

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A GFSI (Global Food Safety Initiative), ou Iniciativa Global de Segurança de Alimentos, é uma coalizão do Consumer Goods Forum (CGFI) que:

  1. Reúne cerca de 400 varejistas, fabricantes e prestadores de serviço cujas vendas combinadas dos membros totalizam mais de € 3,5 trilhões;
  2. Possui mais de 150 empresas, consultorias e organizações que colaboraram com os grupos de trabalho técnico;
  3. Atualmente mais de 25500 stakeholders seguem a GFSI em todo o mundo.

Não se pode deixar de considerar como um fator de grande relevância que o GFSI reúne como principais colaboradores ativos a participação dos 45 grandes players do mercado de alimentos internacional listados a seguir, que por sua influência na cadeia produtiva de alimentos em relação aos seus fornecedores e consumidores, acabam por ditar as regras que serão adotadas no segmento.

O trabalho principal do GFSI é realizar benchmarking entre os esquemas e padrões normativos para sistemas de gestão em segurança dos alimentos, visando uma harmonização que permita promover a aceitação mútua de programas de certificação reconhecidos, permitindo, com isso, reduzir as ineficiências decorrentes da duplicação de auditorias, evitando redundâncias e como resultado reduzir as barreiras comerciais, tema abordado no artigo Por que existem tantas normas em Food Safety?

Embora a GFSI em si não seja um programa de certificação e não realize atividades de acreditação ou certificação, o reconhecimento da GFSI confere autoridade aos respectivos esquemas e padrões normativos, atuando como um “passaporte de segurança dos alimentos” no mercado global.

Estes requisitos de benchmarking da GFSI foram criados pela primeira vez em 2001 por um grupo de varejistas motivados pela necessidade de harmonizar os padrões usados para gerenciar e auditar a segurança dos alimentos em toda a cadeia de abastecimento, justamente para facilitar o comércio global.

Tais requisitos são frequentemente atualizados com informações de especialistas em segurança dos alimentos para se manterem atualizados com as tendências frente a novos riscos, desafios e demandas dos stakeholders em escala global.

Portanto, para que os CPOs (Proprietários de Programas de Certificação) tenham seus esquemas e padrões normativos reconhecidos, devem verificar se atendem aos Requisitos de Benchmarking da GFSI.

Entre os CPOs de maior relevância e reconhecimento para produção de alimentos, bebidas e embalagens, destacam-se:

Há muitos outros CPOs com diferentes abrangências, que podem ser consultados clicando aqui.  Sobre os esquemas/ padrões normativos no cenário brasileiro, não deixe de ler o artigo Panorama das Certificações em Segurança dos Alimentos no Brasil.

Com o reconhecimento da GFSI, espera-se que uma organização certificada por um dos esquemas/ padrões normativos seja reconhecida por todos seus membros, mesmo que adotem outro esquema/ padrão normativo, sem que exijam que possua a mesma certificação, o que quase sempre acontece, mas há exceções.

Outro ponto muito importante: a GFSI também possui um conjunto de requisitos de benchmarking para órgãos de reconhecimento profissional que ajuda os auditores a demonstrar sua competência no ecossistema de certificação em segurança dos alimentos por meio de um único registro em um órgão de reconhecimento profissional reconhecido pela GFSI de sua escolha, eliminando as necessidades de verificações redundantes.

O processo de benchmarking da GFSI vem se tornando cada vez mais amplamente reconhecido na indústria de alimentos em todo o mundo. Com isso, vem contribuindo para um alinhamento dos requisitos normativos e para a garantia da segurança abrangendo toda a cadeia produtiva de alimentos, além de apoiar as inciativas de auditorias que acabam por validar tais ações.

A GFSI, acima de tudo, fornece uma plataforma para colaboração entre especialistas em segurança dos alimentos em todo o mundo, junto com varejistas, produtores e empresas de serviços de alimentação, prestadores de serviços associados à cadeia de fornecimento de alimentos, organizações internacionais, academia e governos, permitindo assim a troca de informações e a manutenção de um forte processo de melhoria contínua visando alimentos cada vez mais seguros.

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Reconhecimento profissional do GFSI para auditores em segurança dos alimentos

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A Iniciativa Global de Segurança de Alimentos (GFSI) lançou o primeiro piloto com Requisitos de Benchmarking para Órgãos de Reconhecimento Profissional (PRBs) de Auditores em Segurança dos Alimentos.

“O lançamento deste piloto marca um momento crucial na implementação dos novos Requisitos de Benchmarking do GFSI para órgãos de reconhecimento profissional. Estamos confiantes de que isso ajudará a reconhecer o papel vital dos auditores de segurança dos alimentos e a salvaguardar a aceitação contínua da profissão nos próximos anos.

Erica Sheward, Diretora do GFSI

Os requisitos de benchmarking serão testados por meio de um piloto com a Exemplar Global, que se inscreveu para se tornar um PRB reconhecido pela GFSI e os Proprietários de Programas de Certificação (CPOs) voluntários testarão o novo modelo, incluindo FSSC 22000, BRC Global e SQFI.

Um dos fatores que motivaram tal medida é que, embora os auditores sejam uma parte importantíssima para garantir alimentos seguros, a indústria vem enfrentando dificuldades de recrutamento, com mais auditores deixando a profissão do que novos recrutas entrando nela, fato que está pressionando a capacidade dos Organismos de Certificação de atender à crescente demanda por auditorias em segurança dos alimentos.

A situação piorou devido aos requisitos cada vez mais complexos e duplicados aplicados aos auditores, sejam os novos ou os que já atuam, que precisam capacitar-se e realizar testes em diferentes e distintos esquemas e padrões normativos, cada um com suas particularidades e critérios, porém, todos com o mesmo propósito: food safety.

Para ajudar a solucionar tal questão, a GFSI desenvolveu uma nova abordagem para a qualificação de auditores de segurança dos alimentos para Programas de Certificação reconhecidos pela GFSI que oferecem a criação de Organismos de Reconhecimento Profissional no setor responsáveis por validar competências comuns em um auditor.

“Ao mutualizar os esforços de qualificação para auditores em todo o setor, podemos tornar a auditoria de segurança de alimentos uma profissão acessível, alcançável e desejável para mais pessoas – ajudando a proteger o futuro profissional de um componente essencial do ecossistema de segurança alimentar.”

Erica Sheward, Diretora do GFSI

O objetivo ao final é que os Proprietários de Programas de Certificação e Organismos Certificadores possam contar com um registro único em um Órgãos de Reconhecimento Profissional reconhecido pela GFSI como prova da competência do auditor, eliminando assim a necessidade de verificações redundantes.

“O mundo depende de uma cadeia de abastecimento de alimentos segura e protegida e a GFSI estabeleceu um papel fundamental para isso. Os auditores dos programas de certificação reconhecidos pela GFSI estão na linha de frente na proteção da cadeia de suprimentos.”

Andrew Baines, presidente e CEO da Exemplar Global

Vamos aguardar ansiosos o desenrolar desta esplêndida iniciativa que poderá ajudar a auditores, certificadoras, proprietários de programas de certificação, e por fim, a todos os stakeholders da cadeia produtiva de alimentos, em especial, os consumidores que poderão contar com bons auditores na linha da frente para segurança de alimentos e bebidas.

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Por que o GFSI suspendeu o Esquema IFS?

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Muitos acordaram hoje surpreendidos pela decisão da suspensão do reconhecimento do Esquema IFS (International Featured Standard) pelo GFSI (Global Food Safety Initiative) por três meses, sendo que a decisão original pode ser acessada aqui.

A suspensão impacta os certificados vinculados a auditorias de certificação realizadas a partir 8 de dezembro de 2022 até a data em que a GFSI venha a anunciar que o reconhecimento está efetivamente restabelecido, inicialmente prevista para 7 de março de 2023.

Para quem já possui um certificado no Esquema IFS fora desta data, o programa continua reconhecido pelo GFSI. Assim, qualquer certificado atual permanece válido até a data de sua expiração.

Por outro lado, certificados emitidos ou vinculados a auditorias de certificação ou manutenção realizadas durante o período de suspensão não serão reconhecidos pela GFSI, o que causa bastante transtorno para quem já tinha auditoria agendada e contava com tal reconhecimento.

Diante disso, para quem teve ou terá auditoria inicial ou de manutenção de qualquer norma que compõe o Esquema IFS como a IFS Food, IFS Pack, IFS Broker, IFS Logistcs no período entre 8 de dezembro de 2022 até 7 de março de 2023 o certificado que for emitido não terá o reconhecimento do GFSI. Neste caso, recomenda-se negociar com os clientes que exigem este reconhecimento e com a certificadora para discutir como solucionar o problema.

Uma boa notícia informada pela IFS para quem estiver nesta situação é que os varejistas e atacadistas da Rede IFS já deixaram claro que os certificados com a chancela IFS continuarão a ser reconhecidos mesmo durante a suspensão pelo GFSI.

Mas a pergunta de um milhão de dólares é o motivo desta suspensão!

A IFS, em seu site oficial (ver aqui), informou que a suspensão não tem razões associadas com segurança dos alimentos, o que obviamente é um grande alívio para aqueles que tem seu sistema de gestão certificado por este esquema e, claro, esta informação também é muito relevante para que as empresas tranquilizem os seus clientes.

O site da IFS também informa que a relação entre a IFS e a GFSI passa por animosidades já há algum tempo, uma vez que a IFS teve a legalidade da Race to the Top (RTTT) da GFSI questionada pelo “Federation Cartel Office”, uma agência que regula a concorrência na Alemanha, neste caso, referindo-se a lei antitruste e de concorrência.

A estrutura RTTT basicamente serve para benchmarking objetivando um aprimoramento colaborativo dentro dos propósitos do GFSI, com o objetivo de melhorar a transparência e a confiança nas certificações reconhecidas pelo GFSI e nos resultados de auditorias.

Diante do embate, a IFS convidou a GFSI para dar esclarecimento ao seu Conselho. Contudo, e infelizmente, parece que a GFSI se recusou e está seguindo um caminho litigioso.

Como esta suspensão afeta a integridade do IFS, eles informam que se a questão não for resolvida apropriadamente irão tomar medidas legais e já encaminharam o caso ao seus advogados.

Esperamos que a questão se resolva, afinal a maior parte dos stakeholders que optam por Normas/ Esquemas reconhecidas pelo GFSI estão preocupados com segurança dos alimentos. Este cancelamento afeta não só a marca IFS como também o nome GFSI, pois gera bastante insegurança na cadeia produtiva que conta com certificados reconhecidos nestes protocolos de certificação e acreditação.

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Panorama das Certificações em Segurança dos Alimentos no Brasil

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As certificações em segurança dos alimentos vêm crescendo ano a ano no Brasil conforme mostra o gráfico a seguir. Isso acontece em razão de um mercado cada vez mais exigente, seja nas relações de varejo ou business to business, buscando garantir obviamente produtos seguros aos consumidores e evitar surtos de DVA. As certificações em segurança dos alimentos visam também a proteção de marcas, que podem, pela aplicação de um sólido SGSA, prevenir uma exposição negativa e consequentemente a perda de imagem, trazendo prejuízos milionários para as companhias.

Dentro deste universo das normas para Segurança dos Alimentos e Bebidas, aquelas que são reconhecidas pelo GFSIGlobal Food Safety Initiative, uma organização que mantém um efetivo trabalho para comparar os padrões de segurança dos alimentos em toda cadeia produtiva, são as mais adotadas. Isso ocorre justamente porque fazem parte do GFSI um vasto grupo de importantes companhias produtoras e comercializadoras de alimentos e bebidas (ver figura a seguir) que têm um grande poder de influenciar seus fornecedores.

As principais atividades dentro do GFSI incluem a definição de requisitos para esquemas ou protocolos em Segurança dos Alimentos por meio de um processo de benchmarking.

Este processo deve levar ao reconhecimento dos esquemas e protocolos de Segurança dos Alimentos existentes e aumentar a confiança por parte dos diversos stakeholders, considerando a aceitação e a implementação da certificação de terceiros ao longo de toda a cadeia de abastecimento alimentar. Em tese, ao menos, isso permitiria uma avaliação padronizada que deveria ajudar a reduzir a necessidade de auditorias múltiplas, poupando tempo e dinheiro.

Dentro destas normas para as quais o GFSI reconhece a compatibilidade em termos de requisitos para a implantação de um SGSA, temos  a FSSC 22000, a BRCGS, a IFS e a SQF, que serão brevemente apresentadas neste artigo.

FSSC 22000 – Food Safety System Certification https://www.fssc22000.com/

Este padrão normativo surgiu por iniciativa de uma fundação localizada nos Países Baixos que é administrada por um conselho de stakholders independentes, composto por representantes de vários setores da indústria de alimentos , sendo que começou a ser aplicada desde 2010.

A FSSC 22000 não é exatamente uma norma, mas um protocolo que une duas normas, sendo uma delas a ISO 22000 sobre Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos que tem requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos e bebidas, e a outra, uma das ISO/ TS conforme segmento de atuação, que podem ser vistos na tabela ao lado.

Além disso, para atender os critérios da certificação na FSSC 22000 também é preciso seguir as publicações com requisitos adicionais do Esquema FSSC 22000, cujas versões são atualizadas normalmente com maior intensidade que as ISO citadas.

Para se aprofundar nesta norma recomendo a leitura também dos artigos Novas informações sobre atualização do esquema FSSC 22000 v.5 e FSSC 22000: o que muda com o guia de cultura de segurança de alimentos.

O campo de abrangência da FSSC 22000, como se vê, é bastante amplo, indo da fazenda ao garfo.

Esta norma apresenta uma interessante vantagem sobre as outras quando se objetiva a construção de SGI – Sistemas de Gestão Integrados. Como ela segue a chamada “estrutura de alto nível” que segue a lógica do PDCA que são também protagonizadas pelas ISO 9001, 14001 e 45001 que tratam respectivamente de  Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e Gestão em Segurança e Saúde ocupacional, a integração de seus requisitos fica mais fácil e simples, tema que é tratado num artigo que pode ser visto aqui.

A FSSC 22000 se beneficia pelo reconhecimento das outras ISO, encontrando aceitação por todo o mundo, portanto, tem um marketing próprio e amplo, e também por isso, sua aceitação e reconhecimento.

Com isso, percebe-se que empresas que já possuem uma certificação ISO muitas vezes acabam por optar pela FSSC 22000 uma vez que estão familiarizadas com sua lógica de gestão. Talvez seja por isso que ela lidere com 69% das certificações aqui no país atualmente.

BRCGS – Brand Reputation Compliance Global Standards https://www.brcgs.com/

BRCGS é uma associação cujos principais membros são os varejistas da Grã-Bretanha e que desde 1996 vem trabalhando na harmonização de padrões em segurança dos alimentos para suas cadeias de abastecimento, sendo defensora dos seus interesses e de seus consumidores. Por isso, entre outras coisas, estabelece normas e regras para qualificar sua cadeia de abastecimento em todo o mundo e sua norma  BRCGS Food vem sendo aplicada desde 2004.

Além da Norma Global de Segurança dos Alimentos, o BRCGS publica outras normas para o segmento de alimentos e bebidas, como as de embalagens, de transporte e armazenamento. Por outro lado, não foca normas para fazendas, pomares, criações de animais e pesca.

A BRCGS Food e Pack somam 25% das certificações em Food Safety no Brasil, o que também é bem representativo.

Para os que tem interesse na BRCGS, sugiro os artigos BRCGS publica a versão 7 da Norma Global de Segurança de AlimentosBRC oferece módulo de avaliação em Cultura de Segurança dos Alimentos.

As normas BRCGS são bastante complexas, exigentes e detalhadas, e se o público-alvo de clientes está na Grã-Bretanha e União Europeia, esta pode ser uma boa escolha.

IFS – International Featured Standard https://www.ifs-certification.com/index.php/en/

IFS também é uma norma muito interessante, aplicada nas relações clientes-fornecedores no mercado business to business, encontrando espaço diretamente com os principais varejistas no Brasil, visando apoiar a segurança da cadeia de fornecimento, e atualmente conta com 5% do market share entre as normas.

Ela teve origem na Alemanha em 2003 e começou a ser utilizada já em 2004, tendo um escopo de aplicação similar ao da BRC, portanto, encontra aplicação em alimentos e bebidas, embalagens, transporte e armazenamento, mas não encontra aplicação para fazendas, pomares, criações de animais e pesca.

Se sua intenção é ter um SGSA baseado na IFS, não deixe de ler IFS Food publica a versão 7Como não levar um nocaute (KO) nas auditorias de segurança dos alimentos da IFS.

Esta norma também tem um bom reconhecimento, especialmente no mercado europeu, sendo bastante detalhada, explicando de forma bem clara como atender aos seus requisitos.

SQF – Safe Quality Food https://www.sqfi.com/

SQF é outra das normas que vem sendo utilizadas no Brasil por empresas que desejam estruturar um Sistema de Gestão em Segurança dos Alimentos,  e assim como a FSSC 22000, a SQF também oferece a possibilidade de uma cobertura do campo ao garfo dentro de seus escopos de atuação.

Atualmente ela representa 1% das certificações no Brasil, mas há planos audaciosos de crescimento.

Este padrão normativo nasceu na Austrália, na Universidade da Austrália Ocidental em Perth, e passou a ser adotado desde 2003 pela FMIFood Marketing Institute nos EUA, uma associação comercial nacional para a indústria de alimentos, especialmente varejistas e atacadistas. Por isso, encontra muita aceitação nos EUA, Canadá, México e Austrália, então, se os clientes internacionais de uma organização estão nestes países, aderir a esta norma pode ser uma sábia escolha.

Se o seu objetivo é a SQF, leia também os artigos  A norma SQF acaba de ser atualizadaSQF divulga códigos em português.

Ranking das certificações no Brasil

O gráfico a seguir mostra o número de certificações e o market share das Normas que foram citadas nestes artigo.

Termino por dizer que no meu ponto de vista não existe norma pior ou melhor para obter as certificações em segurança dos alimentos, mas sim aquela que é a mais aderente e apropriada ao propósito estratégico e contexto de cada organização. Deve-se levar em consideração o mercado de atuação de seus stakeholders e a modelagem já existente do SGSA de cada organização. Contudo, todas são muito parecidas e completas no final das contas, e justamente por isso, o GFSI propõe suas equivalências, diferindo no entanto, na apresentação de seus requisitos e propostas de gestão.

Para entender por que existem tantas normas para certificações em segurança dos alimentos e não uma unificação, leia o artigo: Por que existem tantas normas em Food Safety?

Deixo dois agradecimentos especiais: para Babi Ferrarese e Caroline Novak, que foram as responsáveis por coletar os dados usados nos gráficos deste artigo e que foram disponibilizados em grupos que tratam o tema Food Safety.

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FSB Talks: Quais os desafios do Guia de Cultura de Segurança de Alimentos

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A Iniciativa Global da Segurança de Alimentos (GFSI, Global Food Safety Initiative) produziu um valioso guia de Cultura de Segurança de Alimentos, com orientações que refletem seu posicionamento sobre o tema e que agora está disponível para sua consulta clicando aqui.

Cheio de novos desafios e muita coisa nova para o universo Food Safety!

E para discutir sobre esse tema convidamos alguns dos nossos colunistas para um bate papo descontraído, onde pudemos ouvir a opinião deles com um olhar apreciativo sobre o futuro das organizações quanto ao lançamento do Guia Food Safety Culture.

Perguntamos:

Em que grau o Guia do GFSI realmente contribuiu para os avanços da Cultura de Segurança de Alimentos até aqui e como ele foi absorvido pela FSSC 22000?

Cintia Malaguti: Como um guia, sem ser requisito, contribui muito por permear todo o esquema de SGSA. As recomendações do GFSI foram mais absorvidas nesta versão, com um certo “delay“, mas incluindo o que é básico para a definição de um planejamento de transformação de cultura.

Virgínia Mendonça: Em um “baixo” grau.  Guia não tem força de requisito e vai depender muito da maturidade e do SGSA das empresas participantes.

Cristian Roque:  Entendo que, desde seu lançamento, o posicionamento do GFSI elevou o interesse das organizações pelos programas de Cultura, tendo sido isto bastante positivo. A FSSC 22000 apresenta agora suas orientações, bem alinhadas com o documento original.

 

Os requisitos parecem muito genéricos. Isso é bom ou ruim?

Cintia Malaguti:  Bem, cada empresa coloca a sua realidade, percepção, sem regras auditáveis, afinal é percepção. A descrição mais genérica pode ser uma abordagem melhor, desde que a empresa já tenha uma certa maturidade no sistema de gestão. Caso contrário, se a empresa está iniciando a implementação do Sistema Integrado de Gestão de Segurança dos Alimentos, requisitos muito abertos podem dificultar, visto que não norteiam o que fazer.

Virgínia Mendonça: Nem bom, nem ruim. A FSSC/ISO 22000 nunca foram normas prescritivas. Creio que as empresas já estão acostumadas a isso.

Cristian Roque: É importante lembrar que as novas orientações da FSSC 22000 ainda não são requisitos formais. Elas são gerais, justamente para abrigar toda a sorte de abordagens à Cultura que podem estar presentes nas organizações. E isto é ótimo!

Marco Túlio: Bom! É o que se espera de um requisito de normativo! O “como fazer” cabe às empresas. Eu não gosto de normas que explicam “como fazer”. Porque aquele “como fazer” pode ter outras formas tão eficazes quanto e que sejam mais adequadas e sob medida para determinados segmentos de empresa. Uma norma que diga como fazer pode tornar-se extremamente restritiva e impedir que as empresas usem soluções que sejam as melhores para cada um dos segmentos.

 

As auditorias de FSSC 22000 serão diferentes a partir de agora?

Cintia Malaguti: Sim, acho que com caráter exploratório, para entender o desenho que a empresa faz para a jornada. Acredito que a partir de agora as auditorias de FSSC 22000 se equiparam às de outros guias que já vêm trazendo incrementos ao compromisso da Alta direção e o tema Cultura de Segurança de Alimentos.

Virgínia Mendonça: Já existe uma tendência para isso em sentidos, mas dependerá muito do auditor, do organismo certificador e da receptividade das empresas (empresas reativas x empresas proativas).

Cristian Roque: Não estou certo de que as organizações certificadas e os organismos certificadores estejam prontos para construir/avaliar algo tão subjetivo. Prevejo muitas dificuldades no início, dado que a Cultura não é um objeto concreto e nem deve ser avaliado como tal!

 

O compromisso da liderança sênior poderá, finalmente, ser mensurado?

Cintia Malaguti: De todos os níveis, mas da alta direção sempre vê “cor de rosa” e a operação vê “cinza”. É difícil encontrar um indicador de Compromisso da Liderança que seja comum e aplicável a qualquer negócio. O compromisso da liderança deve ser demonstrado nos detalhes, e a observação da conformidade desse ponto dependerá muito da visão e experiência do auditor.

Virgínia Mendonça: Ainda acho que estamos um pouco distantes disso.

Cristian Roque: De forma indireta, sim, através dos próprios resultados gerais do avanço da Cultura. Lembro apenas, que não será simples para o organismo certificador conduzir esta avaliação. A Cultura é melhor medida de dentro. Não de fora.

 

Conseguiremos finalmente medir a Cultura de Segurança de Alimentos?

Cintia Malaguti:  Sim, com diagnósticos quali e quantitativos. Assim como para o compromisso da Liderança sênior, a medição da Cultura é muito própria de cada negócio, o que vemos é que quanto mais o tema ganha espaço, maiores são as possibilidades de benchmarking, o que facilita da observação e definição de meios de monitoramento e medição da Cultura.

Virgínia Mendonça:  Na minha opinião, não. Não com o Guia do FSSC 22000. O Guia do FSSC 22000 parece mais uma resposta para quem andava questionando quando Cultura de SA iria aparecer na norma, comparando FSSC 22000 com outras normas GFSI. Na minha opinião parece mais uma resposta/justificativa do FSCC do que qualquer outra coisa.

Cristian Roque: Já é possível! Neste sentido, a publicação nada muda. Acompanho organizações que se prepararam para esta jornada de autoconhecimento com resultados bastante interessantes. Mas, de novo: as melhores medições não virão de uma auditoria de certificação.

 

Outras contribuições adicionais por Cintia Malaguti:

“Como desenvolver percepções pelos colaboradores sobre treinamentos e reconhecimentos que os dois tópicos com menores notas nós diagnósticos?”

“Os atributos a serem “avaliados” sai: objetivo, visão e valores? Engajamento de pessoas? Percepção de riscos? Consistente e adaptabilidade? Por áreas, turnos, funções, por idade?”

“Porque não seguiram neste guia o mesmo do posicionamento de 2018 do GFSI?”

“Quando a quantidade é direcionada e não bate com a qualidade, como comprovar esta não aderência para casos de auditorias C ou NC? Como medir “cultura”, se é o jeito que a gente faz as coisas por aqui, quali e/ou quantitativamente? Devemos cobrar “a jornada” em um tempo com as fases (pulsos)?”

“Como será a experiência de empresas que já “vivem” a cultura AS, seja na BRCGS desde 2018 ou na IFS v.7 que estão se mexendo antes mesmo da FSSC 22000?”

“Acredito que não se pode impor nada à cultura e sim desenvolver conceitos e os presidentes dos sites terem as responsabilidades de adotarem ou não a jornada (decidem se é o momento ou não) como uma ação-chave de qualidade de produtos, das ações, de compliance e excelência operacional, gerando orgulho nas entregas. Tem que existir um programa estruturado para desenvolver a cultura. Não pode ser ao acaso!”

“Uma vez, ouvi de uma especialista: “ler e se inspirar no position paper do GFSI; criar embaixadores empáticos, comunicativos, é preciso medir o progresso sem auditar (quantificar esse momento de celebração) e finalmente, divirtam-se: “o indicador é o tamanho do sorriso!”.”

A Segurança de Alimentos está inserida nos “Corações e Mentes” de todos os colaboradores das empresas e é um modo de vida que permite manter os consumidores seguros, proteger o valor da marca e permitir o crescimento global da empresa, sendo suas responsabilidades desde o início de projetos até a entrega ao consumidor, por isto deve integrar o Comportamento Humano, a Cultura da Organização e o Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos. Difícil ser C ou NC, como bem disse o Cristian.

Auditores podem compreender como as promoções de Segurança de Alimentos, através das ferramentas de Food Safety, poderão ajudar a acelerar a Mudança de Comportamento na Organização.

É DIFERENTE DE UMA AUDITORIA/INSPEÇÃO! Nem melhor, nem pior – apenas o jeito que as coisas acontecem! Cultura é sobre comportamentos, mas também sobre valores e crenças!

5 min leituraA Iniciativa Global da Segurança de Alimentos (GFSI, Global Food Safety Initiative) produziu um valioso guia de Cultura de Segurança de Alimentos, com orientações que refletem seu posicionamento sobre o […]

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Coronavírus: como ficarão as auditorias de certificação em segurança de alimentos? (atualização)

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Contextualizando e atualizando o post anterior (aqui), o momento (baseado nos elementos de hoje) é de aprendizagem em relação à pandemia de Covid-19. Por exemplo: não haverá mais auditoria remota. Anteriormente, o que se previa era que parte da auditoria periódica ou recertificação seria substituída pela auditoria remota. Aqui temos a intenção de trazer calma para as pessoas afetadas (dúvidas e receios das partes interessadas) – reagendamentos, auditorias virtuais, auditorias documentais – quais são possíveis?

Entre os principais pontos, estão os impactos econômicos, com as tendências das indústrias alimentícias, com ou sem lockdown (horizontal ou vertical), não tendo crescimento na economia mundial. As restrições de viagens (segurança de colaboradores das empresas e dos auditores também) e diminuição das importações de matérias-primas, e o Brasil é um dos maiores fornecedores delas, parando a produção de insumos (15 a 45 dias previstos sem produções, no melhor dos casos) e muitas desinformações (fake news), mesmo sabendo que não se transmite o vírus por alimentos e embalagens; gerando compras por pânico e encerramentos de indústrias básicas, além das blindagens de fronteiras para não introduzir o Covid-19, através de ações governamentais.

Nesse contexto, a pandemia atual está afetando a capacidade dos organismos certificadores concluírem as auditorias programadas (nesta data, para a norma IFS, por volta de 600 auditorias foram adiadas no mundo), o que pode afetar o status de certificações; assim, foram publicados, em 13 /03/20 e 30/03/20 (atualizações, no mínimo, mensais são previstas), documentos de posicionamento sobre o coronavírus pela Iniciativa Global de Segurança de Alimentos (GFSI) abordando:

– siga o IAF ID3: 2011 gerenciando eventos ou circunstâncias extraordinárias que afetam organizações, acreditadores e certificadores (disponível em www.iaf.nu). A avaliação de risco incluirá, pelo menos, os critérios listados na seção 3 desse documento e o resultado pode levar à suspensão do certificado e, se for o caso, o Portal/Diretório dos donos dos protocolos reconhecidos pelo GFSI, será atualizado em conformidade.

Para a avaliação de riscos, com duração, mínima de 2 horas (aplicável quando houver poucas mudanças na empresa e que não será descontada do tempo da auditoria, mas será uma atividade adicional), deve cobrir os seguintes pontos:

– principais mudanças desde a última auditoria, por exemplo, planos de HACCP, recalls de produtos e níveis significativos de reclamações;

– histórico da maturidade do sistema de gestão da certificação de 3ª parte;

status em relação aos principais objetivos do processo e desempenho, revisão gerencial e auditorias internas. As organizações certificadas são obrigadas a aumentar a frequência de auditorias internas em apoio à SGSA e garantir a segurança de alimentos;

– atividades pendentes de conformidade legal;

– se a organização opera no escopo da certificação, sem extensão no momento;

– quaisquer alterações nos processos ou serviços terceirizados após a epidemia de COVID-19;

– preparação e resposta de emergência, incluindo o impacto do COVID-19 na cadeia de suprimentos da organização e o potencial impacto sobre os recursos e a segurança de alimentos.

Nessa discussão com a empresa certificada o objetivo maior é avaliar as ações do local em resposta à COVID-19 para garantir que tenha desenvolvido e ajustado seus procedimentos e operações garantindo o cumprimento contínuo da certificação e do fornecimento do alimento seguro, em condições extraordinárias de operações, tais como: um bom plano de contingência/plano de respostas à emergências para funções essenciais (operação), reduzir a transmissão entre funcionários, gerenciar as operações, reduzir a equipe nos turnos (inclusive nas refeições coletivas), políticas de distanciamento social, manter o ambiente de trabalho saudável (na empresa e nos lares dos colaboradores), limpeza do ambiente de trabalho, viagens a trabalho restritas e, quando necessárias, com 14 dias, no mínimo, de quarentena; reuniões virtuais, interação com funcionários e clientes à distância/remotas e lideranças transmitindo tranquilidade à equipe produtora de alimentos.

Documentos relevantes e processos de entrevistas serão avaliados na abordagem de riscos feitas pelas certificadoras e se levantadas dúvidas sobre a continuidade da certificação (mesmo ranking quando há classificação por grau e sem alterar a data de aniversário do certificado), deve-se cobrar plano de ações corretivas eficazes. No caso da norma BRCGS, por exemplo, as classificações com os graus “C” e “D” são consideradas de “alto risco” e os certificados não podem ser estendidos os prazos das auditorias.

Quanto às certificadoras, concordarão com os momentos apropriados com a empresa para concluir a revisão dos detalhes da avaliação de risco (“auditoria especial”, ou seja, atividade especial durante a pandemia) para confirmar que é apropriado manter, estender a certificação ou adiar a auditoria periódica por, no máximo, 6 meses; assim, quando o site se tornar acessível, a auditoria completa no local ocorrerá normalmente, com reemissão do certificado por mais um ciclo. Outra recomendação é de que se estender o certificado, não podem as empresas mudarem de organismos certificadores, nesse momento. Já para a novas auditorias não é o momento, pois precisam de auditorias físicas no local. Para o esquema FSSC 22.000, por exemplo, fases 1 e 2 da certificações não podem ser remotas/virtuais.

Exceção, a norma IFS optou por não prorrogar em até 6 meses as auditorias e tampouco serem remotas, com base na ISO 17065 com auditor no local sendo obrigatório, pois acreditam que o certificado vencido não significa que não estão mais com a gestão implementada nas empresas. Foram mais rigorosos, os certificados vencerão, mas há medidas de comunicação entre empresas certificadas e clientes via o Portal (soluções na base de dados), havendo um check de auditoria remota (voluntário e em 8h) para verificar o desempenho da empresa, incluindo um plano de ação corretiva e após a crise um check de BPF (voluntário de 8h) no site e depois, voltando para as auditorias convencionais.

Empresas certificadas só saberão se terão a validade do certificado estendida ou não perto da data da auditoria. Idem para os trabalhos de migrações de versões de normas/esquema. A avaliação de risco deverá ser feita em data próxima à data de auditoria, porque o cenário pode mudar.

Acessar para maiores informações:

https://www.fssc22000.com/news/position-in-relation-to-novel-coronavirus-covid-19-pandemic/

https://www.brcgs.com/about/news/2020/brcgs-announces-revised-guidance-for-sites-affected-by-covid-19/

https://o6sjjr51c02w1nyw2yk6jvmw-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2020/03/GFSI-COVID19-Position.pdf

https://www.theconsumergoodsforum.com/events/covid-19-industry-actions-webinar-series/?utm_source=TCGF+News+Release&utm_campaign=a4a3ba244b-MAILCHIMP_EMAIL_COVID19_2020-03-27&utm_medium=email&utm_term=0_0efe68d81b-a4a3ba244b-69652501

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Nova Consulta Pública aberta em 20/12/19 para a FSSC22.000 v.5 de acordo com os Requisitos de Benchmarking do GFSI v.7.2

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O processo de avaliação é um passo importante para garantir transparência e objetividade, envolvendo uma análise documental preliminar, concluída remotamente pelo Líder de Benchmark (BL) e o Gerente Técnico (TM) durante o período de agosto a setembro de 2019. Isso incluía uma planilha para cobrir os Requisitos de Benchmarking do GFSI, Parte II, para o gerenciamento de esquemas e dez planilhas para cobrir a Parte III, para os principais elementos relacionados aos padrões de auditoria para cada escopo de reconhecimento do GFSI aplicado.

Houve inúmeras discussões com o CPO (Proprietário do Programa de Certificação), pois sua nova versão 5 não tinha nenhum certificado emitido no momento em que a avaliação do escritório ocorreu. A avaliação foi aprovada para avançar, pois o CPO possui uma versão 4.1 já reconhecida  dos Requisitos de Benchmarking do GFSI 7.1. Portanto, é uma transição de uma versão para outra, e o processo analisado no escritório do CPO inclui os fundamentos básicos dos Requisitos de Benchmarking do GFSI.

Uma lista de decisões atualizada do Conselho de partes interessadas (BoS) do FSSC foi desenvolvida, discutida e acordada em 3 de dezembro de 2019, que contém os requisitos adicionais do GFSI que foram vinculados às categorias relevantes da cadeia de alimentos do Esquema. Esta lista de decisões do BoS se tornou obrigatória para todos os Órgãos Certificadores (CBs) licenciados a partir de 1 de janeiro de 2020.

Nos próximos posts traduziremos para vocês, leitores, a terceira parte dos requisitos GFSI benchmarking, documento que foi desenvolvido e publicado pela Global Food Safety Initiative (GFSI) para especificar os requisitos para o reconhecimento de programas de certificação de segurança de alimentos por escopos específicos, sobre SGSA, HACCP e GMP e suas compatibilidades entre as normas.

Para enviar seus comentários escreva para: gfsibm@theconsumergoodsforum.com, mas atenção para a data: até 20/02/2020!

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Melhoria contínua na cadeia de fornecimento de alimentos

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No IV Workshop em Recife, a palestrante Carolina de Moura Lagos do Bureau Veritas Certification iniciou abordando que o desafio da palestra é tratar como buscar a qualificação dos fornecedores: como buscar melhoria,  engajando-os? Necessidades do mercado, soluções sob medida, por onde começar e as conclusões para a maratona rumo à certificação.

Aumento da população de 7,5 bi para 9,8 bi em 2050, com exportações brasileiras 50,3% são alimentos industrializados para 180 países sendo 35,9% para Asia, 19,2% União Européia e 14% para o Oriente Médio. O cenário atual é certificar por solicitação de cliente, prazo para fazer auditoria (com coração forte) e prazo para alcançar a certificação. Por onde começar? ESA, especificações internas, rastreabilidade.

As cinco não conformidades da IFS certificações entre 01.01.2018 – 01.09.2019 são: sistema de gestão de incidentes, registros de incidentes, avaliação de riscos com aprendizados, sem decisão do que fazer com o produto, sistema formalizado para a gestão de recall, verificação de fluxograma, comunicação em caso de mudanças, implementação eficaz dos PCCs, princípios do HACCP (3º e 7º princípios).

Dificuldades de implementação SGQ / SGSA em indústria de alimentos são: como implementar um sistema de gestão? Mentalidade de risco, como fazer uma análise de riscos? Implementação o mais rápido possível, dificuldade de comunicação sobre mudanças nos processos, especificações clientes, modismo ou um certificado sem importância, conhecimento sobre o sistema está centralizado, rotatividade de pessoas e a culpa é do auditor?

Quais são as soluções sob medida para pequena empresa e média? Com ferramentas básicas, vide o site do myGFSI com Global Markets (voluntário) para a cadeia produtiva desde produção primária; eficiência de custos ao longo da cadeia de suprimentos através de práticas, processos e relatórios de avaliação comuns e aceitos, por ex.: auditorias APAS com rede de network. Os esquemas têm programas para fornecedores: FSSC Global market program, START & BRCGS packaging global market, IFS Food Global market program, Local GAP e SQF Fundamentals Code – todos com 3 etapas de escalada com 113 GFSI, 117 IFS, 156 requisitos para BRCGS (nível básico mais rígido com 1, 3 e 4 princípios do HACCP, inclui food fraud e food defense no Start, rastreabilidade com critérios no nível intermediário, com análises de produtos).

Conclusivamente, encerrou enfatizando que por meio do Programa Global Markets, pequenas e médias empresas fornecem a inovação e impulsionam a indústria alimentícia, os esforços para desenvolver competências e aptidões em segurança de alimentos nas empresas em desenvolvimento devem ser personalizados para as necessidades das empresas de acordo com seu lugar na cadeia de suprimentos. Segurança de alimentos é um esforço COLABORATIVO e não competitivo; clientes, fornecedores e até os concorrentes podem ser recursos valiosos para colaboração e treinamento. Facilite a conversa entre todas as partes interessadas para construir sistemas de segurança de alimentos mais colaborativos através do uso de ferramentas GFSI.

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Quais as novidades do GFSI de 2019 em Nice?

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Dia 11/04/19 aconteceu em São Paulo o Workshop promovido pela DNVGL, com os compartilhamentos das vivências de alguns participantes como a da palestrante Juliani Kitakawa que abordou os seguintes temas:

– Visão geral da conferência;

– GFSI & Você;

– O futuro da Segurança de Alimentos (SA) em uma pesquisa conjunta entre a DNVGL e o GFSI;

– Cultura de Segurança de Alimentos.

Segundo a palestrante, o evento em Nice contou com 1000 participantes, sendo 477 da Europa e 226 dos EUA. Esta foi a 19ª edição, realizada entre 25 a 28/02/19 (em 2018 foram 1200 participantes em Tóquio). A 20ª edição será no próximo ano, em Seattle.

No dia 25, as plenárias (além de break out Sessions e sessões especiais, tais como blockchain, rastreabilidade, inovação e soluções digitais e tecnologia) foram sobre inovação e soluções em SA; desafios e temas emergentes em SA; como avançar com o Global Markets; lições aprendidas com as novas tecnologias e como construir uma cultura SA coesa.

No dia 26/02/19, na seção opcional, ocorreu uma conversa para expor os trabalhos e explicar o GFSI, que faz parte do The Consumer Goods Forum, com 400 membros, envolvendo na comunidade indústrias, organismos certificadores, governos, fornecedores, proprietários da normas, varejos. São 7 grupos regionais, com Brasil dentro do grupo formado em 2015.

Principais trabalhos GFSI contemplam a harmonização através de benckmark, capacidade de crescimento através de Global Markets e mercados emergentes e buscar parcerias público-privadas para alinhar a mesma linguagem do mercado. Projetos público-privados existem em 9 países com entidades intergovernamentais (182 países para 9 esquemas reconhecidos) com intercâmbio entre empresas de modo global. Trabalhar com equivalências técnicas e reconhecimento de normas dentro dos programas governamentais, qualificação de auditores também são objetivos. Parcerias com alinhamento com as autoridades dos dados, harmonizações entre Ministérios da Agricultura da Argentina e Chile, por exemplo.

Solução ao número de certificados de 2003 até 2018 com 13.000 certificados emitidos com 20 escopos e 20 categorias reconhecidas. Entretanto, ainda é muito pouco, pois nem 15% das indústrias globais são certificadas e menos de 1% da produção primária é certificada.

GFSI Board com a BRF sendo a única brasileira no time e este ano, em 7 de junho de 2019 será o Dia Mundial da Segurança de Alimentos, anunciado no evento a ser comemorado anualmente. Em 2020 GFSI estará em sua 20ª edição com promoção de SA utilizar a #GFSIbirthday para compartilhar globalmente as suas ações como celebração.

O que se espera de SA? Em novembro e dezembro de 2018 foram realizadas pesquisas com 1.643 profissionais de alimentos e bebidas em todos os continentes com empresas certificadas, sendo 48,7% as respostas vindas de empresas europeias, com representantes da indústria de alimentos com 60% com até 500 colaboradores e empresas líderes que consideram SA como estratégias de negócios e elas se declaram líderes e vão gastar mais do que já gastam nos próximos 3 anos. As razões de se certificarem dividem-se em: 88% para atender aos consumidores, 69% às leis e 61% por requisitos de clientes. Riscos levantados foram: riscos operacionais e falta de Cultura SA em 2º lugar, antes de Compliance e antes de fraudes alimentares (ranking das preocupações). As ações: 85% ter HACCP, 68% procedimentos para SA desde o design, 66% gestão operacional e 64% programa SA. Quais benefícios? Atender requisitos legais, seguido de diminuir recall e depois melhorar imagem e reputação da marca, melhorar a qualidade e segurança do produto e melhorar a cultura. Por que certificar? Os clientes exigem e agregam valor às companhias e as partes interessadas (51% disseram que muito e 88% na neutralidade e para as líderes 72% e 94%, respectivamente). A certificação cascateia na cadeia de fornecimento? 70% acreditam que sim. Quais benefícios da certificação dos fornecedores? Confiança, produtos seguros, conformidades com relação às certificações e requisitos. Quanto investir? 48% gastaram mais do que gastam hoje e 42%  gastarão o que já gastam hoje. Tecnologia digital: apenas 9% e entre as líderes sobe para 17% e no futuro 48% das líderes desejam novas tecnologias como sensores e beacons, blockchain, smart tags e rotulagens, big data e inteligência artificial.

Conclusão: SA é preocupação na saúde dos consumidores, cultura SA com preocupação no elemento humano, benefícios em toda a cadeia e as empresas líderes vêem mais e as tecnologias ajudam nisso tudo.

Gestão de riscos pela confiança e colaboração através de harmonizações entre certificadoras, governos e crescimento de capacidades das áreas emergentes. Decisões em SA baseadas na ciência e sair do compliance para a cultura.

Acompanhe nos próximos posts a continuação de outras palestras que marcaram esse evento!

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O que o GFSI espera de um programa de Food Fraud

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Sabe-se que o tema de fraudes em alimentos é muito antigo. Há registros históricos de casos de fraudes que datam da Grécia Antiga. Este tema, porém, começou a ser tratado pelos especialistas do GFSI bem mais recentemente, em 2011/2012. Nessa época, como John Spink, diretor do Food Fraud Initiative da Universidade de Michigan, comentou em seu webinar no International Food Safety & Quality Network (Twelve Months of GFSI Food Fraud Requirements), o Food Fraud era só uma ideia.

O estopim para se aumentar a relevância do assunto foi o caso mundialmente conhecido de carne de cavalo em 2013, que proporcionou em 2014 a criação do conceito e publicação do GFSI Position Paper, propondo a inclusão da prevenção de fraude em alimentos no escopo das certificações aprovadas pelo GFSI.

E mais recentemente, em maio de 2018, o GFSI lançou um guia (Tackling Food Fraud Through Food Safety Management Systems) com diretrizes mais robustas para a implementação do programa de Food Fraud em sistemas de gestão de segurança de alimentos.

Sendo assim, hoje todas as certificações de segurança de alimentos tratam do tema, mas ainda é questionável até onde é o bastante, tanto para as indústrias implementarem o programa, quanto para os auditores que irão verificar o cumprimento deste requisito.

Neste webinar, John Spink diz que antes de mais nada temos que levar em consideração os seguintes temas:

  • Food Fraud é diferente de Food Safety e Food Defense. A prevenção de uma fraude é mais além da prevenção de um perigo não intencional ou de um ataque à organização motivado ideologicamente. Quem frauda não quer ser “pego” nem fazer mal ao consumidor, apenas quer ganhar economicamente com aquele ato.
  • Todos os tipos de fraude devem ser considerados na análise de risco, como substituição, diluição, falsificação, etc., assim como todo tipo de alimento (seja consumido internamente pela fábrica, seja o produto final expedido).
  • O programa de prevenção de fraude é do tipo “Top Down”, diferente de programas de prevenção de segurança de alimentos, que dependem muito mais da adesão dos colaboradores de base. As decisões para fraude são tomadas na maioria das vezes pela Alta Direção. Logo, as medidas internas para prevenir esses atos devem vir deles.
  • Diferentemente do APPCC que é uma ferramenta bastante estudada e conhecida, as ferramentas utilizadas para a implementação do Food Fraud (como VACCP, SSAFE, entre outras) ainda são muito novas e a adesão a uma ou outra não deve ser questionada neste primeiro momento pelos auditores.
  • Os auditores devem neste primeiro momento cobrar a análise de risco e a implementação de medidas de prevenção da fraude em alimentos.

Pelo exposto, para completo atendimento do programa de prevenção de fraudes para o GFSI, as seguintes perguntas devem ser respondidas positivamente:

  1. Foi conduzida uma análise de vulnerabilidade de fraude em alimentos?
  2. A análise de vulnerabilidade está documentada?
  3. Foi implementada uma estratégia de prevenção de Food Fraud?
  4. A estratégia de prevenção está documentada?
  5. Foi conduzida ao menos anualmente uma revisão dos incidentes de fraude em alimentos? Qual sua fonte de dados (USP, FDA, RASFF, entre outras)?
  6. Nota: foram considerados todos os tipos de fraude?
  7. Nota: foram considerados todos os produtos, seja do material recebido (como ingredientes), seja do produto fornecido aos consumidores finais?

Para mais detalhes e qualificação a respeito de fraudes em alimentos, vocês podem acessar o site da Universidade de Michigan, que possui vários treinamentos online, sendo muitos gratuitos, para disseminar a discussão sobre o tema.

Referências:

https://www.ifsqn.com/food_safety_videos.html/_/ifsqn-videos/food-safety-fridays/twelve-months-of-gfsi-food-fraud-requirements-r180

http://foodfraud.msu.edu/2018/05/17/review-of-gfsi-food-fraud-technical-document-may-2018/

https://www.mygfsi.com/component/k2/item/89-http-www-mygfsi-com-files-technical-documents-201805-food-fraud-technical-document-final-pdf.html

2 min leituraSabe-se que o tema de fraudes em alimentos é muito antigo. Há registros históricos de casos de fraudes que datam da Grécia Antiga. Este tema, porém, começou a ser tratado pelos […]

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Novas informações sobre atualização do esquema FSSC 22000 v.5

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A FSSC divulgou em seu site informações sobre o processo de atualização do esquema de certificação da atual versão 4.1 para a versão 5. As principais razões para mudanças na nova versão da FSSC 22000 v.5 são:

– Publicação do novo padrão ISO 22000: 2018

– Inclusão da lista de decisões do Conselho de Partes Interessadas

– Conformidade com os requisitos da GFSI

– Processo de melhoria contínua

A seguir algumas informações importantes que foram divulgadas:

– O novo esquema (versão 5) será publicado em maio de 2019;

– As auditorias na versão 4.1 só poderão ser feitas até 31/12/2019;

– As auditorias para atualização do certificado deverão ocorrer entre 01/01/2020 até 31/12/2020;

– Certificados da versão 4.1 serão válidos até 29/06/2021;

– Serão mantidas as Fases 1 e 2 da auditoria;

– Não haverá alteração no tempo de auditoria (leia mais sobre tempo de auditoria neste post).

Organismos de certificação (OC)

A publicação trouxe informações importantes para os Organismos de Certificação, que terão até 31/12/2019 para atualizar o escopo. Caso o prazo não seja atendido deverão informar a Fundação.  Todo o pessoal envolvido no processo de certificação deverá receber treinamento na versão 5 do esquema.

Os auditores deverão passar por uma requalificação. Serão válidos como evidências registro do treinamento incluindo um exame. O conteúdo deverá conter:

– Requisitos padrão da ISO 22000: 2018

– Requisitos adicionais do FSSC 22000 v.5 (consulte a Parte II dos requisitos do esquema)

– Novos auditores: o OC deve seguir os requisitos descritos no Esquema FSSC 22000 v.5 para qualificação de auditor.

Organismo de Acreditação

Também foram definidos requisitos para os organismos de acreditação. Estes deverão avaliar se todos os requisitos da versão 5 foram incluídos no sistema de gerenciamento dos organismos de acreditação, se o pessoal envolvido foi treinado e auditores qualificados. As deficiências identificadas no sistema de gestão deverão ser tratadas em plano de ação.

Organizações de treinamento

Já as Organizações de treinamento licenciadas pela Fundação FSSC só poderão oferecer treinamentos do novo esquema após a publicação do mesmo em maio/2019, antes disto somente pode ser oferecida a versão vigente (4.1).

Veja o comunicado completo no link:

http://www.fssc22000.com/documents/graphics/version-4-1-downloads/fssc-22000-v5-upgrade-process-dec18.pdf

2 min leituraA FSSC divulgou em seu site informações sobre o processo de atualização do esquema de certificação da atual versão 4.1 para a versão 5. As principais razões para mudanças na nova […]

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FSSC 22000 em português – requisitos adicionais em tradução livre

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Você já deve ter tentado procurar na internet a “norma” FSSC 22000 em português e talvez tido alguma dificuldade.

A história deste esquema de certificação, que é o preferido no Brasil é um pouco peculiar, dado que diferentemente de outras normas de certificação em segurança dos alimentos, o esquema é uma “colcha de retalhos” pois ele foi sendo composto por anexos à medida que ia se adequando aos requisitos do GFSI.

Lembrando: a FSSC 22000 é uma composição de normas.

FSSC 22000 = ISO 22000 + ISO TS 22002-1 + Requisitos adicionais

Desta composição, somente é de acesso público e gratuito, o módulo de requisitos adicionais.

Toda esta introdução é para dar a boa notícia que um leitor do blog, o Alessandro da Silva, que é assessor da qualidade e especialista em gestão, teve o cuidado e carinho de traduzir este módulo da FSSC 22000 e agora ela está disponível para todos nós! Observação: trata-se de uma tradução livre, leve isso em consideração.

Clique aqui e faça bom uso!

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Destaques do guia GFSI sobre a cultura de segurança de alimentos  

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É provável que você já tenha vivenciado alguma vez (ou inúmeras vezes) a dificuldade de inserir os conceitos de segurança de alimentos na sua organização. São horas de treinamento, supervisão, cobrança, e parece que “não entra na cabeça” dos colaboradores e gestores a relevância de se trabalhar garantindo a segurança dos produtos. O “x” da questão é exatamente este: não adianta somente implementar novas regras e práticas se a cultura de segurança de alimentos não estiver estabelecida.

Antes de falarmos sobre o documento publicado pelo GFSI recentemente, é necessário entender o que significa cultura de segurança de alimentos. O GFSI a define como “valores compartilhados, crenças e normas que afetam a mentalidade e o comportamento em relação à segurança de alimentos em toda a organização”. Assim sendo, este documento foi projetado para ajudar os profissionais da indústria de alimentos a promover e manter uma cultura positiva de segurança de alimentos em suas respectivas organizações e traz como ênfase:

  • O papel essencial dos líderes e gerentes em toda a organização

  • A razão da comunicação regular, da educação, do trabalho em equipe e da responsabilidade pessoal sendo vitais para o avanço de uma cultura de segurança de alimentos.

  • Como as habilidades aprendidas, incluindo a adaptabilidade e a conscientização sobre riscos, levam a práticas alimentares seguras e importantes.

O documento está dividido em cinco capítulos, cada um abordando uma das cinco dimensões da cultura de segurança de alimentos e fornecendo conteúdo detalhado sobre “o que” e “como” implementar. Cada capítulo é concluído com um conjunto de perguntas para ajudar os leitores a determinar como sua empresa em particular pode iniciar ou avançar nos principais componentes discutidos.

Vamos neste post destacar os principais conteúdos deste guia, e recomendamos também a leitura do artigo completo que está disponível em inglês no site www.mygfsi.com

Visão e Missão

A Visão e a Missão comunicam o motivo de existência de uma empresa e como ela se traduz em expectativas e mensagens específicas para as partes interessadas. É fundamental que ainda que não esteja mencionado especificamente segurança de alimentos na estrutura empresarial, nos valores e nos propósitos estabelecidos pela liderança, a sua importância seja refletida nas comunicações da empresa, incluindo website e relatórios anuais corporativos.

Para reflexão: Como a alta direção se engaja em segurança de alimentos? Como sua mensagem é usada para comunicar expectativas de segurança de alimentos a todos os funcionários? A visão e a missão da sua empresa são claramente expressas para que ambas sejam compreendidas por toda a equipe?

Pessoas

As pessoas formam o componente crítico de uma cultura de segurança de alimentos. O comportamento e as atividades dos funcionários, desde os processos no campo até o atendimento aos clientes, contribuem para a segurança dos alimentos e, potencialmente, diminuem ou aumentam o risco de doenças transmitidas por alimentos. É importante estabelecer uma estrutura formal de segurança de alimentos com papéis e responsabilidades individuais claramente definidos. Os principais elementos dessa dimensão incluem desde educar os funcionários e reforçar o bom comportamento até criar uma governança e métricas adequadas. O poder que as pessoas tem de promover a segurança de alimentos terá impacto na capacidade de sua organização de se adaptar, melhorar e sustentar sua cultura.

Uma boa comunicação garante que as mensagens relacionadas à segurança de alimentos sejam compreendidas por todos dentro da organização. Todos os líderes devem “seguir o que falam” e permanecer consistentes em suas mensagens para garantir que haja o claro entendimento de que segurança de alimentos é uma jornada de melhoria contínua.

Para reflexão: Quando foi a última vez que você ou alguém da sua equipe levantou uma preocupação sobre segurança de alimentos? Como você contribui para a segurança de alimentos em sua organização? Quando foi seu último treinamento em segurança de alimentos e o que você aprendeu? Em que nível as pessoas estão comprometidas e agindo de acordo com as expectativas de segurança de alimentos? Como o seu desempenho em segurança de alimentos é medido?

Consistência

Refere-se a garantir o alinhamento das prioridades de segurança de alimentos com pessoas, tecnologia, recursos e processos, para aplicar efetivamente um programa de segurança de alimentos e apoiar sua cultura. Essa consistência ocorre em uma variedade de decisões, ações e comportamentos relacionados, incluindo responsabilidade e conformidade, medição de desempenho e documentação.

Outros processos essenciais em que a consistência é crucial incluem os objetivos do negócio alinhados com os riscos, o alinhamento do investimento e as comunicações coerentes de segurança de alimentos, que são explicados na seção Estratégia.

Para reflexão: Você está confiante de que todos os colaboradores conhecem suas responsabilidades e são responsáveis por suas tarefas relacionadas à segurança dos alimentos? Como o que você mede (por exemplo, reclamações de clientes, conformidade com procedimentos, produtividade, etc.) influencia sua cultura de segurança de alimentos?  A documentação foi desenvolvida para apoiar decisões e comportamentos de segurança de alimentos dos funcionários? Os funcionários estão envolvidos no desenvolvimento e no aprimoramento de protocolos e instruções relacionados à segurança de alimentos?

Adaptabilidade

Refere-se à capacidade de uma organização para se adaptar às condições e influências das mudanças. A mudança pode ser antecipada/planejada ou pode assumir a forma de um evento, como por exemplo o recall de um produto ou um problema de cliente.

Em qualquer empresa com uma forte cultura de segurança de alimentos, sua capacidade de adaptação é refletida em sua habilidade de antecipar, preparar, responder e se adaptar à mudança. Uma liderança forte e engajada desempenha um papel significativo em quão bem uma empresa se adapta às mudanças e responde à crise.

Para reflexão: Você pode articular as expectativas de segurança de alimentos de sua empresa e como elas são aplicadas a cada decisão? Sua estratégia permite que você responda de maneira rápida e eficaz, com supervisão adequada para garantir que as decisões corretas sejam tomadas? Como você antecipa, gerencia e responde às mudanças, aprende com o passado e se prepara para o futuro?

Conscientização sobre perigos e riscos

Entender os riscos em todos os níveis e funções organizacionais é essencial para estabelecer uma cultura de segurança de alimentos eficaz. Isso pode ser conseguido pela educação contínua, o uso de métricas, recompensas, ações disciplinares e reconhecimento e reforçando a importância de reconhecer e controlar os riscos de segurança de alimentos

Para reflexão: Como você capacita a equipe para entender por que os controles e o gerenciamento de risco em suas áreas são tão importantes, e quais seriam as consequências de não segui-los? Como você revisa seus “quase erros” e usa essas informações para promover melhorias em seu sistema de segurança de alimentos? Você consegue identificar exemplos de onde o uso de inteligência da indústria ajudou a identificar riscos ou riscos potenciais para o seu negócio?

Fonte: https://www.mygfsi.com/news-resources/news/news-blog/1419-a-culture-of-food-safety.html

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Uma consultoria pode dar garantia de certificação em segurança dos alimentos?

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Geralmente há muita ansiedade quando empresas precisam conquistar uma certificação para atender clientes ou os próprios requisitos, este último sendo o caso de corporações. Neste processo, o fabricante de alimentos ou insumo pode buscar uma consultoria para auxílio. A questão é que algumas buscam uma consultoria que possa dar garantia do sucesso na certificação em segurança dos alimentos. E realmente há consultorias que, segundo dizem, dão em contrato tal garantia.

Pergunto-me como é possível oferecer tal cláusula. É como comparar se a matrícula numa determinada escola, por mais renomada que seja, será a garantia de que o filho irá cursar uma universidade específica no futuro. Dentro das empresas, há inúmeros fatores alheios à atuação de uma consultoria que podem atrasar ou contribuir com a velocidade de implementação de um sistema de segurança dos alimentos. Por exemplo:

– Foco no projeto: muitas vezes está havendo reformas em paralelo, lançamento de novos produtos ou projetos concorrentes, como de otimização de processo e outras melhorias que desviam a energia da implementação da norma desejada.

– Disponibilidade de recursos humanos e financeiros para adequação, pois sem eles não se fazem as melhorias.

– Tempo natural para adequação, mesmo que haja recursos. No caso de uma obra, há etapas como orçamentos, comparação e escolha de materiais e profissionais, agendamento da execução em melhor ocasião (sendo muitas vezes necessário parar a fábrica), supervisão da reforma, validação do resultado.

– Tempo natural para mudanças comportamentais e modo de trabalho. Não é porque se decretou que não se pode mais dormir no chão do banheiro na hora do almoço que de um dia para o outro este hábito irá desaparecer, principalmente sem diálogo e implementação de opções.

– Tempo natural para mudanças externas à organização. Pode-se descobrir que, por exemplo, um fornecedor é inadequado, mas o mercado não oferece opção e um novo fornecedor terá que ser desenvolvido. E isso leva tempo.

É comum nas visitas que faço às indústrias me perguntarem quanto tempo leva para uma empresa obter certificação X ou Y de Segurança dos Alimentos reconhecida pelo GFSI. Costumo fazer a seguinte comparação: se você for a um nutricionista ou personal trainer e perguntar “em quanto tempo perderei vinte quilos?” qual será a resposta? Depende! Depende de que? Claro que depende da metodologia e interação competentes dos profissionais que farão diferença, mas o fator principal de sucesso é o próprio interessado, que não pode “sabotar a dieta” e tem que fazer os exercícios direitinho. Da mesma forma, a empresa tem que estar disponível e “fazer a lição de casa” para resolver todas as suas não conformidades rumo à certificação.

Assim, quando uma empresa me diz que uma consultoria “deu garantia de certificação”, me espanto com a promessa.

E você, acredita em garantia de certificação?

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GFSI busca especialistas em segurança de alimentos para desenvolver programa de competência de auditores

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A Iniciativa Global de Segurança de Alimentos (GFSI) está trabalhando no tema das competências de auditor e buscando especialistas no assunto para contribuir para o desenvolvimento de elementos adicionais do exame de auditoria do GFSI.

Com sua visão única de alimentos seguros para os consumidores em todos os lugares do mundo, a GFSI está pesquisando as competências genéricas do auditor de segurança de alimentos que sustentam todos os programas de certificação de referência da GFSI.

O principal objetivo da GFSI é reduzir os riscos de segurança de alimentos, fornecendo equivalência e convergência entre sistemas eficazes de gestão de segurança de alimentos, aumentando assim a segurança de alimentos, garantindo a proteção do consumidor e melhorando a eficiência de custos em toda a cadeia de abastecimento.

Os varejistas e fabricantes exigem resultados confiáveis, atestando a robustez dos sistemas de gerenciamento de segurança de alimentos certificados contra programas de certificação reconhecidos pela GFSI, enquanto os organismos de certificação querem um sistema simplificado de credenciamento de auditor.

Para melhorar tanto o crédito quanto a confiabilidade dos programas de certificação reconhecidos pela GFSI, estabelecer o perfil exigido de um auditor de GFSI tornou-se mais importante do que nunca. O exame de auditor GFSI visa aumentar a consistência em todas as auditorias realizadas por um auditor de GFSI.

Como o GFSI pode ajudar?

Liderando o caminho na harmonização de sistemas de gestão de segurança de alimentos em todo o mundo, a GFSI está unicamente posicionada para reunir as principais partes interessadas e definir diretrizes para estabelecer o perfil dos avaliadores de segurança de alimentos visando realizar auditorias de certificação reconhecidas pela GFSI.

Objetivos do Grupo

O modelo de competência do auditor da GFSI evolui em torno de:
• Auditoria de habilidades e conhecimentos, incluindo competências comuns aos auditores dos sistemas de gestão.
• Conhecimento técnico e habilidades relacionadas aos documentos de orientação da GFSI
• Comportamento necessários para realizar auditorias.

A GFSI não exige treinamento específico – apenas exame e avaliação de conhecimentos e habilidades para realizar consistentemente uma auditoria de GFSI. No momento, a GFSI está considerando dois tipos de exames: pré e pós fazenda até a indústria, que permitirão dois formatos de exame.

As PMEs terão uma oportunidade única de colaborar com os parceiros do GFSI e contribuir para o exame de auditor do GFSI:
• Escrevendo as perguntas do exame GFSI
• Revendo as questões do exame GFSI

A colaboração nos bastidores

Você já se perguntou como os mandatos do GFSI são definidos ou como suas prioridades são decididas a cada ano? Uma das coisas que torna o GFSI único é que ele se envolve em um diálogo bidirecional com a indústria. O GFSI abre a discussão para colaboradores da indústria alimentícia e de todos os países, que contribuem imensamente para discussões.

Os especialistas que dedicam seu tempo e experiência a esses fluxos de trabalho fazem isso voluntariamente, de forma independente durante todo o ano, e colaborativamente durante as reuniões presenciais do Grupo de Trabalho Técnico da GFSI. Para garantir que todo o espectro da indústria seja levado em conta de forma neutra, os grupos são compostos por uma ampla variedade de representantes, incluindo representantes de varejo, manufatura e serviços alimentícios, bem como organizações internacionais, governos, universidades e provedores de serviços para a indústria global de alimentos. indústria.

Gostou da idéia? Então participe preenchendo o formulário de inscrição até o dia 17/7/18

Entre no site do GFSI,  aqui.

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Como se preparar para a implementação da nova ISO 22.000:2018

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Começamos aqui uma série para auxiliar nossos leitores na migração para a nova versão da norma ISO 22.000:2018, publicada em 19/06/18. O prazo é de 3 anos para se adequarem às mudanças nos requisitos, implementando um plano gradativo a partir da definição das ações adicionais necessárias. Esta segunda edição cancela e substitui a primeira edição (ISO 22000: 2005), que foi tecnicamente revisada pela adoção de uma sequência de cláusulas revisadas. Esperamos que curtam e interativamente nos contactem para as discussões. Vamos lá!

Iniciamos esse primeiro post abordando o porquê da necessidade da revisão. Desde a primeira publicação, muita coisa mudou nas relações entre os elos da cadeia produtiva de alimentos, e as organizações que decidiram optar por este padrão, dentro de seu programa de melhoria contínua, passaram a enfrentar novos desafios em segurança de alimentos, incluindo contaminações intencionais em nível mundial.

As normas da série ISO são revisadas a cada cinco anos para determinar se uma revisão é necessária, para garantir que permaneçam relevantes e úteis para qualquer organização. E assim foi feito, mesmo que com atraso!

A versão traz um maior alinhamento à estrutura dos padrões ISO 9001, 14001, 45001, bem como esclarecimentos de conceitos chaves, tais como:

1 – A estrutura de alto nível: para tornar a vida mais fácil para as empresas (e auditores) que utilizam mais do que um padrão de sistema de gestão, a nova versão da ISO 22000 segue a mesma estrutura que todas as outras normas do sistema de gestão ISO, a High Level Structure (HLS).

2 – A abordagem de risco: a norma agora inclui uma abordagem diferente para entender o risco. O “pensamento baseado no risco” permite que uma organização determine os fatores que podem fazer com que seus processos e seu SGSA se desviem dos resultados planejados e estabeleça controles para evitar ou minimizar os efeitos adversos.

3 – O ciclo PDCA: a norma clarifica o ciclo Plan-Do-Check-Act, tendo dois ciclos separados no padrão trabalhando em conjunto: um abrangendo o sistema de gestão (estratégico) e outro cobrindo os princípios do HACCP (operacional). O ciclo PDCA permite que uma organização garanta que seus processos tenham recursos e gerenciamento adequados e que as oportunidades de melhoria sejam determinadas e implementadas.

4 – O processo de operação: uma descrição clara é dada para as diferenças entre termos-chave como: Pontos de Controle Críticos (PCCs), Programas de Pré-requisitos Operacionais (PPROs) e Programas de Pré-Requisitos (PPRs), com foco na segurança de alimentos relacionada com a presença de riscos no momento do consumo (consumo pelo consumidor).

Fica aqui o convite para que nos sigam nos próximos posts sobre este tema!

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Como implementar e manter um Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos

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A palestra de Fernando Ubarana, que é HACCP Expert Zone AMS – Nestlé, no VII Encontro dos Profissionais da Garantia da Qualidade sbCTA no dia 29/05/18 nos deu a “receita de bolo” (alusão à foto) de como implementar e manter um SGSA, de modo claro, objetivo, assertivo e tantos outros elogios da platéia presente e presenteada com essa delícia!

Apesar de mencionar que dificilmente conseguimos estabelecer uma fórmula ou “receita” para implementação de um SGSA, certamente há alguns “ingredientes” ou aspectos essenciais que devemos considerar, sendo que a melhor abordagem para a implementação de um Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos irá depender essencialmente de fatores internos e externos da organização, como o nível de competência atual em segurança de alimentos, da complexidade regulatória local, das exigências das diferentes partes interessadas com o SGSA e da cultura da qualidade e segurança de alimentos presente. Em função disso, é difícil estabelecer uma metodologia única ou receita para a implementação. Em sua apresentação, ele explorou alguns aspectos que, por experiência, se mostram essenciais para o sucesso na implementação de um SGSA seja qual for o cenário ou contexto em que a empresa estiver inserida.

A abordagem brilhantemente foi:

Escolher o referencial normativo “correto”, ou seja, várias normas podem ser usadas como base para a estruturação de um SGSA. Todas as normas aprovadas pela GFSI apresentam em sua estrutura básica o estabelecimento, implementação dos PPRs, aplicação dos princípios do HACCP e incorporação de princípios de gestão da qualidade. Não há uma norma que podemos chamar de maneira absoluta de “correta”. Cabe à organização escolher aquela que melhor se encaixe em sua realidade interna e externa. A determinação cuidadosa de um referencial normativo que seja adequado à realidade da organização irá prover a base para o sucesso na implementação do SGSA;

Estruturar o SGSA com base na melhoria contínua, ou seja, com base na aplicação de princípios de gestão, como a abordagem de processos e a melhoria contínua. A nova estrutura de normas ISO, incluindo a nova versão da ISO 22000:2018, que será publicada este ano utilizam uma estrutura fortemente baseada no ciclo PDCA. Aplicar esta abordagem de maneira viva e ativa é essencial para o sistema de gestão. Além da aplicação dos princípios de gestão da qualidade, é necessária a consistência técnica na operação, através da aplicação consistente e embasada dos programas de pré-requisitos e dos princípios do HACCP. Isso envolve também a aplicação da abordagem PDCA com um viés mais técnico para promover a atualização e fortalecimento continuo desta consistência técnica na gestão dos perigos à segurança de alimentos;

Estabelecer Política e Objetivos, devendo-se questionar qual é o papel da organização na cadeia produtiva de alimentos e em que a política contribui de forma efetiva com o seu aprimoramento. Neste sentido, a avaliação contexto interno e externo no qual a organização se encontra inserida é fundamental. Ao invés de simplesmente atribuir uma política porque a “norma manda”, deve-se realmente enxergar as questões de segurança de alimentos e o posicionamento da organização como algo vital para a organização. Isso pode auxiliar a definir uma política (e objetivos associados) mais alinhada aos objetivos de negócio da organização. Os objetivos que sustentam a política, pensados estrategicamente, devem ser cascateados nos diferentes processos, estabelecendo objetivos de meio que podem estar relacionados desde à gestão direta dos perigos através do HACCP como aspectos comportamentais e estruturais ligados aos PPRs;

Prover e Gerenciar Recursos. A questão da provisão e gerenciamento de recursos é central para a implementação efetiva de um SGSA. Os PPRs são a base e boa parte dos problemas relacionados à contaminação de produtos têm como base alguma falha ou limitação relacionadas à infraestrutura ou ambiente de trabalho. Isso pode envolver diferentes aspectos como edificações, equipamentos (incluindo equipamentos de medição e controle), manutenção, limpeza, zoning, controle de pragas, monitoramento ambiental, estruturas de segurança pensando em defesa de alimentos e outros aspectos não necessariamente relacionados a PPR como tecnologia de informação e automação. Um bom mapeamento da situação de adequação atual com relação aos PPRs, a normas mínimas ou às melhores práticas permitirá a adequada alocação de recursos para adequação, pois podemos encontrar realidades muito diferentes de adequação dos PPRs de fábrica para fábrica;

Manter o Conhecimento Organizacional em Segurança de Alimentos, pois se avaliarmos a fundo boa parte dos issues de segurança de alimentos, certamente iremos encontrar, com uma análise um pouco mais elaborada, causas relacionadas a lacunas de competência relacionadas a fatores que podem afetar a segurança de alimentos, em diversos níveis. Quem higieniza o equipamento está adequadamente treinado para a realização correta desta tarefa? Quem realiza o monitoramento microbiológico de linhas e produtos tem a competência necessária para realizar as amostragens e análises e interpretar os resultados? Mas, principalmente, quem projetou o equipamento citado anteriormente tinha conhecimento dos requisitos de projeto sanitário associados a esse processo? As pessoas são, portanto, o recurso mais crítico e valioso para a produção de alimentos seguros. Então, todo o pessoal que afeta a segurança de alimentos deve ser competente. Mas mais do que as pessoas, a organização deve ser competente em segurança de alimentos e manter, desenvolver e atualizar este conhecimento ao longo do tempo.

A manutenção da competência das funções, que juntas forma a competência da organização é fundamental. Isso pode ser dar através da documentação adequada de requisitos, estudos HACCP detalhados, procedimentos e estabelecendo matrizes de competência detalhadas para todas as funções envolvidas. Programas de treinamento bem estruturados incluindo objetivos de aprendizagem, público-alvo, técnicas de aprendizagem e métodos de avaliação de eficácia são também de grande ajuda.

Envolver todos os aspectos da operação, sendo que é importante pensar em operação não só como produção, que certamente está no centro da produção de alimentos seguros, mas qualquer outro processo que pode afetar a segurança de alimentos. Isto pode incluir manutenção, qualidade, controle de fornecedores, compras, engenharia e até a área comercial, além é claro da Alta Direção.

Verificar efetivamente o SGSA é fundamental. Esta atividade deve ser planejada e constar nos programas de pré-requisitos (PPR) e HACCP. Portanto, é de se esperar que o foco inicial da verificação esteja na operação, nos controles básicos do dia-a-dia, desde avaliação de comportamentos e infraestrutura até os controles de processo, como PCCs e PPROs. Diferentes níveis de verificação podem ser estabelecidos para os PPRs, desde verificações rotineiras de turno que podem ser conduzidas pela própria operação, quanto verificações que podem ter frequências variáveis de acordo com o tipo de PPR.

Uma verificação mais geral cobrindo todos os elementos-chave do sistema de gestão (PPR, Principios do HACCP, Comunicação Interativa e Gestão) é a auditoria interna. Esta definição de auditoria que vai além da tradicional “levantar evidências de que critérios estabelecidos são atendidos” é interessante por mostrar como uma auditoria pode realmente contribuir para a melhoria do sistema de gestão da segurança de alimentos;

Gerenciar mudanças, atualizar e melhorar, pois todos os diferentes níveis de verificação vistos devem assegurar ações que efetivamente promovam a melhoria. De acordo com o nível de verificação, ações mais simples do tipo “ver e agir” são necessárias. No entanto, nestes casos deve-se fazer uma clara avaliação de tendências para se identificar as necessidades de ações corretivas nas causas. Além disso, se um problema não pode ser resolvido em um nível é necessário escaloná-lo até que se chegue ao nível adequado que tenha autoridade e poder de decisão para resolvê-lo. Em alguns casos, projetos mais complexos podem ser necessários. O ciclo de melhoria deve ser alimentado pelas necessidades de mudanças (que devem ser gerenciadas) e aprendizados decorrentes de não conformidades (ações corretivas).

Fernando finalizou com uma citação memorável: “Costuma-se dizer que em um estudo aprofundado de causas há uma grande oportunidade de encontrar uma mudança como parte da causa-raiz”. A gestão de mudanças deve avaliar detalhadamente os impactos nos diferentes aspectos do Sistema de Gestão Integrado, incluindo a segurança de alimentos, avaliar seus impactos e as ações necessárias para mitigá-los.

Nossos sinceros agradecimentos ao palestrante Fernando, do público presente e dos leitores desse blog que podem saborear “fatias do bolo”!

Imagem:  Dicas na internet  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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