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Surtos alimentares no Brasil – dados atualizados em 2013

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Para atualização das informações, consulte  Surtos Alimentares no Brasil – Dados atualizados em maio de 2017

No dia 24/04, no Congresso de Higienistas, assisti à palestra da Dra. Rejane Maria de Souza Alves, do Ministério da Saúde, sobre Surtos Alimentares no Brasil. Na ocasião, foram apresentados em primeira mão, dados atualizados (2013), sobre a ocorrência das doenças transmitidas por alimentos no nosso país. 

Dra. Rejane iniciou sua fala com um apelo para que nós, profissionais da área de alimentos, nos lembremos do nosso dever de promover a notificação dos surtos de DTA em nosso país. Todos sabemos que nem metade dos surtos são notificados, então cabe a nós divulgar esta obrigação e notificar a ocorrência destas enfermidades.

A pesquisadora também esclareceu a velha dúvida: quantos casos são necessários para ser considerado um surto de DTA? Todos irão dizer duas ou mais pessoas. Correto. Entretanto, quanto o surto envolve uma doença mais rara, de difícil ocorrência (ex: botulismo, cólera), é necessário apenas que um indivíduo apresente sintomas da doença, para ser considerado um surto.

Foram apresentados também, os princípios do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos – VE-DTA, presente no Brasil desde 1999, que tem por objetivo, reduzir a incidência das DTA no Brasil a partir do conhecimento do problema e de sua magnitude, subsidiar as medidas de prevenção e controle, contribuindo para melhoria da qualidade de vida da população.

A seguir, serão listados os dados atualizados da Vigilância Epidemiológica das DTA no Brasil:

 

 Podemos perceber que em 2013  tivemos 9 surtos de DTA no Brasil.

 

 

A região Sul continua a nº 1 em notificações (38,9%), repito, notificações da ocorrência de DTA. A  figura não demonstra que ocorrem mais DTA nesta região e sim, que ocorre maior número de notificações aqui, seguido da região sudeste.

 

Os alimentos mistos seguem como principal causa de ocorrência de DTA, sendo que em 2013 foram 8 casos com esse tipo de alimento, totalizando 1.529 surtos.

Com relação aos agente etiológicos causadores de DTA, em 2013, por enquanto, todos os casos foram classificados como de causa ignorada.

Os principais microrganismos causadores de DTA seguem sendo a Salmonella spp., S. aureus e E. coli.

Os locais de ocorrência mais frequentes continuam sendo as residências, seguidos de, infelizmente, creche/escolas, restaurante/padaria, até em eventos.

O ano não acabou, e portanto os dados são parciais.

Na parte final, a palestrante demonstrou os manuais que estão disponíveis para download no site do SVS.

Seguem os links:

Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica da Cólera: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_integrado_de_ve_da_colera.pdf

Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica da Febre Tifoide:

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_febre_tifoide_miolo_1.pdf

Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_doencas_transmitidas_por_alimentos_pdf.pdf

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Ainda se morre na Europa devido a doenças de origem alimentar?

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças de origem alimentar causam diarreia, dores abdominais, vómitos e desidratação, o que dificulta ou impossibilita o seu diagnóstico exclusivamente através destes sintomas comuns, uma vez que estes se confundem com os sintomas de doenças de origem não alimentar, podendo conduzir a diagnósticos incorretos (WHO, 2002). Nos países mais industrializados estima-se que cerca de uma em cada três pessoas sofra, por ano, de uma doença de origem alimentar (WHO, 2010), podendo este número ser ainda maior devido ao número de casos não notificados ser muito elevado. Apesar da comprovada relação entre a ingestão de alimentos contaminados e o aparecimento de várias doenças, pouco se conhece sobre a real magnitude do problema na Europa, devido à escassez de informação disponível, existindo a necessidade de criar um sistema estruturado e harmonizado de comunicação/informação de doenças transmitidas por alimentos. Com efeito, de acordo com os dados da EFSA, em 2010 o panorama conhecido sobre doenças de origem alimentar nos diversos países da Europa, era muito desiquilibrado. Na maioria dos países, há um desconhecimento total sobre o número de hospitalizações e mortes devidas a doenças de origem alimentar, devido sobretudo ao diagnóstico difícil. É o caso de países como a Espanha, a Itália, Portugal, Grécia e outros. Em alguns países, os casos reportados são em número tão elevado que parece indicar que nesse País são comuns as doenças de origem alimentar. É o caso de países como a Áustria, França, Alemanha, Lituânia, Roménia, Eslováquia e Polónia em que foram reportados um número significativamente elevado de hospitalizações devido sobretudo a Salmonella, Campylobacter, Bacillus cereus, enterotoxinas estafilocócicas e a outros agentes não identificados. Resta saber se o número é elevado porque a vigilância é mais “apertada” ou simplesmenet porque há efetivamente mais “descuido” na prevenção e manipulação dos alimentos. E ainda se morre na Europa devido a doenças de origem alimentar. De acordo com a EFSA, em 2010, há a informação de 1 morte na Áustria devido a Salmonella Typhymurium, 2 mortes na Hungria por agentes não identificados, 1 morte na Holanda devido a Salmonella Enteritidis, e a 1 morte na Suiça devido a Norovírus… É caso para afirmar…que a segurança alimentar é atualmente um tema pertinente face à ocorrência e emergência de diversos casos de doença de origem alimentar, mesmo nos países mais desenvolvidos. Basta lembrar o que aconteceu em 2011, na Europa, devido à Escherichia coli enterohemorrágica. Mais informações: http://www.efsa.europa.eu

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Surto por Salmonella pelo consumo de ovos crus ou mal cozidos

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Salmonella é um grupo bacteriano que pode causar gastrenterites, encontrada, em geral, em alimentos de origem animal, como carnes, aves, ovos, leite e outros. Os sintomas associados são febre, cólicas abdominais e diarréia, podendo ocorrer de 12 a 72 horas após o consumo do alimento contaminado. Podem durar de 4 a 7 dias, podendo ou não exigir hospitalização e uso de antibióticos, além de hidratação venosa e outros cuidados. Crianças, gestantes, idosos e imunocomprometidos podem apresentar formas graves da doença, podendo causar óbito se não tratada prontamente com antibióticos adequados.

Salmonella Enteritidis, que surgiu a partir dos anos 80,  é o principal sorotipo encontrado em surtos associados ao consumo de alimentos preparados à base de ovos crus ou mal cozidos: maioneses caseiras e ovos crus foram causa de 35% dos surtos; no total, 64% dos surtos por Salmonella foram causados por alimento contendo o ingrediente ovo cru ou mal cozido (sanduíches, bolos, doces, etc.). 34% dos surtos têm origem em restaurantes e outros estabelecimentos comerciais e 22% em residências.

Estudos mostraram que a S. Enteritidis infecta o ovo não somente através da casca quebrada, mas também infecta os ovários da galinha tornando seus ovos infectados antes mesmo de se formar a casca. Estudos realizados nos Estados Unidos e Europa mostram que um em cada 20 mil ovos pode estar contaminado, e em algumas de suas regiões, um em cada 10 mil ovos, o que aumenta o risco de se adquirir a doença. Análises de ovos feitas em laboratórios de saúde pública no Brasil mostram que 1,6 ovos em cada 100 podem conter a bactéria, um risco 320 vezes maior.

Para reduzir o risco, o centro de vigilância epidemiológica de São Paulo apresenta as seguintes dicas:

  • · Os ovos são mais seguros quando armazenados em geladeira, pois se evita a multiplicação das bactérias.
  • · A embalagem com os ovos ou o próprio suporte para ovos da geladeira podem ser armazenados em uma vasilha de plástico de modo a separar os ovos de outros alimentos guardados na geladeira.
  • · Os ovos devem ser consumidos sempre bem cozidos ou fritos e prontamente. O cozimento total dos ovos destrói as bactérias. Ovos com gema mole, mal cozidos ou mal fritos são de alto risco para se adquirir a doença. Não utilizar clara crua em coberturas de bolos, doces ou outros pratos que serão servidos sem cozimento prévio. Não utilizar gemas cruas no preparo de maioneses e outros alimentos que serão servidos sem cozimento prévio. Há várias alternativas de preparo dos alimentos com ovos para que sejam seguros.
  • · Restaurantes e outros estabelecimentos comerciais devem utilizar ovos em pó ou líquido, pasteurizados em preparações sem cocção. A Portaria CVS/SES-SP No. 6/99, de 10 de março de 1999 proíbe a utilização de ovos crus em estabelecimentos comerciais no Estado de São Paulo.

Maiores informações sobre o tema: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/salmonella_pergresp.htm

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Surto Alimentar em Minas Gerais causou faringite e síndrome nefrítica

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Em dezembro de 2012 e janeiro de 2013, foram registrados casos de faringite seguida de síndrome nefrítica, em Minas Gerais na cidade de Monte Santo de Minas, associados provavelmente ao consumo de leite e derivados não pasteurizados de produção caseira ou artesanal e à carne crua ou mal cozida, configurando-se um surto inicialmente restrito àquela cidade.

 No entanto, em 01 de fevereiro de 2013, o CVE recebeu a notificação da existência de casos em residentes em  cidades paulistas vizinhas a Monte Santo e ou que tinham visitado o município e consumido alimentos suspeitos produzidos em sua área rural.

Foram analisadas amostras de alimentos que mostraram a presença de vários tipos de Streptococcus e outros patógenos indicando práticas inadequadas de preparação dos mesmos. Entre os alimentos analisados estão: leite in natura, sorvete, queijo e milkshake.

 Cabe destacar que streptococcus são transmitidos por via respiratória por secreções em contato de pessoa para pessoa ou por alimentos contaminados com saliva e espirros, isto é, contaminados com secreções humanas ou por bactéria de origem animal ou mesmo por meio de feridas na pele.

Para  prevenção da doença em cidades paulistas vizinhas e para turistas que se dirigem a Monte Santo de Minas, o Centro de Vigilância Epidemiológica/CCD/SES-SP publicou as seguintes recomendações:

– Não consumir produtos de origem animal crus, como carnes cruas ou mal cozidas, leite e derivados não pasteurizados, e especial cuidado com os alimentos não industrializados procedentes de Monte Santo de Minas tendo em vista a ocorrência de surto e investigação ainda em andamento;

– Atenção aos primeiros sintomas respiratórios frente ao consumo de alimento produzido em Monte Santo de Minas ou contato com pessoas com estes sintomas que lá estiveram; ao aparecimento dos primeiros sintomas respiratórios como dor de garganta, aumento dos gânglios cervicais e ou outros sintomas, procurar um serviço de saúde.

– Hospitais e unidades de saúde devem notificar os casos suspeitos à vigilância epidemiológica local e esta aos demais níveis de vigilância.

– À vigilância sanitária local, recomendam-se inspeções sanitárias e verificação de possível existência de comercialização de alimentos caseiros ou artesanais procedentes de Monte Santo de Minas, com orientações e medidas cabíveis.

 Maiores informações: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/NT2013_Surto_Monte_Santo.pdf

 

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Os 4 maiores surtos de origem alimentar da década

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A organização independente Center for Science in the Public Interest divulgou recentemente um relatório no qual analisa os maiores surtos de origem alimentar ocorridos nos EUA no período de 2001 a 2010.

Segundo este estudo, os 4  maiores surtos de origem alimentar desta década foram:

Maior surto proveniente de um único alimento – Em maio de 2006, 1644 detentos da Prisão Estadual da Califórnia foram acometidos de gastroenterite causada por Campylobacter presente no leite pausterizado.

Maior surto de abrangência nacional – Em abril de 2008, pimentas e derivados (como molho de pimenta) contaminados com Salmonella Typhimurium vitimaram 1532 pessoas em 42 estados americanos. Entre as vítimas, 308 foram hospitalizadas e 2 morreram. 

Surto com maior número de óbitos – Em setembro de 2008, amendoins e derivados contaminados com Salmonella Typhimurium provocaram 716 vítimas, causando 09 mortes, o maior número de mortos causado por um surto de origem alimentar nos EUA na década considerada.

Surto com a maior taxa de letalidade – Em julho de 2002, carne de peru contaminada com Listeria foi a responsável pelo surto de maior letalidade da década.  Em 7 estados, 54 pessoas adoeceram, das quais 08 faleceram, uma taxa de letalidade de 15%.

Outros dados interessantes do relatório:

– Em termos absolutos, os principais agentes dos surtos são alimentos com múltiplos ingredientes de origem não cárnea, seguidos por frutas e vegetais. Bebidas é a categoria com menor número de surtos;

– Restaurantes são os locais onde ocorreu o maior número de surtos, com número médio de 18 vítimas por ocorrência;

– O alimento com maior risco de consumo são os frutos do mar. No entanto, a taxa de surtos relacionados a estes alimentos apresentou nítida redução durante a década.

Acesse o relatório completo aqui. 

Leia também:

Um surto de origem alimentar que ficou na história: Jack in the Box

Top 5: Sorotipos de Salmonella relacionados a surtos alimentares

Cuidado: ingerir qualquer massa crua é perigoso!

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Doenças transmitidas por alimentos que deixaram sequelas graves – casos reais

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No meio das possibilidades que vão de um breve mal-estar até morte, existe uma categoria de doenças transmitidas por alimentos que deixam sequelas graves, afetando a qualidade de vida de suas vítimas. Vamos à algumas histórias:

CASO 1: Jovem de 20 anos contrai E. coli e luta para andar novamente

Stephanie Smith shops at Teals Market in Cold Spring, Minn., on Tuesday, August 11, 2009. (Ben Garvin for the Times)
Stephanie Smith shops at Teals Market in Cold Spring, Minn., on Tuesday, August 11, 2009. (Ben Garvin for the Times)

A jovem Stephanie Smith, dos Estados Unidos, tinha 20 anos e era professora de dança para crianças quando ingeriu num churrasco de família um hambúrguer contaminado com E. coli em 2007. Após a ingestão da bactéria, a jovem desenvolveu anemia hemolítica, uremia (insuficiência renal aguda), tendo ficado 9 meses internada em hospital, incluindo mais 3 meses de coma induzido para prevenir convulsões. Também ficou paralisada e fez inúmeras sessões de fisioterapia, para ganhar forças e tentar andar novamente sem a necessidade de cadeira de rodas.

A ligação da doença de Stephanie com o hambúrguer foi por acaso, principalmente porque ela praticamente não come carne e porque a tia dela ainda tinha alguns hambúrgueres congelados, da mesma marca e data de fabricação que aqueles que tinham sido consumidos. A mãe de Stephanie havia pensado inicialmente que a contaminação tinha sido dada pelo consumo de espinafres, alimento regular na dieta da filha, que naquela época também tinham sido relacionados a um surto de E. coli. No entanto, as análises apontaram que a cepa de E. coli que infectou Stephanie era geneticamente idêntica a outra que também tinha aparecido em outros casos de contaminação relacionados ao mesmo hambúrguer.

As investigações apontaram que a contaminação ocorreu num hambúrguer fabricado pela Cargill e distribuído e vendido nas lojas do Sam’s Club, da rede Walmart, já que os outros casos também estavam ligados exatamente ao mesmo lote de hambúrguer. Stephanie teve a reação mais extrema e grave de todos os consumidores afetados. O lote foi todo rastreado, e tinha sido fabricado com carne de diversos abatedouros (incluindo de outros países), sendo difícil determinar exatamente em qual ponto ocorreu a contaminação. A Cargill havia feito análise do produto acabado, mas não havia análise de todos os lotes de matéria-prima (faltou o certificado da carne comprada no Uruguai). Além disso, a investigação apontou que a equipe de qualidade da Cargill havia feito auditorias nos fornecedores, e que em alguns deles, havia falhas graves de higiene e segurança de alimentos, mas a comunicação interna foi insuficiente, o problema não chegou à direção da empresa e nenhuma ação foi tomada. As autoridades americanas e canadenses (o produto também foi distribuído no Canadá) também demoraram a alertar o público. A Cargill teve que recolher cerca de 380 toneladas de produtos e arcar com milhares de dólares no tratamento dos consumidores doentes, incluindo as sessões de fisioterapia de Stephanie e seu tratamento hospitalar. E é provável que Stephanie ainda necessite de transplantes, hemodiálise e outros cuidados durante a sua vida.

 

CASO 2: Menina australiana de 7 anos fica tetraplégica e sem capacidade de fala após ingerir refeição contaminada com Salmonella

Monica Samaan, uma menina saudável de 7 anos vivendo num subúrbio de Sydney, entrou em coma durante 6 meses, teve o cérebro profundamente afetado e acabou ficando tetraplégica e sem capacidade de fala após ingerir um lanche de frango da rede KFC contaminado com Salmonella. O caso ocorreu em 2005. Os pais de Monica e um irmão também comeram o mesmo lanche, tiveram diarreia e vômitos, porém se recuperaram rapidamente. Monica hoje tem quase 15 anos, e é completamente dependente de cadeira de rodas e dos cuidados de seus pais e irmãos, e de acordo com os médicos, os danos ao sistema nervoso foram tão profundos que ela não será capaz de falar novamente ou de se mover. A família de Monica entrou com um processo contra o KFC, no valor de 8 milhões de dólares australianos (cerca de 17 milhões de reais), alegando que a contaminação no lanche provocou todos os danos à filha. Após ouvir os depoimentos de todas as partes em abril de 2012, um juiz de Sydney ordenou o pagamento daquele valor como indenização e ressarcimento de todas as despesas que a família de Monica teve com os tratamentos, bem como toda a adaptação da casa e os cuidados que serão necessários até o fim da vida dela. O pai de Monica teve que pedir demissão do emprego para poder ajudar a cuidar da filha. O KFC entrou com recurso, alegando que a família não tinha como comprovar que comeu o lanche e que ficou doente em função dele, e que as lojas possuem o mais alto grau de higiene. Em setembro de 2012, Monica e sua família reencontraram o KFC no tribunal mais uma vez, e os depoimentos apontaram que a loja onde o lanche foi adquirido não apresentava condições adequadas de higiene e segurança de alimentos. Alguns funcionários admitiram que os produtos nem sempre eram manipulados com as mãos limpas ou com luvas e que os produtos que caíam no chão também eram reaproveitados. O KFC alegou “falha na consideração de evidências” e “erro nas constatações factuais por parte do juiz”, além de pesos equivocados dados a certas evidências. Ainda não existe um desfecho para este triste caso. A família de Monica aguarda o pronunciamento do juiz após o recurso do KFC.

 

Mais informações:

http://www.nytimes.com/2009/10/04/health/04meat.html?pagewanted=all

http://www.foodpoisonjournal.com/food-poisoning-watch/stephanie-smith-remains-in-a-wheelchair-fighting-to-walk-and-dance-once-again-she-ate-an-e-c/#.UPloKCd9KSp

http://www.huffingtonpost.com/2012/09/19/monika-samaan-kfc-lawsuit-brain-damage-salmonella_n_1897019.html

http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/news/4282773/5million-compo-for-KFC-chicken-Twister-poisoning-of-wheelchair-bound-Monika-Samaan.html

 Leia também o post:

Doenças transmitidas por alimentos podem ter consequências por toda a vida

 

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Doenças transmitidas por alimentos podem ter consequências por toda a vida

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Entre os dois extremos: ter uma indisposição gastrointestinal passageira e morrer por ingestão de um alimento contaminado, há um universo de sequelas pouco relatadas no Brasil. 

Estudos realizados pela Scientific American mostraram que pessoas que foram afetadas por algum surto de DTA têm maiores chances de desenvolver sequelas e outras doenças para o resto da vida: diabetes, insuficiência renal, artrite, hipertensão e até mesmo ataques cardíacos e derrames.

Algumas delas, tais como danos aos rins causados por toxinas liberadas pelos microrganismos e artrite desencadeada por uma resposta imunológica defeituosa, ocorrem em algumas semanas. Outras, como aumento da pressão sanguínea, podem levar anos para aparecer.

Especialistas dizem que a chance desta ligação entre uma DTA e as doenças crônicas já citadas ser coincidente é remota, e esperam que maiores ações sejam tomadas no sentido de identificar vítimas de DTAs e monitorar a saúde delas em longo prazo. Outros dizem que a prevenção é a chave de tudo – e um manuseio adequado, higiene e segurança dos alimentos diminuiriam o número de casos de DTA e consequentemente, o número de afetados que desenvolvam doenças crônicas e complicações para o resto da vida.

Aproximadamente 90 mil casos de intoxicação e infecção alimentares são registrados a cada ano na Inglaterra e no País de Gales. No entanto, o número real provavelmente está mais próximo de 1 milhão, uma vez que a grande maioria das vítimas não procura o serviço de saúde e não fornecem amostras para serem compiladas nas estatísticas oficiais. No Brasil, este número é obscuro, pois temos falhas muito sérias no registro e comunicação de DTAs, até mesmo por parte dos médicos, além dos problemas de falta de acesso ao serviço de saúde ou então o chamado “tratamento caseiro”, que nunca são contabilizados. Não temos estatísticas confiáveis.

As bactérias causadoras de DTAs que estão mais comumente ligadas a sequelas e problemas crônicos são E. coli, normalmente associada ao consumo de carne bovina mal passada, incluindo hambúrguer e carne picada / moída; Campylobacter, encontrada em carnes cruas ou mal cozidas, em especial no frango e Salmonella, encontrada em ovos, carnes e leite. Apesar de que em alguns casos elas podem ser fatais, a maioria das pessoas afetadas se recupera em poucos dias.

Os estudos ligaram E. coli a falência renal e diabetes; Campylobacter foi relacionada a problemas intestinais e desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barre, uma condição potencialmente fatal em que o sistema imunológico da vítima ataca os próprios nervos, causando atrofia muscular e paralisia; Salmonella foi relacionada a uma das formas de artrite. É bastante assustador imaginar que uma DTA, que geralmente dura apenas alguns dias, pode nos causar efeitos posteriores e complicações crônicas, para o resto das nossas vidas. Pensava-se que a incidência de tais sequelas era baixa, mas até então poucos pesquisadores tinham estudado estes problemas, até os dias de hoje. O fenômeno parece ser muito mais comum do que se imaginava.

É recomendável que as pessoas que tenham sido afetadas por E. coli O157:H7 façam checkups regulares da pressão sanguínea e das funções renais. Porém, a prevenção continua sendo a ação mais importante, já que não podemos fazer muita coisa para reduzir as complicações, porém antes de tudo podemos evitar a exposição ao microrganismo.

A grande maioria das pessoas não irá sofrer as consequências, mas uma pequena parte sim. É por isso que é essencial reduzir o número de DTAs. As regras de ouro que sempre comentamos por aqui – lavar as mãos, cozinhar bem os alimentos e evitar contaminações cruzadas entre carnes cruas e outros alimentos – continuam sendo o grande “remédio” para a prevenção.

 

Fonte: http://www.dailymail.co.uk/health/article-2117948/Food-poisoning-lifelong-consequences-bugs-linked-host-illnesses.html

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Quantos brasileiros morrem de DTA a cada ano?

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Definitivamente nossas estatísticas não refletem a realidade. Nos Estados Unidos (EUA), aproximadamente 76 milhões de casos, 325.000 hospitalizações e 5 mil mortes. 

Os números que consegui apurar estão no Portal Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde.

O Boletim Epidemiológico, que somente cobre dados até 2004, menciona que até este ano,  foram notificados ao Ministério da Saúde 3.737 surtos, com o acometimento de 73.517 pessoas e registro de 38 óbitos.

Estariam nestes registros, estes dois brasileiros?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fabrício, percussionista da banda Eva, morto em julho de 2007 , menos de 24 horas após comer ostras cruas. Tinha apenas 29 anos.

 

 

 

 

 

 

 

Sócrates, ídolo do futebol, se foi aos 57 anos. Já estava com a saúde debilitada por consequência do alcoolismo, mas uma intoxicação alimentar deflagrou o quadro de infecção generalizada.

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Ocorrência de surtos em produtos lácteos – EUA

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Lendo esta reportagem eletrônica do site: – da “Revista Industria Alimenticia -artigo do dia 5 de junho de 2012 ” para processadores de Latinoamerica, me pergunto: e nós no Brasil, como estamos nos adaptando à avalanche de novos produtos no mercado, novas fórmulas, novos ingredientes, aos desafios do transporte seguro, à logística de distribuição de alimentos processados. Como estamos enfrentando os desafios da Inocuidade neste contexto?

Estamos nos preparando realmente ou estamos esperando para ver o que vem pela frente? O que vocês acham amigos? Vejam os dados levantados pela FDA!

 Baixe o arquivo: [wpdm_file id=35]

Post enviado por nossa fiel leitora,  Gisela Alvarado, Gerente de Suporte Técnico da Alibra.

Participe você também, temos certeza que tem a compartilhar conosco!

 

 

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EUA não atingem seus objetivos de segurança de alimentos

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O relatório anual do Center of Desease Control and Prevention (Food Net) mostra que as metas americanas de ocorrência de L. monocytogenes, Salmonella e Campylobacter não foram atingidas. O número total de casos de Doenças Transmitidas por Alimentos documentados em 2011 foi dr 19 mil. A título de comparação, no Brasil foram registrados 8 mil casos no mesmo período.

Já para E.coli O:157:H7 as ocorrências aconteceram abaixo do Objetivo Nacional de Segurança, que é 1 a cada 100 mil habitantes (mas ainda assim, houve um aumento, já que foi de 0.98 em 2011 e 0.95 em 2010).

Resultados mais mais distantes das metas (ocorrência a cada 100 mil habitantes 2011/objetivo)
Campylobacter 14,3 /12,3
Salmonella 16,4/ 6,8
Listeria 0,28 / 0,24

Os americanos estão preocupados por não terem todos os indicadores dentro de suas metas. Estes resultados tem a força de pressionar ainda mais o governo a implementar o Food Modernization Act, que anda engavetado.

E nós, quanto vamos ter ferramentas para apurar de forma confiável nossas ocorrências, conhecer a causa de nossos problemas e então passar a medir, monitorar e gerenciar resultados? Não atingir metas pode ser ruim, mas não estabelecê-las é estar a muitos passos para trás.

 

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Entrevista – Gerenciamento de Crises

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Nos dias 08 e 09 de outubro teremos o curso de Gerenciando Crises na Cadeia Produtiva de Alimentos.

O tema parece novo, mas quem já teve ou está implementando a ISO 22000 ou a FSSC 22000, já se deparou com o requisito “Prontidão e respostas a emergências” no qual o gerenciamento da crise é um dos pilares. Convidamos o Engenheiro João Souza a Conceder uma entrevista para o blog Food Safety Brazil:

 

1. Que tipo de empresas estão suscetíveis a crises?

Todas as empresas, de qualquer tipo, porte, segmento e fins, como por exemplo bens e serviço, produtos industrializados, prestadores de serviços, terceirizados, enfim, não consigo definir quais tipos e segmentos estariam fora deste risco . Veja você mesmo, como pessoa física, pode passar por situações que venham a  virar uma crise, e de mesma forma, se mau gerenciada, perde-se  a credibilidade, a imagem e suas perspectivas de desenvolvimento, culminando com o fim de uma marca.

 2. Se as crises são tão imprevisíveis, adianta fazer treinamento sobre isso?

Com certeza, pois uma boa capacitação pode evitar que um Incidente se transforme em uma crise e caso esta venha ser, de forma imprevisível, a capacitação pode lhe propiciar métodos com ferramentas que podem contribuir na solução da crise de forma menos onerosa para não dizer “dolorosa”. A resposta para isso tudo é muito simples, basta se ter pessoas e estas saberem extamente seus papéis e responsabilidades, evitando desta forma a desorganização na procura de um “culpado” e sim focando na obtenção de resultado e minimizações de ruídos. Depois de gerenciada a crise, podemos buscar as causas, compartilhar aprendizados e porque não punir responsáveis.

 3. Fale um pouco sobre crises bem ou mal gerenciadas

Acredito mais em Incidentes bem gerenciados, os quais ficam dentro de casa e com menor ruído possível. Toda crise é precedida de um Incidente ou uma ocorrência de desvios de forma inesperada. Se esta for bem gerenciada, na grande maioria das vezes, acaba por ser eliminada e a crise não aparece. Caso a crise venha como consequência, no minimo todos os dados estão organizados para que possamos torna-la com menor impacto possível.

Se considerarmos que a crise já aconteceu, ou seja, quando esta fica fora do nosso controle (midia, redes sociais, jornais ou comunicados oficiais ou mesmo aqueles meios informais), tenho alguns exemplos como :

– Bem gerenciado : um recall de veículos para substituição de peças ou reparos importantes – embora cause espanto, ninguém deixa de vender ou comprar.

– Mal gerenciado – para mim o mlehor exemplo de um incidente que não teve gerenciamento e se tornou uma grande crise, foi o Toddynho. Eles tinham tudo na mão. Quando em crise, os acessores de imprensa falharam com informações ou omitiram, deixando dúvidas.

 4. O que caracteriza uma crise bem administrada?

 Uma crise bem gerenciada é caracterizada pela transparência, honestidade e sem medo de dizer “ Não sei….” . As informações e a velocidade devem ser verdadeiras e no menor tempo possível, para que as pessoas possam formar sua própria opinião. Acreditar que uma crise sozinha se auto gerencia e que o tempo faz as pessoas esquecerem é o mesmo que acreditar que seu negócio vai bem…..bem mal !

 5. Quem deve aprender a gerenciar uma crise?

 Em uma corporação, as pessoas chaves devem liderar e saber gerenciar uma crise. Quais as pessoas chaves de modelos de sucesso :

– Alta direção,

– Lideranças de RH, Industrial, Técnico, como  P&D, Qualidade, Segurança e meio Ambiente , Suplly chain ( incluso logistica ) , Vendas e SAC

É fundamental a empresa possuir interna ou externamente um Acessor de Imprensa.

É importante também que todos os colaboradores da empesa saibam da existência de um grupo e que gerencia questões de crise – deve existir um canal interno de divugação.

 

 João Eduardo Souza é Engenheiro de alimentos, pós graduado em gestão de qualidade e produtividade e especialização em gestão de segurança dos alimentos pela MARS University, responsável pela implantação da gestão de segurança dos alimentos nas unidades da Mars na américa latina ( Brasil, México, Argentina e Colombia ), membro da comunidade global de quality and food safety daMARS, especialização em controle microbiológico em indústrias de PET food e métodos rápidos em análises micro em produtos e sub-produtos destinados a alimentação animal de pequeno porte. Sólida experiência em gestão de qualidade e segurança dos alimentos em indústria de pet food com 15 anos de experiencia adquirida, sendo responsável, entre outros, pela implementaçao do manual de crise e gereciamento de incidentes na MARS na América Latina. Atualmente trabalhando em inovação e desenvolvimento de matérias-primas ecologicamente sustentáveis e competitivas para a indústria pet.

 

Se interessou? Você pode fazer um curso de gestão de crises inscrevendo-se no site da sbCTA.

3 min leitura  Nos dias 08 e 09 de outubro teremos o curso de Gerenciando Crises na Cadeia Produtiva de Alimentos. O tema parece novo, mas quem já teve ou está implementando […]

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TOP 10 surtos de origem alimentar no Brasil

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Alimentar-se é uma atividade essencial para manutenção da vida.  É através da alimentação que assimilamos os nutrientes para nossas funções vitais. O alimento é, em resumo, nosso combustível para a vida. No entanto, um alimento contaminado pode ocasionar malefícios ao invés de benefícios. A maioria das doenças transmitidas por alimentos são ocasionadas por bactérias ou suas toxinas, vírus e parasitas. Podem também ser ocasionadas por toxinas naturais (por exemplo, cogumelos venenosos) ou por contaminação por produtos químicos (por exemplo, agrotóxicos). A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) faz um acompanhamento do número de casos de doenças transmitidas por alimentos e a conseqüente incidência de surtos relacionados no país. Embora a quantidade de casos e surtos venha decrescendo nos últimos anos, em 2011 mais 8.000 pessoas sofreram intoxicação ou contraíram uma infecção decorrente do consumo de um alimento impróprio. 

Fonte: Ministério da Saúde – Secretaria da Vigilância em Saúde

Portal da Saúde

No Brasil, foram documentados mais de 400 surtos relacionados com o consumo de alimentos em 2011, sendo as regiões mais criticamente impactadas a Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A classe de alimentos mais freqüentemente envolvida em surtos alimentares são ovos e alimentos a base de ovos, e como conseqüência deste cenário, a maior incidência por agente etiológico dá-se pela Salmonella sp.  

Fonte: Ministério da Saúde – Secretaria da Vigilância em Saúde

Portal da Saúde

No Top 10 surtos no Brasil estão como campeões: Salmonella spp / S. aureus / E.coli / Hepatite A / B. cereus/ C. perfringens /  Rotavirus  / Shighella spp / Giardia / C. botulinum. Todavia, nem sempre que alguém contrai uma doença de origem alimentar, esta pessoa procura um serviço de saúde e faz sua notificação. Por isso, os números absolutos de casos de contaminação por alimentos no Brasil ainda não representam as ocorrências no país em sua totalidade. É importante frisar que um terço dos surtos de intoxicação alimentar é decorrente de refeições dentro de casa, o que mostra, mais uma vez que a nossa segurança e a da nossa família está, literalmente, em nossas mãos! Este post foi atualizado. Veja “Surtos alimentares no Brasil – dados atualizados em 2013 .

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Os 10 fatos sobre segurança dos alimentos (OMS) parte 1

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INTRODUÇÃO:

A segurança de alimentos é prioridade para a saúde pública. Todos os anos, milhões de pessoas adoecem e muitas morrem em decorrência do consumo de alimentos inseguros. Surtos muito sérios de doenças transmitidas por alimentos (DTA) têm sido documentados em todos os continentes na última década, e em muitos países, o número de DTAs está crescendo expressivamente.

 Os principais pontos de preocupação mundial, em relação à segurança de alimentos, são:

 Perigos microbiológicos estão se espalhando (incluindo bactérias como Salmonella e Escherichia coli);

  • Contaminantes químicos nos alimentos;
  • Avaliação das novas tecnologias em alimentos (tais como organismos geneticamente modificados) e
  • Necessidade de sistemas de segurança de alimentos sólidos e fortes na maioria dos países, para garantir a cadeia mundial de alimentos segura.

A Organização Mundial da Saúde está trabalhando para minimizar os riscos para a saúde do consumidor, do campo à mesa, para prevenir surtos e para promover os 5 elementos-chave em segurança de alimentos.

  Fato nº 1: Mais de 200 doenças são transmitidas através dos alimentos

 Todos os anos, milhões de pessoas adoecem, e muitas morrem em decorrência do consumo de alimentos inseguros. Estima-se que doenças diarreicas por si só matam cerca de 1,5 milhão de crianças anualmente, e a maioria destas doenças está atribuída a alimentos ou água contaminados. Uma preparação adequada dos alimentos pode prevenir a maioria das doenças transmitidas por alimentos.

  Fato nº 2: As doenças transmitidas por alimentos (DTA) estão crescendo mundialmente

Atualmente, os organismos causadores de doenças em alimentos são transmitidos largamente e mundialmente, através da globalização da cadeia de alimentos, elevando a frequência das DTAs e o número de localidades onde elas acontecem. A rápida urbanização em várias partes do mundo aumenta os riscos, uma vez que os moradores das cidades consomem cada vez mais alimentos preparados fora de casa, que podem não ter sido manipulados ou preparados de forma segura – incluindo alimentos frescos, peixes, carnes e aves.

  Fato nº 3: A segurança de alimentos é uma preocupação global

 A globalização da produção e do comércio de alimentos aumenta a probabilidade de incidentes internacionais envolvendo alimentos contaminados. Produtos e ingredientes alimentícios importados são comuns na maioria dos países. Sistemas de segurança de alimentos mais fortes nos países exportadores podem reforçar tanto a proteção da saúde pública localmente, quanto nas fronteiras com os demais países.

Fonte: http://www.who.int/features/factfiles/food_safety/en/index.html)

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LIÇÕES APRENDIDAS COM OS SURTOS DE SALMONELOSE

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CDC – Centro de Controle de Doenças e Prevenção

http://www.cdc.gov/vitalsigns/FoodSafety/Farm_to_table.html

 

Sinais Vitais – Produzindo alimentos mais seguros para o consumo

Prevenção do campo à mesa

Introdução:

A Salmonella sp. é um dos principais microrganismos causadores de doenças veiculadas por alimentos. Classicamente, os surtos estão relacionados ao consumo de ovos crus (a famosa maionese caseira) ou mal passados, e carnes de aves mal passadas. A Salmonella enteritidis, uma bactéria considerada emergente, surge nos Estados Unidos e países da Europa, nos anos 80, como o sorotipo mais comum de Salmonella causador de surtos ou casos esporádicos de diarreia associados ao consumo de ovos crus ou mal cozidos e de aves. Segundo alguns estudos, ocupou o nicho ecológico deixado pela erradicação da Salmonella gallinarum das aves, propiciando dessa forma um aumento das infecções em humanos. É uma toxinfecção alimentar, enquadrando-se, genericamente, no grupo de doenças designadas por salmoneloses. Causa geralmente febre, cólicas abdominais e diarreia que pode apresentar grumos de sangue. A doença dura entre 4 e 7 dias, e a maioria das pessoas se recupera apenas com a reposição de sais e líquidos. Contudo, a diarreia pode ser severa, e o paciente pode necessitar de hospitalização. Geralmente é mais grave em idosos, crianças, gestantes e imunodeprimidos, podendo a infecção se disseminar através da corrente sanguínea para outros órgãos e causar a morte, exigindo, nestes casos, pronto tratamento com antibiótico. As principais complicações são artrite, cistite, meningite, endocardite, pericardite e pneumonia. (1)

Embora sejam inúmeros os trabalhos publicados que indicam a importância da S. enteritidis como um problema de saúde pública no Brasil, e grande a ênfase dada, a partir de 1999, ao sistema nacional de vigilância epidemiológica de surtos de doenças transmitidas por alimentos, ainda são escassos os dados sobre a situação das salmoneloses em nível nacional. (1)

Apesar da Salmonella estar relacionada principalmente a ovos e aves, é cada vez mais comum encontrar este microrganismo em produtos diversos, inclusive aqueles com baixa umidade, como por exemplo, cereais matinais. E a contaminação nestes casos muito provavelmente é proveniente de falhas no controle da saúde dos manipuladores e principalmente, pela falta de higiene pessoal. A manipulação de alimentos por pessoas doentes ou portadoras desta bactéria, e que não lavaram as mãos adequadamente, pode causar a contaminação do produto. Além disso, o consumo de produtos variados e a globalização têm “espalhado” este microrganismo e levado à ocorrência de surtos de salmonelose com maior frequência, em escala mundial.

Diante destes fatos, como podemos prevenir a contaminação por Salmonella? Vamos ver alguns exemplos de surtos ocorridos nos Estados Unidos, e as principais medidas preventivas:

 

 

Fabricação

 

Contaminação em hambúrguer de peru, 2011:

Recall de 23 toneladas de carne de peru moída após doenças reportadas em 10 estados. Causa: Salmonella Hadar.

 

Prevenção:

Empregar estratégias de segurança de alimentos na criação, para reduzir a Salmonella nos animais; prevenir a contaminação no abate; reduzir a contaminação dos produtos moídos de todas as fontes; garantir que as medidas tomadas para prevenir ou reduzir a contaminação funcionem corretamente.

C

Produção primária

 

Ovos perigosos, 2010:

Contaminação das aves e da ração resultou em recall de 500 milhões de ovos. Causa: Salmonella enteriditis (SE).

 

Prevenção:

Implementação de medidas preventivas por parte dos produtores de ovos, tais como: compra de aves de criadores que tenham um programa de controle de SE; análise dos aviários para detecção de SE; estabelecimento das condições de temperatura para o transporte e para o armazenamento dos ovos.

A

Preparo e consumo (restaurantes e mercearias)

 

Bactérias espalhadas em restaurantes, 2008:

Más práticas de higiene e de preparo resultaram em alimentos mal cozidos e em contaminação cruzada. Causa: Salmonella Montevideo.

 

Prevenção:

Cozimento completo das carnes e aves; separação entre carnes e aves cruas de outros tipos de alimentos; treinamento e certificação em segurança de alimentos aos gestores de todos os restaurantes.

E

Fabricação

 

Biscoitinhos de manteiga de amendoim (snacks para animais de estimação), 2009:

Contaminação na planta de processamento afetou vários alimentos, que causaram doença em 46 estados. Causa: Salmonella typhimurium

 

Prevenção:

Manter as fábricas num nível adequado de higiene; separação entre alimentos crus e processados; garantir que as medidas tomadas para prevenir ou reduzir a contaminação funcionem corretamente.

B

Preparo e consumo (restaurantes e residências)

 

Empadas, forno de micro-ondas e instruções de cozimento, 2007:

Empadas mal cozidas deixaram pessoas doentes em 35 estados, Porto Rico e Caribe. Causa: Salmonella I, 4, [5],12:i:.

 

Prevenção:

Garantir que as instruções de cozimento e de preparo estejam claras e corretas; utilizar termômetro para medir a temperatura do alimento; assegurar que os fabricantes indiquem nos rótulos a potência a ser utilizada para o preparo do produto em forno de micro-ondas.

F

Distribuição e transporte

 

Contaminação em sorvete, 1994:

Caminhões que haviam carregado ovos crus e posteriormente carregaram sorvete causaram 200 mil casos de doença nacionalmente. Causa: Salmonella enteriditis (SE).

 

Prevenção:

Limpeza e desinfecção dos veículos entre os carregamentos; manter cargas resfriadas e congeladas na temperatura especificada durante a expedição e transporte; rastrear as cargas, a entrega e o armazenamento.

D

3 min leituraCDC – Centro de Controle de Doenças e Prevenção http://www.cdc.gov/vitalsigns/FoodSafety/Farm_to_table.html   Sinais Vitais – Produzindo alimentos mais seguros para o consumo Prevenção do campo à mesa Introdução: A Salmonella sp. […]

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