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Análise de lubrificantes – Manutenção preditiva na indústria de alimentos (3)

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No post de hoje, dando continuidade aos anteriores, abordarei a análise de lubrificantes do ponto de vista da manutenção preditiva e como ela pode atuar a favor da segurança dos alimentos.

É importante entender que entre engrenagens, motores, peças e demais componentes que estão interligados, consequentemente existirá atrito.

Os lubrificantes têm o papel de manter a integridade dos equipamentos, reduzindo os impactos do atrito, e com isso aumentando a vida útil dos componentes. O lubrificante industrial forma uma película entre cada componente do equipamento proporcionando o deslizamento fácil entre as partes.

Na imagem abaixo, imagine duas chapas metálicas vistas por meio de uma lente de aumento, onde cada uma das superfícies, quando ampliada, apresenta naturalmente uma superfície irregular. Entre cada chapa há um fluido para atenuar esse atrito.lubrificante - manutenção preditiva

Veja uma animação ilustrando o desenho acima

lubrificante entre chapas

Além da redução do atrito, os lubrificantes também contribuem para:

  • a dissipação do calor gerado durante o atrito;
  • a “vedação” dos maquinários contra poeira ou umidade;
  • a prevenção contra a corrosão dos componentes.

Sabemos que em uma indústria de alimentos o cuidado no uso de lubrificantes deve ser redobrado. É preciso seguir uma série de recomendações, como informações de rastreabilidade, tipo de lubrificante, ponto de aplicação, pois durante a produção, se existir a possibilidade de ocorrer contato incidental entre lubrificante e alimento, isto pode ocasionar consequências graves à saúde do consumidor. Portanto, estes lubrificantes devem ser de grau alimentício (food grade) e certificados de acordo com as normas de higiene exigidas pelos órgãos reguladores (mais informações sobre os lubrificantes de grau alimentício e suas categorias podem ser encontrados nos textos citados no final desse post).

Mesmo com lubrificantes certificados, aprovados e adequados, ainda é preciso fazer monitoramento pela manutenção?

Simplesmente ter um lubrificante adequado não é suficiente. Ele pode ser utilizado incorretamente, em condições impróprias de operação ou com armazenamento inadequado. O foco desse post é justamente abordar os cuidados com os lubrificantes, pois mesmo sendo os corretos, ainda podem ser um problemão se não forem bem monitorados. Além disso, eles podem ser sinalizadores de futuros potenciais problemas quando incluídos nos planos de manutenção preditiva, ou seja, quando se analisa um lubrificante, pode-se predizer as condições do processo.

Análise de lubrificantes na Manutenção Preditiva

A análise de lubrificantes é uma das técnicas preditivas mais utilizadas e comuns, realizada por meio de avaliações em laboratórios de forma rápida e precisa. Ela ajuda a monitorar a condição dos equipamentos.

Com essa análise, é possível detectar a qualidade dos óleos e fluidos utilizados, a saúde dos equipamentos e também a presença de contaminantes. Com isso obtém-se informações de onde atuar para evitar quebras, danos, paradas desnecessárias e consequente impactos no produto acabado.

Se existe atrito, há desgaste!

A análise de lubrificantes também permite que seja possível identificar os primeiros sintomas de desgaste em um equipamento. Essa identificação pode ser realizada por meio de um estudo das partículas sólidas presentes e que ficam misturadas no lubrificante.

O equipamento “respira” o ambiente onde está instalado, ou seja, o lubrificante pode atuar como um termômetro para contaminações. Os contaminantes aproveitam-se de microfissuras, respiros inadequados e abertos de equipamentos, frestas, falhas em vedações, imperfeições nas superfícies dos equipamentos. As fontes de contaminantes mais comuns para um lubrificante são: calor, lodo, ventilação, partículas do ambiente e um dos mais comuns e destrutivos é a água, que pode reduzir a vida útil de um componente em 50 a 70%.

Uma amostra de óleo lubrificante é retirada do equipamento e enviada para análise. Cada amostra estará associada a um relatório que apontará sua qualidade. Vários fatores são avaliados em uma análise de óleo, como por exemplo, cor, aparência, viscosidade, ponto de ebulição, presença de água, contagem de partículas e outros. Os resultados são interpretados considerando as condições de operação do equipamento e as condições ambientais ao seu redor.

O óleo é o “sangue” do sistema e a máquina é o “homem”

Analisar um lubrificante consiste em uma série de interpretações, mas não significa que você deva realizar a mesma ou todas as análises para todos os equipamentos e lubrificantes. Fazendo uma analogia com um exame de sangue, o médico, baseado no relato do paciente, determina quais testes serão realizados. Portanto, com base nas condições de operação do equipamento e no que se deseja verificar, são determinados os testes no lubrificante. Com os resultados verificam-se as tendências e os caminhos para as ações seguintes.

Na manutenção preditiva, a análise de lubrificantes ainda pode ser combinada com a termografia e a análise de vibração, fornecendo ainda mais indícios do estado dos equipamentos e das condições ambientais do processo.

Manutenção preditiva – Análise de lubrificantes e segurança dos alimentos

A relação direta entre a análise de lubrificantes e a segurança dos alimentos pode não ser evidente à primeira vista. Listo abaixo como ambas podem atuar em conjunto:

  • Equipamentos industriais nas instalações em indústrias de alimentos frequentemente utilizam lubrificantes. Se os lubrificantes não forem devidamente monitorados, não há controle de consumo ou monitoramento sobre vazamentos, ou seja, onde foram parar aqueles X litros de lubrificante que deveriam durar X meses?
  • A análise de lubrificantes ajuda a identificar sinais precoces de desgaste ou falhas nos componentes mecânicos. Isso é estratégico para identificar deterioração forçada de equipamentos. Se um equipamento está deteriorando, há um potencial risco de partículas de contaminantes se desprendendo no processo. É hora de realizar uma preventiva no seu equipamento evitando potenciais contaminações no alimento.
  • Presença de contaminantes nos lubrificantes indica sinais ambientais que precisam ser observados sobre o tipo de contaminantes que aparece nos testes. É um forte indício de que as condições ao redor do equipamento precisam ser reconsideradas quanto aos procedimento de limpeza adotados ou até mesmo a falta de limpeza não mapeada, sobre as condições de isolamento e geração de partículas, sobre as condições de temperatura etc.
  • Mesmo um lubrificante certificado e apropriado pode ser comprometido quando exposto a condições inadequadas de uso ou armazenamento. Tambores de lubrificantes mesmo quando fechados devem ser devidamente armazenados. Qualquer água parada na superfície pode ser succionada para dentro do recipiente se houver pressão e calor/frio e falha na devida vedação e respiro. Veja na imagem abaixo:

tambor de lubrificante com água

 

Uma análise de óleo pode ser um bom indicador do seu processo e quando manutenção e qualidade trabalham em conjunto, esses dados são ricos para a segurança dos alimentos.

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Entendendo o registro de lubrificantes de grau alimentício

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Você já se perguntou se os lubrificantes que você está usando em sua comida ou instalação de produção são seguros? Este artigo irá ajudá-lo a entender o que procurar quando buscar por produtos químicos. Explicamos o registro do produto (como ele funciona e por que ele é um componente importante em um programa de segurança de alimentos), as categorias proeminentes de lubrificantes e suas aplicações de uso final.

Quem procura e faz o registro?

Seja no processamento de alimentos, fabricação ou serviço de alimentação, o manuseio, preparação, processamento e embalagem de produtos alimentícios envolve inevitavelmente o uso de equipamentos e máquinas com partes móveis lubrificadas que entram em contato com os alimentos. Basta pensar em todos os produtos químicos usados antes, durante e após o processamento. O potencial para que materiais não alimentícios tenham contato acidental com um produto alimentício é um risco perigoso de contaminação cruzada e deve ser controlado como parte da abordagem HACCP geral de uma instalação. Uma abordagem de pré-requisito para um plano de redução de risco é o uso de compostos não-alimentícios registrados (lubrificantes, graxas e outros produtos químicos usados dentro e ao redor das áreas de processamento de alimentos). Com o potencial de contaminação dos alimentos, é vital que esses compostos sigam rigorosos padrões de segurança e qualidade.

A NSF International avalia e registra lubrificantes de grau alimentício e outras substâncias de processamento de alimentos, com base nos requisitos originalmente desenvolvidos pelo Departamento de Agricultura dos EUA. Hoje, esse registro tem alcance global com produtos produzidos em mais de 50 países (incluindo a África do Sul) e continua a crescer à medida que a segurança dos alimentos se torna cada vez mais importante para consumidores, produtores e reguladores.

 O que são categorias de registro?

Os códigos de categoria de registro de produto consistem em um identificador de letra e número e garantem que um produto seja revisado de acordo com os critérios apropriados com base em seu uso final pretendido. Os critérios baseiam-se nos regulamentos atuais, bem como em dados toxicológicos para determinar se os ingredientes que compõem o produto são seguros para aquele uso final específico. Algo tão simples quanto um código de letras pode não parecer extremamente importante, mas o impacto do uso do produto incorreto pode levar a um potencial de risco significativo e possível contaminação dos alimentos.

Existem atualmente duas categorias de produtos para lubrificantes usados na indústria alimentícia, que designam duas aplicações de uso final muito diferentes. Um lubrificante H1 destina-se a ser utilizado apenas em aplicações onde exista potencial contato acidental com alimentos, como no caso de agentes antiferrugem ou desmoldantes. Embora essa categoria permita o contato acidental com alimentos, recomenda-se usar a quantidade mínima necessária, pois o uso excessivo pode transferir o material para alimentos ou acumular residual de lubrificante.

Os lubrificantes H2 não se destinam a entrar em contato com alimentos a qualquer momento, nem mesmo incidentalmente. Eles são destinados para uso em equipamentos onde não há possibilidade de contato com alimentos ou contaminação cruzada residual e não devem ser aplicados em um processo de produção em nenhum local onde exista um ponto de controle reconhecível ou incidental de contaminação cruzada.

Existem mais de 90 categorias de registro de produtos, sendo as mais comuns mostradas na tabela a seguir.

Categorias de registro de produtos
Indicação de categoria Código da categoria Uso final aceitável
H: Lubrificantes H1 Contato acidental com alimentos Lubrificante com contato acidental com alimentos para uso dentro e ao redor das áreas de processamento de alimentos. Tais compostos podem ser usados em equipamentos de processamento de alimentos como uma película protetora antiferrugem, como um agente de liberação em juntas ou vedações de tampas de tanque, e como um lubrificante para peças de máquinas e equipamentos.
H2 Geral – Contato não alimentar Lubrificante sem possibilidade de contato com alimentos dentro e ao redor das áreas de processamento de alimentos. Tais compostos podem ser usados como lubrificantes, agentes de liberação ou filmes antiferrugem em equipamentos e peças de máquinas.
A: Produtos de Limpeza *A1 Limpeza Geral Limpeza geral em todas as superfícies dentro e ao redor das áreas de processamento de alimentos, onde seu uso não é destinado ao contato direto com alimentos.

 

*A8 Desengordurantes / removedores de carbono Desengordurante ou removedor de carbono para fogão ou fornos, utensílios ou outras superfícies associadas e em torno de áreas de processamento de alimentos, onde seu uso não é destinado ao contato direto com alimentos.
C: Produtos para área sem processamento C1 Geral Para uso em áreas de processamento de produtos não comestíveis, áreas de não processamento e / ou áreas externas de estabelecimentos de processamento de alimentos, desde que não sejam utilizados para mascarar odores resultantes de condições insalubres e que qualquer odor ou fragrância característicos não penetre em uma área de produto comestível
C2 Banheiros / Vestiários Para uso em banheiros e / ou vestiários de estabelecimentos de processamento de alimentos onde produtos comestíveis não são processados nem armazenados em recipientes abertos, desde que não sejam utilizados para mascarar odores resultantes de condições insalubres e que qualquer odor característico ou fragrância não penetre uma área de produto comestível.
G: Produtos para tratamento de água
 
 
G5 Refrigeração e retorta de produtos de tratamento de água – todas as áreas de processamento de alimentos Este produto é aceitável para o tratamento de resfriamento e retorta de água e em torno de áreas de processamento de alimentos.

 

G6 Produtos para tratamento de caldeiras – todas as áreas de processamento de alimentos / contato com alimentos Este produto é aceitável para o tratamento de caldeiras ou linhas de vapor onde o vapor produzido pode entrar em contato com produtos comestíveis e / ou sistemas de refrigeração onde a água tratada não pode entrar em contato com produtos comestíveis dentro e ao redor das áreas de processamento de alimentos.
G7 Produtos para tratamento de caldeiras – todas as áreas de processamento de alimentos / contato não alimentar Para o tratamento de caldeiras, linhas de vapor e / ou sistemas de refrigeração onde nem a água tratada nem o vapor produzido podem entrar em contato com produtos comestíveis dentro e ao redor das áreas de processamento de alimentos.
*O uso deste produto em instalações de processamento ou manuseio de alimentos requer que todos os produtos alimentícios e materiais de embalagem sejam removidos ou protegidos antes do uso do produto. Um enxágue com água potável de superfícies limpas é necessário após o uso deste produto. Quando usado de acordo com as instruções do fabricante, o limpador não deve exibir um odor perceptível nem deixar um resíduo visível.

Como os compostos são registrados?

Para registrar um lubrificante, a formulação (incluindo ingredientes e composição percentual) deve estar em conformidade com 21 CFR, Seção 178.3570 ou outras seções aplicáveis. Outros produtos químicos, como produtos de limpeza, também exigem divulgação completa do formulário e são revisados com relação aos regulamentos aplicáveis ou dados de segurança toxicológica. Uma vez submetida a um organismo de registro, a formulação passa por uma revisão independentemente dos requisitos para cada uso final individual.

O rótulo do produto acabado também é revisado para garantir que seja exato, não faça declarações enganosas e inclua instruções apropriadas do uso final. Os rótulos dos produtos devem ser rastreáveis para a empresa registrada e conter a marca de registro, incluindo o código da categoria.

A importância do uso de compostos registrados

Atualmente os fabricantes de alimentos percebem a importância de identificar os riscos de contaminação, o uso dos produtos corretamente registrados para as diferentes aplicações em instalações fornecendo uma abordagem de pré-requisito confiável para complementar um plano HACCP. Enquanto os planos HACCP tendem a se concentrar no manuseio dos ingredientes e produtos reais, os fabricantes também precisam considerar aspectos aparentemente periféricos, como o lubrificante de uma cadeia. O que parece ser uma questão menor pode ter um impacto enorme em um produto, na reputação e na saúde pública de uma empresa.

O uso de lubrificantes registrados pela NSF e outros compostos não alimentares como parte de um forte plano HACCP que analisa os riscos químicos e físicos associados ao processamento de alimentos é um passo importante e crítico para concluir a certificação para os padrões comparativos da Global Food Safety Initiative (GFSI). O uso de produtos e ingredientes registrados (HX-1) também é um elo crítico na cadeia de suprimentos e um fator que pode influenciar o sucesso da obtenção da certificação para um padrão referenciado pela GFSI.

O mercado de lubrificantes de grau alimentício registrados está crescendo rapidamente, tanto por causa da proliferação de desenvolvimento de novos produtos quanto pela crescente demanda por produtos registrados de terceiros por processadores de alimentos. Compreender quais são as categorias de produtos e o valor da terceirização e aplicação apropriada dos produtos registrados é um elemento crítico do plano de qualidade de uma instalação de produção e deve ser considerado muito de perto pelos responsáveis. 

Certificação ISO 21 469

A certificação ISO 21 469 é indicada às empresas que desejam levar seus produtos para o próximo nível de segurança do produto. Em 2006, a International Organization for Standardization publicou a ISO 21469: Segurança de Equipamentos, Lubrificantes com Contato Incidental de Produtos – Requisitos de Higiene”, um padrão global para lubrificantes usados em alimentos, farmacêuticos, cosméticos e fabricação de ração animal. Embora esse programa seja semelhante ao registro de produto da NSF, pois há uma revisão de formulação e rótulo, há alguns requisitos adicionais para essa certificação. Para a ISO 21469, os fabricantes de produtos são obrigados a concluir uma avaliação de risco de seu processo de fabricação para avaliar o nível de controle de qualidade aplicado à formulação, fabricação, distribuição e armazenamento do lubrificante para garantir que ele esteja em conformidade com os mais altos padrões de higiene. Há também auditoria local para verificar se os riscos associados à produção do lubrificante são abordados e mitigados. Além disso, as amostras de lubrificantes são testadas independentemente para verificar a consistência do lote. A certificação ISO 21469 está se expandindo rapidamente em toda a indústria, já que os fabricantes de lubrificantes de grau alimentício trabalham no sentido de diferenciar seus produtos e garantir que eles atendam ao mais alto padrão de qualidade. 

Recursos

Visite http://info.nsf.org/USDA/Listings.asp para pesquisar os mais de 18.000 lubrificantes e compostos não alimentícios registrados pela NSF e saber mais sobre o que os códigos de categoria de uso final representam.

 

Stephanie Ludwig é a Group Leader do Programa Nonfood Compounds na NSF International, 789 N. Dixboro Rd., Ann Arbor, MI, 48105, EUA. 734.214.6259, sludwig@nsf.org, www.nsf.org.

 

 

 

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Registro para Nonfood Compounds

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No VI Encontro sbCTA, dia 31/05/17, a palestrante Fabiane Zanoti, da NSF, explicou que os aditivos de caldeira, trocadores de calor, lubrificantes, produtos de limpezas são registrados e não certificados. O lubrificante H1 é para contato incidental com alimentos e o H2 é não alimentício, ou seja, não pode ser utilizado em contato com alimento. Os tipos podem ser verificados pela carta de registro, emitida uma só vez. A NSF é a entidade que registra produtos para compostos não alimentícios, como lubrificantes, produtos de limpeza e produtos químicos para tratamento de água usados no processamento de alimentos e bebidas, após a avaliação toxicológica completa e certifica os lubrificantes de qualidade alimentar com ISO 21469. 

O programa da NSF é exclusivo. Foi iniciado em 1998 pelo USDA e depois foi passado para a NSF coordenar em 1999. Em 2001, surgiu a primeira publicação no NSF White Book ™ para compostos não alimentícios que fazem parte dos processos, com objetivos de prevenir riscos por contatos químicos, verificando a segurança dos produtos químicos utilizados nas instalações de produção de alimentos e se adequar ao FSMA e BRC Food v.7 (na seção 4.7.6 consta que todo material utilizado na manutenção deve ser de qualidade alimentar). Em 2016, são mais de 18 mil produtos registrados em 70 categorias diferentes – no Brasil são 358 registros de 46 fabricantes. 

Realizam a verificação independente de 3ª parte no registro NSF a parte de aceitabilidade de todos os ingredientes, misturas próprias e formulações de fornecedores, nome comercial do produto, necessidade da presença dos componentes no rótulo, declaração de ingredientes, instruções de uso com a categoria de uso final e rótulo em conformidade com regulamentação 21 CFR e 40 CFR (incluindo código FIFRA no rótulo).

Lubrificante H1 não pode ter metais pesados, produtos cancerígenos e mutagênicos. Verificar o plano de lubrificação (quais pontos, quais graxas e periodicidade e dose de uso?), ou seja, fazer balanço de massa, não apenas inventário, ver a data da compra e frequência de uso. H2 não pode ter metais pesados. 

Registro é o produto daquela fábrica específica, é por unidade fabril. A carta de categoria é a prova da aceitabilidade (ver www.nsfwhitebook.org). 

Mencionou alguns casos de recall US oriundos de lubrificantes utilizados na produção.

Não há auditoria, por isso não é certificação, mas há ISO 21469:2006 (era ISO Guide 65) sobre lubrificantes como upgrade do Nonfood com verificação in loco, para checar a contaminação cruzada no site onde é processado. A certificação é importante para quem já tem H1, pois desde 2014 a Agência Nacional de Petróleo exige que os fabricantes tenham. É exigência legal imposta pela Resolução ANP nº 22 de 11/04/2014, mas das 200 empresas no Brasil, nenhuma tem a ISO 21469 (só 12 plantas para 4-5 fabricantes no mundo), sem rastreabilidade nas instalações onde o lubrificante é produzido (é para o site onde é processado e não só garantia de fabricação).  

Vamos ficar atentos a todas essas dicas, não apenas apresentarmos em auditorias as cartas de registros.

Imagem: Handwerker

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Lubrificantes de grau alimentício em pauta

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Como mencionado neste post já publicado aqui no blog, o Brasil não conta com uma regulamentação específica que explicite a necessidade de uso de lubrificantes de grau alimentício (exceção ao município de São Paulo) . Materiais em contato com o alimento não devem ser contaminantes e no caso dos lubrificantes atenção especial aos metais pesados presentes nos lubrificantes industriais comuns.

Em razão deste fato os grandes grupos de fabricantes de alimentos, acabam inserindo no mercado exigências referente a utilização de lubrificantes de grau alimentício na cadeia produtiva destes produtos.Recentemente houve uma evolução por parte da ANP que para registro de novos produtos de grau alimentício passou a exigir a comprovação da atoxidade das graxas e lubrificantes. O uso de lubrificantes adequados na indústria alimentícia e farmacêutica é de extrema relevância e este tema é tendência mundial a exemplo do evento que ocorrerá nos próximos dias agora no mês de setembro em Berlim na Alemanha promovido pelo ICIS. A grade de conferências será totalmente focada em definições normativas para o segmento de alimentos e farmacêutico como pode ser visto aqui através dos links abaixo:

http://www.icisconference.com/FoodGradeLubricants/who-should-attend

http://www.icisconference.com/FoodGradeLubricants/agenda

http://www.icisconference.com/FoodGradeLubricants/download-brochure

Informações sobre o ICIS (organizador do evento):

ICIS is the world’s largest petrochemical market information provider, and has fast-growing energy and fertilizer divisions. Our aim is to give companies in global commodities markets a competitive advantage by delivering trusted pricing data, high-value news, analysis and independent consulting, enabling our customers to make better-informed trading and planning decisions. We have over 30 years’ experience of providing pricing information, news, analysis and consultancy to buyers, sellers and analysts.

With a global staff of more than 800, ICIS has people based in Houston, Washington, New York, London, Montpellier, Dusseldorf, Milan, Mumbai, Singapore, Guangzhou, Beijing, Shanghai, Yantai, Tokyo and Perth. ICIS is part of Reed Business Information.

Rodrigo Massaroni (Technical Coordinator of Greases and Specialties – Fuchs Lubritech).

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Manuseio de lubrificantes de grau alimentício

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O contato incidental entre lubrificantes e os alimentos nem sempre pode ser totalmente excluído, podendo resultar em contaminação do produto alimentício. Sempre que existir possibilidade de contato os lubrificantes devem ser de grau alimentício. Este tipo de lubrificante também recebe o registro e nomenclatura H1.

Um lubrificante de grau alimentício pode ser contaminado durante o seu manuseio e assim, a contaminação pode chegar até o alimento. Ações para prevenir a contaminação devem ser conhecidas e implementadas.

Baixe o resumo feito especialmente para você, com uma série de boas práticas que podem ser adotadas por sua equipe de manutenção preventiva.

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Legislação para lubrificantes de grau alimentício

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Como saber se um lubrificante usado no processador de alimentos é adequado para esta finalidade? Aqui no Brasil não temos registros, autorizações ou mesmo legislação nacional específica. A Portaria 2619/11, do município de São Paulo, é o único requisito legal até o momento, mencionando que: 

3.11. Os lubrificantes utilizados nos equipamentos que possam eventualmente entrar em contato com os alimentos ou embalagens devem ser de grau alimentício. As especificações técnicas do produto devem permanecer à disposição da autoridade sanitária.

As primeiras coisas que devemos saber é que há categorias definidas para lubrificantes. São elas:

H1:  Contato incidental:
Representa a utilização de um lubrificante, que, como conseqüência do uso geral da máquina ou equipamento para o qual ele é aplicado, pode resultar no contato da referida substância com o alimento. O contato não é proposital ou contínuo e é em quantidade mínima para atingir o resultado tecnológico desejado. Ex: uso em correias, fluidos de compressores, costura de latas, moagem de cana de açúcar, sprays desengripantes de uso geral).
H2: Sem nenhum contato com os alimentos (Ex: engrenagens de um ventilador de um forno de panificadora)
3H: Contato direto. Potencialmente estará no produto acabado. Ex: desmoldantes
HT1: Fluidos de troca de calor que podem ter contato incidental

Assim, como comprovar documentalmente que o lubrificante é de grau alimentício?

– A formulação contém somente as substâncias autorizadas pelo FDA, – ou seja, estão na lista positiva da CFR, Title 21, seção 178.3570
– O fabricante é registrado pela NSF , National Sanitation Foundation (para lista positiva ou White Book, com a relação atualizada de fabricantes)
– Respeitam as porcentagem máximas estabelecidas na composição
– Estão registradas na categoria H1

Segundo Piet Steenard, a própria Comunidade Européia endossa o trabalho do FDA e NSF e não tem trabalho semelhante.

 Fontes:

Piet Steenard , Palestra de IV Congresso de Inocuidade de Alimentos da SOMEICCA, no México. Piet é membro da EHEDG (European Hygienic Engineering & Desing Group)

Definições

: NSF

Este post foi editado em 12/09/2014

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